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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Integração Ensino Serviço Comunidade VI Professor (es): Período: 202302 Turma: Data: N1 ESPECÍFICA_ IESC 6_29SET2023.2 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 09416 - CADERNO 004 1ª QUESTÃO Enunciado: De acordo com Gusso (2019), a população prisional brasileira tende a aumentar em ritmo superior ao da população geral, sendo a maioria homens jovens, de baixa escolaridade cumprindo pena principalmente por roubo, tráfico de drogas, furtos e homicídios. Esta população necessita de identificação de diversas condições de saúde no momento da entrada no sistema prisional mas, nem sempre, há implementação sistemática de uma avaliação inicial. Além disso, existem especificidades com as quais o médico de família deve estar familiarizado. Sobre problemas específicos no sistema prisional, marque a assertiva correta: Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) É comum ocorrer a simulação de sintomas mentais e neurológicos, especialmente alucinações e crises convulsivas. (alternativa B) Os comportamentos disrupitivos são raros em população prisional e, quando presentes, costumam ter intenção suicida. (alternativa C) Em relação aos contatos de tuberculose, deve ser realizada investigação em todos os contactantes impreterivelmente. (alternativa D) A demanda por benzodiazepínicos, assim como na comunidade, é bastante alta. Porém, seu uso é encorajado nesta população. 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 1 de 13 Resposta comentada: Quanto à investigação de contatos, as frequentes mudanças de celas tornam esse procedimento inerentemente falho, mas deve ser realizado pelo menos naqueles que compartilham a cela no momento do diagnóstico. A segregação de casos diagnosticados, exceto os multirresistentes, é controversa. Uma abordagem global da transmissão da tuberculose faz-se necessária. É comum a simulação de sintomas mentais e neurológicos, especialmente alucinações e crises convulsivas. O intuito geralmente é obter medicação com potencial real ou esperado de abuso e/ou de efeito hipnótico, para uso próprio ou comércio entre os demais detentos. Algumas estratégias contribuem na diferenciação de quadros de simulação de sintomas mentais A demanda por benzodiazepínicos, assim como na comunidade, é bastante alta. Queixas de quadros de insônia primária são bastante frequentes, o que poderia trazer o impulso de tratamento farmacológico. A demanda por benzodiazepínicos, assim como na comunidade, é bastante alta. em todos os medicamentos psicotrópicos, a indicação sempre deve ser bastante criteriosa, devido aos riscos de intoxicação, ao uso indiscriminado, à simulação e ao comércio de medicamentos. Um fenômeno particular do confinamento são os comportamentos disruptivos – notadamente autolesão –, mas também quebrar canos das celas, sujar-se de fezes ou causar incêndios.O comportamento de autolesão mais comum é cortar a própria pele, geralmente utilizando lâminas de barbear. Entretanto, morder-se, engolir objetos e incendiar-se também são comportamentos observados. Os episódios de autolesão não costumam ter intenção suicida, muitas vezes sendo descritos como uma tentativa de “extravasar” a tensão. Em geral, aparentam ser um fenômeno ligado ao cárcere, pois os pacientes não relatam tais tipos de comportamento na comunidade. É interessante notar que tais ações estão muito mais ligadas a uma tentativa de comunicar dificuldades de convívio do que a expressão de doença mental grave. 2ª QUESTÃO Enunciado: Em um atendimento da Unidade Básica Violeta os alunos de IESC VI conhecem Seu José, 50 anos. O paciente relata que sua Pressão Arterial vem apresentando alterações e a Agente Comunitária de Saúde o orientou a realizar consulta com os alunos da faculdade e seus professores. Seu José chega e prontamente os alunos verificam sua PA. Logo iniciam uma discussão sobre os estágios e a indicação de tratamento. Marque a assertiva que contemple as afirmações verdadeiras: I- Seu José tem HAS estágio 1, caso sua pressão sistólica apresente valor entre 130-139 mmHg e /ou diastólica 85-89 mmHg. II- Seu José deverá ter tratamento medicamentoso iniciado com combinação de dois fármacos se apresentar pressão arterial estágio 1 e risco cardiovascular moderado a alto. III- Seu José apresenta hipertensão estágio 3 se sua pressão sistólica ≥ 180 mmHg e/ou diastólica ≥ 110 mmHg. IV- Seu José deve ser orientado a realizar apenas mudança no estilo de vida, em caso de hipertensão arterial estágio 2. V- Seu José deve ter seu tratamento iniciado com monoterapia em caso de hipertensão estágio 1 de baixo risco cardiovascular. 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 2 de 13 Alternativas: (alternativa A) II, III e IV corretas. (alternativa B) III, IV e V corretas. (alternativa C) I, II e III corretas. (alternativa D) (CORRETA) II, III e V corretas. Resposta comentada: Os objetivos primordiais do tratamento anti-hipertensivo são a redução da pressão arterial e do risco de desfechos CV e mortalidade associados à hipertensão arterial. O tratamento medicamentoso deve se associar às medidas não medicamentosas, e as classes de anti-hipertensivos preferenciais para o uso em monoterapia ou combinação são: diurético tiazídico ou similar, BCC, inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores dos receptores de angiotensina e betabloqueadores (com indicações específicas). A combinação de fármacos é a estratégia inicial recomendada para hipertensos estágio 1 de moderado e alto risco e estágios 2 e 3, preferencialmente em comprimido único. A monoterapia deve ser considerada para hipertensos estágio 1 de baixo risco e para muito idosos e/ou indivíduos frágeis. O início do tratamento com combinação de dois fármacos deve ser feito com um IECA, ou BRA, associado a DIU tiazídico ou similar ou BCC. Em pacientes de alto risco não obesos, as combinações com BCC são as preferenciais. Quando não se atinge o controle da PA com combinação de dois fármacos, deve ser prescrita a combinação de três fármacos, habitualmente um IECA, ou BRA, associado a DIU tiazídico ou similar e BCC; caso necessário, acrescentar espironolactona em seguida. Referência Bibliográfica: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial– 2020. Barroso et al. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658. DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20201238. 3ª QUESTÃO 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 3 de 13 Enunciado: Leia o caso abaixo: Um paciente de 45 anos procura a unidade básica de saúde com as seguintes queixas: febre, tosse persistente, dor de garganta e fraqueza geral. No histórico médico, consta que o paciente tem hipertensão controlada por medicação. Durante o exame físico, o paciente apresenta temperatura de 38,5°C, frequência cardíaca de 90 bpm, pressão arterial de 140/90 mmHg e exame pulmonar revela crepitações em ambos os campos pulmonares. Com base no caso clínico apresentado e na Classificação na Atenção Primária à Saúde, voltado para o SOAP (subjetivo, objetivo, avaliação e plano), leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta: I. A etapa "Subjetivo" do método SOAP refere-se à coleta de informações mensuráveis, pelo médico, sobre o paciente, como resultados de exames laboratoriais e achados de imagem. II. O método SOAP é particularmente útil na Atenção Primária à Saúde, onde a abordagem abrangente e a consideração dos aspectos subjetivos e objetivos do paciente são essenciais para um cuidado holístico e eficaz. III. A etapa "Objetivo" envolve a coleta de informações sobre os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura corporal. IV. Na etapa "Plano", o profissional de saúde formula um diagnóstico definitivo e prescreve o tratamento sem considerar os desejos e preferências do paciente. V. Durante a etapa "Avaliação", o profissional de saúde realiza uma avaliação subjetiva da situação do paciente, considerando suas queixas, sintomas e história médica. Alternativas:(alternativa A) As afirmativas I, II, III, IV e V estão corretas; (alternativa B) As afirmativas I, II, III e V estão corretas; (alternativa C) (CORRETA) As afirmativas II, III e V estão corretas; (alternativa D) As afirmativas II, IV e V estão corretas; 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 4 de 13 Resposta comentada: A afirmativa I está errada porque a etapa S (subjetivo) do método SOAP refere-se à história relatada, sendo a a parte em que se registram o que a pessoa diz assim como informações qualitativas referentes a queixas ou sintomas. A etapa do método SOAP que refere-se à coleta de informações objetivas e mensuráveis sobre o paciente, como resultados de exames laboratoriais e achados de imagem é a etapa de Objetivo. A afirmativa IV está erradapq a etapa P do método SOAP refere-se ao Plano(s) de manejo elaborado(s) em conjunto com a pessoa. GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap. 48 e 49). DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. (Cap. 16). 4ª QUESTÃO Enunciado: Homem 37 anos, queixa de dor epigástrica, náuseas, sensação de plenitude pós-prandial e saciedade precoce, há 3 meses. Informa que se alimenta com base em sanduíches, refrigerantes e não pratica atividade física. Nega perda de peso e não faz uso de medicações no momento. Durante a anamnese e realização do exame físico não foram identificados sinais de alarme ou alterações estruturais. Analisando este caso clínico responda: a) Qual o diagnóstico clínico, mais provável? (0,75) b) Construa um plano terapêutico com duas medidas não medicamentosas e com a principal medida farmacologica para esse paciente. (0,75) Alternativas: -- Resposta comentada: Resposta 1: Dispepsia funcional Resposta 2: Plano não medicamentoso: Orientar ao paciente iniciar uma alimentação saudável, evitando a ingesta de fast- foods, refrigerantes e alimentações copiosas. Incentivar a prática de atividade física, iniciando com caminhada na frequência de 3 a 4 vezes na semana no mínimo por 30 minutos. Plano Farmacológico: Prescrever um inibidor de bomba de próton de 4 a 6 semanas. GUSSO, Gustavo; LOPES, José M.C.; DIAS, Lêda C. (Orgs.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, Cap. 166. 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 5 de 13 5ª QUESTÃO Enunciado: A partir de seus conhecimentos sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), leia as afirmativas abaixo e responda em seguida o que se pede. I- A PNAISH foi criada para homens entre 60-70 anos como prioridade do cuidado na atenção primária, ao identificar essa faixa com alta mortalidade por doenças cardiovasculares. II- O eixo “Prevenção de Violências e Acidentes” visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a grave e contundente relação da população masculina com violências e acidentes. III- Os homens são sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, devendo ter papel fundamental no planejamento familiar e cuidado direto de seus filhos, como está estabelecido no eixo “Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva” da PNAISH. IV- O eixo “Doenças prevalentes na população masculina” visa o rastreamento do câncer de próstata, a partir da solicitação de PSA anual a todos os homens com idade entre 40-59 anos. É(são) correta(s) a(s) afirmativa(s): Alternativas: (alternativa A) I e II. (alternativa B) I e IV. (alternativa C) (CORRETA) II e III. (alternativa D) III e IV. 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 6 de 13 Resposta comentada: Na atenção à saúde o homem, assinalou-se a necessidade de reconhecer os diversos contextos socioculturais e político-econômicos para a compreensão da realidade singular masculina na promoção de ações de saúde. Essa complexa tarefa está esquematizada em cinco eixos: Acesso e acolhimento; Saúde sexual e reprodutiva; Paternidade e cuidado; Doenças prevalentes na população masculina; e Prevenção de violências e de acidentes. As alternativas II e III possuem exatamente a proposta inclusa nos eixos correspondentes e descritos nas afirmativas. A idade contemplada na PNAISH é de 20 a 59 anos e não 60 a 70 anos, como descrito na afirmativa I, o que a faz incorreta. O foco principal da PNAISH dentro do eixo “Doenças prevalentes na população masculina” reconhecimento das principais situações que afetam a saúde do homem nessa faixa etária. É sabido que a principal causa de morte na população masculina é por doenças do sistema circulatório, causas externas, neoplasias, doenças do sistema respiratório. O rastreamento do câncer de próstata com a dosagem sérica de PSA não faz parte da rotina de solicitação na saúde do homem e deve ser considerados fatores de risco pessoais e história clínica neste contexto. Referência: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009 SchwarzI, E.; GomesII, R.; CoutoII M. Política de Saúde do Homem, 2012 Elza Berger Salema Coelho, Eduardo Schwarz Carolina Carvalho Bolsoni, Thays Berger Conceição - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – 2018 6ª QUESTÃO Enunciado: Paciente sexo masculino, 62 anos, procura atendimento médico na ESF do seu bairro devido a dor abdominal. Paciente relata que há cerca de seis meses iniciou com episódios de saciedade precoce, muitas vezes só conseguindo comer metade da porção que costumava ingerir. Sente- se "de barriga cheia" o dia inteiro. Associado a isso, há dois meses iniciou com dor epigástrica, tipo queimação, que alivia com uso de medicamento antiácido afervescente que comprou na farmácia por indicação do vizinho. Como houve melhora da dor com o antiácido, não achou que precisava consultar um médico, mas sua esposa está preocupada pois notou um emagrecimento do paciente durante esse período. Refere que seu peso habitual é de 86 kg e hoje na triagem seu peso foi de 81,3 kg. Nega alteração no hábito intestinal. Nega náuseas ou vômitos. Nega comorbidades ou uso contínuo de medicamentos. Ex-tabagista, parou há 11 anos, quando o primeiro neto nasceu. Exame físico sem alterações. Em relação ao caso acima, assinale a assertiva que descreve a conduta mais indicada: 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 7 de 13 Alternativas: (alternativa A) Prescrever medicamento Inibidor da Bomba de Prótons durante quatro a oito semanas e orientar cuidados alimentares. (alternativa B) Encaminhar paciente para avaliação com nutricionista para adequar a dieta ao apetite do paciente e assim garantir o consumo adequado de calorias e nutrientes (alternativa C) Prescrever tratamento empírico para Helicobacter pylori com IBP associado a amoxicilina e claritromicina durante 14 dias. (alternativa D) (CORRETA) Solicitar exame de endoscopia digestiva alta - EDA - com prioridade para avaliação de possíveis lesões estruturais. Resposta comentada: O tratamento dos sintomas dispépticos ainda se apresenta como um desafio, pois muitos pacientes persistem sintomáticos mesmo após diversos tratamentos e intervenções. O médico deve saber identificar indivíduos que podem se beneficiar de medidas gerais não farmacológicos e/ou supressão ácida associada ou não a tratamento para eradicação do H pylori, separando aqueles com sinais de alerta que precisam de exames complementares. São sinais de alerta para indicação de EDA: - hematêmese - considerar encaminhar para emergência - perda de peso involuntária - disfagia - persistência de sintomas após o tratamento - anemia ferropriva - idade ≥ 60 anos Assim, o paciente do caso clínico da questão tem indicação de EDA como melhor conduta, o que está descrito na assertiva C Referência bibliográfica: Lopes, Antônio de Barros et al. Dispepsia e Refluxo. In: Duncan, Bruce B. et al (org.). MedicinaAmbulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2022. p 729-740. 7ª QUESTÃO 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 8 de 13 Enunciado: Dona Claudia, 52 anos, hipertensa, comparece a consulta médica na UBS após quase um ano sem acompanhamento. Relata que esteve cuidando da mãe doente em outro município e, nesse período, não realizou nenhuma avaliação de saúde. Retornou ao seu domicílio no último mês e hoje relata várias queixas. Com o adoecimento da mãe tornou-se a única cuidadora, trazendo muita ansiedade, aumento do apetite e insônia. Acha que ganhou muito peso, sente- se cansada a maior parte do tempo e passou a sentir dores articulares em joelhos e tornozelos, principalmente ao final do dia. Não interrompeu o uso dos anti-hipertensivos no período. Nega queixas relacionadas a outros sistemas. Ao exame: PA: 148x92 mmHg, FR: 21 irpm, FC: 98 bpm, Peso: 87 Kg, Altura: 159 cm, IMC: 34,5, circunferência abdominal: 108 cm. Aparelho cardiovascular e respiratório sem alterações, abdome globoso, normotenso, sem visceromegalias ou massas palpáveis. Sem edemas. Ao analisar a história e exame físico de Dona Cláudia é possível inferir que ela apresenta: Alternativas: (alternativa A) Obesidade grau II, com predomínio de gordura visceral, com circunferência abdominal acima do preconizado. (alternativa B) (CORRETA) Obesidade grau I, com predomínio de gordura visceral, com circunferência abdominal acima do preconizado. (alternativa C) Sobrepeso, com predomínio de gordura visceral, mas com circunferência abdominal ainda dentro do preconizado. (alternativa D) Obesidade grau III, com predomínio de gordura visceral, com circunferência abdominal acima do preconizado. Resposta comentada: A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal causada pelo balanço energético positivo, que pode ser mensurado por meio do índice de massa corporal (IMC), calculado pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. O IMC foi padronizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como referência para diagnóstico e classificação da obesidade na população geral, a partir dos seguintes parâmetros: Magro ou baixo peso: IMC <18,5; Normal ou eutrófico: IMC ≥ 18,5-24,9; Sobrepeso: IMC ≥ 25- 29,9; Obesidade Grau I: IMC ≥ 30-34,9; Obesidade Grau II: IMC ≥ 35-39,9; Obesidade Grau III: IMC ≥ 40. A OMS ainda estabelece que a medida da Circunferência Abdominal (CA) deve ser utilizada para caracterizar a obesidade troncular ou abdominal, que está associada ao desenvolvimento de síndrome metabólica, resistência à insulina e doença cardiovascular por aterosclerose. Os parâmetros para a CA são: até 94 cm em homens e 80 cm em mulheres. Referencias Gusso, G, Lopes JMC, Dias LC. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre : Artmed, 2019. 2 v. Cap 176. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO. Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2016. 4.ed. - São Paulo, SP 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 9 de 13 8ª QUESTÃO Enunciado: Em uma avaliação epidemiológica de uma unidade de saúde, identificou-se uma baixa cobertura vacinal em pacientes idosos durante a campanha da influenza realizada no município. Com a apresentação dos dados, após o rastreamento de casos, com o objetivo de impedir acontecimentos futuros indesejáveis a equipe decide realizar uma nova campanha de vacinação como medida de proteção e prevenção de casos de influenza. Baseado nos conceitos de rastreamento, identifique qual nível de prevenção está contemplado no presente relato. Alternativas: (alternativa A) Prevenção secundária. (alternativa B) (CORRETA) Prevenção primária. (alternativa C) Prevenção terciária. (alternativa D) Prevenção quartenária. Resposta comentada: Resposta comentada: Prevenção primária: envolve medidas que atuam antes do adoecimento e impedem a ocorrência de doenças. Inclui a promoção da saúde, a proteção inespecífica (nutrição, água potável, saneamento) e a proteção específica dirigida a uma determinada doença, por exemplo, imunização. NORMAN A.H.; TESSER, C.D. Rastreamento de doenças. In: GUSSO, Gustavo; LOPES, José M.C. DIAS, Lêda C. (Orgs.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, p. 2388. Cap. 72. 9ª QUESTÃO 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 10 de 13 Enunciado: Leia o caso clínico abaixo: “Um paciente de 45 anos procura a unidade básica de saúde com queixas de aumento da sede, aumento da frequência urinária e perda de peso inexplicada nas últimas semanas. Ele relata também fadiga constante e visão turva. Durante o exame clínico, o médico observa um índice de massa corporal (IMC) elevado e histórico familiar de diabetes”. Com base na situação hipotética acima avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. Com base nas queixas relatadas e no histórico familiar, o médico suspeita de diabetes melitus tipo 2. PORQUE II. A presença de aumento da sede, aumento da frequência urinária, perda de peso inexplicada, fadiga e visão turva são sintomas característicos da hiperglicemia crônica que ocorre em pacientes com diabetes melitus tipo 2. Alternativas: (alternativa A) A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira; (alternativa B) A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa; (alternativa C) (CORRETA) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma explicação correta da I; (alternativa D) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma explicação correta da I; Resposta comentada: A asserção I é verdadeira porque, com base nas queixas relatadas pelo paciente (aumento da sede, aumento da frequência urinária, perda de peso inexplicada, fadiga e visão turva), juntamente com o histórico familiar de diabetes, o médico tem motivos para suspeitar de diabetes melitus tipo 2. Esses sintomas são consistentes com a hiperglicemia crônica, que é uma característica desse tipo de diabetes. Além disso, o paciente possui um índice de massa corporal (IMC) elevado, o que é um fator de risco adicional para o desenvolvimento de diabetes melitus tipo 2. E a asserção II é uma explicação correta da asserção I, pois a asserção II apresenta uma descrição correta dos sintomas e do histórico familiar que levam à suspeita de diabetes tipo 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.: il. Cadernos de Atenção Básica, n. 36. GUSSO, Gustavo; LOPES, José M. C.; DIAS, Lêda C. (Orgs.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, p. 2388. Cap. 178. 10ª QUESTÃO 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 11 de 13 Enunciado: Dona Glória Maria, 48 anos, comparece a UBS pela primeira vez para uma consulta médica. Não frequenta a UBS devido incompatibilidade dos horários da unidade de saúde e seu trabalho, mas costuma realizar exames anuais com especialista na rede privada. Na avaliação de hoje, relatou diagnóstico recente de diabetes tipo II, porém a medicação prescrita pelo outro profissional não era disponibilizada no SUS e, diante do alto valor, tornou-se inviável manter o tratamento. Admite não ter realizado outras medidas propostas pelo especialista para um melhor controle glicêmico. É tabagista, fuma 10 cigarros/dia, etilista social, com consumo de cervejas, cerca de 5 latas aos finais de semana. Hoje queixa de polidipsia e poliúria, apresenta seus últimos exames realizados, os mesmos que foram utilizados no diagnóstico: Glicemia de jejum 172 mg/dl, Hemoglobina Glicada 7,5%. Ademais, deseja uma reavaliação da terapia medicamentosa para uma melhor adesão ao tratamento. Considerando a situaçãoclínica de Dona Glória Maria, responda as questões propostas nos itens a seguir: a) Cite dois antidiabéticos orais de classes distintas, disponíveis no Sistema Único de Saúde, que poderiam ser prescritas para Dona Glória Maria. (0,75) b) Construa um plano terapêutico para Dona Maria com três medidas não farmacológicas para melhor controle glicêmico. (Valor: 0,75 ponto) Alternativas: -- 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 12 de 13 Resposta comentada: a) Antidiabéticos orais disponíveis no SUS : - Biguanidas (Metformina). - Sulfonilureia (Glibenclamida, Gliclazida). - Dapaglifozina. b) As medidas de estilo de vida (MEVs) incluindo dieta adequada, atividade física regular, aconselhamento sobre o uso de álcool, cigarro e outras drogas – têm efeito sobre o controle glicêmico, semelhante aos antidiabéticos orais, além de reduzirem o risco cardiovascular global. Portanto, as medidas não farmacológicas no tratamento da DM2 devem incluir minimamente: - Alimentação saudável com orientações dietéticas específicas para o DM: retirada do açúcar simples das refeições, redução no consumo de carboidratos, alimentos ultraprocessados e ricos em açucares adicionados. - Atividade física regular: O exercício físico, por mais de 150 minutos semanais de intensidade moderada a vigorosa, é altamente recomendado para prevenção e controle do DM2 e na prevenção das doenças cardiovasculares em diabéticos. Preferencialmente, a combinação de exercícios aeróbicos e de resistência é recomendada tanto para a prevenção como para o controle do DM. - cessação do álcool. - cessação do tabagismo. - perda ponderal (5-10%) nos pacientes com sobrepeso e obesidade. Referencia Gusso, G, Lopes JMC, Dias LC. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre : Artmed, 2019. 2 v. Cap 178. Silva Júnior WS, Fioretti A, Vancea D, Macedo C, Zagury R, Bertoluci M. Atividade física e exercício no pré-diabetes e DM2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-8, ISBN: 978-65-5941-622-6. 000094.16001a.b2a711.13e34a.0d7836.fd30b8.454f2d.93ad4 Pgina 13 de 13