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Trabalho de TCC. (Monografia) Curso de Agronomia. Instituição Una Itabira – RA: 702110011 TITULO: Planejamento da irrigação com uso de técnicas para agricultura familiar. RESUMO O objetivo deste artigo é trazer informações sobre a importância da irrigação para o pequeno produtor rural, levando conhecimento sobre o manejo e os principais tipos de sistemas de irrigação, os benefícios e riscos na utilização de cada método além das vantagens em fazer um planejamento. A irrigação desempenha um papel fundamental na agricultura familiar, tanto em termos de conceito quanto de importância. O conceito de irrigação refere-se à aplicação controlada de água nas plantas cultivadas, de forma a suprir suas necessidades hídricas e promover o crescimento saudável das culturas. Na agricultura familiar, onde as áreas cultivadas geralmente são menores e o acesso a recursos hídricos pode ser limitado, a irrigação se torna ainda mais crucial. Ela permite aos cultivos controlar o fornecimento de água às plantas, independentemente das condições climáticas, confiante para aumentar a produção, melhorar a qualidade dos cultivos e reduzir o risco de perdas por estresse hídrico. Foram utilizados para realizar buscas em bases de dados científicos, como Google Acadêmico, e Scielo bem como em periódicos científicos especializados na área agrícola. Palavras-Chave: Sustentabilidade. INTRUDUÇÃO A água é um elemento indispensável para a vida, além de ser um componente essencial da paisagem e do meio ambiente. Este recurso de valor inestimável possui múltiplas utilidades, tais como a geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação, navegação, recreação, turismo, aquicultura, piscicultura, pesca, assimilação e condução de esgoto (SILVA e PRUSKI, . 2000. 659 p.) Atualmente, a irrigação é considerada um recurso fundamental para a obtenção de altas produtividades em diversas culturas, sendo de grande importância para a agricultura. Isso porque a irrigação está diretamente relacionada com o sistema planta, água, clima e solo. Dessa forma, é essencial o conhecimento das relações entre esses aspectos, a fim de projetar sistemas de irrigação que possibilitem maior produtividade e qualidade do produto (BISPO et al., 2017). Vários sistemas de irrigação têm sido estudados com a finalidade de elevar a produtividade e tornar o manejo da irrigação mais eficiente. A irrigação tem potencial para aumentar a produtividade em todo o mundo, quando comparada com cultivos de sequeiro. Portanto, o monitoramento eficiente das superfícies irrigadas, com o acompanhamento da dinâmica dos cultivos e a avaliação, é de grande importância para a eficiência da irrigação (RIBEIRO et al., 2017). O manejo apropriado da irrigação é uma etapa crucial dentro do processo de produção agrícola, que engloba tanto o uso eficiente da água, promovendo a conservação do meio ambiente, quanto o compromisso com a produtividade da cultura explorada (CAMARGO, 2016). A agricultura familiar brasileira tem importância significativa no desenvolvimento do país, sendo a base para as muitas famílias que moram no campo. Com isso, é importante desenvolver tecnologias alternativas para aprimorar os sistemas de produção para a agricultura familiar por meio do desenvolvimento de técnicas que otimizem os tratos culturais, manejo do solo e da água. (ALVES, 2016). Esta revisão bibliográfica tem como objetivo compilar e analisar estudos científicos e técnicos relevantes sobre o planejamento da irrigação com o uso de técnicas específicas para a agricultura familiar. METODOLOGIA A metodologia adotada para a realização desta revisão compreende as seguintes etapas: - Identificação dos termos de pesquisa: Foram definidos os termos-chave relacionados ao tema, como "planejamento da irrigação", "agricultura familiar" e "técnicas de irrigação". Esses termos foram utilizados para realizar buscas em bases de dados científicos, como Google Acadêmico e Scielo bem como em periódicos científicos especializados na área agrícola. - Seleção de artigos: Foram critérios de inclusão e exclusão para a seleção dos artigos. Os critérios de inclusão consideraram a conformidade do conteúdo para o tema, a qualidade do estudo e a adequação aos objetivos da revisão. Os critérios de exclusão consideram artigos duplicados, estudos que não abordavam diretamente o planejamento da irrigação na agricultura familiar e estudos não disponíveis na íntegra. - Análise e síntese dos artigos: Os artigos selecionados foram lidos e analisados em detalhes, com o objetivo de identificar informações relevantes relacionadas ao planejamento da irrigação na agricultura familiar e às técnicas de irrigação utilizadas. Foram extraídos dados sobre os conceitos, métodos, vantagens e resultados obtidos em cada estudo. - Organização dos resultados: Os dados extraídos foram organizados de forma crítica, agrupando-se os estudos por temas comuns, como técnicas de irrigação utilizadas na agricultura familiar, critérios de planejamento considerados, impactos na produtividade das culturas, eficiência hídrica, viabilidade econômica, entre outros. Os resultados foram então sintetizados e apresentados de forma clara e objetiva. A revisão bibliográfica abrangeu uma ampla compilação e análise de estudos científicos e técnicos relacionados ao planejamento da irrigação na agricultura familiar. Isso permitiu obter informações sobre as técnicas de irrigação mais utilizadas, seus benefícios e preservação, critérios de planejamento respeitados, impactos na produtividade das culturas, eficiência hídrica, viabilidade econômica e outras questões relevantes. É importante ressaltar que a revisão bibliográfica tem suas limitações, uma vez que se baseia em estudos já publicados. Portanto, a confiabilidade e a qualidade dos resultados dependem da qualidade e da disponibilidade dos artigos selecionados. No entanto, a metodologia adotada proporcionou uma compreensão abrangente e aprofundada do tema, fornecendo uma base sólida para a reflexão no trabalho. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. Agricultura Familiar Primeiramente, para a formação do conceito de agricultura familiar é necessária assim como a exposição do que é agricultura familiar do ponto de vista legal. De acordo com o art. 3º da Lei n. 11.326/2006, o agricultor familiar é aquele que desenvolve atividades no meio rural e cumpre os seguintes critérios: • I - não deter área maior do que quatro módulos fiscais. • II - utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; • III – ter percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo; • IV – o estabelecimento ser dirigido pelo agricultor (a) com sua família. As definições de Agricultura Familiar, para os autores permeiam a ideia de que este modelo de agricultura está relacionado a pequenas propriedades com baixo aporte tecnológico e executado por membros que apresentam relações sociais próximas. O módulo fiscal é uma unidade relativa de área, expressa em hectares, fixada para cada município, instituída pela Lei n. 6.746, de 10 de dezembro de 1979, que leva em conta: – tipo de exploração predominante no município; – a renda obtida com a exploração predominante. Veiga et al. (2015) destacam que a agricultura familiar é um tipo de atividade econômica que se caracteriza pela posse de pequenas propriedades rurais, na qual o produtor é o responsável pela gestão e execução das atividades agrícolas e agropecuárias. Carneiro (2013) destaca que a agricultura familiar é uma forma de produção agrícola que se baseia em relações sociais mais próximas e familiares, sendo que a produção é destinada, principalmente, para o consumo próprio ou para o mercado local e regional. Já Ribeiro e Leite (2011) destacam que a agricultura familiar se caracteriza por ser uma atividade que envolve a família em todas as etapas do processo produtivo, desde o plantio até a comercialização, sendo quea produção é realizada com baixo uso de tecnologia e maquinário, de forma que há um maior aproveitamento dos recursos disponíveis. Em âmbito legislativo amplo, Guanziroli, Cardim et al. (2000) rever forma de citação. cita que o universo da agricultura familiar foi caracterizado de forma mais geral por negócios que atendiam, em conjunto, os seguintes requisitos: a) a direção dos trabalhos do estabelecimento era exercida pelo produtor; b) o trabalho familiar era superior ao trabalho contratado. Por meio de estudos já publicados, nota-se que a delimitação legal do conceito de agricultor familiar é a combinação de vários critérios como: o tamanho da propriedade, a predominância da família na mão de obra e na renda, e a gestão da família sobre a produção. Esta delimitação é vasta e abrange as diferentes situações e as diversidades que existem nas regiões do país (ALTAFIN, 2007). A participação da agricultura familiar na produção agropecuária sofreu um leve decréscimo em uma década, passando de 37,91% em 1996 para 36,61% em 2006. Mesmo após esse decréscimo, é confirmada a importância econômica deste segmento que cresceu de forma parelha as mais destacadas cadeias produtivas agropecuárias do campo brasileiro (GUANZIROLI; BUAINAIN; SABBATO, 2012). 2. Métodos e sistemas de irrigação 2.1Irrigação por aspersão Segundo Bernado, 2008: Essa técnica envolve a distribuição de água por meio de aspersores que lançam a água no ar em forma de gotas, as quais caem sobre as plantas. Pode ser realizado com aspersores fixos ou móveis e abrange diferentes sistemas, como o convencional, o de alto rendimento e de baixa vazão. Essa técnica é amplamente utilizada na agricultura e possui diversas vantagens. Entre elas a cobertura ampla, uma vez que é capaz de cobrir uma área significativa de cultivo, proporcionando uma distribuição uniforme de água sobre as plantas. Isso é particularmente útil em cultivos com espaçamentos maiores ou áreas extensas. Outra vantagem é a flexibilidade, pois os sistemas de irrigação por aspersão oferecem flexibilidade na aplicação de água, pois podem ser ajustados de acordo com as necessidades específicas das culturas. É possível controlar a intensidade e a frequência da irrigação, adaptando-as às condições climáticas e de crescimento das plantas. A formação das gotas é obtida pela passagem da água sob pressão por orifícios presentes em tubulações ou em dispositivos mecânicos chamado de aspersores ou sprays (TESTEZLAF, 2011) Esse sistema proporciona algumas vantagens sobre o método por superfície e é essencial que se tenha esse conhecimento antes da escolha do sistema a utilizar. Essas principais vantagens são: não necessita da sistematização ou da preparação do terreno, alta mobilidade, flexível em relação a maneira aplicada, riscos de prejudicar o solo reduzidos, apresenta perdas menores (TESTEZLAF, 2011). Porém, esse tipo de sistema apresenta algumas limitações que devem ser consideradas durante a escolha: depende do vento para ser eficiente, custo de investimento inicial superior ao método de superfície, custo operacional elevado, necessita de manutenção e cuidados com os equipamentos, dependendo da cultura não é recomendada, a qualidade da água influencia na durabilidade e funcionalidade dos equipamentos (TESTEZLAF, 2011). A sequência de citações de um mesmo autor não configura uma revisão. Nos parágrafos acima, achar informação em outros trabalhos/livros. Citou muitas vezes o TESTEZLAF, 2011. O método da aspersão pode ser dividido em dois tipos, segundo Testezlaf (2011): Sistemas Convencionais: São os sistemas que se utilizam de componentes como moto bombas, tubulações ou aspersores, e que são móveis, podendo ser movimentado durante a produção, ou podendo deixar parado até terminar o período de produzir. Sistemas Mecanizados: São os sistemas em que os aspersores ou sprays são instalados em estruturas que se movem ao longo da área de produção. Estruturas essas que podem ser movimentadas com o auxílio de um trator, ou que podem ser automatizadas para fazer movimentos lineares ou circulares. 2.1 Irrigação por sulcos: A irrigação por sulcos é uma técnica de aplicação de água na agricultura em que a água é direcionada através de sulcos ou canais ao longo das externas de plantas. Essa técnica é comumente utilizada em culturas como milho, feijão, algodão e diversas hortaliças. A importância da irrigação por sulcos está relacionada aos benefícios que ela proporciona. Primeiramente, essa técnica permite uma distribuição controlada da água, direcionando-a especificamente às raízes das plantas. Dessa forma, evita-se o desperdício de água, pois apenas a quantidade necessária para suprir as necessidades hídricas das plantas é aplicada. A irrigação por sulcos também pode contribuir para o controle de ervas daninhas, uma vez que a água é aplicada diretamente nas linhas de cultivo, limitando a disponibilidade de água para o crescimento dessas plantas indesejadas entre as irrigadas de cultivo. Além disso, essa técnica facilita o monitoramento e a aplicação de fertilizantes, uma vez que os nutrientes podem ser adicionados junto com a água nos sulcos, permitindo uma nutrição mais direcionada às raízes das plantas. (FERNANDES, 2015) A irrigação por sulcos é particularmente relevante em regiões com solos de baixa permeabilidade, como solos argilosos, onde a infiltração da água é mais lenta. Por direcionar a água diretamente às raízes, essa técnica evita o acúmulo de água na superfície do solo e permite uma melhor absorção pelas plantas (IRRIGATION DIRECT, 2016). No entanto, é importante ressaltar que a irrigação por sulcos requer um bom planejamento e manejo adequado, de forma a evitar problemas como o manejo do solo ao longo dos sulcos e o desperdício de água em áreas não aproveitadas pelas plantas. O uso de práticas de conservação de água e solo, como a construção de terraços e adoção de cobertura vegetal, também pode ser recomendado para maximizar os benefícios da irrigação por sulcos. 2.1. Na irrigação por gotejamento, Segundo Carvalho: Essa técnica consiste no fornecimento de água em pequenas quantidades e gotas, diretamente na zona radicular das plantas, evitando desperdícios e reduzindo as perdas por evaporação e lixiviação. Isso resulta em um uso mais eficiente da água, o que é especialmente importante em regiões com escassez hídrica. Além de economizar água, a irrigação por gotejamento também traz outros benefícios. Ela contribui para o controle do desenvolvimento de ervas daninhas, uma vez que a água é aplicada diretamente nas plantas cultivadas, reduzindo a umidade em áreas não desejadas. Além disso, como a folhagem das plantas permanece seca, há uma redução nos problemas relacionados a doenças foliares. (CARVALHO, T. P. et al. (2019) A irrigação por gotejamento é amplamente utilizada em culturas como hortaliças, frutas, vinhas, plantas ornamentais e cultivos em estufas. No entanto, é importante considerar alguns aspectos ao programar essa técnica, como a manutenção adequada dos emissores de gotejamento, o controle da qualidade da água e a uniformidade da distribuição da água ao longo do sistema de irrigação. (PEREIRA, 2020) Em resumo, a irrigação por gotejamento é uma técnica altamente eficiente, econômica e sustentável, permitindo um uso preciso da água, melhorando a produtividade e reduzindo os impactos ambientais. A técnica de irrigação por gotejamento é um método eficiente e preciso de aplicação de água às plantas. Nesse sistema, a água é conduzida diretamente às raízes das plantas, gotejando lentamente por meio de tubos perfurados ou emissores individuais posicionados próximos às plantas. Essa técnica apresenta várias vantagens. Para Alves, primeiramente, permite um usomais eficiente da água, pois reduz as perdas por evaporação e lixiviação, entregando a água diretamente onde é necessária, evitando desperdícios. Além disso, promove uma distribuição uniforme da água, evitando o encharcamento do solo e a formação de poças. Isso contribui para um melhor aproveitamento dos nutrientes presentes no solo, uma vez que a água é disponibilizada diretamente às raízes. A irrigação por gotejamento também é adequada para diferentes tipos de solo, desde solos arenosos até solos argilosos, uma vez que a taxa de aplicação de água pode ser ajustada conforme as necessidades de cada cultura. Outra vantagem é a possibilidade de aplicação de fertilizantes e produtos químicos diretamente através do sistema de gotejamento, o que permite uma nutrição precisa das plantas e o controle de pragas e doenças. (ALVES, 2016) Essa técnica é especialmente relevante na agricultura familiar, pois pode ser adaptada a áreas menores, permitindo um uso mais eficiente da água e atendendo os custos com irrigação. Também é adequado para culturas em estufas, pomares, hortas e até mesmo para jardinagem em residências. No entanto, é importante realizar um bom planejamento e manutenção do sistema de irrigação por gotejamento, incluindo a limpeza periódica dos emissores para evitar obstruções e garantir o bom funcionamento do sistema. 2.2 Irrigação por micro aspersão A irrigação por micro aspersão é uma técnica de irrigação que utiliza emissores de pequeno porte para fornecer água às plantas em forma de gotas finas. Esses emissores são posicionados próximos às plantas e podem ter diferentes padrões de distribuição, como jatos, névoa ou leque, dependendo da cultura e das necessidades de irrigação. A irrigação por micro aspersão é um método eficiente que minimiza as perdas de água por evaporação e lixiviação. As gotas finas permitem que a água seja aplicada diretamente na zona radicular das plantas, dispensando o desperdício de água em áreas não cultivadas. Outro ponto positivo é a possibilidade de ajustar a taxa de aplicação de água de acordo com as necessidades específicas das plantas. Os emissores de micro aspersão permitem regular a vazão e a pressão da água, adaptando-se às diferentes demandas hídricas das culturas em diferentes trajetórias de crescimento. HESS, RG e BAUDER, JW (2007). A irrigação por micro aspersão permite uma distribuição mais uniforme da água em comparação com outras técnicas de irrigação, como a aspersão convencional. Isso resulta em uma cobertura protegida das áreas irrigadas, evitando áreas secas ou térmicas. 3 Eficiência dos métodos de irrigação Eficiência de irrigação é definida como a relação entre a quantidade de água que a cultura requer e a quantidade aplicada pelo sistema para suprir essa necessidade. Quanto menor a perda de água em consequência do escoamento, evaporação e drenagem maior será a eficiência de um sistema. Ao selecionar um sistema é necessário o conhecimento da eficiência de cada método de aplicação de água. Valores médios de eficiência dos diferentes métodos são apresentados na tabela 1 (LIMA; FERREIRA; CHRISTOFIDIS, 1999). Tabela 1 – Eficiência dos métodos de irrigação e seu respectivo consumo de energia. Método Eficiência de irrigação (%) Uso de Energia (Kwh/mm/h Superficial 40 a 75 0,3 – 3 Subsuperficial 40 a 75 0 – 0,5 Aspersão 60 a 90 2 – 6 Localizada 75 a 96 1 – 4 Fonte: (MAROUELLI; SILVA, 1998) Silva (1999) examina a eficiência do uso da água em sistemas de irrigação de pequena escala na agricultura familiar, destacando práticas de manejo e tecnologias que podem melhorar a eficiência hídrica. O autor concluiu resultado satisfatório em relação a custo benefício. Rodrigues, 2019 faz um estudo analisando a eficiência da irrigação em sistemas agrícolas de pequena escala, utilizando um estudo de caso no Nordeste do Brasil. Na avaliação da eficiência do uso da água em diferentes práticas de irrigação concluiu-se que há grande impacto positivo na produtividade agrícola. Souza, Botelho Carvalho, 2020 fazem uma avaliação da eficiência da irrigação na agricultura familiar por meio de um estudo de caso no Brasil. São analisados indicadores de eficiência hídrica e produtiva, além de identificar fatores que influenciam na adoção de práticas mais eficientes. Pereira, Villar e Oliveira (2020) revisaram diferentes tecnologias de irrigação utilizadas em sistemas de pequena escala, avaliando sua eficiência e fatores que influenciam sua adoção. Os autores abordam e concluem a grande a importância do planejamento e da gestão adequada para melhorar a eficiência da irrigação em sistemas familiares. Portanto, a eficiência dos métodos de irrigação é um fator determinante para o sucesso da produção agrícola. A escolha do sistema de irrigação deve ser feita levando em consideração a eficiência do método a ser utilizado, bem como as características da cultura e da topografia do terreno. 4 Irrigação na agricultura familiar A irrigação é uma técnica agrícola milenar que surgiu no Antigo Egito e na Mesopotâmia, onde os agricultores utilizavam a inundação de áreas de várzeas na época das chuvas para produzir alimentos (BERNARDO et al., 2008). Com o passar do tempo e o desenvolvimento das civilizações, a irrigação tornou-se uma ferramenta importante para suprir a escassez de água em algumas regiões. A irrigação desempenha um papel fundamental na agricultura familiar, tanto em termos de conceito quanto de importância. O conceito de irrigação refere-se à aplicação controlada de água nas plantas cultivadas, de forma a suprir suas necessidades hídricas e promover o crescimento saudável das culturas (CARNEIRO, 2013) Na agricultura familiar, onde as áreas cultivadas geralmente são menores e o acesso a recursos hídricos pode ser limitado, a irrigação se torna ainda mais crucial. Ela permite aos produtores controlar o fornecimento de água às plantas com objetivo de aumentar a produção, melhorar a qualidade dos cultivos e reduzir o risco de perdas por estresse hídrico. (CARNEIRO, 2013) Além disso, a irrigação na agricultura familiar promove a diversificação de culturas, permitindo o cultivo de variedades que não são adaptadas às condições climáticas locais ou períodos de seca. Isso amplia as opções de produção e contribui para a segurança alimentar das famílias agrícolas, além de possibilitar a geração de excedentes para venda no mercado. A irrigação também desempenha um papel na sustentabilidade da agricultura familiar, pois permite o uso eficiente dos recursos hídricos disponíveis. A aplicação adequada de água por meio de sistemas de irrigação eficientes, como gotejamento ou micro aspersão, reduz o desperdício e minimiza a exploração excessiva dos aquíferos ou fontes de água locais. Dessa forma, a irrigação na agricultura familiar contribui para o aumento da produtividade, a segurança alimentar, a diversificação de culturas e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Ela é essencial para que os familiares possam enfrentar os desafios climáticos e biológicos, aprender suas condições de vida e fortalecer a agricultura no ambiente local. (NEFFATI,2020) Atualmente, a irrigação é amplamente utilizada no agronegócio, proporcionando sistemas de produção altamente rentáveis e sustentáveis, preservando o meio ambiente e criando condições para a manutenção humana no campo, por meio da geração de empregos (MANTOVANI, 2007). No Brasil, a área irrigada tem aumentado expressivamente nos últimos anos, passando de 462 mil hectares para 6,95 milhões de hectares, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA, 2017). Esse crescimento está diretamente relacionado com a necessidade de desenvolvimento de uma agricultura competitiva que atenda ao crescimento populacional mundial, demandando cada vez mais produtos em qualidade e quantidade cada vez maiores. No entanto, o planejamento da irrigação é crucial paragarantir o uso eficiente e sustentável da água na agricultura, principalmente na agricultura familiar. A adoção de técnicas de planejamento da irrigação pode aumentar a produtividade e a rentabilidade da atividade, além de contribuir para a conservação dos recursos naturais (ALVES, 2016). Dessa forma, é fundamental que os produtores rurais, principalmente os da agricultura familiar, tenham acesso a informações sobre as técnicas de planejamento da irrigação, visando aperfeiçoar a produção e promover a sustentabilidade da atividade agrícola. 4.1 Benefícios da Irrigação ao Produtor Familiar A técnica da irrigação gera inúmeros benefícios para os agricultores ao ser utilizado no sistema produtivo, cravando sua importância na agricultura. Os principais benefícios de acordo com Testezlaf (2011) serão mostrados a seguir: Garantia de produção e redução dos riscos de quebra de safra: Mesmo quando faltar chuva, o risco de quebra de safra com a utilização das técnicas de irrigação é minimizado, garantindo a produção. Fator decisivo para atrair investimentos. Aumento de produtividade: Utilizando as técnicas para complementar a água da chuva a irrigação permite que a presença constante de água nas raízes das plantas deixe o solo em uma umidade ótima de desenvolvimento, proporcionando uma produtividade acima da média. A irrigação permite que o produtor possa cultivar em períodos de estiagem, o que é comum em regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil. Com isso, é possível garantir colheitas mais abundantes e com melhor qualidade. Um estudo realizado por Carvalho et al. (2019) mostrou que a utilização da irrigação por gotejamento aumentou em 31,6% a produtividade da cultura do tomate em comparação ao sistema de cultivo por sequeiro. Outro estudo, agora desenvolvido por Bispo et al. (2017) mostrou que a irrigação aumentou a produtividade de diversas culturas, como o milho e o feijão, em até 100%. (BISPO, 2017) Melhoria na qualidade do produto: É comprovado cientificamente que algumas espécies de plantas, sob o regime controlado de irrigação e fertilizante, apresenta uma melhoria no produto final. Aumento no número de safras: Permite ao agricultor ampliar o número de safras tendo a possibilidade de colher na entressafra, não somente colhendo uma safra por ano, melhorando a lucratividade da produção. A Eficiência da Irrigação A eficiência da irrigação é um aspecto crucial na agricultura, pois afeta diretamente a eficiência do uso dos recursos hídricos, a produtividade das culturas e a sustentabilidade dos sistemas de produção. Uma das medidas comumente utilizadas para avaliar a eficiência da irrigação é a eficiência de aplicação, que indica a porcentagem de água aplicada que realmente é utilizada pelas plantas. Quanto maior a eficiência de aplicação, menor é o desperdício de água. Isso pode ser alcançado por meio de técnicas e equipamentos de irrigação adequados, como gotejamento, micro aspersão ou aspersão de baixa pressão, que fornecem água diretamente às raízes das plantas, perdas por evaporação e escoamento superficial. Além da eficiência de aplicação, a eficiência do uso da água é outra medida importante na avaliação da eficiência da irrigação. Ela relaciona a quantidade de água utilizada pela cultura com a quantidade de produção tratada. Uma alta eficiência do uso da água indica uma produção significativa em relação ao consumo hídrico, refletindo um uso eficiente da água na agricultura. A adoção de práticas de manejo também desempenha um papel essencial na maximização da eficiência da irrigação. Isso inclui o monitoramento regular da umidade do solo, o ajuste das taxas de irrigação com base nas necessidades das plantas, uma programação adequada dos horários de irrigação e gerenciamento integrado da água e dos nutrientes. É importante ressaltar que a eficiência da irrigação não se limita apenas ao uso racional da água, mas também está ligada a outros fatores, como a eficiência energética dos sistemas de irrigação, o custo-benefício das práticas adotadas e os impactos ambientais associados. A eficiência da irrigação exerce um papel crucial na sustentabilidade da agricultura, permitindo o uso eficiente dos recursos hídricos, aumentando a produtividade das culturas e mantendo os impactos ambientais. A utilização de técnicas e práticas adotadas, aliada ao manejo eficiente dos recursos, é fundamental para alcançar uma irrigação eficiente e sustentável na agricultura. CONSIDERAÇÕES FINAIS O planejamento da irrigação com uso de técnicas ajustadas para a agricultura familiar é de fundamental importância para o aumento da produtividade, a otimização do uso de recursos hídricos e promoção do desenvolvimento sustentável no setor agrícola. Por meio desta revisão bibliográfica, foi possível destacar os principais aspectos relacionados a essa temática na agricultura familiar. Ao longo deste estudo, identificamos que a utilização de técnicas de irrigação específicas para uma agricultura familiar pode proporcionar benefícios duradouros. O uso de técnicas como a irrigação por gotejamento, a microaspersão e os sulcos demonstraram vantagens como a economia de água, a redução de perdas por evaporação e lixiviação de nutrientes, além da maior eficiência na distribuição da água e dos fertilizantes. Essas técnicas também possibilitam um melhor controle da umidade do solo, garantindo para o desenvolvimento saudável das culturas. Além disso, o planejamento adequado da irrigação na agricultura familiar considera aspectos como a disponibilidade de água, a capacidade de investimento dos agricultores, as características das culturas e a infraestrutura disponível. É essencial considerar também a capacitação e o suporte técnico aos agricultores, a fim de promover a correta implementação das técnicas de irrigação e garantir a sua passagem. No entanto, é importante ressaltar que a adoção de técnicas de irrigação na agricultura familiar pode enfrentar desafios, como a falta de acesso a recursos financeiros, a falta de conhecimento técnico e as limitações de infraestrutura. É necessário um esforço conjunto de governo, instituições de pesquisa e organizações agrícolas para promover políticas e programas de incentivo que auxiliem os familiares na adoção dessas técnicas, fornecendo capacitação, acesso a crédito e assistência técnica. Em conclusão, o planejamento da irrigação com uso de técnicas para agricultura familiar é um fator-chave para o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar. Através da implementação de técnicas aplicadas, os agricultores familiares podem aumentar a produtividade e a eficiência no uso de recursos hídricos, garantindo para a sua sustentabilidade econômica e ambiental. No entanto, é necessário um apoio institucional e político contínuo para viabilizar a adoção dessas técnicas, promovendo o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável. Parte superior do formulário REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, A. M. A agricultura familiar e a irrigação. São Paulo: Instituto de Economia Agrícola, 2016. ANA. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Brasília, 2017. BERNARDO, S. et al. Irrigação: princípios e métodos. Viçosa, MG: Editora UFV, 2008. BISPO, V. C. et al. Crescimento e produtividade do feijoeiro com diferentes tensões de água no solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 21, n. 2, p. 97-102, 2017. 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