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Processos Comunicativos Moisés Stefano Barel A sociedade contemporânea possui diversas necessidades para o estabelecimento de uma relação inclusiva entre os indivíduos. Dentre eles, faz parte a comunicação. Em tempos de produção acelerada e livre circulação de mensagens através das redes sociais, é preciso entendermos e conhecermos as ferramentas comunicacionais, entre elas, a linguagem, língua e a fala, bem como, os elementos que constituem o processo de transmissão e recepção de mensagens. 2 Subtópicos O que é comunicação? ��������������������������������������� 3 Ferramentas da comunicação: linguagem, língua e fala ��������������6 Considerações finais ���������������������������������������������������������������������11 Processo comunicativo e elementos da comunicação �������������������������������������������������������12 Considerações finais ���������������������������������������������������������������������17 Funções da linguagem ��������������������������������������18 Considerações finais ���������������������������������������������������������������������22 Comunicação empresarial: conceitos e estratégias ���������������������������������������������������������� 23 Considerações finais ���������������������������������������������������������������������33 Referências Bibliográficas & Consultadas ��34 3 O que é comunicação? A comunicação é uma área de conhecimento que envol- ve requisitos interdisciplinares� Para compreendê-la, é necessário transitar não apenas por ela, mas por áreas correlatas como História, Psicologia, Direito, Marketing, Administração, Jornalismo, Design, entre outros cam- pos do saber, ou pelos próprios meios de comunicação impressos, como jornais e revistas, analógicos, como a televisão e o rádio ou, mais recentemente, plataformas digitais, através da internet, que permitem trocas de mensagens instantâneas, além de uma série de outros recursos� É interessante observarmos, ainda, que a comunica- ção pode ocorrer entre as pessoas, entre pessoas e máquinas, e até mesmo, entre máquinas e máquinas, através, por exemplo, da transmissão automatizada de informações entre dois terminais distintos, como ocorre, por exemplo, na transmissão de dados bancários entre um caixa eletrônico e os servidores de informática cen- trais de uma instituição� A comunicação também pode ser influenciada pelo contexto no qual ocorre, uma vez que fatores políticos, sociais, culturais ou econômicos podem impactar a produção e difusão dos conteúdos� A partir disso, é importante termos claro que trataremos aqui de conceitos teóricos, buscando uma compreensão ampla sobre a importância, não apenas de realizarmos uma boa comunicação para transmitir uma mensagem, 4 mas também para que possamos identificar, analisar e compreender o impacto que este campo do saber possui para o mundo contemporâneo� Além disso, ao entendermos como elementos como fala, escrita e ou- tras formas de expressão estão, direta ou indiretamente, vinculadas, podemos ampliar nosso conhecimento e termos a possibilidade nos destacarmos no mercado de trabalho� Mas, afinal, como podemos didatizar a explicação do que vem a ser comunicação? De modo resumido, cremos que se trata do processo de troca ou transmissão de informações entre dois polos. Sobre isso, verifiquemos uma explicação do teórico Roberto Elísio dos Santos, contida na obra As teorias da comunicação (2003, p� 14): “Os estudos da comunicação podem privilegiar o emissor, a mensagem, o código utilizado, o meio que difunde a comunicação, o receptor ou o efeito desse processo”� Ou seja: comunicar é levar adiante uma de- terminada mensagem e, em todas as situações, traba- lhar para que ela seja eficaz e cumpra o seu propósito que, acima de tudo, é ser entendida por quem a recebe� Surge então outro questionamento: por que as pessoas se comunicam? Seja para fugir da solidão, aliviar dores emocionais ou físicas, deixar a ignorância ou adquirir conhecimento, cremos, ainda, que os indivíduos buscam entender fenômenos naturais, estabelecer normas para vida coletiva e construir relacionamentos� Dominique Wolton (2010, p� 15) ressalta que “a revolução do século 5 21 não é a da informação, mas a da comunicação� Não é a mensagem, mas a da relação”� O mesmo autor ain- da destaca que, em sua opinião, tão importante quanto criar, é fazer com que uma comunicação seja entendida por quem a receber� Nesse momento, é importante destacarmos a dife- rença entre dois pontos: o simples ato de passar uma mensagem adiante é um processo de transmissão de informação, ou seja, um determinado conteúdo é trans- mitido e, na sequência, sua missão é encerrada� Porém, a comunicação, por sua vez, pode ser entendida como um processo de múltiplas vias, ou seja, que para ser efetivado precisa da transmissão original do conteúdo, de um retorno subsequente, uma espécie de devolutiva daquilo que foi informado� Desse modo, um processo de idas e vindas a caracteriza, assim ela conta com um compartilhamento constante (WOLTON, 2010)� É interessante que tenhamos claro, ainda, que todo ato comunicacional realizado por humanos pode ser tido como uma recriação da realidade, afinal de contas, se trata de um determinado conteúdo passado adiante, isto é, feito a partir de observações, contextualizações e entendimentos de alguém� Embora seja impossível determinar uma data, em específico, como sendo o momento em que a humanidade começou a valer-se de mecanismos de comunicação em seu cotidiano, as pinturas rupestres e sítios arqueológicos preservados 6 ao redor do mundo evidenciam que tal prática pode, em alguns casos, ter mais de 10 mil anos (SANTOS, 2003)� Ferramentas da comunicação: linguagem, língua e fala A comunicação, a exemplo de outros campos do saber, também possui elementos específicos, os quais iremos chamar de ferramentas� Para entendermos bem as es- pecificidades de cada um deles, vamos destacar os três mais importantes� O primeiro elemento a ser destacado é a linguagem, isto é, todo conjunto de ações verbais e não-verbais que possibilitam o estabelecimento de um processo comunicacional de modo assertivo, ou seja, eficaz. Para tanto, a humanidade se vale dos signos, que podem ser entendidos como sinais compartilhados por diferentes sociedades para representar um determinado conteúdo� Por exemplo: ao se referir a uma habitação, popular- mente chamada de casa, as pessoas empregam um determinado signo, que pode ser uma palavra falada, um gesto, desenho, imagem ou qualquer outro recurso capaz de simbolizar a outros indivíduos aquilo que se entende por casa� Daí a importância do signo ser um elemento de conhecimento popular� 7 FIQUE ATENTO Cada signo é constituído por um referente, que é o objeto re- presentado por um significante, que é a representação verbal, gestual ou por meio de sinais gráficos e por um significado, ou seja, por um entendimento atribuído por quem o utiliza num processo comunicativo� Os signos representam objetos, ideias e conceitos, que pretendem ser transmitidos pelas pessoas em um processo de comunicação� A linguagem verbal é aquela cuja realização está funda- mentada no uso da palavra, seja através da escrita ou da oralidade� Então, por exemplo, um livro transmite a sua mensagem através da forma verbal, por meio da escrita; um aparelho de rádio, de forma semelhante, se vale da linguagem verbal, só que ao invés da palavra escrita, nele os conteúdos são falados, seja uma notícia, uma música ou um recado transmitido� Para produzirmos este material, usamos a linguagem verbal através do texto, ou seja, da escrita� Se estivéssemos num diálogo presencial, também nos valeríamos dela, só que através da fala, da oralidade para construir frases� A linguagem não-verbal, por sua vez, é toda comuni- cação realizada entre pessoas e/ou máquinas, que se valha de qualquer meio, exceto de palavras� Podem ser usados como exemplos desta categoria, as placas detrânsito e/ou normas de segurança, imagens, gestos corporais, faciais, as cores, o vestuário, ou seja, meios que transmitam determinados significados ou mensa- 8 gens por si mesmos. Mas não é só isso. Reflitamos sobre o texto a seguir: “A comunicação não-verbal pode repetir a informação verbal (ser redundante), contradizer o sistema verbal (quando o interlocutor diz algo com palavras, mas seu corpo ou seu gestual afir- ma outra coisa), substituir o código verbal (um ato comunicativo que se vale apenas de gestos e posturas corporais e prescinde de elementos verbais para ser compreendido), complementar o código verbal, enfatizar a mensagem verbal e também regular o fluxo comunicativo, com o uso de marcadores conversacionais vocais não- -verbais (interjeições, murmúrios, que as pessoas empregam, por exemplo, em uma conversação telefônica, com o intuito de manter o diálogo)� Em muitos casos, a comunicação não-verbal pode até não ser percebida, mas está presente em pro- cessos de comunicação e interfere em seu efeito (SANTOS, 2003, p� 32)� A segunda ferramenta a ser destacada como elemento de comunicação é a língua� Baseada em palavras e pas- sível de ser trabalhada tanto na vertente escrita quanto na falada, ela une em torno de si uma comunidade de indivíduos que compartilham o mesmo conhecimento linguístico, sem cobrar dos mesmos a necessidade de compartilhar o mesmo espaço geográfico ou temporal. Um exemplo pode ser verificado com o idioma inglês, cuja população de três continentes distantes territo- 9 rialmente e temporalmente dominam, como no Esta- dos Unidos, Inglaterra e Austrália� O mesmo vale para distintos dialetos que caracterizavam tribos de povos originários que habitavam o território do Brasil antes da chegada dos conquistadores� Para se ter uma ideia, o português falado no Brasil, além de relativamente diferente do praticado em Portugal, possui mais de dez dialetos, ou seja, variantes lexicais que acabam por identificar a região da qual o falante é proveniente� Entre elas estão: caipira, costa norte, baia- no, fluminense, gaúcho, mineiro, nordestino, nortista, paulistano, sertanejo, sulista, brasiliense, entre outros� Evidente, porém, que embora tais características sejam marcantes em termos orais, elas não impedem que seja estabelecido um diálogo, que seja realizada uma nego- ciação ou qualquer outra proposta de interação entre indivíduos de diferentes localidades (POLITO, 2005)� E, finalmente, a fala, também pode ser considerada um instrumento de comunicação, neste caso, em específico por meio da modalidade oral� Cada pessoa ao utilizar este recurso para levar adiante uma mensagem, costuma considerar o contexto em que tal ato ocorre, o ambiente sociocultural a que pertence e, obviamente, a necessi- dade de se fazer entendida pelos destinatários daquilo que é dito� A fala possui, ainda, dois níveis básicos e é importante que conheçamos� A primeira vertente é cha- mada de coloquial e é caracterizada pela informalidade, ou seja, é aquela fala mais solta, livre de formalismos, 10 que costumamos usar no dia a dia, em situações com amigos e familiares� Também costuma ser usada em atrações midiáticas voltadas ao entretenimento, com ênfase em televisão, rádio ou internet� Por outro lado, o nível formal, também chamado de culto, marca a prática oral que se prende a todo tipo de corre- ção verbo-gramatical, ou seja, que se atém aos padrões técnicos da Língua Portuguesa pois, geralmente, sua utilização ocorre em situações das esferas trabalhista, acadêmica e comercial, entre outras possibilidades� É a forma que, via de regra, também costuma ser usada pelos meios de comunicação de massa, em especial, por jornais e revistas impressos e/ou on-line, para vei- culação de assuntos jornalísticos� 11 Considerações finais 9 A comunicação é essencial no mundo contemporâ- neo para as mais diversas situações e propósitos� 9 A comunicação é um campo de saber que engloba diversas áreas e tal pluralidade é essencial para a sua eficácia e qualidade. 9 São três as ferramentas mais importantes para co- municação: a linguagem, a língua e a fala� 9 No século 21, a comunicação pode ser considerada um grande instrumento de transformação social e tam- bém um diferencial qualitativo para as pessoas� 12 Processo comunicativo e elementos da comunicação O processo de comunicação deve funcionar de forma eficaz, sem ruídos, ou seja, sem problemas de criação e difusão para que, posteriormente, ocorra compreensão das mensagens que se quer transmitir� É interessante destacarmos que eventuais falhas nesta tarefa podem ocasionar dificuldades para o devido entendimento do conteúdo levado adiante e, nos dias atuais, o êxito pessoal e profissional depende da nossa capacidade de criar vínculos e conexões comunicacionais� Escrever e falar bem significa ter a capacidade de pro- duzir uma mensagem coesa sobre determinado assunto e saber os métodos adequados para transmiti-la� Para tanto, é necessário que se observem aspectos técnicos referentes a seis elementos, segundo Valle (2013)� Desse modo, procuramos fazer uma síntese de cada um deles, com o intuito de simplificar a compreensão acerca das especificidades. Nenhum é mais importante que o outro. A força da eficácia está no coletivo, ou seja, no conhecimento necessário para que cada elemento desempenhe sua função de forma adequada� Analise- mos a seguir: 13 1. o canal (meio, veículo ou mídia): é o meio físico ou virtual que transporta a mensagem e possibilita o contato entre o emissor e o destinatário� O canal pode ser natural (comunicação direta), por exemplo, a conversa face a face, ou tecnológico (comunicação indireta), quando a comunicação ocorre por meio de mídias, como o jornal, a internet, o rádio, a televisão, etc�; 2. o emissor (ou enunciador): para organizar seu texto ou fala, devemos levar em consideração quem é nosso receptor e escolhermos entre as possibilidades que os códigos colocam à disposição, aquelas mais adequadas para cumprir os propósitos interacionais� O emissor é quem inicia o processo comunicativo; 3. o receptor (destinatário ou enunciatário): é o desti- natário da mensagem� Pode ser uma pessoa em especí- fico, leitores, ouvintes, telespectadores e/ou internautas, caso a mensagem tenha sido veiculada por um meio de comunicação de massa. Enfim, é o público-alvo do veículo� É ele que determina a escolha de palavras e to- dos os outros recursos de organização das mensagens a serem usados; 4. a mensagem (ou texto): é uma manifestação comu- nicativa, concretizada por alguma materialidade, entre as quais destacamos, grafia, som, imagem e/ou gestos, entre outras� É produzida por alguém, para alguém, em determinada situação, com alguma finalidade. Valle (2013) destaca que ela é a essência da comunicação; 14 5. o referente: é o assunto sobre o qual se vai falar� É possível afirmarmos, ainda, que se trata da abordagem contextual que será usada para disseminar a mensagem; 6. o código: é o elemento comum entre emissor e receptor por meio do qual a mensagem é transmitida� Como um processo comunicativo, na maior parte das vezes, não está restrito a uma palavra escrita ou falada, podemos citar, inclusive, a existência de um conjunto de sinais, como o alfabeto, seja ele escrito, ou usado através da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras)� Entendeu? Acreditamos que sim, e para você fixar ainda mais estes elementos e as especificidades de cada um deles, sugerimos que preste atenção na figura a seguir, pois ela didatiza o esquema de processo comunicativo como um todo, ao reunir, de modo simultâneo, todos os seis elementos que abordamos anteriormente� Figura 1: Processo comunicacional� 1. Canal de comunicação 4. Mensagem 5. Referente 6. Código 2. Emissor 3. Receptor Fonte: Elaboração própria� 15 REFLITA Imaginemos que você esteja diante da necessidade de transmitir uma mensagem para uma pessoa que está em nível superiorna hierarquia empresarial� Se trata de algo importante, que diz respeito a um processo de negociação� Em sua opinião, qual a melhor forma para adequar o conteúdo da sua comunicação? Por meio de uma linguagem informal ou for- mal? Lembre-se que é preciso ter eficácia para não comprometer o objetivo essencial de transmitir o conteúdo de forma adequada� Mesmo que o processo comunicacional seja trabalhado com exatidão, cremos que seja importante estarmos atentos para uma situação que, talvez, possa ocorrer� O aumento da circulação de informações de toda espé- cie após a consolidação da internet e das redes sociais potencializou a troca e a ressignificação dos conteúdos, conforme critérios pessoais, culturais, de gênero, socioe- conômicos, entre outros, o que torna, aos emissores, impossível saber se a mensagem veiculada será deco- dificada da forma como pretendem, mesmo que todos os elementos comunicacionais tenham sido operados de forma adequada, a partir das características que se façam presentes no perfil (ou perfis) de receptores. Diante de tal dilema, qual será a dificuldade a ser en- frentada pela população contemporânea em termos de comunicação? Segundo Wolton (2010, 12), “o desafio é menos de compartilhar o que se tem em comum, do que aprender a administrar diferenças� Na comunicação, 16 o mais simples tem a ver com tecnologias, enquanto o mais complicado com mensagens, homens e socie- dades”� Portanto, o século 21, ou seja, o nosso tempo, é uma época onde conviver com discordâncias e ter a capacidade de dialogar com diferentes públicos são capacidades que marcarão as pessoas que conhe- cerem, entenderem e saberem usar, adequadamente, as habilidades comunicacionais� Isto as colocará em evidência, de forma positiva, tanto em âmbito pessoal, acadêmico e/ou profissional. 17 Considerações finais 9 O ato de produzir e encaminhar informações para o estabelecimento de um diálogo é uma troca de conhe- cimentos e, consequentemente, produção de saberes� 9 Um processo de comunicação reúne em torno de si e precisa articular corretamente seis instrumentos� 9 Além do emissor e do receptor, que podem ser sin- gulares ou coletivos, existem outros quatro elementos: mensagem, meio, código e o referente� 9 Mesmo um processo comunicacional tendo sido idealizado e executado de forma eficaz, ele pode não surtir o efeito desejado por quem o planeja� 18 Funções da linguagem Já percebemos que a comunicação é uma área do saber apaixonante, pois são diversas suas ações, possibili- dades e objetivos. Porém, nem tudo são flores, já diz o ditado popular (olha o jogo linguístico aqui, através da analogia!)� O processo comunicacional exige aptidão por parte de quem o realiza e isto envolve, inclusive, conhecimentos históricos� Os estudos acerca da linguagem começaram na anti- guidade, em especial, na Grécia antiga, quando filósofos buscaram compreender a relação existente entre palavras e os objetos, sentimentos, animais ou pessoas por elas designadas� Nas regiões sul asiáticas, monges criaram a linguagem sânscrita tida por eles como sagrada e que por isso era usada para proclamar preceitos religiosos� Avançando à Idade Média, na Europa, a gramática pas- sou a ser estudada nas universidades, numa tentativa de melhor compreender os fenômenos linguísticos� É a partir do século 19, porém, que tais estudos ganham sistematização, a partir do trabalho do filósofo suíço Ferdinand de Saussure, que dedicou seus estudos às pesquisas sobre anagramas, palavras compostas pela transposição de letras oriundas de outros verbetes� Este autor realizou, ainda, a divisão do estudo da linguística em duas vertentes� A sincrônica, cuja investigação se fundamentava em estudos sobre a constituição das línguas, sons e regras gramaticas, e a diacrônica, que 19 analisa as mutações que assolam as línguas ao longo dos tempos� Em paralelo, o acadêmico Charles Sanders Pierce criava a Semiótica, que é que busca classificar e descrever os signos (SANTOS, 2003)� A partir desses estudos, o russo, Roman Jakobson, sis- tematizou a classificação de funções da linguagem, ao investigar e publicar obras para explicar que em toda comunicação há uma intenção predominante por parte do emissor� Para analisarmos as seis funções da lin- guagem determinadas por ele, recorreremos a sua obra mais conhecida, chamada Linguística e Comunicação, cuja publicação se deu no Brasil, pela primeira vez, em 1975� Analisemos, então, tais funções a seguir: z Função referencial (ou denotativa): enfatiza o con- texto e o referente, informando de modo objetivo, de- notativo, o que se fala� As notícias, por exemplo, são exemplo de função referencial, assim como os manuais de instrução e as bulas de remédio; z Função emotiva: está centrada no emissor e seu objetivo é veicular emoções, sentimentos e opiniões. Trata-se de um texto ou expressão oral centrada no eu. Alguns exemplos são: poesia lírica, músicas ro- mânticas, textos opinativos e narrações de conteúdo sensacionalista; z Função poética: se caracteriza por um trabalho com a linguagem para evidenciar que o importante é “como se fala”� Centrada na mensagem, essa função explora a 20 camada significante do signo, a sonoridade (aliterações, rimas, ritmo), a forma gráfica, além das figuras de lin- guagem (metáfora, metonímia, hipérbole, comparação, paradoxo, personificação, entre outras) e o tratamento narrativo do texto� Como trabalha com a conotação, é ilustrada tipicamente por poemas, poesias ou por textos publicitários que explorem esses recursos; z Função conativa: está centrada no receptor e procura argumentar, de modo a tentar convencer e/ou persuadir seu público-alvo� Está presente, sobretudo, em textos publicitários, em sermões, em discursos políticos, entre outros, através de expressões como “Compre!”, “Isto é falso!”, “É pecado”, “Não perca!”, “Pague 2 e Leve 3!”; z Função fática: está centrada no canal e seu objetivo é testar se o destinatário tem recebido de forma ade- quada a mensagem. Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação� É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor� Exemplos: “alô”, “né?”, “certo?”, “como vai?”, “tudo bem?” etc�; z Função metalinguística: está centrada no código, isto é, a utiliza para falar dela própria� O dicionário é uma obra metalinguística por excelência, porque usa, por exemplo, a Língua Portuguesa para falar sobre ela mesma. Um filme que tematize o próprio filme é também uma obra metalinguística, assim como um poema que tenha como tema o fazer poético� 21 Além de falar do aspecto verbal e não verbal da lingua- gem, é preciso tratarmos de outras duas características que marcam a sua conceituação teórica, a partir do entendimento de Valle (2013)� São elas: o dialogismo, caracterizado quando a linguagem sempre remete a algo já dito e dirige-se a alguém, a um outro com o qual se entra em interação; e a argumentatividade, verificável por meio da linguagem, o enunciador (emissor) imprime uma direção argumentativa a seu enunciado, indicando como o receptor deve e/ou pode entendê-lo� Por esta modalidade são veiculadas, intencionalmente, ideolo- gias, crenças, princípios e valores� REFLITA Ao elaborarmos um texto, lembremos que a comunicação será muito mais eficiente se estivermos atentos as seguintes condi- ções: conhecer com profundidade sobre aquilo que vai falar (leia, pesquise, discuta), além de conhecer seu receptor, para adequar a ele sua linguagem, ou seja, é preciso sabermos a posição do outro, usarmos a linguagem e o nível adequados à hierarquia, dominando as possibilidades e as regras do código por meio do qual vamos nos expressar� Também é preciso a escolha do canal mais eficiente para enviar sua mensagem. Lembremos, no entanto, de que erros na comunicação podem comprometer a mensagem� E não nos esqueçamos: ruído é todofenômeno que ocasiona perda da informação entre a fonte e o destinatário, ou seja, qualquer perturbação que afete a comu- nicação e pode ser proveniente do canal, emissor ou receptor, mensagem ou mesmo do código� Grave bem isto, combinado? 22 Considerações finais 9 As funções da linguagem permitem diversas possi- bilidades de interação por meio dela� 9 Nos diálogos cotidianos, é possível identificarmos as especificidades das seis funções linguísticas mais usuais� 9 Através da definição e aproximação didática de situa- ções, podemos verificar dialogismo e argumentatividade. 9 Mesmo quando o processo é realizado conforme mandam os preceitos normativos, há eventuais proble- mas que os ruídos comunicacionais podem acarretar� 23 Comunicação empresarial: conceitos e estratégias A comunicação para o mundo corporativo disponibiliza e gerencia o processo de disseminação de informações entre empresa e seus respectivos públicos, sejam eles internos e/ou externos� Grupos dos mais diversos seg- mentos se valem desta modalidade comunicacional para melhorar sua imagem institucional, aumentar vendas, criar um ambiente de trabalho melhor, mais inclusivo, moderno e socialmente responsável� Preste atenção em mais essa dica: é por meio da comunicação empresarial que toda e qualquer mensagem que diga respeito a uma companhia em termos oficiais deve circular. Sua importância ganha destaque a partir do momen- to em que passa a existir uma integração maior entre companhia e sociedade, e que se passa a valorizar, por exemplo, o que significa para o funcionário, o bem-estar dentro da empresa� Apesar da discussão em termos de procedimentos, estratégias, ferramentas e objetivos que existe em torno do tema, a verdade é que a comunicação empresarial se tornou elemento imprescindível no mundo moderno (TOMASI, 2019). Podemos afirmar, ainda, que esta modalidade representa uma ferramenta de gestão, uma vez que, quando bem operada, é capaz de integrar e dar coerência a tudo aquilo que a sociedade conheça sobre uma determinada companhia� 24 Por um lado, tratar de comunicação empresarial é ga- rantirmos, entre outros pontos, que a mensagem seja divulgada exatamente da forma como a empresa solicita, sem distorção� Por outro lado, é preciso destacarmos que a comunicação empresarial é uma atividade complexa, pois extrapola, e muito, a ideia que caracteriza apenas publicar notícias� Quer uns exemplos? Então, preste atenção nesses: faz parte da comunicação empresarial a criação de boletins de informação para diversas plata- formas e ocasiões, desde catálogos até redes sociais; a produção de programas para rádio e/ou TV corporativa; abastecimento de comunicados em redes de intranet; e, até mesmo, a realização de concursos voltados para o público interno e/ou externo� Dessa forma, vale destacarmos também que profissio- nais que se dedicam a comunicação empresarial há muito tempo deixaram de ser “peças simplórias”� Desde meados do século 20, a importância de tais pessoas cresceu sem parar (FERREIRA; MALHEIROS, 2016)� Quer um exemplo às avessas, para observar quão importante é ter uma comunicação empresarial eficaz? Sem ela, problemas como desmotivação da equipe de colabora- dores, baixa produtividade, informações desencontradas e conflitantes entre os setores, e até mesmo a falta de clareza sobre os valores corporativos são apenas al- guns dos conflitos que podem surgir e desqualificar a imagem pública e a credibilidade de uma organização� 25 As companhias empresariais passaram a perceber, tam- bém, que precisam compreender as demandas vindas de seus stakeholders, ou seja, os diferentes agentes que, direta ou indiretamente, estão vinculados a elas, transformando-as em um conjunto de informações con- sistentes, próximas da realidade� No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido, pois existem empresas que não acreditam nessa filosofia mercadológica. Elas não são adeptas do investimento em comunicação, por não entender que essa é uma ferramenta capaz de trazer benefícios� A fatia de empresários que não acreditam nessa força, podemos garantir que o fazem por total desconhecimento ou por confusão (LUIZARI, 2014)� Não é apenas desconhecimento que prejudica as ações ligadas a comunicação empresarial� Há também a inde- finição em relação aos recursos destinados para essa atividade� O ideal é que a empresa consiga estabelecer um orçamento anual e encare-o como obrigatório, por- que também de nada adianta criar e não cumprir� Se o recurso for aplicado de maneira correta, é investimento, caso contrário, vira custo, e a verdade é que ninguém quer ter elevação de despesas, sem uma contrapartida na arrecadação� Portanto, atualmente, a comunicação empresarial deve ser compreendida como uma ferra- menta essencial de relacionamento� De acordo com Margarida Kunsch (2008, p� 109), a comu- nicação organizacional se tornou muito importante para as companhias. Isso requer conhecimentos específicos 26 na área e profunda intimidade com os fundamentos da comunicação, para que sejam identificadas as amea- ças, as oportunidades e as melhores ferramentas para alcançar os resultados que as empresas estipulam em termos de negócios, de imagem ou de reputação diante da opinião pública e dos consumidores� Ainda conforme a mesma autora: “Planejar e administrar a comunicação das organizações hoje, no contexto de uma socieda-de complexa e frente a um ambiente de mercado altamente competitivo, requer do gestor respon- sável conhecimentos em planejamento, gestão e pensamento estratégicos e bases científicas da própria área da comunicação que ultrapassem o nível das técnicas e de uma visão linear, cujos roteiros muitas vezes ignoram condicionamentos externos e possíveis conflitos. O exercício da apli- cação do processo do planejamento estratégico é muito proveitoso, pois permite equacionar uma série de coisas, sobretudo produzir uma análise estratégica capaz de construir um diagnóstico si- tuacional com indicativos das ameaças, demandas e oportunidades do ambiente externo, e, ao mesmo tempo, avaliar o nível de resposta que uma organi- zação possui em relação às suas possibilidades e fraquezas� (KUNSCH, 2008, p� 109-10)� Atualmente, muitas ferramentas podem ser utilizadas pelas empresas para se relacionar com os seus públi- cos estratégicos ou divulgar seus produtos e marcas, 27 promovendo sua imagem para a opinião pública� Anún- cios, eventos, marketing direto, ações promocionais, relacionamento nas redes sociais, e-mail marketing, marketing dirigido, assessoria de imprensa, relações públicas são apenas alguns dos muitos exemplos que compõem o mix de comunicação das empresas� Para cada situação deve haver uma ferramenta disponível que melhor se adapta às necessidades estratégicas ou táticas do momento� Assim, é fundamental entendermos a importância de todas as áreas da comunicação empresarial para iden- tificarmos a relevância estratégica de cada uma delas de maneira isolada� Lembremos, porém, que no mundo contemporâneo, raríssimos são os projetos comuni- cacionais em que podemos trabalhar a mensagem de modo não integrado, ou seja, de modo que não tenha a necessidade de envolver todos os segmentos comu- nicacionais atuais para o planejamento e execução de tarefas no mercado de trabalho� Em termos específicos, a comunicação empresarial possui três grandes áreas que compõem o escopo de possibilidades de atuação nas organizações� Elas con- templam ferramentas ou objetivos específicos, porém, ganham força quando articuladas em conjunto, para que as estratégias traçadas consigam, efetivamente, conquistar os objetivos idealizados ao planejar e vis- lumbrar cada uma das metas estabelecidas� Assim, conheçamos mais detalhes de cada uma delas� 28 A vertente interna trabalha ações para estabelecer canais que possibilitem o relacionamento ágil e transparente da direção com o público interno (funcionários) e entre os elementos que integrameste público� A comunicação empresarial, no âmbito interno, muitas vezes, é relegada ao segundo plano, pois falta aos líderes a consciência do que é vital. É caracterizada por fluxos internos tais como memorandos, comunicados, lançamentos de produtos, alterações de benefícios, divulgação de resultados da empresa, informativos de recursos humanos e quaisquer outros informes que digam respeito aos colaboradores da entidade� Também abrange a rede interna de canais de comunicação, como house organs, rede intranet, avi- sos via SMS ou grupos de Whattsap, Telegram, etc� Ela cuida, portanto, de funções administrativas� A segunda vertente da comunicação empresarial que iremos tratar recebe a denominação de mercadológica e, como a própria nomenclatura evidencia, ela volta suas ações para o viés comercial� Kunsch (2008) ressalta, ain- da, que esta modalidade contempla ações para reforçar a imagem de marcas, produtos e serviços, colocando-as favoravelmente no mercado e aumentando vendas e/ou receitas� Usa mix que inclui publicidade, relacionamento com a mídia e fidelização dos clientes (SAC = Serviço de Atendimento ao Consumidor e CRM – Customer Relation- ship Management, que pode ser sintetizada como uma prática que objetiva a boa gestão de relacionamentos)� 29 Além disso, este segmento de comunicação empresarial possui ao seu dispor recursos e ações de marketing, propaganda, promoção de vendas, feiras, exposições, publicidade, marketing direto, atendimento, embalagens, merchandising e venda pessoal, entre outros recursos� É uma ampla oferta de ferramentas que podem ser usadas para constituir uma estratégia eficaz e capaz de alavancar objetivos que tenham sido traçados� Por fim, a comunicação empresarial possui seu viés institucional, o qual objetiva difundir propriedades cor- porativas como histórico, missões e valores� Podemos considerá-la um meio de estruturar a comunicação ex- terna através de planejamentos, ações e interação com os públicos mais distintos, entre a mídia, consumidores, governos, etc� Além disso, ela faz a formação da ima- gem pública da instituição e forma sua personalidade organizacional� Para potencializar a comunicação empresarial sob a ótica institucional, podemos recorrer a técnicas de jornalismo, relações públicas, assessoria de imprensa, editoração multimídia, fotografia, edição de imagem e vídeo, criação de canais e perfis em redes sociais, tais como Youtube, Facebook, Instagram, Twitter e outros, bem como, fazer ações de marketing cultural ou social, além de realizações que envolvam propaganda institu- cional para a criação de uma boa imagem corporativa� 30 SAIBA MAIS Caso você queira mais detalhes sobre as três vertentes da co- municação empresarial que acabamos de apresentar, sugerimos a leitura da obra Comunicação nas Organizações, publicada pela editora Summus, em 2015� Além de bastante atual, ela trata das especificidades internas, mercadológicas e institucionais a partir de uma abordagem que destaca a importância de um trabalho sincronizado entre os departamentos que constituem uma companhia para que sua comunicação faça transparecer o real engajamento em distintas áreas, que marca a trajetória de empresas com responsabilidade social em várias facetas� O texto é do jornalista e professor Gaudêncio Torquato� Além de todas essas possibilidades, mais recentemen- te, conhecemos mais dos benefícios corporativos que podem ser obtidos através da adoção de redes colabo- rativas. Elas podem ser definidas como um processo de captação, articulação e otimização de energias, recursos e competências, capazes de sistematizar relacionamen- tos entre pessoas, grupos sociais ou instituições de modo a romper com padrões hierárquicos ou estruturas em formato piramidal, tendo como intuito conquistar uma meta de comum acordo entre dois ou mais participan- tes, tendo a comunicação como elemento de mediação� As redes colaborativas podem ser encaradas como uma espécie de ação revolucionária por conta de sua capaci- dade de aumentar a vasão dos fluxos de comunicação interna, mercadológica ou institucional, impactando ainda mais quando usadas em prol de causas sociais, como nos 31 momentos em que uma empresa organiza campanhas de arrecadação de materiais escolares para crianças ao buscar a captação desses itens através de parceiros ex- ternos ou até mesmo junto aos colaboradores internos� Para o comunicador Manuel Castells, autor da obra A sociedade em rede (1999, p� 84), as redes colaborati- vas também são eficazes em razão de promoverem adoção de “sistemas organizacionais capazes de reu- nir indivíduos ou instituições de forma democrática e participativa� Se estabelecem por relações horizontais e dinâmicas que supõem trabalho colaborativo e parti- cipativo”� Além disso, podemos observar que este mo- delo de ação também está baseado numa manutenção em função da vontade e afinidade de seus integrantes. “As redes funcionam melhor se, entre seus membros, se aprofunda a colaboração, a solida-riedade, a transparência e a coresponsabilidade� A construção de redes colaborativas envolve um processo de aprendizado que, gradativamente, possa superar: a tendência a uma atuação mais baseada no esforço e no sucesso individuais do que na cooperação e valorização dos resultados obtidos conjuntamente; a tendência de trabalhar para e não com a comunidade, derivada da cultura assistencialista ainda predominante em boa parte das empresas, entidades sociais e órgãos gover- namentais; a tendência de se procurar as causas dos problemas unicamente em fatores externos ao município e de subestimar os recursos e po- 32 tencialidades locais como fontes de solução para os problemas (CASTELLS, 1999, p� 85)� As redes colaborativas evidenciam, mais uma vez, o quanto a comunicação é uma ferramenta indispensável também no ambiente empresarial, uma vez que possui a capacidade de articular pessoas e projetos, bem como, disseminar ideias que podem qualificar indivíduos tan- to no âmbito profissional como no pessoal, já que ao evidenciar ações de sucesso, é possível, por exemplo, ganhar notoriedade também na esfera da vida privada, ao se tornar, quem sabe, uma referência em determinada área de atuação� Pensemos nisso! 33 Considerações finais 9 A comunicação empresarial é uma ferramenta estra- tégica e eficaz para disseminar mensagens e promover organização corporativa� 9 Há três vertentes mais significativas na comuni- cação empresarial: a matiz interna, mercadológica e institucional� 9 A partir da comunicação, é possível utilizarmos as redes de colaboração para potencializar planos e estra- tégias empresariais� 9 No mercado de trabalho atual, integração de co- nhecimentos, indivíduos e departamentos é preceito fundamental para o sucesso corporativo� 34 Referências Bibliográficas & Consultadas POLITO, R� Assim é que se fala� 28 ed� São Paulo: Sa- raiva, 2005� SANTOS, R� E� As teorias da comunicação� São Paulo: Paulinas, 2003� WOLTON, D� Informar não é comunicar� Porto Alegre: Sulina, 2010� VALLE, M� L� E� Não erre mais: língua portuguesa nas empresas� Curitiba: Intersaberes, 2013� JAKOBSON, R� Linguística e comunicação� São Paulo: Cultrix, 1975� CASTELLS, M� A sociedade em rede� São Paulo: Paz e Terra, 1999� FERREIRA, P� I�; MALHEIROS, G� Comunicação empre- sarial: planejamento, aplicação e resultados� São Paulo: Atlas, 2016� KUNSCH, M� M� K� Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações públicas. São Caetano do Sul: Difusão, 2008� LUIZARI, K� Comunicação empresarial eficaz: como falar e escrever bem� Curitiba: Intersaberes, 2014� 35 TOMASI, Carolina� Comunicação empresarial� 5 ed� São Paulo: Atlas, 2019� _GoBack O que é comunicação? Ferramentas da comunicação: linguagem, língua e fala Considerações finais Processo comunicativo e elementos da comunicação Considerações finais Funções da linguagem Considerações finais Comunicação empresarial: conceitos eestratégias Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas
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