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Laparotomia exploratória

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TÉCNICA CIRÚRGICA 
Laparotomia exploratória e ruminotomia 
Laparotomia acesso ao abdômen pelo flanco 
Equinos: raramente feita em equídeos para cólica e complicações dos órgãos da cavidade abdominal, 
nessa espécie não se faz justamente por conta de sua sensibilidade aos procedimentos, contaminantes do 
ambiente e maiores cuidados com antissepsia. Geralmente usada para acessar as gônadas (ovários e 
testículos criptorquidas) nos equinos. 
Bovinos: frequentemente é utilizada no gado de leite, animais mais explorados no limite da produção e 
corriqueiramente os problemas vão ser decorrentes da alimentação (problemas fermentativos). 
Para os ruminantes, o intestino delgado fica depois da câmara fermentativa, enquanto para os equídeos 
a câmara fermentativa fica após o intestino delgado. 
Particularidades do sistema digestório: divisão do estomago em rúmen, retículo, omaso e abomaso 
 
Laparotomia pelo flanco esquerdo: 
Indicações: 
• Correção do deslocamento do abomaso pela esquerda 
• Ruminotomia 
• Reticulite e reticuloperitonite traumática (pode ser associado a ruminotomia) 
• Cesariana 
A laparotomia se faz obrigatoriamente com o animal em estação, por isso existem algumas complica-
ções para se considerar no processo de anestesia (possibilidade do animal cair durante a aplicação do 
fármaco e a depender da técnica utilizada, resultando em situações complicadas para retirar o animal do 
tronco de contenção). 
O ideal é que a anestesia seja feita em tronco, para trazer segurança ao veterinário, também para o 
animal. Há possibilidade de ser feita fora dele, geralmente em ruminantes mais dóceis e que estão acostu-
mados com o contato e manejo humano, no caso seria a situação de vacas leiteiras. 
 
• Animal em estação com anestesia local, tronco de contenção adequado 
• Tricotomia ampla - 10-15 cm caudal a costelas e 10-15cm ventral aos processos das vérte-
bras 
• Antissepsia cirúrgica 
 
Tricotomia com margem ampla 
Depende da região e do procedimento que irá fazer, podendo ser mais caudal, cranial, dorsal ou ventral; 
leva em consideração a última costela, 10-15 cm caudal. 
Ventral ao processo transverso da vertebra (depende de onde será feito o procedimento e qual órgão 
se busca). 
 
Sedação: 
Indicado para aninais agressivos 
Sedação com xilazina 2% Dose: 0,02 a 0,05 mg/Kg IM 
Nunca IV pois o animal pode cair e a ideia é apenas sedar o animal e deixá-lo mais tranquilo 
para que seja conduzido até o tronco). 
Para pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) preferência para os fenotiazínicos = acepromazina (me-
nores riscos de bradi, priapismo e outras complicações). 
 
 
 
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Bloqueios regionais: passo importante para o procedimento, aqui podem ser feitas técnicas 
diferentes de forma individual ou em conjunto a depender do veterinário. 
 
Anestesia paravertebral – bloqueio perineural 
Acesso perpendicular ao processo transverso das vertebras T13, L1, L2 e L3 (apenas tomar um pouco de 
cuidado com o acesso da L3, dependendo de como feito pode acabar deixando o animal em decúbito, que 
não seria interessante). 
Agulha de 10 a 15 cm, primeiro entrar fundo e fazer a aplicação PERINEURAL de LIDOCAINA, 5 ml, volta 5 
cm e faz novamente a aplicação de mais 5 ml, assim irá garantir que o bloqueio seja feito nos ramos ven-
trais e dorsais dos ramos que partem da medula espinhal do animal. Repetir o processo nas outras vérte-
bras (lembrar que é só de um lado que tu faz, que o bloqueio já tá valendo). 
 
Bloqueio em L invertido – anestesia local infiltrativa, associar com bloqueio perineural 
Uso de lidocaína 2% 
Diferente dos outros dois que são perineurais, aqui se faz literalmente um “L” invertido que irá bloquear 
a raiz dos nervos que vem da direção dorsal para ventral e dos que vem de cranial para caudal. Lembrar 
que o bloqueio tem que ser feito em todas as camadas, de subcutâneo até as camadas musculares. 
Agulha 10-15 cm, a aplicação se faz inserindo a agulha na metade do percurso de cada uma das duas 
orientações, inserindo-a até o final e aplicando com puxada, para que tenha uma boa perfusão do anes-
tésico. Posteriormente se faz para o lado oposto da mesma forma. 
 
Peridural caudal – uso de grandes volumes anestésicos (80ml) 
Tomar cuidado com a quantidade de anestésico utilizada, pode colocar em decúbito). 
 
→ Usar vasoconstritor junto com a anestesia para não ter muita hemorragia 
 
Técnica cirúrgica: 
Paramentação (avental, luvas estéreis, equipamento cirúrgico esterilizado). 
1. Incisão magistral de aproximadamente 20cm (varia conforme o tamanho do animal, score cor-
poral e profundidade dele, assim como o que acaba sendo exigido pelo procedimento) 
2. Incisão a 10 a 15 cm caudal à última costela (dependo do tamanho do animal) 
3. 5 a 7 cm ventral aos processos transversos vertebrais 
4. Antes da incisão beliscar a pele com uma pinça para ver se a anestesia pegou 
5. Incisão - Plano da incisão: significa onde vai ser feito tanto o corte com o bisturi, sendo no flanco 
do animal as seguintes estruturas. 
1. Pele 
2. Músculo oblíquo abdominal externo 
3. Músculo oblíquo abdominal interno 
4. Músculo transverso do abdômen 
5. Peritônio (tesoura ou mão) 
 
Reconhecimento do músculo pela disposição das fibras musculares 
• Mm. oblíquo abdominal externo - fibra em sentido diagonal, indo da direita para esquerda 
• Mm. obliquo abdominal interno - fibra em sentido diagonal, indo da esquerda para direita 
• Mm. transverso do abdômen - fibra de sentido dorsoventral 
• Peritônio 
OBS* é importante identificar qual é cada um deles, fazer uma incisão sem aprofundar muito em cada 
uma das camadas de uma vez só, e respeitar a característica que cada limite de incisão se altera de um 
tecido para o outro, diminui o corte para evitar que se esgarce muito de uma camada para outra e tenha 
complicações durante a síntese/rafia. MARGEM DE SEGURANÇA 
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OBS* Cada uma dessas camadas musculares é distinguível, levando em consideração o sentido das 
fibras musculares. 
OBS* Peritônio é uma camada fina e fibrosa, quando for fazer sua diérese, o ideal é utilizar a tesoura, 
evita assim lesões em órgãos que estão adjacentes. 
Incisão magistral de 20cm ou depende do animal 
6. Depois das incisões, vai palpar as estruturas (incluindo o peritônio), vai avaliar as característi-
cas dos líquidos, vai avaliar tudo que você achar que vai ajudar no diagnóstico da sua suspeita 
- diafragma conseguimos palpar, para procurar por exemplo hérnia diafragmática (por trauma) 
 
LAPAROTOMIA PELO FLANCO DIREITO: 
Indicações: 
Síndrome da dilatação-torção cecal, problemas direcionado ao lado direito do animal, como 
torção/dilatação cecal, deslocamento de abomaso no lado direito. 
Das relações para torção cecal e distensão, se tem os problemas de distúrbios alimentares e quadros 
de timpanismo (bastante frequente no pós parto). 
As torções podem acontecer no próprio eixo e longitudinal (como se fosse uma bexiga de festa infantil). 
A torção ou distensão pode resultar no estrangulamento de sangue para a região, consequentemente 
em uma necrose. 
OBS: ceco fica na fossa paralombar direita em bov 
 
• Deslocamento a esquerda - deslocamento parcial ou total do órgão entre rúmen e a parede 
abdominal esquerda (sem torção, não é grave). 
Ao fazer a Laparotomia logo se encontra com o abomaso em lado esquerdo. Existem diversas 
formas de lidar com o problema, dentre elas a mais comum de se fazer é a de Utrecht. 
Técnica de Utrecht: consiste da ancoragem do abomaso na parede do abdômen, na muscu-
latura (sutura de ancoragem, sem tensionar muito e fixar na parede para poder realizar a dre-
nagem do órgão sem ter complicações). 
Após puncionar a parede com agulha (menos contaminante) ou por diérese, passa a mão lá 
dentro, junto de uma agulha que estará protegida pela mão do cirurgião, acompanha o órgão 
até a região ventral – com auxílio de uma pessoa externa que irá empurrar o ventre para dentro, 
por fora do animal, fixandoali para não ter mais problemas de deslocamento. 
Técnica de Grymer Sterner: técnica que se faz externamente no animal, pela percussão me-
tálica (marcação com giz para delimitar onde o abomaso está), depois se faz dois furos com 
trocanter (perfura a parede do lado de fora, passa fio com ponta plástica, ao entrar no abomaso 
ela se abre e fixa na região). – Exige tricotomia da região, limpeza e antissepsia adequada. 
Deslocamento a direita: deslocamento do órgão entre o amento maior e a parede abdominal 
direita (tem torção, é muito grave). Geralmente ligado com a torção de abomaso e interrupção 
da ingesta (mudança repentina alimentação rica em energia e pobre em fibra, fermentação 
excessiva). 
Resulta em desequilíbrio eletrolítico do animal, alcalose metabólica hiperclorêmica, hipoca-
lemia e desidratação. 
Procedimento pelo flanco direito, primeiro se desfaz o a torção (giro), fixação na parede (em 
região muscular, fixar o órgão para que não ocorra mais torção (ai vai ficar do lado mesmo na 
parede), esvaziamento do abomaso e sutura do mesmo pelo fio que já estava sendo usado para 
ancorar. Tratamento: reposicionamento do abomaso 
Técnica de rolamento da vaca: pode resultar em traumas e o problema no abomaso pode 
voltar a acontecer depois... não adianta muita coisa 
Na sutura da laparotomia fixa um fio no abomaso, para manter ele fixado no abdômen e evita 
torção 
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Pós operatório 
• Analgésico 
• ATB se necessário (contaminação) 
• Repelente (unguento) e limpeza com álcool AO REDOR 
• Curativo (retirar o unguento - passar álcool 70% - secar - passar o unguento de novo) 
• Observar se tem inchaço, sangramento 
• Tirar pontos 7 a 10 dias 
 
RUMINOTOMIA: 
Nem todas as laparotomias exploratórias vamos fazer uma ruminotomia (são cirurgias dife-
rentes) mas toda ruminotomia começa com uma laparotomia 
Indicações: 
• Procura e remoção de corpos estranhos 
• Reticulite ou reticuloperitonite traumática 
• Remoção de conteúdo ruminal (acidose) 
• Timpanismo crônico recorrente (pode ser por abscesso na válvula retículo-ruminal) 
• Colocação/realização de fístulas ruminais (comunicação meio externo) 
 
Técnica: 
1. Realizar uma laparotomia exploratória 
2. Após abertura do rúmen, fixo do rúmen na parede abdominal => para garantir que líquido ru-
minal não extravase para cavidade ruminal (Cushing) 
Técnica de fixação: rúmen tem que ser fixado na parede abdominal 
Cushing, Schmieden ou até Lembert => padrões invaginante 
OBS: rúmen é bem delicado, não pego direto com as mãos, depois eu exteriorizo e fixo 
Aparelhos disponíveis para fixação de rúmen: 
• Aparelho de Weingart 
• Aparelho de Mc Lintock 
• Aparelho de Gabel 
3. Sutura rúmen e parede abdominal 
Sutura de Cushing é a mais indicada, é para antracar o órgão na parede – everter parede do 
rúmen 
A abertura requer que se fixe o rúmen na cavidade abdominal (a abertura tem de ser feita de forma que 
não caia conteúdo ruminal no abdômen e gere um sepse no animal). 
Fixando com fio cavidade abdominal, de forma que consiga expor um pouco do tecido para fora e crie 
uma espécie de “bolsa” ao redor da abertura feita em as musculaturas, não deixando o conteúdo alta-
mente contaminado cair no interior da cavidade abdominal do animal. 
Para fazer a sutura, tração prévia com gaze (para não escorregar o órgão pela luva e tu deixar 
cair lá dentro de novo, a sutura feita na musculatura abdominal deve ser invaginante, não ape-
nas isso, sem que se deixe sobrar espaços e o conteúdo tenha acesso ao interior da cavidade). 
4. Confiro oclusão do espaço entre as estruturas 
5. Incisão 
6. Exploro o órgão 
7. Sutura do rúmen após procedimento: duplo Cushing – invaginante, realizar lavagem entre os 
cushing 
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Para fechar a abertura usamos duplo Cushing na parede do rúmen (faço o primeiro, onde no 
final eu terminaria acabo voltando até o primeiro ponto com uma nova sequência de pontos 
invaginantes). 
OBS* Faz-se a primeira camada, lava bem com solução fisiológica para tirar sujidades, faz a 
segunda sutura e novamente se lava, não esquecer das regiões ao redor do ponto onde usou de 
ancoragem na parede do abdômen do animal, ali também vai ter sujidades e você certamente 
não vai querer que elas tenham acesso ao interior do animal. 
8. Depois das suturas do rúmen tem que trocar luva e instrumental para um estéril (rúmen é con-
taminado) 
9. Soltar o rúmen da parede abdominal 
10. Sutura dos planos incisionais: 
1. Peritônio + mm. transverso do abdômen (M.T.A) 
Peritônio é muito fino para ficar dando ponto, certamente iria rasgar ele todo, aí você o ancora junto 
ao Músculo transverso do abdômen 
Fio absorvível sintético ou natural: Ácido poliglicólico, Poligalactina 910 ou Categute. (2 USP) 
2. Músculo oblíquo abdominal interno e externo 
Sutura ambos juntos 
Fio Categute ou Ácido poliglicólico, diâmetro do fio tem que ser 2 (grosso mesmo para aguen-
tar a tensão da musculatura). 
3. Pele 
Nylon ou polipropileno (1 ou 2 USP) 
SC usar qualquer fio desses mais sino e em ovino pode juntar todos os tecidos peritônio e 
músculos em um plano só 
 
O padrão de sutura varia conforme o tecido 
• Musculatura - se usa a sutura contínua (ganhar tempo) 
Simples contínua, Cerzidura ou Kurschner (lembrar que a Sultan demora mais, tem o lance da 
geometria da sutura que utiliza mais fio) 
• Musculatura – sutura Festonada, de Reverdin ou de Ford (festonada, ancorada), para dar fixa-
ção e ancoragem melhor na pele (evitar a deiscência) 
• Pele – Simples interrompida 
OBS: últimos 3 pontos mais ventrais posso fazer interrompidos na pele, se eu fizer uma sutura 
continua, para caso haja infecção e precise drenar, não preciso soltar todos (já que os anteriores 
são contínuos) → Mas o ideal é fazer todos separados

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