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e-book
www . p a o l a p u c c i . c om . b r
 C R F a : 2 - 1 7 8 5 5
AFASIA
N A P R Á T I C A
Licensed to PAOLA MELLO PUCCI- HOME THERAPY FONOAUDIOLOGIA - fga.paolamello@gmail.com - 332.649.878-05
Copyright © 2020, PAOLA PUCCI, 
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 
9.610 de 19/02/1998. 
Nenhuma parte desse e-Book, sem autorização prévia 
por escrito do autor, poderá ser reproduzida ou 
transmi�da sejam quais forem os meios empregados: 
eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou 
quaisquer outros. 
Conteúdo Paola Pucci
site www.paolapucci.com.br
e-mail contato@paolapucci.com.br
Licensed to PAOLA MELLO PUCCI- HOME THERAPY FONOAUDIOLOGIA - fga.paolamello@gmail.com - 332.649.878-05
 É importante destacar que nenhum material 
subs�tui as aulas, são complementares. Portanto, 
assista todas e deixe suas dúvidas nos comentários 
abaixo do vídeo (na área de membros).
 Com isso, garanto que você estará pronto(a) para 
atender com excelência!
 Aqui, você também encontrará breves capítulos 
sobre Apraxia e Disartria, já que são patologias que seu 
paciente afásico poderá ter.
Olá!!!
 No final deste e-book, incluí um tesouro: os e-
books do Pra�cando Afasia! Como não relançarei o 
curso (porque o Afasia na Prá�ca é muito mais 
completo), decidi incorporar a este material aqui. Os e-
books do Pra�cando Afasia são riquíssimos, porque 
são as transcrições das aulas ao vivo. E você está 
ganhando esse presentão! Não é incrível?
 Este é um material de apoio, com alguns 
conceitos teóricos sobre Afasia, para que você possa 
unir aos demais materiais disponibilizados no curso.
Aproveite!
Beijos,
Paola Pucci
Licensed to PAOLA MELLO PUCCI- HOME THERAPY FONOAUDIOLOGIA - fga.paolamello@gmail.com - 332.649.878-05
Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 A classificação das afasias baseia-se no desempenho do sujeito em 
aspectos de linguagem: linguagem espontânea, compreensão, repetição, 
nomeação e leitura/escrita. Também são classificadas de acordo com a 
fluência de fala: fluentes ou não-fluentes; e de acordo com a região 
perisilviana: lesão na região ou lesão extra-região.
AFASIA
 A afasia é um distúrbio de linguagem decorrente de uma lesão 
neurológica que pode comprometer as habilidades de compreensão e/ou 
expressão oral e/ou escrita. As etiologias podem ser vasculares, traumas, 
processos inflamatórios e tumores.
 afasia na prática
04
 COMPREENSÃO REPETIÇÃO NOMEAÇÃO FLUÊNCIA 
WERNICKE
 
Alterada
 
Alterada
 
Alterada
 
Preservada
 
BROCA
 
Preservada
 
Alterada
 
Alterada
 
Alterada
 
GLOBAL
 
Alterada
 
Alterada
 
Alterada
 
Alterada
 CONDUÇÃO
 
Preservada
 
Alterada
 
Alterada
 
Preservada
 TRANSCORTICAL 
MOTORA
 
Preservada
 
Preservada
 
Alterada
 
Alterada
 TRANSCORTICAL 
SENSITIVA
 
Alterada
 
Preservada
 
Alterada
 
Preservada
 
ANÔMICA
 
Preservada
 
Preservada
 
Alterada
 
Preservada
 
 
Afasia de Broca
 · Substância branca periventricular frontal;
 1. Local da lesão:
 · Núcleos da base.
 2. Manifestações:
 · Lobo frontal dorso-lateral;
 · Redução da fluência;
 · Presença de estereotipias e perseverações;
 3. Alterações associadas:
 · Alteração da repetição.
 · Disartria.
 · Apraxia de fala;
 · Agramatismo na fala e escrita;
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 afasia na prática
05
 · Giro temporal superior;
 · Comprometimento da compreensão;
Afasia de Wernicke
 1.Local da lesão:
 Afasia transcortical MOTORA:
 · Dificuldade de compreensão;
 · Lesão no fascículo arqueado 
 · Logorreico;
 · Presença de parafasias fonêmicas, neologismos;
 · Redução da fluência de fala: ecolalia
 · Surdez verbal;
 · Anosognosia.
 · Área temporo-parieto-occipital.
 · Repetição preservada;
 2. Manifestações:
 · Repetição prejudicada;
 · Alterações de leitura e escrita proporcional à fala.
 3. Alterações associadas:
 · Hemianopsia;
 Afasia Transcortical
 · Área perissilviana: lesão em região anterior X posterior.
 Afasia transcortical SENSITIVA:
 · Expressão: circunlóquios, parafasias semânticas.
Afasia de Condução
 · Estudos recentes referem lesão em região parietal inferior esquerda;
 · Dificuldade de repetição;
 (desconexão entre áreas frontais e temporais posteriores);
 · Leitura e escrita prejudicadas.
 Alterações associadas:
 · Hipoestesia;
 · Quadrantanopsia.
 · Presença de parafasias fonêmicas;
 · Compreensão oral satisfatória: evolução da afasia de Wernicke;
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 afasia na prática
05
Mais importante do que classificar as afasias é avaliar as habilidade 
comunicativas! É com elas que você deve se preocupar, sempre. 
Classificar a afasia não irá te fornecer as informações que você precisa 
para traçar as estratégias terapêuticas, mas avaliar as habilidades 
comunicativas, sim.
 Para encerrar este capítulo, gostaria que você guardasse uma 
informação fundamental para o seu trabalho junto aos afásicos: 
 · Lesão anterior X posterior;
Afasia Anômica
 · Presença de circunlóquios, fala vazia;
 · Compreensão oral preservada;
 · Escrita compatível com a fala.
Afasia Global
 · Lesões extensas;
 · Fala fluente;
 · Repetição preservada;
 · Presença de estereotipias ou mutismo;
 · Compreensão oral comprometida;
 · Fala não-fluente;
 · Leitura e escrita ausentes.
Outras Afasias
 · Talâmicas;
 · Não-Talâmicas;
 · Afasia Cruzada;
 · Afasia do Bilíngue;
Lesão em hemisfério DIREITO: alteração da comunicação.
 · Afasia Subcortical;
 · Parafasias semânticas;
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 APRAXIA
06
 - Ideomotora: comprometimento na execução dos gestos simples ou 
simbólicos, sem o uso de objetos. O paciente consegue realizar os 
movimentos automaticamente, mas não quando é solicitado 
(voluntariamente). Por exemplo: você pede ao paciente que ele acene e ele 
não consegue, mas ao se despedir, sem ser solicitado, acena 
automaticamente, como um hábito.
 
 - Bucofacial: comprometimento na execução de movimentos 
voluntários da deglutição, movimentos voluntários da língua e movimentos 
faciais voluntários. Exemplo: você pede que o paciente faça um bico e 
assopre uma vela e ele não consegue, mas é capaz de fumar; ou você pede 
que ele passe a língua nos lábios e ele não sabe como produzir o 
movimento, mas quando está comendo consegue lamber migalhas.
 A apraxia é uma alteração no planejamento motor, ou seja, é uma 
alteração cognitiva. Nada tem a ver com a musculatura, com neurônio motor 
inferior. É uma alteração linguístico-cognitiva.
 - Apraxia de fala: comprometimento da programação voluntária dos 
órgãos fonoarticulatórios e da sequência dos movimentos musculares para 
a produção dos fonemas e palavras do idioma. Isso ocorre mesmo com os 
sistemas motores, sensoriais, e as habilidades de compreensão e atenção 
estarem preservados.
 Nossos pacientes afásicos apresentam, muitas vezes, apraxia de fala. 
Isso se deve a uma lesão no córtex motor e/ou pré-motor, que é justamente 
onde acontece o planejamento motor da fala, onde o cérebro planeja como a 
boca vai produzir cada fonema do idioma e sequenciá-los.
 Pode ser classificada das seguintes formas:
Apraxia
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 DISARTRIA
07
 Afeta a velocidade, força, alcance, ritmo ou precisão dos movimentos 
da fala, além de afetar também a respiração, a fonação, ressonância, 
articulação e prosódia.
 Pode ser classificada em 6 tipos: flácida, espástica, atáxica, 
hipocinética, hipercinética, e neurônio motor superior unilateral. A sétima 
classificação seria a mista, quando ocorre mais de uma, simultaneamente.
 Disartria
 
 Minha intenção com este capítulo é te passar apenas uma visão geral 
sobre a disartria, mas é importante você saber que para se aprofundar é 
necessário fazer um curso específico.
 A disartria é uma alteração decorrente de distúrbios no controle 
muscular do mecanismo de fala, resultante de lesão periférica ou central do 
sistema nervoso. Corresponde a aproximadamente 45% das patologias 
neurogênicas adquiridas e compromete a comunicação oral devido à 
paralisia, fraqueza ou incoordenação da musculatura da fala.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 DISARTRIA
08
 tosse, golpe de glote);
 Uma avaliação de disartria deve considerar quatro componentes importantes:
 1. História;
 2. Identificação das características predominantes, que contribuem 
 diretamente para o diagnóstico (ver o quadro abaixo);
 (atrofias, redução do tom, fasciculações, pouca inibição do riso ou 
 4. Integração dos achados.
 choro, redução dos reflexos normais, reflexos patológicos, força da 
Avaliação
 3. Identificação dos sinais confirmatórios: pistas adicionais sobre a 
 localização da patologia que ajudam na confirmação do diagnóstico 
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
· Qualidade vocal;
· Respiração;
Avaliação perceptual da fala
· Ressonância (pressão intraoral);
· Pitch;
· Articulação;
 É importante que as amostras de fala sejam gravadas para posterior 
análise dos seguintes itens:
· Prosódia;
· Loudness;
· Inteligibilidade;
· Outros (desvios, velocidade, palilalia).
 O tratamento fonoaudiológico das disartrias deve ser realizado de 
acordo com as manifestações nas 5 bases.
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AFASIA
N A P R Á T I C A
 praticando 
afasia
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 PRATICANDO AFASIA
10
Primeiro ponto: você só vai identificar essas alterações AVALIANDO o 
paciente. Precisamos saber o que ele tem para depois trabalhar o que está 
alterado, certo?
Vamos falar, então, sobre apraxia de fala, jargonofasia, parafasias, 
paragrafias, ecolalias, anomias, todas as alterações ligadas à expressão. 
Como a gente faz para avaliar as alterações de expressão oral de um paciente 
que está em mutismo?!
Não vou considerar aqui as alterações de expressão por gesto, pela mímica 
facial ou por apontamento de objetos, ok? Mas isso precisa fazer parte da sua 
avaliação.
Então, o seu paciente está “mudo”, veio da internação sem conseguir falar 
nada, com aquele olhar distante, depois de ter sofrido um traumatismo crânio-
encefálico (TCE) ou de ter passado por um acidente vascular encefálico (AVE). 
Logo no primeiro dia, o fonoaudiólogo tem a responsabilidade de explicar para 
a família o que está acontecendo e, pra isso, precisa avaliar o paciente, 
começando pela compreensão!
Vou dar alguns exemplos de casos clínicos para você compreender melhor. 
Começando por um onde o paciente não consegue se comunicar oralmente de 
jeito nenhum, o que chamamos de mutismo.
E por que não é o jeito mais adequado de falar?
Terapia do paciente com afasia predominantemente expressiva
Vou começar a abordar esse tema pelo termo “afasia de expressão”, tão usado e 
tão equivocado.
Porque a pessoa pode ter dificuldade para se expressar por objetos, pela 
escrita, por apontamentos, pela fala... Então, quando você classifica um 
paciente como tendo “afasia de expressão”, você não está dizendo nada sobre 
ele; nós não conseguimos saber qual o nível de comprometimento, qual é a 
forma de expressão comprometida e, se for oral, não sabemos qual é a 
alteração de expressão.
Eu sei que recebemos muitos prontuários assim, com essa classificação, vindo 
de outros profissionais. Mas nós, fonoaudiólogos, somos os profissionais da 
comunicação e não faz o menor sentido resumir o diagnóstico de linguagem 
de um paciente dessa forma.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 PRATICANDO AFASIA
11
Mas por que, Paola, se o problema é na expressão?
Dito isso, vou considerar que nosso paciente hipotético não possui nenhuma 
alteração de compreensão.
Simplesmente, porque ele não vai conseguir se expressar se não estiver 
compreendendo. Por isso, já começamos a avaliação pela compreensão.
Vamos avaliar: objetos, gestos, mímica facial, figuras/imagens, palavras escritas 
e compreensão auditiva. Não necessariamente precisamos usar a fala para 
avaliar a compreensão e isso precisa ficar MUITO claro pra você; ao avaliar 
compreensão de gestos, você vai usar gestos; ao avaliar compreensão de 
palavras escritas, vai usar a escrita, e assim por diante.
Aí você vai pensar: “o paciente está com compreensão preservada e não 
consegue falar nenhuma palavra?”.
Anote isso para a sua vida: a disartria não faz parte da afasia!
Um paciente com Parkinson, por exemplo, pode entrar em mutismo por 
hipocinesia dos movimentos, ou seja, musculatura rígida que deixa os 
movimentos bem curtinhos e ele não consegue articular; isso é uma disartria 
grave, não é uma afasia.
Já um paciente com Alzheimer pode entrar em mutismo por uma alteração 
cognitiva que o impede de planejar a fala; a musculatura dele está ótima, mas ele 
não fala e isso faz parte do quadro demencial. Esse também não é um caso de 
afasia, porque é uma alteração cognitiva, não linguística.
Sim, existem casos de alteração neuromuscular tão grave, mas tão grave, que o 
paciente não consegue nem mover os lábios, nem elevar a língua, porque tem 
muita flacidez, ou porque tem muita movimentação involuntária, espasticidade, 
incoordenação pneumofonoarticulatória, e tudoisso pode leva-lo à incapacidade 
motora para falar, apesar de conseguir programar bem o que vai dizer e de estar 
com a linguagem preservada. Isso, então, seria disartria, não afasia! A disartria é 
essa alteração das bases da fala, que não está ligada à linguagem, não é uma 
alteração linguística.
A afasia só aparece se houve uma lesão focal no cérebro, um TCE, um AVE, um 
tumor. Não existe afasia em cérebro que está em degeneração!
É claro que o paciente pode ter afasia, disartria, disfagia, paralisia facial, tudo ao 
mesmo tempo. Mas a disartria é uma coisa, a afasia é outra.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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 PRATICANDO AFASIA
12
Lesão é diferente de degeneração.
Falei tudo isso só pra você começar a raciocinar! Quando você pegar o prontuário 
do paciente, precisa analisar se o quadro dele é compatível com uma afasia ou 
não. Já cansei de ler em prontuário: “paciente com demência diagnosticada há 
mais de dez anos; hipótese: Alzheimer, ainda a esclarecer; afasia de expressão”.
Agora que você já é capaz de reconhecer clinicamente um paciente afásico, vou 
ao que interessa nesse capítulo: afasia predominantemente expressiva.
Vamos falar do paciente afásico que está em mutismo, aquele que teve uma 
lesão, um AVC, um tumor, um aneurisma, um trauma, e não está mais falando. De 
uma hora pra outra, não importa se tem 18, 30, 45 ou 56 anos; se estava no 
trabalho e era ativo. De repente, não fala mais nada!
Toda vez que você for encontrar um afásico, o que você precisa ter em mente é: 
1) Avaliar todas as habilidades de compreensão;
Fazendo tudo isso, estaremos avaliando a habilidade do paciente programar o 
que vai dizer. Quando ele nomeia, ele pensa na semântica, associa ao fonema, e 
depois expressa. No automatismo, ele tem blocos de palavras e frases prontas 
que vão ser expressas como se fosse algo “decorado”. E, para repetir, ele ouve, 
processa o que ouviu e programa o que vai falar, para sair igual ao que ele 
escutou. Então, são três formas que usamos para nos expressar oralmente: ou 
programamos som a som o que vamos dizer; ou trazemos o significado como 
pista, juntamos com as sílabas que conhecemos da língua, programamos 
motoramente esses fonemas e falamos; ou temos blocos prontos de fala.
Se você vai avaliar a expressão oral de um paciente, você vai precisar fazer uma 
prova de nomeação, ou seja, pedir que ele dê nome para objetos, fotografias, 
pessoas da família, você vai dar um jeito de achar coisas pra ele nomear. Você 
também vai avaliar os automatismos: cantar “parabéns a você”, contar até 20, 
falar os meses do ano, os dias da semana, falas automáticas, que precisam ser 
testadas. E, não menos importante, vai avaliar repetição! Repetição de sons, de 
palavras que existem e de palavras que não existem.
Não me mata do coração!!! A pessoa que está demenciando não vai ter afasia! 
Isso só será possível se ela já tinha afasia ANTES da demência. Difícil, mas 
acontece, são as demências vasculares. Mas, no geral, o afásico que precisa ser 
reabilitado na expressão teve uma lesão!
2) Avaliar todas as habilidades de expressão.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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 PRATICANDO AFASIA
13
Se no automático, que é o mais simples, não saiu nada, eu te conheço e sei que 
você já começa a se desesperar e tenta outra coisa. Pega o primeiro objeto que 
tem na frente, mostra pro paciente e pergunta “O que é isso aqui?”. Ele olha e 
continua quieto. Em seguida, você já emenda uma repetição de fonema, “Faz 
comigo assim, oh: AAAAA”. E o paciente, nada.
Isso é possível? Sim, é! E tenho certeza que muitos já passaram por isso.
“Ok, Paola! Entendi. Mas eu fui avaliar automatismo com o Sr Caetano, pedi pra 
ele contar até 10, ele compreendeu, mas não fez nada. Eu comecei a contar, pra 
ajudar, e nada”.
Portanto, essas três provas são importantíssimas para o seu diagnóstico de 
expressão.
Aí você vai me dizer:
Quando o paciente tem uma compreensão razoável e você solicita que ele fale 
alguma coisa, ele tem uma intenção comunicativa. Se ele não faz nada, não 
esboça absolutamente nenhuma reação, normalmente está ligado a quadros 
demenciais. É claro que afásicos também passam por isso, mas por uma questão 
mais de comportamento e humor do que de problemas de fala dentro da 
linguagem. Então, os casos de linguagem, de lesão focal, são detectados se o 
paciente tentou se expressar (mexeu a boca, tentou articular alguma coisa); ou 
começou a chorar porque tentou falar e não saiu nada; ou ele falou, mas saiu 
outra coisa; ou se ele fica repetindo, falando sempre a mesma palavra e não o que 
você está pedindo! Esse paciente é aquele que você sabe que sofreu uma lesão 
focal, que não tem idade pra estar degenerando, não tem nenhuma demência 
associada, e está em mutismo. O paciente não é disártrico, está com a 
musculatura facial ótima, mímica também, não tem nada que evidencie uma 
alteração neuromuscular, o paciente faz “jóia” com a mão, dá tchau, sorri, 
cumprimenta, tem intenção comunicativa! Entende? Ele tem tudo isso 
preservado, mas ele não fala.
Quando o paciente tem apraxia de fala, ou seja, ele tem intenção, ele programaria 
o que quer dizer, mas a programação é ruim. Se, por exemplo, ele quer falar 
“mamão”: ou ele não programa nada; ou deixa uma programação automática 
rolando (aqueles que só falam “Ave Maria”, palavrões etc.); ou ele começa a 
programar, mas não sai como deveria, ele não sabe onde começa o som.
Mas outras coisas estão acontecendo...
Quando isso acontece?
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
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Espas�cidade 
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Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
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Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 PRATICANDO AFASIA
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Resumindo, a apraxia de fala pode vir acompanhada de:
- Omissões de sílabas ou fonemas;
- Repetição de sílaba;
A fala do apráxico pode ser muito semelhante à de uma pessoa com gagueira. 
Inclusive, essa pode ser uma queixa da família (“ele ficou gago”).
Todas essas características são possíveis e você pode encontrar uma ou mais, 
dentro de um quadro apráxico.
Alguém me perguntou: “E se ele tiver hemiparesia de face?”. Você consegue 
saber se o paciente tem intençãocomunicativa por mímica, mesmo se o paciente 
tem uma paralisia.
- Ensaios articulatórios;
- Substituição da fala por jargão (pode estar associada a prejuízos na 
compreensão também);
- Bloqueios;
- Agramatismos (omissões de palavras no meio da frase);
- Repetição de fonema.
Além disso, o paciente pode ter uma apraxia bucofacial, o que dá alteração de 
mímica (você pede pra ele mandar um beijo e ele dá um sorriso, por exemplo). 
Nesses casos, eles programam errado também os movimentos bucofaciais.
O que precisamos trabalhar na apraxia de fala, então? Treino da programação e 
produção dos fonemas, dentro do sistema articulatório, porque é esse o problema 
do apráxico.
“Mas e a ecolalia?”
A ecolalia é a repetição descontextualizada de algo que o paciente ouviu, na 
televisão, na rua, no rádio, em casa ou até no momento da conversa. Por 
exemplo:
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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- O Sr já comeu hoje?
É um processo extremamente comum quando há prejuízo na compreensão ou na 
memória (o paciente não armazena bem uma frase, não se lembra do que você 
disse e só repete a última coisa que você falou).
- Oi, Sr. Mário! Tudo bem?
- Tudo bem?
- Hoje.
Uma aluna perguntou: “Qual a diferença entre Afasia de Broca e Apraxia de Fala 
Adquirida?”.
Ahhh, essas nomenclaturas! Não faz sentido a gente ficar usando “afasia de 
Broca”, “afasia de Wernicke”, essas nomenclaturas são muito, muito, muito 
ultrapassadas! Mesmo! Ok? Mas vamos lá!
A “afasia de Broca” seria quando você tem uma lesão frontal do lado esquerdo, 
que é a região de Broca, e onde predominantemente estão as células de 
expressão oral, de programação motora da fala. Quando essa região é lesionada, 
a principal característica é uma compreensão de média complexidade (não 
compreende perfeitamente, mas entende muito bem as coisas corriqueiras do dia 
a dia) e uma expressão com características de apraxia de fala. Então, é esperado 
que o afásico de Broca tenha uma apraxia de fala. Certo? Mas nós não vamos 
colocar os pacientes dentro dessa caixinha “afasia de Broca”, porque dentro 
disso ele pode ou não ter uma apraxia de fala; pode ter um agramatismo com 
apraxia de fala leve ou um agramatismo com uma apraxia de fala grave; uma 
compreensão razoável ou ótima, apenas com algumas alterações cognitivas. 
Todos esses seriam “afásicos de Broca”. É possível, inclusive, ter os sintomas de 
um “afásico de Broca”, mesmo sem ter lesão frontal exclusiva e mesmo sem essa 
lesão ser do lado esquerdo. Portanto, usar uma nomenclatura que restringe tanto 
a uma região, a um sintoma, a um comportamento, é muito complicado, porque o 
cérebro de cada um é único, cada um usa de um jeito. Um AVC na mesma região, 
em duas pessoas diferentes, pode resultar em sequelas diferentes.ua, no rádio, 
em casa ou até no momento da conversa. Por exemplo:
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Então, aqui, você não vai me ver usando classificação de afasias, ok? E eu sugiro 
que você também não use, porque isso atrapalha muito o planejamento 
terapêutico, você vai classificar os seus pacientes e todos que tiverem a mesma 
classificação vão receber o mesmo tratamento. Suas terapias vão ficar 
protocoladas, sabe? O ideal é estudarmos cada alteração que ele apresenta e 
tratarmos de forma individual.
“Mas como eu coloco o diagnóstico no prontuário, Paola?”
Exemplo: “Paciente apresenta compreensão oral prejudicada, compreensão de 
leitura e gestual preservadas (...)”. Entende? Você vai avaliar todas as 
habilidades comunicativas e vai colocar no prontuário o que você encontrou para 
cada habilidade. A partir das alterações encontradas, você planeja a sua terapia.
Aí você vai pensar “Nossa, eu quero melhorar a fala do paciente e vou ter que 
fazer treino de memória operacional?”. Pois é! Vai, sim! Porque para programar o 
que vai falar, ele vai precisar memorizar a sequência de pontos articulatórios. E 
como o fonoaudiólogo faz o que o cérebro não faz, você vai treinar memória 
operacional, sim!
E o que o cérebro do apráxico não consegue fazer adequadamente?
Você vai olhar para o que o paciente não está conseguindo fazer. O que o cérebro 
não faz o fonoaudiólogo faz!
Programação do ponto articulatório.
A apraxia tem vários graus, certo? O paciente pode não falar nada; pode ensaiar; 
não conseguir falar vogais; falar picadinho, omitindo palavras (parecendo um 
índio). Enfim, como eu trabalho apraxia de fala?!
E por que ele não consegue programar? O que é necessário para conseguir 
realizar essa programação?
Antes de programar, o cérebro busca na memória operacional as sílabas da 
palavra e a ordem em que elas aparecem. Portanto, o apráxico também tem uma 
alteração significativa da memória operacional!
Agora vamos, então, pensar o que fazer com esses pacientes!
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Fazendo ele decorar telefone, decorar sequência de imagens, fazendo joguinho 
da memória com os cartões semânticos, memorização de palavras, brincando no 
Genius (que associa cor e som)... SEQUÊNCIAS!
“Como eu trabalho memória operacional, Paola?”
Trabalhar memória operacional vai ser o primeiro passo, então.
O que mais está envolvido na programação da fala, além da memória?
Familiaridade com os fonemas e seus pontos articulatórios. Para isso, vamos 
usar muito neurônios-espelho. Os neurônios-espelho observam o que o outro faz 
e imitam de forma involuntária. Recrutando esses neurônios para a região frontal 
(onde não existem mais, porque foram mortos na lesão), a reaprendizagem dos 
fonemas e seus pontos articulatórios fica otimizada.
Então, vamos trabalhar em cima do que falta para o paciente e que é mais 
importante para a comunicação dele. Vamos supor que ele fala alguma coisa, 
mas muitas palavras ele ainda não consegue. Você vai treinar essas palavras que 
ele não fala, começando sempre pelas mais importantes pra ele, como os nomes 
das pessoas, as coisas que elegosta de comer e não consegue pedir, os 
cumprimentos, “por favor”, “obrigado”, “xixi”, todas essas coisas urgentes.
Você vai treinar muito e é possível que depois de dez minutos ele esqueça. Afinal, 
ele tem alteração de memória operacional, certo? É normal! Não desiste!!! 
Continua treinando! Você vai fazer o treino da memória, o treino dos 
fonemas/palavras, vai usar todas as possibilidades que o cérebro tem de receber 
dicas/inputs para produzir fonemas (usando música com a letra, por exemplo; 
mesmo que ele só consiga falar uma palavra, você grifa a que ele conseguiu e a 
cada vez vai grifando as novas, pra ele ver a evolução), vai mandar o FonoSpeak 
pra ele treinar com a família em casa... Persista!
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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Cada paciente tem uma idade, um grau de escolaridade, uma extensão de 
lesão... E tudo isso é fundamental para o prognóstico. Quando o familiar pergunta 
em quanto tempo o paciente vai voltar a falar, você não explica que a forma como 
a pessoa usou o cérebro ao longo da vida influencia muito na reabilitação? A 
pessoa que terminou o colégio e nunca mais estudou, ou aquela que não foi 
alfabetizada, pessoas que exploraram pouco o cérebro, vão ter mais dificuldade 
na plasticidade neural, porque uma área morreu e as outras, que vão precisar ser 
recrutadas, estão pouco ativas. Mas se é um paciente que estudava, trabalhava, 
falava oito línguas, pós-graduado, esse cérebro é muito ágil, as células estão 
muito espertas, tudo muito ativo, e provavelmente o prognóstico desse paciente 
vai ser melhor. Mas nada disso é incontestável, porque muitas vezes o paciente 
super escolarizado tem uma lesão enorme, ou é muito idoso. Então, muitos 
fatores estão envolvidos. O que o fonoaudiólogo precisa saber é que cada 
paciente é ÚNICO! O tratamento é único e exclusivo, o prognóstico é único e 
exclusivo. A quantidade de fonemas que trabalharemos por dia está baseada em 
quem é esse paciente: como é a lesão, qual o grau de escolaridade, qual a idade, 
se ele é bem humorado, bem disposto, se está engajado no processo terapêutico, 
se tem familiares que contribuem, se tem apoio, se tem tempo pra treinar, se está 
muito medicado... Tudo isso precisa ser levado em consideração na hora de 
determinar quantos fonemas serão trabalhados por dia. Entende?
Respondendo dúvidas dos alunos
- Quando você fala da memória operacional, devo usar aspectos verbais? 
Ou apenas visuais/gestuais? Penso no caso de um indivíduo que tem 
dificuldade também na compreensão. Fico só na parte não verbal?
Não existe regra, não existe receita de bolo.
- Quantos fonemas eu devo treinar por dia?
Exatamente! Se o paciente é não verbal, você precisa fazer uma atividade não 
verbal com ele. É simples. Pode ser o auditivo com a cor, como o Genius. Se o 
paciente é ótimo de compreensão e vai ficar até constrangido de ficar fazendo 
treininho simples, jogo da memória de figuras e palavras, você precisa pensar em 
algo que exija mais, como lembrar as primeiras 5 palavras das 20 que você falou.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
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- Cantores podem ter prognóstico melhor?
Vamos lá! Vou dar como exemplo o último paciente que eu atendi, que gostava da 
música Fera Ferida: “Acabei com tudo, escapei com vida (...)”. São seis palavras, 
certo? Se o paciente mal está conseguindo falar “acabei”, você não vai criar a 
expectativa de que ele vai falar a frase inteira em uma semana! Aí você coloca a 
música pra tocar, ele consegue reproduzir a melodia (porque é do hemisfério 
direito), mas não consegue cantar a letra. Então, de frente pra ele, você articula 
bem a palavra “A-CA-BEI”. Esse já e um treino de memória operacional, porque 
você está treinando a sequência das sílabas dentro da palavra. Quando ele 
tentar, pode ser que saia “A-BEI”, omitindo o “ca”. Você pega a caneta marca-
texto, pinta o “ca” e fala pra ele “ficou faltando essa parte aqui, oh! Vamos de 
novo? Está quase!”. E dá o modelo mais uma vez: A-CA-BEI. Fazendo isso, você 
vai estar oferecendo o input da música cantada (alguém que está cantando a letra 
junto), do ritmo da música (que é do hemisfério direito e vai contribuir com a 
memória da palavra) e do grafema (da palavra escrita). Claro que isso funciona 
melhor com os pacientes alfabetizados, certo? Quando não for alfabetizado, você 
vai abusar do neurônio-espelho. O método das boquinhas é legal pra ele usar fora 
das sessões, quando você não está lá para dar o modelo. Ele precisa ter a 
boquinha do “ca”, por exemplo, pra treinar em casa. No atendimento, o método 
das boquinhas é você, o terapeuta, ok? E você vai fazendo isso palavra por 
palavra, uma por vez, conforme ele vai evoluindo.
- Explica melhor como utilizar a música para treino de memória operacional 
e produção de fonema?
O cantor não tem uma programação de fala melhor do que os outros, porque o 
desempenho linguístico está baseado no automatismo. Palestrantes, pessoas 
que falam muito em público, comentaristas, esses sim, podem ter um prognóstico 
melhor. Em geral, o prognóstico das mulheres também é melhor que o dos 
homens, por conta da nossa cultura, que reforça esses perfis de mulher que fala 
muito e de homem que é contido, que não chora, que não se expressa. As 
questões socioculturais também influenciam no comportamento das pessoas e, 
no fim, como as mulheres se expressam mais, acabam tenho um prognóstico 
melhor. Existem estudos na literatura confirmando isso, mas lógico que não é 
regra. De novo, reforço: não existe regra! Cada caso é um caso. Podemos ter 
cantores que foram muito bem na reabilitação e palestrantes que não foram tão 
bem; assim como homens que foram melhor que a média das mulheres.
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reduzida/rígida 
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- Só passo para o próximo fonema quando ele conseguir produzir sozinho, 
sem auxílio de neurônio-espelho, sem modelo?
Em lesão de tronco, podem estar acometidos pares cranianosligados a funções 
motoras da fala. Então, você precisa ver se seu paciente tem uma compreensão 
boa (dá pra fazer todos os testes de compreensão com o movimento dos olhos) e 
se ele tem intenção comunicativa. Por que isso é importante? Porque muitas 
vezes as pessoas tratam como “afásico de expressão” (bem entre aspas mesmo) 
quem, na verdade, tem uma disartria grave, uma incompetência muscular severa! 
E o disátrico vai melhorar com estimulação tátil-térmica-gustativa, com fase 
preparatória oral da deglutição, com treino articulatório também, mas ele não tem 
uma programação da fala alterada, e sim uma musculatura ruim. Então, você vai 
trabalhar isso mastigando, cantando, falando... Mas precisa avaliar 
automatismos, repetição, nomeação, intenção comunicativa e a musculatura. Se 
você avaliou compreensão e o paciente acertou tudo, tem compreensão 
excelente e a musculatura está ruim, ele não tem afasia, e sim provavelmente 
disartria. Não é impossível que ele seja afásico também, por isso precisa fazer a 
avaliação completa.
 - Paciente com AVC de tronco, que só se comunica por movimento do olhar 
e levanta sobrancelha, agora sorri e chora, ele vai conseguir falar com esse 
método?
Não. O primeiro passo é treinar a produção. Às vezes leva bastante tempo para o 
paciente conseguir produzir um “O”. Você fala “O”, o paciente faz “K”. Daí você 
mostra o formato da boca, dá um estímulo tátil, mostra o grafema, faz de tudo, tem 
um trabalhão e, finalmente, sai a produção! Não significa que porque ele produziu 
“O” ele vai conseguir falar tudo que começa com “O” (ovo, oi, olho). Não. O 
objetivo é que ele consiga produzir o fonema “O”. No começo, ele pode precisar 
de pista inicial, depois vai conseguindo fazer sozinho. Mas você não 
necessariamente precisa ficar nesse fonema até ele falar sozinho. Você precisa 
ficar nesse fonema até ter certeza que ele produz! A automatização do fonema 
vem com o tempo, não precisa ficar em cima disso, não.
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Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
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- Acho que entendi essa parte de ele conseguir produzir o fonema e de que não 
preciso ficar repetindo incessantemente. Mas aí, como eu conquisto a 
generalização?
Aí é que vem a maravilha do cérebro! Você treina a produção do fonema, depois você 
vai colocar o fonema dentro de palavra, de frases, de músicas... É por isso que eu gosto 
muito do FonoSpeak e recomendo sempre, tanto para aquisição de fonemas, como 
para produção de palavras e frases. Depois que você conseguiu que ele produzisse o 
fonema, você vai fazer treino de leitura, audição e repetição de palavras com aquele 
fonema, de frases, porque aí o paciente começa a perceber as coisas do dia a dia dele 
que têm aquele fonema. Por exemplo: o paciente de manhã usa sempre o computador, 
come uma banana e toma um café. É legal estar escrito “café” na xícara, “banana” na 
banana, pra ele ter sempre o input do grafema, porque isso ajuda a lembrar do fonema. 
Mas a generalização vai acontecendo naturalmente, inclusive conforme você vai 
trabalhando outros fonemas diferentes, porque o paciente vai começando a se reinserir 
na língua. Depois de treinar memória operacional, neurônio-espelho e produção 
fonêmica, vamos entrar na parte que eu adoro, que é a conversação. Desde a primeira 
sessão, eu peço para o paciente me contar sobre a manhã ou o dia dele, e gravo! Pode 
ser que na primeira ele não fale nada, na segunda ele produza uma vogal, mas eu vou 
gravando. E nessa hora de gravar, eu não dou pista nenhuma, deixo ele fazer sozinho. 
Se perceber que ele está ensaiando muito e não está conseguindo produzir, você pode 
escrever e mostrar pra ele a palavra que ele está tentando dizer. Ele vai ler, vai tentar 
lembrar como faz, vai produzir errado e aí você ajuda, dando o modelo, usando 
neurônio-espelho. Prepare-se, porque às vezes leva mais de dez minutos para eles 
conseguirem falar duas palavras. É assim mesmo! Nada de desespero. Vamos supor 
que no final ele conseguiu dizer: “hoje esvei os entes”. Você vai escrever a frase “hoje 
escovei os dentes” e vai fazer do jeitinho que fez lá no treino com a música: pinta as 
omissões e mostra pra ele o que faltou, produz junto, dá pista. Esse relato vai tomar uns 
15 minutos da sessão, pra ele produzir uma frase, mas cada vez vai sair melhor. Por 
isso é tão importante gravar, pra tanto você como o paciente terem a real noção da 
evolução dele. A partir da gravação, você vai tabular a quantidade de palavras por 
minuto. Quantas palavras ele falou e quanto tempo durou o discurso? “Ah, Paola! Mas 
as palavras não saíram perfeitas, ele fez parafasia, omitiu, trocou alguns fonemas”. Não 
tem problema! Apesar das trocas, ele está produzindo, então você conta as palavras 
produzidas. Depois, se quiser, você pode fazer outra tabelinha com as palavras 
corretas por minuto. Assim, você terá tabulação de quantidade de fala e de qualidade 
de fala.
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A anomia pode ser:
- Meu paciente não gosta de falar porque a boca incha de mais. Tem esse 
inchaço no lado esquerdo, embola as palavras e não conseguimos 
entender o que ele fala.
Agora, quero esclarecer algo importante! Já entreguei pra você como tratar a 
apraxia de fala, que é a coisa mais difícil da expressão oral. Mas a gente sabe que 
existem aqueles pacientes que já falam, não têm apraxia, não têm nada, mas que 
não conseguem lembrar o nome das coisas.
Se ele fica produzindo um inchaço durante a fala, pode estar com uma alteração 
da mímica, uma paralisia facial central. Aí, você precisa treinar paralisia facial 
central associada ao treino de fala.
A dificuldade na nomeação nem sempre é uma alteração na programação motora 
da fala. E, aí sim, estaremos nos deparando com o que chamamos de anomia.
 1) Uma alteração semântico-lexical. As palavras estão guardadas de forma 
 desorganizada no cérebro do paciente. Pensa que nós temos como se 
 fossem várias pilhas de gaveta-arquivo no cérebro. E cada gaveta do arquivo 
 tem um assunto (comida, bebida, vestuário etc.), que são os campos 
 semânticos. Dentro das gavetas, estão as palavras daquele assunto, o 
 léxico! Quando o paciente tem muita dificuldade de acessar o léxico, pode ser 
 que ele esteja procurando na gaveta errada. É como se os arquivos 
 estivessem sem etiqueta e ele fica abrindo todas as gavetas, procurando a 
 palavra. Então, se vocês estão conversando sobre maquiagem, o paciente 
 quer falar “blush” e a palavra não vem, é porque ele não abriu a gaveta do 
 campo semântico “maquiagem”. Entende? Existe uma desorganizaçãosemântica e, portanto, o acesso lexical é ruim.
 2) Uma alteração fonêmica. Pode ser que as gavetas estejam com etiqueta, 
 mas lá dentro esteja tudo uma bagunça. Então, você tem as palavras nos 
 seus devidos campos semânticos, mas os pedacinhos das palavras estão 
 misturados dentro da gaveta.
Como você vai saber qual é a alteração do paciente? Como saber qual é a rota 
alterada? Na hora que você der a pista.
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Terapeuta: Sr. José, fala pra mim o que é isso (mostrando uma escova de cabelo).
Exemplo:
Paciente: É... ai! Ai... é... não sei.
T: Eu uso pra isso aqui, oh (enquanto penteia os cabelos). Você também usa pra isso. A 
gente fala “eu vou... o meu cabelo”!
P: PENTE! ESCOVA! ESCOVA DE CABELO!
O que aconteceu nesse diálogo? Você deu uma pista semântica! Você mostrou qual é 
a gaveta e ele achou a escova lá dentro. Mas pode acontecer de essa pista não ser 
suficiente e ele continuar sem saber. Por exemplo:
P: Eu sei, eu sei o que é! Minha mulher usa todo dia, eu usei hoje de manhã. Eu sei!
T: É a ES...
P: COVA! ESCOVA! Escova de cabelo!
Nesse caso, as duas rotas estão enfraquecidas. 
Então, o que você ofereceu e beneficiou o paciente é o que ele tem de pior. Se você 
ofereceu pista semântica e ele acertou, o problema está na rota semântica-lexical. Se 
você ofereceu pista fonêmica e ele acertou, o problema está na rota fonêmica.
Lembre-se: o que o cérebro não faz o fonoaudiólogo faz!
Dessa última vez, a pista foi fonêmica. Isso significa que ele tinha a rota semântico-
lexical preservada, mas não tinha a fonêmica. Ele buscou na gaveta certa, mas lá 
dentro estava tudo fora do lugar!
E quando o paciente acerta ora com uma, ora com outra?
Então, se está difícil organizar as gavetas semânticas, nós vamos trabalhar isso. Você 
pode, por exemplo, desenhar várias caixas e nomear com campos semânticos 
(banheiro, vestuário, trabalho, filhos, netos), sempre pensando no que o paciente gosta 
de fazer, no que faz parte da rotina dele, porque a terapia precisa ser boa pra ele. Aí 
você fala uma palavra e ele precisa apontar a caixa da qual aquela palavra faz parte. 
Quando ele já estiver bom em reconhecer a caixa, você faz o caminho inverso. Você 
mostra a caixa e ele precisa te dizer palavras que teriam ali. Esse é um treino de acesso 
lexical. Com isso, você vai ajudar o paciente a organizar as “gavetas” mentais dele, a 
etiquetar as gavetas e entender onde estão as palavras que ele precisa.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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 PRATICANDO AFASIA
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No atendimento neurológico, nunca se faz nada sem um cuidador por perto! Toda a sua 
sessão deve acontecer na presença de um cuidador, pra que ele possa reproduzir 
depois. Senão, o tratamento não funciona! O nosso trabalho é só metade do que ele 
precisa pra melhorar. METADE! O fonoaudiólogo faz 50%, o cuidador faz 40% e só 
10% é do paciente.
- Devo fazer esse ensinamento de preferência na presença dos cuidadores?
O treino da anomia precisa ser semântico-lexical e fonêmico.
- Tenho uma paciente que fala o tempo todo, embola um pouco, mas não muito. A fala 
espontânea não tem sentido, mas consegue responder perguntas.
- Meu paciente é assim: eu dou a pista fonêmica no início e sai o restante da palavra. 
Vai ser assim sempre?
E quando a dificuldade é fonêmica? Você faz atividades que foquem no fonema. Pode 
pegar um campo semântico específico, como Frutas. Faz uma lista de nomes de frutas 
e tira um fonema de cada palavra, pra ele completar o que está faltando. Depois você 
dá um fonema e ele precisa te dizer todas as palavras que ele lembrar que tenham 
aquele fonema, de qualquer campo semântico. Aí você restringe e fala que com aquele 
fonema quer só coisas de banheiro, por exemplo.
Respondendo Dúvidas dos Alunos
Esse “embola” precisa ser avaliado se é disartria. Tem que avaliar a musculatura. Se a 
fala espontânea não tem sentido, existe um problema de discurso. Então, precisa fazer 
atividades de organização do discurso, como: pedir pra ela escrever e ler frases; fechar 
um assunto para que vocês conversem sobre um único tema etc.
Não. Porque a terapia não é dar pistas, a terapia é fortalecer a rota fonológica que o 
paciente precisa. Conforme você for fazendo as atividades que eu sugeri aqui, as pistas 
vão sendo cada vez menos necessárias.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Sempre que o paciente estiver em uma instituição, você precisa oferecer treinamento 
para a equipe de enfermagem, de nutrição... Ofereça treinamento gratuito de 
linguagem e deglutição em todos os lugares que você passar, para que as pessoas 
possam reconhecer o paciente que está com risco de broncoaspiração, para que 
possam reconhecer a importância da comunicação alternativa, para reconhecer a 
necessidade de um cuidador formal para pacientes com algumas alterações 
específicas... Nada disso vai acontecer enquanto o fonoaudiólogo não explicar, porque 
somos nós que sabemos disso. Então, ofereça treinamento gratuito na casa de 
repouso do seu bairro, da sua cidade, isso é muito importante! Não estou falando pra 
você ensinar o enfermeiro a ser fonoaudiólogo, mas sim ensinar a reconhecer o 
momento de chamar o fonoaudiólogo.
Em geral, 1 hora é suficiente. Mas é importante avaliar se seu paciente está com 
disposição, porque alguns não aguentam completar 1 hora! É muito cansativo, são 
muitos estímulos. Tem paciente que começa fazendo meia hora, depois vai pra 45 
minutos, depois pra 1 hora. Em compensação, tem paciente que aguenta mais e você 
consegue fazer 1 hora e meia. Isso tudo vai depender da resposta do paciente, do 
serviço em que você está inserido e do tipo de atendimento que você oferece 
(domiciliar, consultório, hospitalar). Então, organiza tudo o que você precisa fazer na 
sessão e distribui um tempo pra cada coisa.
É possível um paciente apráxico ter parafasia fonêmica?
Muito! Porque fazer trocas fonológicas é uma característicado apráxico.
Bom, até aqui falamos de apraxia, de anomia, de ecolalia, jargonofasia... E quero 
reforçar um pouquinho algo que conversamos na Semana da Afasia, sobre parafasias, 
que são as trocas.
- Sobre oferecer a terapia na presença de um cuidador, como fazer com paciente de 
instituição?
Com certeza. Nesse caso, você trabalha só a rota fonêmica.
- Quanto tempo deve durar uma sessão de terapia de afasia?
É possível um paciente fazer troca fonêmica, sem ter apraxia?
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
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 PRATICANDO AFASIA
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E se o paciente tiver parafasia semântica, ou seja, troca palavras dentro do mesmo 
campo (maçã por uva, banana por pêra)?
Você vai precisar reforçar o semântico. Vai colocar várias frutas diferentes, com fotos 
pra ele nomear rápido; fazer leitura flash de frutas; fortalecer vocabulário, fortalecer 
significado de palavras. Isso é o que trabalhamos na parafasia semântica.
E na parafasia verbal?
Vamos avaliar se a compreensão está preservada, reforçar a compreensão auditiva, 
para que na expressão não haja tantas trocas de campos semânticos tão distintos. E 
também vamos reforçar os campos semânticos.
Modelo de Relatório das Habilidades Linguístico-Cognitivas
Encontro paciente no(a) (leito, cadeira de rodas, cama, sofá), (alerta, sonolento), 
(contactuante verbalmente, contactuante por meio ocular, contactuante por gestos ou 
mímica), em uso de (gastrostomia, traqueostomia, sonda nasoenteral, ventilação 
mecânica, etc), acompanhado de (filho, mãe, pai, cuidador formal, etc) e alimentando-
se com dieta (geral, pastosa homogênea, pastosa heterogênea, etc).
Realizo rastreio das habilidades linguístico-cognitivas e observo que paciente dá (ou 
não) função a objetos de uso e não uso cotidiano, relaciona esses objetos com suas 
respectivas fotos (porém, não relaciona esses objetos com suas respectivas fotos), 
compreende (ou não) números, letras, palavras simples e complexas, frases e textos 
por meio da leitura (ou não compreende números ou frases completas, etc). Paciente 
apresenta compreensão mímica e gestual preservadas (ou comprometidas) e 
compreensão auditiva preservada em simples, média e alta complexidade (ou 
preservada para palavras e frases simples e comprometida para assuntos complexos 
como notícias de jornal).
Meu objetivo aqui era deixar ideias para que você possa ampliar os horizontes nas suas 
terapias de apraxia e de anomia. Então, eu tenho uma lição de casa: Você vai escrever 
na plataforma 5 exercícios para anomia e 5 exercícios para apraxia de fala, abaixo do 
vídeo dessa aula. Use os casos dos seus pacientes, casos reais que você está 
atendendo, porque fica mais fácil e vira uma supervisão.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
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bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
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 PRATICANDO AFASIA
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Durante a aplicação do rastreio de linguagem, observo predominância da rota lexical ou 
fonológica e alteração nas habilidades de memória, atenção, planejamento e execução 
(ou em alguma delas, ou em nenhuma delas).
Conclusão (descrever sintomas que apareceram alterados). Exemplo:
Alteração de expressão e compreensão orais, leitura e escrita.
A expressão oral é caracterizada por (mutismo, apraxia, logorréia, disartria, jargões, 
ecolalias, agramatismos, anomias, parafasias) ou é preservada, a escrita é 
proporcional à fala (ou não), paciente apresenta (paralexias) ou não, a expressão 
gestual, mímica e por meio de objetos ou fotos se dá com dificuldades em 
(movimentação de membros superiores, apontamento por deficiência visual ou 
heminegligência, humor instável) ou estão preservadas.
Conduta – exemplo:
-Fonoterapia “x” vezes por semana com o objetivo de expandir rota fonêmica.
-Sugiro avaliação e treino neuropsicológico... (etc.).
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Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
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Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Se não souber avaliar, não tem como tratar, certo?!
Vamos supor que você tem um paciente e observou na avaliação que ele não consegue 
ler, fala só algumas palavras (é apráxico) e tem uma compreensão limitada ao dia a dia e 
ao simples; se você começa a falar de coisas mais complexas ou que são de fora do 
ambiente dele, ele já não compreende.
Terapia do paciente com afasia predominantemente compreensiva
A primeira coisa que fazemos em qualquer caso é avaliar. E por onde devemos começar 
uma avaliação? Pela compreensão!
Para avaliar compreensão, começamos sempre pelo mais concreto, ou seja, pelos 
objetos. Depois, seguimos para fotos, gestos, mímica, compreensão auditiva e, por 
último, leitura.
Por onde você começaria a terapia?
A terapia dos pacientes afásicos começa pelas habilidades que você encontrou 
alteradas. Portanto, se a compreensão auditiva dele é moderada e está limitada ao dia a 
dia e ao ambiente, você vai trabalhar a compreensão explorando outros assuntos de 
interesse e relacionar com o nome das coisas. Vamos sempre trabalhar o que está ruim.
As habilidades comunicativas são nossa ferramenta para diagnóstico e também para 
tratamento!
Então, voltando ao caso, vamos imaginar que você está trabalhando para melhorar a 
compreensão do paciente, porque é a partir da compreensão que ele também vai 
melhorar a expressão.
Mas não podemos esquecer que esse paciente é apráxico! Então, ele tem um problema 
para planejar. Ele sabe o que vai dizer, mas na hora de planejar como dizer, como 
articular, o plano sai errado e, em vez de falar “laranja”, ele fala “maçã”, por exemplo; ou 
ele quer falar “maçã” e nem sai a primeira sílaba!
Por que o planejamento do apráxico é um planejamento ruim? Porque existe uma 
alteração de memória operacional, ou seja, aquela memória que vai guardar a 
sequência dos fonemas, das sílabas... Então, fica impossível tratar um apráxico, 
sem fazer treino de memória e sem fazer treino de planejamento.
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude demovimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
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Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Você vai escrever esse passo a passo, vai mostrar imagens desses passos acontecendo e 
imagens da ação final (pode usar o kit Cartões Verbais ou pegar cenas de filme/novela).
“Mas como eu faço treino de planejamento?”
Você pode treinar a articulação do fonema, mostrando como é feito o movimento, como 
deve ficar o formato da boca, onde vai a língua etc. (isso é treinar o planejamento motor 
da fala); pode treinar como se faz um café; como sai de casa pra ir ao mercado (o que 
precisa levar, onde fica o carro, qual o caminho pro mercado); como escova os dentes... 
Tudo isso são coisas que o nosso cérebro planeja antes de a gente fazer.
Vamos, então, pensar como seria o treino do planejamento para escovar os dentes!
Você vai montar, com o paciente, o passo a passo de tudo que é necessário acontecer para 
chegar até escovar os dentes. Por exemplo:
1. Ir até o banheiro;
2. Pegar a escova de dentes;
3. Colocar pasta na escova;
4. Abrir a boca... E assim por diante.
Se você tem 40 minutos de sessão, você vai dividir esses 40 minutos entre todas as 
alterações que encontrou na avaliação, para que sejam trabalhadas na mesma sessão. 
Portanto, se tem 4 alterações, nesse caso você teria 10 minutos por sessão para trabalhar 
cada alteração.
“E trabalhando planejamento o apráxico vai falar?”
Vai!!! Não é demais?!
Sequência logico-temporal adulta é muito importante para trabalhar planejamento!
Às vezes, os alunos me perguntam “Paola, eu vou ficar trabalhando uma coisa de cada vez 
e só passo para a próxima quando ele estiver bom na habilidade que eu estou 
trabalhando?”.
Ao contrário do que muitos pensam, o treino do paciente apráxico não é só ficar repetindo; é 
ler, repetir, falar e escrever. Mas não vamos fazer isso a sessão inteira, porque precisamos 
trabalhar tudo que está alterado.
Não!
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bilateral 
Espas�cidade 
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Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
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 PRATICANDO AFASIA
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Fonoaudiólogo que faz treino de linguagem com material infantil, que usa treino de cartilha, que 
não trabalha atenção, memória, planejamento e execução, com certeza vai ter pacientes com 
prognóstico pior do que o fonoaudiólogo que faz o oposto disso.
“E de quantas sessões eu vou precisar, Paola?”
Vamos pensar em estratégias de terapia para o paciente apráxico? Usando, aqui, algumas 
sugestões dos alunos:
1. Reforçar a rota fonológica, .dando a pista inicial das palavras
Portanto, tenha sempre em mente que o seu paciente afásico é cognitivo, é adulto e vai 
precisar passar por um processo de reaprendizagem, não de aprendizagem!
2. Método das boquinhas, para trabalhar planejamento motor da fala.
Tudo depende de como é o seu paciente. Muitas coisas influenciam, como a extensão da 
lesão, a idade, a escolaridade... Se o paciente é atento, se faz os treinos fora das sessões, se 
tem um humor estável (sem depressão, por exemplo), se é clinicamente estável (sem 
convulsões ou outros eventos neurológicos)... Tudo isso indica um bom prognóstico! Mas a 
capacidade do fonoaudiólogo trabalhar a cognição também é decisiva nesse processo de 
reabilitação.
Dar pistas não é fazer terapia, a terapia está em trabalhar os fonemas. Para 
reforçar a rota fonológica, é importante se concentrar em um campo semântico por vez, 
aumentando o número de palavras conforme ele vai melhorando, até que ele 
memorize todo o vocabulário dessa categoria. Depois, isso pode ser trabalhado 
também na escrita, deixando lacunas no lugar de alguns fonemas, para que ele 
complete através da memória operacional. No começo, quanto mais você restringir, 
melhor vai ser! Por exemplo: trabalhar só frutas (um mesmo campo semântico), mas 
nessa sessão, trabalhar só as frutas que começam com “ba”. Assim, a gente restringe o 
campo e também o engrama fonológico.
O método das boquinhas é muito útil e agora, com a internet e os aplicativos de 
mensagem (como WhatsApp e Telegram), dá para o próprio terapeuta gravar um 
vídeo, fazendo o movimento com a boca e enviar para o paciente; ou usar o 
FonoSpeak – Aquisição de Fonemas.
3. Escrever os nomes dos objetos que o paciente mais usa e colar cada um no seu objeto.
Essa é uma estratégia excelente, porque unimos a pista grafêmica às coisas que ele 
mais usa ou que ele erra mais. Para deixar ainda melhor, dá pra colocar os desenhos 
das boquinhas ao lado da palavra escrita (não precisa fazer isso em todas as palavras, 
nem na palavra inteira; dá pra fazer só com o fonema inicial).
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Muita gente me pergunta com qual campo semântico deve iniciar a terapia. “Começo por 
coisas de banheiro, por fruta, por onde?”.
Outro ponto importante para se ter em mente é que na terapia de apraxia de fala, quanto 
mais input (adulto e de acordo com a realidade do paciente), melhor! Lembre-se sempre 
disso.
Você vai começar sempre pelo que é mais funcional para o paciente. Então, imagina que ele 
está internado no hospital e nesse momento o mais funcional pra ele é saber os nomes das 
pessoas que visitam, é saber pedir o controle remoto, pedir pra mudar de posição, pedir o 
cobertor... Não tem problema se o mais funcional para o seu paciente nesse momento for, 
por exemplo, saber só os nomes dos netos. Tudo bem! Porque o nosso trabalho deve ser 
voltado para melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes.
Uma aluna me perguntou: “Paola, se eu oferecer para o paciente outras formas de 
comunicação que não seja a fala, não corro o risco de ele ficar acomodado e não falar?”.
O que precisamos explicar nesse caso?
A intenção comunicativa funciona de forma involuntária, antes mesmo de a 
comunicação acontecer. Para uma comunicação não verbal, primeiro o paciente precisa 
ter compreensão do contexto, depois ele precisa planejar como fazer os movimentos 
(seja mímica ou gestos) para se expressar... Ou seja, ele está trabalhando toda a rota 
cognitiva da comunicação! Isso é muito melhor do que ficar dois ou três meses treinando 
a articulação do fonema “O” com o paciente, pra ele falar “Oi” para as pessoas. Se eu, 
como terapeuta, fico presa a treinar só a fala do paciente, o humor dele vai ficar pior, a 
atenção dele vai ficar pior, a expectativae o engajamento na terapia vão ser ruins (já que 
tem paciente com muita dificuldade para falar), e eu não estarei cumprindo meu papel 
como fonoaudióloga, que é reabilitar a comunicação do meu paciente.
Reabilitar comunicação não é só reabilitar a fala.
Essa pergunta é muito importante, porque é o que todo familiar quer saber! Não só 
familiar, mas também outros profissionais da equipe.
Quando eu ofereço gestos para o meu paciente, eu não estou eliminando a fala, muito 
pelo contrário! Eu estou, na verdade, estimulando a oralidade com os gestos. Tenho 
muitos pacientes que começaram fazendo um “tchau” com a mão para cumprimentar e 
depois de três sessões começaram a falar “tchau”.
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Quando nós fazemos uma sequência dessa, bucofacial, seguida de uma fonêmica oral, 
quais são as habilidades que estão sendo treinadas? Memória, planejamento e 
execução. Ou seja, é um treino cognitivo voltado para a fala. Você sabe que aqui eu não 
vou sugerir nem recomendar uso de protocolos, porque meu objetivo é te ajudar a 
desenvolver raciocínio clínico. Tendo raciocínio clínico, você pode usar o material que 
quiser, porque vai saber exatamente como usar e com que finalidade. O importante é 
saber que as coisas que funcionam para crianças nem sempre funcionam com os 
adultos, porque na criança nós estamos trabalhando aprendizagem, enquanto que no 
adulto é a reaprendizagem. Quando você me diz “com alguns pacientes deu certo, mas 
com outros não”, podemos pensar no seguinte: Quanto mais próximo da realidade você 
estiver, melhor para o seu paciente. Será que o paciente vai achar legal tomar água na 
seringa? Pode até ser que sim, mas é uma coisa que ele nunca fez na vida, nunca 
precisou se planejar pra isso. O que eu quero dizer é que quando vamos falar (na fala 
espontânea), não fazemos “bico-sorriso-estralo de língua” antes de cada palavra. 
Certo? Então, eu acho delicado a gente distanciar muito o paciente do que ele precisa 
fazer para só depois trazê-lo para o que ele realmente vai precisar. Por isso eu acho que 
não dá certo com todo mundo. E com isso eu não estou dizendo que o método não é bom 
ou que não funciona, estou só dizendo que não vai funcionar pra todo mundo. Vou 
explicar por quê!
Pergunta de uma aluna: “Além de trabalhar as habilidades cognitivas, eu agora comecei 
a utilizar o Protocolo Práxico-produtivo da Giannecchini, que na verdade é para 
transtorno fonológico. Com alguns pacientes, tive bons resultados; com outros, 
nenhuma evolução. Esse é um protocolo em que ela propõe um tratamento breve, 
voltado ao público infantil, com foco em estimular uma área do cérebro que é um 
pouquinho mais interna que a área de Broca. Na tese, ela observou que esse protocolo 
beneficia muito a área de produção de fala. Uma das estratégias é fazer uma sequência 
de movimentos/exercícios e depois a produção de uma palavra que o paciente já fala 
(por exemplo: bico, sorriso, estralo de língua e a produção da palavra). Quero saber se 
você já usou e como pode ajudar”.TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
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 PRATICANDO AFASIA
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Se eu tenho um paciente com lesão extensa de hemisfério esquerdo, que é destro e com 
ótima pragmática (aquele que conversa com o olhar, tem boa mímica, iniciativa 
comunicativa), ele tem o hemisfério direito muito bom e, provavelmente, se eu usar música 
como estratégia terapêutica, ele vai evoluir mais rápido no planejamento do que se eu utilizar 
técnica de planejamento de movimentos bucofaciais. Entende?
Para gravar a conversação, é interessante que você combine um discurso bem fechado com 
o paciente antes. Por exemplo: “Hoje você vai me contar como você faz café”. Toda sessão 
você faz esse combinado e grava o discurso, para tabular a quantidade de palavras por 
minuto e avaliar a quantidade de fala. Também dá pra tabular a quantidade de palavras 
corretas por minuto e avaliar a qualidade de fala. Só podemos dizer que a terapia está 
funcionando, se observarmos dados concretos.
Mas, como você já deve saber, nem só de apraxia vive o afásico. Existem outros 
sintomas que podem ser encontrados. Por exemplo, a logorreia.
A própria utilização de neurônio-espelho e do método das boquinhas precisa ser em cima do 
que o paciente fala ou falava antes da lesão, associando sempre à escrita, ao objeto, para o 
paciente não se perder. Então, esse protocolo pode ser interessante para o apráxico 
bucofacial, pode ser interessante como treino cognitivo, mas não como um treino linguístico 
para o paciente adulto. Por isso eu insisto que a alma da terapia é o raciocínio clínico; você 
precisa entender o que está fazendo e qual é seu objetivo com isso, senão acaba utilizando 
materiais que até podem ser muito bons, mas de um jeito inadequado, com um objetivo que 
ele não pode atender.
Mais alguns exemplos de estratégia que você pode usar na terapia de apraxia são: jogo da 
memória e/ou Genius, para treino de memória operacional; neurônio-espelho para treino 
articulatório; uso de música que o paciente gosta, com lacunas em fonemas ou palavras; 
gravar a conversação, para acompanhar a evolução do paciente.
Na logorreia, o paciente fala sem parar, fala “pelos cotovelos”, mas, na maioria dos 
casos, fala neologismos! Ou seja, ele fala palavras que não existem na língua 
portuguesa. Quando a gente encontra um logorreico que faz neologismos, qual a 
chance de a compreensão auditiva dele ser boa? É alta ou é baixa?
TIPO LOCALIZAÇÃO BASE NEUROMOTORA 
Flácida Neurônio motor inferior Fraqueza 
Espás�ca Neurônio motor superior 
bilateral 
Espas�cidade 
Atáxica Cerebelo Incoordenação 
Hipociné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Amplitude de movimentos 
reduzida/rígida 
Hiperciné�ca Gânglios da base
(extrapiramidal) 
Movimentos involuntários 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Neurônio motor superior 
unilateral 
Fraqueza/incoordenação 
Mista Mais de uma Mais de uma 
 
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Paola Pucci - Afasia na Prá�ca - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 PRATICANDO AFASIA
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É baixa! Concorda? É como se o paciente não estivesse inserido na nossa língua. Sabe 
quando a gente começa a aprender inglês (ou qualquer outro idioma), aí toca uma música, a 
gente quer cantar, mas nem entende direito o que o cantor fala? O que acontece? A gente 
canta de qualquer jeito, fala um monte de coisa que nem existe, o famoso “embromation”. Não 
é verdade? Nesse caso, é impossível memorizar o que a gente ouve, porque a gente

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