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INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS NA PRÁTICA CLÍNICA Prof. Dra Cristina Fajardo Diestel @cristinadiestel RESOLUÇÃO CFN 306/2003 – Dispõe sobre Solicitação de Exames Laboratoriais na Área de Nutrição Clínica Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente-paciente. O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. Considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional (lembrar que maioria dos planos de saúde não cobre solicitação de nutricionista) Solicitar exames laboratoriais cujos métodos e técnicas sejam aprovados cientificamente. RESOLUÇÃO CFN 306/2003 – Dispõe sobre Solicitação de Exames Laboratoriais na Área de Nutrição Clínica Conceitos ❖ Sangue Suspensão de células (glób.brancos, vermelhos e plaquetas) em um líquido complexo chamado plasma. Plasma: constituído de água, sais minerais, vitaminas, proteínas, glicídios e lipídios. Soro : não contém os fatores de coagulação consumidos na formação do coágulo Na circulação forma líquida Fora do organismo - forma de gel (formação de coágulo). - Libera uma parte líquida chamada soro. X http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Blut-EDTA.jpg PERFIL LIPÍDICO E RISCO CARDIOVASCULAR 6 Lipoproteína→ contém proteína, fosfolipídio e colesterol para formar uma monocamada na superfície da partícula núcleo contendo TG e ésteres de colesterol Porção protéica das lipoproteínas → apolipoproteína (apo), exerce várias funções fisiológicas no metabolismo das lipoproteínas: age como co-fatores de enzimas, ligantes de receptores de superfície celular, permitir a solubilização da macromolécula em meio aquoso. Revisão Metabolismo Lipídios 7 Critérios para dosagem: Estrutura química das frações lipídicas TG e colesterol – frações de > interesse clínico Densidade das partículas lipoprotéicas A densidade dos lipídios é menor do que a das ptns, as partículas maiores (mais ricas em lipídios) são menos densas dos que as menores (mais ricas em ptn) VLDL, LDL e HDL Valor do coeficiente de flutuação As lipoproteínas de maior diâmetro são as menos densas, as mais ricas em lipídios e as de maior flutuação Revisão Metabolismo Lipídios 8 9 Lipoproteínas Variam em composição, volume, densidade Classificação das lipoproteínas Quilomícron VLDL – Lipoproteína de muito baixa densidade IDL – Lipoproteína de densidade intermediária LDL – Lipoproteína de baixa densidade HDL – Lipoproteína de alta densidade 10 Metabolismo Lipídico Transporte Exógeno de Lipídios Digestão e Absorção de colesterol, glicerol, AGL, mono e diglicerideos Ressíntese TG - Transporte sangüíneo pelos QUILOMÍCRONS Ação de hidrólise pela LPL AG e glicerol para tecidos periféricos Captação de quilomícrons remanescentes Apo B48 Gordura da dieta 11 Metabolismo Lipídico Transporte endógeno de Lipídios Apo B100 AG e glicerol para tecidos periféricos VLDL remanescentes ou IDL Ação de hidrólise pela LPL LDL Transporte de colesterol para tecidos extra hepáticos VLDL – transporte sangüíneo de TG e colesterol endógeno Transporte Endógeno de Lipídios Ação da Lipase Hepática 12 Metabolismo Lipídico Colesterol livre dos tecidos extra-hepáticos Esterificação sérica pela Lecitina colesterol Acil transferase Transporte do colesterol esterificado para HDL Ação da Proteína de transferência do colesterol esterificado (CETP) para a VLDL VLDL - Ação de hidrólise pela LPL AG e glicerol para tecidos periféricos VLDL remanescentes ou IDL 1 2 Transporte reverso de colesterol 2 13 Metabolismo Lipídico VLDLHDL LDLCETP CETP HDL – rico em TG HDL – baixa densidade Ação de lipases Clearance renal HDL LDL – rico em TG LDL – baixa densidade Ação de lipases LDL pequena e densa Efeitos da Hipertrigliceridemia (TG>170mg/dl) CE CE TG TG Perfil Lipídico Determinações bioquímicas de: Colesterol Total HDL-colesterol (HDL-c) Triglicerídeos LDL-colesterol (LDL-c) 14 Procedimentos para dosagens: Permanecer sentado por pelo menos 10-15 min Peso e condição clínica estável nos últimos 15 dias (ausência de doenças agudas, trauma, infecção bacteriana ou viral, perda ponderal, gestação) Evitar álcool e atividade física vigorosa por 72-24 horas IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose,2007 Perfil Lipídico 15 Paciente com perfil alterado devem fazer confirmação entre 7d e 2 meses da 1ª dosagem Caso a variação entre as 2 dosagens seja > que o aceitável (em torno de 5% para colesterol total, 10% para colesterol HDL e até 20% para triglicerídeos)→ terceira avaliação Aconselha- se ainda realizar as dosagens num mesmo laboratório, para que seja possível a comparação sem a interferência de diferentes técnicas. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose,2007 Perfil Lipídico 16 Perfil Lípídico Aspecto do Soro : Após centrifugação, o soro é separado e fica em repouso por 12h, quando é analisado visualmente Límpido – normal ou colesterol elevado O colesterol é uma molécula pequena em relação ao TG, por isso a luz passa por ele e o soro fica límpido Turvo – TG elevado Não dá para saber se o colesterol é normal ou alto Cremoso ou Opalacente ou Leitoso – QM aumentado ou TG exageradamente alto (>500mg/dl) Toda vez que a trigliceridemia ultrapassar 500 mg/dl, existe risco aumentado de desenvolvimento de pancreatite 17 Colesterol Total Colesterol: componente estrutural importante da membrana celular, precursor para biossíntese de ácidos biliares e hormônios esteróides. Colesterol Total: Colesterol LDL 60 – 70% Colesterol HDL 20 – 30% Colesterol VLDL 10 – 15% ATP III - 2001 18 Colesterol Total ATP III - 2001 19 LDL-colesterol Maior proteína carreadora de colesterol no plasma e a molécula lipídica mais aterogência do sangue. Fórmula de Friedwald: LDL = Col total – (HDL + TG/5) Essa fórmula não pode ser usada quando os níveis de TG estão acima de 400 mg/dl Caso não seja possível usar a fórmula → dosar diretamente 20 LDL-colesterol Classificação • Ótimo < 50-100 mg/dl* • Desejável 100 - 129 mg/dl • Limítrofe 130 – 159 mg/dl • Alto 160 - 189 mg/dl • Muito alto > 190 mg/dl * Desejável para diabéticos, portadores de DCV e pacientes e alto risco para o desenvolvimento de DCV. 21 LDL - peroxidada • Valores elevados indicam ação indesejável dos radicais livres. • LDL peroxidada é citotóxica e induz à diferenciação e adesão dos monócitos às células endoteliais, sendo associada ao processo de aterosclerose. 22 HDL-colesterol Classificação Vários estudos sugerem existir uma forte correlação inversa entre os níveis de HDL-col e o risco de aterosclerose Protetor > 60 mg/dl HDL-lipoptn está envolvida TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL ATP III - 2001 23 Triglicerídeos Após absorção são ressintetisados nas células epiteliais intestinais e combinados com o colesterol e apolipoproteínas→ formar QM QM → são transportados via ducto torácico para a circulação. TG no plasma é indicativo de distúrbios metabólicos A hipertrigliceridemia sozinha não é fator de risco para doença coronariana. É fator de risco quando associada à hipercolesterolemia, Diabetes ou síndrome metabólica. 24 Triglicerídeos ❑Relação com a insulina. Aumento de insulina e glicose acarreta em acúmulo de TG no tecido adiposo, e níveis baixos aumentam a mobilização. ❑Atenção na Resistência à insulina ❑Glicose é fonte preferencial de energia pós prandial. Já os ácidos graxos livres são preferidos em condições de jejum (24 horas ou mais sem alimentação) http://images.google.com/imgres?imgurl=http://www.conecteeducacao.com/escconect/medio/QUI/imagem/5_6_10_a_triglicerideo.jpg&imgrefurl=http://www.conecteeducacao.com/escconect/medio/qui/QUI05050010.asp&usg=__LvngK-ytgfRZB2_YAkNZokSksbs=&h=147&w=300&sz=7&hl=pt-BR&start=4&sig2=FOyfYBw_Rx3MeRHfsbvgHQ&um=1&tbnid=BP4SzOIXljljHM:&tbnh=57&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Dtriglicer%25C3%25ADdeo%26hl%3Dpt-BR%26rls%3Dcom.microsoft:pt-br:IE-SearchBox%26rlz%3D1I7GPCK_pt-BR%26sa%3DN%26um%3D1&ei=Xg2LSsjUDZCSlAf9spAoTriglicerídeos Classificação ATP III - 2001 26 Índice de Castelli Índice de Castelli : Alguns autores usaram uma correlação entre o colesterol sérico, o HDL-col e o LDL-col como uma maneira de visualizar a influência combinada de importantes fatores de risco de doença coronariana Valores de referência Índice de Castelli I Índice de Castelli II (col. total / HDL-col) (LDL-col / HDL-col) Masc – até 5,1 Masc- até 3,3 Fem – até 4,4 Fem – até 2,9 28 Perfil Lipídico Deve-se avaliar perfil lipídico de: 1. portadores de DAC ou de outras manifestações de aterosclerose, independente do sexo e da idade; 2. todos os homens e mulheres com 20 anos ou mais. 3. não é recomendada a determinação sistemática do perfil lipídico na infância e adolescência, deve ser realizado em crianças e adolescentes (2 a 19 anos), cujos parentes de 1° grau apresentem dislipidemia ou doença aterosclerótica cardiovascular antes dos 55 anos para homens e dos 65 anos para mulheres. 4. Crianças com pancreatite aguda, xantomatose, obesidade entre outros fatores de risco para doença cardiovascular. 29 Eletroforese de Lipoproteínas Eletroforese → análise do perfil das lipoproteínas circulantes, técnica que possibilita a separação e a caracterização de quatro classes de lipoproteínas: HDL, VLDL, LDL e quilomícrons. Exame necessário em casos especiais→ constatação de ausência de lipoproteínas Demais casos → não auxilia na tomada de decisões clínicas IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose,2007 30 Eletroforese de Lipoproteínas Valores de referência: HDL – alfa lipoproteína VLDL – pré-beta lipoproteína LDL – beta lipopoproteínas 31 Apoliproteína A Maior componente protéico do colesterol HDL e o agente responsável pela ativação da lecitina-colesterol-aciltransferase, que catalisa a esterificação do colesterol. Essa esterificação no HDL permite uma maior concentração de colesterol no interior desta lipoproteína → maior remoção do colesterol livre dos tecidos extra-hepáticos para o fígado. Sítio de síntese da Apo-A - fígado, o intestino ou ambos. Níveis diminuídos de Apo-A→ preditores de DAC APOLIPOPROTEÍNA A - Sangue→ 90 a 200mg/dL Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular 32 É a apoproteína do colesterol LDL, que compreende aproximadamente 90% de sua massa. Liga-se aos receptores celulares específicos nas células periféricas e promove a retirada do colesterol LDL da circulação. → fator de risco de doença coronariana e desenvolvimento de aterosclerose. APOLIPOPROTEÍNA B - Sangue→ 30 a 100mg/dL Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular Apoliproteína B 33 Lipoproteína (a) Valores elevados parecem constituir fator de risco para aterosclerose Semelhante a LDL, com apo (a) ligada a apo B-100 34 Lipoproteína (a) Produzida na fígado → atividade pró-trombótica e pró- aterogênica Semelhança estrutural com o plasminogênio → um potente fibrinolítico, prejudicando sua ação. Seus níveis são determinados geneticamente, não sofrem influências ambientais, nem dos índices das demais lipoproteínas. Níveis perigosos: acima de 30 mg/dl Não é recomendada dosagem rotineira para estratificação de risco cardiovascular 35 Homocisteína É um AA sulfurado não essencial, advém do metabolismo da metionina. Os alimentos contém pouco ou nenhuma homocisteína livre. Toda homocisteína do corpo humano é derivada da metionina, de proteínas das plantas e animais 36 Metabolismo Remetilação: a Hcy incorpora um grupo metil pela ação da metionina sintetase que tem a B12 e folato (N5 – metil tetrahidrofolato) como co-fatores. Transsulfuração: a Hcy é transformada em cisteína pela ação de uma enzima cuja B6 é co-fator. Eliminação: se dá principalmente pelo catabolismo renal. Homocisteína 37 Defeitos enzimáticos comuns: As elevações da Hcy podem ser causadas por defeitos nas enzimas envolvidas na sua metabolização: CBS – cistationa B-sintase – sua deficiência é a mais importante do ponto de vista clínico, apresentando o pior prognóstico, já que o indivíduo evolui com níveis séricos de Hcy maiores que 400micromol/L (os níveis normais giram em torno do 10 micromol/L). MS – metionina sintase MTHFR – metilenotetrahidrofolato redutase; MAT – metionina adenosil transferase). Homocisteína 38 Determinantes fisiológicos Sexo e idade: homens têm níveis séricos maiores do que mulheres e em ambos os valores aumentam com a idade. Essa diferença entre os sexos é mais evidente na puberdade, mostrando influência hormonal Função renal: como sua eliminação se dá principalmente pelo catabolismo renal, uma função renal prejudicada elevará seus níveis séricos. Uma elevação de creatinina sérica se associa com elevação de Hcy. Homocisteína 40 Homocisteína Determinantes nutricionais B12 e folato: deficiência de ambos pode levar a um moderado ou grave aumento de Hcy sérica, uma vez que ambos estão envolvidos no seu metabolismo. B6: Está fracamente relacionada com alterações dos níveis de Hcy Café: uso exagerado (> 4 xícaras/dia) está relacionado ao aumento de Hcy, por mecanismo ainda não identificado Álcool: consumo de 60 drinques/mês (2 a 3 ao dia) foi associado a elevação dos níveis de Hcy por reduzir a ingestão e depletar de vitaminas do complexo B Atenção: O fumo também foi identificado como um fator que eleva Hcy 41 induz a uma disfunção endotelial, seguindo-se de ativação plaquetária e amplificação dos estados pró-coagulantes. capaz de aumentar a deposição de cálcio na placa de ateroma e aumentar a produção de radicais livres, o que gera ainda mais inflamação e agravamento do estado pró-trombótico. reduz a biodisponibilidade de óxido nítrico, reduzindo os efeitos vasodilatador e antitrombóticos induzidos por ele. é capaz de elevar tromboxanos da série par, gerando aumento da agregação e adesividade plaquetária. Sobre o sistema neurológico, a Hcy contribui para o AVC isquêmico e para demência., sendo a prevalência de hiperHcy e AVCi da ordem de 20%. Homocisteína 42 Homocisteína 43 Homocisteína Normal Até 14,9 mmol/L Aumento moderado 15,0 – 30 mmol/L Aumento intermediário 30 – 100 mmol/L Aumento severo > 100 mmol/L 44 B12: só tem efeito em reduzir os níveis de Hcy se houver deficiência B6: mesmo em doses elevadas não afeta os níveis de Hcy de jejum Folato: apresenta efeito marcante na queda dos níveis séricos de Hcy, mesmo na ausência de sua deficiência. Doses de 5 a 10mg/dia isoladas ou combinadas com B12 e B6, reduziram a Hcy em cerca de 25% a 35% dos indivíduos. Homocisteína 45 METABOLISMO DA GLICOSE Glicose plasmática Indicação principal→ diagnóstico de Diabetes Mellitus Exame útil também para: Monitoramento terapêutico do diabetes. Avaliação de distúrbios do metabolismo dos carboidratos. Diagnóstico diferencial das hipoglicemias (insulinomas, diabetes). Glicose plasmática Valor plasmático: Jejum→ limites bastante estreitos Regulação hormonal extremamente sensível: Insulina (agente hipoglicemiante) Glucagon, cortisol e catecolaminas (agentes hiperglicemiantes) Glicose plasmática Exame – jejum 08 a 12 horas (ausência de ingestão calórica) Valores (método enzimático): Normal até 99 mg/dl Intolerância à glicose 100 – 125 mg/dl Diabetes Mellitus ≥ 126 mg/dl Observações: - Glicemia casual ≥ 200 mg/dl + sintomas clássicos→ diagnóstico de DM - Diagnóstico de DM → deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. Condições patológicas Desequilíbrio deste sistema de ajuste Glicose plasmática Hipoglicemia Hiperglicemia TesteOral de Tolerância à Glicose - TOTG Coleta: Glicemia jejum e 2h após a ingestão de 75g de glicose anidra dissolvida em água (250-300ml) ingerido em aproximadamente 5 min. Crianças se houver indicação do TOTG usa-se 1,75 grama/kg de glicose (máximo 75 gramas) Principais utilidades: Diagnóstico DM quando o paciente tem glicemia entre 100 e 125 mg/dl (diagnosticado como intolerante à glicose) Indivíduos com glicemia normal mas com pelo menos 2 fatores de risco importantes para DM. Pesquisa Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG Padronização para o teste: Alimentação com pelo menos 150g de HC nos 03 dias que antecedem o exame Atividade física habitual No dia do teste jejum de 8-12h (permite-se ingerir água) Não fumar ou caminhar durante o teste Medicações e intercorrências que podem alterar o teste devem ser controladas Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG Glicose anidra x monohidratada Glicose anidra = 3,85 kcal/g (onde muitos arredondam para 4 o que é valido para os carboidratos de uma forma geral). Glicose monoidratada = 3,4 kcal/g Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG Kcal 13,60 HC (g) 4,0 PTN (g) 0,0 LIP (g) 0,0 Informação Nutricional (5g): Ingredientes: Contém: D-Glicose = C6H12O6H2O (90% de substância pura é a mesma). Usa-se aprox. 83-85 g de dextrosol para o exame PRÁTICA – 75 G DE DEXTROSOL Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG Valores (método enzimático): Normal < 140 mg/dl Intolerância à glicose 140 - 199 mg/dl Diabetes Mellitus ≥ 200 mg/dl Curva Glicêmica Semelhante ao TOTG, porém, com tempo de observação fracionado e aumentado – usadas para estudo do metabolismo glicose. Curva glicêmica clássica: Glicemia jejum e 30/60/90/120/180 minutos após a ingestão de 75g de glicose anidra dissolvida em água (250-300ml) ingerido em aproximadamente 5 min. Subtipos: simplificada→ jejum, 30, 60, 90 e 120 min ou prolongada de 4 horas→ jejum, 30, 60, 90, 120, 180 e 240 min. Obs.: Nos 3 dias que antecedem a prova o paciente deve ingerir uma dieta rica em carboidratos e não tomar bebida alcoólica na véspera. Curva Glicêmica Para obter valores em mmol/l multiplicar os mg/dl por 0,05551. Jejum 70 – 99 mg/dl 30 min. 90 – 160 mg/dl 60 min. 90 – 160 mg/dl 120 min. 75 – 120 mg/dl (<140 mg/dl) 180 min. 70 – 99 mg/dl 240 min. 70 – 99 mg/dl Parâmetros Glicosúria Geralmente ocorre quando a glicose sangüínea encontra-se em valores superiores a 160 ou 200 mg/dl Glicosúria é influenciado não só pela glicemia, mas também: pela taxa de filtração glomerular, pela taxa de reabsorção tubular e pelo fluxo urinário Glicosúria→depende de um rim normal Outras situações patológicas como queimaduras, infecções, doenças neurológicas e terapia oral com esteróides podem, também, causar glicosúria. Não se faz diagnóstico de diabetes pela glicosúria Valores de referência : níveis indetectáveis até 100 mg/dl Avaliação Glicemia - Hemoglucoteste Obtenção do sangue capilar e colocação em fitas reagentes acopladas em aparelhos que fornecem os resultados em poucos segundos. Usado para auto-monitorização Aparelhos, em geral, bastante acurados Indicações principais: em pacientes que usam terapia com injeções/bomba de insulina 3 ou mais vezes ao dia em pacientes que usam injeções de insulina menos freqüentes, terapias não insulínicas ou terapia nutricional somente para adequar e garantir o sucesso do tratamento para monitorar e assim, atingir o nível de glicemia pós- prandial Avaliação Glicemia - Hemoglucoteste ADA, 2010 Hemoglobina glicosilada Formada de modo lento e gradual pela ligação da glicose, por uma reação não-enzimática, com o N terminal da cadeia beta da hemoglobina. A glicosilação da hemoglobina é contínua e praticamente irreversível Reflete as concentrações médias da glicose durante os últimos 2 a 3 meses que precedem o exame. Hemoglobina glicosilada É um marcador metabólico de longo prazo. Serve para diagnóstico e acompanhamento de DM. Valor de referência: 4,4% a 6,4% da hemoglobina total (HbA1C) Risco para DM – 5,7 a 6,4% Diagnóstico de DM A1C 6,5% Obs.: repetir 2ª dosagem Fazer exame pelo menos 2x ao ano em pacientes controlados Fazer a cada 4 meses em pacientes cuja terapia mudou ou não está atendendo os objetivos Usar o teste pode auxiliar a decisão de mudança da terapia, quando necessário Hemoglobina glicosilada Hemoglobina glicosilada Hemoglobina glicosilada Frutosamina É uma proteína glicada constituindo principalmente de albumina Reflete o controle glicêmico em torno de 1 a 3 semanas anteriores ao exame, já a meia-vida da albumina é de 14 a 20 dias Demonstra adesão ao tratamento. Não serve para controle metabólico nem para diagnóstico. Não substitui a Hemoglobina glicosilada Frutosamina É utilizada normalmente no início do tratamento, especialmente em pacientes com hemoglobinopatias, por não sofrer influência de variantes de hemoglobinas Valor de referência : 205 a 285 mcmol/L É um peptídeo sintetizado pelas células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas Sua secreção é controlada pelos níveis de glicemia, estímulos nervosos e hormonais. Insulina Insulina Pode ser útil: existência ou não de uma reserva secretória de insulina; resistência à ação da insulina insulina alta + hipoglicemia→ insulinoma Avaliar estratégia terapêutica a ser adotada; O uso de insulina, atual ou anterior, pode prejudicar a determinação insulina exógena em circulação, presença de anticorpos anti-insulina Síntese de insulina pela célula beta: Insulina Valores séricos de referência: 2,6 a 25 mcU/mL Após a clivagem da pró-insulina, o peptídeo C é secretado em proporção equimolar, junto com a insulina Sua dosagem não se altera na presença de anticorpos anti-insulina, refletindo, nestes casos, melhor que a insulina, a capacidade secretória das células beta. Principal utilização → avaliação da reserva de insulina endógena, auxiliando na orientação terapêutica. Peptídeo C Valores baixos→ indivíduos insulino-dependentes. Hipoglicemia factícia → por níveis elevados de insulina e níveis indetectáveis do peptídeo C. Hipoglicemia → valores elevados podem ser encontrados em casos de insulinoma. Peptídeo C Valores séricos de referência: 0,8 a 4 ng/mL Curva glico-insulínica Usada para avaliar o nível de insulina com a sobrecarga de glicídios (resistência à insulina) Adicionalmente: diagnóstico de insulinoma e hipoglicemia reacional. Realização → igual TOTG, porém com dosagem também da insulina jejum/30/60/90/120 minutos Insulina Pós Glicose: (em qualquer momento) Normal: inferior a 150 mUI/mL Resistência à insulina moderada: 150 a 300 mUI/mL Resistência à insulina severa: superior a 300 mUI/mL Índice HOMA HOMA (Homeostasis Model Assesment)→ avalia a resistência a insulina, porém não tem indicações clara na prática clínica. HOMAb (avalia a função secretora da celula b) 20 x insulinemia (mU/mL) glicemia (mMol/L)- 3,5 HOMAr (avalia a resistência insulínica Insulina (mU/mL) x glicemia (mMol/L) 22,5 Índice HOMA TESTES DE MÁ ABSORÇÃO 78 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://clinicaclim.com/administracao/multimidia/013.jpg&imgrefurl=http://www.clinicaclim.com/leitor.php%3Fet_id%3D46&usg=__L5fnz6qIXd_nqfSE1shKkPzjG9w=&h=350&w=333&sz=21&hl=pt-BR&start=2&itbs=1&tbnid=_kwcXxO4Xb6tFM:&tbnh=120&tbnw=114&prev=/images%3Fq%3DDIARR%25C3%2589IA%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1 Pesquisa de Intolerância à Lactose Teste de glicemia para pesquisa de tolerância à lactose Fazer glicemia jejum Fornecer lactose pura (50g ou 02g/kg até 50 g) ao paciente diluído em água Mensurar os níveis de glicose plasmática 15 min (às vezes, não é realizada) 30min 60 min 90 min 79 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Img/leite.jpg&imgrefurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Filhos/alimentacao.htm&h=196&w=140&sz=3&hl=pt-BR&start=2&tbnid=dJHqm4o9VHFDRM:&tbnh=104&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3Dleite%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DNPesquisa de Intolerância à Lactose Teste de glicemia para pesquisa de tolerância à lactose 80 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Img/leite.jpg&imgrefurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Filhos/alimentacao.htm&h=196&w=140&sz=3&hl=pt-BR&start=2&tbnid=dJHqm4o9VHFDRM:&tbnh=104&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3Dleite%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN Considerado padrão-ouro (sensibilidade do exame é de 80% a 92,3% e a especificidade 100% ) Preparo na véspera: ingerir dieta não fermentativa com restrição total de lactose, sem fumar (o cigarro aumenta o hidrogênio expirado) não pode fazer exercícios físicos (aumentam o hidrogênio expirado) tem que se apresentar para o exame com jejum de 10 a 12 horas, podendo ingerir água Evitar antibióticos por um mês antes do exame (a presença da flora bacteriana é essencial para a produção do hidrogênio 81 Teste do Hidrogênio Expirado http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Img/leite.jpg&imgrefurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Filhos/alimentacao.htm&h=196&w=140&sz=3&hl=pt-BR&start=2&tbnid=dJHqm4o9VHFDRM:&tbnh=104&tbnw=74&prev=/images?q=leite&svnum=10&hl=pt-BR&sa=N Jejum→mede-se a quantidade de H2 basal; Oferece-se 50g/25g de lactose; Faz-se coletas seriadas a cada 15,20 ou 30 minutos durante pelo menos duas horas; Espera-se que haja pouca ou nenhuma formação de H2 (menor do que 20 ppm); ≥ 20ppm→má absorção de lactose. 82 Teste do Hidrogênio Expirado Pesquisa de Intolerância à Lactose Teste de acidez fecal ▪ Detecta os ácidos produzidos pela má digestão da lactose. Este teste é útil em crianças muito novas e pode fornecer alguma idéia se a criança é intolerante à lactose. ▪ É feito por medida do pH fecal e pesquisa de substância redutora nas fezes ▪ Os valores normais de pH fecal estão entre 5,5 e 6,5, se em uso de leite humano e 6,5 e 7,5, se em dieta artificial 83 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Img/leite.jpg&imgrefurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Filhos/alimentacao.htm&h=196&w=140&sz=3&hl=pt-BR&start=2&tbnid=dJHqm4o9VHFDRM:&tbnh=104&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3Dleite%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN Exame genético Neste exame o paciente retira uma pequena amostra de sangue e seu DNA. A Análise Molecular de Hipolactasia Primária busca identificar se o indivíduo possui ou não uma mutação no gene LCT (13910 CT polimosfismo), responsável pela síntese da enzima lactase-florizina hidrolase (enzima lactase). Os resultados são apresentados ao paciente com os seguintes possíveis genótipos: CC – não-persistência da enzima lactase (intolerante à lactose) CT ou TT – persistência da enzima lactase (tolerante à lactose) 84 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Img/leite.jpg&imgrefurl=http://www.viver-na-alemanha.de/Filhos/alimentacao.htm&h=196&w=140&sz=3&hl=pt-BR&start=2&tbnid=dJHqm4o9VHFDRM:&tbnh=104&tbnw=74&prev=/images?q=leite&svnum=10&hl=pt-BR&sa=N Pesquisa de Gordura Fecal - Sudam III As fezes normais contêm pouca ou nenhuma gordura Essa descoberta em qualquer preparação é firme evidência de má absorção de gorduras, resultado negativo de um exame não chega a descartar. Teste de triagem para a presença de gorduras neutras nas fezes. Diagnóstico definitivo→ dosagem de gordura fecal. Amostra: Fezes recentemente colhidas (frasco plástico). Volume necessário: 5g (1/3 do recipiente coletor) para fezes moldadas ou líquidas. 85 Orientações de coleta: coletar fezes em recipiente limpo. Transferir algumas colheres para o frasco fornecido pelo laboratório e enviá-lo o quanto antes para análise. Manter em local fresco. Observações: – Não usar purgativos; –Consultar o médico assistente quanto ao uso de outros medicamentos; – Não colher as fezes no período menstrual; – Evitar a contaminação com urina, água ou outros elementos; – Em caso de crianças pequenas, recolher as fezes da fralda logo após a evacuação; – Para esse exame é contra-indicado o uso de óleos minerais e enemas (bário). Pesquisa de Gordura Fecal – Sudam III 86 Pesquisa de Gordura Fecal – Sudam III 87 Dosagem de Gordura Fecal DIETA: Fazer uma dieta rica em gordura durante 6 dias: Consumir diariamente, no mínimo, 1g de gordura (manteiga ou óleo) para cada kg de peso corporal, além da gordura usada habitualmente no preparo dos alimentos. Ex.: criança com 10 kg deverá ingerir 10 g de gordura por dia, mais a gordura utilizada no preparo dos alimentos Obs.: 1 colher de chá contém aproximadamente 2,5 g 1 colher rasa de sopa contém aproximadamente 10 g 88 Dieta mantida por seis dias. Acrescentar à alimentação habitual: – 3 colheres de sopa de azeite; – 3 fatias de presunto gordo; – 2 colheres de sopa de creme de leite; – 1 colher de sopa de manteiga (não pode ser margarina); – 1 fatia de queijo. Distribuir durante o dia, a gosto do paciente. Dosagem de Gordura Fecal 89 COLETA: No 4º DIA APÓS O INÍCIO DA DIETA, marcar a data e a hora da 1ª evacuação deste dia, DESPREZAR ESSA AMOSTRA e anotar abaixo. Este será o INÍCIO da contagem das 72 horas Não "contaminar" o material com urina. Crianças que usam fralda e que apresentam fezes amolecidas (pastosas) ou diarreicas, colher o material utilizando saquinhos coletores de urina. A partir do horário anotado, TODAS as vezes que evacuar, durante o dia ou durante a noite, guardar TODAS as fezes, sem perdas, até completar 72 horas Dosagem de Gordura Fecal 90 IMPORTANTE: Completar as 72 horas para terminar a coleta do material, pois resultados corretos dependem de uma coleta adequada Continuar com a dieta até o último dia da coleta do material Não contaminar o material com urina Guardar todas as fezes em geladeira Dosagem de Gordura Fecal 91 DOENÇA CELÍACA 92 http://www.acelbra.org.br/2004/index.php Doença Celíaca É uma intolerância à ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos, caracterizada por: um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, levando a atrofia das vilosidades intestinais, má absorção e uma variedade de manifestações clínicas. Mucosa normal Mucosa do paciente com D. Celíaca 93 Doença Celíaca Diagnóstico→ fazer antes de introduzir a dietoterapia a dieta pode alterar negativamente os resultados dos testes sorológicos e melhorar a histologia. Diagnóstico de DC nem sempre é fácil de ser realizado. 10% dos casos→ achados discordantes entre sorologia, clínica e histologia. 94 O diagnóstico de DC deve ser cogitado em todo paciente com: diarreia crônica, distensão abdominal, flatulência, anemia ferropriva, osteoporose de início precoce, elevação de transaminases, familiares de primeiro e segundo graus de pacientes com DC, síndrome do intestino irritável, hipocalcemia, na deficiência de ácido fólico e vitaminas lipossolúveis Doença Celíaca 95 Teste sorológico positivo sugere o diagnóstico de DC, mas a biópsia duodenal ainda é o padrão-ouro. Os marcadores utilizados são: os anticorpos antiendomísio (EMA) os anticorpos antitransglutaminase tecidual (anti-tTG) são sensíveis e específicos para o diagnóstico inicial de DC. alta correlação de seus resultados, não sendo necessária a pesquisa de ambos. A pesquisa de anticorpos antigliadina (AGA) não é comparável aos testes supracitados e está em desuso. Doença Celíaca – Dosagem de anticorpos 96 Antitransglutaminase tecidual (anti-tTG IgA) O anti-tTG é o anticorpo contra a transglutaminase tecidual → a enzima responsável pela desaminação da gliadina na lâmina própria. Isoladamente, é o mais eficiente teste sorológico para detecção de DC. Pode ser realizado com uma pequena amostra de sangue retirada do dedo Pode também, ser detectado na saliva humana, evitando coleta de sangue; o que facilita o diagnóstico de DC, especialmente em crianças. A pesquisa do anti-tTG IgAtem alta sensibilidade para o diagnóstico de DC e para o acompanhamento de pacientes com DSG. 97 Antitransglutaminase tecidual (anti-tTG IgA) 98 Antiendomísio IgA (EMA) Anticorpos EMA IgA ligam-se ao endomísio, o tecido conjuntivo ao redor do músculo liso, produzindo um padrão característico. É reconhecido que a presença do EMA é preditiva de progressão para atrofia de vilosidades. 99 Antiendomísio IgA (EMA) 100 Anticorpo Antigliadina (AGA IgA) Este é o marcador mais antigo e os valores de referência não são constantes entre os laboratórios. Sua eficácia é difícil de definir, pois os dados disponíveis na literatura são heterogêneos e não permitem a comparação. Há outros testes com melhor desempenho diagnóstico. 101 Anticorpo Antigliadina (AGA IgA) 102 Testes sorológicos podem ser usados para avaliar a aderência do paciente à dieta isenta de glúten. Anticorpos ficam negativos após 3-12 meses de dieta. Doença Celíaca 103 HEMOGRAMA SÉRIE BRANCA Sistema Imunológico Principal barreira do hospedeiro contra as infecções, e tem a capacidade de realizar uma resposta rápida e efetiva contra os patógenos invasores. Imunidade inata – células rapidamente disponíveis para resposta imune Imunidade adaptativa – células tem memória, exigem exposição prévia à antígenos, tardia Leucócitos Mecanismos de Defesas e seus Mediadores Estrutura do Sistema Imunológico Leucócitos Consistem nos elementos figurados incolores do sangue circulante. Desempenham papel essencial no mecanismo de defesa do organismo contra as agressões infecciosas ou de outra natureza. Únicas células nucleadas do sangue. Normalmente existem no adulto cerca de 5.000 a 9.000 / mm³ de sangue, sendo mais elevada no primeiro ano de vida. Leucócitos Existem 03 classes de leucócitos: 1.1 Granulócitos 1.1.1 Neutrófilos 1.1.2 Basófilos 1.1.3 Eosinófilos 1.2 Monócitos 1.3 Linfócitos Granulócitos Apresentam numerosos grânulos específicos no seu citoplasma Possuem um núcleo que exibe variação de forma. Devido ao seu núcleo polilobulado – também são denominados polimorfonucleares. São produzidos normalmente na medula óssea. Tipos: 1.1.1 Neutrófilos 1.1.2 Basófilos 1.1.3 Eosinófilos Leucócitos mais numerosos. Produzidos e armazenados na medula. Representam entre 45 e 70% ou 3.200 e 6.000/ mm³ (número absoluto). Granulócitos - Neutrófilos http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Neutrophil.jpg Granulócitos - Neutrófilos CÉLULA BRANCA JOVEM – NÃO DIFERENCIADA NEUTRÓFILO MADURO FORMA MAIS JOVEM VISTA NO SANGUE PERIFÉRICO PEQUENA QUANT. NO SANGUE PERIFÉRICO Importantes na proteção contra agressões agudas. Neutrófilo → não reside nos tecidos saudáveis, migrando para locais de danos teciduais; sendo os tecidos o local de consumo. É a principal célula fagocítica e microbicida das defesas imunes inatas. Principal função → prevenir ou retardar a introdução de agentes infecciosos e outros materiais estranhos no ambiente do hospedeiro. Granulócitos - Neutrófilos São atraídos pelo estímulo quimiotáxico mediado por produtos bacterianos, componentes do complemento. Início do processo da resposta imediata → menos de uma hora. Meia-vida→ 7 horas Granulócitos - Neutrófilos Granulócitos - Eosinófilos 60-320 células / mm³ ou 2 a 4 % do total de leucócitos Produzidos e armazenados na medula Essas células fagocitam e eliminam complexos de antígenos com anticorpo que aparecem em casos de alergia Participam da defesa contra os parasitas, como, por exemplo, o Schistosoma mansoni e o Trypanosoma cruzi. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2004/2ano/imuno/imagens/celulas-mapa-2.gif&imgrefurl=http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2004/2ano/imuno/celulas.htm&usg=__85rXP7oiUmeAB0dV9mli9Q5qVgU=&h=141&w=146&sz=14&hl=pt-BR&start=1&itbs=1&tbnid=WPObhZJoZxY3CM:&tbnh=92&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Deosin%25C3%25B3filos%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1 Granulócitos – Basófilos Valores Normais (adultos)→ 0 a 1% do total de leucócitos Apresentam reservatórios de histamina e outros mediadores químicos Os basófilos tem função semelhante ao dos mastócitos. Possui aos mesmos mediadores nos seus lisossomas, e possui também receptores de IgE. Participa de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos. A histamina, liberada pelos basófilos, é um potente agente quimiotático para os eosinófilos. Monócitos Origem idêntica aos granulócitos neutrófilos, a diferença é que os neutrófilos migram para região lesada. Os monócitos são originados na medula óssea, nela encontramos as formas imaturas - monoblastos, promonócitos. Eles são liberados da medula óssea para o sangue periférico e daí para os tecidos, se transformando em células fagocitárias Nos tecidos podem sobreviver por alguns anos como macrófagos tissulares. Valores normais (adultos): 160-640 cél. / mm³ ou 4 a 8% do total de leucócitos Possuem maior capacidade inata de fagocitose sem prévio conhecimento do invasor, exercendo a função de ingestão e apresentação do antígeno processado aos linfócitos Th1 (CD4) – RESPOSTA IMUNE. Monócitos Linfócitos ▪ Originam-se da célula ancestral da medula óssea denominada “célula reticular primitiva”→ imunoblasto. ▪ 2 linhagens celulares: • - Linfócitos T (amadurecem no timo) – imunidade celular • - Linfócitos B (amadurecimento: medula óssea?, órgãos linfóides?, ou TGI?) – imunidade humoral •Valores normais (adultos): • - 1300 – 3400 cél / mm³ ou • - 20 – 35% do total de leucócitos Linfócitos: Linfócitos T (65%)→ imunidade celular do tipo tardia defesa contra germes de parasitismo intracelular: vírus, fungos e micobactérias (tuberculose, lepra). Linfócitos B (35%) → dão origem ao plasmócitos, produtores de anticorpos (imunoglobulinas) - imunidade humoral. defesa contra gérmes gram-positivos e reações de hipersensibilidade imediata. Linfócitos Leucograma Fornece o número e a contagem diferencial de leucócitos no sangue periférico. As contagens global e diferencial variam conforme: - Idade - Estado Fisiológico - Etnia Neutrófilos Leucograma Normal Desvios no Leucograma Leucocitose: Elevação do número de leucócitos acima de 9000/mm³ Pode apresentar aumento de um único tipo de célula, de dois, três ou até todos ao mesmo tempo Pode ocorrer nas infecções (neutrofilia), verminoses (eosinofilia) e nos processos crônicos (leucocitose linfocítica) Leve: 9000 – 11000/ mm³ Moderada: 11000 – 13000/ mm³ Acentuada: 13000 – 18000/ mm³ Muito acentuada: > 18000/ mm³ Leucopenia: Diminuição do número total de leucócitos < 6000/ mm³ Geralmente é provocada pela neutropenia Abaixo de 6000/ mm³ Significado clínico < 4000/ mm³ Desvios no Leucograma Desvios no Leucograma Neutrofilia: Processo que produz leucocitose por aumento dos neutrófilos Aumento superior a 70% ou 6.000/ mm Causas: Aumento da produção pela M.O. - Doenças mieloprolifaretivas - Aumento reacional: infecção, inflamação, necrose. Liberação acelerada pelo compartimento de reserva - Infecção, inflamação, necrose, corticoides. Neutropenia: Diminuição do número de neutrófilos Ocorre quando houver inibição da medula (aplasia medular) Causas: Menor produção - Insuficiência proliferativa da medula óssea Hematopoese ineficiente - Mielodisplasia, deficiências de vitamina B12 e folatos Diminuição da liberação da medula para o sangue - Defeito de maturação ou deficiência de estímulo Desvios no Leucograma Neutropenia: Causas: Consumo tissular exagerado - Infecções graves Destruição intravascular - Imunológicas Sequestração - Hiperesplenismo Desvios no Leucograma Desvios no Leucograma Desvio para a esquerda: – Sob condições normais a MO envia para o sangue periférico somente neutrófilos adultos (segmentados, bastonetes e raramente metamielócitos)– Elementos situados a esquerda dos bastonetes existem na MO e os situados a direita no sangue periférico Desvio para a esquerda: Aparecimento no sangue dos elementos situados à esquerda dos bastonetes Tal desvio será tanto mais intenso quanto maior for o número desses elementos imaturos no sangue Ocorre quando a medula é solicitada para enviar grande número de neutrófilos para o sangue periférico (processos infecciosos agudos) Serve não somente para deduzir a agudeza do processo, mas também a sua gravidade Desvios no Leucograma Interpretações: Agravamento da leucocitose e desvio a esquerda já existente Agravamento de uma infecção aguda ou ocorrência de uma complicação Agravamento da leucocitose e aparecimento do desvio a esquerda Ocorrência de uma complicação aguda sobrevindo durante a evolução de uma infecção de caráter benigno Ex: Bronquite aguda / pneumonia Agravamento súbito da leucocitose sem desvio Processo infeccioso está evoluindo progressivamente, sem nova patologia Desvios no Leucograma Desvios no Leucograma Interpretações: Leucopenia seguida de leucocitose: Uma complicação de uma infecção leucopenizante Ex: Febre tifóide / perfuração com peritonite; sarampo / pneumonia Numero normal de neutrófilos, com desvio: O desvio é explicado pela solicitação da medula e a ausência de neutrofilia por: Processo muito grave com destruição dos neutrófilos (SEPSE) OU infecção aguda que produz leucopenia ou neutropenia (Febre tifóide) Desvios no Leucograma Eosinofilia: Aumento acima de 4% ou 400/ mm³ Eosinopenia: Chegam abaixo de 6/ mm³ ou desaparecem completamente (aneosinofilia) Aneosinofilia: Processos infecciosos agudos Liberação de adrenalina ACTH (Hipófise) Glicocorticóides (Supra-renal) Queda dos eosinófilos Eosinofilia: Causas: infecções parasitárias, doenças alérgicas, asma brônquica, urticária, leucemia mielóide crônica, policitemia, anemia perniciosa, doença de Hodgkin, neoplasiaas malignas, irradiação, artrite reumatóide, tuberculose, hipersensibilidade a drogas. Eosinopenia: Causas: reações ao estresse, administração de glicocorticóides. Desvios no Leucograma Basofilia: Aumento do n.° de basófilos >1% ou 80 cél/mm³ Causas: doenças mieloproliferativas, estresse, síndromes hipereosinifílicas, medicamentos, doenças alérgicas. Basopenia: Causas: hipertireoidismo, gestação, estresse, infecção aguda, síndrome de Cushing. Desvios no Leucograma Monocitose: Elevação acima de 8 % ou 650/ mm³ Causas: Infecções bacterianas (tuberculose, endocardite bacteriana, brucelose), fase defensiva das infecções agudas, infecções por protozoários (malária), doença de Hodgking, leucemia monocítica. Monocitopenia: Diminuição inferior a 4% ou 150/ mm³ Causas: fase aguda de processos infecciosos, desnutrição, após injeção de corticóide. Desvios no Leucograma Linfocitose: Aumento acima de 35% ou 3.500/ mm³ Causas: Convalescença de infecções agudas, infecções agudas, infecções crônicas (tuberculose, sífilis, brucelose), leucemias linfocíticas, linfomas, linfocitose fisiológica (crianças ate 5 anos) Linfocitopenia: Diminuição dos linfócitos abaixo de 1200 cél/mm³ Denota, em geral, mau prognóstico Causas: Estados de imunodeficiências, cirrose hepática, desnutrição, processos infecciosos graves, tuberculose, neoplasias avançadas Desvios no Leucograma 3 fases de respostas dos leucócitos a infecção aguda: Fase de luta (ou neutrofilia) → leucocitose, neutrofilia, desvio para a esquerda, aneosinofilia, linfocitopenia relativa Fase defensiva (ou monocitária) → leucocitose menos acentuada, neutrofilia, desvio para esquerda, reaparecimento dos eosinófilos, linfócitos ou normais, monocitose Fase de cura (ou linfocitária) → leucócitos normais ou ligeiramente , neutropenia, desaparecimento do desvio para esquerda, linfocitose, eosinofilia, monócitos normais ou Desvios no Leucograma Drª Fernanda Osso Principais exames utilizados TGO (Transaminase Glutâmico-Pirúvica) ou AST (Aspartato aminotranferase) TGP (Transaminase Glutâmico-Pirúvica) ou ALT (Alanina aminotransferase) GGT ou GAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) FA ou FOSFATASE ALCALINA BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES ALBUMINA TP Qual o primeiro exame a ser avaliado para pesquisa de disfunção? Transaminases TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) ou ALT (alanina aminotransaminase) Encontrada em altas concentrações apenas no citoplasma do hepatócito, o que torna o seu aumento mais específico de lesão hepática; Atenção: pode estar aumentada em conjunto com a TGO em miopatias (doenças musculares) graves. Indica lesão aguda (presente no citoplasma). Recomendada para rastreamento de hepatites => normalmente elevação importantes nas hepatites virais, mas é menos sensível que a TGO para hepatite alcoólica. Transaminases TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) ou ALT (alanina aminotransaminase) Presente no citoplasma => indica lesão aguda! Atenção: muito comum elevação em obesos, mesmo sem doença hepática ou muscular! => esteatohepatite não alcoólica! Valores de referência: Feminino: até 31U/L. Masculino: até 41U/L Transaminases TGO (transaminase glutâmico-oxaloacética) ou AST (aspartato aminotransaminase) Não é exclusivamente utilizada para a avaliação da integridade dos hepatócitos, já que também é produzida em músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos. Nas miopatias a TGO aumenta junto com a CPK e LDH Pode aumentar em infartos renais, grandes tumores, sendo acompanhada, em tais casos, de aumentos de LDH. TGO (transaminase glutâmico-oxaloacética) ou AST (aspartato aminotransaminase) Resumindo... TGO não é exclusivamente utilizada para avaliação da integridade dos hepatócitos! É mitocondrial , indica lesão grave! Valores de referência: Feminino: até 32 U/L. Masculino: até 38 U/L. Importante! Não esperar grandes aumentos de transaminase na cirrose Parênquima destruído < síntese das transaminases, logo pouca reserva para se elevar em caso de destruição celular! Importante! • sugere doença hépática alcoólicaTGO/TGP > 1 • sugere doença hépática não-alcoólicaTGO/TGP < 1 Qual o próximo exame a solicitar para o disgnóstico de icterícia? Bilirrubina total e frações É um exame que pode avaliar ao mesmo tempo lesão hepatocelular, fluxo biliar e função de síntese do fígado. A primeira bilirrubina a ser produzida é a bilirrubina indireta (também chamada de bilirrubina não conjugada – vinda da hemólise), que circula no sangue ligada à albumina sérica. A BI é transportada para o fígado e, no hepatócito, é conjugada ao ácido glicurônico transformando-se em mono e diglicuronídio de bilirrubina (bilirrubina direta). A bilirrubina direta é excretada pelo fígado para a vesícula biliar, fazendo parte da bile. BI = insolúvel em água, afinidade por SNC BD = solúvel em água, afinidade por tecidos elásticos Bilirrubina total e frações Qual exame avaliar para pesquisa de icterícia colestática? Fosfatase alcalina (FA ou ALP) Presente principalmente em fígado e ossos Está elevada em: obstrução canalicular hepática (bom marcador de colestase) Doenças ósseas Importante: eleva-se nas metástases hepáticas e ósseas sendo BOM MARCADOR TUMORAL! Fosfatase alcalina (FA ou ALP) Valores de referência: Recém-nascido: 150–600 U/L. 6 meses a 9 anos: 250–950 U/L. 10 a 11 anos: ♀ 250–950U/L; ♂ 250–730U/L. 12 a 13 anos: ♀ 200–730 U/L; ♂ 275–875 U/L. 14 a 15 anos: ♀ 170–460 U/L; ♂ 170–970 U/L. 16 a 18 anos: ♀ 75–270 U/L; ♂ 125–720 U/L. Acima de 18 anos: 50 a 250 U/L. Qual exame avaliar para pesquisa de lesão hepática por drogas | álcool? GGT ou GAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) Enzima encontrada no fígado, rins, pâncreas, intestino e na próstata significado clínico: refere-se principalmente às doenças do fígado e das vias biliares. Indicador sensível de colestase, com elevação precoce e duradoura! esteatose hepática GGT melhora do quadro=> valores normalizam x Cirrose hepática valores não normalizam GGT ou GAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) Sua elevação sérica sugere efeito tóxico do álcool e drogas (deve-se afastar as outras causas de elevação!) Eleva-se em neoplasias primárias ou metastáticas. Valores de referência: 8 a 41 U/L (♀) e 12 a 73 U/L (♂). Quais exames servem para avaliar capacidade de síntese hepática? Albumina Proteína de síntese hepática Valores alarmantes < 1.5 => edema aparece com níveis entre 2 a 2,5g/dl Valores de referência: 3,5 a 5,5 g/L só considerar para prova de fç hepática se relação ALB/GLOBULINA > 1 IMPORTANTE: Não serve para avaliar função hepática em pacientes com SRIS devido à da ALB em resposta à fase aguda Tempo de protrombina (TAP|TP) O fígado sintetiza a maioria dos fatores e inibidores da coagulação. A síntese de protrombina pelo fígado é dependente da vit. K. Na prática clínica, o TP é um método simples, barato e útil na avaliação do conjunto dos fatores de coagulação e, portanto, da síntese hepática. O teste : determina o tempo necessário para a ativação completa da cascata de coagulação, uma vez iniciada pela tromboplastina. Provas de função pancreática Drª Fernanda Osso Amilase Na pancreatite aguda, os níveis de amilase podem alcançar valores de 4 a 6 vezes o limite superior de referência Eleva-se precocemente ( em 2 a 12 horas), atinge pico em 24h e retorna aos níveis normais em 2 a 3 dias. É menos específica e mais sensível para pancreatite do que a lipase ATENÇÃO: A magnitude da elevação NÃO reflete gravidade da lesão => indica forte probabilidade de pancreatite aguda Cerca de 20% de pacientes com pancreatite aguda apresentam índices normais de amilase sérica. Em episódios agudos de pancreatite crônica, esses níveis podem estar ligeiramente aumentados, porém, com freqüência, permanecem normais. Amilase Atenção: Aumentos de amilase sozinha não significa necessariamente pancreatite! Valor de referência Lipase Produzida predominantemente no pâncreas exógeno, sendo um marcador de pancreatite Mais específica do que amilase para pancreatite Aumenta pouco depois da amilase (3 a 6h com pico em 24h), mas permanece aumentada por mais tempo (7 a 10 dias) OBSERVAÇÃO Na doença renal crônica e aguda, o aumento de seus níveis séricos é menos freqüente e pronunciado que o da amilase, mas alguns doentes renais podem apresentar valores 2 a 3x acima do limite superior da referência. Valor de referência HEMOGRAMA SÉRIE VERMELHA Exame de contagem e descrição das células vermelhas | hemácias | eritrócitos Útil para: diagnóstico de deficiência de Fe e anemias. HEMOGRAMA – série vermelha HEMOGRAMA – série vermelha • Hemácias OU Eritrócitos OU Glóbulos Vermelhos – Características morfológicas: + numeroso elemento figurado do sangue 1 leucócito : 500 hemácias : 30 plaquetas Disco bicôncavo anucleado 7,5 µ de diâmetro São flexíveis Durante a maturação na MO, a hemácia perde o núcleo e as organelas (menos alguns ribossomos) e por isso não se divide Meia-vida: 120 dias e é digerida pelos macrófagos, principalmente no baço Possuem proteína sintetizada pelos ribossomos: hemoglobina (32 a 34% do peso total da Hemácia) FORMAÇÃO DE CÉLULAS Produção de hemácias, leucócitos e plaquetas é feita na medula óssea Todas as células se originam das células tronco (stem cell) que são totipotentes HEMATOPOIESE Linhagem mielóide - hemácias - plaquetas - granulócitos - monócitos Linhagem linfóide -linfócitos FORMAÇÃO DE ERITRÓCITOS Regulação da síntese de eritrócitos (eritropoiese) Como interpretar cada elemento do hemograma série vermelha? Conhecendo o elenco! (VCM) (HCM) (CHCM) 1. Hemácias Passam por vários processos de maturação Reticulócitos: penúltimo na ordem de maturação Normalmente estão em pequena quantidade no sangue (< 2% das hemácias) interpretação Quantitativa: hemáceas = anemia hemácias = policitemia Rarefação do ar Pacientes DPOC interpretação Qualitativa: 1. VARIAÇÕES DE TAMANHO NORMOcítica VGM = 80 - 96μ3 MICROcítica VGM < 80μ3 MACROcítica VGM > 96μ3 Anemia ferropriva Talassemia Reticulocitose Fumantes Deficiência de B12 e de folatos VGM: volume globular médio interpretação Qualitativa: 1. VARIAÇÕES DE TAMANHO Índice de anisocitose: reflete a variação do tamanho dos eritrócitos. Valores referência (RDW): 11,5 – 14,5% interpretação Qualitativa: 1. VARIAÇÕES DE TAMANHO Alteração precoce na def. Fe antes mesmo das alterações do VCM e da diminuição da hemoglobina. Na Anemia ferropriva: tendência à heterogeneidade do tamanho das hemácias; logo, de valores de RDW elevado Talassemia: tende a homogeneidade da população microcítica, levando a valores normais de RDW. Índice de anisocitose:. interpretação Qualitativa: VARIAÇÕES DE COR HIPOcrômica CHCM baixo NORMOcrômica CHCM normal Percentual de cada hemácia que é composta por Hb Valores referência: 34 +/- 2% interpretação Qualitativa: VARIAÇÕES DE COR Anisocromia: Presença de células vermelhas com coloração ou grau de hemoglobinização diferentes, variando entre hipocromia, normocromia e hipercromia. É característica de: anemias sideroblásticas, pode também ser encontrada nas terapias pós- transfusionais e de reposição de ferro. interpretação Qualitativa: VARIAÇÕES DE COR 3. Policromasia ou Policromatofilia: Presença de um número aumentado de eritrócitos recém-saídos da medula óssea, que se coram azulado em meio à coloração normal. Interpretação: processo regenerativo da medula (reticulocitose), característico da hemólise e perda aguda de sangue. 2. hemoglobina Principal constituinte das hemácias, a hemoglobina tem como sua maior função o transporte de oxigênio. Ela é composta por um pigmento, o heme, que tem ferro em seu interior, mantido no estado ferroso,e uma proteína, a globina, formada por dois pares de cadeias polipeptídicas que diferem na seqüência dos aminoácidos. 2. hemoglobina Não é influenciada pelo estado de hidratação. 11 g/dL indica investigação. Valores de referência 3. Hematócrito (OU Volume Globular OU Volume Corpuscular) Representa a proporção (em percentual – %) dos eritrócitos no total do sangue. O valor do hematócrito depende do volume ocupado pelos glóbulos vermelhos. Útil na indicação para transfusão e [ ] de hemácias. O valor do hematócrito está baixo em todas as anemias. 3. Hematócrito (OU Volume Globular OU Volume Corpuscular) Sofre influência do volume sanguíneo e de seu estado dilucional (ex: estado de hidratação). Não deve ser utilizado isoladamente no diagnóstico de anemia: ver em conjunto hemoglobina + hematócrito + VCM Valores diminuídos hemodiluição valores aumentados desidratação hemoglobina × 3 = hematócrito Valores de referência Estudo das anemias Avaliação clínica + laboratorial Avaliação Clínica (“síndrome anêmica”) Dispnéia aos esforços palpitações, taquicardia menor tolerância à esforços cansaço evidente anorexia Tonteira postural cefaléia Descompensação de DCV (angina, ICC) Sinais e sintomas -Relacionados à hipóxia tecidual - anemia cronica x aguda - idade Avaliação História clínica: crucial para investigação etiológica!! Duração, início e sintomas Icterícia e cálculos biliares – sugestivo hemólise Perda ou doação sanguínea Gestação – def. ferro ou folato Recorrências e remissões – investigar def, B12, Fe e folato Geofagia, criofagia – sugere def. ferro Parestesia, ataxia – sugere def. B12 Medicações em uso – investigar interação com Fe, B12 e folato Avaliação Laboratorial Importante: é fundamental ter um hemograma inicial de cada pessoa para funcionar como padrão 1º exame a avaliar: hemoglobinae hematócrito,VCM, CHCM Passo 2: avaliar reticulócitos (0,5 a 2,0% das hemácias ou 25.000 a 75.000/mm3) Indice reticulócitos Alto (> 2,5): MO normal, perda de hemácias por hemólise ou hemorragia Indice reticulócitos Baixo (< 2,5): problema para síntese de hemácias na MO (alterações cel tronco, eritropoietina ou substratos) Com isso sei : 1. se o paciente é anêmico 2. Se a medula dele funciona 3. padrão celular Mas não sei diferenciar anemias com padrões celulares iguais!! Passo 3 Exames complementares: Microcitose? => ferritina, ferro sérico, transferrina, TIBC (CTLF) Macrocitose? => B12 , ácido fólico, homocisteína e ácido metilmalônico (AMM) Ferritina Indicador mais sensível para a quantidade de ferro armazenada no organismo. Valores de ferritina abaixo do normal indicam diagnóstico de anemia. É uma Proteína de fase aguda positiva - está elevada em casos de estresse metabólico, podendo mascarar diagnóstico de anemia ferropriva Para coleta: jejum de 4h Atenção: depleção orgânica acontece antes mesmo de o indivíduo apresentar diminuição dos níveis de hematócrito, hemoglobina, VCM e HCM. Valores de referência: Homem: 36–262 μg/L. Mulher: 20 - 110 μg/L. Mulher pós-menopausa: 24–155 μg/L Ferritina Considerações importantes: Só interromper a suplementação de ferro após normalização da ferritina que indica repleção das reservas. Valores de referência: Homem: 36–262 μg/L. Mulher: 20 - 110 μg/L. Mulher pós-menopausa: 24–155 μg/L RISCO DE REINCIDÊNCIA DA ANEMIA Não usar hematócrito , Hb, VCM e CHCM sozinhos para parâmetro de avaliação do tratamento Ferritina Considerações importantes: Suplementação de ferro não elevou ferritina? paciente pode não estar tomando adequadamente a medicação presença de sangramento mais rápido que a reposição de hemácias pela medula óssea ferro suplementar não está sendo absorvido (esteatorréia?; doença celíaca?; DII?, hemodiálise?) Indicação de suplementação endovenosa: conduta médica! Transferrina Proteína de transporte do ferro pelo plasma. Está elevada na anemia ferropriva Está reduzida em fase aguda por ser PTN de fase aguda negativa constituída de uma única cadeia polipeptídica com dois locais de ligação, quimicamente distintos, para o ferro valores de referência homem : 215 - 365 mg/dL mulher: 250 - 380 mg/dL TIBC ou CTLF Total iron bind capacity ou capacidade total de ligação do ferro Referência: 250 a 450mcg/dl TBIC Saturação da transferrina % = ferro sérico TIBC -em indivíduos normais, apenas 1/3 dessa capacidade é aproveitada Fe plasma nunca é suficiente para saturar toda transferrina Referencia: 20 a 50% Ferro sérico Importante na anemia ferropriva e hemocromatose ferro sérico < 50 g/dL + saturação da transferrina <16%, há diminuição da eritropoiese antes do aparecimento de microcitose e hipocromia! Valores de referência para ferro sérico: Homem: 60–170 g/dL. Mulher: 50–160 g/dL Anemias microcíticas diagnóstico diferencial Ferropriva 1º momento: normo/normo 2º momento: micro/hipo Fe sérico baixo Ferritina baixa TIBC alto transferrina alta (exceto anemia crônica) Saturação transferrina baixa Tratamento: dieta + suplementação ferro elementar para adultos é de 120 a 200 mg/dia Resposta: -Reticulocitose a partir do 4º dia tto - Hb e Ht ↑ em 2 semanas e normalizam em 4 a 6 semanas - continuar TTO por mais 4 meses Anemia da dç crônica TNF-alfa e IL-1=>dificultam mobilização do ferro da ferritina. Normo/normo – 2/3 casos Micro/hipo – 1/3 casos Fe sérico baixo Ferritina normal ou alta TIBC normal ou baixo Transferrina baixa Saturação transferrina geralmente normal Anemias Megaloblásticas Atenção: O termo megaloblastose não se refere ao tamanho da célula mas sim à defeito no núcleo. A anemia megaloblástica é causa de anemia macrocítica. Principais causas: Def.B12 e ácido fólico B12 folato Anemias megaloblásticas Achados laboratoriais VCM > 130 fl é um forte indicativo de megaloblastose Pode haver anisocitose (investigar anemia mista: ferropriva + megaloblástica) Pode ocorrer pancitopenia Pode haver aumento de indicadores de anemia hemolítica como bilirrubina indireta Reticulócitos baixos Anemias megaloblásticas diagnóstico diferencial CLÍNICO Em geral mesmo quadro anêmico de toda anemia! ATENÇÃO!! Def. de B12 cursa com manifestações neuropsiquiátricas (mesmo com hematócrito ainda normal) e a de folato não! Parestesia em extremidades Desequilíbrio Ataxia Déficit cognitivo Demência e psicose Por que def.B12 cursa com alteração neuropsiquiátrica? B12 é fundamental para síntese da bainha de mielina, que envolve os axônios e é responsável pela condução dos impulsos nervoso. Anemias megaloblásticas diagnóstico diferencial LABORATORIAL Dosar sempre B12 + folato Atenção: é preferível a dosagem de folato eritrocitário, já que o sérico sofre interferência da alimentação do dia. Def. B12 Def. folato Def. ambos Folato sérico Normal ou alto baixo Baixo Vit B12 Baixa Normal ou baixa Baixo Folato eritrocitário Normal ou baixo baixo Baixo Anemias megaloblásticas diagnóstico diferencial – outros exames úteis LABORATORIAL – ácido metilmalônico (AMM) O ácido metilmalônico apresenta sua concentração aumentada SOMENTE na presença da deficiência de vitamina B12, a def. folato não altera seus valores. A dosagem é feita na urina, soro ou plasma. ATENÇÃO para Situações clínicas que também favorecem a elevação do MMA: insuficiência renal, gestantes, doenças da tireóide aumento intestinal de bactérias produtoras de ácido propiônico (precursor do AMM). AMM Acido succínico B12 Anemias megaloblásticas diagnóstico diferencial – outros exames úteis LABORATORIAL – Homocisteína Está elevada na def. de ambos Avaliação em conjunto com AMM: Ambos aumentados: def. B12 Somente homocisteina aumentada: def. folato Anemias megaloblásticas TRATAMENTO B12: normalmente reposição parenteral (conduta médica) => geralmente def. por disabsorção e não por carência na dieta. A reticulocitose se inicia no 5º dia e as alterações neurológicas melhoram com 4 a 6 meses de TTO Folato: 1 a 5mg/ dia por 3 a 4 semanas CUIDADO: Suplementação de folato isolado => resposta no hemograma => pode mascarar def. B12 => lesão neurológica irreveresível!
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