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DESCRIÇÃO Tópicos para realização de perícia embasados na legislação trabalhista brasileira sobre atividades insalubres e periculosas. PROPÓSITO Compreender que as perícias técnicas de insalubridade e periculosidade seguem os parâmetros normativos, consoante às Normas Regulamentadoras, NR 15 e NR 16, que tratam da insalubridade e da periculosidade, respectivamente. Reconhecer que a função do perito judicial, profissional com capacidade técnica para sua avaliação, é fundamental para a garantia da continuidade processual. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, ou use a calculadora de seu smartphone/computador, para a realização das tarefas em aula. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o fundamento jurídico da Perícia Trabalhista MÓDULO 2 Reconhecer o fluxo do processo INTRODUÇÃO A IMPORTÂNCIA DA PROVA PERICIAL NO PROCESSO TRABALHISTA MÓDULO 1 Reconhecer o fundamento jurídico da Perícia Trabalhista LIGANDO OS PONTOS Foto: Shutterstock.com Há no Brasil muitas reclamações trabalhistas em função de a relação jurídica entre empregados e empregadores ser muito conflituosa. É muito frequente que trabalhadores, especialmente após suas demissões, reclamem na Justiça do Trabalho por adicionais de insalubridade ou periculosidade que lhes seriam devidos. Assim, a perícia trabalhista se configura como um importante instrumento para convencimento da justiça. Isso torna o papel do perito judicial fundamental no processo. Sabendo disso, leia o case a seguir. Observe a reclamação trabalhista abaixo: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP. Antônio Homero Vale, brasileiro, casado, líder de utilidades, inscrito no CPF sob nº 000.000.000-00 e RG nº. 00.000.000-0, nascido em 22/09/1968, por seu procurador que assina eletronicamente, por certificado digital próprio, Jaime Flatron, advogado, OAB/SP 000000, CPF n°. 000.000.000-00, com escritório em Avenida Paulista, 01, sala 1501, onde, para efeitos do art. 39, I do CPC, receberá as intimações e notificações pertinentes, vem, com o acatamento devido, à ilustre presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840, da CLT, propor a presente: reclamação trabalhista. Do Pedido: Adicional de Insalubridade De acordo com o trabalhador, em todo o pacto laboral, executou suas funções em ambiente de alta incidência de insalubridade, estando sujeito aos efeitos diretos, constantes e intermitentes de agentes nocivos à saúde, descritos na NR 15, anexos 3, 9, 10 e 14, aprovada pela Portaria nº 3.214/1978 do MTE, em consequência do ambiente em que prestava serviços. Em suas funções, tinha contato direto com agentes nocivos, físicos e biológicos, pois fizera inspeção da água da estação de tratamento de efluentes, bem como manutenção e regulagem de caldeira, teste de geradores 220V/380W trifásico e, manutenção e troca de filtro em ar-condicionado. Durante o referido pacto laboral, exerceu função de líder de utilidades. Era inevitável que, em muitas das operações realizadas na Estação de Tratamento de Efluentes, houvesse a ocorrência de respingos e a umidificação das vestimentas do trabalhador, além de exposições ao próprio ar ambiental, sendo ineficazes os Equipamentos de Proteção Individual. Após a exposição a todos os agentes insalubres de seu posto, o reclamante informa que, por esse trabalho altamente prejudicial à saúde e à integridade física, nada recebia a título de adicional de insalubridade, enquanto deveria receber o adicional em seu grau máximo: 40%. Destarte, requer se digne Vossa Excelência determinar a realização de perícia técnica especializada (art. 424, I do CPC) para constatação e apuração da insalubridade existente no ambiente de trabalho da reclamada, bem como o grau a que faz jus o obreiro, nos moldes do artigo 195, § 2º da CLT e Súmula 460 do STF. No caso exposto, quanto à base de cálculo, deve-se observar a liminar concedida pelo STF, conforme jurisprudência consolidada do TST, sendo o referido adicional calculado com base no salário mínimo. Desse modo, requer o reconhecimento e a integração ao seu salário do adicional de insalubridade em seu grau máximo, a ser fixado sobre 40% do salário mínimo, pertinente à função exercida, durante o período de 01/03/2015 até 31/03/2020, respeitando a prescrição quinquenal, conforme determinação legal. Portanto, após realização da perícia e o reconhecimento da insalubridade em seu grau máximo, pugna o reclamante pelo pagamento de 60 meses de adicional de insalubridade em grau máximo, calculados em 40% sobre o salário mínimo, acrescido de reflexos legais. Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. APÓS A ANÁLISE DA PEÇA CHAMADA DE INICIAL, OU SEJA, A DISTRIBUIÇÃO DO PROCESSO POR PARTE DO RECLAMANTE POR MEIO DE SEU ADVOGADO, JÁ PLEITEANDO A PROVA PERICIAL PARA A COMPROVAÇÃO DE EXPOSIÇÃO NOCIVA EM GRAU MÁXIMO, CABERÁ AO JUIZ: A) imediatamente, citar o réu, no caso a reclamada, para apresentar sua contestação. B) nomear o perito do juízo para o agendamento da diligência pericial. C) tendo em vista a petição inicial apresentada pelo reclamante, já definir pelo adicional pleiteado pelo advogado deste. D) o imediato agendamento da audiência de instrução e julgamento. E) apresentar os quesitos complementares para pleno entendimento da causa. 2. NESTE PROCESSO EM TELA, EM QUE MOMENTO O JUIZ DEVERÁ DEFINIR PELA PROVA PERICIAL? A) Após a audiência de instrução e julgamento. B) Após a análise da petição inicial do reclamante. C) Após não ocorrer acordo durante a audiência de conciliação. D) Após as avaliações da peça contestatória da reclamada. E) Após a apresentação dos quesitos técnicos pelas partes envolvidas no processo. GABARITO 1. Após a análise da peça chamada de inicial, ou seja, a distribuição do processo por parte do reclamante por meio de seu advogado, já pleiteando a prova pericial para a comprovação de exposição nociva em grau máximo, caberá ao juiz: A alternativa "A " está correta. Apesar de o Reclamante já requerer em sua inicial o pedido de prova pericial, o rito processual garante à reclamada a apresentação de sua peça contestatória dentro do prazo legal do Código de Processo Civil 2. Neste processo em tela, em que momento o juiz deverá definir pela prova pericial? A alternativa "A " está correta. O rito processual estabelecido pelo Código de Processo Civil deixa claro que o pedido de prova pericial deverá ocorrer se não houver acordo entre as partes na audiência de conciliação. 3. APÓS A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO NESTE PROCESSO, O JUIZ NOMEOU UM ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO DE SUA TOTAL CONFIANÇA, VISTO QUE ESSE PROFISSIONAL JÁ POSSUI MUITO TEMPO COMO PERITO JUDICIAL, LOGO POSSUI MUITA EXPERIÊNCIA NAS DEMANDAS DE INSALUBRIDADE. OCORRE QUE, NO PASSADO, ESSE PERITO JÁ ATUOU PARA A EMPRESA RECLAMADA COMO ASSISTENTE TÉCNICO EM DIVERSAS RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS. ESSA NOMEAÇÃO FICARÁ PREJUDICADA? COMO O PERITO NOMEADO DEVERÁ PROCEDER? RESPOSTA Esse é um caso clássico em que o perito deverá recusar sua nomeação por meio de petição, explicando a sua recusa de maneira clara e objetiva ao magistrado por haver notório conflito de interesses, mesmo que no momento não esteja mais atuando para a reclamada. Esse deve ser o procedimento correto do perito, pois, caso contrário, a parte que se julgar prejudicada com seu laudo pericial poderá impugná-lo por suspeição do perito. javascript:void(0) A PROVA PERICIAL NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PROCESSO TRABALHISTA Em uma petição inicial, ou seja, o pedido do autor, também chamado de reclamante, apresenta-se uma série de itens contra a reclamada, por exemplo: horas extras, FGTS, danos morais, diferenças salariais etc. Além desses possíveis pedidos na peça inicial, os processos podem também apresentar os pedidos de insalubridade e/ou periculosidade. Um reclamante, por meio de seu advogado, também chamado de patrono, pode requerer o reconhecimentode que, durante o período de trabalho para uma empresa, esteve exposto a agentes ou condições que lhe garantiriam os respectivos adicionais de insalubridade, periculosidade ou ambos. COMENTÁRIO Veremos melhor essa matéria mais adiante. Cabe ao juiz avaliar os pedidos e determinar a chamada prova pericial. Para isso, nomeia-se um profissional com comprovada capacidade técnica para verificar, no posto de trabalho do reclamante, se o pedido faz jus ou não, ou seja, se as alegações são verdadeiras e estão suportadas pelas Normas Regulamentadoras. O engenheiro de segurança do trabalho será os olhos do juiz durante a verificação em campo, apresentando seu trabalho, o laudo pericial, com todas as contextualizações técnicas que o documento deve conter. A partir desse trabalho, o juiz terá uma base para garantir seu entendimento e aplicar sua sentença. A PROVA PERICIAL É FUNDAMENTAL PARA QUE UM PROCESSO SEJA JUSTO PARA TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS, SEJA NO PEDIDO DO RECLAMANTE OU NA CONTESTAÇÃO DA RECLAMADA. Como você deve ter notado, citamos até agora os termos mais utilizados pelos profissionais que atuam com perícias trabalhistas, tais como: RECLAMANTE Quem requere algo na petição inicial. RECLAMADA Quem recebe a solicitação e pode apresentar suas contestações. PETIÇÕES Partes importantes do processo, seja pela reclamante (inicial) ou pela reclamada (contestação). PATRONO O advogado de uma das partes, ou seja, aquele que patrocina o processo em sua continuidade e sustentação técnica. DILIGÊNCIA Atividade do perito no ambiente de trabalho em que o reclamante atuou para a reclamada, com dia e hora previamente determinadas. LAUDO PERICIAL Trabalho a ser desenvolvido pelo perito nomeado pela justiça que servirá de base para a decisão do Juiz. PARADIGMA É um trabalhador que atua hoje nas mesmas funções do reclamante à época de suas atividades para a reclamada, de modo que ele possa prestar informações sobre o posto de trabalho, rotinas e demais procedimentos e garantir a continuidade da prova pericial. Conhecer esses termos técnicos é importante para o seu entendimento do andamento de um processo trabalhista. Em um processo trabalhista, o juiz poderá avaliar os pedidos na petição inicial do reclamante e definir se existirá ou não a necessidade da prova pericial. Vamos exemplificar esse processo: CASO 1 Foto: Shutterstock.com Um reclamante apresenta em sua peça inicial um pedido de adicional de insalubridade, visto que atuava diariamente em uma posição incômoda, uma vez que seu posto de trabalho apresentava mobiliário incorreto. Tal situação lhe gerou fadiga e dores lombares. Decisão do Juiz: O juiz, corretamente, indeferiu o pedido de adicional de insalubridade nesse caso, pois os aspectos ergonômicos não estão dentro dos riscos citados na NR 15. Para ser considerado insalubre, seguindo os parâmetros normativos, o profissional deverá sofrer exposições acima dos limites de tolerâncias dos riscos físicos e químicos ou enquadradas no Anexo 14 da citada NR. Logo, não haverá a necessidade de prova pericial nesse caso. CASO 2 Foto: Shutterstock.com Um reclamante alega que atuou com exposição ao ruído ocupacional durante todo o período laborado para a reclamada, sempre acima dos limites de tolerância estabelecidos no Quadro I na NR 15. Informa em sua peça inicial, por meio de seu patrono, que a empresa lhe forneceu um equipamento de proteção individual que não atenuava esse risco. Por conta disso, pleita por um adicional de insalubridade de 40%. Decisão do Juiz: O juiz do processo determinou a realização da perícia trabalhista em questão, nomeando um profissional para conduzir a diligência e elaborar o laudo no prazo de 30 (trinta) dias a contar dessa nomeação. ATENÇÃO O prazo é estabelecido pelo Juiz, conforme melhor lhe convier. Neste caso, é claro que uma avaliação quantitativa no posto de trabalho do reclamante, com o uso de equipamentos técnicos de medições e com a presença das partes envolvidas, incluindo um paradigma, será fundamental para comprovar a natureza do risco. Verificam-se também a eficácia ou não dos EPIs, a possível presença de equipamentos coletivos e se as atividades ocorreram sob condições que garantem ao reclamante algum adicional. Caberá ao perito, se comprovada a exposição, informar, de acordo com as referidas avaliações, qual o percentual do adicional. CONCLUSÃO Em ambos os casos citados, o juiz decidiu se uma perícia técnica seria ou não pertinente, de acordo com o pedido na inicial do processo. Como vimos, os aspectos ergonômicos não estão relacionados a nenhum adicional de insalubridade ou periculosidade, já o ruído ocupacional pode estar presente nos postos de trabalho, cabendo à perícia quantitativa avaliar sua intensidade. PROVA PERICIAL A prova pericial é o meio de suprir a carência de conhecimentos técnicos por parte do juiz para apuração dos fatos litigiosos. É o meio pelo qual, no processo, pessoas entendidas e sob compromisso verificam fatos interessantes à causa, transmitindo ao magistrado o respectivo parecer. As perícias trabalhistas seguem o fluxo processual na Justiça do Trabalho, e sua base legal é o próprio Código de Processo Civil - CPC, em especial o seu Artigo 420. As demandas periciais também sofrem diversas modificações, seja por questões legislativas, com as mudanças na legislação trabalhista, seja por alterações das Normas Regulamentadoras 15 e 16. ATENÇÃO Embora essas normas tratem especificamente dos temas de insalubridade e periculosidade, seu propósito central é a garantia dos direitos constitucionais do trabalhador. É preciso considerar ainda as súmulas e os entendimentos do judiciário, em especial do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Supremo Tribunal Federal (STF), cujas decisões têm força de lei e devem ser tratadas nas provas periciais para o convencimento do Juízo. O Artigo 420 do CPC, em seu Parágrafo Único, apresenta o seguinte texto quanto à necessidade ou não da chamada prova pericial: O JUIZ INDEFERIRÁ A PROVA PERICIAL QUANDO: I — A PROVA DO FATO NÃO DEPENDER DE CONHECIMENTO ESPECIAL DE TÉCNICO; II — FOR DESNECESSÁRIA EM VISTA DE OUTRAS PROVAS PRODUZIDAS; III — A VERIFICAÇÃO FOR IMPRATICÁVEL. QUANDO A PROVA DO FATO DEPENDER DE CONHECIMENTO TÉCNICO OU CIENTÍFICO, O JUIZ SERÁ ASSISTIDO POR PERITO, PESSOA DE SUA CONFIANÇA. O PERITO É UM ÓRGÃO AUXILIAR DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. art. 420, § único, do CPC DEVE SER PROFISSIONAL DE NÍVEL UNIVERSITÁRIO, DEVIDAMENTE INSCRITO NO ÓRGÃO DE CLASSE COMPETENTE. NA FALTA DA ESPECIALIZAÇÃO, A INDICAÇÃO SERÁ DE LIVRE ESCOLHA DO JUIZ. art. 145, § 1º, do CPC Os adicionais de insalubridade não podem constituir-se em salários, visto que não existe direito adquirido sobre esses benefícios. Logo, uma vez que o risco é eliminado, encerra-se o benefício. A busca por pessoa ou grupo de trabalhadores na justiça por seus direitos trabalhistas é uma matéria constitucional. Tal busca, porém, não exime o empregador de rever os ambientes de trabalho, tornando- os mais seguros e, de preferência, livre das nocividades. VOCÊ SABIA O pagamento de um adicional não exonera o empregador da implementação de procedimentos mais seguros para os trabalhadores. A busca por justiça pode ensejar a necessidade de uma prova pericial. O juiz, obviamente, não possui os conhecimentos técnicos para as avaliações quantitativas e/ou qualitativas nos postos de trabalho do reclamante. Por esse motivo, recorre a um profissional de reconhecido conhecimento técnico-científico, de sua confiança. Essa nomeação garante o direito inequívoco às partes de indicarem seus representantes técnicos, os chamados assistentes técnicos. RESUMINDO O juiz nomeia o perito no processo e as partes indicam seus assistentes. Para a elaboração de um laudo pericial, de acordo com o artigo 473 do CPC, o profissional deverá: Expor o objeto da perícia Fazer uma análise técnica ou científica Indicar o métodoutilizado Responder aos quesitos apresentados Tudo isso deve ser feito em linguagem simples, para que todos possam entender como o profissional chegou às conclusões citadas. Deve ainda se limitar ao objeto da perícia (adicional de insalubridade e adicional de periculosidade) e utilizar como parâmetro as Normas de Higiene Ocupacional, da Fundacentro, e as Normas Regulamentadoras ao realizar coleta de agentes, dosimetrias e análises qualitativas. Observe atentamente o que apresenta o artigo abaixo. ART. 156. O JUIZ SERÁ ASSISTIDO POR PERITO QUANDO A PROVA DO FATO DEPENDER DE CONHECIMENTO TÉCNICO OU CIENTÍFICO. § 1º OS PERITOS SERÃO NOMEADOS ENTRE OS PROFISSIONAIS LEGALMENTE HABILITADOS E OS ÓRGÃOS TÉCNICOS OU CIENTÍFICOS DEVIDAMENTE INSCRITOS EM CADASTRO MANTIDO PELO TRIBUNAL AO QUAL O JUIZ ESTÁ VINCULADO. § 2º PARA FORMAÇÃO DO CADASTRO, OS TRIBUNAIS DEVEM REALIZAR CONSULTA PÚBLICA, POR MEIO DE DIVULGAÇÃO NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES OU EM JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO, ALÉM DE CONSULTA DIRETA A UNIVERSIDADES, A CONSELHOS DE CLASSE, AO MINISTÉRIO PÚBLICO, À DEFENSORIA PÚBLICA E À ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, PARA A INDICAÇÃO DE PROFISSIONAIS OU DE ÓRGÃOS TÉCNICOS INTERESSADOS. § 3º OS TRIBUNAIS REALIZARÃO AVALIAÇÕES E REAVALIAÇÕES PERIÓDICAS PARA MANUTENÇÃO DO CADASTRO, CONSIDERANDO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL, A ATUALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E A EXPERIÊNCIA DOS PERITOS INTERESSADOS. § 4º PARA VERIFICAÇÃO DE EVENTUAL IMPEDIMENTO OU MOTIVO DE SUSPEIÇÃO, NOS TERMOS DOS ARTS. 148 E 467, O ÓRGÃO TÉCNICO OU CIENTÍFICO NOMEADO PARA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA INFORMARÁ AO JUIZ OS NOMES E OS DADOS DE QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE PARTICIPARÃO DA ATIVIDADE. § 5º NA LOCALIDADE ONDE NÃO HOUVER INSCRITO NO CADASTRO DISPONIBILIZADO PELO TRIBUNAL, A NOMEAÇÃO DO PERITO É DE LIVRE ESCOLHA PELO JUIZ E DEVERÁ RECAIR SOBRE PROFISSIONAL OU ÓRGÃO TÉCNICO OU CIENTÍFICO COMPROVADAMENTE DETENTOR DO CONHECIMENTO NECESSÁRIO À REALIZAÇÃO DA PERÍCIA. Artigo 156 da Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 do CPC O perito deve informar ao juiz as condições do ambiente e salientar se, de acordo com os termos da NR- 15 e NR-16, uma atividade se caracteriza como insalubre. Cabe então ao magistrado ouvir testemunhas, solicitar documentos, plantas, desenhos e fotografias para produzir somente provas técnicas referidas no artigo 473 do CPC. São observados aspectos técnicos de higiene ocupacional quando do pedido de insalubridade, bem como nas ações envolvendo aposentadoria especial, seguindo fielmente às regras. Para isso, recorre-se aos Manuais de Higiene Ocupacional (NHO), da Fundacentro. ATENÇÃO Há a necessidade de que o perito tenha profundo conhecimento do assunto relacionado aos autos para elaboração da prova técnica, sob pena de produção de prova inconsistente e passível de impugnação. O juiz não está restrito à prova pericial, embora esse documento seja importante para seu convencimento. Pode o magistrado, analisando a peça inicial do processo, entender que não há necessidade da prova, logo não será necessária a nomeação de um perito. Pode também reconhecer que, no processo analisado, a prova pericial é fundamental, sendo necessário o conhecimento técnico de um profissional, como o engenheiro de segurança do trabalho. O juiz pode ainda considerar em sua decisão o trabalho apresentado por um dos assistentes das partes envolvidas no processo. O MAGISTRADO, PORTANDO, NÃO ESTÁ LIMITADO AO PERITO, E O SEU CONVENCIMENTO PODE OCORRER POR DIVERSAS FORMAS TÉCNICAS. Normalmente, ele escuta as partes, lê documentos, dentre outras atividades, com o objetivo de apurar a verdade dos fatos. Mas haverá vezes em que o fato não é de natureza a ser provada por declarações das partes ou de outras pessoas (testemunhas), nem por via de documentos. Nesses casos, a prova reside na própria materialidade das coisas. Para compreendermos melhor, vamos a mais um exemplo: EXEMPLO DE DECISÃO DO JUIZ SEM PERÍCIA Um domador de leões trabalhava em um famoso circo até ser dispensado de suas atividades. Ele entrou com uma reclamação trabalhista contra a empresa mantenedora do circo, pleiteando adicional de periculosidade devido ao risco de atuar nas jaulas dos leões. Foto: Sergey Petrov / Shutterstock.com Logo, estamos diante do seguinte contexto: RECLAMANTE Domador de leões RECLAMADA Empresa do Circo PEDIDO Adicional de Periculosidade Decisão do juiz: O juiz, após analisar a peça inicial do reclamante, através de seu patrono, indeferiu o pedido, visto que a Norma Regulamentadora NR 16 não enquadra esse tipo de atividade como periculosa, mesmo envolvendo um risco de vida para o trabalhador. Então, não houve a necessidade de prova pericial, de nomeação de perito do juízo e de nenhuma outra constatação, pois o magistrado possui conhecimento técnico suficiente para apresentar sua decisão sem a necessidade de um profissional específico. O juiz sabe que, para ter direito ao adicional de periculosidade, o trabalhador deve ter atividades ou operações que envolvam sistema elétrico, explosivos ou combustíveis inflamáveis, assim como profissionais que atuem como motoboys ou vigilantes armados, conforme estabelece a NR 16. Nesses casos, esses profissionais terão direito ao adicional de incidentes que é 30% (trinta por cento) sobre o salário base do trabalhador, exceto o domador de leões. EXEMPLO DE DECISÃO DO JUIZ COM PERÍCIA As perícias decorrem, em geral, durante as audiências de conciliação. Se não houver acordo entre as partes envolvidas no processo, reclamante e reclamada poderão, no ato da audiência, requerer a prova pericial. Caberá ao juiz deferi-la ou não. Vejamos o exemplo abaixo: ATA DE AUDIÊNCIA PROCESSO: 000000.0000-000.00-0000 RECLAMANTE: EMINËSME ELOM RECLAMADA: EMPRESA DE RECICLAGEM ΠDOC EM 24 DE SETEMBRO DE 2021, NA SALA DE AUDIÊNCIAS DA 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO / SP, SOB A PRESIDÊNCIA DA EM.ª. JUÍZA BELA MOPH, REALIZOU-SE AUDIÊNCIA RELATIVA AO PROCESSO IDENTIFICADO EM EPÍGRAFE. ÀS 12H03MIN, ABERTA A AUDIÊNCIA, FORAM, DE ORDEM DA EXMO. JUÍZ DO TRABALHO, APREGOADAS AS PARTES. PRESENTE O RECLAMANTE, ACOMPANHADO DO ADVOGADO, DR. JAIME FLATRON, OAB/SP 000000. PRESENTE O PREPOSTO DO RECLAMADO, SR. CARLOS FRANCE, ACOMPANHADO DO ADVOGADO, DR. FULVIO DERMY, OAB/SP 000000. DEFERE-SE O PRAZO DE 5 DIAS PARA JUNTADA DE SUBSTABELECIMENTO. INCONCILIADOS: A CONTESTAÇÃO DA RECLAMADA E OS RESPECTIVOS DOCUMENTOS FORAM PROTOCOLADAS NO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO (PJE). O JUÍZO DETERMINA A REALIZAÇÃO DE PERÍCIA TÉCNICA PARA APURAÇÃO DA ALEGADA INSALUBRIDADE, SENDO NOMEADO COMO PERITO DO JUÍZO O DR. MÁRCIO JORGE GOMES VICENTE, TELEFONE (11) 00000-0000 E (11) 00000- 0000, E-MAIL: PERITO.TECNICO@HOTMAIL.COM, QUE DEVERÁ ELABORAR E ENTREGAR LAUDO EM 30 DIAS. As partes ficam cientes de que no PJe será designada uma data para a realização da diligência, apenas para controle no sistema. Ficará ao livre arbítrio do perito oficial modificar a data e hora da diligência, devendo comunicar diretamente às partes a data agendada. Assim, começa a prova pericial. O magistrado entende que os fatos narrados em audiência de conciliação são de natureza técnica. Um perito judicial é nomeado, e deve concluir a perícia técnica, em um prazo de 30 dias, a contar de sua nomeação, como estabelecido pelo juiz. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DURANTE UMA DILIGÊNCIA PERICIAL, O PERITO DO JUÍZO SE VALE DE UM PROFISSIONAL QUE ATUALMENTE DESENVOLVE AS MESMAS FUNÇÕES DO RECLAMANTE E, DE PREFERÊNCIA, TENHA TRABALHADO COM ELE. ESSE PROCEDIMENTO É FUNDAMENTAL PARA O ESCLARECIMENTO DOS RISCOS E ITENS IMPORTANTES, COMO TREINAMENTOS E USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. ESTAMOS TRATANDO DE QUE FIGURA PROCESSUAL TRABALHISTA? A) Assistente Técnico da Reclamante. B) Assistente Técnico da Reclamada. C) Patrono. D) Perito Judicial. E) Paradigma. 2. O ARTIGO 420 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC, EM SEU PARÁGRAFO ÚNICO, GARANTE AUTONOMIA JURÍDICA AOS MAGISTRADOS EM RELAÇÃOÀS PROVAS PERICIAIS. MARQUE ABAIXO A ÚNICA ALTERNATIVA ONDE O JUIZ PODERÁ INDEFERIR A NECESSIDADE DA PERÍCIA TÉCNICA. A) Sempre que a prova do fato depender de conhecimento especial de um engenheiro de segurança do trabalho. B) Quando a perícia for extremamente necessária conforme as outras provas produzidas. C) Quando a verificação for impraticável. D) Sempre que o magistrado estiver com dúvidas quanto ao fato narrado pelas partes. E) Se a perícia for de extrema importância para a sua decisão. GABARITO 1. Durante uma diligência pericial, o perito do juízo se vale de um profissional que atualmente desenvolve as mesmas funções do reclamante e, de preferência, tenha trabalhado com ele. Esse procedimento é fundamental para o esclarecimento dos riscos e itens importantes, como treinamentos e uso dos equipamentos de proteção individual. Estamos tratando de que figura processual trabalhista? A alternativa "E " está correta. Durante as diligências periciais, o perito do juízo deverá ouvir as partes no ambiente de trabalho onde o reclamante desenvolveu suas atividades para a reclamada. Nesse caso, ninguém melhor que o paradigma para lhe oferecer, com maior exatidão e imparcialidade, as informações que irão ampliar seu entendimento sobre a discussão técnica. 2. O Artigo 420 do Código de Processo Civil – CPC, em seu Parágrafo Único, garante autonomia jurídica aos magistrados em relação às provas periciais. Marque abaixo a única alternativa onde o juiz poderá indeferir a necessidade da perícia técnica. A alternativa "C " está correta. O Código de Processo Civil, em seu Artigo 420, Parágrafo Único, estabelece as condições em que o Juiz poderá indeferir a prova pericial: “I — a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;II — for desnecessária em vista de outras provas produzidas;III — a verificação for impraticável”. MÓDULO 2 Reconhecer o fluxo do processo LIGANDO OS PONTOS Foto: Shutterstock.com A função primordial da perícia judicial é fazer prova de um fato alegado na justiça, ajudando uma das partes a comprovar que há razão no seu pedido de condenação da parte contrária, ou vice-versa, podendo ser utilizada pela parte acusada para se eximir da responsabilidade. Quando transportamos essa lógica para o processo trabalhista, não restam dúvidas da importância e da necessidade da perícia judicial. Anda que o juiz possua certo saber no tema levado a julgamento, algumas áreas técnicas são especialidades dos peritos, sendo eles os únicos com conhecimento para atestar sobre o tema. Não sem razão as questões relacionadas ao adicional de insalubridade e periculosidade exigem perícia técnica, havendo previsão legal expressa na CLT. Veja o case a seguir: Em um processo trabalhista, o reclamante, em sua peça inicial, requereu o pagamento do adicional de periculosidade por atuar em atividades e operações perigosas. Por atuar como técnico de manutenção, acessava áreas de riscos da empresa durante sua jornada de trabalho, fazendo manutenção de redes de baixa tensão, acessando subestações para limpeza e conservação, além de ligar e desligar a chave geral do sistema elétrico. Além disso, pleiteava de forma cumulativa o adicional de insalubridade por atuar sob ruído excessivo, tendo apenas como equipamento de proteção individual plugs de inserção oferecidos pela empresa. Por sua vez, a reclamada alegou que o reclamante atuava eventualmente em ambientes com exposições elétricas e que lhe fornecia os equipamentos de proteção individual, fato que eliminava os riscos. Quanto à insalubridade, a reclamada apresentou em sua contestação os registros dos equipamentos de proteção individual e os programas ocupacionais para serem avaliados pelo perito quando da realização da diligência. Após a audiência de conciliação, as partes tiveram 10 (dez) dias para apresentarem quesitos e assistentes técnicos. Reclamante e reclamada apresentaram seus quesitos, porém somente a reclamada apresentou seu assistente técnico. O perito do juízo agendou, com 15 (quinze) dias de antecedência, a sua diligência, informando, tanto diretamente as partes por e-mail quanto no sistema eletrônico do judiciário. As partes tomaram ciência. Após cumpridas todas as etapas e a realização da diligência, o perito apresentou em seu laudo o direito do reclamante ao adicional de periculosidade. O perito alegou que, mesmo que o reclamante trabalhasse eventualmente nesse ambiente, o risco acentuado lhe daria o direito ao adicional, uma vez que os equipamentos de proteção individual não eliminam o referido risco ao sistema elétrico. Quanto ao adicional de insalubridade, o perito verificou, por meio de avaliações quantitativas, que o ruído estava na ordem de 76dB(A)/8 horas, logo estava abaixo do limite de exposição, não fazendo jus ao pedido. Verificou, por fim, que os programas ocupacionais de reclamada atestavam com suas avaliações técnicas. Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. DE ACORDO COM O APRESENTADO PELO PERITO DO JUÍZO, É CORRETO AFIRMAR: A) caberá ao juiz aguardar o prazo de 5 (cinco) dias para que os assistentes técnicos apresentem suas considerações complementares para que o magistrado decida sobre a causa. B) neste caso, o lado deverá ser impugnado, pois a eventualidade das atividades em ambiente com risco acentuado em sistema elétrico não ensejará nenhum adicional para o reclamante. C) o juiz, devido à ausência de um assistente técnico da Reclamante, deverá considerar o adicional de insalubridade nesse caso, visto que, mesmo abaixo dos limites de tolerância, o ruído irá prejudicar a saúde do trabalhador. D) o trabalho do perito do juízo está absolutamente correto e não cabe ao juiz “abrir” prazos para as partes apreciarem o laudo do especialista da Justiça. E) o juiz poderá, ou não, decidir por abrir os prazos para as apertes envolvidas, porém é uma decisão exclusivamente sua. 2. A RECLAMADA, NESTE PROCESSO, APRESENTOU SEU LAUDO CONTESTATÓRIO, OU SEJA, SUA IMPUGNAÇÃO, AFIRMANDO QUE O PERITO NÃO AVALIOU O POUCO TEMPO DE EXPOSIÇÃO DO RECLAMANTE EM AMBIENTES COM RISCO ACENTUADO EM SISTEMA ELÉTRICO. CABERÁ AO JUIZ EM SUA DECISÃO: A) concluir pela impugnação visto que o tempo de exposição é fundamental na periculosidade. B) nomear novo perito para uma segunda perícia, visto seu grande equívoco normativo. C) definir pelo laudo do perito sem ouvir as partes envolvidas no caso. D) tendo em visto o erro do perito, garantir pelo menos o adicional de insalubridade ao reclamante. E) garantir às partes suas apreciações quanto ao laudo pericial, mas considerar que, para efeitos de periculosidade, o tempo de exposição não é matéria estabelecida pela NR 16. GABARITO 1. De acordo com o apresentado pelo perito do juízo, é correto afirmar: A alternativa "A " está correta. O juiz, independentemente da característica do laudo pericial apresentado pelo perito, com suas considerações técnicas e respectiva conclusão sobre o tema em referência, deverá ouvir as partes, garantindo os prazos estabelecidos pelo Código de Processo Civil – CPC, para avaliar os trabalhos apresentados e ampliar sua tese de convencimento. 2. A reclamada, neste processo, apresentou seu laudo contestatório, ou seja, sua impugnação, afirmando que o perito não avaliou o pouco tempo de exposição do reclamante em ambientes com risco acentuado em sistema elétrico. Caberá ao juiz em sua decisão: A alternativa "E " está correta. O juiz avaliará tanto o laudo do perito nomeado por ele, bem como os laudos complementares das partes. Porém, o tempo de exposição para a periculosidade não deverá ser considerado, ao contrário da insalubridade que segue esse efeito normativo. Assim, o laudo do perito do juízo está perfeito em sua essência. 3. O JUIZ DESSA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, APÓS ANALISAR TODOS OS TRABALHOS APRESENTADOS, OU SEJA, O LAUDO OFICIAL DO PERITO E A IMPUGNAÇÃO DO ASSISTENTE TÉCNICO DA RECLAMADA, DECIDIU PELA APLICAÇÃODO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE PARA O RECLAMANTE. ESTÁ CORRETA ESSA DECISÃO JUDICIAL? QUAL O PERCENTUAL E SEU REFLEXO A SER CONSIDERADO PARA EFEITOS DESTA DECISÃO? RESPOSTA O laudo técnico apresentado pelo perito do juízo está correto, pois a Norma Regulamentadora – NR 16, que trata de Atividades e Operações Periculosas, não determina para sua execução o tempo de exposição ao risco, ou seja, o risco de morte em sua operação poderá ser em tempo mínimo ou durante grande abordagem laboral. Deve-se ainda aplicar um adicional na ordem de 30% (trinta por cento) incidentes sobre o salário base do reclamante, durante o tempo imprescrito, ou seja, no máximo de 5 (cinco) anos para fins de cálculo trabalhista. javascript:void(0) O FLUXO PROCESSUAL FLUXO PROCESSUAL Para entender a importância de uma perícia técnica frente ao processo judicial, é fundamental compreender o fluxo processual, desde a petição inicial até a conclusão do juiz após a perícia realizada. COMENTÁRIO Neste módulo, vamos conhecer as etapas de um processo, incluindo a nomeação do perito e a elaboração de seu laudo técnico. Os procedimentos do direito processual devem ser de conhecimento do perito para conduzir suas atividades desde o início até a entrega do laudo. O fluxo do processo pode acorrer da seguinte maneira: O empregado contrata um advogado para entrar com uma ação pedindo adicional de insalubridade, periculosidade ou indenização. Após o recebimento do aviso de que está sendo processada, a empresa alega, por meio de uma contestação, que o empregado não possui tal direito. A audiência ocorre em seguida com a presença das partes, e o juiz nomeia o perito, ao passo que determina um prazo para indicação dos assistentes técnicos, bem como para apresentação de quesitos técnicos por eles elaborados. A perícia acontece, devidamente marcada. Podem participar o empregado, o empregador e os assistentes técnicos das partes, tendo possibilidade de fazer quesitos complementares durante a perícia. Posteriormente, em prazo determinado, o perito entrega o laudo para o juiz, que intima as partes a se manifestarem sobre o documento apresentado. Imagem: Marcio Vicente e Gabriel Burlandy Fluxo do processo judicial O fluxo processual acima representa as diversas etapas do processo judicial. Vamos ampliar essas etapas: 1.1 – INICIAL Trata-se da petição inicial da reclamação trabalhista apresentada pelo autor, ou seja, pelo reclamante, através de seu advogado ou patrono. Ao ser apresentada, não significa que será aceita, cabendo ao juiz avaliar o mérito do pedido conforme a sua fundamentação. 1.2 – FÓRUM – DISTRIBUIÇÃO JUÍZO E INSTAURAÇÃO DO PROCESSO A chamada distribuição do processo ocorre de maneira aleatória, ou seja, o processo pode ser vinculado a qualquer Vara do Trabalho. Esse procedimento não necessita ser de forma física, logo toda a tramitação dos processos ocorre, atualmente, de maneira sistêmica, no processo trabalhista através do processo eletrônico. Se o juiz, após analisar o pedido da inicial, entender que a reclamação trabalhista é pertinente, o processo será instaurado; caso contrário, o processo não receberá numeração e será encerrado. 1.3 - JUIZ DEFERE A INICIAL O juiz, após acatar o processo, entendendo que existe mérito a ser analisado, defere a peça inicial apresentada pelo reclamante e promove a continuidade do mesmo, com as medidas processuais a seguir. 1.4 - CITAÇÃO DO RÉU Em todo processo, as partes serão sempre informadas quanto ao seu andamento. Uma das etapas fundamentais é a citação do réu, ou reclamado. O juiz o informa através de meios de comunicação, como Diário Oficial ou oficial de justiça, dando-lhe a oportunidade de buscar um advogado para sua defesa. 1.5 – RESPOSTA DO RÉU Ao reclamado, ou réu, é dado o direito de apresentar suas considerações através de uma peça processual chamada de contestação. Ou seja, seu advogado terá total liberdade, dentro do prazo estabelecido no curso do processo, para defender a parte que o contratou, ou seja, a parte reclamada. 1.6 – REVELIA Revelia ocorre quando uma das partes não se apresenta no processo ou deixa de cumprir um determinado prazo. Chamamos de revelia processual quando o juiz abre prazo para que o reclamado apresente suas considerações e ele não a cumpre. Nesse caso, o processo é dado como extinto e o juiz decide dar ganho de causa à parte reclamante. 1.7 – CONTESTAÇÃO Contestação é a peça em que uma das partes não concorda com o que está sendo apresentado pela outra. Em geral, a reclamante apresenta a peça inicial e a reclamada a sua contestação. 1.8 – JUIZ EXTINGUE O PROCESSO OU JULGA ANTECIPADAMENTE A LIDE Quando ocorre a revelia, o juiz poderá, antecipadamente, decidir pelo encerramento do processo, dando ganho de causa à parte autora pela sua falta de resposta à citação ou mesmo de apresentação de sua peça contestatória no prazo estabelecido. A outra possibilidade de o juiz julgar antecipadamente a causa, ou lide (discussão processual), é se ele entender que as peças e provas apresentadas já lhe convenceram e, assim, emite sua decisão e extingue o processo. 1.9 - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Caso todos os prazos sejam cumpridos, não ocorrendo a revelia ou a decisão antecipada por parte do juízo, é marcada a audiência de conciliação para que o magistrado, diante das partes envolvidas, possa avaliar a lide ouvindo os ambos os lados. 1.10 – ACORDO? Após ouvidas as partes durante a audiência de conciliação, o juiz, como de costume, pergunta tanto ao reclamante quanto à reclamada se há acordo no processo. Muitas das vezes, o processo é encerrado em função de as partes chegarem a bom termo. Quando não ocorre entendimento, o processo dará continuidade. 1.11 – SANEAMENTO DO PROCESSO / DECISÃO SOBRE PROVAS Durante a audiência de conciliação, caso não ocorra acordo, as partes podem solicitar o saneamento do processo através do pedido de perícia técnica. Cabe ao juiz avaliar se o pedido faz ou não sentido diante do contexto processual. 1.12 – PROVA PERICIAL No momento em que o juiz acatar o pedido de perícia técnica, deverá nomear um perito do juízo, devidamente cadastrado no sistema do judiciário. Esse perito deverá ter especialização na matéria em que está sendo nomeado, neste caso, Engenharia de Segurança do Trabalho para tratar das Normas Regulamentadoras. O juiz já deverá fixar, no ato da nomeação, o prazo para a entrega do laudo e definir a data da audiência de instrução e julgamento. Em geral, a entrega do laudo é definida em 20 (vinte) dias após a referida audiência. 1.13 – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Nessa audiência, o juiz, diante dos fatos e dados contidos no processo, como o laudo técnico apresentado pelo perito do juízo e os trabalhos complementares dos assistentes técnicos das partes, apresentará suas considerações finais. 1.14 – SENTENÇA A sentença é a decisão do juiz sobre o processo. Não é a perícia que aplica a sentença, visto que não cabe ao perito esse tipo de posicionamento. Somente ao juiz caberá a decisão e sentença, considerando todos os dados constantes no processo. 1.15 – HÁ RECURSOS? O recurso é um instrumento jurídico apresentado pela parte que se considerar prejudicada pela sentença judicial. Porém, há a possibilidade de nenhuma das partes apresentar recurso, encerrando a lide. 1.16 – JULGAMENTO / RECURSO Se a parte inconformada apresentar recurso, tempestivamente, ou seja, no prazo estabelecido no processo, caberá ao juiz o julgamento do pleito avaliar se houve algum equívoco, podendo manter ou mesmo reverter sua decisão. 1.17 – TRANSITADO E JULGADO Após a análise do recurso e a decisão final do processo, chamamos de trânsito e julgado quando, naquela instância, não caber mais recursos. 1.18 – FIM DO PROCESSO Encerrado o processo. É importante que o profissional de Engenharia de Segurança do Trabalho tenha ciência das etapas de um processo. Ao ser nomeado pelo juiz, o engenheiro deverá cumprir os prazos estabelecidose conhecer os termos jurídicos utilizados tanto pelo magistrado quanto pelos advogados das partes. O engenheiro de segurança do trabalho deve ainda conhecer os procedimentos relativos ao Processo Judicial Eletrônico, o que irá facilitar suas ações e demandas de prazos, tanto na aceitação dos encargos quanto nas entregas dos laudos. Nesse contexto do fluxo de um processo trabalhista, o juiz poderá nomear para uma perícia técnica tanto um engenheiro de segurança do trabalho quanto um médico do trabalho. Porém, se a perícia trabalhista tiver o contexto de doença ocupacional, esse encargo será exclusivo do médico do trabalho. FLUXO DA PERÍCIA TÉCNICA TRABALHISTA Observe no esquema abaixo o fluxo específico da perícia técnica trabalhista. Com o conhecimento e as informações no fluxo do processo de modo geral, você terá melhores condições para atuar em suas funções como perito do juízo ou mesmo como assistente técnico de uma das partes envolvidas no processo. Imagem: Marcio Vicente e Gabriel Burlandy Fluxo do processo judicial Vamos agora conhecer cada etapa para o pleno entendimento desse fluxo processual trabalhista. 2.1 – NOMEAÇÃO DO PERITO No momento em que não houver acordo entre as partes na audiência de conciliação, o juiz nomeia um perito, devidamente cadastrado no sistema judiciário. Se esse perito aceitar os encargos, será o representante técnico da justiça para avaliar o processo, especificamente o tema que versar a lide, ou seja, insalubridade ou periculosidade. Observe que o perito judicial não é funcionário público do Tribunal Regional do Trabalho. 2.2 – SUSPEIÇÃO DO PERITO É possível que o juiz retire a nomeação do perito se identificar algum vício processual. Por exemplo, caso o perito já tenha sido assistente técnico de uma das partes ou tenha relação direta com uma delas. Nesse caso, o juiz fará nova nomeação de profissional para assisti-lo. 2.3 – QUESITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS Ao nomear o perito, o juiz abre prazo de 10 (dez) dias para que as partes apresentem seus quesitos técnicos e seus assistentes. Pode ocorrer que, por motivos financeiros, uma das partes, ou ambas, não apresente assistentes durante a perícia. Nesses casos, os quesitos, que idealmente devem ser elaborados pelos assistentes, devido aos seus conhecimentos técnicos, podem ser formulados por advogados, sendo esta uma prática comum. 2.4 – ACEITAÇÃO DOS ENCARGOS Após nomeado, o perito poderá aceitar os encargos conforme apresentados pelo juiz, garantindo ainda que irá cumpri-los no prazo previamente estabelecido na própria nomeação. 2.5 – ESCUSA DO PERITO Em algumas situações, o perito pode recusar a sua nomeação. Os principais itens que geram essa recusa são: o profissional já pode estar com grande quantidade de perícias a serem realizadas e não conseguirá cumprir os prazos estabelecidos na nomeação; ou mesmo não versa sobre o tema da lide. Por exemplo, alguns peritos só tratam de insalubridade, e não de periculosidade. 2.6 – POSTULAÇÃO DOS HONORÁRIOS Ao ser nomeado, o perito apresenta seus honorários para a causa. Porém, está sendo cada vez mais comum que o juiz estabeleça um valor para a perícia, o qual não cobre as despesas do processo, o que vem causando algumas escusas por parte dos profissionais. 2.7 – ACEITAÇÃO DOS HONORÁRIOS Postulados os honorários, o juiz avalia se o valor apresentado pelo perito está de acordo, e o apresenta à parte que deverá fazer o depósito desses honorários. Quem pede a perícia na audiência de conciliação deverá ser a parte responsável por seu depósito. 2.8 – FIXAÇÃO Se o juízo e as partes estiverem plenamente de acordo, os honorários são fixados para depósito. 2.9 - DEPÓSITO DOS HONORÁRIOS O perito do juízo aguardará o depósito de seus honorários para iniciar seus trabalhos. A garantia que irá recebê-los é o depósito efetivado. Importante salientar que a parte que ficar com o encargo de realizar o depósito judicial do perito, ao contratar um assistente técnico para lhe acompanhar no processo, deverá arcar também com as despesas desse profissional. Logo, uma das partes poderá arcar com dupla despesa pericial. Em geral, é costume a reclamada ficar com este encargo. 2.10 – DILIGÊNCIAS Uma das principais etapas da prova pericial é o agendamento da diligência. O perito deverá realizar esse agendamento previamente, para que os assistentes (que também são peritos em outros processos) possam se ajustar à data. A melhor perícia é aquela realizada com bom entendimento entre o perito e seus colegas assistentes técnicos. Durante a diligência, o perito terá como funções: analisar a documentação apresentada e compará-la com suas constatações no ambiente avaliado, realizar avaliações técnicas qualitativas ou quantitativas (inclusive com o auxílio de equipamentos de medições), conduzir a diligência com a presença de um paradigma para a garantia das corretas informações, verificar os equipamentos de proteção e todas as demais informações para a boa elaboração de seu trabalho técnico. 2.11 – QUESITOS COMPLEMENTARES Os quesitos complementares são aqueles apresentados pelo próprio juiz, caso entenda que os quesitos técnicos apresentados pelas partes serão insuficientes para o real entendimento da lide. Existe um outro tipo de quesitação, chamado de suplementar, que pode ser apresentado pelas partes antes da diligência, caso novas provas sejam incluídas no processo ou mesmo fatos novos ocorram. Nesse caso, somente com autorização do juiz, os dados poderão ser inseridos para as respostas do perito do juízo. 2.12 – CONFERÊNCIA RESERVADA A conferência reservada é uma prática muito comum onde os peritos reúnem-se antes de iniciar a diligência, no local e horário previamente agendados. Os peritos presentam aos presentes (assistentes técnicos, paradigma e advogados das partes, se estiverem presentes) a forma como será conduzida a diligência, os temas que serão abordados e as demais orientações, para que não existam conflitos durante a condução dos trabalhos. 2.13 – LAUDO Após todas as análises técnicas, especialmente as verificadas durante a diligência, o perito do juízo deverá apresentar, no prazo definido em sua nomeação, o seu laudo pericial, que deverá ser avaliado pelo juiz e apreciado pelas partes. 2.14 – LEVANTAMENTO DOS HONORÁRIOS No ato de entrega do laudo pericial, o perito do juízo deverá solicitar o levantamento de seus honorários, ou seja, a liberação do depósito judicial por parte do juiz. Esse levantamento ficará condicionado se não houver impugnação de seu laudo pelas partes envolvidas. 2.15 – IMPUGNAÇÃO A impugnação do laudo pericial é a forma com que reclamante e reclamada tem de não concordar com os aspectos técnicos apresentados pelo perito. Por esse motivo, a contratação de um assistente técnico é extremamente importante para a garantia de uma análise equilibrada do trabalho do especialista do juízo. Pode, por exemplo, ocorrer um equívoco normativo, com avaliações inadequadas, falta de registros dos equipamentos de medições ou ausência de certificados de calibração dos mesmos, que poderá anular a prova apresentada. Assim, a impugnação de um laudo pericial poderá ser realizada. Nesse caso, o juiz irá avaliar o trabalho impugnatório das partes, podendo dar continuidade a esse procedimento, ou, após análise, entender que as considerações contidas na peça impugnatória não fazem sentido e definir sua sentença pelo laudo oficial. 2.16 – SATISFAZ? Se o laudo apresentado pelo perito do juízo estiver de acordo tanto para a reclamante quanto para a reclamada, dizemos que está satisfeito. Logo, a perícia está encerrada. Porém, se uma das partes convencer o juiz dos equívocos constantes no laudo oficial, poderemos ter nova perícia. 2.17 – A SEGUNDA PERÍCIA A segunda perícia poderá ocorrer com o mesmo perito nomeado inicialmente pelo juiz ou, se a parte que impugnou o laudo solicitar nova nomeação, deverá arcar com esses novos honorários. A perícia terá novas datas de agendamentos e apresentação de novolaudo, seguindo os mesmos ritos da diligência anterior, mas com outro profissional conduzindo o feito. 2.18 – PROVA PERICIAL CONCLUÍDA A prova pericial será dita concluída quando o trabalho técnico apresentado pelo perito do juízo, ou por algum trabalho apresentado pelo assistente de uma das partes, lhe convencer sobre o tema avaliado. Como já sabemos, o juiz não está limitado ao laudo oficial do perito nomeado, ou seja, os trabalhos apresentados pelos assistentes das partes também poderão lhe convencer sobre a verdade dos fatos verificados no ambiente avaliado. Agora você pode compreender a importância de entender não apenas o fluxo da perícia judicial, mas também todo o contexto processual! ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA (AJG) A Assistência Judiciária Gratuita (AJG) é um importante item no campo dos honorários periciais no processo da nomeação do perito. É muito comum, durante a audiência de conciliação, que nem o reclamante nem a reclamada apresentarem condições financeiras para uma prova pericial. Nessas situações o juiz verifica, dentre os profissionais de sua confiança, aquele que irá aceitar o encargo da condução da prova pericial por um valor muito abaixo do que normalmente postularia. VOCÊ SABIA Muitos peritos judiciais recusam uma nomeação da Assistência Judiciária Gratuita, embora, apesar do nome, haja um valor a ser pago pela própria justiça ao final de seu trabalho. Para finalizar, leia o contexto das regras gerais estabelecidas pelos artigos abaixo, que tratam da gratuidade de justiça. Esse entendimento é fundamental para os peritos judiciais nomeados por um magistrado. § 3º É FACULTADO AOS JUÍZES, ÓRGÃOS JULGADORES E PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS DO TRABALHO DE QUALQUER INSTÂNCIA CONCEDER, A REQUERIMENTO OU DE OFÍCIO, O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA, INCLUSIVE QUANTO A TRASLADOS E INSTRUMENTOS, ÀQUELES QUE PERCEBEREM SALÁRIO IGUAL OU INFERIOR A 40% (QUARENTA POR CENTO) DO LIMITE MÁXIMO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. § 4º O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA SERÁ CONCEDIDO À PARTE QUE COMPROVAR INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS PARA O PAGAMENTO DAS CUSTAS DO PROCESSO. artigo 790, parágrafos 3º e 4º. A RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS É DA PARTE SUCUMBENTE NA PRETENSÃO OBJETO DA PERÍCIA, AINDA QUE BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. § 1º AO FIXAR O VALOR DOS HONORÁRIOS PERICIAIS, O JUÍZO DEVERÁ RESPEITAR O LIMITE MÁXIMO ESTABELECIDO PELO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO. § 2º O JUÍZO PODERÁ DEFERIR PARCELAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS. § 3º O JUÍZO NÃO PODERÁ EXIGIR ADIANTAMENTO DE VALORES PARA REALIZAÇÃO DE PERÍCIAS. § 4º SOMENTE NO CASO EM QUE O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA NÃO TENHA OBTIDO EM JUÍZO CRÉDITOS CAPAZES DE SUPORTAR A DESPESA REFERIDA NO CAPUT, AINDA QUE EM OUTRO PROCESSO, A UNIÃO RESPONDERÁ PELO ENCARGO. artigo 790-B. § 4º VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA, DESDE QUE NÃO TENHA OBTIDO EM JUÍZO, AINDA QUE EM OUTRO PROCESSO, CRÉDITOS CAPAZES DE SUPORTAR A DESPESA, AS OBRIGAÇÕES DECORRENTES DE SUA SUCUMBÊNCIA FICARÃO SOB CONDIÇÃO SUSPENSIVA DE EXIGIBILIDADE E SOMENTE PODERÃO SER EXECUTADAS SE, NOS DOIS ANOS SUBSEQUENTES AO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO QUE AS CERTIFICOU, O CREDOR DEMONSTRAR QUE DEIXOU DE EXISTIR A SITUAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS QUE JUSTIFICOU A CONCESSÃO DE GRATUIDADE, EXTINGUINDO-SE, PASSADO ESSE PRAZO, TAIS OBRIGAÇÕES DO BENEFICIÁRIO. artigo 791-A. Como bem observamos, a prova pericial tem especial importância em um processo trabalhista, mesmo que sua abordagem ocorra por meio da assistência gratuita. As partes não podem ter nenhum tipo de cerceamento técnico para a constatação de suas postulações, logo peritos e assistentes devem trabalhar em conjunto para o pleno desenvolvimento do direito constitucional da verdade dos fatos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM UM PROCESSO TRABALHISTA, A PROVA PERICIAL É EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA QUE O JUIZ TENHA PLENO ENTENDIMENTO DAS ALEGAÇÕES ENTRE AS PARTES. PARA TANTO, O MAGISTRADO SE VALE DE UM PROFISSIONAL DE SUA CONFIANÇA PARA A CONDUÇÃO DA PERÍCIA. EM QUE MOMENTO DO PROCESSO OCORRE A NOMEAÇÃO DO PERITO DO JUÍZO? A) Após a audiência de instrução e julgamento. B) Após a reclamante apresentar a inicial do processo. C) Após a contestação da reclamada. D) Após a diligência da perícia técnica. E) Após a audiência de conciliação. 2. “OCORRE QUANDO UMA DAS PARTES NÃO SE APRESENTA NO PROCESSO OU DEIXA DE CUMPRIR UM DETERMINADO PRAZO”. O TRECHO CITADO SE TRADA DE: A) instrução e julgamento. B) perícia judicial. C) revelia. D) diligência. E) contestação. GABARITO 1. Em um processo trabalhista, a prova pericial é extremamente importante para que o juiz tenha pleno entendimento das alegações entre as partes. Para tanto, o magistrado se vale de um profissional de sua confiança para a condução da perícia. Em que momento do processo ocorre a nomeação do perito do juízo? A alternativa "E " está correta. Após a audiência de conciliação, desde que não ocorra o acordo entre as partes envolvidas no processo, o juiz nomeia o perito de sua confiança, devidamente cadastrado no sistema do judiciário, e estabelece o prazo em que o laudo deverá ser entregue pelo profissional. 2. “Ocorre quando uma das partes não se apresenta no processo ou deixa de cumprir um determinado prazo”. O trecho citado se trada de: A alternativa "C " está correta. A revelia possibilita que o juiz decida pelo processo a favor daquele que promoveu a causa da lide, em virtude de uma das partes não se manifestar no prazo estabelecido. Revel é o que não responde, não atende e não se interessa pelo processo. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo judicial necessita ser bem entendido para que tanto os peritos, profissionais nomeados pelo juízo, quanto os assistentes técnicos da reclamada e da reclamante possam cumprir corretamente seus encargos, nos prazos corretos e seguindo o rito processual, de acordo com o Código de Processo Civil – CPC 420. A prova pericial é de extrema importância em um processo para que o juiz possa aplicar sua sentença baseado nas avaliações técnicas que o especialista irá lhe apresentar sempre que a matéria versar sobre a insalubridade ou a periculosidade. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto-Lei nº 5452 de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Rio de Janeiro: Casa Civil, 1943. BRASIL. Lei nº 6514 de 22 de dezembro de 1977. Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília: Casa Civil, 1977. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília: Secretaria-Geral, 2017. BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978. Normas Regulamentadoras. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978. NR 16 – Atividades e Operações Perigosas. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. DIRETRIZES sobre Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. Programa de Saúde no Trabalho. Genebra- Brasília, 2002. EXPLORE+ Pesquise no site da JusBrasil a nova Redação do Artigo 420 do Código de Processo Civil, especialmente nas questões relacionadas à prova pericial. CONTEUDISTA Marcio Vicente
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