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Fundamentos do Fogo e Incêndio

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DESCRIÇÃO
A teoria do fogo, os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas, e a relação entre os
treinamentos de combate a incêndio.
PROPÓSITO
Para se prevenir contra um incêndio, é essencial que um engenheiro de segurança conheça os
fundamentos de fogo e incêndio. Para tal, é necessário ter pleno conhecimento dos equipamentos
extintores e das tecnologias aplicadas no combate a incêndio.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir a teoria do fogo
MÓDULO 2
Descrever os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas no combate a incêndio
MÓDULO 3
Reconhecer a importância do treinamento no combate ao incêndio
MÓDULO 4
Reconhecer a compartimentação das edificações e os grandes incêndios no Brasil
DESVENDANDO OS FUNDAMENTOS DO FOGO
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE
MEDIDA.
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
javascript:void(0)
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
 Definir a teoria do fogo
LIGANDO OS PONTOS
VOCÊ SABE QUAIS SÃO OS COMPONENTES DO TRIÂNGULO DO
FOGO? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR AS TÉCNICAS DE EXTINÇÃO
DO FOGO? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS,
TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR
O CASE DA EMPRESA JD SERVIÇOS PREDIAIS.
Uma empresa denominada JD serviços prediais, atuando no Nordeste do Brasil, está dando início a um
processo com treinamentos sobre os princípios de incêndio e o combate a incêndios. Entre os temas
abordados estão: fogo, combustível, comburente e calor. No curso, também são mostradas as
técnicas mais usuais de extinção do fogo, tais como: resfriamento e abafamento. A ementa do curso
básico contempla os meios de propagação de calor: convecção, condução e irradiação. Com esses
temas abordados e um programa bem ajustado, a equipe de saúde e segurança implementou o
treinamento e contou com a participação de todos os membros da empresa.
Certo dia, no escritório da empresa, ocorreu um princípio de incêndio em um de seus computadores
ligados – incêndio Classe C.
 
Foto: Shutterstock.com
Logo, os funcionários do setor utilizaram uma das técnicas de extinção do fogo estudada no curso
ministrado pela equipe de segurança da instituição: eles fizeram a técnica do abafamento com a
utilização do extintor de pó químico seco. O princípio de incêndio foi controlado, sem grandes danos
para a empresa.
Relatada a situação e entendida a tomada de ação da equipe do setor, fica evidenciada a importância de
um treinamento teórico e prático, mostrando as principais técnicas de extinção do fogo.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. CONSIDERE A EXISTÊNCIA DE UM INCÊNDIO EM UMA EDIFICAÇÃO, E QUE
ESSE INCÊNDIO SE APROXIMA DE UM AMBIENTE COM MUITO COMBUSTÍVEL.
PARA EVITAR QUE HAJA UMA EXPLOSÃO E AUMENTO DO PODER DO
INCÊNDIO, QUAL DAS MEDIDAS LISTADAS A SEGUIR SERVE COMO COMBATE
AO FOGO E AO INCÊNDIO?
A) Ventilação do ambiente.
B) Queima antecipada do combustível.
C) Dispersão do combustível.
D) Retirada do comburente.
E) Isolamento do local.
2. CONFORME VIMOS NO ESTUDO DE CASO, OCORREU UM PRINCÍPIO DE
INCÊNDIO NA JD SERVIÇOS PREDIAIS. CONSIDERE QUE, NO INTERIOR DA
EDIFICAÇÃO, EXISTE UM DEPÓSITO DE BOTIJÕES DE GÁS INFLAMÁVEL.
DIANTE DISSO, PARA EVITAR QUE HAJA UM ACIDENTE COM OS BOTIJÕES DE
GÁS NO DEPÓSITO, O QUE DEVE SER FEITO?
A) Aquecer o depósito para expansão do gás.
B) Evitar resfriar o depósito, para evitar contração do gás
C) Trancar o depósito, para evitar contato com o fogo.
D) Evitar que o calor atinja o depósito.
E) Diminuir a pressão no interior do depósito.
GABARITO
1. Considere a existência de um incêndio em uma edificação, e que esse incêndio se aproxima de
um ambiente com muito combustível. Para evitar que haja uma explosão e aumento do poder do
incêndio, qual das medidas listadas a seguir serve como combate ao fogo e ao incêndio?
A alternativa "D " está correta.
 
A retirada de comburente consiste em impedir que haja contato do oxigênio com o fogo. Então, sem
comburente, não há como o fogo se manter aceso, e daí ele se apaga.
2. Conforme vimos no estudo de caso, ocorreu um princípio de incêndio na JD serviços prediais.
Considere que, no interior da edificação, existe um depósito de botijões de gás inflamável. Diante
disso, para evitar que haja um acidente com os botijões de gás no depósito, o que deve ser feito?
A alternativa "D " está correta.
 
O calor é o responsável pela ignição. Sendo assim, se o calor atingir o depósito, a sua temperatura
aumentará e os gases se dilatarão. Como estão confinados, haverá uma explosão dos botijões.
3. UM NOVO INCÊNDIO OCORREU NA EMPRESA JD
SERVIÇOS PREDIAIS, AGORA, EM UM QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO, LOCALIZADO NO ALMOXARIFADO. UMA
EQUIPE ESTÁ PRESA CERCA DE 5 METROS ACIMA DO
LOCAL DO INCÊNDIO. OS BOMBEIROS ESTÃO ATUANDO
PARA APAGAR O FOGO, TODAVIA, MESMO COM A
DISTÂNCIA, O CHEFE DA OPERAÇÃO DE EXTINÇÃO DO
INCÊNDIO ESTÁ COM RECEIO DE QUE AS PESSOAS
PRESAS APRESENTEM QUEIMADURAS NAS VIAS AÉREAS.
QUAL A EXPLICAÇÃO PARA QUE ELE TENHA ESSE MEDO?
RESPOSTA
Apesar da distância, o calor pode se propagar por convecção até o local onde as pessoas estão presas e,
dependendo da temperatura atingida, pode haver danos às vias aéreas das pessoas, por respirarem esse ar
aquecido.
ASPECTOS GERAIS DA TEORIA DO FOGO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
javascript:void(0)
 
Foto: Shutterstock.com
Neste conteúdo, abordaremos conceitos, classificações e aspectos importantes de prevenção e combate
a incêndios e explosões.
Os procedimentos preventivos de combate a incêndios e explosões são fundamentais, visto o histórico
de acidentes no Brasil e no mundo, com perdas humanas ou patrimoniais significativas. Se os
procedimentos preventivos fossem seguidos, dificilmente, sinistros como acidentes industriais
ocorreriam.
ACIDENTES INDUSTRIAIS ACONTECEM EM PLANTAS QUÍMICAS,
REFINARIAS, PLATAFORMAS DE PETRÓLEO E GÁS ETC., TENDO
COMO CONSEQUÊNCIA, GRANDES INCÊNDIOS E VAZAMENTOS DE
PRODUTOS QUÍMICOS E/OU RADIOATIVOS, QUE PODEM
OCASIONAR GRANDE IMPACTO AMBIENTAL, COM INÚMERAS
MORTES.
Treinamentos, orientações e simulados corretos devem ser contemplados nos referidos procedimentos
preventivos, mas é fundamental a conscientização de todos quanto ao compromisso com sua segurança
e com a dos demais, tanto nas empresas quanto nas residências (trataremos sobre esses assuntos no
módulo 3).
CONCEITO DE FOGO
 
Foto: Shutterstock.com
O calor produzido pelo fogo em uma aconchegante lareira ou na força violenta de um alto-forno, capaz
de fundir o mais duro dos metais, está presente na vida do homem, atendendo a necessidades
específicas. Quando a utilização do fogo ocorre sem precauções ou segurança, pode acontecer o
fenômeno chamado de incêndio, que estudaremos em nosso conteúdo.
Como a existência de um incêndio está relacionada à presença de fogo, nosso estudo se inicia com a
compreensão do fogo, seus componentes, fenômenos e as inteirações. O controle e a extinção de um
incêndio requerem que os assuntos, como a natureza física e química do fogo, os dados sobre as fontes
de calor, a composição e a característica dos combustíveis e as condições necessárias para a
combustão sejam entendidos e relacionados entre si.
 ATENÇÃO
Embora os termos fogo, incêndio, queima e combustão sejam comumente tratados como sinônimos,
precisamos entender que seus conceitos divergem e, ainda que alguns deles configurem parte de um
processo, é importante conhecer e saber diferenciar as terminologias.
A humanidade incorporou o fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao longo do tempo, foi
estabelecendo melhores formas de controlá-lo e de lidar com ele, de maneira a comprometer cada vez
menos sua integridade.Com isso, foram inseridas tarefas como o aquecimento de alimentos, objetos e
ambientes, a iluminação de locais, a incineração de resíduos e dejetos, entre outras atividades que, em
algum momento da história ou até hoje, utilizaram ou utilizam o fogo.
O FOGO É DEFINIDO COMO UMA REAÇÃO QUÍMICA DENOMINADA
DE COMBUSTÃO, COM A CAPACIDADE DE PRODUZIR CALOR E
LUZ.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO FOGO
COMBUSTÍVEL
O elemento inicial é o combustível definido como todo e qualquer material ou substância com a
propriedade de queimar. Esse é um enquadramento tradicional que pode se apresentar em três
estados físicos:
Clique nos itens a seguir. Clique nos itens a seguir.
SÓLIDO
Os elementos combustíveis em estado sólido podem ser a madeira, o tecido, papel etc.
LÍQUIDO
No estado líquido, temos álcool, éter, benzeno etc., que são caracterizados como voláteis por seus
atributos; os não voláteis desprendem gases inflamáveis em temperaturas mais elevadas do que a do
ambiente, como a graxa, o óleo etc.
GASOSO
No estado gasoso, podemos citar butano, etano, propano, entre outros.
COMBURENTE
O comburente é o elemento que ativa o fogo e dá vida às chamas. O elemento mais comum é o
oxigênio, encontrado na atmosfera em uma proporção de 21%, sendo 78% de nitrogênio e 1% de outros
gases.
CALOR
Por fim, temos o calor, que é o elemento que fornece a energia da ativação necessária para iniciar a
reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão.
Temos, então, o chamado triângulo do fogo, composto por combustível, comburente e calor. Sem
um ou mais desses elementos, não pode haver fogo.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Triângulo do fogo.
Importante considerar que após, iniciarem a combustão, os combustíveis geram mais calor. Esse calor
provoca o desprendimento de mais gases e vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação
em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra.
DE ACORDO COM AS DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS
APRESENTADAS SOBRE O FOGO, ELE PODE SER DEFINIDO COMO
A CONSEQUÊNCIA DE UMA REAÇÃO QUÍMICA DENOMINADA
COMBUSTÃO. LEMBRE-SE DE QUE, PARA QUE ESSA REAÇÃO
QUÍMICA OCORRA, SÃO NECESSÁRIOS PELO MENOS DOIS
REAGENTES.
Também podemos representar essa reação em cadeia pelo tetraedro do fogo.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Tetraedro do fogo.
PROPAGAÇÃO DO CALOR
O equilíbrio térmico de qualquer ambiente pressupõe a transferência de calor entre objetos de maior
para os de menor temperatura e, para que isso aconteça, o mais frio dos objetos deverá absorver calor
até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro. Essa transferência de energia ocorre por:
CONVECÇÃO
A convecção ocorre pelo movimento ascendente das massas de fluidos (gases ou líquidos), devido à
diferença de densidade no mesmo fluido.
CONDUÇÃO
A condução de calor ocorre nos sólidos e é feita molécula a molécula de um corpo contínuo. Como
exemplo, podemos citar uma barra de ferro aquecida em uma das extremidades.
IRRADIAÇÃO
A irradiação é a propagação do calor por ondas de energia que se deslocam através do espaço.
PONTOS DE TEMPERATURA
 
Imagem: Shutterstock.com
O sentido do tato do ser humano é uma espécie de sensor de temperatura, uma vez que conseguimos
distinguir o que é quente daquilo que é frio. Entretanto, não conseguimos mensurar a temperatura,
porque ela é a medida da agitação molecular média.
Então, quando vemos um termômetro de rua marcando 35°C, isso quer dizer que as moléculas da
atmosfera ao redor apresentam uma temperatura média de 35°C. Bem, mas estamos falando de fogo.
A TEMPERATURA DO FOGO FUNCIONA DA MESMA FORMA?
 RESPOSTA
A resposta é sim! E podemos ter três chamas, uma ao lado da outra, cada uma com uma temperatura
diferente, pois sua temperatura depende do combustível e do comburente que sustentam esse fogo.
Agora, vamos conhecer os pontos de temperatura do fogo:
Clique nos itens a seguir. Clique nos itens a seguir.
PONTO DE FULGOR
É a temperatura mínima em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que,
na presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem. No entanto, nessa temperatura, a chama
não se manterá, caso seja retirada a fonte de calor.
PONTO DE COMBUSTÃO
É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na
presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem e se mantenham inflamando, mesmo na
retirada da fonte externa de calor.
PONTO DE IGNIÇÃO
É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, em
contato com um comburente, eles se inflamem e se mantenham inflamando, independentemente da
existência de uma fonte externa de calor.
A tabela a seguir mostra os pontos de fulgor e de ignição de alguns componentes químicos conhecidos
e muito utilizados pela sociedade.
Combustível Ponto de Fulgor Ponto de ignição
Gasolina -42,8°C 257,2°C
Álcool 12,8°C 371°C
Diesel 65°C 400°C
Óleo Lubrificante 168,3°C 417,2°C
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela: Pontos de fulgor e de ignição de alguns componentes químicos.
Elaborada por: Hermerson Martins de Lima
A combustão acontece quando o calor transforma os combustíveis, possibilitando a combinação deles
com o comburente. Essa transformação ocorre de forma diferente para cada combustível e sempre na
medida em que ele é aquecido.
FASES DO INCÊNDIO
Agora, vamos conhecer as fases do incêndio e suas respectivas características.
FASE INICIAL
Ampla oferta de oxigênio no ar (>20%).
Temperatura ambiente por volta de 38°C
Produção de gases inflamáveis.
Fogo produz vapor-d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros
gases.
QUEIMA LIVRE
Gases aquecidos espalham-se, preenchendo o ambiente de cima para baixo.
A elevação das temperaturas dos locais mais altos, pela concentração de gases quentes, pode
provocar a ignição de combustíveis lá situados.
Temperatura nos locais mais altos pode exceder os 700°C.
QUEIMA LENTA
O ambiente é ocupado por uma fumaça densa.
Devido ao aumento de pressão interna, os gases saem por todas as aberturas em forma de
lufadas.
A presença de calor intenso faz com que os combustíveis liberem vapores combustíveis
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA EM RELAÇÃO AO FOGO:
A) Uma reação química denominada comburente, que produz calor e luz.
B) Uma reação físico-química denominada comburente que produz luz.
C) Uma reação física denominada combustão que produz calor ou calor e luz.
D) Uma reação química denominada combustão que produz calor ou calor e luz.
E) Reação química que produz calor constante.
2. QUAIS SÃO OS TRÊS ELEMENTOS DO TRIÂNGULO DO FOGO?
A) Combustível, calor e comburente.
B) Gasolina, álcool e querosene.
C) Comburente, oxigênio e calor.
D) Comburente, álcool e querosene.
E) Graxas, solventes e água.
GABARITO
1. Assinale a alternativa correta em relação ao fogo:
A alternativa "D " está correta.
 
O fogo é uma reação química que depende do calor, comburente e combustível. Quando há fogo,
dizemos que o combustível está em combustão.
2. Quais são os três elementos do triângulo do fogo?
A alternativa "A " está correta.
 
Para haver fogo, é necessário haver calor, combustível e comburente, por exemplo, fósforo (fonte de
calor), gasolina e oxigênio.
MÓDULO 2
 Descrever os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas no combate a incêndio
LIGANDO OS PONTOS
VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS CLASSIFICAÇÕES DOS INCÊNDIOS?
CONSEGUIRIA IDENTIFICAR O TIPO DE EXTINTOR MAIS ADEQUADO
PARA O USO? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS,
TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR
O CASE DA EMPRESA HM SERVIÇOS PREDIAIS.
Na empresa Hm serviços prediais, que é uma corporação com atuação na construção civil, o seu
departamento de Segurança do Trabalho realizou diversas palestras e orientações sobre prevenção de
incêndios para todos os trabalhadores, incluindo a alta administração, mostrandoas classificações dos
incêndios e de seus combustíveis.
Classe A – materiais como: tecidos, madeiras, papéis, fibras.
Classe B – materiais como: graxa, vernizes, tintas, gasolina.
Classe C – materiais como: motores, transformadores, quadros de distribuição.
Classe D – materiais como: magnésio, zircônio, titânio etc.
O departamento também apresentou as principais medidas de controle:
Resfriamento – que são para incêndio tipo A.
Abafamento – que são para incêndios tipos B, C e D.
Além de falar dos tipos de extintores utilizados em cada classe:
Classe A – utilização de água, espuma.
Classe B – utilização de gás carbônico, pó químico, espuma.
Classe C – utilização de gás carbônico, pó químico seco e Halon.
Classe D – utilização de pó químico especial.
E comentou sobre as dicas de evacuação.
100% dos funcionários, diretores, fornecedores e demais envolvidos no dia a dia dessa empresa foram
corretamente orientados, sempre com a participação ativa da equipe de brigada de emergência e da
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Após esses procedimentos, foram realizados dois simulados técnicos. Tudo como deve ser feito. A
empresa cumpriu todos os protocolos.
Ocorre que, em determinado dia, o alarme soou como evento verdadeiro, visto o aparecimento de um
princípio de incêndio do tipo A, no almoxarifado, e do tipo C, no escritório, e a empresa toda estava
ciente de como proceder.
 
Foto: Shutterstock.com
Alguns eventos foram observados:
No princípio de incêndio de classificação A, a medida de proteção foi resfriamento, com a
utilização dos extintores de água e espuma.
No princípio de incêndio de classificação C, a medida de proteção foi o abafamento, com a
utilização dos extintores gás carbônico, pó químico seco e Halon.
Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio.
Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança.
Acionamento dos dispositivos de alarme existentes.
Como o treinamento faz toda a diferença na situação de incêndio e pânico, a situação foi controlada sem
perdas humanas. É possível que, se a empresa Hm serviços prediais não tivesse passado pelos
treinamentos, algumas vidas tivessem sido perdidas, pois a negligência acarreta muitas perdas
humanas e materiais.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. CONSIDERE QUE NA EMPRESA HM SERVIÇOS PREDIAIS HOUVE UM
INCÊNDIO QUE ATINGIU MATERIAIS DE FÁCIL COMBUSTÃO. VOCÊ É UM
ESPECIALISTA EM FOGO E INCÊNDIO QUE CONSEGUIU SAIR DO PRÉDIO A
TEMPO, E PODE AUXILIAR O CORPO DE BOMBEIROS A APAGAR ESSE
INCÊNDIO. PARA ISSO, VOCÊ VAI INFORMAR AO CHEFE DA OPERAÇÃO O TIPO
DE INCÊNDIO QUE ESTÁ OCORRENDO NA EMPRESA. ENTÃO, VOCÊ INFORMA
AO CHEFE DA OPERAÇÃO QUE O INCÊNDIO É DO TIPO?
A) A
B) B
C) C
D) D
E) H
2. PARA O ESTABELECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NA HM SERVIÇOS
PREDIAIS, FOI NECESSÁRIO MONTAR UMA SUBESTAÇÃO ELÉTRICA,
CONTENDO DOIS TRANSFORMADORES. NO INÍCIO DO EXPEDIENTE, FOI
CONSTATADO QUE TEVE INÍCIO A UM INCÊNDIO EM UMA DAS REDES
ELÉTRICAS DE ALTA TENSÃO DA SUBESTAÇÃO. PARA PODER ATUAR
CONTRA O INCÊNDIO, VOCÊ INDICOU QUE SEUS AGENTES USASSEM:
A) extintor utilizando água.
B) extintor utilizando gás carbônico.
C) extintor utilizando espuma.
D) extintor utilizando químico especial.
E) extintor utilizando água destilada.
GABARITO
1. Considere que na empresa Hm serviços prediais houve um incêndio que atingiu materiais de
fácil combustão. Você é um especialista em fogo e incêndio que conseguiu sair do prédio a
tempo, e pode auxiliar o Corpo de Bombeiros a apagar esse incêndio. Para isso, você vai
informar ao chefe da operação o tipo de incêndio que está ocorrendo na empresa. Então, você
informa ao chefe da operação que o incêndio é do tipo?
A alternativa "A " está correta.
 
Incêndios Classe A são aqueles que ocorrem em superfícies planas e/ou tendo como combustíveis
materiais de fácil inflamabilidade, como madeiras secas, lixos, papéis, borrachas etc.
2. Para o estabelecimento de energia elétrica na Hm serviços prediais, foi necessário montar uma
subestação elétrica, contendo dois transformadores. No início do expediente, foi constatado que
teve início a um incêndio em uma das redes elétricas de alta tensão da subestação. Para poder
atuar contra o incêndio, você indicou que seus agentes usassem:
A alternativa "B " está correta.
 
A norma regulamentadora 23 (NR 23) identifica as classes de incêndio para que possamos atuar de
forma correta, especialmente nos procedimentos preventivos contra incêndios e explosões. Os incêndios
são classificados em quatro classes, ou seja, A, B, C e D. A Classe C é relacionada aos incêndios
envolvendo toda linha de materiais energizados, e um dos extintores Classe C utiliza gás carbônico.
3. AGORA QUE VOCÊ ESTÁ TREINADO PELA EMPRESA HM
SERVIÇOS PREDIAIS, PODE SER CONSIDERADO UM
ESPECIALISTA. E COMO TAL, VOCÊ ACOMPANHOU UMA
VISTORIA NA EDIFICAÇÃO, E O VISTORIADOR DISSE QUE,
DEVIDO AOS PISOS SEREM FEITOS DE MADEIRA, A
CHANCE DE OCORRER UM INCÊNDIO DE CLASSE D É
GRANDE, E ANOTOU ISSO EM SEU RELATÓRIO. VOCÊ,
COMO ESPECIALISTA, DISSE QUE ELE ESTAVA ERRADO.
ENTÃO, O VISTORIADOR PERGUNTOU O PORQUÊ. O QUE
VOCÊ RESPONDEU?
RESPOSTA
A característica do tipo de incêndio Classe D é fogo em elementos pirofóricos. Os principais combustíveis são
magnésio, zircônio, titânio etc. A medida de controle adequada é a de abafamento. O extintor é o pó químico
especial.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS
EXTINTORES E MANGUEIRAS
CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS
Identificaremos as classes de incêndio para que possamos atuar de forma correta, especialmente nos
procedimentos preventivos contra incêndios e explosões.
Os incêndios são classificados em quatro classes:
javascript:void(0)
CLASSE A
Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e profundidade e deixam resíduos. Ex.:
madeira, papel, papelão, tecidos etc.
CLASSE B
Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e não deixam resíduos. Ex.: gasolina, éter,
nafta, álcool etc.
CLASSE C
Incêndios envolvendo toda linha de materiais energizados. Ex.: motores, equipamentos elétricos etc.
CLASSE D
Incêndios envolvendo materiais pirofóricos (metais que queimam). Ex.: magnésio, zircônio, titânio etc.
EXTINÇÃO DO FOGO
Agora que já conhecemos o mecanismo chamado de triângulo do fogo, fica bem mais simples
entendermos as metodologias para sua correta extinção. Para isso, basta eliminarmos um dos
elementos essenciais para sua existência, ou seja, o calor, o comburente ou o combustível.
Vamos ampliar nossas abordagens para o entendimento da extinção do fogo, exatamente com a
eliminação de um de seus componentes. Vejamos:
PROCESSO DE RESFRIAMENTO OU RETIRADA DO CALOR
Na metodologia do resfriamento, temos a retirada simples de calor do próprio material incendiado até
que ele fique abaixo de seu ponto de ignição. Comumente, utilizamos a água para esse procedimento,
como em um procedimento simples para apagar uma fogueira, por exemplo.
 
Foto: Joa Souza/Shutterstock.com
PROCESSO DE ABAFAMENTO OU RETIRADA DO COMBURENTE
É o processo da retirada do oxigênio, quando, por exemplo, colocamos um copo sobre uma vela acesa.
 
Imagem: Shutterstock.com
 ATENÇÃO
O oxigênio encontra-se no ar atmosférico, na proporção de 21%.
De 21% a 13% ainda teremos oxigênio para provocar chamas e brasas.
De 13% a 8% o oxigênio é suficiente apenas para a formação de brasas.
Abaixo de 8% não há oxigênio suficiente para a combustão.
PROCESSO DE ISOLAMENTO OU REMOÇÃO DO MATERIAL
(RETIRADA DO COMBUSTÍVEL)
Caracteriza-se pela retirada do combustível, diminuindo as possibilidades de propagação do fogo por
contato ou condução. Podemos exemplificar esse processo quando fechamos a válvula do gás de
cozinha de forma rotineira em nossas residências.
 
Foto: Shutterstock.com
DISPOSITIVOS DE COMBATE AO FOGO
De acordo com o que vimos até agora, para os diferentes tipos de incêndios, deveremos sempre utilizar
os corretos agentes extintores. Os principaissão:
 
Foto: karekonojo352015/Shutterstock.com
SISTEMA HIDRÁULICO
Nesse sistema, a água sob pressão age no material incendiado.
EXTINTORES
São aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios de incêndio. De modo geral,
são constituídos de um recipiente de metal com o agente extintor.
 
Foto: Shutterstock.com
Agora, vamos conhecer alguns dispositivos de combate ao fogo.
 
Foto: Shutterstock.com
HIDRANTES
São dispositivos existentes em redes hidráulicas, que facilitam o combate ao fogo. São facilmente
identificáveis pela porta vermelha com um visor, localizados perto de escadas e elevadores. São
constituídos por: reservatório que pode ser elevado ou subterrâneo, canalização, mangueiras, esguichos
e abrigos.
SISTEMAS TIPO SPRINKLER
Também chamados de chuveiros automáticos, é outro modelo preventivo de sistema hidráulico. São
encanamentos e ramificações, semelhantes aos barriletes, que diminuem de diâmetro à medida que se
afastam do encanamento central, onde estão instaladas as válvulas de controle de fechamento, alarme,
dreno e outras, que cobrem determinada área. São acionados quando um aquecimento suficiente rompe
a ampola do bico, evitando a propagação do fogo.
 
Foto: Shutterstock.com
EXTINTORES
 
Foto: Shutterstock.com
Os tipos de extintores são:
Extintor de água pressurizada – Aplicado em incêndio tipo A.
Extintor de água de pressão injetada – Aplicado em incêndio tipo A.
Extintor de espuma química – A espuma química (formada por bolhas e CO2) é produzida,
juntando-se soluções aquosas de ácido sulfúrico (ou sulfato de alumínio) e bicarbonato de sódio
(com alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10. Aplicado em
incêndios tipos A e B.
Extintor de espuma mecânica-pressurizada – Aplicado em incêndios tipos A e B.
Extintor de espuma de pressão injetada – Aplicado em incêndios tipos A e B.
Extintor de gás carbônico – Aplicado em incêndio tipo C.
Extintor de pó químico seco AB – Aplicado em incêndios tipos A e B
Extintor de pó químico seco ABC – Aplicado em incêndios tipos A, B e C, (tipo C de incêndio é
muito encontrado nos carros).
Extintor a Halon – Composto por halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo), é indicado para incêndios
das classes A, B e C. Utilizado em equipamentos elétricos por apagar incêndios sem deixar
resíduos.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 ATENÇÃO
Todo extintor deverá possuir o selo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que registra a
data de vencimento do teste hidrostático (é um procedimento estabelecido pela norma da ABNT NBR
12962/2016, que determina que todos os extintores devem ser testados a cada cinco anos) e de recarga
do equipamento.
ORIENTAÇÕES DA NR 23 SOBRE OS EXTINTORES
Agora que já vimos os tipos de extintores, vamos entender algumas orientações da Norma
Regulamentadora 23 sobre os extintores.
As exigências quanto à área a ser coberta por uma unidade extintora e quanto à capacidade extintora
estão na NR 23 da Portaria 3.214, bem como exige o Corpo de Bombeiros e as companhias de seguro.
Existem exigências do Corpo de Bombeiros e das companhias de seguro que são mais complexas.
A Norma Regulamentadora 23 da Portaria nº 3.214, bem como a ABNT firmam a sinalização e a altura
máxima em que devem ser colocados os extintores, visando facilitar sua localização e identificação.
 
Foto: Shutterstock.com
A Norma Regulamentadora 23, em seus subitens trata sobre a sinalização e as dimensões de
instalação dos extintores.
NORMA REGULAMENTADORA 23
23.17.1 Os extintores deverão ser colocados em locais:
de fácil visualização.
de fácil acesso.
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onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.
23.17.2 Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por
uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.
23.17.3 - Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não
poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um
metro x um metro).
23.17.4 - Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta
centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m
(sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso.
23.17.5 Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas.
23.17.6 Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de
fábrica.
23.17.7 Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais.
Devido à importância da utilização dos extintores em emergências, é fundamental saber distinguir suas
operações. No quadro a seguir, fazemos a relação de qual extintor devemos utilizar em cada material
combustível, e como ele deve ser usado, para obtermos sucesso na ação de combate ao incêndio.
Classes de Incêndio
Materiais
Combustíveis
Medidas de Controle Extintores
Classe A: Fogo em
materiais de fácil
combustão, com a
propriedade de
queima em sua
superfície e
profundidade, e que
deixam resíduos.
Tecidos,
madeiras,
papéis, fibras
etc.
Resfriamento: Retirada do
calor, isto é, baixar a
temperatura para que fique
menor do que a temperatura
de ignição.
Água,
espuma.
Classe B: Fogo em
produtos que
queimam somente em
sua superfície não
deixando resíduos.
Graxa, vernizes,
tintas, gasolina
etc.
Abafamento: Retirada do
comburente (oxigênio).
Nesse tipo de fogo, não há
formação de brasa e,
Gás
carbônico,
pó químico,
espuma
(geralmente
portanto, deve-se fazer o
abafamento da superfície.
usada para
incêndios
em grandes
tanques).
Classe C: Fogo em
equipamentos
elétricos energizados.
Motores,
transformadores,
quadros de
distribuição, fios
sob tensão etc.
Abafamento: Utilizar agente
extintor que não conduz
eletricidade.
Gás
carbônico,
pó químico
seco e
Halon.
Classe D: Fogo em
elementos pirofóricos.
Magnésio,
zircônio, titânio
etc.
Abafamento: Retirada do
comburente pelo uso de pós
especiais que formam
camadas protetoras,
impedindo continuação das
chamas. A limalha de ferro
fundido presta ao combate
deste tipo de fogo.
Pó químico
especial.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: auxílio na aplicabilidade dos extintores.
Extraído de: Norma Regulamentadora 23 (NR 23)
Outra informação que é fundamental para obter sucesso na utilização de um extintor de incêndio é sobre
a sua área de cobertura, a classe de ocupação e qual deve ser a distância máxima percorrida pelo
colaborador até a unidade extintora.
A área de cobertura significa que, ao acionar o extintor, sua área de atuação será os valores indicados
na tabela a seguir. A classe de ocupação indica se o incêndio é de Classe A, B ou C. A distância
máxima a ser percorrida é a distância máxima que uma pessoa deve estar de um extintor.
Apresentamos a seguir o quadro da NR 23, com as informações:
Área coberta p/
unidade de
extintores
Risco
de Fogo
Classe de ocupação segundo
tarifa de seguro Incêndio do
Brasil - IRB*
Distância
máxima ser
percorrida
500m² Pequeno "A" - 01 e 02 20 metros
250m² Médio "B" - 02, 04, 05 ou 06 10 metros
150m² Grande "C" - 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13 10 metros
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Classe de extintores por área de cobertura.
Extraído da: NR 23 IRB (*) - Instituto de Resseguros do Brasil
O quadro da NR 23, a seguir, mostra a quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os
extintores de incêndio, que devemos ter nos ambientes. Podemos observar que, se há um extintor na
unidade extintora, ele deve ter capacidade mínima de 10 litros de espuma; se a unidade extintora tiver
dois extintores, cada extintor deve ter a capacidade mínima de 5 litros de espuma.
Substâncias
Capacidade dos
Extintores
Número de extintores que constituem
unidade extintoraEspuma
10 litros 
5 litros
1 
2
Água pressurizada ou
água gás
10 litros
1 
2
Gás carbônico (CO2)
6 quilos 
4 quilos 
2 quilos 
1 quilo
1 
2 
3 
4
Pó químico seco
4 quilos 
2 quilos 
1 quilo
1 
2 
3
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os extintores de incêndio.
Extraído de: NR 23
AÇÃO EXTINTORA – APLICADAS EM INCÊNDIOS DA
CLASSE TIPO D
Vimos que a Classe D corresponde aos incêndios envolvendo materiais pirofóricos. Agora, vamos
conhecer as ações extintoras aplicadas em incêndios da Classe tipo D.
As técnicas a seguir mostram os processos de ação e reação, após o uso da unidade extintora de pó
químico sobre o fogo.
ABAFAMENTO
O calor das chamas promoverá a decomposição térmica do pó químico, liberando dióxido de carbono e
vapor-d’água, que ocuparão o lugar do comburente no ambiente.
RESFRIAMENTO
Para sua decomposição, o pó químico absorverá parte do calor liberado pela combustão.
QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA
Dada como a principal propriedade extintora do pó químico, ocorre pela interferência que ele exerce na
concentração de íons, provenientes da reação em cadeia, presentes na combustão, diminuindo o poder
de reação com o comburente e extinguindo as chamas.
PROTEÇÃO CONTRA A IRRADIAÇÃO DO CALOR
A nuvem produzida pela aplicação do pó químico torna opaco o ambiente nas proximidades do incêndio
e dificulta a irradiação do calor.
MANGUEIRAS
Sabemos que, para que o combate a incêndio seja eficiente, é necessária a utilização de equipamentos
adequados para as diversas operações. Agora, conheceremos a mangueira, os tipos e a sua aplicação.
As mangueiras são equipamentos que possuem como função a condução de água sob pressão. Elas
têm um duto de borracha flexível com encapamento com uma lona e com fibras sintéticas em sua
estrutura, para suportar as altas pressões e as variações dos ambientes nas operações de combate.
 
Foto: Shutterstock.com
As condições adequadas para uso das mangueiras levam em consideração o ambiente apropriado, a
pressão máxima da água ao passar por elas e a resistência à abrasão (resistência ao atrito).
TIPO 1
Utilizada em edifícios residenciais, possuindo pressão máxima de trabalho de 980kpa.
TIPO 2
Utilizada em edifícios residenciais e industriais, possui pressão máxima 1370kpa.
TIPO 3
Utilizada na área naval, com pressão máxima de trabalho de 1470kpa.
TIPO 4
Utilizada na área industrial, possuindo maior resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa.
TIPO 5
Utilizada na área industrial, possuindo alta resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa.
O quadro da NBR 11861 traz uma correlação entre os tipos de mangueiras, sua utilização, as
características (tipo de utilização), as pressões máximas de trabalho (pressão máxima de água que
pode passar pela mangueira sem causar danos a ela, nem acidentes aos manuseadores) e o
revestimento da mangueira (o tipo de revestimento: têxtil, polimérico, metálico etc.).
Fase Utilização Característica
Pressão
de
trabalho
Revestimento
1
Condomínios
residenciais
Utilização
Eventual
980kPa
(10kgf/cm2)
Um reforço têxtil
2
Indústrias e
Corpo de
Bombeiros
Militar
Utilização
Contínua
1370kPa
(14kgf/cm2)
Um reforço têxtil
3
Área Naval e
Corpo de
Bombeiros
Militar
Resistência à
abrasão
1470kpa
(15kgf/cm2)
Dois reforços têxteis
sobrepostos
4 Área industrial
Maior
resistência à
abrasão
1370kPa
(14kgf/cm2)
Um reforço têxtil e um
revestimento de
polímero
5 Área industrial Alta resistência 1370kPa Um reforço têxtil e um
à abrasão e
temperatura
(14kgf/cm2) revestimento de
polímero mais
reforçado
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Os tipos de mangueiras, sua utilização e características
Extraído de: NBR 11861
 SAIBA MAIS
O manual dos bombeiros de Góias contém informações importantes sobre os cuidados durante a
utilização e acondicionamento referentes às mangueiras.
UTILIZAÇÃO
"Como todo equipamento de grande e importante utilização, as mangueiras de combate a incêndio
demandam alguns cuidados:
a) Evite contato direto com superfícies aquecidas ou em chamas;
b) Zele pelo bom acondicionamento das mangueiras;
c) Evite o contato com cantos e quinas vivas e objetos pontiagudos;
d) Não submeta as juntas metálicas a pancadas;
e) Evite que veículos passem por cima das mangueiras;
f) Evite o contato com substâncias corrosivas, contaminantes ou derivados de petróleo”.
(GOIÁS, 2016)
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ACONDICIONAMENTO
“As mangueiras de combate a incêndio devem ser inspecionadas a cada 06 (seis) meses e devem
ser submetidas à manutenção a cada 12 (doze) meses. [...] O acondicionamento das mangueiras
deve ser feito de acordo sua utilização:
Em ziguezague deitada: deve ser apoiada sobre um de seus vincos e pode ser conectada a
outras mangueiras para a formação de linhas de mangueira prontas para o emprego;
Em ziguezague em pé: deve ser posicionada sobre ela própria;
Em espiral: A partir de uma de suas extremidades, a mangueira é enrolada sobre ela própria,
o uso deste tipo de acondicionamento é exclusivo para estoque ou mangueiras que não
requeiram utilização imediata;
Aduchada: A mangueira é dobrada e enrolada na forma de espiral a partir da dobra e em
direção às extremidades”.
(GOIÁS, 2016)
TECNOLOGIAS APLICADAS NO COMBATE A
INCÊNDIO
 
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O resultado das tecnologias aplicadas ao combate a incêndios pode ser visto desde a criação de
agentes químicos para supressão de incêndio até a criação de robôs que combatem o fogo,
minimizando a exposição humana e diminuindo os riscos à vida.
Conheça as principais tecnologias desenvolvidas no combate de grandes incêndios, em caráter nacional
e mundial, e as principais características e as atuações dessas máquinas combatentes. Essas
tecnologias vencem as limitações humanas na hora do combate às chamas e desastres.
FIRE EXTINGUISHING BALL
É um sistema que possui uma esfera que atua como agente extintor “automático”, ou seja, ao entrar em
contato com o fogo, explode e apaga as chamas a 360 graus em seu perímetro. Possui uma massa de
1,3kg, tempo de ativação de 3 segundos e uma área de cobertura de 10 metros quadrados. É um
produto usado para a extinção de incêndios nas classes A, B e C. Possui patente nos mercados africano
e asiático.
ROBÔ COLOSSUS
O robô Colossus é um drone terrestre de 500 quilos, tem capacidade de disparar jatos de água de 1,60
metros e uma autonomia de 8 horas de funcionamento. Teve atuação no incêndio da Catedral de Notre-
Dame. Ele foi posto em ação por causa da fragilidade da estrutura após a elevada intensidade das
chamas, logo, o robô atuou sem colocar em risco a vida dos bombeiros humanos e a dos funcionários
do museu, na operação.
UNIDROID
Esse robô possui em sua composição uma esteira de tração constituída de aço, tendo a capacidade de
resistir a temperaturas mais elevadas do que 600 graus Celsius. Nele, é acoplado um canhão com
capacidade de disparo de oito mil litros por minuto e seu funcionamento é por controle remoto.
TECNOLOGIA DAFO
Essa tecnologia está sendo aplicada em veículos elétricos e híbridos, tendo atuação na prevenção de
sinistros nos dispositivos das baterias dos carros elétricos e híbridos.
ROBÔ PARA DETECÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
Essa tecnologia tem atuação em florestas e possui uma vasta lista de equipamentos: uma sistemática
composta por duas câmeras, em que a primeira possui lentes de captação de imagem térmica, e a
segunda lente capta luz visível; tem a capacidade de monitoramento de pontos de calor em um
perímetro de atuação de 2 metros quadrados. O robô consegue atuar em uma área de até 80km.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA EMPRESA TEVE UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO EM UMA DE SUAS SALAS,
QUE CONTÉM MUITO PAPEL EMPILHADO, ALÉM DE UM CARPETE. A SALA TEM
60M², E O CARPETE ESTÁ EM CHAMAS, ATINGINDO AS PILHASDE PAPEL.
DIANTE DISSO, A MELHOR MANEIRA DE COMBATER TAL INCÊNDIO É:
A) utilizando uma fire extinguishing ball.
B) utilizando a Tecnologia Dafo.
C) utilizando uma mangueira de água.
D) utilizando um extintor de gás carbônico.
E) utilizando um extintor de químico especial.
2. ESTÁ OCORRENDO UM INCÊNDIO EM UMA IGREJA. VOCÊ NÃO SABE QUAL
TIPO DE MATERIAL HÁ NO INTERIOR DELA E, POR ISSO, NÃO CONSEGUE
CLASSIFICAR O TIPO DE INCÊNDIO, MAS SABE QUE PODEM ESTAR
OCORRENDO TODOS OS TIPOS, EXCETO O TIPO D. ENTRE OS RECURSOS
DESTACADOS A SEGUIR, QUAL A MELHOR ESCOLHA PARA COMBATE RÁPIDO
AO INCÊNDIO NESTE LOCAL?
A) Robô Colossus
B) Unidroid
C) Tecnologia Dafo
D) Robô para detecção de incêndios florestais
E) Extintores por espumas e CO2
GABARITO
1. Uma empresa teve um princípio de incêndio em uma de suas salas, que contém muito papel
empilhado, além de um carpete. A sala tem 60m², e o carpete está em chamas, atingindo as pilhas
de papel. Diante disso, a melhor maneira de combater tal incêndio é:
A alternativa "C " está correta.
 
O incêndio existente é o de Classe A, logo, água e espumas são os elementos recomendados pela NR
23 para combate a esse tipo de incêndio. Outro ponto é que a água, ao se espalhar, passa a cobrir uma
boa área, resfriando o local e diminuindo a ação do fogo, pouco a pouco.
2. Está ocorrendo um incêndio em uma igreja. Você não sabe qual tipo de material há no interior
dela e, por isso, não consegue classificar o tipo de incêndio, mas sabe que podem estar
ocorrendo todos os tipos, exceto o tipo D. Entre os recursos destacados a seguir, qual a melhor
escolha para combate rápido ao incêndio neste local?
A alternativa "B " está correta.
 
O robô Unidroid pode entrar no recinto sem colocar em risco a vida humana, uma vez que não há o
conhecimento da estrutura da igreja após o incêndio, nem se sabe a causa do incêndio. Por ser operado
por controle remoto, ele pode dar a informação visual da situação no interior do recinto, o que facilita a
decisão humana, e como ele pode disparar oito mil litros por segundo, de qualquer fluido utilizado para
apagar incêndio, ele é mais bem recomendado do que o robô Colossus, que utiliza somente água.
MÓDULO 3
 Reconhecer a importância do treinamento no combate ao incêndio
LIGANDO OS PONTOS
VOCÊ SABE QUAL A CARGA HORARIA MÍNIMA DO TREINO DA
CIPA? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR QUAL A NORMA
REGULAMENTADORA QUE TRATA DE COMBATE A INCÊNDIO?
PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO
POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE
DE UMA INDÚSTRIA DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Em uma empresa do ramo da construção civil, o gerente de segurança ocupacional convoca sua equipe
para a realização de um plano de treinamentos para a preparação contra um eventual sinistro na área
de combate a incêndio. Esse treinamento tem uma carga horária teórica e prática.
Em sua composição teórica, a ementa é a seguinte: introdução ao combate a incêndio; legislação
aplicada; normatizações pertinentes ao combate a incêndio; aplicações da química do fogo; técnicas de
propagação do fogo; classes de incêndio (A, B, C, D e K); introdução ao conceito de explosões, técnicas
de prevenção de incêndios, métodos de extinção, sinalização de segurança, noções de controle ao
pânico.
Na sua parte prática, a ementa é a seguinte: atendimento pré-hospitalar; análise das vítimas; noções de
tratamento em ferimentos; identificação e tratamento em fraturas e queimaduras; transporte de vítimas.
O engenheiro também criou uma pauta com 20 horas de treinamento, em que apresentou toda a NR 5 e
ensinou técnicas de evacuação de edificações em caso de incêndio.
Outro ponto que o engenheiro pautou foi a NR 23, pois ela apresenta uma norma específica de combate
a incêndio, apresentando noções do uso dos equipamentos, complementações das noções de
evacuação, tipos de sistemas de alarmes e seus usos corretos e, por fim, como detectar uma saída de
emergência.
A equipe também usou como base do treinamento a norma técnica 17/2019 que possui noções de
brigada de incêndio. Foi abordado o passo a passo de como lidar em emergências.
Em determinada sexta-feira, os funcionários que trabalhavam na empresa ouviram o soar do alarme de
incêndio. Infelizmente, nem todos os funcionários tinham participado dos treinamentos contra incêndios,
o que causou pânico e, infelizmente, algumas mortes.
 
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Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. COM BASE NO CASO ESTUDADO, QUAL DEVE SER A CARGA HORÁRIA
MÍNIMA DO TREINAMENTO DA CIPA, ESCOLHIDA PELO ENGENHEIRO?
A) 15 horas
B) 20 horas
C) 30 horas
D) 8 horas
E) 25 horas
2. EM CASO DE INCÊNDIOS, MARQUE A ALTERNATIVA QUE EXPRESSA A
SEQUÊNCIA CORRETA DE TOMADA DE DECISÃO DO ENGENHEIRO DURANTE
O SINISTRO.
A) A área não deve ser evacuada; a brigada domina todas as técnicas de combate ao fogo.
B) Identificação da situação; alarme/abandono de área; acionamento do Corpo de Bombeiros Militar
e/ou ajuda externa; corte de energia; primeiros socorros; combate ao princípio de incêndio; recepção e
orientação ao Corpo de Bombeiros Militar.
C) A brigada tem todos os recursos e domina todas as técnicas de combate ao fogo. Portanto, não deve
ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros.
D) Antes do início do combate ao incêndio, deve-se manter ligada a força elétrica da edificação.
E) Quando o Corpo de Bombeiros chegar, não há a necessidade de lhes fornecer qualquer informação,
pois eles sabem como fazer e não precisam de explicações adicionais.
GABARITO
1. Com base no caso estudado, qual deve ser a carga horária mínima do treinamento da CIPA,
escolhida pelo engenheiro?
A alternativa "B " está correta.
 
Segundo a NR 5, subitem 5.34, a carga horária dever ser de 20 horas.
2. Em caso de incêndios, marque a alternativa que expressa a sequência correta de tomada de
decisão do engenheiro durante o sinistro.
A alternativa "B " está correta.
 
Ao ouvir o alarme, é necessário abandonar o local, buscando áreas seguras e abertas. Em seguida,
deve-se acionar o Corpo de Bombeiros, ou outro tipo de ajuda externa. Para que não haja mais riscos, o
corte da energia da edificação é necessário. Se houver feridos, há a necessidade da realização de
primeiros socorros e, se possível, iniciar o combate contra o fogo, com os equipamentos adequados, até
que seja possível recepcionar o Corpo de Bombeiros e deixá-los a par de toda a situação.
3. COM BASE NAS ORIENTAÇÕES DO ESTUDO DE CASO,
QUAIS AS ORIENTAÇÕES CITADAS NA NR 23, EM
RELAÇÃO AS VIAS DE PASSAGEM E SAÍDAS DE
EMERGÊNCIAS DAS EDIFICAÇÕES DURANTE A JORNADA
DE TRABALHO?
RESPOSTA
Segundo a NR 23, que trata de combate a incêndio mostra em seus subitens 23.3, 23.4, 23.5, as principais
características das aberturas são:
“23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou
sinais luminosos, indicando a direção da saída”.
“23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho”.
“23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil
abertura do interior do estabelecimento”.
CAPACITAÇÃO PARA O COMBATE A INCÊNDIO
TREINAMENTOS E PARTICIPAÇÃO DA CIPA NO
COMBATE A INCÊNDIO
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Foto: Shutterstock.com
Vamos abordar uma teoria fundamental para o sucesso quando o assunto é combate a incêndios: a
capacitação e o envolvimento de todos. Combater princípios de incêndios pode parecer um assunto
simples à primeira vista. Porém, quando verificamos a quantidade de variáveis existentes, constatamos
a importância de uma base teórica fundamentada e de treinamentos constantes.
O TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS É ESSENCIAL PARA
EMPRESAS DE TODOS OS RAMOS E TAMANHOS, COLABORANDO
DIRETAMENTE PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
GARANTINDO QUE OS COLABORADORES ADOTEM A POSTURA
MAIS SEGURA EM CASO DE FOGO.
Uma vez que nunca se sabe quando um problema como esse pode acontecer,apesar de não termos
dúvidas de que todos os cenários vulneráveis podem ser eliminados preventivamente, é fundamental
que todos estejam preparados e prontos para agir e evacuar o local com segurança.
 DICA
A própria Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos para a implementação dos
cursos e treinamentos, conforme as características de cada seguimento econômico.
Equivocam-se aqueles que acreditam que apenas os membros das brigadas internas de uma empresa é
que deverão se envolver com esse assunto. Todos os colaboradores, incluindo clientes, fornecedores,
terceiros e, especialmente, os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), devem
realizar periodicamente treinamentos e suas respectivas revisões, incluindo os simulados que podem
envolver o sistema público de cada localidade do Corpo de Bombeiros.
TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS
Os treinamentos de combate ao incêndio devem conter, no mínimo:
 
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NOÇÕES BÁSICAS SOBRE FOGO.
 
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RECONHECER A CLASSE E O TIPO DE FOGO.
 
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UTILIZAÇÃO CORRETA DOS EXTINTORES.
 
Imagem: Shutterstock.com
EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS.
 
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SIMULADOS E PLANOS DE ABANDONO.
Nesse sentido, é fundamental destacar que todos em uma organização são responsáveis pela sua
própria segurança e dos demais. O fogo não determina quem deverá ser responsável por eliminá-lo,
logo, a conscientização em geral deve ser fundamental para o pleno sucesso da operação.
 ATENÇÃO
A NR 5 determina que todos os membros titulares e suplentes, indicados ou eleitos, devem realizar um
treinamento de, no mínimo, 20 horas e, entre os temas, combate a incêndios e explosões deverão ser
abordados.
Em geral, todos os integrantes da CIPA devem participar de todos os treinamentos a respeito do
combate ao incêndio e de outras normas de segurança. Como já vimos, o ideal é que a maioria dos
colaboradores da empresa também participe desse tipo de treinamento, para que todos se sintam aptos
e seguros a tomar alguma atitude em caso de acidentes envolvendo o fogo. Quanto mais pessoas
conhecerem tudo a respeito do combate ao incêndio, melhor será para a segurança dos envolvidos e da
própria empresa.
Colaboradores que participam de um treinamento de combate a incêndio também são orientados a
respeito da melhor forma de agir em caso de fogo: como evacuar o prédio com calma e tranquilidade,
como ajudar as pessoas com dificuldade de locomoção e quais os procedimentos devem ser realizados
para que tudo saia com o máximo de segurança.
O treinamento de combate a incêndios também é indicado por aqueles que agirão como líderes em caso
de emergência e que ficarão responsáveis pelo contato com o Corpo de Bombeiros e com a
disseminação de informações importantes, como onde estão os extintores de incêndio, os hidrantes,
quais são as saídas de emergência e o correto ponto de encontro.
Agora, vamos ilustrar a importância dos treinamentos e da conscientização de todos os colaboradores
em relação as ações emergenciais para controle de incêndios, com o cenário descrito a seguir.
“Uma indústria, seguindo os procedimentos de prevenção e combate a incêndios e explosões,
contratou profissionais especializados para treinamentos de todos os colaboradores e, em
seguida, procedeu com os simulados, inclusive, com o envolvimento de empresas que fazem
parte do complexo industrial a que pertencem, além de operações consorciadas com o Corpo de
Bombeiros local. Sendo este o procedimento correto a ser seguido.”
 
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Vejamos o que ocorreu:
 
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Os profissionais realizaram os treinamentos, inicialmente, teórico, explicando a importância de todos
estarem conscientes quanto a seguir as regras de proteção e de combate a incêndios. Verificou-se que
alguns gerentes da empresa não participaram e nenhum dos diretores, incluindo os que tinham
responsabilidade na contratação dos profissionais.
Os membros da CIPA participaram de todo o processo.
 
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Em determinado dia, posterior aos treinamentos, teóricos e práticos, o alarme soou de forma inesperada
e sem acionamento por parte de qualquer pessoa. Alguns trabalhadores seguiram corretamente para o
ponto de encontro, mas outros ficaram gritando, outros retornaram para pegar pertences, e mais tantos
(especialmente do setor administrativo) continuaram trabalhando como se nada tivesse ocorrido.
Dentro do cenário acima abordado, muito comum de ocorrer nas empresas, chegamos às seguintes
conclusões sobre o simulado:
Arraste para os lados
 
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É fundamental a participação da alta administração em todas as etapas dos treinamentos. O incêndio
não se limita a uma área de uma indústria e, acima de tudo, gerentes e diretores devem incentivar os
demais colaboradores.
 
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Brincadeiras e gritarias não podem acontecer durante os treinamentos ou mesmo na ocorrência de um
evento, simulado ou não, visto que esse tipo de procedimento poderá contribuir com a ampliação dos
sinistros.
 
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Jamais os trabalhadores, ou qualquer outra pessoa, poderão retornar ao seu ambiente de trabalho para
pegar seus pertences. Lembre-se de que o mais importante é a sua segurança e a dos demais, e não os
objetos pessoais. Por mais importantes que eles sejam, não são mais valiosos do que a vida.
 
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Os simulados ou uma situação como o incidente acima relatado, ou seja, o alarme soando sem ter sido
acionado por qualquer colaborador, devem ser tratados como verdadeiros, visto que, quando ocorre um
evento real, todos devem estar plenamente preparados.
 
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Os pontos de encontros servem para garantir a segurança de todos.
AMBIENTE DE TRABALHO SEGUNDO A NR 23
 
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A segurança no ambiente de trabalho não acontece apenas com manutenções preventivas, trabalhos
ergométricos e distribuição de EPIs. A segurança também se dá em caso de acidente extremo, como o
incêndio de uma edificação; por isso, é essencial para um engenheiro de Segurança do Trabalho
conhecer a NR 23, a fim de garantir a segurança de todos, em uma situação extrema como a de um
incêndio.
É FUNDAMENTAL TRATARMOS DE FORMA CORRETA A REDAÇÃO
DA NORMA REGULAMENTADORA NR 23 – PROTEÇÃO E COMBATE
A INCÊNDIOS –, CONFORME A REDAÇÃO DADA PELA PORTARIA
SIT – SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO / DEPARTAMENTO
DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, Nº 221/2011, QUE
MOSTRA A ALTERAÇÃO NR 23, EM VIGOR
ALTERAÇÃO DA NR 23
“23.1. Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em
conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis”.
“23.1.1. O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre:
a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;
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c) dispositivos de alarme existentes”.
“23.2. Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo
que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em
caso de emergência”.
“23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de
placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída”.
“23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de
trabalho”.
“23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que
permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.”
O TREINAMENTO COM BASE NA NR 5
 
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Esse tópico mostra a relação da NR 5 com os treinamentos que envolvem as atividades de combate a
incêndio. A descrição dos treinamentos presentes na norma, apresenta informações tais como: quem
são os participantes, qualo período para a realização, qual o programa, a carga horaria máxima e a
carga diária dos treinamentos. É apontada também a necessidade da criação de ata, entre outros
pontos. A norma também aborda sobre o papel da CIPA e informa que o treinamento poderá ser
ministrado pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT).
Veja a seguir os principais tópicos da NR 5:
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e
suplentes, antes da posse.
5.32.1
O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de
trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2
As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente
treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.
5.33
O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens: 
estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo; metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho; noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição
aos riscos existentes na empresa; noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção; noções sobre as legislações trabalhista e
previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; princípios gerais de higiene
do trabalho e de medidas de controle dos riscos; organização da CIPA e outros
assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.
5.34
O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas
diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35
O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos
temas ministrados.
5.36
A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade
ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à
empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.
5.37
Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao
treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (atual
secretaria do trabalho e emprego vinculados ao ministério da economia), determinará
a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de
trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.
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 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
QUADRO I
Para saber mais, pesquise na internet por ‘Quadro I – Dimensionamento de CIPA – NR 5’.
ORIENTAÇÕES A SEREM SEGUIDAS EM CASO
DE INCÊNDIO
 
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Vimos que a capacitação e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso no combate a incêndios.
 ATENÇÃO
Todos os funcionários da empresa devem estar preparados para atuar em caso de incêndio. Desse
modo, um treinamento constante deverá ser dado aos funcionários da empresa, utilizando-se os
mesmos procedimentos do treinamento da brigada de incêndio.
Agora, vamos ver algumas orientações a serem seguidas em caso de incêndio em uma empresa:
Toda área deve ser evacuada.
A brigada deve intervir e, orientada pelo chefe, isolar a área e dar combate ao fogo.
A brigada não tem todos os recursos e não domina todas as técnicas de combate ao fogo.
Portanto, deve ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros.
Antes de se dar combate ao incêndio, deve ser desligada a entrada de força a emergência.
Quando o Corpo de Bombeiros chegar, é preciso explicar qual o tipo de fogo (classes “A”, “B”, “C”
ou “D”) e orientar os soldados do fogo sobre a área do incêndio.
Em qualquer caso, deve-se manter a calma e atuar com seriedade.
Os equipamentos elétricos que não puderem ser desligados, mesmo em caso de incêndio,
deverão possuir circuito elétrico independente e placa indicadora próxima aos seus dispositivos de
combate.
AÇÕES DE EMERGÊNCIA COM BASE NA INSTRUÇÃO
TÉCNICA Nº 17/2019
Todo incêndio, seja ele pequeno ou grande é considerado uma situação de emergência. A Instrução
Técnica 17/2019 foi criada para lidar com essas situações de emergência, diante disso, vamos estudá-
la, para podermos conhecer como devemos agir em relação a elas:
 
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IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO:
Observação do que está ocorrendo, buscando compreender onde surgiu o incêndio, para traçar a
melhor rota de fuga e/ou início ao combate do incêndio.
ALARME/ABANDONO DE ÁREA:
Ao ouvir o alarme, organizar o abandono da área de forma segura e buscar as ferramentas adequadas
para combate ao incêndio, além do material de primeiros socorros.
 
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ACIONAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR E/OU
AJUDA EXTERNA:
Ligar para os bombeiros e tentar conseguir ajuda externa, para facilitar a abertura das saídas de
emergência.
CORTE DE ENERGIA:
Cortar a energia para evitar novos focos de incêndio, e o início de uma possível outra classe de
Incêndio, caso o incêndio não seja de origem elétrica.
 
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PRIMEIROS SOCORROS:
Prestar primeiros socorros a quem necessitar de ajuda, de acordo com o treinamento recebido.
COMBATE AO PRINCÍPIO DE INCÊNDIO
Utilização de elementos extintores para combate ao incêndio.
 
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RECEPÇÃO E ORIENTAÇÃO AO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR:
Recepcionar os agentes dos bombeiros e buscar informar a real condição, tais como: local de origem do
incêndio, a classe do incêndio, se há pessoas na edificação, o tempo decorrido do incêndio etc.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MARQUE A SEGUIR A ÚNICA AÇÃO QUE DEVE SER REALIZADA PELOS
PARTICIPANTES DURANTE UM SIMULADO DE COMBATE A INCÊNDIOS EM UMA
EMPRESA.
A) Retornar para pegar seus pertences.
B) Não se destinar ao ponto de encontro.
C) Não seguir as orientações de segurança.
D) Não seguir as rotas de fuga e comunicações de segurança.
E) Não obstruir as passagens de emergências e áreas de circulações.
2. TENDO EM VISTA QUE A PRÓPRIA NORMA REGULAMENTADORA 23
ESTABELECE OS REQUISITOS MÍNIMOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS
CURSOS E DOS TREINAMENTOS, CONFORME AS CARACTERÍSTICAS DE CADA
SEGMENTO ECONÔMICO, QUAL DOS ITENS A SEGUIR PERTENCE AOS
REQUISITOS DESSE TREINAMENTO?
A) Semana de prevenção de acidentes.
B) Plano de fuga.
C) Serviço especializados de saúde.
D) Utilização correta dos extintores.
E) Saída de incêndio.
GABARITO
1. Marque a seguir a única ação que deve ser realizada pelos participantes durante um simulado
de combate a incêndios em uma empresa.
A alternativa "E " está correta.
 
A NR 23 no item 23.4. diz que “Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa
durante a jornada de trabalho”.
2. Tendo em vista que a própria Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos
para a implementação dos cursos e dos treinamentos, conforme as características de cada
segmento econômico, qual dos itens a seguir pertence aos requisitos desse treinamento?
A alternativa "D " está correta.
 
A Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos para a implementação dos cursos e
treinamentos, conforme as características de cada segmento econômico, sendo: noções básicas sobre
fogo, reconhecer a classe e tipo de fogo, utilização correta dos extintores, equipamentos individuais e
coletivos, simulados e planos de abandono.
MÓDULO 4
 Reconhecer a compartimentação das edificações e os grandes incêndios no Brasil
LIGANDO OS PONTOS
VOCÊ SABE O QUE SÃO SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA?
CONSEGUIRIA IDENTIFICAR OS SISTEMAS DE
COMPARTIMENTAÇÃO DE AMBIENTES? PARA ENTENDERMOS OS
CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO
PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE DA EMPRESA HM
CONSTRUÇÕES.
Um engenheiro de Segurança do Trabalho foi à empresa HM construções para uma palestra com o
intuito de mostrar a importânciade responder a alguns questionamentos sobre os sistemas de proteção
passiva e compartimentação das edificações.
No primeiro momento, o engenheiro foi logo para a parte da compartimentação e composição da
construção, abordando os seguintes elementos: portas, paredes, selos com função corta-fogo.
O palestrante também falou sobre os distanciamentos horizontais, levando em conta as aberturas. O
processo construtivo também entrou na pauta dos assuntos abordados, dando ênfase às telhas
combustíveis, que devem obedecer a um distanciamento de no mínimo 2 metros ou 200cm. O
engenheiro também destacou o distanciamento de 2 metros para as aberturas em uma mesma fachada
e informou que, para as aberturas ortogonais, deve-se seguir um distanciamento de 4 metros, as
distâncias anteriores podem ser substituídas por um prolongamento da parede de compartimentação,
externo à edificação, com extensão mínima de: 0,9 metros ou 90cm.
 
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Após a primeira etapa focada nas compartimentações, o palestrante entrou na segunda parte do
treinamento, em que destacou os elementos preventivos de incêndio, como os sistemas de proteção
passiva, citando os elementos corta-fogo, que têm por características boa resistência, estanqueidade,
isolamento térmico – informou que um exemplo são as portas corta-fogo –, falou também dos elementos
para-fogo e que eles não possuem isolamento térmico. E comentou sobre as proteções passivas que
ajudam o sistema estrutural e a compartimentação a resistir aos efeitos do fogo.
Como o engenheiro entende que treinamentos e conscientizações permanentes são fundamentais para
um bom resultado, ele finalizou a palestra mostrando os procedimentos para situações de emergência
em prédios:
Ficar próximo às aberturas, como janelas.
Quando tiver em lugar com muita fumaça, mantenha-se abaixado e usando uma toalha molhada.
Jogar para fora do prédio qualquer elemento que possa queimar.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. TENDO EM VISTA OS PROJETOS E AS ORIENTAÇÕES DO ENGENHEIRO NO
CASO, AS DISTÂNCIAS ANTERIORES PODEM SER SUBSTITUÍDAS POR UM
PROLONGAMENTO DA PAREDE DE COMPARTIMENTAÇÃO, PARA UMA
EXTENSÃO MÍNIMA DE:
A) 0,45m.
B) 1,0m.
C) 1,5m.
D) 2,5m.
E) 0,9m.
2. TENDO EM VISTA OS PROJETOS E AS ORIENTAÇÕES DO ENGENHEIRO NO
CASO, AS ABERTURAS SITUADAS NA MESMA FACHADA, EM LADOS OPOSTOS
DA PAREDE DE COMPARTIMENTAÇÃO, QUAL A MEDIDA CORRETA DE
AFASTAMENTO HORIZONTAL PARA TRECHOS SEPARADOS POR PAREDE?
A) 4m.
B) 2m.
C) 5m.
D) 10m.
E) 15m.
GABARITO
1. Tendo em vista os projetos e as orientações do engenheiro no caso, as distâncias anteriores
podem ser substituídas por um prolongamento da parede de compartimentação, para uma
extensão mínima de:
A alternativa "E " está correta.
 
Segundo a Instrução Técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é E, pois está em conformidade com o
subitem 5.2.6.
2. Tendo em vista os projetos e as orientações do engenheiro no caso, as aberturas situadas na
mesma fachada, em lados opostos da parede de compartimentação, qual a medida correta de
afastamento horizontal para trechos separados por parede?
A alternativa "B " está correta.
 
Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é B, pois está em conformidade com o
subitem 5.2.5.
3. COM BASE NA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO QUE
ENVOLVE A EMPRESA HM CONSTRUÇÕES, QUAL A
TOMADA DE DECISÃO DO PROJETISTA PARA MONTAR UM
SISTEMA DE PROTEÇÃO PASSIVA?
RESPOSTA
Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, para montar um sistema de proteção passiva são necessárias as
composições dos elementos corta-fogo que possuem resistência, estanqueidade e isolamento térmico, como
também a instalação dos elementos para-chamas, que possuem resistências, estanqueidade, mas que não
possuem isolamento térmico.
A RELAÇÃO ENTRE A CONSTRUÇÃO E O FOGO
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SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA
INCÊNDIOS
Neste momento, é fundamental entendermos um pouco sobre os sistemas de proteção passiva. Os
sistemas de proteção passiva contra incêndios nem sempre estão aparentes e por isso eles são tão
pouco conhecidos.
Estão compreendidos nesses sistemas:
PROTEÇÃO ESTRUTURAL EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
A proteção estrutural em situação de incêndio, prevenindo o colapso prematuro de estruturas de
edificações (quer sejam elas em concreto, aço, madeira ou outros métodos construtivos).
CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E
REVESTIMENTO
O controle de materiais de acabamento e revestimento que basicamente estabelecem normativas e
regras para limitar a propagação de chamas e emissão de fumaça dos revestimentos de piso, parede,
forro e cobertura dentro da construção civil.
SISTEMAS DE COMPARTIMENTAÇÃO DE AMBIENTES
Por fim, sistemas de compartimentação de ambientes, tais como as portas corta-fogo, paredes que
resistem a duas horas corta-fogo, sistemas firestop (é uma proteção passiva contra incêndios e têm
como função a vedação de todas as passagens e vãos em paredes) e shafts (abertura vertical na
alvenaria) para passar material elétricos e hidráulicos e lajes.
 
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 Representação de um shaft elétrico.
Basicamente, o objetivo da proteção passiva é confinar o potencial destrutivo de um fogo, sem combatê-
lo ativamente, mas limitando avanço das chamas, calor, fumaça e/ou gases quentes em uma edificação.
Tudo isso contribuirá positivamente para uma evacuação mais segura, menos vítimas fatais e feridos,
um combate mais efetivo e maior preservação do patrimônio.
 ATENÇÃO
Em proteção passiva contra o fogo, nem sempre o conceito é de TRRF (tempo requerido de resistência
ao fogo), existe o conceito de reação ao fogo por exemplo, em que se busca avaliar o comportamento
de determinado material quando exposto ao fogo.
A avaliação de tempo é quando falamos em sistemas que atendem à resistência estrutural em
situação de incêndio (Instrução Técnica – 08/SP) e compartimentação de ambientes (IT-09/SP). Já
para os materiais de revestimento e acabamento (IT-10/SP), a avaliação restringe-se à propagação
de chamas e à densidade óptica de fumaça. Todas essas instruções técnicas se baseiam em normativas
nacionais e internacionais, sendo os resultados classificados em tabela e posteriormente aplicados à
construção civil.
PROTEÇÃO PASSIVA
Para pleno entendimento quanto aos sistemas de proteção passiva, é fundamental que saibamos
algumas definições.
ELEMENTO CORTA-FOGO É AQUELE QUE APRESENTA,
POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES
PROPRIEDADES:
I) INTEGRIDADE MECÂNICA A IMPACTOS (RESISTÊNCIA);
II) IMPEDE A PASSAGEM DAS CHAMAS E DA FUMAÇA
(ESTANQUEIDADE);
III) IMPEDE A PASSAGEM DE CALORIA (ISOLAMENTO
TÉRMICO).
(NPT Nº 09/2014)
Um exemplo prático são as portas corta-fogo presentes nas saídas de emergências.
 
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 Porta corta-fogo
ELEMENTO PARA-CHAMAS É AQUELE QUE APRESENTA,
POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES
PROPRIEDADES:
I) INTEGRIDADE MECÂNICA A IMPACTOS (RESISTÊNCIA)
II) IMPEDE A PASSAGEM DAS CHAMAS E DA FUMAÇA
(ESTANQUEIDADE), NÃO PROPORCIONANDO ISOLAMENTO
TÉRMICO.
(NPT Nº 09/2014)
Um exemplo prático são os envidraçamentos à prova de fogo presentes em algumas edificações.
 
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 Envidraçamentos à prova de fogo.
COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL
Agora, estudaremos os principais elementos divisores da edificação nas orientações verticais e
horizontais, como paredes e portas corta-fogo, aplicações dos vedadores de fogo, as distâncias das
fachadas para uma melhor concepção no combate às chamas.
Sempre que houver exigência de compartimentação horizontal de áreas (compartimentação de uma
área horizontal, com intuito de que haja impedimento da propagação do fogo horizontalmente), deve-se
restringir as áreas dos compartimentos, com os seguintes elementos construtivos ou de vedação:
Paredes
corta-fogo
São barreiras resistentes ao fogo que impedem a propagação do fogo por
determinado período. Os materiais de sua construção devem atender aslegislações locais.
Portas corta-
fogo
Atuam como passagem de um compartimento para outro; porém, quando
fechadas, vedam os compartimentos, impedindo a passagem das chamas, do
calor e da fumaça, por determinado tempo.
Vedadores
corta-fogo
Dispositivo que pode ser fixo ou móvel, que atua vedando aberturas em
planos horizontais ou verticais. Isso faz com que a propagação do incêndio
seja retardada.
Registros
corta-fogo
(dampers)
Registros que, em caso de incêndio, cortam a passagem de gás
automaticamente.
Selos corta-
fogo
São utilizados para isolar lajes, paredes, frestas, portas etc., por onde o fogo
pode se propagar.
Cortina
corta-fogo
Uma cortina de vidro que é fabricada para resistir por quatro horas a um
incêndio que apresente chamas de no máximo 1100°C.
Afastamento
horizontal
entre
aberturas
É o espaçamento horizontal dado entre um ambiente e outro, para instalação
de paredes corta-fogo ou portas corta-fogo.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
CARACTERÍSTICAS DE CONSTRUÇÃO
 
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Para podermos preparar uma edificação para um incêndio, é necessário, durante sua construção, impor
a presença de algumas características.
Veremos agora as principais características das construções, como as paredes e suas propriedades
corta-fogo, critérios das coberturas combustíveis, e os detalhes de aplicações das telhas combustíveis e
translucidas.
De acordo com a Instrução Técnica nº 09/2019 – Compartimentação horizontal e compartimentação
vertical – para os ambientes compartimentados horizontalmente entre si, devem ser exigidos os
seguintes requisitos:
A parede de compartimentação deve ter a propriedade corta-fogo, sendo construída entre o piso e o teto
devidamente vinculada à estrutura do edifício, com reforços estruturais adequados.
No caso de edificações que possuam coberturas combustíveis (telhados), a parede de
compartimentação deve estender-se, no mínimo, 1,0 m acima da linha de cobertura (telhado).
Se as telhas combustíveis, translúcidas ou não, estiverem distanciados pelo menos 2 metros da parede
de compartimentação, não há necessidade de estender a parede 1,0 m acima do telhado.
 
Imagem: Instrução técnica nº 09 / 2019 – São Paulo.
 Afastamento de telhas combustíveis.
Para realizar a instalação de uma parede corta-fogo, é necessário inserir um espaçamento horizontal,
que são aberturas na mesma fachada. A Instrução Técnica n° 09/2019 explica com detalhes os
requisitos para construção dessas aberturas:
As aberturas situadas na mesma fachada, em lados opostos da parede de compartimentação,
devem ser afastadas horizontalmente entre si por trecho de parede com 2,0m de extensão
devidamente consolidada à parede de compartimentação e apresentando a mesma resistência ao
fogo.
A distância mencionada no item anterior pode ser substituída por um prolongamento da parede de
compartimentação, externo à edificação, com extensão mínima de 0,90m.
As aberturas situadas em fachadas ortogonais, pertencentes a áreas de compartimentação
horizonta distintas do edifício devem estar distanciadas 4,0m na projeção horizontal, de forma a
evitar a propagação do incêndio por radiação térmica.
As aberturas situadas em fachadas paralelas, coincidentes ou não, pertencentes a áreas de
compartimentação horizontal distintas dos edifícios situados no mesmo lote ou terreno, devem
estar distanciadas de forma a evitar a propagação do incêndio por radiação térmica.
A tabela a seguir mostra como são projetadas as aberturas para evacuação das edificações em caso de
incêndio. Na primeira linha, por exemplo, vemos que, se a frente da edificação tiver aberturas, como
portas, em que uma dessas portas ocupa uma área referente a 20% de toda a área da parede da
entrada da edificação, as portas devem estar separadas em uma distância máxima (d) de 4 metros.
Vamos observar mais parâmetros na tabela:
Percentagem de orifício de toda a frente Intervalo de compartimentação "d"
Até 20(%) 4 metros
De 21 a 30(%) 5 metros
De 31 a 40(%) 6 metros
De 41 a 50(%) 7 metros
De 51 a 60(%) 8 metros
De 61 a 70(%) 9 metros
Acima de 71(%) 10 metros
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Relação aberturas e distâncias.
Extraída de: Instrução técnica nº 09 / 2019 – Estado de São Paulo.
PONTOS NOTÁVEIS DA NR 23 NA PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIOS
O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio em geral e as
medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes,
construção de paredes corta-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil
circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.
A NR 23 ESTABELECE QUE TODAS AS EMPRESAS DEVERÃO
POSSUIR:
A) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO.
B) SAÍDAS SUFICIENTES PARA A RÁPIDA RETIRADA DO PESSOAL
EM SERVIÇO, EM CASO DE INCÊNDIO.
C) EQUIPAMENTO SUFICIENTE PARA COMBATER O FOGO EM SEU
INÍCIO.
D) PESSOAS ADESTRADAS NO USO CORRETO DESSES
EQUIPAMENTOS.
Você deve estar se perguntando: e o que a NR 23 determina sobre as saídas de emergência?
As saídas de emergência têm seus principais critérios, como: locais, número mínimo de saídas, largura
mínima, sentido de abertura, medidas alternativas quando não há saídas de emergências, sinalização,
descrição dos pisos e escadas das saídas, riscos, entre outros pontos. Essas características ajudam a
concepção das edificações em relação aos dispositivos de saídas de emergência e são abordadas na
NR 23 em seus subitens. Vamos conhecer alguns a seguir.
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Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que
aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso
de emergência.
A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros).
O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho.
As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas
ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se
tenha de percorrer distância maior que 15,00m (quinze metros) nas de risco grande e 30,00m
(trinta metros) nas de risco médio ou pequeno.
As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens
serão bem iluminadas.
Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso,
deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido do da descida.
RISCOS
O risco pequeno é o risco cuja carga de incêndio é de até 300MJ/m². Pode ocorrer em
alojamentos, dormitórios coletivos, banheiros etc.
O risco médio é o risco cuja carga de incêndio se dá entre 300MJ/m² e 120MJ/m². Pode
ocorrer em cinemas, teatros, casas de show, casas, apartamentos etc.
O risco grande é o risco cuja carga de incêndio se dá acima de 1200MJ/m². Essa carga de
incêndio poder ocorrer em locais como postos de gasolina, livrarias, bibliotecas, bancos,
refinarias etc.
GRANDES DESASTRES NO BRASIL
 
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Os acidentes ocorridos no Brasil, como nos edifícios Andraus e Joelma nos anos 1980, ou mesmo na
Boate Kiss, que tanto impactaram famílias e a sociedade em geral, não teriam ocorrido se as medidas
legais e aplicáveis tivessem seguido os corretos procedimentos de prevenção e combate a incêndios e
explosões.
Para finalizar o nosso estudo, vamos conhecer os acidentes ocorridos no Edifício Joelma, Edifício
Andraus e Boate Kiss.
EDIFÍCIO JOELMA
O Edifício Joelma, localizado na avenida paulista na grande São Paulo foi inaugurado em 1971.
Em 1º de fevereiro de 1974, o edifício pegou fogo depois de um curto-circuito no sistema de refrigeração
do Banco Crefisul, que ocupava boa parte do Joelma.
O incêndio teve início no 12º andar do edifício e, em aproximadamente

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