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Aula 4 – Civilização Grega 
 
 
 
 
 
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VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
Um mito acaba por reproduzir valores culturais e sócio-
políticos da sociedade a que se refere, incorporando e fantasiando 
pessoas e situações reais. O poder do minotauro provavelmente 
expressa a hegemonia cretense sobre o mundo grego e o triunfo 
de Teseu sobre o monstro simboliza a nova hegemonia do mundo 
grego , representada por Atenas. 
 
DIVISÃO HISTÓRICA DA GRÉCIA 
De forma didática, a história grega é dividida em quatro grandes 
períodos, a saber: 
• Tempos Homéricos ou Período Micênico; 
• Período Arcaico; 
• Período Clássico; 
• Período Helenístico. 
Tempos Homéricos 
De 1.200 a 800 a.C. o mundo grego passou por uma etapa de 
transição entre o mundo dos palácios e o das cidades que 
floresciam posteriormente. Quatro séculos enigmáticos, chamados 
de “séculos obscuros”. Um período mal conhecido, no qual ocorreu 
o desaparecimento do sistema burocrático, a extinção do comércio 
de longo curso e o abandono da escrita. 
A ausência de documentos escritos confere enorme importância à 
pesquisa arqueológica, que sublinha uma enorme diversidade de 
modos de vida na Grécia. Existiam formas precoces de cidade, 
comunidades agrárias coletivistas, grupos nômades e, quem sabe, 
outros modelos de vida em sociedade. 
De qualquer maneira, os indícios apontam o predomínio de uma 
sociedade agropastoril. Os homens viviam em pequenas células 
agrícolas definidas como genos ou comunidades gentílicas. Nelas 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
prevalecia uma economia coletivizada e a liderança do pater 
(geronte), chefe político e líder religioso. A preservação do passado 
se fazia pela tradição oral, em que poetas, chamados aedos, 
contavam a história por meio da poesia. Para tornar suas narrativas 
mais atraentes aos ouvintes, os aedos as iam ampliando, geração 
após geração. Ninguém na plateia estava preocupado em apurar a 
verdade. O essencial era a beleza e a emoção que a narração 
poderia despertar. 
Durante o século VIII a. C., logo após o período homérico, um 
indivíduo chamado Homero teria reunido essas histórias nas 
epopeias Ilíada e Odisseia (ninguém sabe ao certo se essas 
epopeias foram ambas escritas por Homero). Por trás dessas 
obras, havia séculos a fio de uma poesia até então oral, composta, 
recitada e transmitida pelos aedos sem auxílio de uma palavra 
escrita. 
Esses dois poemas épicos narram a Guerra de Tróia e o regresso 
de Ulisses a Ítaca. 
Na Ilíada é narrado o último ano da guerra, ocorrida séculos antes 
da época de Homero, durante o período micênico, provocada pelo 
rapto de Helena, filha do rei de Esparta, por Páris, príncipe de 
Tróia. Helena era tão bela e tinha tantos pretendentes que seu pai 
promoveu uma grande reunião com todos os interessados e obteve 
um deles um compromisso: qualquer que fosse o escolhido por ela, 
os demais se comprometiam a defender o casal contra as ofensas 
que pudessem sofrer. O escolhido foi Menelau, que assim também 
tornou-se rei de Esparta. 
A vida transcorria até o dia em que Páris conheceu Helena e por 
ela se apaixonou. Não tendo sido um dos preferidos e não estando, 
portanto, amarrado ao compromisso firmado por estes, raptou a 
amada e levou-a para Tróia. 
Agamenon, irmão do ofendido Menelau, convocou todos os antigos 
pretendentes à mão de Helena, lembrou-lhes o pacto de fidelidade 
e organizou a primeira expedição contra Tróia. Foram dez longos 
anos de luta em que a sorte pendeu ora a para um lado, ora para 
outro. Finalmente Ulisses, um guerreiro espartano sem nenhum 
poder extraordinário, a não ser uma cabeça fértil para inventar 
truques e expendientes, criou o estrategema da vitória: um grande 
cavalo de madeira capaz abrigar alguns guerreiros em seu interior. 
Os troianos, que consideravam o cavalo um animal sagrado, 
recolheram o presente deixado diante do portão de suas muralhas, 
acreditando ser um reconhecimento da derrota por parte dos 
gregos, e passaram a noite comemorando a vitória. Os soldados 
escondidos dentro do cavalo aproveitaram a festa para sair, 
incendiar e destruir Tróia. Essa é a origem da expressão “presente 
de grego”. 
Estudos arqueológicos contestam vários episódios narrados na 
Ilíada. As mais recentes escavações feitas no local levaram a 
concluir que Tróia não foi destruída por um incêndio. Há provas 
claras de que o que houve ali foi um terremoto. Diante disso, o 
historiador inglês Moses Finley, falecido em 1986, propôs que se 
retirasse definitivamente a Guerra de Tróia dos livros de História. 
Segundo ele, não há uma só prova consistente de que a guerra 
entre troianos e gregos tenha acontecido. 
Por mais que os historiadores e arqueólogos tentem demonstrar o 
quanto há de verdade e mentira nas epopeias gregas, o que parece 
prevalecer na memória do homem comum é a imagem poética da 
lenda, que tem contornos muito mais fortes do que a realidade. 
Em Homero fica claro que a guerra era um dos valores primordiais 
dos gregos. Rivalizar, competir era o único modo de ser digno dos 
deuses. A excelência humana era conferida principalmente pela 
bravura e habilidade na batalha. O mundo grego considerava a 
violência como algo absolutamente natural e um meio para se 
obterem metais e escravos. O mundo em que vivemos condena 
moralmente a guerra como um meio para se atingir determinado 
objetivo. 
Vemos também na descrição de Homero o germe de uma 
concepção mais ampla da excelência humana: a que une o 
pensamento à ação. Como na esperteza do jovem Ulisses ao usar 
o cavalo de madeira pra vencer os troiano e, consequentemente, a 
guerra. 
Para os mesopotâmios e egípcios, os deuses eram os principais 
responsáveis pelo bem ou pelo mal que advêm aos seres 
humanos. Para Homero, os deuses ainda estão muito envolvidos 
nos negócios do homem, mas o poeta converte o indivíduo numa 
personagem decisiva para os destinos do mundo. 
Os homens homéricos tributam respeito aos deuses, porém 
escolhem seu próprio caminho, chegando às vezes a desafiá-los. 
Buscam seus objetivos e enfrentam seus problemas; os deuses 
podem ajudá-los ou frustrá-los, mas o êxito ou o fracasso só aos 
homens pertence. 
 
O Período Arcaico 
Esse período é marcado pelo aparecimento do escravismo, da 
filosofia (filos: amigo; sofo: saber), o movimento colonizador que 
levou à fundação de colônias gregas ao longo do Mediterrâneo e, 
principalmente , pelo surgimento das cidades-estados. 
Os gregos chamavam de pólis as suas cidades. Política era o 
assunto que dizia respeito aos assuntos coletivos da cidade e do 
exercício da cidadania. O espírito público era tão intenso que os 
gregos chamavam de idiota (idi: cidadão; ota: particular) quem não 
se interessava por política .Eram centenas as cidades gregas, 
todas independente politicamente, contudo as duas cidades mais 
representativas da Grécia são Atenas e Esparta. 
 
A pólis grega 
Pouco a pouco, as cidades-Estados gregas –– definidas como pólis 
ou urbes –– foram surgindo. Essas urbes não têm certidão de 
nascimento. Só as reconhecemos quando já estavam funcionando, 
por volta do final do século IX e no século VIII a.C. Além disso, não 
houve um desenvolvimento simultâneo. 
Cada urbe era independente, tinha as suas próprias instituições e 
frequentemente entrava em atrito com as outras. Sua dimensão era 
pequena; a maioria delas tinha menos de 5 mil cidadãos do sexo 
masculino. Atenas, que era uma grande cidade Estado, contava 
com cerca de 35 mil cidadãos homens; o resto de seus 350 mil 
habitantes era constituído de mulheres, crianças, estrangeiros 
residentes e escravos, nenhum dos quais tinha direitos políticos. 
A pólis amadurecida era uma comunidade com governo próprio que 
expressava a vontade de cidadãos livres, não os desejos de 
deuses, monarcas hereditários ou sacerdotes. A pólis grega 
também nasceu como umainstituição religiosa na qual os cidadãos 
buscavam conservar uma aliança com suas divindades. Mas, 
pouco a pouco, eles reduziram a importância dos deuses na vida 
política e basearam o governo da razão, e não mais nos poderes 
mágicos de governantes divinos. 
A emergência de atitudes racionais não implicava, é claro, o fim da 
religião, especialmente para os camponeses, que permaneciam 
fiéis a seus antigos cultos, deuses e santuários. Nem os dirigentes 
gregos deixavam de consultar presságios e oráculos antes de 
tomar decisões. Cada gesto da vida pública ou da vida privada 
conservava uma dimensão sagrada. 
A tradição mítico-religiosa jamais desapareceu na Grécia, mas 
coexistiu com crescente racionalismo. Quando a civilização 
ateniense atingiu seu apogeu, em meados do século V a.C., a 
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religião já não era um fator dominante na política. O que tornou a 
vida política grega diferente da de civilizações primitivas, e lhe 
conferiu um significado duradouro, foi a capacidade dos gregos de, 
aos poucos, compreender que os problemas da comunidade são 
provocados pelos seres humanos e exigem soluções humanas. 
Assim, eles chegaram a entender que a lei é uma conquista da 
mente racional mais do que algo imposto pelos deuses. 
 
Tempos Homéricos 
Homero foi um poeta cego da região da Jônia; Provavelmente trata-
se de uma personagem mitológica contudo os gregos atribuem a 
ele as duas principais obras literárias que retratam este período: 
“Ilíada” e “Odisseia”. A Ilíada narra a guerra de Tróia travada entre 
gregos e troianos, motivada pelo rapto de Helena (mulher de 
Menelau, general espartano) por Páris, general troiano. As cidades 
gregas se aliaram e fizeram um cerco a Tróia, que resistiu por um 
período de dez anos. Tróia só caiu quando os gregos ofereceram 
um “presente” em forma de um enorme cavalo de madeira que, ao 
ser levado para o interior de Tróia, continha vários soldados gregos 
que abriram as fortalezas troianas possibilitando a ocupação militar 
da Grécia. A Odisseia, por sua vez, narra as aventuras do retorno 
do herói grego Ulisses, rei de Ìtaca, após ter lutado na Guerra de 
Tróia. Os monstros enfrentados na longa travessia e o reencontro 
de Ulisses com a rainha Penélope tornam esta leitura mitológica 
fascinante. 
O confronto das obras de Homero com um profundo resgate 
arqueológico conduzem os historiadores à conclusão que a Grécia 
foi palco de sucessivas invasões de quatro povos principais: 
• Aqueus: São os fundadores de Micenas (+ ou – 2000 a.C.). 
Após conquistarem Creta absorveram parte da sua cultura, dando 
origem à civilização Creto-Micênica. 
• Jônios: São os fundadores de Atenas (+ ou – 1700 a.C.). 
Realizaram ainda um expansionismo imperialista pela Ásia Menor, 
fundando várias cidades como Mileto, Éfeso, Esmirra, entre outras. 
• Eólios: São os fundadores de Tebas (+ ou – 1700 a. C.). Ao 
invés de terem destruído a civilização Creto-Micênica, se 
integraram a ela. 
• Dórios: São os fundadores de Esparta (+ ou – 1200 a.C.). 
Guerreiros violentos, realizaram invasões e dominações sobre 
cretenses e micênicos. 
 
Durante o período Homérico a Grécia estava dividida em diversas 
organizações familiares chamadas genos. A base produtiva era a 
agricultura e a pecuária. O trabalho era coletivo e a produção era 
repartida igualitariamente, uma vez que neste período não existia 
nem propriedade privada nem estratificação social. 
Cada geno era liderado por geronte, membro mais velho da 
comunidade, que era simultaneamente chefe religioso e político. As 
reuniões de genos aconteciam na acrópole, ponto mais elevado da 
comunidade , e ocorriam por razões religiosas ou militares. 
O final do Período Homérico é marcado pela desintegração da 
comunidade gentílica. O crescimento demográfico e a pobreza do 
solo provocaram uma crise que conduziu a desagregação dos 
genos e o aparecimento das cidades-estados. 
 
ESPARTA: Uma cidade em estado de guerra 
Fundada pelos primitivos invasores dórios e localizada no interior 
da Grécia, em uma região chamada de Lacônia, Esparta era um 
verdadeiro acampamento militar. A sociedade espartana era 
conservadora e xenófoba, dividida em três classes básicas: 
• Espartanos ou esparciatas: dedicados exclusivamente as 
atividades militares, compunham a classe dominante. 
• Periecos: estrangeiros, não gozavam de participação política. 
• Hilotas: os servos do Estado, viviam uma situação de absoluta 
exploração. 
Os hilotas, por constituírem uma maioria oprimida, estavam em 
constante estado de revolta. Isso ajuda a compreender o 
militarismo dos espartanos, sempre em estado de alerta para 
sufocar as rebeliões dos hilotas, submetidos frequentemente aos 
kryptios, extermínio do excedente populacional hilota. 
O conservadorismo de Esparta era tão intenso que a elaboração da 
sua única Constituição foi atribuída a um legislador provavelmente 
mitológico, chamado Licurgo. 
Quando nascia uma criança em Esparta, os anciãos se reuniam no 
alto de um abismo e a examinavam. Se fosse forte, deixavam-na 
viver, se fraca, lançavam-na no abismo. Julgavam que a vida é uma 
guerra e quem não tivesse força para enfrentá-la não merecia viver 
A educação espartana era rigorosa e voltada para preparar 
guerreiros. Ser lacônico implicava em ouvir mais e falar menos não 
fornecendo informações da cidade se, por acaso, fosse feito 
prisioneiro. 
A mulher espartana gozava de certa liberdade. Deveria ser forte e 
saudável para gerar bons guerreiros para Esparta, era educada em 
igualdade de condição com os homens, participava dos jogos e 
chegava a ocupar cargos públicos em períodos de guerra. 
A estrutura política de Esparta era constituída dos seguintes 
órgãos: 
• Gerúsia: Conselho de anciãos formado por 28 membros com 
mais de 60 anos. 
• Éforos: Poder Executivo, formado por cinco espartanos com mais 
de 30 anos. 
• Diarquia: Dois reis; um tratava de assuntos religiosos, enquanto 
outro cuidava de assuntos militares. 
• Apela: Assembleia popular, dela participavam todos os cidadãos 
espartanos. 
 
ATENAS: a educadora da hélade 
A cidade de Atenas localizava-se na Ática, península do sudeste 
grego. Apesar do solo pouco fértil, os atenienses cultivaram oliva, a 
vinha e diversos cereais. Contudo, a base econômica era o 
comércio marítimo e a estrutura produtiva era baseada na 
exploração do braço escravo. 
A origem mitológica de Atenas é atribuída ao herói Teseu, porém a 
origem da cidade deve ser atribuída à desintegração da 
comunidade gentílica e ao processo de cinecismo. 
A sociedade era dividida em três classes básicas: eupátridas, 
cidadãos atenienses possuidores de direitos políticos; metecos, 
estrangeiros excluídos da cidadania, pagavam impostos, serviam 
ao exército e dedicavam-se ao comércio e ao artesanato; 
escravos, que constituíam a imensa maioria da população. 
O grande legado ateniense foi o desenvolvimento da democracia, 
que era direta, escravista, militarista e imperialista. Todos os 
cidadãos se reuniam na eclésia (assembleia popular) para decidir 
os destinos da cidade. Vale destacar que a democracia ateniense 
era restrita aos cidadãos, ou seja, indivíduos adultos, do sexo 
masculino, filhos de pais atenienses e nascidos em Atenas. Assim 
mulheres, estrangeiros, escravos e crianças não gozavam da 
cidadania. 
A sociedade ateniense era patriarcal e foi organizada para o mundo 
masculino. As mulheres de Atenas, confinadas ao gineceu – um 
espaço restrito as mulheres (os homens autorizados a entrarem 
neste espaço eram o pai, o marido, o filho, o irmão, o tio, ou seja, 
todos ligados à mulher por laços de parentesco) - eram preparadas 
para a vida doméstica e a submissão aos homens. 
 
 
 
 
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EVOLUÇÃO POLÍTICA DE ATENAS 
Originalmente Atenas foi uma Monarquia governadapor um rei 
chamado basileu. Aos poucos o poder foi transferido para os chefes 
das principais famílias, os eupátridas. Assim a monarquia foi 
substituída por uma oligarquia. Os nobres reuniam-se num 
conselho chamado Areópago. Mais tarde, o Arcontado, composto 
por nove arcontes , substituiu o rei nas funções executivas. Alguns 
arcontes importantes eram o Epônimo (administração), Basileu 
(religião), Polemarca (militarismo) e Temostetas (justiça). 
O poder oligárquico beneficiava os aristocratas em detrimento das 
camadas populares, provocando insatisfação e revoltas sociais. 
Diante deste quadro crítico surgiram os reformadores ou 
legisladores, de importância vital para Atenas, a saber: 
• Drácon: Arconte eupátrida, estabeleceu as primeiras leis escritas 
de Atenas acabando assim com o Direito Consuetudinário. Suas 
leis eram rigorosas e conservavam os privilégios dos aristocratas, 
não alterando a situação social das classes subalternas. O quadro 
crítico continuava, era preciso novas leis. 
• Sólon: Eupátrida de nascimento e comerciante de profissão, 
estabeleceu leis de cunho mais social decretando a seisachtéia (fim 
da escravidão por dívidas), devolução de terras confiscadas pelos 
eupátridas e o princípio da eunomia com a igualdade de todos 
diante das leis. 
No plano político, Sólon dividiu a sociedade em quatro classes de 
acordo com a renda dos cidadãos (censitarismo). As reformas de 
Sólon não pacificaram Atenas. O quadro de tensão social 
continuava, favorecendo o aparecimento de tiranos, indivíduos que 
governavam com poderes totais e forte apoio popular. O primeiro 
tirano, Pisístrato, governou Atenas por 19 anos, realizando várias 
reformas com forte conteúdo social, a exemplo da reforma agrária. 
Os governos dos filhos de Psístrato não tiveram o mesmo sucesso 
do pai. Hiparco acabou assassinado e Hípias radicalizou a tirania, 
provocando forte convulsão social. Acabou derrubado por um 
aristocrata, Clístenes, com apoio das camadas média e popular. 
• Clístenes: Considerado o “pai da Democracia ateniense”, 
Clístenes adotou importantes medidas como a extensão dos 
direitos políticos a todos os cidadãos, participação direta dos 
cidadãos no governo, divisão da Ática em cem distritos chamados 
demos. Cada dez demos formava uma tribo, esta divisão gerou o 
Conselho dos Quinhentos. Principalmente, Clístenes implantou o 
ostracismo, que para proteger a democracia contra os tiranos, 
consistia num exílio desonroso por dez anos para qualquer pessoa 
considerada nociva para a democracia. 
• Péricles: Sob o seu governo, Atenas atingiu o apogeu da 
democracia escravista e ocorreu ainda um notável florescimento 
das artes, da literatura, do teatro e da filosofia. Isso tudo ocorreu já 
no período clássico da história grega. 
 
 
Pintura grega, século V a.C. 
LEITURA COMPLEMENTAR 1 
 
Ciência e escravidão 
Numa sociedade em que o trabalho manual é humilhante e tido 
como apropriado apenas para os escravos, o método experimental 
não prospera. Foi o que fez com que a ciência grega apresentasse 
vários erros que o método experimental poderia resolver. Por 
exemplo: apesar de não podermos ver na escuridão total, eles 
acreditavam que a visão depende de uma espécie de radar que 
emana no olho, ricocheteia no que estamos vendo e retorna ao 
globo ocular. 
 
O mecanismo da visão foi melhor compreendido com a possibilidade do 
estudo da anatomia. 
 
Voto feminino na democracia contemporânea 
Em 1848, a Convenção dos Direitos Femininos, realizada em Nova 
Iorque, publicou a “Declaração de Sentimentos”, na qual defendia o 
direito de voto para as mulheres. Nas ruas, enquanto eram 
agredidas com frutas podres, elas gritavam: “Homens, seus direitos 
e nada mais! A imprensa, tomada de conservadorismo, ou as 
insultou ou as ignorou. Como frequentemente ocorre, a mudança 
de mentalidade é lenta e apenas em 1920 as mulheres norte-
americanas conquistaram o direito de voto. 
No Brasil, o movimento organizado em defesa do voto feminino 
surgiu em 1922, quando foi fundada a Federação Brasileira pelo 
Progresso Feminino, no Rio de Janeiro. Em 1928, o estado do Rio 
Grande do Norte passou a permitir o voto e a candidatura de 
mulheres. Anos mais tarde, em 1931, foi criada a Cruzada 
Feminista Brasileira, engrossando as reivindicações pela 
participação das mulheres no processo político nacional. Em 1932, 
o governo federal estabeleceu as novas regras eleitorais que iriam 
nortear a política no país. Pela primeira vez as mulheres poderiam 
votar e candidatar-se. Em 1934, tomava posse a primeira deputada 
federal, Carlota Pereira de Queirós, eleita por São Paulo. 
 
O PERÍODO CLÁSSICO 
O período clássico foi simultaneamente o apogeu e o início da 
decadência grega. As maiores manifestações culturais do gênio 
grego ocorreram no século V a.C. ( o século de ouro ou século de 
Péricles ). Os gregos mostraram sua força militar ao derrotarem os 
persas nas Guerras Médicas. Contudo mostraram também sua 
fragilidade nas lutas internas entre suas cidades Estados ( Guerra 
do Peloponeso), que prepararam terreno para a invasão 
macedônica, pondo fim à autonomia grega. 
 
As Guerras Médicas 
As guerras médicas ou greco pérsicas ocorreram devido aos 
choques de imperialismo nas disputas por áreas orientais do 
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Mediterrâneo. O início do conflito ocorreu quando o imperador 
persa Dário l atacou as cidades gregas de Mileto, Éfeso e as ilhas 
de Samos e Lesbos. Atenas enviou, então, navios e tropas para 
auxiliá-las .Ainda assim os persas saíram vitoriosos. Este primeiro 
triunfo animou os persas que atacaram a Grécia continental dando 
início as Guerras Médicas. 
Em 490 a.C., uma expedição persa enviada por Dario e liderada 
por Mardônio foi derrotada pelas tropas atenienses comandadas 
por Milcíades na célebre batalha de Maratona. 
Temendo um novo ataque, os atenienses reforçaram sua marinha e 
com o auxílio das outras cidades gregas criaram uma simaquia 
(aliança defensiva). Quando ocorreu a segunda ofensiva persa, 
comandada pelo filho e sucessor de Dario, Xerxes, os gregos 
estavam preparados e saíram vitoriosos na batalha naval de 
Salamina. Os persas sofreram sua definitiva derrota em 
Eurimedonte e acabaram por reconhecer a derrota pelo Tratado de 
Calias, dando aos gregos a supremacia sobre o mar Egeu. 
 
 
Vista do Partenon, nas ruínas da Acrópole de Atenas. 
 
A HEGEMONIA ATENIENSE 
Atenas foi a mais importante força militar grega nas guerras 
médicas e acabou por se tornar na cidade mais rica e poderosa da 
Grécia. Durante as guerras contra os persas, surgiu a Liga de 
Delos, uma aliança militar naval hegemonizada por Atenas. Com o 
final da guerra, a liga transformou-se em um instrumento de poder 
ateniense. Os impostos pagos pelas diversas cidades eram 
desviados para Atenas, a moeda ateniense foi imposta para as 
cidades. Revoltas contra essa supremacia eram sufocadas como 
as de Naxos e Tasos. A grande aliança contra os persas acabou 
por se transformar em um instrumento da opulência de Atenas. 
Os tributos pagos pelas cidades gregas favoreciam o “milagre 
ateniense”. Obras públicas e palácios foram erguidos, surgiram 
grandes historiadores como Heródoto, geniais filósofos como 
Sócrates, teatrólogos como Sófocles e artistas e arquitetos como 
Fídias e Miron. A democracia escravista atingia o seu apogeu e 
Atenas transformava-se na “educadora da hélade”. 
 
A Guerra do Peloponeso 
Várias outras cidades gregas não aceitavam a supremacia 
ateniense e, temendo o crescente poderio da cidade de Péricles, as 
cidades de Corinto, Megara e principalmente Esparta, criaram a 
Liga do Peloponeso. Estava plantada a semente de uma guerra 
civil que acabaria por significar a decadência do mundo grego: A 
Guerra do Peloponeso. 
O temor da supremacia ateniense era tamanho que até o império 
persa auxiliou Esparta, enviando ouro e prata à Liga do 
Peloponeso. 
 
As Guerras do Peloponesoacabaram com o imperialismo ateniense, que 
deu lugar à hegemonia espartana. 
 
Não se pode reduzir este conflito ao aspecto econômico, é 
necessário observar ainda o seu caráter político e cultural expresso 
nas profundas diferenças e rivalidades entre o universo ateniense e 
o modelo espartano. 
A Guerra do Peloponeso durou 27 anos (431 a 404 a.C.). Foram 
anos não apenas de guerra, mas também de peste e destruição 
comercial. É claro que em meio a esse estado caótico a 
democracia ateniense desmoronou. 
Ao final do conflito Atenas saiu destruída, sua frota naval foi 
aniquilada e a vitoriosa Esparta passou a estender a sua 
hegemonia para outras cidades gregas. Esparta também, 
obviamente, saiu fragilizada da guerra e acabou perdendo a 
supremacia do mundo grego (pouco tempo depois) para Tebas. 
O resultado desta guerra é um saldo de nenhum vencedor, só de 
derrotados. A guerra foi o suicídio político das cidades gregas que, 
enfraquecidas militarmente, acabaram caindo sob o jugo da 
dominação macedônia. 
 
O PERÍODO HELENÍSTICO 
O Período Helenístico corresponde ao período da supremacia 
macedônia sobre os gregos. Tidos como bárbaros pelos gregos, os 
macedônios eram um povo indo-europeu que se habitavam a 
região montanhosa ao norte da Grécia. A Macedônia não possuía 
litoral, dificultando assim sua economia. No governo de Felipe II 
este império progrediu econômica e militarmente e, aproveitando-se 
da fragilidade do outrora poderoso mundo grego, invadiu e 
conquistou as cidades gregas (batalha de Queronéia). 
Felipe II planejava construir uma liga greco macedônia contra o 
império persa que, mais uma vez, ameaçava o mundo grego. 
Acabou assassinado. Seu sucessor foi seu filho Alexandre Magno, 
que comandou o apogeu do mundo macedônico. 
Alexandre, “o grande”, estendeu suas fronteiras, sufocou rebeliões 
e atingiu até o Oriente. O Império persa foi derrotado, o Egito foi 
conquistado e lá Alexandre foi consagrado faraó, tendo fundado 
uma cidade chamada Alexandria, famosa pelo magnífico farol e por 
uma notável biblioteca. As conquistas militares de Alexandre 
Magno no Oriente deram origem à chamada cultura helenística, 
que corresponde à fusão dos padrões culturais gregos com 
padrões orientais. 
Alexandre morreu aos 33 anos sem deixar herdeiros assim o 
império macedônico acabou dividido entre os seus principais 
generais. O império macedônico, outrora tão poderoso, agora 
estava dividido e em constante conflito, onde cada parte 
reivindicava ser a legítima herdeira do império alexandrino. Estas 
disputas internas abriram terreno para a dominação de um novo 
grande império, o romano. 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
CULTURA GREGA 
Religião 
A religião grega era politeísta e antropomórfica . Os vários deuses 
gregos habitavam o Monte Olimpo, possuindo virtudes, defeitos e 
características humanas. Para os gregos o homem não era servo 
de Deus, sua religião não se baseava na ideia de um pecado 
original , um messias salvador dos homens ou um paraíso após a 
morte corpórea. Ao contrário da tradição hebraico cristã, os deuses 
é que foram feitos à imagem e semelhança dos homens. 
Um dos raros cultos era o de caráter familiar, o que gerou uma 
certa unidade religiosa entre os gregos. A esperança em um futuro 
melhor fez os gregos acreditarem em Oráculos, sendo o mais 
importante era o de Delfos. Lá o deus Apolo falava pela boca de 
uma pitonisa (sacerdotisa). Acreditava-se que a própria fumaça 
tóxica dos vulcões submersos influenciava este jogo de 
adivinhação e alucinação. 
O culto aos deuses gregos gerou os Jogos Olímpicos, competições 
esportivas e culturais realizados a cada quatro anos na cidade de 
Olímpia. As Olimpíadas eram os jogos da paz, pois enquanto 
estivessem sendo realizados os jogos não ocorriam guerras na 
Grécia. 
 
Artes 
Os gregos desenvolveram praticamente todas as vertentes 
artísticas, com destaque especial na arquitetura e escultura, 
caracterizadas pela simplicidade, equilíbrio de formas, leveza do 
conjunto e harmonia entre as partes. 
Na escultura sobressaem-se o Discóbulo, de Miron, e o Hermes 
com Dionísio menino, de Praxíteles. As maiores manifestações 
arquitetônicas gregas encontram-se na Acrópole com destaque 
para o Partenon e Erecteion. São três os estilos arquitetônicos 
gregos: dórico (simples com apenas uma placa de mármore), jônico 
(com traços elegantes e adorno em espiral) e coríntio (rico em 
detalhes, tem a forma de um sino invertido envolvido em folhas de 
acanto). 
 
 
Coluna dórica, 
simples e sóbria 
Coluna jônica, 
elegante e trabalhada 
Coluna corintia, 
exuberante e 
rebuscada 
 
Medicina 
Os egípcios foram os primeiros a realizar cirurgias cranianas. 
Contudo, foi entre os gregos que a Medicina apareceu despida de 
misticismos ou dogmatismos. Destaque para Hipócrates (“o pai da 
Medicina”) que, por exemplo, afirmou que os ataques epiléticos 
derivavam de uma disfunção cerebral - e não da ira dos deuses 
sobre os homens. 
 
Literatura 
A poesia foi o primeiro gênero literário grego, com destaque para 
Homero (“Ilíada” e a “Odisseia”) e Hesíodo, que na obra “Teogonia” 
descreve a vida dos deuses gregos. 
O Teatro grego surgia nas festas dionisíacas e se dividia em duas 
vertentes: 
• Tragédia: Ésquilo (“Os persas”, “Prometeu acorrentado”), Sófocles 
(“Édipo Rei” e “Antígona”) e Eurípedes (“Alceste” e “Mulheres 
troianas”). 
• Comédia: Aristófanes (“Os cavaleiros” e “As nuvens”). 
 
Oratória 
A capacidade da eloquência e do convencimento através da 
retórica e da persuasão era bastante valorizada entre os gregos. 
Destaque para dois grandes oradores: Demóstenes, autor de 
“Filípicas”, e Péricles. 
 
Ciências 
Os gregos concebiam a ciência como vertente da filosofia e se 
destacaram na Matemática através de Tales de Mileto e Euclides; 
Astronomia, com Aristarco de Samos que antecipou o pensamento 
de Copérnico e Física com Arquimedes que elucidou o princípio da 
alavanca e elaborou diversos tratados sobre os princípios básicos 
da Hidrostática. 
 
Filosofia 
A Grécia é o berço da razão antropocêntrica. Na busca incansável 
de desvendar os mistérios do homem e do mundo, os gregos 
elaboraram um culto à razão e ao saber despido do misticismo dos 
povos orientais. 
Um dos precursores do pensamento filosófico foi Tales, que 
possuía uma preocupação metafísica de descobrir o elemento 
gerador de todas as coisas, este elemento básico seria a água. Da 
escola de Mileto merecem destaque ainda Anaxímenes, para quem 
o elemento básico seria o ar, e Anaximandro, para quem o 
elemento básico seria a matéria. 
Já no século VI a.C. surgiu a Escola Pitagórica, fundada por 
Pitágoras, que considerava o número a essência de todas as 
coisas. 
A Escola de Eléia, baseada em Parmênides e Heráclito, afirmava a 
mutabilidade de todas as coisas, dando origem ao pensamento 
dialético. 
A Escola Atomista de Demócrito defendia a tese de que o átomo 
era o elemento gerador e explicador de tudo. 
A Escola Sofista negava a existência de uma verdade eterna e 
imutável. Para essa corrente “a verdade é filha do seu tempo” ou 
ainda “o homem é a justa medida de todas as coisas”. Os sofistas, 
a exemplo de Protágoras e Górgias, defendiam o humanismo e o 
relativismo filosófico, enfatizando a retórica e comercializando o seu 
saber. Acabaram definidos por seus opositores como mercenários 
e enganadores. 
Sócrates foi o maior adversário dos sofistas. Defensor da virtude e 
da moral, elaborou a maiêutica, método de reflexão filosófica 
baseadas em constantes indagações. Aos discípulos não fornecia 
respostas acabadas, pois acreditava que “mestre não é aquele que 
ensina e sim aquele que desperta no discípulo o amor ao 
conhecimento” ou ainda “conhece-te a ti mesmo”. Sem jamais ter 
escrito um livro sequer, Sócrates influenciou um sem número de 
pensadores, acabou condenado à morte com cicuta (veneno), sob 
a acusação de corromper a juventude.“Jesus e Sócrates foram consideradas pessoas enigmáticas no 
tempo que viveram. Nenhum dos dois deixou qualquer registro 
escrito de suas ideias. Assim não nos resta outra saída senão 
confiar na imagem deles que nos foi legada pelos seus discípulos. 
Uma coisa, porém, é certa : ambos eram mestres na retórica. Além 
disso, ambos tinham tanta autoconfiança no que diziam, que

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