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Aula 3 - Trovadorismo 19 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Nuno Fernandes Torneol Cantiga de Amigo Ergue-te, amigo, que dormes nas manhãs frias! Todas as aves do mundo, de amor, diziam: Alegre eu ando! Ergue-te, amigo, que dormes nas manhãs claras! Todas as aves do mundo, de amor, diziam: Alegre eu ando! Todas as aves do mundo, de amor, diziam; Do meu amor e do teu se lembrariam: Alegre eu ando! Todas as aves do mundo, de amor, cantavam; Do meu amor e do teu se recordavam: Alegre eu ando! Do meu amor e do teu se lembrariam; Tu lhes tolheste os ramos em que eu as via: Alegre eu ando! Do meu amor e do teu se recordavam; Tu lhes tolheste os ramos em que pousavam: Alegre eu ando! Tu lhes tolheste os ramos em que eu as via; E lhes secaste as fontes em que bebiam: Alegre eu ando! Tu lhes tolheste os ramos em que pousavam; E lhes secaste as fontes que as refrescavam: Alegre eu ando! Nuno Fernandes Torneol 1.4) CANTIGAS SATÍRICAS As cantigas satíricas apresentavam críticas ao comportamento social, difamavam alguns nobres ou denunciavam as damas que não cumpriam seu papel no jogo do amor cortês. Dividem-se em Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer. a) Cantigas de Escárnio Nas cantigas de escárnio o trovador faz uma crítica a alguém por meio de ironias, de palavras de duplo sentido, de trocadilhos, portanto, a crítica é indireta. b) Cantigas de Maldizer Nas cantigas de maldizer, as críticas são feitas de modo direto, explícito, muitas vezes identificando a pessoa satirizada. A linguagem costuma ser vulgar, ofensiva; e os textos tratam de indiscrições amorosas de nobres e de membros do clero. Cantiga de Escárnio Ai, dona fea! Foste-vos queixar que vos nunca louv'en meu trobar; mas ora quero fazer um cantar en que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! Ai, dona fea! Se Deus me pardon! pois avedes [a] tan gran coraçon que vos eu loe, en esta razon vos quero já loar toda via; e vedes qual será a loaçon: dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei en meu trobar, pero muito trobei; mais ora já un bon cantar farei, en que vos loarei toda via; e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia! Cantiga de Escárnio Ai, senhora feia, foste-vos queixar porque nunca vos louvo em minhas cantigas mas agora quero fazer um cantar em que vos louvarei, todavia; e vede como vos quero louvar: senhora feia, velha e louca.! Senhora feia, assim Deus me perdoe, pois tendes tão bom coração que eu vos louvo, e por esta razão eu vos quero louvar, todavia; e vede qual será a louvação: senhora feia, velha e louca! Senhora feia, eu nunca vos louvei em meu trovar, mas muito já trovei; entretanto, farei agora um bom cantar em que eu todavia vos louvarei: e vos direi como louvarei: senhora feia, velha e louca! HUMANISMO E RENASCIMENTO CULTURAL 1.5) O HUMANISMO “Desde o fim do século XIV, na Itália, um grande número de homens cultos, os humanistas (da palavra latina humanus, polido, culto), apaixonou-se pela recordação da Antiguidade Greco- Latina.” (GIRARDET, R e JAILLET, P.) Assim, dá-se o nome de Humanismo a esse movimento de glorificação do homem como centro e medida de todas as coisas, aliado a um movimento intelectual de valorização da Antiguidade Clássica. O Humanismo foi um movimento intelectual e artístico, surgido na Itália no século XIV, que alcançou seu estado pleno durante o Renascimento Cultural. Os humanistas rejeitavam a visão teocêntrica do mundo e os valores medievais, estabelecendo, então, uma visão antropocêntrica. 20 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) 1.6) RENASCIMENTO CULTURAL O termo Renascimento é utilizado para englobar o florescimento artístico, cultural, científico e político ocorrido na Europa, principalmente entre os séculos XV e XVI. “Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável, na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais.” Hamlet, William Shakespeare A frase de Hamlet traduz perfeitamente o Antropocentrismo que norteou o pensamento humano na época do Renascimento. O rígido teocentrismo medieval, que centrava suas atenções na relação Deus-Homem, foi substituído pela glorificação do Ser Humano, pela relação Homem-Natureza. Para que isso ocorresse, foram necessárias transformações estruturais associadas ao Absolutismo e ao crescimento da burguesia. Enriquecida com o comércio, a burguesia procurou se firmar socialmente, se opondo aos valores projetados pela Igreja e pela nobreza feudal, difundindo seus valores através das artes, das letras e das ciências, que seguiam concepções racionalistas, individualistas, pagãs e antropocêntricas. Da mesma forma, a política de centralização monárquica levou diversos soberanos a estimular a produção artística e literária, visando à promoção pessoal e à atração de partidários para o absolutismo. 1.6.1) Principais características do Renascimento: O Renascimento significou uma nova arte, novas mentalidades e formas de ver, pensar e representar o mundo e os humanos. - antropocentrismo (o homem como centro do universo): valorização do homem como ser racional e como a mais bela e perfeita obra da natureza; - otimismo: os renascentistas tinham uma atitude positiva diante do mundo – acreditavam no progresso e na capacidade humana e apreciavam a beleza do mundo tentando captá-la em suas obras de arte; - racionalismo: contrapondo-se à cultura medieval, que era baseada na autoridade divina, os renascentistas valorizavam a razão humana como base do conhecimento. O saber como fruto da observação e da experiência das leis que governam o mundo. 1.6.2) Características gerais da Arte Renascentista: * Racionalidade e Rigor Científico O Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci * Antropocentrismo e Hedonismo Davi, Michelangelo * Ideal Humanista - Resgate dos valores Clássicos Idade Média Renascimento Teocentrismo Antropocentrismo Homem como ser submisso e pecador; Homem como criação divina, perfeita, dotada de razão / Hedonismo; Deus como única fonte de conhecimento verdadeiro; A natureza como fonte de conhecimento; Domínio cultural da Igreja. Resgate dos Valores da Antiguidade clássica. Aula 3 - Trovadorismo 21 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Escola de Atenas, Rafael Sanzio * Paganismo O nascimento de Vênus – Botticelli 1.7) GIL VICENTE Gil Vicente é considerado o primeiro dramaturgo português. Em suas peças, faz um retrato, muitas vezes satírico, da sociedade portuguesa do seu tempo, contribuindo para que tenhamos um registro dos hábitos, costumes e valores de toda uma galeria de tipos humanos: reis, cavaleiros, clérigos e camponeses, todos estão retratados. Apesar de ser frequentador da corte e de muitas de suas peças terem sido escritas para entreter reis e nobres, Gil Vicente não se priva de criticar os hábitos imorais da nobreza. Sem fazer distinção entre as classes sociais, o autor expõe em cena os vícios e vaidades de ricos e pobres, de nobres e plebeus; censura a hipocrisia dos frades que não fazem aquilo que pregam; denuncia a exploração do povo, seja por juízes ou por sapateiros; ridiculariza os supersticiosos, os velhos luxuriosos e as alcoviteiras. *Para Gil Vicente suas peças não tinham apenas o objetivo de divertir e entreter, mas de moralizar, destacando os defeitos e os vícios de uma sociedade em transformação, cada vez mais materialista, corrupta e distantedos ensinamentos divinos. 1.7.1) CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PEÇAS DE GIL VICENTE - Caráter popular; - Linguagem rica e variada das personagens, de acordo com sua origem e posição social; - Profunda crítica social; - Personagens Tipo; - Personagens que simbolizam um valor ou um comportamento humano; - Presença de alegorias (o agiota, no Auto da Barca do Inferno, carrega consigo, mesmo depois de morto, uma bolsa de moedas representando sua ganância); - Teor moralizante; - A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos simples; - O teatro de Gil Vicente o padrão estabelecido pelo teatro clássico (Grego e Romano); - A ideologia das obras apresentam o confronto entre a idade Média e o Renascimento - Teocentrismo X Antropocentrismo. 1.7.2) A obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em: - Autos pastoris: peças teatrais de assunto religioso, como o Auto pastoril português, ou profano, como o Auto pastoril da Serra da Estrela. - Autos de Moralidade: Tinham a finalidade de moralizar e difundir a fé cristã. Suas obras mais célebres pertencem a essa categoria, como a Trilogia das Barcas (Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca da Glória e Auto da Barca do purgatório); Auto da Feira. - Farsas: são peças críticas, de teor cômico, de um só ato, com enredo curto e poucas personagens, extraídas do cotidiano, desenvolvem-se em torno de problemas sociais. As farças mais famosas são a Farsa do Velho da Horta, que satiriza a paixão de um velho casado por uma virgem, e a Farsa de Inês Pereira, que retrata a história de uma jovem que pretende ascender socialmente por meio do casamento. Auto da Lusitânia (Gil Vicente - 1465? - 1536?) Estão em cena os personagens "Todo o Mundo" (um rico mercador) e "Ninguém" (um homem vestido como pobre). Além deles, participam da cena dois diabos, Berzebu e Dinato, que escutam os diálogos dos primeiros, comentando-os, e anotando- os. Ninguém para Todo o Mundo: E agora que buscas lá? Todo o Mundo: Busco honra muito grande. Ninguém: E eu virtude, que Deus mande que tope co ela já. Berzebu para Dinato: Outra adição nos acude: Escreve aí, a fundo, que busca honra Todo o Mundo, e Ninguém busca virtude. Ninguém para Todo o Mundo: Buscas outro mor bem qu'esse? Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse. Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse. Berzebu para Dinato: Escreve mais. Dinato: Que tens sabido? Berzebu: Que quer em extremo grado Todo o Mundo ser louvado, e Ninguém ser repreendido. Ninguém para Todo o Mundo: Buscas mais, amigo meu? Todo o Mundo: Busco a vida e quem ma dê. Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu. Berzebu para Dinato: Escreve lá outra sorte. Dinato: Que sorte? Berzebu: Muito garrida: Todo o Mundo busca a vida, e Ninguém conhece a morte. (Antologia do Teatro de Gil Vicente) 22 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 (Mackenzie 98) Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas. b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. c) pode ser dividida em lírica e satírica. d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal. e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino. Questão 02 (G1 - ifsp 2016) Assinale a alternativa correta no que se refere às cantigas de amor trovadorescas. a) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino lamenta a ausência da mulher amada, que lhe é indiferente e que, por mais que seja vista por ele como superior, pertence às classes populares. b) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino manifesta insistentemente a coita, isto é, o sofrimento de amor, repleto de impulsos eróticos que lhe laceram o corpo e que conferem aos poemas uma aura sardônica. c) Nas cantigas de amor, o eu lírico feminino manifesta a falta que sente do amigo – isto é, do homem amado – invocando-o por meio de composições de matriz popular que se caracterizam por construções paralelísticas. d) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino confessa a coita, isto é, o sofrimento amoroso por uma dama que lhe é inacessível devido à diferença social que existe entre ele e ela. e) Nas cantigas de amor, a distância social existente entre o eu lírico masculino e a mulher amada a quem ele se dirige permite entrever que já grassava na sociedade portuguesa a ascensão social pelo trabalho. Questão 03 (Ueg 2015) Senhora, que bem pareceis! Se de mim vos recordásseis que do mal que me fazeis me fizésseis correção, quem dera, senhora, então que eu vos visse e agradasse. Ó formosura sem falha que nunca um homem viu tanto para o meu mal e meu quebranto! Senhora, que Deus vos valha! Por quanto tenho penado seja eu recompensado vendo-vos só um instante. De vossa grande beleza da qual esperei um dia grande bem e alegria, só me vem mal e tristeza. Sendo-me a mágoa sobeja, deixai que ao menos vos veja no ano, o espaço de um dia. Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253. Quem te viu, quem te vê Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala Você era a favorita onde eu era mestre-sala Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua Hoje o samba saiu procurando você Quem te viu, quem te vê Quem não a conhece não pode mais ver pra crer Quem jamais a esquece não pode reconhecer [...] Chico Buarque A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca: a) a vassalagem do trovador diante da mulher amada que se encontra distante. b) a idealização da mulher como símbolo de um amor profundo e universal. c) a personificação do samba como um ser que busca a plenitude amorosa. d) a possibilidade de realização afetiva do trovador em razão de estar próximo da pessoa amada. Questão 04 (Pucrj 2014) A imagem acima, “A Escola de Atenas”, é considerada uma das maiores obras de arte renascentista. Foi elaborada sob a forma de afresco, realizado entre os anos de 1506-1510, sob encomenda do Vaticano para ornar um dos aposentos do palácio principal. Rafael Sanzio soube representar de modo magistral o espírito de sua época. No centro do afresco, as figuras dos filósofos Platão e Aristóteles bem como de outros sábios da Antiguidade. Considerando o contexto histórico retratado na obra e as proposições que se seguem, marque a alternativa CORRETA. I. A realização da grandiosa obra foi em parte possível pela prática do mecenato, que propiciava ao artista as condições materiais para a produção de obras de arte e de inventos científicos. Aula 3 - Trovadorismo 23 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência II. A técnica da perspectiva, a valorização do volume dos corpos pelo contraste claro-escuro, e a utilização, no original, de cores vivas revelam a preocupação em representar as pinturas da forma mais realista possível. III. Apesar da crença em um conhecimento racional do mundo, os intelectuais desse contexto acreditavam na existência de Deus, que dotou o homem de raciocínio para desvendar as leis do universo. IV. Os intelectuais renascentistas buscaram inspiração nos padrões estéticos e nos conhecimentos produzidos pelos clássicos greco-romanos da Antiguidade. a) I, II, III e IV. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) II e IV, apenas.e) I e III, apenas. Questão 05 (Puccamp) Leia o texto e observe o detalhe da pintura "Gioconda", de Leonardo da Vinci. "Quanto mais a vida econômica e social se emancipa dos grilhões do dogma eclesiástico, tanto mais a arte se volta para a realidade imediata." (Arnold Hauser. "História social da literatura e da arte". 2. ed. Tradução de Walter H. Geenen. São Paulo: Mestre Jou, 1972. p. 358) Com base no conhecimento histórico e tendo como referenciais a pintura e o texto de Hauser, pode-se afirmar que o Renascimento a) refletiu, no universo cultural, as transformações que ocorreram no período de transição para uma sociedade fundamentada no antropocentrismo. b) resgatou os princípios culturais fundamentais das antigas sociedades orientais, servindo como um elemento de propagação desses princípios no mundo Ocidental. c) representou uma ruptura na forma de interpretar a natureza, propiciando inclusive a possibilidade de o artista pintar figuras femininas o que era proibido pela Igreja cristã na Baixa Idade Média. d) não alterou significativamente a interpretação que os artistas tinham da realidade, já que as imagens dos seres humanos expressavam as figuras simbólicas de santos cristãos. e) não teve grandes repercussões na sociedade ocidental, uma vez que foi um fenômeno tipicamente italiano de rebeldia à influência que a Igreja exercia no mundo das artes. Questão 06 (Unicamp 2016 - Adaptada) A teoria da perspectiva, iniciada com o arquiteto Filippo Bruneleschi (1377-1446), utilizou conhecimentos geométricos e matemáticos na representação artística produzida na época. A figura a seguir ilustra o estudo da perspectiva em uma obra desse arquiteto. É correto afirmar que, a partir do Renascimento, a teoria da perspectiva a) foi aplicada nas artes e na arquitetura, com o uso de proporções harmônicas, o que privilegiou o domínio técnico e restringiu a capacidade criativa dos artistas. b) evidencia, em sua aplicação nas artes e na arquitetura, que as regras geométricas e de proporcionalidade auxiliam a percepção tridimensional e podem ser ensinadas, aprendidas e difundidas. c) fez com que a matemática fosse considerada uma arte em que apenas pessoas excepcionais poderiam usar geometria e proporções em seus ofícios. d) separou arte e ciência, tornando a matemática uma ferramenta apenas instrumental, porque essa teoria não reconhece as proporções humanas como base de medida universal. e) teve sua aplicação restrita à arquitetura, diante da impossibilidade de os artistas clássicos representarem elementos tridimensionais em um plano. Questão 07 (Pucsp 2007) Considerando a peça "Auto da Barca do Inferno" como um todo, indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino. a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar. b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal. c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa. d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza. e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico. Questão 08 (Pucsp 2008) Gil Vicente, criador do teatro português, realizou uma obra eminentemente popular. Seu Auto da Barca do Inferno, encenado em 1517, apresenta, entre outras características, a de pertencer ao teatro religioso alegórico. Tal classificação justifica-se por a) ser um teatro de louvor e litúrgico em que o sagrado é plenamente respeitado. b) não se identificar com a postura anticlerical, já que considera a igreja uma instituição modelar e virtuosa.
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