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64 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
Aula 7 – Barroco II 
 
e o terceiro, lírico amoroso, razão pela qual a produção poética 
de Gregório de Matos é vista por críticos e historiadores como 
retrato da sociedade baiana do século XVII. 
IV. Nos três textos, o poeta revela profundo desprezo por 
aspectos diferentes: no primeiro, não valoriza a imagem da 
mulher; no segundo, rejeita Deus, uma vez que, na terceira 
estrofe, o responsabiliza pelos pecados humanos. No terceiro 
texto, critica ardorosamente a sociedade baiana. 
V. Gregório de Matos, nos dois primeiros poemas, apresenta 
peculiaridades do estilo Barroco. No texto 1, “Anjo no nome, 
Angélica na cara”, há o conflito entre o espiritual e o terreno; no 
texto 2, em “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado”, há a 
religiosidade, reveladora de contradição entre a vida de pecado 
e a confissão de arrependimento. 
 
Está CORRETO apenas o que se afirma em 
a) I, II e III. 
b) I, II, III e IV. 
c) I e IV. 
d) IV. 
e) V. 
 
Questão 04 (Imed 2015) 
Leia o texto abaixo, de Gregório de Matos Guerra: 
 
A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO 
 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
 
Porém se acaba o Sol, por que nascia? 
Se formosa a Luz é, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. 
Considere as seguintes assertivas a partir do texto: 
I. Tal soneto é característico do período barroco brasileiro, 
momento em que o homem do século XVII está divido entre os 
valores antropocêntricos do Renascimento e as amarras do 
pensamento medieval restituído pela Contrarreforma. 
II. O soneto revela o dualismo que envolve o homem barroco, 
marcado por incertezas e inconstâncias. 
III. O soneto apresenta a preocupação do poeta com a 
efemeridade da vida e das coisas. Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
Questão 05 (Uepa 2014) 
Costumes, usos e manhas nossas aparecem-lhe nos versos em 
alusões, referências, expressões, que documentam o grau 
adiantado da mestiçagem entre os três fatores da nossa gente 
que aqui se vinha operando desde o primeiro século da nossa 
existência. É sobretudo esta feição documental da sociedade do 
seu tempo que sobreleva Gregório de Matos aos seus 
contemporâneos e ainda a todos os poetas coloniais antes dos 
mineiros, todos eles sem fisionomia própria. O único que em 
suma a tem é ele. 
VERISSÍMO: 1998 
 
Segundo Veríssimo, os poemas de Gregório de Matos Guerra, 
pelo que documentam, isto é, comunicam, permitem afirmar 
que: 
a) os versos do poeta registram a pureza étnico-racial da 
sociedade baiana dos seiscentos. 
b) a poesia do poeta era inspirada em documentos oficiais da 
época. 
c) o teor documental de seus poemas expressa com fidelidade a 
Bahia, e ainda é responsável pela originalidade de sua poética. 
d) sua poesia, por ser um documento social da época, é 
medíocre se comparada a dos árcades. 
e) o poeta é o único representante do Barroco brasileiro que 
não tem fisionomia própria. 
 
Questão 06 (ENEM 2014) 
Quando Deus redimiu da tirania 
 
Quando Deus redimiu da tirania 
Da mão do Faraó endurecido 
O Povo Hebreu amado, e esclarecido, 
Páscoa ficou da redenção o dia. 
 
Páscoa de flores, dia de alegria 
Àquele Povo foi tão afligido 
O dia, em que por Deus foi redimido; 
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia. 
 
Pois mandado pela alta Majestade 
Nos remiu de tão triste cativeiro, 
Nos livrou de tão vil calamidade. 
 
Quem pode ser senão um verdadeiro 
Deus, que veio estirpar desta cidade 
O Faraó do povo Brasileiro. 
DAMASCENO. D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. 
 
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que 
apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos 
apresenta temática expressa por: 
a) visão cética sobre as relações sociais. 
b) preocupação com a identidade brasileira. 
c) crítica velada à forma de governo vigente. 
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo. 
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia. 
 
Questão 07 (UFRGS) 
Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos. 
CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) 
 
 
 
 
 
65 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
Largo em sentir, em respirar sucinto, 
Peno, e calo, tão fino, e tão lento, 
Que fazendo disfarce do tormento, 
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto. 
 
O mal, que fora encubro, ou me desminto, 
Dentro no coração é que o sustento: 
Com que, para penar é sentimento, 
Para não se entender, é labirinto. 
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; 
Da tempestade é o estrondo efeito: 
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. 
 
Mas oh do meu segredo alto conceito! 
Pois não chegam a vir à boca os tiros 
Dos combates que vão dentro no peito. 
 
Considere as seguintes afirmações. 
I - O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregório de 
Matos, a qual lhe valeu a alcunha de "Boca do Inferno", por 
escarnecer de pessoas, situações e costumes de seu tempo. 
II - Na segunda estrofe, o poema expressa a oposição entre 
essência e aparência, sustentando que o sofrimento é ocultado 
aos olhos do mundo. 
III - Segundo as duas últimas estrofes do poema, a opção pelo 
silêncio com relação à dor e às angústias internas contrapõe-se 
aos ruídos da natureza. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. e) I, II e III. 
 
Questão 08 
Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da 
República em todos os membros, e inteira definição do que em 
todos os tempos é a Bahia. 
 
Que falta nesta cidade?... Verdade. 
Que mais por sua desonra?... Honra. 
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha. 
 
O demo a viver se exponha, 
Por mais que a fama a exalta, 
Numa cidade onde falta 
Verdade, Honra, Vergonha. 
 
Quem a pôs neste socrócio?... Negócio. 
Quem causa tal perdição?... Ambição. 
E no meio desta loucura?... Usura. 
Notável desaventura 
De um povo néscio e sandeu, 
Que não sabe que o perdeu 
Negócio, Ambição, Usura. 
 
Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto 
cultural do Barroco encontrados no poema de Gregório de 
Matos, são 
a) a busca pela perfeição formal, privilegiando o tema da “arte 
pela arte”. 
b) o uso de versos brancos, numa métrica heterogênea, 
buscando o lirismo presente em tudo que é irrisório e banal. 
c) o processo de espalhamento e recolha, que auxilia na crítica 
virulenta a uma realidade degradada. 
d) a utilização de imagens poéticas fragmentárias, que retratam 
uma realidade em processo de modernização. 
e) a prevalência de um lirismo nacionalista, exteriorizado 
também na utilização de neologismo. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 (Imed 2016) 
Leia o texto abaixo, de Gregório de Matos Guerra: 
 
A MARIA DE POVOS, SUA FUTURA ESPOSA 
 
Discreta e formosíssima Maria, 
Enquanto estamos vendo a qualquer hora, 
Em tuas faces a rosada Aurora, 
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia: 
 
Enquanto, com gentil descortesia, 
O ar, que fresco Adônis te enamora, 
Te espalha a rica trança voadora, 
Da madeixa que mais primor te envia: 
 
Goza, goza da flor da mocidade, 
Que o tempo troca, a toda a ligeireza, 
E imprime em cada flor uma pisada. 
 
Oh não guardes que a madura idade 
Te converta essa flor, essa beleza, 
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. 
 
Analise as assertivas abaixo a partir do texto: 
I. O soneto lírico se estrutura na oposição entre dois campos 
semânticos, que pode ser evidenciado, especialmente, na 
comparação entre a primeira a última estrofes. 
II. Em tal soneto,percebe-se o tema do carpe diem, proveniente 
dos clássicos grecolatinos, que converge com a preocupação 
do homem barroco brasileiro em relação à efemeridade da vida 
e à repulsa pela morte. 
III. O autor do soneto, Gregório de Matos Guerra, cultivou a 
poesia sacra, lírica e satírica. Também escreveu poemas 
graciosos e pornográficos. Representante do período barroco, 
também foi conhecido como “Boca de Inferno”. 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
Questão 02 (G1 - ifsp 2016) 
Leia o soneto abaixo, de Gregório de Matos Guerra, para 
responder à questão. 
 
Fábio: que pouco entendes de finezas: 
Quem faz só o que pode, a pouco se obriga 
Quem contra os impossíveis se fatiga, 
 
 
 
 
 66 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
Aula 7 – Barroco II 
 
a esse cede o Amor em mil 1ternezas. 
 
Amor comete sempre altas empresas: 
Pouco amor, muita sede não mitiga: 
Quem impossíveis vence, esse é que instiga 
vencer por ele muitas estranhezas. 
 
As durezas da cera, o Sol abranda, 
a da terra as branduras endurece: 
Atrás do que resiste, o raio é que anda. 
 
Quem vence a resistência, se enobrece: 
Quem faz o que não pode, impera e manda: 
Quem faz mais do que pode, esse merece. 
 
1ternezas: ternuras 
 
GUERRA, Gregório de Matos. A um namorado, que se 
presumia de obrar finezas. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. 
Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Colonial. São Paulo: 
Perspectiva, 1979. p.65-66. 
 
A leitura atenta do texto permite afirmar que 
a) se trata de soneto em versos decassílabos e que, portanto, 
escapa, em alguma medida, à forma e à temática do Barroco. 
b) a temática da mitologia clássica – Amor, ou Eros, presente 
nos dois primeiros quartetos – é o que caracteriza o soneto 
acima como Barroco. 
c) a recorrência do pronome “quem”, ao longo dos dois 
primeiros quartetos, que culmina na última estrofe, revela as 
contradições típicas do Barroco. 
d) o fato de o eu lírico dirigir-se a “Fábio” e de fazer-lhe 
recomendações, na forma de soneto, assevera sua matriz 
contraditória e, portanto, barroca. 
e) a oposição entre fazer apenas o possível, de um lado, e fazer 
o impossível, de outro, confere feição barroca ao poema, 
pontilhando-o de antíteses. 
 
Questão 03 (G1 - ifsp 2016) 
Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI, 
produziu uma poesia em que satiriza a sociedade de seu tempo. 
Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é 
reconhecido como grande poeta, sendo, inclusive, sua poesia 
satírica fonte de pesquisa histórica. 
Leia os poemas e analise as proposições a seguir: 
 
Poema I 
 
Triste Bahia! Oh quão dessemelhante 
Estás, e estou do nosso antigo estado! 
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. 
 
A ti tocou-te a máquina mercante, 
Que em tua larga barra tem entrado, 
A mim foi-me trocando, e tem trocado 
Tanto negócio, e tanto negociante. 
 
Deste em dar tanto açúcar excelente 
Pelas drogas inúteis, que abelhuda 
Simples aceitas do sagaz Brichote. 
 
Oh se quisera Deus, que de repente 
Um dia amanheceras tão sisuda 
Que fora de algodão o teu capote 
(Gregório de Matos) 
Poema II 
 
Horas contando, numerando instantes, 
Os sentidos à dor, e à glória atentos, 
Cuidados cobro, acuso pensamentos, 
Ligeiros à esperança, ao mal constantes. 
 
Quem partes concordou tão dissonantes? 
Quem sustentou tão vários sentimentos? 
Pois para a glória excedem de tormentos, 
Para martírio ao bem são semelhantes. 
 
O prazer com a pena se embaraça; 
Porém quando um com outro mais porfia, 
O gosto corre, a dor apenas passa. 
 
Vai ao tempo alterando a fantesia, 
Mas sempre com vantagem na desgraça, 
Horas de inferno, instantes de alegria. 
 
(Gregório de Matos) 
 
I. Além de poeta satírico, o Boca do Inferno também cultivou a 
poesia lírica, composta por temas diversificados, pois nos legou 
uma lírica amorosa, erótica e religiosa e até de reflexão sobre o 
sofrimento, a exemplo do poema II. 
 
II. Considerado tanto poeta cultista quanto conceptista, o autor 
baiano revela criatividade e capacidade de improvisar, segundo 
comprovam os versos do poema I, em que realiza a crítica à 
situação econômica da Bahia, dirigida, na época, por Antônio 
Luís da Câmara Coutinho. 
 
III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso, 
Gregório de Matos identifica-se com a cidade, ao relacionar a 
situação de decadência em que se encontram tanto ele quanto 
a cidade onde vive. O poema abandona o tom de zombaria, 
atenuando a sátira contundente para tornar-se um quase 
lamento. 
 
IV. Os dois poemas são sonetos, forma fixa herdada do 
Classicismo, muito pouco utilizada pelo poeta baiano, que 
desprezou a métrica rígida e criou poesia em versos brancos e 
livres. 
 
V. Como poeta barroco, fez uso consciente dos recursos 
estéticos reveladores do conflito do homem da época, como se 
faz presente na antítese que encerra o II poema: “Horas de 
inferno, instantes de alegria”. 
 
Estão CORRETAS apenas 
a) I, II, III e V. 
b) I, II e IV. 
c) IV e V. 
CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) 
 
 
 
 
 
67 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
d) I, III e IV. 
e) I, IV e V. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
 
Definição do amor 
Mandai-me, Senhores, hoje 
que em breves rasgos descreva 
do Amor a ilustre prosápia, 
E de Cupido as proezas. 
 
Dizem que de clara escuma, 
dizem que do mar nascera, 
que pegam debaixo d’água 
as armas que o Amor carrega. 
 
[...] 
 
O arco talvez de pipa, 
A seta talvez esteira, 
Despido como um maroto, 
Cego como uma toupeira. 
 
[...] 
 
E isto é o Amor? É um corno. 
Isto é o Cupido? Má peça. 
 
[...] 
O amor é finalmente 
Um embaraço de pernas, 
Uma união de barrigas, 
Um breve tremor de artérias 
Uma confusão de bocas, 
Uma batalha de veias, 
Um reboliço de ancas, 
Quem diz outra coisa é besta. 
 
Gregório de Matos: Poemas escolhidos (Seleção, prefácio e 
notas de José Miguel Wisnik). São Paulo: Cia. das Letras, 2010, 
p. 301-312 (fragmento). 
Questão 04 (G1 - cftmg 2016) 
O poema de Gregório de Matos demarca um processo de 
interlocução que é evidenciado pelo(a) 
a) voz narrativa atribuída ao autor. 
b) evocação de Cupido, nas 4 primeiras estrofes. 
c) conselho dado, na 4ª estrofe, aos personagens. 
d) pronome de tratamento direcionado ao ouvinte. 
 
Questão 05 (G1 - cftmg 2016) 
O termo grego “retórica” significa, literalmente, a arte de falar 
bem. Ele tem sido utilizado desde o Período Clássico para tratar 
da organização do discurso e do uso da linguagem para fins 
persuasivos. 
Dentre as estratégias retóricas utilizadas por Gregório de Matos, 
distingue-se a 
a) presença de argumentos contrários ao senso comum. 
b) construção de diálogos com diferentes interlocutores. 
c) apresentação dos argumentos principais na introdução. 
d) menção a deuses gregos para confirmação dos argumentos. 
Questão 06 
(Uepa 2014) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
Gregório de Matos Guerra 
 
Assinale a alternativa que contém uma característica da 
comunicação poética, típica do estilo Barroco, existente no 
quarteto acima. 
a) Reflexão sobre o caráter humano da divindade. 
b) Associação da natureza com a permanência da realidade 
espiritual. 
c) Presença da irreverência satírica do poeta com base no 
paradoxo. 
d) Utilização do pleonasmo para reforçar a superioridade do 
cristianismo sobre o protestantismo. 
e) Uso de ideias contrastantes com base no recurso da antítese. 
 
Questão 07 (Enem 2ª aplicação 2010) 
Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a 
sensualidade carnal. 
 O amor é finalmente um embaraço de pernas, união de 
barrigas, um breve tremor de artérias. 
 Uma confusão de bocas, uma batalhade veias, um 
rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta. 
VAINFAS, R. “Brasil de todos os pecados”. Revista de História. 
Ano1, nº 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003. 
 
Vilhena descreve de seu amigo Filopono, no século XVIII, a 
sensualidade nas ruas de Salvador. 
 
 Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a 
desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da 
Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. 
 Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e 
ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, 
fazem gala da sua torpeza. 
VILHENA, L.S. “A Bahia no século XVIII”. Coleção Baiana. v. 1. 
Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado). 
 
A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. 
Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os 
“bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar 
essas divergências 
a) a existência de associações religiosas que defendiam a 
pureza sexual da população branca. 
b) a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da 
sociedade. 
c) o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que 
reivindicava mudanças de comportamento na sociedade. 
d) a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a 
grupos socialmente marginais. 
e) a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo 
que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado. 
 
Questão 08 (Ufes) 
O poema abaixo do "Boca de Inferno" representa uma fase e 
um estilo da literatura brasileira. 
 
 
 
 
 68 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
Aula 7 – Barroco II 
 
Leia o poema e as afirmativas seguintes e assinale a alternativa 
CORRETA. 
 
Seis horas enche e outras tantas vaza 
A maré pelas margens do oceano, 
E não larga a tarefa um ponto no ano, 
Porquanto o mar rodeia, e o sol abrasa. 
 
Desde a esfera primeira opaca, ou rasa, 
A Lua com impulso soberano 
Engole o mar por um secreto cano, 
E quando o mar vomita, o mundo arrasa. 
 
Muda-se o tempo, e suas temperanças, 
Até o céu se muda, a terra, os mares, 
E tudo está sujeito a mil mudanças. 
 
Só eu, que todo o fim de meus pesares 
Eram de algum minguante as esperanças, 
Nunca o minguante vi de meus azares. 
 
I - O poema, do período Barroco e autoria de Gregório de 
Matos, tem como temática os males da vida do poeta, 
salientando a constante transformação das coisas, ressaltando 
que num mundo de eternas mudanças só a sua dor permanece. 
II - A primeira estrofe do poema expressa a consciência de 
mudança e do constante movimento da vida, contrastando com 
a última, que afirma a permanência de todos os males do poeta. 
III - O poema, construído em decassílabo, com hipérbatos e 
metáforas, tem na personificação da Lua a expressão do 
cultismo, uma prática barroca referente aos astros celestes 
oriunda da Contra-Reforma. 
Está(ão) correta(s) 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) I, II e III. 
 
Questão 09 (Uepa 2012) 
Gregório de Matos Guerra apresenta, ao lado de versos líricos 
amorosos e religiosos, versos de uma forte postura crítica 
diante dos fatos ocorridos na Bahia do século XVII. Nestes 
poemas, a ironia corrosiva do poeta expõe os hábitos hipócritas 
da sociedade da época. Neles invadiu a vida privada dos 
cidadãos baianos, mesmo a dos grupos de mais prestígio, 
apurando fatos, investigando, esquadrinhando a moral e 
costumes daquela sociedade imortalizando seu discurso 
denunciador como o “Boca do Inferno”. Com base nesta 
afirmação, marque a alternativa que demonstra claramente o 
discurso irônico de Gregório de Matos. 
a) Do Prado mais ameno a flor mais pura, 
Que em fragrâncias o alento há desatado 
Hoje a fortuna insípida há roubado. 
b) Filhós, fatias, sonhos, mal-assadas 
Galinhas, porco, vaca, e mais carneiro, 
Os perus em poder do Pasteleiro, 
c) A Deus vão pensamento, a Deus cuidado, 
Que eu te mando de casa despedido 
Porque sendo de uns olhos bem nascidos. 
d) O Fidalgo de solar 
se dá por envergonhado 
de um tostão pedir prestado 
para o ventre sustentar: 
diz, que antes o quer furtar 
por manter a negra honra 
e) Que és terra homem, e em terra hás de tornar-te, 
te lembra hoje Deus por sua Igreja. 
 
Questão 10 
(Ufsm 2012) A desarmonia e a contradição são características 
predominantes no Barroco. Observe os fragmentos poéticos de 
Gregório de Matos, a seguir transcritos, e verifique qual(quais) 
confirma(m) essas características. 
I. "Amanheceu o dia prometido,/famoso, alegre, claro e 
prazenteiro;/bom dia, disse eu, para viagem.” 
II. "O ódio é da alma infame companhia/a paz deixou-a Deus à 
cristandade;/mas arrastar por força uma vontade,/em vez de 
caridade é tirania.” 
III. "De que pode servir falar quem cala?/Nunca se há de falar o 
que se sente,/Sempre se há de sentir o que se fala." 
 
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I. 
b) apenas I e II. 
c) apenas III. 
d) apenas I e III. 
e) apenas II e III. 
 
Questão 11 
O cultismo e o conceptismo são partes construtivas do Barroco 
que não se excluem, pois é possível localizar no mesmo autor e 
até no mesmo texto os dois elementos. O cultismo é perceptível 
no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de 
figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo 
valoriza a atitude intelectual, daí o emprego de sofismas, 
silogismos, paradoxos... É correto identificar um de tais 
elementos em: 
A) Ornemos nossas testas com as flores 
E façamos de feno um breve leito; 
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, 
Gozemos do prazer de sãos amores. 
 
B) Anjo no nome, Angélica na cara! 
Isso é ser flor, e Anjo juntamente 
Ser Angélica flor, e anjo florente; 
Em quem se não em vós se uniformara? 
 
C) Acaso são estes 
Os sítios formosos, 
Aonde passava 
Os anos gostosos? 
São estes os prados 
Aonde brincava, 
Enquanto pastava 
O manso rebanho? 
 
D) Almas, que um dia no meu peito ardente 
Derramastes dos sonhos a semente,

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