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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CURSO: FISIOTERAPIA DISCIPLINA: FISIOTERAPIA AQUÁTICA NOME DO ALUNO: LAURA DOS SANTOS IRINEU FERREIRA RA: 2287640 POLO: CARAGUATATUBA II DATA: 25/11/2023 TÍTULO DO ROTEIRO: Fisioterapia Aquática INTRODUÇÃO: A hidroterapia é a especialidade da fisioterapia que utiliza piscinas terapêuticas aquecidas e acessíveis, empregando o movimento e a mecânica dos fluidos para tratar diferentes áreas e níveis de condicionamento; efeitos fisiológicos e terapêuticos; equipamentos; além de métodos e técnicas específicas no meio aquático. A fisioterapia aquática tem sido cada vez mais utilizada na reabilitação física de muitas doenças e disfunções cinético- funcionais, como as doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas, ortopédicas, esportivas e reumatológicas. De fato, os benefícios da fisioterapia aquática são indiscutíveis; porém, algumas informações precisam ser consideradas na hora de indicar ou contraindicar essa terapia física. Daí a importância de o fisioterapeuta conhecer os efeitos fisiológicos da imersão em repouso e em exercício, bem como os efeitos após a imersão, para identificar se a fisioterapia aquática é adequada para o paciente naquele momento (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 31). A prática de fisioterapia aquática é cada vez mais apontada pelos seus diversos benefícios como componente da boa saúde. Esses benefícios incluem melhorias no condicionamento cardiorrespiratório, composição corporal, níveis de força e flexibilidade (PARREIRA, 2011, et al. p. 1). As aulas foram abordadas em duas partes, onde em um primeiro momento a professora apresentou-nos o ambiente e os materiais que seriam utilizados, explicando sobre as propriedades da água e as indicações para conduzir um paciente durante a terapia. Durante a primeira aula, foram abordadas quais são as propriedades físicas da água, seguido pela abordagem do paciente em como conduzi-lo para a entrada e saída da piscina e realizando alguns exercícios de hidrocinesioterapia. Na segunda aula, vimos os métodos de Halliwick, Bad Ragaz e Watsu, trazendo aos alunos conceitos da natação para reabilitação, promovendo ao paciente estabilidade, ganho de mobilidade e independência para realizar as atividades. O objetivo dessa aula foi promover aos alunos vivências práticas sobre as aulas teóricas, bem como o tratamento em meio aquático. RESULTADO E DISCUSSÃO: AULA 1: ROTEIRO 1: Propriedades físicas da água, entrada e saída da piscina e hidrocinesioterapia. A hidroterapia é um recurso que utiliza as propriedades físicas da água para a reabilitação de pacientes atingir facilmente objetivos e desafios que às vezes são impossíveis ou difíceis de realizar na superfície. O exercício executado no meio aquático é uma ótima opção para reabilitação e treinamento físico, acarretando melhorias, assim como o exercício no meio terrestre, em diversos componentes da aptidão física. Dentre essas melhorias, destacam-se aumentos na força muscular, na habilidade para desenvolver as atividades cotidianas, no equilíbrio postural, na flexibilidade, na composição corporal e no condicionamento cardiorrespiratório, quando a atividade for acompanhada de uma prescrição adequada para tais objetivos (PARREIRA, 2011, et al. p. 1). Em um primeiro momento, fomos orientados pela professora de que muitos pacientes podem se sentir desconfortáveis ao estar no ambiente da piscina, seja por questões de despir-se, cicatrizes, ou vergonha de estar com roupa de banho diante do terapeuta e de outras pessoas, bem como ser paciente para que o paciente se ambientalize com o local. Por este motivo, o tratamento do paciente deve ocorrer desde a primeira avaliação, incluindo um período de adaptação mental. Durante esse período, é crucial explicar os procedimentos e os recursos que serão utilizados pelo terapeuta, visando deixar o paciente mais confortável consigo mesmo e com o terapeuta. Para demonstrar as possíveis entradas e saídas da piscina de forma segura ao paciente, levando em consideração sua autonomia de deslocamento, controle postural e qualidade da marcha, iniciamos com a entrada pela escada. A professora posicionou-se à frente do aluno e nos orientou a desce-lo lentamente. Explicou nos ainda que somos alunos saudáveis, que não possuímos dificuldades para entrar ou sair, no entanto não será da mesma forma com os pacientes, pois eles possuem limitações. Sendo assim, as simulações foram realizadas para exemplificar o procedimento. Figura 1 – Entrada na piscina (professora) Fonte: Acervo pessoal Figura 2 – Entrada na piscina (professora) Fonte: Acervo pessoal A entrada pela borda da piscina foi realizada em duplas, porem ficávamos ao lado para ajudar se necessário, inicialmente demonstrada pela professora, abordando diferentes formas de entrar pela borda e replicada pelos alunos. Uma delas envolve o aluno sentado próximo à borda, apoiando os braços no ombro do terapeuta, enquanto este apoia as mãos nas escápulas do paciente, puxando-o para a piscina, proporcionando estabilidade e segurança durante a terapia. Essa entrada está relacionada ao método de Halliwick. Outra possibilidade é quando o paciente, com mobilidade suficiente, impulsiona o corpo para frente, jogando-se na água. A saída pela borda envolve o paciente apoiando-se de bruços e movimentando-se como uma serpente, para depois rolar e posicionar-se sentado. Em casos de pacientes sem mobilidade nos membros superiores e inferiores, como tetraplégicos, a entrada na piscina deve ser feita com o auxílio de cadeira de rodas e outros terapeutas, se necessário. Além das entradas mencionadas, alguns locais disponibilizam a transferência através de um guindaste, que conta com uma cesta de tecido na qual o paciente é colocado e transferido para a água. A transferência é realizada por um terapeuta através do manuseio do guindaste, enquanto outro terapeuta na piscina o recebe. A saída é realizada até a borda ou cadeira de rodas para posicionar o paciente. No entanto, não há esses recursos na clínica. Figura 3 – Entrada e saída da piscina pela borda aluno) Fonte: Acervo pessoal Figura 4 – Entrada e saída da piscina (aluno) Fonte: Acervo pessoal Para compreender as propriedades físicas da água, realizamos uma observação da densidade de alguns objetos e do corpo em relação à água. A professora utilizou dois objetos feitos de diferentes materiais: um “peso” feito de E.V.A e o outro uma caneleira de academia, para demonstrar a diferença entre os dois. Ao serem jogados na água, percebemos que o E.V.A flutuou, indicando que sua densidade é menor que a da água. Já a caneleira afundou, pois seu material era muito mais denso que a água. Vale ressaltar que a densidade da água pode variar de acordo com sua temperatura, pressão e salinidade. Geralmente, em temperaturas mais baixas, a densidade da água diminui, e ela pode ser calculada com base no volume e massa do objeto que está na água (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 22). A flutuação/empuxo conforme estudado durante as aulas teóricas, segundo o conceito de Arquimedes, quando um corpo está imerso total ou parcialmente em um fluido em equilíbrio, ocorre uma força vertical de baixo para cima chamada empuxo, equivalente ao volume do fluido deslocado. Ao entrar na piscina, é possível sentir os níveis de alívio do peso em diferentes regiões do corpo (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 23). Conforme os alunos entravam pela escada, observou-se que, à medida que imergiam na água, a sensação de peso do corpo mudava. Quando a água estava na altura da cervical,a sensação do peso corporal era muito pequena, quanto mais imerso estivéssemos menos pesados ficávamos. Pois conseguíamos segurar um ao outro no colo facilmente, o que não seria possível fora da água. Foram discutidos ainda sobre a pressão hidrostática, onde se mede a força por unidade de área que um fluido em repouso é capaz de exercer contra uma superfície. Quanto maior for a profundidade de um corpo imerso em um fluido, maior será a pressão exercida sobre ele Dessa forma, o sujeito imerso no meio aquático apresenta uma redução da frequência cardíaca (FC) de repouso. Essa diminuição é explicada principalmente pela ação da pressão hidrostática e pelas diferentes condições térmicas oferecidas pelo meio aquático. Durante a imersão, essa pressão hidrostática atua sobre todas as partes do corpo, e os membros inferiores, os quais estão em uma profundidade maior que os membros superiores e tronco, sofrem uma ação mais intensa (PARREIRA, 2011, et al. p. 3). Quanto a turbulência, ela consiste no fluxo irregular das moléculas de água, está relacionado com a pressão e a velocidade através de um fluxo de corrente. Quanto maior a velocidade do movimento maior a turbulência (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 23). Sendo assim, a professora solicitou que andássemos em círculos no centro da piscina, em uma velocidade considerável e quando estávamos em um fluxo relativamente bom, mudássemos de direção. Com isso percebemos a dificuldade inicial para sair do lugar, e posteriormente fora ficando mais fácil caminhar, mas quando mudávamos de posição as vezes quase nem saíamos do lugar. Figura 5 – promovendo turbulência Fonte: Acervo pessoal Figura 6 – promovendo turbulência Fonte: Acervo pessoal Figura 7 – andando contrário a turbulência Fonte: Acervo pessoal Hidrocinesioterapia Durante a fase de aquecimento na piscina, realizamos caminhadas para frente, para trás e lateralmente, com movimentos ativos dos membros superiores, como abdução e adução, flexão e extensão do ombro e cotovelo, e dos membros inferiores, como joelho e quadril, são incorporados. Utilizando um espaguete nas costas, simulamos o movimento de pedalar uma bicicleta, elevando os membros inferiores acima da água com auxílio do espaguete. Para exercícios de flexibilidade nos membros superiores, inferiores e coluna, utilizamos as mãos apoiadas na barra da piscina, alternando os movimentos. Utilizando os movimentos básicos das articulações do ombro e cotovelo, realizamos flexão e extensão, assim como abdução e adução. Inicialmente, executamos esses movimentos com as mãos fechadas e, posteriormente, abertas para sentir a resistência. Para os membros inferiores, incorporamos resistência fornecida pelos espaguetes, colocando a planta dos pés sobre eles. Durante a flexão do joelho, percebemos que o espaguete auxilia no movimento, enquanto na extensão, ele cria resistência, dificultando o retorno à posição inicial. O mesmo princípio se aplica à flexão e extensão do quadril, onde o espaguete facilita o movimento durante a flexão e cria dificuldades adicionais durante a extensão. Ao realizar a abdução e adução do quadril, tentamos aumentar a velocidade do movimento para intensificar a resistência, resultando em maior desafio ao retornar à posição inicial devido à turbulência da água. Os exercícios na água são realizados com o objetivo de fortalecer músculos, prover endurance (resistência muscular localizada), melhorar a flexibilidade, reeducar gestos motores e postura, desenvolver propriocepção, equilíbrio e sensibilidade cinestésica/consciência corporal auxiliando no processo de prevenção, recuperação ou reabilitação de funções motoras. As piscinas terapêuticas são cada vez mais comuns e a hidrocinesioterapia necessita ainda de uma abordagem mais específica de seus exercícios, bem como é necessário aprofundar o conhecimento sobre os princípios cinesiológicos na água (PARREIRA, 2011, et al. p. 19-20). Figura 8 – Exercícios de força Fonte: Acervo pessoal AULA 2: ROTEIRO 1: : Métodos Halliwick, Bad Ragaz e Watsu O Método Halliwick tem como principais objetivos o controle da respiração, equilíbrio e liberdade nos movimentos. Ao capacitar o paciente a manter ou alterar a posição do corpo de maneira controlada, ele desenvolve flexibilidade para responder a diferentes estímulos e movimentos com independência. Baseado nos conceitos da natação, o método busca promover a independência do paciente. Os exercícios são realizados individualmente e em grupo, abordando pontos-chave como adaptação mental, desligamento, rotações transversal, sagital e longitudinal, combinação de rotações, empuxo, equilíbrio, quietude, turbulência, deslize, progressão simples e nados básicos (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 62). Figura 9 – exemplo do método Fonte: Acervo pessoal O Método Bad Ragaz consiste em técnicas de hidroterapia desenvolvidas nas águas termais da cidade de Bad Ragaz, na Suíça. Seu objetivo é reduzir o tônus muscular, manter o paciente relaxado, aumentar a amplitude articular, reeducar a musculatura, fortalecer os músculos, restaurar padrões normais de movimento e melhorar a resistência geral. O método dos anéis de Bad Ragaz é uma técnica da fisioterapia aquática que associa exercícios em flutuação sustentada às propriedades físicas da água. Ruoti, Morris e Cole (2000) afirmam que as propriedades de flutuação, turbulência, pressão hidrostática, tensão superficial e temperatura favorecem um programa de exercícios de resistência progressiva, estabilização e relaxamento (VASCONCELOS, 2021, et al. p. 44). Durante os exercícios em duplas, os alunos simulam terapeutas e pacientes para compreender a sensação do paciente durante os procedimentos. São utilizados equipamentos de flutuação, como espaguetes e coletes cervicais. A abordagem inclui manter o aluno/paciente em posição fixa durante tentativas de deslocamento, enquanto o aluno/terapeuta explica o procedimento, solicitando que o paciente mantenha contração muscular para evitar movimentos indesejados. Figura 10 – executando o método com a professora Fonte: Acervo pessoal O Método Watsu tem como objetivo promover o relaxamento físico e mental do paciente por meio de movimentos passivos, trações, mobilizações e massoterapia, visando à reabilitação. Este método utiliza a água como meio propício para induzir um estado de relaxamento profundo. Segundo Orsini 2012, método “watsu” pode ser útil no controle da espasticidade e no preparo para a atividade muscular voluntária. Esse método consiste em movimentos rítmicos e manipulações feitas pelo fisioterapeuta para aliviar as tensões e promover o alongamento (ORSINI, 2012, p.258). Figura 11 – execução da técnica Fonte: Acervo pessoal Figura 12 – execução da técnica Fonte: Acervo pessoal Todas as técnicas e exercícios realizados foram sob orientações e supervisões da professora. BIBLIOGRAFIA ORSINI, Marcos. Reabilitação nas Doenças Neuromusculares - Abordagem Interdisciplinar. Rio de Janeiro - RJ: Grupo GEN, 2012. E-book. ISBN 978-85-277- 2179-0. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277- 2179-0/. Acesso em: 26 nov. 2023. PARREIRA, Patrícia; BARATELLA, Thaís V. Fisioterapia Aquática. Barueri - SP: Editora Manole, 2011. E-book. ISBN 9788520452387. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520452387/. Acesso em: 25 nov. 2023. VASCONCELOS, Gabriela de S.; FERRAZ, Natália L.; SANGEAN, Márcia C.; et al. Fisioterapia Aquática. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556902937. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556902937/. Acesso em: 26 nov. 2023.
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