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Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 39 Claudete: Ah, entendi ! Quer dizer que se a gente observar somente o movimento da bola na direção horizontal, esquecendo que ela também está caindo, o movimento seria MU né, prôfi, já que a velocidade horizontal permanece constante ? Professor: Exatamente, querida ! Na horizontal será um MU, a velocidade Vx será constante durante o movimento. Horizontalmente a bola percorrerá espaços iguais em intervalos de tempos iguais. Agora me diga, Claudete. O que se pode concluir sobre o comportamen to da velocidade vertical Vy da bola durante a sua queda ? Claudete: Agora até eu sei ! Como tem a força peso P agindo na direção vertical, ele causará um aumento progressivo da velocidade Vy, de acordo com a aceleração da gravidade, né verdade ? Professor: Sem dúvida ! Se esquecermos que a bola também se move na direção horizontal, seu movimento vertical é idêntico ao de um coco que cai verticalmente de uma árvore. A velocidade vai aumentando gradativamente de acordo com a gravidade. Claudete: Ah ! Legal ! Mostre um exemplo prático, professor ! 40 m/s V V V V o 40 m/s 40 m/s 40 m/s 10 m/s 20 m/s 30 m/s t = 0 s t = 1 s t = 2 s t = 3 s H = 45 m Alcance = D g = 10 m/s 2 Professor: Olhe atentamente a figura acima. A bola de basquete que vinha com Vo = 40 m/s rolando num plano a 45 m de altura entra em queda até o chão. Veja a velocidade Vx = 40 m/s da bola permanecendo constante durante a queda. Veja a velocidade Vy da bola, que inicialmente valia Vy = 0, aumentando progressivamente de 10 m/s em 10 m/s a cada 1 segundo, já que a aceleração da gravidade vale g = 10 m/s2. Note que se quisermos achar a velocidade V da bola num certo instante, temos que achar a resultante (teorema de Pitágoras) entre as velocidades Vx e Vy da bola. Assim, no instante t = 3 s, a bola tem velocidade Vx = 30 m/s , Vy = 40 m/s , o que permite facilmente achar o valor da velocidade total V da bola: V2 = (Vx)2 + (Vy)2 = (30)2 + (40)2 V2 = 900 + 1600 = 2500 V = 50 m/s A bola, que partiu lá de cima com velocidade Vo = 40 m/s, chegou ao solo em t = 3 s com velocidade V = 50 m/s Claudete: Puxa, que legal ! E prôfi, como eu iria saber que a bola leva t = 3 s para chegar lá embaixo ? Professor: Ora, amiga Claudete. Lembra que o movimento vertical daquela bola é idêntico ao de um coco caindo de uma árvore. Quanto tempo um coco leva para despencar do alto de uma árvore gigante de 45 m de altura ? Basta usar aquela conhecida relação da queda livre: 2g. t H 2 45 = 210.t 2 t = 3 s (cálculo do tempo de queda) Claudete:Hummmm ! entendi. E seu eu quisesse saber quanto vale aquela distância percorrida pela bolota horizontalmente, aquele tal de alcance D , prôfi ? Professor: Beeem facinho ! Você lembra que o movimento daquela bola, na horizontal, é um MRU, já que horizontalmente sua velocidade é constante Vx = 40 m/s ? Assim, qual a distância horizontal percorrida por um móvel que se desloca com 40 m/s durante t = 3 s ? Adiviiiiinha ? Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 40 D = Vx . t = 40 m/s x 3 s D = 120 m (cálculo do alcance) Ou seja, Claudete. A bola, em seu “vôo” até o chão percorreu, horizontalmente, 120 m , que é o chamado alcance. A figura abaixo resume todos os resultados que encontramos. Agora você já sabe como se calcula o tempo de queda da bolinha, bem como o seu alcance: 40 m/s V V V o 40 m/s 40 m/s 40 m/s 10 m/s 20 m/s 30 m/s t = 0 s t = 1 s t = 2 s t = 3 s H = 45 m Alcance = 120 m g = 10 m/s 2 50 m/s Claudete: Afff ! Gostei desse negócio, prôfi ! E olhe, e é porque pensei que nunca fosse entender, acredita ? Olhe, percebi uma coisa interessante nesse movimento: quando calculamos o tempo de queda da bolinha ( t = 3 s ), nem precisamos utilizar a velocidade V0 = 40 m/s com que a bolinha iniciou o seu movimento. Por que, prôfi ? Professor: Bem notado, Claudete ! O cálculo do tempo de queda é efetuado usando apenas a altura e a gravidade, da mesma forma como calculamos o tempo de queda de um coco. Isso ocorre porque o movimento de queda vertical é totalmente independente do movimento horizontal da bola. Em outras palavras, quando a bolinha está caindo, ela “não sabe” que também está indo para a di reita em MRU ! A tabela abaixo resume tudo isso: Grandeza a ser determinada Únicos fatores dos quais a grandeza depende Tempo de queda (t) H e g apenas Alcance (D) Vo e tempo de queda (t), ou seja, Vo , H e g 18 – Conversando Sobre o Lançamento Oblíquo Professor: Agora o lançamento não será mais horizontal. A bola será lançada numa direção que forma um ângulo com a horizontal. Isso significa que, no início do lançamento, a bola já terá tanto velocidade horizontal Vx quanto vertical Vy. Uma vez mais, durante todo o movimento da bola, só atuará na mesma a força vertical peso P. Assim, Claudete, como você espera que seja o comportamento da velocidade horizontal Vx da bola, durante o movimento ? g = 10 m/s 2 V o V oX V oY Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 41 Claudete: Ora, prôfi , que nem antes ! A velocidade horizontal Vx da bola nem aumentará nem diminuirá de valor durante o “vôo” da bolota, pois para isso teria que haver alguma força na horizontal para empurrar ou frear a bola, coisa que não existe ! Ago ra, na vertical, por causa do peso, a velocidade vai mudando de acordo com a gravidade, certo ? g = 10 m/s 2 Professor: Muito bem, Claudete ! A figura acima mostra que a velocidade Vx da bola não muda de valor durante o movimento da bola. Já a velocidade vertical Vy vai diminuindo durante o movimento até atingir a altura máxima (onde Vy = 0 já que a bola pára de subir). A partir daí a velocidade vertical volta a aumentar de valor gradativamente. Esse comportamento da velocidade Vy, logicamente, se deve à presença da força peso na vertical, proporcionando a aceleração da gravidade g que controla Vy. Claudete: Bora ver um exemplo prático, prôfi ! g = 10 m/s 2 30 m/s 20 m/s 10 m/s 10 m/s 20 m/s 30 m/s 40 m/s 40 m/s 40 m/s 40 m/s 40 m/s 40 m/s 40 m/s 50 m/s 50 m/s H alcance = D t = 0 s t = 1 s t = 2 s t = 3 s t = 4 s t = 5 s t = 6 s Professor: Na figura acima, uma bola é lançada com velocidade inicial Vo = 50 m/s numa direção que forma um ângulo = 36 com a horizontal. Decompondo a velocidade inicial Vo da bola em suas componentes Vox = 40 m/s e Voy = 30 m/s , podemos estudar separadamente os movimentos vertical (MUV) e horizontal (MRU). Observe os seguintes detalhes na figura acima: A velocidade Vx = 40 m/s da bola não se altera durante todo o “vôo” da bola MRU) como era esperado; A velocidade inicial Vy = 30 m/s da bola vai diminuindo 10 m/s a cada segundo que se passa durante a subida até se anular na altura máxima (t = 3 s) . A seguir, a velocidade Vy passa a aumentar 10 m/s a cada 1 s durante o movimento de descida, já que a aceleração da gravidade vale g = 10 m/s2. As velocidade Vx e Vy da bola durante todo o movimento, bem como a velocidade resultante V (determinada pelo teorema de Pitágoras) , podem ser vistas na tabela abaixo: T (s) 0 1 2 3 4 5 6 Vx (m/s) 40 40 40 40 40 40 40 Vy (m/s) +30 +20 +10 0 –10 –20 –30 V (m/s) 50 44,72 41,23 40 41,23 44,72 50 Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 42 Note que a velocidade mínima da bola ocorre na altura máxima ( V = 40m/s ) , onde toda a componente Vy se anula, restando apenas a componente horizontal Vx naquele instante ( t = 3 s ). Claudete: Prôfi, e como faço para determinar as componentes Vox e Voy no instante inicial ? Professor: Ora, claudete. Basta você decompor a velocidade inicial Vo da bola, veja: Suponha dado sen 36 = 0,6 e cos 36 = 0,8 Vox = Vo. cos 36 = 50 x 0,8 = 40 m/s Voy = Vo. sen 36 = 50 x 0,6 = 30 m/s Vo VoX VoY Claudete: E como sei quanto tempo a bola vai durar o “vôo” da bola, prôfi ? Professor: Ora, vamos analisar apenas o movimento vertical. Quando um coco é jogado com Vy = 30 m/s verticalmente para cima, quanto tempo ele leva para parar (e atingir a altura máxima) ? Ora, como a gravidade vale g = 10 m/s 2, a velocidade na subida diminui de 10 m/s em 10 m/s a cada 1 segundo. Se ela vale 30 m/s no começo e diminui de 10 em 10, em quanto tempo ela se anula ? Fácil : Vy 30 20 10 0 T 0 1 2 3 Intuitivamente, vê-se que ela se anula após 3 s . Assim, o tempo de subida vale Tsub = 3 s. Como o tempo de subida é igual ao tempo de descida, devido à simetria, o tempo de vôo é dado por: Tvôo = Tsub + Tdes = 3 s + 3 s = 6 s A velocidade Vy da bola, em qualquer instante, pode ser determinada: Vy = Voy + a. T , com Voy = +30 m/s e a = –10 m/s2 Vy = 30 – 10. T Claudete: Prôfi, e como a gente faz para determinar a altura máxima atingida pela bola ? Professor: Claudete, para isso, lembre-se que o movimento vertical é independente do horizontal. Ou seja, quando a bola está subindo ou descendo, ela “não sabe” que também está se deslocando para a direita. Para determinar a altura máxima, vamos avaliar apenas o movimento vertical da bola. a = -10 m/s 2 Eixo y Voy = +30 m/s Claudete: Ah, prôfi ! Sendo assim, o movimento vertical da bola é igual ao de um coco jogado verticalmente para cima com 30 m/s né ? Professor: Exato, Claudete ! Esse coco levará 3 s para subir, atingir a altura máxima e 3 s para descer. Se ele leva 3 s para descer lá de cima, a partir do repouso vertical, de que altura ele desceu ? Usando a conhecida relação da queda livre a partir do repouso vertical, vem: 2 desc max g. ( T ) H 2 Hmax = 210.( 3 ) 2 Hmax = 45 m Hmax = 2 2 oV sen. g 2 (cálculo da altura máxima) Claudete: Ahhh ! Entendi ! Basta notar que ela leva 3 s para descer lá de cima, onde se encontrava em repouso na vertical ( Vy = 0). E prôfi, e como se faz para achar o alcance horizontal D da bola em seu vôo ? Professor: Ora, perguntar quanto vale o alcance equivale a perguntar “qual a distância percorrida horizontalmente (MRU) pela bolinha durante os 6 s de duração do vôo ?” Se na horizontal o movimento ocorre com velocidade constante (MRU), vem: D = Vx . Tvôo = 40 m/s x 6 s D = 240 m A = 2 oV g sen(2) (cálculo do alcance) Assim, aprendemos como interpretar direitinho o lançamento horizontal e o lançamento oblíquo em queda livre no campo gravitac ional. Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 43 Pensando em Classe Pensando em Classe Questão 1 A Figura abaixo mostra um reservatório cilíndrico contendo água, que escorre por um tubo cilíndrico em sua base inferior a uma velocidade de 80 cm/s. Considerando as dimensões indicadas na figura, qual a velocidade de descida do nível da água nas paredes do cilindro ? a) 5 cm/s b) 10 cm/s c) 15 cm/s d) 20 cm/s e) 40 cm/s R = 60 cm r = 15 cm Questão 2 O gráfico a seguir ilustra o movimento de dois carros A e B, que inicia em t = 0 s numa mesma estrada retilínea. O prof Renato Brito pede para você determinar a opção correta a cerca desse movimento: S(m) T(s) B A p q t1 t2 t3 t4 a) a velocidade inicial de B é maior que a de A b) a velocidade de A aumenta com o passar do tempo c) a velocidade de B aumenta com o passar do tempo d) num instante entre t2 e t3 os móveis chegam a ter velocidades iguais e) a velocidade de A sempre supera a velocidade de B em todo o movimento Questão 3 O prof Renato Brito conta que duas partículas A e B deslocam-se ao longo do eixo Ox com velocidades dadas pelo gráfico abaixo, sendo que no instante to = 0 s ambas partem da origem do sistema de coordenadas. Sobre esse movimento, é correto afirmar que: t (s) 0 2 v(m/s) A B 6 a) ambos apresentam a mesma aceleração em t = 0 s b) ambos apresentam a mesma aceleração em t = 2 s c) os móveis se encontram em t = 2 s d) B está atrás de A no instante t = 2 s e) a aceleração de A é maior que a aceleração de B em t = 2 s Física Simétrico Pré-Universitário – Há 25 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 44 Questão 4 No instante inicial (t = 0), dois móveis A e B passam por um mesmo ponto movendo-se sobre uma mesma trajetória retilínea de acordo com o gráfico abaixo. Assim, o prof. Renato Brito pede para você determinar o instante no qual os móveis voltarão a se encontrar novamente: a) 2T b) 3T c) 4T d) 6T e) 8 T velocidade tempo3T VB VA A B 0 Questão 5 Em cada uma das rampas mostradas a seguir, a bolinha será abandonada do repouso a partir de uma mesma altura. O prof Renato Brito pede para você determinar: a) se a velocidade da bola aumenta, diminui ou permanece constante durante a descida em cada caso. b) se a aceleração da bola aumenta, diminui ou permanece constante durante a descida em cada caso. c) Estabeleça uma ordem para as velocidades finais com que cada bola atinge a base da rampa; d) Estabeleça uma ordem para o tempo de descida de cada uma das três bolas A B C VA t VB t VC t Questão 6 Um rapaz estava dirigindo uma motocicleta a uma velocidade de 72 km/h quando acionou os freios e parou em 4 s, retardando uniformemente. O prof Renato Brito pede para você: a) traçar o gráfico V x t para esse movimento; b) determinar o módulo da aceleração da motocicleta; c) a partir do gráfico, determinar a distância que a motocicleta percorre até parar. Questão 7 Um motorista freia seu veículo no momento em que seu velocímetro indica 72 km/h, percorrendo uma distância d até parar. Sendo o módulo da aceleração igual a 5 m/s2, O prof. Renato Brito pede para você determinar, aproximadamente, a velocidade do veículo no ponto médio do percurso de frenagem: a) 4,0 m/s b) 8,0 m/s c) 12 m/s d) 14 m/s e) 16 m/s
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