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Unidade 2
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Educação 
Inclusiva
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
TULIANE FERNANDES DUTRA
ISABELA CRISTINA MARINS BRAGA
AUTORIA
Tuliane Fernandes Dutra 
Eu, Tuliane, sou formada em Pedagogia e Sistemas de Informação, 
com experiência técnico-profissional na área de Análise de Sistemas e 
desenvolvimento de materiais para Educação a Distância há mais de 15 
anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida.
Isabela Cristina Marins Braga
Eu, Isabela, sou Doutora em Educação (UCB-DF), Mestre em 
Educação (UCB-DF), especialista em Gestão Empresarial (Instituto 
de Ensino Superior Cenecista de Unaí) e graduada em Administração 
(Instituto de Ensino Superior Cenecista de Unaí). Professora da Faculdade 
de Ciências e Tecnologia de Unaí – FACTU desde 2013, lecionando as 
disciplinas de Metodologia do Trabalho Acadêmico, Pesquisa Aplicada, 
Hermenêutica, Teorias das Organizações, Gestão de Pessoas 1 e 2, 
Comportamento Organizacional, Gestão Estratégica, Negociação e 
Resolução de Conflitos, Administração da Produção e Economia básica. 
Sou orientadora de Trabalhos Acadêmicos, examinadora de bancas de 
monografia, revisora e consultora de trabalhos acadêmicos, além de 
pesquisadora do grupo de Pesquisa de Políticas Federais de Educação – 
GPPFE da UCB-DF
Por isso fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessária 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido 
sobre;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva ....................................... 10
Barreiras atitudinais vivenciadas no espaço escolar .............................................10
Lei 9.394 de 1996 ............................................................................................................................. 14
Lei 13.146 de 2015 ............................................................................................................................ 17
Adaptações curriculares para a inclusão ............................................................ 22
Currículo escolar ..............................................................................................................................23
Currículo e a inclusão escolar................................................................................................25
Os desafios dos professores na educação inclusiva ..................................... 31
O papel e os desafios dos professores na Educação Inclusiva .................... 31
Capacitação docente para educação inclusiva .............................................. 41
Formação Docente ........................................................................................................................ 41
A formação docente e a Educação Inclusiva ........................................................... 46
7
UNIDADE
02
Educação Inclusiva
8
INTRODUÇÃO
Olá estudante! Seja bem-vindo a Unidade 2! Na Unidade 1 você 
estudou o período da segregação em que as pessoas com deficiência 
eram isoladas em institutos especializados para atendimento de acordo 
com a sua deficiência. Estudou também as declarações e documentos 
que serviram de base para a construção das leis de inclusão do país. Em 
seguida, você aprendeu a diferença entre educação especial e educação 
inclusiva. Você estudou que a inclusão é bilateral e que a inclusão escolar 
deve ser para todos e todas. Neste sentido, um sistema educacional 
inclusivo deve atender às dificuldades de aprendizagem de todos os 
estudantes. Partindo dessa ideia, daremos continuidade aos estudos. Os 
capítulos que serão abordados são:
 • Princípios e Fundamentos de Uma Escola Inclusiva;
 • Adaptações curriculares para a inclusão;
 • Os desafios dos professores na Educação Inclusiva;
 • Capacitação docente para Educação Inclusiva.
Então, você está preparado? Vamos aprofundar o conhecimento 
sobre a Educação Inclusiva!
Educação Inclusiva
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Identificar os princípios e fundamentos para a construção de uma 
escola inclusiva.
2. Elaborar as adaptações curriculares para propiciar a aprendizagem 
de todos os alunos.
3. Avaliar os desafios dos professores para implantar e manter uma 
Educação Inclusiva discernindo sobre suas dificuldades e as 
resistências impostas pelo sistema e pela sociedade como um 
todo.
4. Identificar os requisitos curriculares e as competências a serem 
desenvolvidas no processo de capacitação docente para atuar na 
Educação Inclusiva.
Antes de iniciar os estudos reflita: 
“As práticas humanas, em suas diversificadas formas de interação 
com o mundo, sempre se deram a partir da necessidade de resolver 
algum problema, ou de desvelar um enigma que se postava como um 
desafio.” (Lusia Ribeiro Pereira e Martha Lourenço Vieira)
Então vamos nos preparar para esse desafio? Buscar conhecimento 
para uma verdadeira Educação Inclusiva!
Educação Inclusiva
10
Princípios e fundamentos de uma escola 
inclusiva
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os princípios e fundamentos de uma escola inclusiva. Esse 
conhecimento é muito importante para você, profissional 
da educação, que busca a construção de uma sociedade 
mais justa e igualitária para todos. Então, para começar 
você saberia dizer o que uma escola inclusiva não pode 
ter? Pense. E então, já sabe? Vamos conhecer juntos!
Barreiras atitudinais vivenciadas no 
espaço escolar
O que você sabe sobre as barreiras atitudinais no espaço escolar? 
Antes de responder essa pergunta, vamos retomar um pouco a história 
da educação, quando a escola era possível apenas para uma parte da 
população, para os filhos de nobres, pessoas de classes sociais e poder 
econômico elevados e religiosos. Diante deste contexto, a outra parte 
da população, que não pertencia a nenhum desses grupos era total ou 
parcialmente excluída do processo de ensino aprendizagem promovido 
pela educação formal no ambiente escolar. As pessoas com deficiência 
também faziam parte deste grupo de excluídos, com exceção dos 
deficientes filhos de nobres.
Tem-se um modelo de educação especial, em que as pessoas 
com deficiência deveriam frequentar instituições de ensino especiais 
(segregadas), pois não teriam a capacidade de ter uma educação formal 
em uma escola regular. De acordo com Ribeiro et al. (2017), esse modelo de 
educação era justificado por meio da compreensão da classe dominante, 
que sujeitos que tivessem qualquer deficiêncianão seriam capazes de 
acompanhar a formação regular. Mantoan (2003) apud Ribeiro et al. (2017), 
explica que o enfoque das aulas era na deficiência e não nas necessidades 
Educação Inclusiva
11
dos educandos de serem incluídos na sociedade, consequentemente, 
eles ficavam à margem de espaços sociais que não os acolhiam.
De acordo com Ribeiro et al. (2017), as pessoas com deficiência que 
não se enquadravam no padrão determinado pela cultura ideológica de 
normalidade; foram e ainda são, vítimas de preconceitos, estereótipos e 
barreiras atitudinais, “recebendo o rótulo de limitados e incapacitados, 
sendo-lhes proibido o exercício de papéis sociais que lhes são de direito”. 
(RIBEIRO, et al., 2017, p. 4).
A ideologia da normalidade é apresentada em discursos, 
que corroboram ações e/ou omissões para as pessoas, 
neste recorte, com deficiência, que sofrem cotidianamente 
com barreiras atitudinais (posturas afetivas e sociais, que se 
traduzem em discriminação e preconceito) que, em geral, 
estão travestidas de generalizações, subestimações, re-
jeições, praticadas sob o manto do tradicional argumen-
to falacioso: “É melhor para ELE”. (LIMA; SILVA, 2009, apud, 
RIBEIRO, et al., 2017, p. 4)
Nesta perspectiva, Dischinger e Machado (2006) explicam que as 
barreiras atitudinais são aquelas determinadas na esfera social, sendo 
que, as relações humanas centram-se nas restrições dos indivíduos e 
não em suas habilidades. Um exemplo no ambiente escolar citado pelas 
autoras é 
[...] quando o professor de educação física impede um 
estudante cadeirante de participar de um jogo de bola, 
o faz principalmente por não reconhecer seu direito de 
inclusão, e não tanto por não saber criar modos de brincar 
que permitam sua participação no jogo. (DISCHINGER; 
MACHADO, 2006, p. 36)
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146) 
define barreiras atitudinais como “atitudes ou comportamentos que 
impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência 
em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas” 
(BRASIL, 2020).
Apesar dos movimentos sociais lutarem pelo direito da inclusão das 
pessoas com deficiência em uma escola regular, esse ambiente apresenta 
fragilidades, pois ele não foi pensado e nem projetado para atender essa 
Educação Inclusiva
12
diversidade. Além disso, esses espaços não estão sendo adequados, 
consequentemente, a educação tem sofrido grandes impactos com a 
inclusão escolar.
Uma vez que sujeitos com deficiência chegam cada vez 
mais às escolas regulares, o modelo até então projetado 
para alunos sem deficiência tem apresentado fragilidades 
(MANTOAN, 2003, apud RIBEIRO, et al., 2017). Embora 
seja um movimento subversivo, pois rompe com o ideal 
de normalidade e segregação, a educação inclusiva sofre 
constantes ataques alegando que a educação não está 
preparada para tal perspectiva e deixa ainda mais marcada 
a relação dominante e dominado, pois pela falta de 
acessibilidade os sujeitos com deficiência são excluídos 
no próprio modelo que, falaciosamente, é divulgado pelas 
políticas públicas educacionais como inclusão. (RIBEIRO, 
et al., 2017, p. 8)
Nesse contexto, Ribeiro et al. (2017) explicam que são as barreiras 
atitudinais que sustentam os preconceitos e as ideologias que não oferecem 
oportunidade de reconhecer e acreditar no potencial dos estudantes com 
deficiência. Por causa desta atitude, segundo os autores, não existem 
reflexões e metodologias que proporcionem recursos didáticos eficientes 
para o processo educacional de alunos com características particulares 
de aprendizagem.
DEFINIÇÃO:
As barreiras atitudinais são barreiras sociais geradas, man-
tidas e fortalecidas por meio de ações, omissões e lingua-
gem produzida ao longo da história humana, num processo 
tridimensional que envolve cognições, afetos e ações con-
tra a pessoa com deficiência ou quaisquer grupos em si-
tuação de vulnerabilidade, resultando no desrespeito ou 
impedimento dos direitos dessas pessoas, limitando-as 
ou incapacitando-as para o exercício de direitos e deveres 
sociais: são abstratas para quem as produz e concretas 
para quem sofre seus efeitos. (LIMA; TAVARES, 2012 p.12, 
apud RIBEIRO, et al., 2017, p. 10). 
Educação Inclusiva
13
ACESSE:
Assista ao vídeo clicando aqui.
Ainda, não podemos deixar de mencionar as barreiras atitudinais 
referentes à cultura, à religião, ao gênero, raça, entre outras. Ribeiro et al. 
(2017, p. 11) explicam que 
Os problemas referentes à inclusão social não se finalizam 
apenas em inserir alunos com deficiência em escolas 
regulares. Os indivíduos e as instituições que representam 
as formas dominantes de cultura e as estruturantes da 
educação regular buscam manter sua posição privilegiada, 
naturalizando seus bens culturais. O modelo, tal qual se 
apresenta na atualidade, obriga aqueles que não são 
pertencentes à classe dominante a se adequarem à cultura 
de elite via adaptação de seus bens culturais. Os sujeitos 
que não se adequam são marginalizados. (RIBEIRO et al., 
2017, p. 11)
De acordo com Campbell (2009), a inclusão de alunos com 
necessidades educacionais especiais no ensino regular comum exige 
várias mudanças e adaptações na estrutura social e educacional, o que 
proporciona mudanças de valores, já que a ideia central de inclusão é 
uma alteração na forma de compreender a pessoa com necessidades 
educacionais especiais, proporcionando uma sociedade para todos. 
Veja que a inclusão busca o rompimento das barreiras atitudinais e, para 
isso, os profissionais que atuam no ambiente escolar precisam entender 
que o êxito das escolas inclusivas depende da identificação precoce, 
avaliação e da estimulação desde cedo das crianças com necessidades 
educacionais especiais.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/2Q6rPum
14
Figura 1 – Inclusão na sala de aula
Fonte: Freepik
Nesse contexto, não podemos deixar de evidenciar, que os 
professores que atuam em salas de ensino regular têm um papel 
importante na identificação dos alunos com necessidade educacionais 
e no rompimento dessas barreiras, pois eles têm contato direto e diário 
com os estudantes. Logo, o professor deve reconhecer que todos os 
seus alunos são diferentes e que cada um tem o seu tempo e processo 
individual de aprendizagem.
Lei 9.394 de 1996
Na unidade anterior, você estudou o percurso da legislação 
brasileira até os dias atuais. Neste tópico, vamos retomar a Lei 9.349 
de 1996, pois como você já sabe, é por meio da legislação que os 
princípios e fundamentos da educação inclusiva são regulamentados. 
Esta lei estabelece as regras básicas para o funcionamento do sistema 
educacional público e privado do país, os recursos financeiros e a 
formação dos profissionais que atuam na educação. Então vamos lá?
De acordo com Lopes et al. (2013), as políticas apresentarão regras 
e normativos para que todos sejam incluídos. Nesta perspectiva, o autor 
explica que a inclusão:
Educação Inclusiva
15
[...] como imperativo de Estado, mais do que se apresentar 
como algo que se impõe a todos, necessita contar com 
normativas para fazer valer e legislar sobre as práticas. 
Como imperativo temos que aceitar essa interpelação 
do Estado, mas como sujeitos desse tempo precisamos 
radicalizar a crítica, para que possamos analisar as 
condições de possibilidade para que os diferentes 
gradientes de inclusão sejam vividos e que a inclusão não 
seja entendida como um ponto de chegada, mas como um 
desafio permanente. (LOPES, et al., 2013, p. 110)
A LDB 9.394 de 1996, no artigo 4º., regulamenta que é dever do 
Estado com a educação escolar pública garantir a educação básica 
(Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) obrigatória e 
gratuita para todos, conforme descrito: “I - educação básica obrigatória 
e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da 
seguinte forma:pré-escola; ensino fundamental; ensino médio” (BRASIL, 
2020). Com relação à educação inclusiva, a LDB 9.394 determina que 
também é dever do estado, conforme descrito a seguir:
III - atendimento educacional especializado gratuito 
aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, 
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino; (BRASIL, 
2020).
Não podemos deixar de mencionar que, ainda na legislação, está 
determinado que o Estado também deve garantir:
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da 
educação básica, por meio de programas suplementares 
de material didático-escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde; (BRASIL, 2020)
No artigo 5º. explica que, caso o direito a educação básica não seja 
cumprido, a(s) pessoa(s), pode acionar o Ministério Público para exigi-lo.
Art. 5º. O acesso à educação básica obrigatória é direito 
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de 
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, 
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, 
ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para 
exigi-lo. (BRASIL, 2020)
Educação Inclusiva
16
Veja que na LDB 9.395, está bem claro que todos têm direito à 
educação básica, sem qualquer discriminação. Nela se tem um capítulo 
todo dedicado à Educação Especial, no qual está explicitado:
Art. 58o. Entende-se por educação especial, para os 
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio 
especializado, na escola regular, para atender às 
peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, 
escolas ou serviços especializados, sempre que, em 
função das condições específicas dos alunos, não for 
possível a sua integração nas classes comuns de ensino 
regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput 
deste artigo, tem início na educação infantil e estende-
se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o 
parágrafo único do art. 60 desta Lei. (BRASIL, 2020)
A LDB 9.394/96, no artigo 59o., prescreve que as escolas deverão 
assegurar aos estudantes métodos, currículo e recursos de acordo com 
as suas necessidades. Mais adiante você estudará sobre essas questões.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre a LDB 9.394/96, clique aqui. 
Observe que no art. 1º. há a determinação de que
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que 
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, 
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos mo-
vimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais. (BRASIL, 2020). 
Educação Inclusiva
https://bit.ly/38JTeZr
17
Lei 13.146 de 2015
Não podemos deixar de estudar também a Lei 13.146 de 2015, Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. No art. 1º. desta lei, está 
explicitado que ela é “destinada a assegurar e a promover, em condições 
de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por 
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. (BRASIL, 
2020). É também a Lei 13.146 que determina que será considerado pessoa 
com deficiência: 
[...] aquela que tem impedimento de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 
de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2020)
Mas, afinal, como é realizada a avaliação da deficiência? De acordo 
com a Lei 13.146, esta avaliação será realizada somente quando necessária, 
por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, que deverá analisar: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III - 
a limitação no desempenho de atividades; e IV - a restrição 
de participação. § 2º O Poder Executivo criará instrumentos 
para avaliação da deficiência. (BRASIL, 2020)
Nesta lei, também são citadas várias barreiras que impedem 
a participação social da pessoa com deficiência, como por exemplo, 
urbanísticas, transportes, comunicação, tecnológicas, mobiliário, entre 
outras. Veja no quadro 1 as barreiras que impedem a inclusão escolar das 
pessoas com deficiência na rede regular de ensino.
Educação Inclusiva
18
Quadro 1 – Barreiras para a inclusão escolar
 • Prédios escolares pouco ou nada adaptados, como por exemplo, 
prédios sem rampas, barra de apoio, banheiro adaptado, 
passagem para cadeira de rodas etc.
 • Adaptação insuficiente no mobiliário escolar, como por 
exemplo, falta de mesa e cadeiras adaptadas de acordo com as 
características dos alunos.
 • Número elevado de alunos por sala de aula.
 • Falta de recursos materiais, como material didático, adaptado 
em Braile, livros falados e equipamentos específicos, como por 
exemplo computador com sintetizador de voz etc.
 • Falta de software educativo específico.
 • Falta de recursos humanos (contratação de profissionais 
especializados, como por exemplo, intérprete de Libras, 
professor com formação em educação especial, psicólogo, 
fonoaudiólogo etc.).
Fonte: SILVA (2012, p. 127, Adaptado).
No que se referente ao direito à educação, o art. 27o. da lei 13.146, 
demonstra que 
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com 
deficiência, assegurados no sistema educacional inclusivo 
em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a 
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento 
possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, 
intelectuais e sociais, segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da 
comunidade escolar e da sociedade assegurar educação 
de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a 
a salvo de toda forma de violência, negligência e 
discriminação. (BRASIL, 2020)
Ainda, no artigo 28o. da lei 13146, está explicitado que é responsa-
bilidade do poder público criar, garantir, desenvolver, implementar, incen-
Educação Inclusiva
19
tivar, acompanhar e avaliar em todas as modalidades (Educação Básica e 
Ensino Superior) o sistema educacional inclusivo. Nesta lei, também está 
explicitado que o projeto pedagógico da escola deve oficializar o atendi-
mento educacional especializado, 
[...] assim como os demais serviços e adaptações 
razoáveis, para atender às características dos estudantes 
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo 
em condições de igualdade, promovendo a conquista e o 
exercício de sua autonomia. (BRASIL, 2020)
É importante destacar que por meio desta lei, fica reconhecido que 
Libras é primeira língua das pessoas com deficiência auditiva e que, a 
língua portuguesa é a segunda língua. Por isso, é necessária a oferta de 
uma educação bilíngue nas escolas. Veja no Quadro 2 a seguir, alguns 
direitos que devem ser garantidos às pessoas com deficiência na rede de 
ensino regular, para uma educação inclusiva.
Educação Inclusiva
20
Quadro 2 – Lei 13.146 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de 
condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no 
sistema escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da 
educação e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, 
aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, 
etapas e níveis de ensino;
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade 
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, 
VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIIIdo caput deste artigo, 
sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza 
em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas 
determinações.
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras 
a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o 
seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação 
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado 
de proficiência na Libras;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados 
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação 
e pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, 
prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.
Fonte: LEI 13.146, BRASIL (2020). 
SAIBA MAIS:
Consulte a Lei 13.146, disponível clicando aqui. Assista 
também ao vídeo Educação Inclusiva – Sala Debate Canal 
Futura, disponível clicando aqui.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3cy95vf
https://bit.ly/3eLAmNt
21
RESUMINDO:
Neste capítulo você estudou que a escola regular precisa 
ser reestruturada para atender as especificidades de cada 
estudante, proporcionando um ambiente no qual eles 
tenham sucesso acadêmico. Por isso, uma escola que 
pretende ser inclusiva não pode se preocupar apenas 
com a adaptação da infraestrutura física do ambiente, ela 
precisa reformular os currículos, as formas de avaliação e 
a formação dos professores. É importante também lembrar 
da necessidade de eliminar as barreiras atitudinais, isto é, 
atitudes referentes às relações entre as pessoas que se 
concentram nas limitações dos indivíduos e não em suas 
habilidades. Apesar do direito à inclusão das pessoas com 
deficiência, negros, índios etc., estar garantido por leis e a 
despeito dos movimentos sociais que buscam a efetivação 
dessas leis, ainda existem muitos preconceitos e ideologias 
que não acreditam no potencial desses sujeitos. Logo, a 
escola precisa ser um espaço que possibilite a eliminação 
dessas atitudes com reflexões, metodologias, recursos 
didáticos etc. Além disso, é função de uma escola inclusiva 
exigir do governo políticas educacionais voltadas para a 
diversidade e essa diversidade deve ser aceita, respeitada e, 
principalmente, valorizada. Nos próximos capítulos, vamos 
continuar apresentando os fundamentos de uma educação 
inclusiva e serão abordadas as adaptações curriculares, a 
formação e os desafios enfrentados pelos docentes.
Educação Inclusiva
22
Adaptações curriculares para a inclusão
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo vamos estudar as adaptações curriculares 
necessárias para que uma escola do ensino regular seja 
inclusiva. Estas adaptações são necessárias para propiciar 
a aprendizagem de todos os alunos, pois conforme já 
discutido anteriormente, a educação inclusiva é processo 
que exige mudança de atitudes. 
Salend (2008) apud Silva (2012) elege quatro princípios fundamentais 
a serem seguidos para que uma inclusão escolar seja bem-sucedida: 
Figura 2 – Princípios fundamentais para inclusão escolar
Fonte: Autora, 2021.
1. Acesso para todos os alunos – conforme você já estudou no 
capítulo anterior, esse acesso está garantido pelas LDB 9.394 e a 
Lei 13.146;
2. Aceitação dos pontos fortes e desafiadores dos alunos assim 
como da diversidade – eliminação das barreiras atitudinais;
Educação Inclusiva
23
3. Práticas reflexivas e instruções diferenciadas – assunto que será 
abordado nesse capítulo;
4. Noções de comunidade e colaboração – ponto que será discutido 
na unidade 3.
Vamos aos estudos?
Currículo escolar
São diversas as mudanças que vêm acontecendo na educação 
formal, por isso a busca constante por práticas críticas e reflexivas para 
a construção do saber de qualidade, que visa aprendizagem de todos. 
Nesse contexto, a escola tem o currículo para orientar seu processo de 
aprendizagem. Segundo Sacristán (1998) o currículo escolar se refere à 
trajetória de formação dos alunos. Este autor explica que o currículo faz 
parte dos múltiplos tipos de práticas. Ele sugere três grandes grupos de 
problemas na elaboração de um currículo:
 • Currículo como projeto cultural, em que conteúdos são selecionados;
 • Determinações políticas, administrativas e institucionais que 
modelam a seleção de conteúdo, inclusive os não explicitados, 
que seria o currículo oculto;
 • Uma sequência histórica, o que implica na seleção de conteúdo a 
partir de um campo social, condicionada por uma realidade ampla.
Neste contexto, as considerações de Sacristán (1998) instigam um 
conjunto de questões para a formulação de um currículo, entre elas, de 
acordo com Ricci (s/a) temos:
 • Quais conhecimentos devem ser ensinados?
 • Quais as competências e habilidades que os alunos precisam ter?
 • Quais os critérios de seleção de tais conhecimentos?
 • A quem esse currículo se destina?
 • Que cidadão ou cidadã se pretende formar?
Educação Inclusiva
24
Segundo Ricci (online), essas questões foram respondidas a partir 
dos dilemas sociais da época. No momento atual, estamos vivendo o 
dilema da Educação Inclusiva no ensino regular. Então, a partir desses 
questionamentos podemos refletir sobre as adaptações curriculares para 
a inclusão.
Figura 3 – Adaptação para inclusão
Fonte: Pixabay
É importante lembrar que as adaptações curriculares em uma 
escola inclusiva são necessárias, pois a inclusão deve ser de todos, 
independentemente das suas necessidades educacionais especiais, 
origem socioeconômica, cultural ou religião. A escola e a sala de aula são 
ambientes em que as necessidades dos estudantes devem ser atendidas e 
desenvolvidas. Diante deste contexto, Silva (2012, p. 98) explica que o sistema 
educacional, na inclusão escolar, precisa ser reorganizado para atender as 
necessidades dos estudantes, proporcionando meios para que esses alunos 
alcancem progressos escolares e sucesso acadêmico. Mas afinal, quais são 
as adaptações curriculares necessárias para uma escola inclusiva?
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova redigido por Fernando 
de Azevedo e assinado por mais de 25 educadores e/ou escritores para o 
governo, tem como ideia central de que o currículo escolar para educação 
deve ser funcional e ativo, e ainda, que os currículos devem adaptar-se 
aos interesses naturais dos alunos, que são o eixo da escola e o centro de 
gravidade do problema da educação.
Educação Inclusiva
25
Nesta perspectiva, os princípios da Escola Nova baseiam-se na 
iniciativa do estudante; preocupam-se com o que a criança pode realmente 
aprender; valorizam as tendências espontâneas da criança; os professores 
sugerem, orientam e coordenam; os métodos, programas e horários são 
maleáveis; visam as noções utilizáveis; são essencialmente educativos; 
estão mais próximos do meio natural de vida; buscam o aperfeiçoamento; 
elevam a natureza moral do aluno; procuram individualizar o ensino 
produzindo satisfação; atendem mais ao presente; tratam a criança como 
criança; propõem uma atividade produtiva e obtêm a disciplina voluntária. 
(RICCI, s/a).
Currículo e a inclusão escolar
As adaptações curriculares são necessárias, pois têm como 
objetivo buscar alternativas para o desenvolvimento e aprendizagem 
dos estudantes com necessidades educacionais especiais. É importante 
evidenciar que a menção da adaptação curricular está presente tanto na 
Lei 13.146, como na Lei 9.394.
Lei 13.146, Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, 
criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar 
e avaliar: III - projeto pedagógico que institucionalize o 
atendimento educacional especializado, assim como os 
demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às 
características dos estudantes com deficiência e garantir o 
seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, 
promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia.
Lei 9.394, Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão 
aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimentoe altas habilidades ou superdotação: 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos 
e organização específicos, para atender às suas 
necessidades. (BRASIL, 2020, grifo da autora)
Apesar da adaptação curricular estar regulamentada em lei, não está 
especificado como deve ser realizada. Os autores Oliveiro e Machados 
(2007 apud SANTANA, et al. 2020) explicam que essas adaptações 
implicam no número de alunos em sala de aula, na cooperação entre os 
professores do ensino regular e do ensino especial e, ainda, no tempo 
Educação Inclusiva
26
de permanência do estudante em uma determinada série. Os autores 
explicam que este ajuste na promoção do aluno de uma série para outra, 
precisa prever um atendimento de suplência para apoiá-lo, caso não seja 
esgotado o plano de ensino da classe anterior. Portanto, compreende-se 
por adaptação curricular, 
[...] as modificações realizadas no planejamento, dos 
objetivos da escola, nos conteúdos, nas atividades, nas 
estratégias de aplicação deste conteúdo e da avaliação, 
no currículo como um todo ou um aspecto dele. (OLIVEIRO 
E MACHADOS, 2007 apud SANTANA, et al. 2020, p. 3)
Esta adaptação é um desafio, já que os professores deverão buscar 
uma educação que possibilite não apenas a aquisição do conhecimento, 
mas também o desenvolvimento de capacidades dos estudantes de 
transformarem e conviver com as diferenças. No próximo capítulo vamos 
aprofundar os estudos sobre os desafios para os professores na Educação 
Inclusiva.
De acordo com Santana et al. (2020), as adaptações curriculares 
são um caminho para o atendimento dos estudantes com necessidades 
específicas. No entanto, para compreender essas necessidades deve ser 
realizada uma avaliação para identificar as necessidades de aprendizagem 
específicas de cada aluno. Santana et al. (2020) explicam que essa 
avaliação deve ser realizada por uma equipe interdisciplinar de setor ou 
servido de orientação do centro ou instituição. No momento que essas 
necessidades educacionais específicas são identificadas, a escola precisa 
modificar as suas ações e expectativas em relação aos alunos e também 
precisa organizar um ambiente escolar em que todos tenham ciência 
destas especificidades dos estudantes. (SANTANA, et al. 2020).
É importante destacar que as adaptações curriculares devem 
considerar todos os aspectos, já que a educação é muito mais que a 
transmissão do conhecimento. Por isso a necessidade da participação de 
todos: da família, da comunidade acadêmica e da sociedade. Em uma 
sala de aula as necessidades são diversas. Ela não deve se limitar apenas 
aos estudantes com necessidades especiais. Por isso, a necessidade de 
se pensar no currículo com foco principal no ser humano (SANTANA, et al. 
2020). Nesta perspectiva, MacLaren (1998) explica que o currículo: 
Educação Inclusiva
27
[...] representa muito mais do que um programa de 
estudos, um texto em sala de aula ou o vocabulário de 
um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução 
de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para 
preparar os estudantes para posições dominantes ou 
subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece 
certas formas de conhecimento sobre outras e afirmar os 
sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes 
sobre outros grupos, com frequência discriminando certos 
grupos raciais, de classe ou gênero. (MACLAREN, 1998, p. 
116) apud SANTANA et al.,2020, p. 4)
Neste contexto, Santana et al. (2020) afirmam que as modificações 
curriculares devem influenciar todos que estão envolvidos no processo, 
para que seja uma preparação para vida. Devem solucionar os conflitos e 
inquietações que surgem a partir de uma nova perspectiva e, ainda, que 
todos se entendam e se respeitem cada vez mais. 
Figura 4 – Todas as pessoas devem seguir juntas nas modificações curriculares
Fonte: Pixabay
Se faz necessário lembrar que o currículo deve ser adaptado às 
necessidades educacionais dos estudantes. Logo, a função da escola é 
oferecer currículos que se adaptem à diversidade de estudantes que ela 
tem, isto é, o currículo deve ser organizado respeitando os interesses, as 
potencialidades e capacidades de cada um. Além disso, de acordo com 
Santana et al. (2020, p. 5) a escola precisa estar atenta para o fato que 
[...] as necessidades não são estabelecidas de forma 
definitiva, mas se constituem no fazer pedagógico 
cotidiano, na busca de caminhos e respostas, indo além das 
dificuldades, possibilitando ao aluno um desenvolvimento 
pleno, norteado pelo horizonte da participação social, e 
não mais pelo patamar dos limites de sua deficiência – o 
que gera a sua exclusão social. (SANTANA et al., 2020, p. 5)
Educação Inclusiva
28
Não podemos deixar de mencionar que em alguns casos, as 
adaptações curriculares exigem recursos para que elas aconteçam 
de forma efetiva dentro do sistema educacional. Entre estes recursos, 
podemos citar: intérprete de Libras para estudantes surdos, diferentes 
materiais didáticos para o desenvolvimento da percepção tátil para 
os alunos com deficiência visual, mobiliário, recursos pedagógicos e 
estratégias adequadas que motivam e possibilitam a aprendizagem dos 
estudantes com necessidades educacionais especiais, entre outros.
As adaptações de acessibilidade ao currículo se referem 
à eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, 
sendo pré-requisito para que o aluno possa frequentar a 
escola com autonomia, participar das atividades acadêmicas 
para os demais alunos. Estas incluem as condições físicas, 
materiais e de comunicação, como por exemplo, rampas, 
de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes de 
LIBRAS e/ou capacitação do professor e demais colegas, 
transição de textos BRAILLE e outros recursos de recursos 
pedagógicos adaptados para deficientes visuais, uso de 
comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral 
ou dificuldades de expressão oral, entre tantos outros. 
(SANTANA, et al., 2020, p. 8)
A Resolução nº 2, 11 de setembro de 2001, institui as Diretrizes 
Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Referente à 
adaptação do currículo, fica instituído que: 
Art. 8º As escolas da rede regular de ensino devem prever 
e prover na organização de suas classes comuns: 
III -flexibilizações e adaptações curriculares que considerem 
o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, 
metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados 
e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento 
dos alunos que apresentam necessidades educacionais 
especiais em consonância com o projeto pedagógico da 
escola, respeitada a frequência obrigatória;
V – Serviços de apoio pedagógico especializado em 
salas de recursos, nas quais o professor especializado 
em educação especial realize a complementação ou 
Educação Inclusiva
29
suplementação curricular, utilizando procedimentos, 
equipamentos e materiais específicos;
VIII – temporalidade flexível do ano letivo para atender 
as necessidades educacionais especiais de alunos com 
deficiência mental ou com graves deficiências múltiplas, 
de forma que possam concluir em tempo maior o currículo 
previsto para a série/etapa escolar, principalmente nos 
anos finais do ensino fundamental, conforme estabelecido 
por normas dos sistemas de ensino, procurando-se evitar 
grande defasagem de idade/série.
Para Santana et al. (2020) a educação especial precisa ser vista 
como um conjunto de medidas que a escola regular disponibiliza ao 
serviço de resposta adaptada à diversidade dos seus estudantes. Nesta 
mesma linha de pensamento, Silva (2012) explica que a inclusão escolar 
se trata de um processo que exige mudanças de posturas e práticas no 
ambiente escolar. 
Tornar real as adaptações curriculares é o melhor caminho 
para o atendimento às necessidades específicas de 
aprendizagem dos alunos. Identificar essas “necessidades” 
requer que os sistemas educacionaismodifiquem não 
apenas suas atividades e expectativas em relação a esses 
alunos, mas que se organizem para construir uma real 
escola para todos, que dê conta dessas especificidades. A 
inclusão de alunos com necessidades especiais na classe 
regular implica o desenvolvimento de ações adaptativas, 
visando a flexibilização do currículo, para que ele possa 
ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e 
atender as necessidades individuais de todos os alunos. 
(SANTANA, 2020, p. 8)
É diante deste contexto, que fica evidenciado que a prática 
pedagógica tradicional, baseada na transmissão de conhecimento, se torna 
ineficaz para o processo de aprendizagem dos alunos, pois desconsidera 
as outras formas de aprendizagem. Esta proposta homogeneizada do 
currículo, provoca dificuldades de aprendizagem, desistência, repetência, 
fracasso escolar etc. e não atende a diversidade dos estudantes presentes 
no ambiente escolar.
Educação Inclusiva
30
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre adaptação curricular para educação 
inclusiva leia o artigo a seguir.
Educação Inclusiva: Um Olhar Sobre As Adaptações 
Curriculares, de Caroline Borges Zanato e Roberto Gimenez. 
Este artigo “discute o papel das adaptações curriculares para a 
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais 
na rede regular de ensino”. Disponível clicando aqui. 
RESUMINDO:
No início do capítulo, foi definido que currículo escolar é 
o percurso de formação dos estudantes e que, de acordo 
com Sacristán (1998), existem três grandes problemas na 
elaboração do currículo escolar que são: currículo como 
projeto cultural; determinações políticas, administrativas 
e institucionais e uma sequência histórica. Diante deste 
contexto, o Ricci (s/a) sugere que ao formular um 
currículo é necessário responder algumas perguntas, 
sendo que estas perguntas são respondidas a partir dos 
problemas sociais da época. Além disso, o problema 
presente na contemporaneidade da sociedade é a 
educação inclusiva diante de uma sociedade pluricultural. 
Em seguida, você estudou a complexidade para a 
elaboração das adaptações curriculares para propiciar a 
aprendizagem de todos os estudantes e que, em alguns 
casos, essas mudanças no currículo, exigiriam recursos 
para que a aprendizagem acontecesse de forma efetiva. 
Mas, não podemos finalizar, sem mencionar que colocar 
em prática este currículo requer muita determinação do 
professor, pois ele precisa estar disposto a examinar suas 
atitudes, buscar diferentes formas de ensinar, avaliar e 
organizar a sala de aula. São esses e outros desafios que 
serão abordados no próximo capítulo.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3llfi1q
31
Os desafios dos professores na educação 
inclusiva
INTRODUÇÃO:
Vamos dar continuidade aos estudos sobre Educação 
Especial. Nesse capítulo, serão abordados os desafios 
enfrentados pelos professores para implantar e manter uma 
Educação Inclusiva, discernido sobre suas dificuldades 
e as resistências impostas pelo sistema de ensino e pela 
sociedade como um todo. Para iniciar os estudos, reflita 
sobre a seguinte questão “Qual a perfil de aluno que 
precisamos formar para sociedade?” Com acesso fácil à 
informação por meio dos recursos tecnológicos, presentes 
no dia a dia dos estudantes, a escola e os professores 
precisam rever sua metodologia para buscarem formar 
um aluno integral. Hengemulle (2004) apresenta os quatro 
pilares da educação, adequados no cenário vivenciado 
pelos alunos: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender 
a fazer e aprender a conviver. 
Veja que esses quatro pilares estão relacionados com a proposta da 
educação inclusiva, em que a inclusão é ir além da inserção do estudante 
com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino. 
Esta inclusão tem uma jornada e um propósito, com vários obstáculos 
durante todo o processo. Então vamos juntos conhecer esses desafios?
O papel e os desafios dos professores na 
Educação Inclusiva
Os professores desempenham um papel importante durante todo o 
processo de aprendizagem dos estudantes com necessidades especiais. 
É com o apoio destes profissionais que os alunos vão desenvolver e 
ampliar as habilidades que já possuem. 
Na sala de aula, o professor é o responsável por organizar o ambiente, 
guiar e orientar as atividades durante o processo de aprendizagem para 
Educação Inclusiva
32
aquisição do conhecimento e das competências. Para nortear e adaptar 
quando necessário a sua prática, o professor tem como apoio o projeto 
pedagógico da escola, que indica ações que ele deverá assumir diante 
a diversidade presente na sala de aula. Por isso, sua participação na 
construção deste documento é relevante. A partir deste documento, ele 
poderá propor adaptações curriculares individualizadas com foco no 
atendimento às particularidades de cada aluno.
Além disso, o professor é o responsável por proporcionar uma sala 
de aula de cooperação e oportunidade para todos. É um desafio para 
os professores proporcionarem esse ambiente perante a diversidade 
presente em sala de aula. Salend (2008) apud Silva (2012) explica que 
os professores precisam considerar os diversos fatores que tornam os 
indivíduos únicos, como raça, gênero, língua, comprometimento e nível 
econômico, pois esses fatores interagem e influenciam o desempenho 
acadêmico e social dos seus estudantes. Por isso, de acordo com o autor, 
“as salas de aulas inclusivas são aquelas que promovem aceitação e 
equidade, que valorizam a capacidade que todos os indivíduos possuem 
para aprender e contribuir com a sociedade” (SILVA, 2012, p. 103).
Figura 5 – Desafio para o professor
Fonte: Freepik
Um outro desafio para o docente é refletir sobre a sua prática 
educativa, pois na Educação Inclusiva, este profissional tem que estar 
Educação Inclusiva
33
disposto a avaliar suas ações e buscar diferentes formas de ensinar, 
avaliar e organizar a sala para proporcionar e garantir um ambiente que 
atenderá as necessidades dos estudantes, a evolução e a experiência 
escolar significativa.
IMPORTANTE:
Para que a inclusão escolar seja efetivada com êxito, não 
basta que apenas alguns professores dentro de uma 
escola acreditem nela. Pelo contrário, é necessário que 
toda a comunidade escolar, incluindo familiares e alunos, 
acreditem e sigam os princípios básicos da inclusão, ou 
seja, democracia, igualdade, busca de uma educação 
de qualidade para todos os alunos com necessidades 
educacionais especiais no ensino regular. (SHAFFNER; 
BUSWELL, 1999, apud SILVA, 2012, p. 104).
É importante evidenciar que os professores precisam do apoio 
dos gestores da escola na implantação de uma educação inclusiva de 
qualidade para todos. Shaffner e Buswell (1999) apud Silva (2012) afirmam 
que são os gestores das escolas responsáveis por definir os objetivos 
que escola deverá alcançar para se tornar uma escola inclusiva e, ainda, 
garantir que as ações sejam implementadas para alcançar esses objetivos, 
e por fornecer apoio para as interações e os processos elaborados de 
acordo com a perspectiva de inclusão escolar.
Frente aos desafios impostos pelo processo de inclusão 
escolar, os gestores de ensino devem apresentar uma 
postura firme de defesa dos direitos dos alunos de 
receberem educação de qualidade na sala comum da 
escola regular, sem demonstrar ambivalência, porque 
isso pode ocasionar insegurança entre os membros da 
comunidade escolar e comprometer todo o processo. 
(SILVA, 2012, p. 105)
Uma dificuldade encontrada pelos professores é a resistência de 
outros profissionais ou até mesmo, de outros professores em aceitar a 
inclusão escolar. De acordo com Plaisance (2005) apud Silva (2012), 
as escolas estão acomodadas com as suas rotinas e por isso, têm 
Educação Inclusiva
34
dificuldades em aceitar qualquer mudança ou inovação que implique 
em reestruturação de um sistema já estabelecido. Uma outra dificuldade 
mencionada por este autor é o moralismo abstrato:[...] a inclusão escolar muitas vezes é tratada como um 
apelo sentimental, como uma missão a ser cumprida por 
professores que possuem amor ao próximo e alguma 
vocação especial que lhes possibilita acolher alunos com 
necessidades educacionais especiais. Esse moralismo 
abstrato é muito perigoso, já que o amor ao próximo e 
o simples acolhimento daqueles que são diferentes não 
garantem que a inclusão seja efetivada e, principalmente, 
que os alunos com necessidades educacionais especiais 
consigam obter sucesso acadêmico. (PLAISANCE, 2005, 
apud SILVA, 2012, p. 129)
Nesse sentido, Silva (2012) explica que a inclusão escolar precisa 
garantir que os estudantes com necessidades especiais tenham acesso 
a um ensino regular de qualidade, para que todas as necessidades sejam 
consideradas e supridas. Para isso, de acordo com a autora já citada, a 
escola deve ir além do discurso “escola para todos e todas”. Ela precisa 
de profissionais especializados e que os professores sejam formados para 
responder da melhor maneira possível à diversidade em sala de aula. 
Além disso, deve ser garantido a esses estudantes materiais didáticos 
adaptados, mobiliários adaptados e infraestrutura física adaptada, pois, 
como sabemos, às vezes a escola já tem os profissionais capacitados 
para uma educação inclusiva de qualidade, entretanto, ela não fornece os 
recursos necessários para que isso se torne possível.
Educação Inclusiva
35
Quadro 3 - As principais características da escola inclusiva
Um senso de pertencer - filosofia e visão de que todas as crianças 
pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntos.
Liderança - o diretor envolve-se ativamente com a escola toda no 
provimento de estratégias.
Padrão de excelência - os altos resultados educacionais refletem as 
necessidades individuais dos alunos.
Colaboração e cooperação - envolvimento de alunos em estratégias 
de apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de companheiro, aprendizado 
cooperativo, ensino em equipe, co-ensino, equipe de assistência aluno-
professor etc.).
Novos papéis e responsabilidades - os professores falam menos e 
assessoram mais; psicólogos atuam mais junto aos professores nas salas 
de aula, todo o pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem.
Parceria com os pais - os pais são parceiros igualmente essenciais na 
educação de seus filhos.
Acessibilidade - todos os ambientes físicos são acessíveis e, quando 
necessário é oferecida tecnologia assistida.
Ambientes flexíveis - espera-se que os alunos se desenvolvam de 
acordo com o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma 
única maneira para todos.
Estratégias baseadas em pesquisas - aprendizado cooperativo, 
adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco, 
treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, 
desenvolvimento de hábitos e técnicas de estudo etc.
Novas formas de avaliação escolar - dependendo cada vez menos de 
testes padronizados, a escola usa novas formas para avaliar o progresso 
de cada aluno rumo aos respectivos objetivos.
Desenvolvimento profissional continuado - aos professores são 
oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo visando a melhoria de 
seus conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos.
Fonte: SOUZA, 2008.
Na educação inclusiva, não podemos deixar de mencionar 
que também é um desafio para o professor a busca permanente de 
aprendizagem. Este profissional precisa estar constantemente se 
atualizando, pois ele deve ir além da implantação de currículos e 
Educação Inclusiva
36
programas estabelecidos pela escola. De acordo com Campbell (2009) 
o professor precisa ter condições para escolher atividades, conteúdos 
ou experiências que sejam mais adequados ao desenvolvimento das 
capacidades do grupo de alunos, sempre levando em consideração o 
nível e as necessidades de cada um.
IMPORTANTE:
A educação inclusiva veio tornar mais complexa e mais 
desafiadora a tarefa dos educadores e evidenciou que sua 
formação nunca está acabada. Eles precisarão estudar o 
que estavam dispensados de estudar, aprender técnicas 
nas quais antes não pensavam, adequar seu ritmo ao de 
seus alunos, aprender a “ouvir” por outros meios diferentes 
da audição, terão de rever suas expectativas, as formas de 
ensinar, avaliar, aprovar e reprovar (CAMPBELL, 2009, p. 158).
De acordo com Campbell (2009, p. 158) o professor precisa “descer 
de seu pedestal e admitir que não se considera capaz de lidar, sem o apoio 
de colegas ou profissionais de áreas afins, com a diversidade de problemas 
que se apresentam em seu cotidiano”. Esse é um papel do professor na 
educação inclusiva, assumir as suas dificuldades e compartilhar com seus 
colegas ou profissionais da área para juntos buscarem um caminho para 
atender com qualidade as necessidades educacionais do estudante.
É importante lembrar que um outro desafio do professor é conhecer 
as necessidades educacionais do seu aluno, saber o que ele já domina e 
quais são as possibilidades de desenvolver esses conhecimentos. Para 
isso, o professor precisa conversar com os pais e os professores anteriores, 
para conhecer melhor o perfil do seu estudante e, ainda, ter acesso ao seu 
histórico escolar.
Professor eficiente é aquele que observa seus alunos, 
percebendo suas dificuldades, potencialidades, 
e desenvolve práticas que viam, ao máximo, ao 
desenvolvimento de cada um e de todos, utiliza métodos 
diferenciados de ensino e de avaliação, respeitando as 
limitações de cada um, buscando formas cooperativas e 
colaborativas que propiciem a integração do conjunto de 
seus alunos. (CAMPBELL, 2009, p. 159)
Educação Inclusiva
37
Campbell (2009) explica que o professor precisa mudar o foco das 
incapacidades dos seus estudantes para as potencialidades que eles 
possuem. Isto pode ser um desafio para o docente, pois ele precisará 
buscar novas estratégias para evidenciar essas potencialidades do 
estudante. De acordo com Campbell (2009, p. 159) “novas estratégias, 
para o alcance de seus objetivos é um bom começo para tornar eficiente 
o trabalho do educador, qualquer que seja o tipo de escola em que atue”.
Sabemos que é necessário mudar a forma de ensinar, tor-
nando mais atraente os conteúdos a serem ministrados, 
não só integrando a realidade, mas também a transfor-
mando, aliando-a aos interesses dos alunos, tornando pra-
zeroso e mais efetivo o ato educativo. (CAMPBELL, 2009, 
p. 159)
Não podemos deixar de citar que outro desafio do professor dentro 
do ambiente escolar é fazer com que os estudantes com necessidades 
especiais sintam que pertencem àquela sala de aula, que também 
fazem parte daquele grupo e podem, de alguma forma, contribuir para o 
crescimento do grupo.
Quais são as características do professor inclusivo? Você consegue 
lista-las? 
 • Conhece cada um dos seus estudantes e ainda, educa-os, dando 
ênfase à aprendizagem significativa.
 • Cria tarefas de acordo com a capacidade do aluno, entretanto, 
desafiadoras.
 • Acredita na capacidade do aluno, proporcionando diversas 
experiências para que a aprendizagem seja desenvolvida e efetiva.
 • Proporciona um ambiente positivo dentro da sala, incentivando 
os estudantes a trabalharem em colaboração, fazendo com que 
todos se sintam pertencentes ao grupo.
 • Reconhece e valoriza os esforços e os resultados alcançados 
pelos estudantes, mesmo quando esse resultado não alcance o 
objetivo esperado.
Educação Inclusiva
38
 • Sempre busca dar feedback para os seus alunos, orientando os 
seus progressos e dando condições para eles progredirem tanto 
nos estudos, como no relacionamento com outros indivíduos.
O trabalho desenvolvido pelo professor dentro da sala de aula em 
uma turma mista (com alunos sem nenhuma necessidade educacional 
especial ou com necessidade educacional especial) é difícil, mas é possível 
com o sistema de ensino, da família e até da comunidade. As mudanças 
nesseambiente, para uma educação inclusiva requerem mudanças dos 
conceitos, das práticas pedagógicas e de recursos necessários para uma 
educação inclusiva de qualidade.
Vamos analisar os quatro pilares apresentados no início 
deste capítulo, que estão relacionados com a educação do mundo 
contemporâneo, no qual, neste cenário, está a educação inclusiva. Veja 
o quadro a seguir. Observe que esses quatro pilares abordam pontos que 
estão diretamente ou indiretamente relacionados com a perspectiva da 
educação inclusiva, não somente no Brasil, mas no mundo.
Quadro 1 – Os quatro pilares da educação
Educação Inclusiva
39
Fonte: HENGEMULLE (2004, p. 44, Adaptado).
Educação Inclusiva
40
RESUMINDO:
Chegamos ao final de mais um capítulo desta unidade! 
Agora vamos rever alguns pontos importantes abordados 
aqui. Você compreendeu que o professor tem um papel 
fundamental durante todo o processo de aprendizagem 
de seus alunos com necessidades educacionais especiais, 
pois são eles que auxiliarão os alunos a desenvolver e 
ampliar as habilidades que já possuem. O professor tem 
o projeto pedagógico da escola que serve de apoio para 
nortear e adaptar, quando necessário, a sua prática docente. 
Este projeto é importante para o docente, pois ele sinaliza 
ações que deverá assumir diante da diversidade presente 
na escola (cultura, ética, racial, religiosa, etc.). Por isso, a sua 
participação na construção deste projeto é tão importante. 
Mas, apesar disso tudo, a situação não é tão simples! Por 
isso, a necessidade do apoio da família, da comunidade 
e do próprio sistema de ensino. Uma educação inclusiva 
requer a mudança de conceitos, das práticas e recursos. 
Entretanto, nem todos estão abertos para essa mudança. 
Não podemos encerrar esta unidade, sem mencionar 
um dos maiores desafios da educação inclusiva, que é 
formação dos professores para lidarem com a diversidades 
de alunos presentes na escola. Este assunto será discutido 
no próximo capítulo.
Educação Inclusiva
41
Capacitação docente para educação inclusiva 
INTRODUÇÃO:
Vamos identificar aqui os requisitos curriculares e as 
competências a serem desenvolvidas no processo de 
capacitação docente para atuar na Educação Inclusiva. 
Você sabia que a capacitação docente é tão importante 
que ela está regulamentada pelas políticas públicas do 
nosso governo?
É função do professor repensar sobre sua formação inicial e 
continuada. A formação inicial representa a obtenção do título de 
graduação e a formação continuada é aquela que acontece durante a sua 
carreira acadêmica.
Pronto para adquirir novos conhecimentos? Então, vamos lá!
Formação Docente
O docente deve estar sempre considerando e reconsiderando 
as suas práticas educativas, no contexto social em que essas práticas 
acontecem, na vivência acadêmica, mas também na sociedade em que a 
escola está inserida. Ele não pode descartar experiências já desenvolvidas 
e vivenciadas em outros momentos e espaços, mas ele precisa considerar 
também, diante do contexto atual, buscar sua atualização. De acordo 
com Grochoska (2012, p. 128) “o professor deve estar preparado tanto 
teoricamente quanto em sua prática para interagir de maneira conjunta 
com os diversos elementos que compõem a dinâmica escolar”.
É importante destacar que a formação docente, está também 
estabelecida nas políticas públicas para a educação, conforme está 
descrito na LDB 9.394:
Parágrafo único “A formação dos profissionais da educação, 
de modo a atender às especificidades do exercício de 
suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes 
etapas e modalidades da educação básica, terá como 
fundamentos:
Educação Inclusiva
42
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o 
conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de 
suas competências de trabalho; 
II - a associação entre teorias e práticas, mediante estágios 
supervisionados e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências 
anteriores, em instituições de ensino e em outras 
atividades. (BRASIL, 2020)
Também, referente à formação docente, a Resolução CNE/CP n. 2, 
de 20 dezembro de 2019, em seu artigo 2º. estabelece que:
Art. 2º. A formação docente pressupõe o desenvolvimento, 
pelo licenciando, das competências gerais previstas na 
BNCC-Educação Básica, bem como das aprendizagens 
essenciais a serem garantidas aos estudantes, quanto aos 
aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de 
sua formação, tendo como perspectiva o desenvolvimento 
pleno das pessoas, visando à Educação Integral. (BRASIL, 
2020)
IMPORTANTE:
A Resolução CNE/CP n. 2, de 20 dezembro de 2019, em 
seu anexo BASE NACIONAL COMUM PARA A FORMAÇÃO 
INICIAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (BNC-
FORMAÇÃO) lista as competências gerais e específicas 
para os docentes. Para saber mais clique aqui. 
Com base nestas competências, compreende-se que a formação 
docente deve ser vivenciada numa perspectiva integral, pois além de 
dominar os conteúdos, o professor também precisa saber planejar a 
sua prática, ter engajamento profissional e saber como uma escola é 
estruturada. 
Grochoska (2012) explica que o docente precisa conhecer os 
processos de aprendizagem para buscar oferecer o melhor atendimento 
para o estudante com necessidades educacionais especiais.
Tornar-se exímio pesquisador também é requisito para a 
formação docente, visto que o professor é um sujeito do 
Educação Inclusiva
encurtador.com.br/fgAD2
43
processo. Assim, é preciso que os sistemas de ensino 
proponham estratégias de formação inicial e continuada, a 
fim de melhor preparar esse profissional para o exercício da 
sua profissão, inclusive prevendo seus planos de carreira a 
ascensão para aqueles que manifestarem interesse nessa 
formação. (GROCHOSKA, 2012, p. 128)
É importante destacar que a escola é um local de aprendizagem e 
para o desenvolvimento profissional dos docentes. Conforme é explicado 
por Saviani (2009) apud Nascimento et al. (2016) a formação pedagógico-
didática dos docentes acontecerá em decorrência do domínio dos 
conteúdos e da própria prática docente. Entretanto, Nascimento et al. 
(2016) explicam, que infelizmente existe um distanciamento entre a 
formação dos professores e a realidade escolar. Consequentemente, 
essa formação desvinculada da realidade escolar é a responsável pela 
ineficácia do sistema escolar.
Neste contexto, Nascimento et al. (2016) indicam que a formação 
inicial deve consistir em aprender a aprender com a experiência. Diante 
desta perspectiva, os autores explicam que a formação docente precisa 
entender que existe uma relação entre a formação e o trabalho docente 
e que essa relação pode ser traduzida em um somatório de momentos 
formais e não articulados.
Não podemos deixar de mencionar a importância da formação 
docente continuada, que também está regulamentada na LDB 9.394/96:
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos 
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e 
tecnologias de educação a distância. 
[...]
Parágrafo único.   Garantir-se-á formação continuada 
para os profissionais a que se refere o caput, no local de 
trabalho ou em instituições de educação básica e superior, 
incluindo cursos de educação profissional, cursos 
superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-
graduação. (BRASIL, 2020)
E, também na Lei 13.146, no art. 28:
Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: 
Educação Inclusiva
44
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos 
programas de formação inicial e continuada de professores 
e oferta de formação continuada para o atendimento 
educacional especializado; (BRASIL, 2020)
XI - formação e disponibilização de professores para o 
atendimento educacional especializado, de tradutores e 
intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais 
de apoio;
A formação docente continuada é importantepara o exercício 
da profissão da docência e essa formação se justifica pela fragilidade 
na formação inicial e, também, pela necessidade de compreender a 
complexidade e diversidade da sala de aula.
[...] a formação continuada passa a ser um dos pré-requisitos 
básicos para a transformação do professor, pois é através 
do estudo, da pesquisa, da reflexão, do constante contato 
com novas concepções, proporcionado pelos programas 
de formação continuada, que é possível a mudança. Fica 
mais difícil de o professor mudar seu modo de pensar 
o fazer pedagógico se ele não tiver a oportunidade de 
vivenciar novas experiências, novas pesquisas, novas 
formas de ver e pensar a escola. (CHIMENTÃO, 2009, p. 3)
Nesta perspectiva, observa-se que a formação continuada 
dos docentes deve ser contínua, para que sejam aperfeiçoados os 
conhecimentos necessários à sua prática profissional no contexto atual, 
em que a informação está disponível para todos e todas nas redes 
de comunicação. Entretanto, essa informação somente poderá ser 
considerada conhecimento quando ela tem sentido para os estudantes.
Candau (1997) apud Chimentão (2009) destaca três aspectos 
necessários para o processo de formação continuada dos professores: 
a escola, como locus privilegiado de formação, a valorização do saber 
docente e o ciclo de vida dos professores. Chimentão (2009) explica que 
isso significa dizer que a formação continuada parte das necessidades 
reais do cotidiano escolar do professor. Em seguida, valoriza o saber 
docente, isto é, o saber curricular/disciplinar e o saber da experiência e, 
por último, a valorização do saber construído na prática pedagógica, ou 
seja, teoria e prática.
Educação Inclusiva
45
Diante do atual contexto em que a diversidade faz parte do 
cotidiano escolar, em que o acesso das pessoas com deficiência no ensino 
regular está regulamentado pelas políticas públicas, fica mais evidente a 
necessidade da formação continuada docente.
Além disso, de acordo com o INEP (2019), tem aumentado 
gradualmente o percentual de alunos com deficiência (transtornos globais 
do desenvolvimento ou altas habilidades) matriculados em classes 
comuns em todas as etapas da educação. De acordo com o Instituto, 88% 
dos alunos estão incluídos em classe comuns em 2018, sendo que a maior 
proporção de estudantes incluídos é observada no ensino médio, em que 
98,9% deles se encontram nessa posição. Mas, entre 2014 e 2018, o maior 
aumento na proporção de alunos incluídos foi observado na educação 
infantil, um aumento de 11,5%. Veja o gráfico a seguir.
Gráfico 1 – Percentual de alunos com deficiência matriculados em classes comuns 
Fonte: https://bit.ly/3eKVy6e
Destaca-se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja meta 4 
se refere à educação especial inclusiva para a população de 4 a 17 anos 
de idade com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação. Observando o Gráfico 32, verifica-se que 
o percentual de matrículas de alunos incluídos em classe comum vem 
aumentando gradativamente ao longo dos anos. Em 2014, o percentual de 
alunos incluídos era de 87,1%; em 2018, esse percentual passou para 92,1%. 
Além disso, considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica-se 
que o percentual de alunos que estão incluídos em classes comuns e que 
Educação Inclusiva
46
têm acesso às turmas de atendimento educacional especializado (AEE) 
também cresceu no período, passando de 37,1% em 2014 para 40,0% em 
2018. (INEP, 2019, p. 26).
Gráfico 2 – Percentual de matrícula de alunos de 4 a 17 anos com deficiência. 
Fonte: https://bit.ly/3eKVy6e
A partir destes dados, vamos estudar a importância da formação 
docente na Educação Inclusiva. Conforme explicado por Campbell (2009), 
é necessário que exista o conhecimento e as habilidades para que os 
docentes atuem com sucesso na inclusão. De acordo com a autora, esse 
sucesso será possível desde que a boa prática de ensino inclua a avaliação 
das necessidades educacionais especiais dos estudantes, adaptação 
do conteúdo curricular, a utilização de tecnologia, individualização dos 
processos de ensino-aprendizagem, entre outras habilidades. 
A formação docente e a Educação Inclusiva 
Como já mencionado anteriormente, o professor tem um papel 
muito importante na formação educacional dos alunos, pois ele é o 
indivíduo que convive diariamente com estudantes. Nesse contexto, o 
professor é responsável por mediar a construção do conhecimento dos 
Educação Inclusiva
47
estudantes, mas também de valorizar e incentivar a relação entre os seus 
estudantes, no que se refere ao respeito as diferenças. 
De acordo com Adams et al. (2017) a formação continuada é uma 
forma de superar as precariedades na formação inicial, mas também deve 
ser articulada às mudanças socioculturais. Assim, os autores explicam a 
necessidade de se discutir sobre o papel do professor para o atendimento 
às diferenças: uma formação de professores voltada também para a 
educação especial, já que ele é o sujeito responsável por criar condições 
que garantam um processo de ensino e aprendizagem efetivo aos 
estudantes.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre a formação docente continuada leia 
o artigo “Formação docente continuada e práticas de ensino 
no atendimento educacional especializado” clique aqui 
para acessar, dos autores Gláucia Uliana Pinto e Mateus 
Henrique do Amaral. Neste artigo, os autores abordam 
a importância da formação teórica de qualidade para os 
docentes, a necessidade de um maior engajamento deles 
na política por uma educação de qualidade e para que eles 
tenham maior clareza do que fundamenta as suas práticas. 
É um desafio a formação docente inicial e continuada de professores, 
pois segundo Adams et al. (2017) esses cursos devem desenvolver 
conhecimentos que possibilitem promover nestes profissionais novas 
atitudes e a compreensão das diversas e complexas situações de 
ensino, garantindo aos docentes a oportunidade de realizarem de 
maneira responsável e satisfatória seu papel no processo de ensino e 
aprendizagem para a diversidade.
O conhecimento e as habilidades requeridas para que 
os professores atuem com sucesso na inclusão dizem 
respeito principalmente à boa prática de ensino e incluem 
a avaliação de necessidades especiais, adaptação 
do conteúdo curricular, utilização de tecnologia de 
assistência, individualização de procedimentos de ensino 
Educação Inclusiva
https://bit.ly/38INGym
48
de forma que abarquem uma variedade de habilidades 
etc. (CAMPBELL, 2009, p. 154)
De acordo com Campbell (2009), deve ser dada uma atenção 
especial tanto na formação inicial quanto continuada dos docentes, pois 
eles precisam aprender a exercer a autonomia e aplicar suas habilidades 
na adaptação do currículo e na sua prática docente, a fim de atender as 
necessidades especiais dos estudantes. Além disso, nestas formações é 
preciso evidenciar a importância da colaboração dos professores com os 
especialistas e a cooperação com os pais.
Não se pode deixar de mencionar que a escola, de acordo com 
Campbell (2009), deve propiciar condições dignas de trabalho para os 
professores comuns e especializados. Segundo o autor, a escola precisa 
compreender que nem todos os professores têm condições psíquicas 
e profissionais adequadas ao trabalho com alunos com necessidades 
educacionais especiais, necessitando de orientação, preparo e apoio.
Os professores precisam repensar sua prática pedagógica, ela não 
pode ser baseada apenas no senso comum, pois isso dificulta a detecção 
dos problemas de aprendizagem de seus estudantes. Eles precisam ter 
conhecimento referente à deficiência do estudante, pois conforme explica 
Campbell (2009, p. 158):
A educação inclusiva veio tornar mais complexa e mais 
desafiadora a tarefa dos educadores e evidenciou que sua 
formação nunca está acabada. Eles precisarão estudar 
o que antes estavam dispensadosde estudar, aprender 
técnicas nas quais antes não pensavam, adequar seu ritmo 
ao de seus alunos, aprender a “ouvir” por outros meios 
diferentes de audição, terão de rever suas expectativas, as 
formas de ensinar, avaliar, aprovar, reprovar. (CAMPBELL, 
2009, p. 158)
Referente às atitudes dos professores sobre a inclusão. O que 
você sabe sobre esse assunto? Existem diversas pesquisas sobre essas 
atitudes, Farrell e Jenkinson (1997) apud Mittler (2003, p. 185) listam a 
seguintes atitudes:
Educação Inclusiva
49
 • A maioria dos professores das escolas regulares apoiam o princípio 
da inclusão, mas muitos têm dúvidas se isso funcionaria em suas 
escolas.
 • Os professores são muito mais positivos sobre a inclusão de 
crianças com comprometimento sensorial ou físico do que 
daquelas com dificuldades emocionais e comportamentais ou 
dificuldades de aprendizagens graves.
 • Os professores têm atitudes menos positivas do que os diretores, 
mas muito depende da credibilidade dos profissionais visitantes 
de apoio especializado.
 • O apoio à inclusão, em geral, aumenta uma vez que os professores 
têm uma experiência direta com ela e, por isso, sentem que o 
esquema tem o total apoio do diretor da escola e das autoridades 
locais.
Antes de encerrar este capítulo, não podemos deixar de destacar 
que a formação continuada está regulamenta pelas políticas públicas do 
Brasil, conforme é descrito a seguir: 
LDB 9.394: Parágrafo único. Garantir-se-á formação 
continuada para os profissionais a que se refere o caput, no 
local de trabalho ou em instituições de educação básica 
e superior, incluindo cursos de educação profissional, 
cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e 
de pós-graduação. (BRASIL, 2020)
Lei 13.146: X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas 
pelos programas de formação inicial e continuada de 
professores e oferta de formação continuada para o 
atendimento educacional especializado. (BRASIL, 2020)
Educação Inclusiva
50
RESUMINDO:
Neste último capítulo desta unidade estudamos a 
importância da formação inicial e continuada para a 
educação e ainda, como essa formação pode contribuir 
para uma educação inclusiva de qualidade. Para isso, foi 
analisado que o docente deve estar sempre disposto a rever 
as suas práticas educativas no cenário atual em que a escola 
está inserida na sociedade. As experiências desenvolvidas 
e vivenciadas pelos professores também são fundamentais 
para a sua formação. Além disso, por causa da importância 
tanto da formação inicial como da continuada, elas estão 
regulamentadas pelas políticas públicas do país: LDB 
9.394/96 “A formação dos profissionais da educação, de 
modo a atender às especificidades do exercício de suas 
atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas 
e modalidades da educação básica [...]” (BRASIL, 2020); 
Resolução CNE/CP n. 2, de 20 dezembro de 2019, n. 2, de 
20 dezembro de 2019 “A formação docente pressupõe o 
desenvolvimento, pelo licenciando, das competências 
gerais previstas na BNCC-Educação Básica, bem como 
das aprendizagens essenciais a serem garantidas aos 
estudantes, [...]” (BRASIL, 2020). Para finalizar este capítulo é 
importante evidenciar que, conforme explicado, nem todos 
os professores têm condições para trabalhar com os alunos 
com necessidades educacionais especiais, necessitando 
de orientação, preparo e apoio. Por isso, a escola deve 
oferecer condições, tanto psicológicas como profissionais 
para esses docentes.
Educação Inclusiva
51
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	Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva
	Barreiras atitudinais vivenciadas no espaço escolar
	Lei 9.394 de 1996
	Lei 13.146 de 2015
	Adaptações curriculares para a inclusão
	Currículo escolar
	Currículo e a inclusão escolar
	Os desafios dos professores na educação inclusiva
	O papel e os desafios dos professores na Educação Inclusiva
	Capacitação docente para educação inclusiva 
	Formação Docente
	A formação docente e a Educação Inclusiva

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