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AUDITORIA DA QUALIDADE Unidade 1 CEO DAVID LIRA STEPHEN BARROS DIRETORA EDITORIAL ALESSANDRA FERREIRA GERENTE EDITORIAL LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS PROJETO GRÁFICO TIAGO DA ROCHA AUTORIA PERI DA SILVA SANTANA 4 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 A U TO RI A Peri da Silva Santana Sou Mestre em Engenharia da Produção, Pós-Graduado e Especialista em Estratégia e Gestão Estratégica, Graduado em Administração e com Licenciatura em Sociologia. Especialista em Administração e Gestão Estratégica, com Aperfeiçoamento em Estudos Sociais e Licenciado em Sociologia pela FIC. Fui aluno especial nas disciplinas da Universidade de São Paulo-USP, no Programa de Mestrado em Administração/FEA-USP na disciplina: Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho (GQVT), no Programa de Mestrado em Comunicação/ECA-USP na disciplina “As aventuras estéticas da Publicidade” e, na USP-Leste EACH, no programa de Gestão Têxtil, na disciplina “Gestão e modelagem matemática”. Sou Especialista e Pós-Graduado lato sensu em Administração Estratégica Empresarial, com extensões pela Fundação Getúlio Vargas FGV-EAESP em Gestão Estratégica, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) em CRM (Customer Relationship Management) e em Relacionamento com o Cliente, pela Fundação Vanzolini em FMEA (Failure Modes and Effects Analysis) e em Análise do Tipo e Efeito de Falha, pela Fundação Faculdade Trevisan em Planejamento Estratégico e em Didática do Ensino Superior pelo Instituto e Fundação IPEC. Tenho experiência e vivência na área de Administração e Gestão, processos gerais de gestão, auditoria e glosa, logística, departamento financeiro, automação bancária, indústria e gráfica. Atuo principalmente nos temas de administração, estratégia, comunicação, planejamento, logística e gestão. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! 5AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 ÍC O N ES 6 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 SU M Á RI O Auditoria da qualidade ............................................................ 9 Evolução da auditoria: tópicos importantes ................................................. 9 Conceitos de auditoria ......................................................................................11 Auditoria da qualidade ...................................................................................18 Acompanhamento da auditoria de certificação .................. 23 Sistemas de normalização ..............................................................................23 A série ISO 9000 ..................................................................................25 A série ISO 14000 ................................................................................27 Sistema de gestão da qualidade .....................................................................29 Processo de auditorias da qualidade .................................... 38 Classificação de auditorias da qualidade .....................................................38 Auditoria interna da qualidade ......................................................................41 Competências dos auditores internos ........................................................... 44 Iniciando a auditoria ............................................................... 48 Atividades pré-auditoria ..................................................................................49 Preparação da auditoria ...................................................................................51 Reunião preliminar ............................................................................................53 Execução da auditoria ......................................................................................54 Desenvolvimento da auditoria ........................................................................55 Atividades de pós-auditoria .............................................................................57 Elaboração do relatório de auditoria .............................................. 57 Lista de verificação da qualidade do texto do relatório 58 Acompanhamento das disposições e ações corretivas ............... 59 7AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 A PR ES EN TA ÇÃ O A Auditoria da Qualidade consiste em avaliar e adaptar processos, de acordo com as disposições impostas pelo planejamento estratégico, por meio da coleta sistemática e documentada de informações, a fim de identificar, registrar e obter evidências objetivas acerca das áreas de não conformidade com os parâmetros determinados e apontar quais são as causas. Pode-se dizer, portanto, que a Auditoria da Qualidade é um processo organizado para a coleta de informações, tornando possível o reconhecimento das ações coercitivas a serem tomadas para que o progresso seja alcançado. Atualmente, grandes organizações e empresas com grandes investimentos e controles internos e externos priorizam e investem em auditoria. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar nesse universo! 8 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 O BJ ET IV O S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Explicar as funções da Auditoria da Qualidade. 2. Interpretar e conhecer o entendimento das certifica- ções, auditoria, documentação, técnicas, funções e res- ponsabilidades. 3. Identificar soluções e a utilização das ferramentas da qualidade e auditoria. 4. Executar os processos de auditoria, planos, reuniões, documentos, conformidades, não conformidades e relatórios. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! 9AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Auditoria da qualidade OBJETIVO Ao término da leitura e entendimento deste capítulo, você será capaz de saber a aplicação e o funcionamento da Auditoria da Qualidade. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão e para a aplicação da disciplina. As pessoas que desconsideram essas instruções podem ter problemas quanto ao desempenho da organização. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Evolução da auditoria: tópicos importantes A auditoria originou-se da prática de registrar cargas em um navio, processo no qual a tripulação comunicava os itens e as quantidades (ARTER, 2003). Por sua vez, o auditor representava o rei e estava lá para assegurar que todos os impostos sobre essa carga seriam registrados (ARTER, 2003). Figura 1 - Cargueiro Fonte: Pixabay. 10 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 As aplicações financeiras também contribuíram para a evolução da auditoria. À medida que a civilização ocidental mudou da Idade Média para o período da Renascença, o empréstimo de dinheiro tornou-se relevante para o comércio e para os reinos. E havia uma necessidade de assegurar que tanto os mutuários quanto os credores estavam falando a verdade (ARTER, 2003). Figura 2 - Auditoria Fonte: Pixabay. No contexto das organizações, podemos destacar que, à medida que elas estavam se tornando mais complexas, o auditor operacional tornou-se um ator fundamental para evitar problemas e desperdícios relativos às atividades organizacionais. No geral, esses auditores se reportam a um comitê do Conselho de Administração corporativo (ARTER, 2003). 11AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 3 - Processos Fonte: Freepik. Cada vez mais, em um cenário marcado pela competitivi- dade global, as organizações precisavam atender aosrequisitos do cliente, bem como controlar melhor seus processos de fabri- cação por meio de auditorias (ARTER, 2003). Em reconhecimento dessa necessidade, a próxima seção traz a definição de auditoria, evidencia sua classificação, objetivos e outros aspectos essen- ciais para a compreensão desse tema. Conceitos de auditoria As auditorias podem ser classificadas por diferentes parâmetros: a. Programação: inclui a auditoria inicial, a auditoria de acompanhamento e a auditoria periódica. 12 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Auditoria inicial: diz respeito à primeira auditoria executada para avaliar sistema da qualidade, processos ou produtos. • Auditoria de acompanhamento: corresponde ao acompanhamento e à avaliação de pendências de outras auditorias. • Auditoria periódica: tem como objetivo avaliar o sistema da qualidade, o processo ou produto depois da auditoria inicial, seguindo uma programação. Figura 4 - Calendário Fonte: Pixabay. b. Finalidade: inclui a auditoria de sistema, a auditoria de processo e a auditoria de produto. • Auditoria de sistema: auditoria que avalia a conformidade do sistema da qualidade, implementado por determinada empresa ou unidade, em relação aos 13AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 requisitos preestabelecidos, dando ênfase aos aspectos de documentação e organização do sistema. Auditoria de processo: auditoria que avalia a execução de um serviço ou produto em relação às especificações ou ao projeto, dando ênfase aos parâmetros que, direta ou indiretamente, contribuem para o processo. Observa-se, portanto, não apenas o cumprimento da política de qualidade, mas também o programa da qualidade referente aos recursos materiais e humanos utilizados na execução, comparando-os com o previsto no sistema da qualidade. Figura 5 - Produção Fonte: Freepik. • Auditoria de produto: avalia a adequação do produto às especificações ou ao projeto. Procura verificar se o produto atende às especificações e às necessidades de adequação para uso do cliente. c. Empresa auditada: inclui a auditoria interna e a auditoria externa. • Auditoria interna: corresponde à auditoria determinada pela gestão da organização e executada por integrantes 14 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 da própria empresa. Ela conduz a organização para a exploração de seus próprios sistemas, métodos, procedimentos etc. • Auditoria externa: realizada por auditores que não pertencem aos quadros da organização e sob a responsabilidade de uma empresa independente. Figura 6 - Equipe Fonte: Freepik. EXEMPLO: Santana et al. (1995) destacam os seguintes exemplos de auditoria externa: • Auditoria conduzida por uma organização com seus próprios fornecedores ou subcontratados. • Auditoria executada por uma organização em projetos ou atividades auxiliados técnica e financeiramente para serem construídos por outra organização. 15AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Auditoria executada pelo Tribunal de Contas da União nos órgãos e instituições do Governo Federal. Ainda a respeito da auditoria externa, Santana et al. (1995) destacam que elas podem ser subdivididas da seguinte forma: • Auditoria de qualificação - tem como finalidade a qualificação de produto, processo ou sistema de uma organização por determinado período. • Auditoria de requalificação - realizada depois de expirado o prazo de uma qualificação anterior e tem como finalidade a requalificação de um produto, processo ou sistema da organização. • Auditoria de manutenção - tem como propósito verificar se o produto, o processo ou o sistema de uma organização continua atendendo aos requisitos analisados nas etapas de qualificação ou requalificação. • Auditoria de acompanhamento - corresponde ao tipo de auditoria realizada para acompanhar pendências de outras auditorias. d. Tipo: inclui a auditoria de adequação e a auditoria de conformidade. • Auditoria de adequação - tem como objetivo verificar se o sistema de qualidade está adequado para alcançar os padrões de qualidade estabelecidos. Esses padrões podem ser da própria organização auditada ou de instituições nacionais ou internacionais, tais como NBR, ISO etc. 16 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 7 - Lista de controle Fonte: Freepik. • Auditoria de conformidade: busca analisar em que nível o sistema da qualidade documentado está sendo, efetivamente, processado. Isto é, ela busca evidências objetivas e claras de que o auditado está trabalhando conforme as instruções documentadas. e. Abrangência: inclui a auditoria completa e a auditoria parcial. • Auditoria completa - verifica o cumprimento de todas as etapas previstas na documentação considerada como referência. • Auditoria parcial - verifica o cumprimento de parte das etapas previstas na documentação usada como referência, por terem sido consideradas importantes em função de sua natureza ou das circunstâncias. 17AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 f. Quanto à aplicação: inclui a auditoria preventiva e a auditoria corretiva. • Auditoria preventiva - é a auditoria de rotina, executada segundo o programa definido pelo sistema da qualidade da organização. Essa auditoria tem as seguintes finalidades: • Impedir a ocorrência de afastamentos dos requisitos pré-definidos. • Minorar o número de correções, retrabalhos, rejeições, bem como desperdícios. • Auditoria corretiva - é realizada especialmente quando existem não conformidades de caráter repetitivo. g. Quanto às partes: a auditoria pode ser de primeira, de segunda e de terceira parte. • Auditoria de primeira parte - é realizada por uma organização sobre ela mesma. Isto é, corresponde a um sinônimo de auditoria interna. • Auditoria de segunda parte - é conduzida por uma organização, compradora, em seu próprio interesse, sobre outra empresa, normalmente fornecedora. • Auditoria de terceira parte - é conduzida por uma organização independente sobre um fornecedor de determinada organização. 18 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Auditoria da qualidade A auditoria da qualidade é uma ferramenta de suma importância para a Administração da Qualidade. Não obstante uma grande quantidade de organizações tenha desenvolvido essa atribuição, é perceptível que as vantagens provenientes de sua aplicação ainda não são totalmente compreendidas. Por isso é imprescindível que as informações captadas sejam verídicas e exatas, já que a tomada de decisões relevantes basear-se-á nos levantamentos da auditoria. Auditoria da qualidade consiste em uma atividade sistemática, formal e documentada, realizada por pessoal habilitado e independente, para definir, por investigação, avaliação ou exame, se as operações da organização atendem a uma ação planejada caso sejam efetivamente implementadas e se têm potencial para assegurar a conquista dos objetivos da qualidade desejados para um setor ou uma unidade da organização (SANTANA et al., 1995). Figura 8 - Qualidade Fonte: Pixabay. 19AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Em outras palavras, trata-se de um exame e processo sistêmico que tem como objetivo analisar as rotinas organizacionais de determinado setor, departamento ou organização (pública ou privada). Ela analisa de modo ímpar tais atividades organizacionais, fazendo levantamento para saber se tudo ocorre conforme os objetivos previamente determinados da organização, inclusive no aspecto legal. Para Santana et al. (1995), as auditorias da qualidade têm como principais objetivos a promoção de qualidade e o apoio à gestão do órgão a ser auditado na análise do cumprimento de: normas, padrões, métodos e práticas operacionais. No geral, pode-se dizer que as auditorias são planejadas para um ou mais dos seguintes objetivos: h. Definir a eficácia e a eficiência de um sistema da qualidade, considerando os objetivos de qualidade definidos. Você sabe quais os significados dessestermos? No geral, eles são tratados como sinônimos por algumas pessoas, mas existe uma diferença entre eles. Vamos compreendê-los? Os termos “eficácia” e “eficiência” são usados para apontar que uma organização desempenha conforme as expectativas dos usuários e dos indivíduos que mobilizaram os recursos. De forma específica, eles podem ser compreendidos da seguinte forma: • Eficácia: indica que a organização alcança seus objetivos. Quanto maior a quantidade de objetivos alcançados, mais eficaz é a organização. 20 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 9 - Alvo Fonte: Pixabay. • Eficiência: indica que a organização utiliza de forma produtiva ou de forma econômica os recursos. Quanto mais alta a produtividade ou economia de recursos utilizados, mais eficiente será a organização. Figura 10 - Eficiência Fonte: Pixabay. 21AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 i. Estabelecer a conformidade ou não conformidade dos componentes do sistema da qualidade quanto aos requisitos definidos. • Oferecer ao auditado a oportunidade de obter melhorias no sistema da qualidade. • Atender aos procedimentos previstos em uma relação contratual. • Retroalimentar o sistema da qualidade para garantir os meios de administrar e controlar a qualidade na organização. • Analisar se as normas, processos e especificações são os mais apropriados para cada caso explorado. • Avaliar se o produto atende ao padrão de qualidade almejado. • Verificar se as ações corretivas vêm sendo implementa- das conforme o determinado. • Observar se os diversos componentes do sistema da qualidade vêm sendo implementados de forma eficaz. Diante do exposto, a Auditoria da Qualidade consiste em avaliar e adaptar processos, de acordo com as disposições impostas pelo planejamento estratégico, por meio da coleta sistemática e documentada de informações, a fim de identificar, registrar e obter evidências objetivas acerca das áreas de não conformidade com os parâmetros determinados e apontar quais são as causas. Pode-se dizer, portanto, que a Auditoria de Qualidade é um processo organizado para a coleta de informações, tornando possível o reconhecimento das ações coercitivas a serem tomadas para que o progresso seja alcançado. 22 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter compreendido a aplicação e o funcionamento da Auditoria da Qualidade. De forma específica, mostramos eventos importantes para o processo de evolução da auditoria (registros de cargas, relações financeiras etc.). Também exploramos alguns conceitos de auditoria. Nesse sentido, mostramos que as auditorias podem ser classificadas por diferentes parâmetros: programação, finalidade, empresa auditada etc., mostramos que as auditorias podem ser subdivididas da seguinte forma: auditoria de qualificação, auditoria de requalificação, auditoria de manutenção, auditoria de acompanhamento etc. Exploramos a auditoria da qualidade, que é uma ferramenta de suma importância para a administração da qualidade Ela é uma atividade sistemática, formal e documentada, realizada por pessoal habilitado e independente, para definir, por investigação, avaliação ou exame, se as operações da organização atendem a uma ação planejada caso sejam efetivamente implementadas e se têm potencial para assegurar a conquista dos objetivos da qualidade desejados para um setor ou uma unidade da organização. 23AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Acompanhamento da auditoria de certificação OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de interpretar e conhecer o entendimento das certificações, auditoria, documentação, técnicas, funções e responsabilidade. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que desconsideraram essas instruções tiveram problemas ao decidir de forma intuitiva. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Sistemas de normalização O avanço dos conceitos de qualidade indicou a necessidade de um grupo especial de documentos, denominado “documentos normativos”. Eles incluem regulamentos, especificações, relatórios e normas técnicas. São amplamente usados, e os arranjos modernos de produção são possíveis somente com a existência de documentos normativos (CARVALHO; PALADINI, 2012). “Norma” diz respeito a um documento definido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que oferece regras, diretrizes ou características para atividades, com foco na obtenção de um nível ótimo de ordenação em dado contexto (CARVALHO; PALADINI, 2012). No geral, as normas são fundamentadas em conhecimentos consolidados da ciência, da tecnologia e das experiências (CARVALHO; PALADINI, 2012). Segundo Carvalho e Paladini (2012), as normas podem ser: • Internacionais: estabelecem-se normas em comum para facilitar o diálogo entre diferentes povos, o 24 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 comércio internacional, bem como o avanço da ciência e da tecnologia. Exemplo: normas ISO. • Regionais. Exemplo: Mercosul. • Nacionais: no geral, reflete o consenso de determinada nação e baseiam-se na experiência vivenciada por aquela sociedade. Exemplo: ABNT. Para Carvalho e Paladini (2012), o organismo internacional de normalização (International Organization for Standardization) é uma organização não governamental.. Seus princípios de normalização são: • Equidade de direitos das pessoas: considera que qualquer membro da ISO tem direito a participar de um comitê técnico que desenvolve normas que julgue de interesse para seu país. • Normas voluntárias: considera que todas as normas elaboradas pela ISO têm caráter voluntário e são adotadas pelas organizações e nações somente se o desejarem. • Direcionamento ao mercado: a ISO desenvolve normas quando há interesse do mercado. Especialistas, representantes de agências governamentais, de academias, de consumidores e de laboratórios são consultados para a sua elaboração. • As normas ISO são um acordo técnico que oferece suporte para uma tecnologia compatível internacional. 25AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 A série ISO 9000 Para Carvalho e Paladini (2012), a série ISO 9000 é formada por quatro normas: • Sistemas de gestão da qualidade (ISO 9000:2005): define um ponto de partida para a compreensão das normas e dos termos fundamentais associados à família ISO 9000. • Sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001:2008): dispõe requisitos a serem usados para atender eficazmente os clientes e regulamentos aplicáveis. • Gestão para o êxito sustentado de uma organização (ISO 9004:2009): oferece diretrizes para que as organizações possam atingir o sucesso sustentado por meio de um enfoque de gestão da qualidade. • Diretrizes a respeito de auditorias em sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental (ISO 19011:2002): oferece diretrizes para verificar a capacidade do sistema em atingir os objetivos da qualidade. Há diferentes normas e documentos normativos que podem complementar as normas básicas da série ISO 9000. Entre eles, destacam-se: • Orientações para planos da qualidade. • Instruções para qualidade em gerenciamento de projetos. • Diretrizes para gestão da configuração. • Garantia da qualidade para equipamentos de mensuração. 26 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Orientações para documentação do sistema de gestão da qualidade. • Diretrizes para a percepção de ganhos financeiros e econômicos. • Sistemas de gestão da qualidade. Para Carvalho e Paladini (2012), a gestão da qualidade para a série ISO 9000 está apoiada nos seguintes princípios: • Foco no cliente. • Liderança. • Engajamento das pessoas. • Foco no processo. • Sistêmica para gerenciamento. • Melhoria contínua.• Tomada de decisões apoiada em fatos. • Relacionamento com fornecedor mutuamente vantajoso. Para Carvalho e Paladini (2012), a norma ISO 9001:2008 está fundamentada nos seguintes elementos: a. Introdução - mostra as motivações para a elaboração da norma, o objetivo de certificação por partes internas ou externas à organização. b. Objetivo - evidencia que é uma norma de requisitos, enfatizando os itens que se atêm aos requisitos do cliente e a outros regulamentos. c. Referências normativas - trata sobre a norma que tem relação com a ISO 9001:2008. 27AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 d. Termos e definições - encaminha o leitor à norma ISO 9000:2005 para os termos e definições. A série ISO 14000 Para Carvalho e Paladini (2012), a sociedade atual precisa ser orientada quanto ao desenvolvimento sustentável que diz respeito ao desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras de atenderem às suas necessidades. Podemos destacar que: • Os governos criaram legislações, normas e regulamentos direcionados à conservação do meio ambiente. • Os consumidores demonstraram preferência quanto aos produtos ambientalmente corretos. Diante desse contexto, a série de normas ISO 14000 foi lançada em 1996 para disponibilizar para as organizações um instrumento gerencial apropriado, que pode ser utilizado para: • Fazer a gestão ambiental da organização. • Demonstrar ao público externo que a organização está comprometida com o desenvolvimento sustentável. Em relação às normas constituintes da série ISO 14000:2004, podemos destacar as seguintes: • Sistemas de gestão ambiental: exigências com orientações para uso (NBR ISO 14001:2004). • Sistemas de gestão ambiental: orientações gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio (ISO 14004:2004). • Orientações para auditoria de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental (NBR ISO 19011:2002) 28 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 IMPORTANTE A NBR ISO 14001:2004 é uma versão brasileira da norma internacional ISO 14001:2004 (que é internacional). Contém somente requisitos que podem ser auditados de forma efetiva. Carvalho e Paladini (2012) destacam que a norma ISO 14001:2004 traz orientações sobre um sistema de gestão ambiental eficaz. O objetivo dessa norma é: • Equilibrar a conservação ambiental com as necessidades sociais e econômicas. IMPORTANTE Essa norma adota a lógica do PDCA (Plan, Do, Check, Act). Baseado na ISO 14001, os pilares do sistema de gestão ambiental são: • Prevenção no local da correção. • Planejamento de atividades, produtos e processos. • Definição de critérios. • Coordenação e integração dos subsistemas. • Controle contínuo. • Aperfeiçoamento contínuo. Segundo Carvalho e Paladini (2012), a ISO 14001 está organizada da seguinte forma: • Introdução, que tem como objetivo mostrar a norma e os propósitos, bem como citar referências normativas. • Termos e definições. 29AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Exigências do sistema de gestão ambiental. • Orientações complementares a respeito do uso da norma. • Exploração das relações entre a NBR ISO 14001:2004 e a NBR ISO 9001:2008. Sistema de gestão da qualidade a. Requisitos gerais: O sistema de gestão da qualidade determina quais são os requisitos que devem ser aplicados a si mesmo (CARVALHO; PALADINI, 2012). Considerando esse contexto, faz-se necessário entender os processos, os componentes do sistema, a articulação, os recursos e controles necessários. Importante destacar que: • O sistema precisa ser definido, documentado, implementado, sustentado, bem como aperfeiçoado de forma contínua. Dessa forma, o sistema de gestão da qualidade precisa ser definido à luz da teoria dos sistemas (CARVALHO; PALADINI, 2012). Com o sistema de gestão da qualidade definido, faz-se necessário documentá-lo para que a gestão se fundamente nas regras estabelecidas. Implementar o sistema de gestão é essencial para alcançar a sua eficácia (CARVALHO; PALADINI, 2012). Esses sistemas de gestão da qualidade podem viabilizar o monitoramento, a mensuração e a análise dos processos, indicando a necessidade de ações corretivas e preventivas para 30 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 alcançar os resultados planejados e a melhoria contínua dos processos e subsistemas. b. Requisitos de documentação: a norma exige a seguinte documentação mínima: • Política e objetivos da qualidade. • Manual da qualidade. • Documentação específica de alguns procedimentos. • Documentação para planejamento, operação e controle do sistema global. • Registros especificados na norma. c. Responsabilidade da direção: refere-se ao detalhamento das exigências associadas à administração do sistema de gestão da qualidade. Inclui a declaração dos objetivos, o planejamento e o controle realizados no nível estratégico (CARVALHO; PALADINI, 2012). Carvalho e Paladini (2012) destacam que a eficácia do sistema de gestão da qualidade será eficaz se sua liderança estiver comprometida com seu desenvolvimento, implementação e aperfeiçoamento contínuos. São necessárias ações como: • Dispersão da cultura da qualidade, enfatizando a relevância de satisfazer os requisitos dos clientes. • Declaração do objetivo global por meio de uma política da qualidade. • Estabelecimento dos objetivos para a qualidade. • Controle do sistema por meio de análises críticas. • Disponibilização de recursos essenciais para que os subsistemas cumpram suas missões. 31AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Carvalho e Paladini (2012) fazem as seguintes considera- ções: • Foco no cliente: trata da importância de atender às exi- gências dos clientes. • Política da qualidade: considera a necessidade de de- finir políticas adequadas ao propósito da organização, possibilitando a definição dos objetivos locais e seu monitoramento. • Planejamento: o sistema de gestão precisa ser planeja- do e seus elementos e subsistemas precisam estar em sintonia com o propósito global. • Responsabilidade, autoridade e comunicação: todos os indivíduos precisam compreender suas responsabilida- des e autoridades em uma organização. Isso é necessá- rio para orientar os processos na direção dos objetivos. • Análise crítica pela direção: o controle precisa ser exer- cido pela alta administração. Essa análise crítica envol- ve a reflexão da alta administração quanto às seguintes questões: • Este sistema de gestão da qualidade está sendo operado baseado no planejado? • Este sistema é eficiente? É eficaz? • A satisfação dos clientes aumentou? • Os custos de operação do sistema são razoáveis? • Existe uma melhoria contínua? • Os recursos vêm sendo distribuídos de modo eficiente? 32 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 A respeito da gestão de recursos, Carvalho e Paladini (2012) afirmam que um sistema de gestão da qualidade possuir deve ter um subsistema direcionado à gestão de recursos: • Provisão de recursos: considera a importância de determinar as necessidades de recursos para que os objetivos do sistema de gestão da qualidade sejam alcançados. Esse levantamento de necessidades tem de ser realizado de forma contínua à medida que o sistema evolui. • Recursos humanos: entende-se que as pessoas que realizam atividades que interferem na qualidade precisam ser competentes, considerando aspectos como: educação, treinamento, habilidade etc. • Infraestrutura: as necessidades de infraestrutura para buscar a conformidade do produto têm de ser determinadas, e essa estrutura tem que ser provida e sustentada. • Ambiente de trabalho: refere-se às condições necessárias para alcançar a conformidade em relação aos requisitos do produto. Carvalho e Paladini (2012) também trazem considerações a respeito da realização do produto que considera os requisitos intimamente associados à conformidade com as exigências doproduto. Relacionam-na com a teoria dos sistemas, que diz respeito à administração dos elementos ou subsistemas de modo que seus processos contribuam para alcançar os objetivos globais. • Planejamento: diz respeito à elaboração do plano da qualidade. Considera aspectos como objetivos da qua- lidade, requisitos para o produto, processos, documen- 33AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 tos e recursos, verificação, validação, monitoramento, entre outros. • Processos relacionados a clientes: diz respeito a uma análise crítica dos requisitos associados ao produto e à comunicação com o cliente. • Projeto e desenvolvimento: considera que, quando mencionamos um produto, incluímos também serviços, informação e materiais processados. • Planejamento do projeto e desenvolvimento: considera necessário o planejamento, o desenvolvimento e o controle de um projeto. Inclui o detalhamento das etapas do projeto e o controle da evolução do projeto. • Entradas e saídas de projeto e desenvolvimento: considera o projeto como uma caixa preta que tem entradas e saídas. É requisito que as entradas necessárias sejam determinadas e analisadas criticamente. É dada importância, aos requisitos dos clientes, bem como a requisitos legais. Como é de boa prática em projetos, as informações de projetos anteriores também devem ser consideradas. • Saídas de projeto e desenvolvimento: considera a relevância de existir coerência entre as saídas e as especificações de entrada. • Análise crítica de projeto e desenvolvimento: considera a necessidade de alcançar uma visão geral a respeito dos rumos e do desenvolvimento dos projetos. • Verificação do projeto e desenvolvimento: correspon- de a uma atividade de controle que busca assegurar 34 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 que as saídas atendam aos requisitos de entrada e de desenvolvimento do projeto. • Validação do projeto e desenvolvimento: depois de concluir o projeto, é necessário garantir que o resul- tado atenda aos requisitos de entrada. • Controle de alterações de projeto e desenvolvimento: diz respeito ao registro das mudanças, bem como à análise crítica, verificação e validação. Carvalho e Paladini (2012) apontam outros processos necessários para a condução do sistema de gestão: • Aquisição: entende-se que a organização deve garantir que o produto adquirido apresente conformidade com as especificações de aquisição. • Produção e fornecimento do serviço: refere-se à gestão dos processos de realização do produto. • Controle de produção e fornecimento de serviço: considera como pressuposto que todos os recursos necessários já estão disponíveis em hardware (má- quinas, edifícios etc.) e em software (especificações, procedimentos, rotinas etc.). • Validação dos processos de produção e fornecimento de serviços: considera que a conformidade só pode ser garantida por um processo capaz. Faz-se necessá- rio identificar os processos e validá-los, demonstran- do seu potencial de atingir os resultados planejados. • Identificação e rastreabilidade: a identificação do pro- duto nos processos permite reduzir a possibilidade de troca de elementos ou a aplicação indevida de procedimentos. Ou seja, é necessário identificar os 35AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 produtos aprovados, reprovados, não inspecionados ou aqueles que aguardam a liberação. • Propriedade do cliente: muitas vezes o cliente forne- ce materiais para serem processados, equipamentos ou elementos a serem adicionados ao produto. Su- gerem-se cuidados com os requisitos para comuni- cação. • Preservação do produto: refere-se aos requisitos con- siderados para preservar a conformidade do produto nos processos internos e nos processos de entrega. • Controle de dispositivos de medição e monitoramen- to: enfatiza a necessidade de cuidados com os dis- positivos de mensuração e monitoramento utilizados conforme estabelecido pelo plano da qualidade. E também considera a rastreabilidade metrológica que procura relacionar os padrões usados na verificação dos padrões de mensuração internacionais e nacio- nais, os ajustes, quando aplicável, a proteção contra danos etc. Carvalho e Paladini (2012) também fazem considerações sobre os processos de medição e análise de desempenho, a saber: • Generalidades: considera a necessidade de acompanhamento dos subsistemas e processos internos, bem como sobre o ambiente externo. • Medição e monitoramento: considera a necessidade de mensurar e acompanhar o sistema de gestão da qualidade, de acordo com seu desenho inicial. Nesse sentido, a organização pode fazer uma autoavaliação, baseada nas regras que garantem a imparcialidade, a objetividade e a abrangência da auditoria. 36 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Controle do produto não conforme: refere-se às providências necessárias para que os itens para que os itens não conformes sejam entregues da forma devida. • Análise de dados: destaca a importância de armazenar e explorar os dados coletados. Para finalizar, vamos introduzir alguns conceitos básicos e frequentemente aplicados nos processos de auditoria. Estão relacionados às melhorias, conforme destacam Carvalho e Paladini (2012): • Melhoria contínua: destaca a importância da prática da melhoria contínua, que deve ser acompanhada com base na evolução de indicadores do sistema e dos processos quanto aos objetivos e metas. • Ação corretiva: considera a análise de não conformidades e a proposição de ações corretivas para identificar suas causas e evitar sua repetição. • Ação preventiva: explora problemas potenciais, isto é, problemas que podem acontecer se algumas ações não forem tomadas. 37AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter compreendido a respeito das certificações, auditoria, documentação, técnicas, funções e responsabilidade. Começamos tratando sobre os sistemas de normalização. Uma norma é um documento definido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que oferece regras, diretrizes ou características para atividades, com foco na obtenção de um nível ótimo de ordenação em um dado contexto. Elas podem ser desenvolvidas principalmente nos níveis internacional, regional e nacional. Tratamos sobre a ISO 9000, que reúne as seguintes normas principais: sistemas de gestão da qualidade, gestão para o êxito sustentado de uma organização, diretrizes a respeito de auditorias em sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental etc. Mostramos princípios que apoiam a série ISO 9000 (foco no cliente, liderança, engajamento das pessoas, foco no processo etc.). Essa norma reúne os seguintes elementos: introdução, objetivo, referências normativas etc. Mostramos os requisitos básicos exigidos para o sistema de gestão da qualidade. Eles podem viabilizar o monitoramento, a mensuração e a análise dos processos, indicando a necessidade de ações corretivas e preventivas para alcançar os resultados planejados e a melhoria contínua. Também tratamos sobre a série ISO 14000, que orienta quanto ao desenvolvimento sustentável e exploramos o sistema de gestão ambiental, que busca equilibrar a conservação ambiental com as necessidades sociais e econômicas. 38 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Processo de auditorias da qualidade OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar soluções e a utilização das ferramentas da qualidade e auditoria. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. Os profissionais que desconsideraram essas informações tiveram problemas quanto ao acompanhamento de produtos ou processos. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Classificação de auditorias da qualidade• Auditoria do sistema da qualidade: Tem como objetivo julgar a adequação do sistema de qualidade executado em relação às diretrizes estabelecidas a partir da norma referencial. Para isso, avalia o grau de conformidade do sistema de qualidade e, dessa forma, trata- se de um processo abrangente e sistêmico, enfatizando a documentação e o ordenamento dos procedimentos. Figura 11 - Controle de qualidade Fonte: Freepik. 39AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Auditoria da qualidade do processo: Examinar a implementação de determinada atividade (produção, projeto, construção etc.). Por conseguinte, trata-se de uma auditoria orientada para uma área específica. Enfatiza os recursos tangíveis (materiais, como ferramentas, equipamentos, máquinas, instrumentos etc.) e intangíveis (humanos, como competências técnicas e comportamentais) empregados no desempenho das atividades, tendo como base os procedimentos predeterminados pelas políticas do sistema de qualidade. Figura 12 - Testando a garantia da qualidade Fonte: Freepik. • Auditoria da qualidade do produto/serviço: Analisa o produto ou serviço, avaliando se está adequado às normas específicas relacionadas à produção. 40 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 13 - Selo Fonte: Pixabay. Avalia a adequação do produto/serviço em relação às especificações ou ao produto. É, portanto, uma auditoria direcionada para a adequação ao uso. Serve, entretanto, para avaliar a eficácia da inspeção, na medida em que se avalia a qualidade do produto/serviço pronto. • Auditoria programada: consiste na auditoria planejada de acordo com os requisitos estabelecidos pelo sistema da qualidade, visando: • Minimizar a quantidade de retrabalhos e rejeições. • Analisar se os processos e operações estão adequados aos critérios preestabelecidos. • Verificar se as operações passaram a ser executadas segundo os princípios de confiabilidade e qualidade na implementação. • Auditoria suplementar: é realizada ao detectarem-se não conformidades, principalmente se forem de índole repetitiva. Assim, recomenda-se a constituição de uma equipe de profissionais com o objetivo de identificar as causas da ocorrência, determinar soluções e seguir com 41AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 o feedback de informações, até que sejam alcançados os antecedentes das causas para repará-las. Figura 14 - Gerenciamento de tempo Fonte: Freepik. Auditoria interna da qualidade Consiste em um procedimento avaliativo, sistematizado e objetivo acerca dos processos de produção e prestação de serviços de uma entidade, empregado com o intuito de averiguar se os requisitos da norma ISO 9001 e as políticas da própria organização foram seguidos, visando demonstrar se a gestão da qualidade está sendo implementada de forma eficaz. O principal objetivo da auditoria interna da qualidade é expor a conformidade dos processos do sistema de gestão da qualidade, comparando-os com os parâmetros preestabelecidos. 42 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 15 - Padrão ISO 9001 Fonte: Freepik. A auditoria interna deve ocorrer dentro de intervalos planejados, com base nas diretrizes das normas ISO 19001 e ISO 19011, as quais orientam a gestão de programas de auditoria tanto interna quanto externa de gestão da qualidade e gestão ambiental, determinando as competências e as metodologias empregadas pelos auditores. IMPORTANTE As etapas básicas da auditoria interna englobam: Designação de uma autoridade para a articulação do processo de auditoria. Determinar e capacitar uma equipe de auditoria para coordenar os procedimentos concernentes à auditoria interna. Estabelecer um programa de auditoria. Implementar a auditoria. Criar o relatório, informando as conclusões e resultados da auditoria. 43AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 16 - Ilustração do processo de auditoria interna Definição da autoridade Definição e de- senvolvimento da equipe Programa de auditoria Relatório Implementação Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Durante a realização da auditoria interna, não conformidades, oportunidades de melhoria e observações poderão ser identificadas e relatadas pelos auditores. Uma não conformidade refere-se ao não cumprimento de uma norma do sistema de gestão da qualidade. Já uma observação indica uma situação que pode futuramente provocar uma não conformidade, expressando uma vulnerabilidade no tocante ao andamento de um processo. Após as conclusões da auditoria, a empresa precisa determinar as ações a serem executadas para sanar as não conformidades. As oportunidades de melhoria, por sua vez, apontam os procedimentos que podem ser melhorados para garantir resultados positivos para a organização. http://blog.risingconsultoria.com/4-indicadores-de-desempenho-importantes-na-gestao-de-qualidade/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 44 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Competências dos auditores internos Devem prescindir de qualquer vínculo com a área a ser avaliada, para que a sua imparcialidade seja garantida. No que tange a suas habilidades pessoais, precisa ser uma pessoa que saiba relacionar-se de maneira respeitosa e ética, que tenha uma mente versátil e aberta, seja observadora, autoconfiante, perceptiva e tenaz. É essencial apresentar um vasto conhecimento dos processos que serão analisados e dos parâmetros aplicáveis ao sistema de gestão da qualidade, sendo necessária a realização do curso de formação de auditores internos, que se fundamenta na norma ISO 19011. De forma genérica, podemos afirmar que o processo de auditoria de qualidade é constituído por quatro etapas básicas: 1. Planejamento. 2. Preparação. 3. Execução. 4. Análise dos resultados de auditoria e acompanhamento. Johnstone, Gramling e Rittenberg (2013) afirmam que os seguintes aspectos contribuem para alcançar eficácia no processo de auditoria: • Boa estruturação da metodologia de auditoria. • Estímulos aos parceiros e gerentes quanto ao planejamento da auditoria. 45AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Figura 17 - Equipe Fonte: Freepik. • Oferece-se estrutura e procedimentos para alcançar o suficiente, apropriando-se de evidências de auditoria de maneira eficaz e eficiente. • Exigem-se documentos adequados para auditoria. • Proporciona-se conformidade com padrões de auditoria, e não impossibilita o julgamento profissional. • Assegura-se que o trabalho de auditoria esteja sendo revisado de forma efetiva. Figura 18 - Lista de controle Fonte: Pixabay. 46 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Os processos aplicados para controle de qualidade de auditoria são eficazes, entendidos e aplicados. • Auxílio técnico de qualidade está disponível quando os auditores encontram situações em que precisam de orientação. • Comunicam-se e alcançam-se os padrões éticos, contri- buindo para a integridade, a objetividade e a indepen- dência de auditores. Figura 19 - Megafone Fonte: Freepik. • Coletar evidências dos auditores sem restringir-se por pressões financeiras. 47AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter compreendido como identificar soluções e utilizar as ferramentas da qualidade e auditoria. Iniciamos mostrando o objetivo dos seguintes tipos de auditoria: sistema da qualidade, processo, produto ou serviço. Quanto à auditoria com foco na avaliação da qualidade do produto/serviço pronto, descrevemos a auditoria programada (planejada conforme os requisitos estabelecidos pelo sistema da qualidade) e a auditoria suplementar (realizada ao detectarem- se não conformidades). Exploramos a auditoria interna da qualidade, que é um procedimento avaliativo, sistematizado e objetivo voltado para os processos de produção e prestaçãode serviços, baseado na norma ISO 9001. Mostramos as etapas básicas da auditoria interna: designação de uma autoridade, desenvolvimento da equipe de auditoria, definição do programa de auditoria, implementação da auditoria, bem como desenvolvimento do relatório. Focamos em questões que contribuem para alcançar eficácia no processo de auditoria: estruturação da metodologia, estímulos aos parceiros e gerentes, coleta de evidências etc. 48 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Iniciando a auditoria OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de executar os processos de auditoria, planos, reuniões, documentos, conformidades, não conformidades e relatórios. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram tomar decisões profissionais sem a devida instrução tiveram problemas na execução da auditoria. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! No que diz respeito à organização e execução das auditorias da qualidade, Santana et al. (1995) apontam que o estabelecimento das atividades de auditoria em uma organização deve ser começado em tempo hábil, de forma a garantir a eficácia e a conformidade do sistema da qualidade. No geral, para realizar uma auditoria, é necessário considerar os seguintes fatores, conforme apontam Santana et al. (1995): • O objetivo da auditoria. • O tipo de auditoria. • A frequência e a periodicidade das auditorias. • O prazo previsto para a realização das auditorias. • A disponibilidade de auditores. • A disponibilidade dos auditados e dos fatores circunstanciais. • A coleta de experimentos, férias, cursos e outros aspectos. • As unidades ou setores que precisam ser auditados. 49AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Em relação à periodicidade, Santana et al. (1995) destacam que os seguintes aspectos precisam ser considerados: • Quantidade de deficiências encontradas. • Resultados de outras auditorias realizadas anteriormente. • Relevância e custos oriundos das deficiências. • Cláusulas contratuais, sobretudo de convênios. • Disponibilidade de tempo, de pessoal qualificado e de outros recursos. Atividades pré-auditoria Para Santana et al. (1995), a organização consiste em um procedimento essencial para alcançar um resultado satisfatório de uma auditoria. Para isso, é necessário considerar as seguintes fases: plano de auditoria, organização da equipe de auditoria, preparação da auditoria, notificação da auditoria, visita precursora e reunião preliminar. a. Plano de auditoria: toda auditoria precisa ser guiada por um plano de auditoria, que deve conter os seguintes elementos: • Objetivo e escopo. • Áreas, setores e atividades que precisam ser auditados. • Formação da equipe auditora. • Levantamento e distribuição dos documentos de referência. • Definir a duração para a execução das atividades de preparação e operacionalização da auditoria, desenvolvimento e distribuição dos relatórios. 50 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Mapeamento de unidades, setores, projetos ou atividades a serem notificados. • Data e horário das reuniões com os responsáveis pelos departamentos e os outros atores envolvidos na auditoria. • Data e local. Esse plano tem de ser desenvolvido pelo auditor-líder, mostrando os detalhes necessários para assegurar a qualidade e a produtividade das práticas da auditoria (SANTANA et al., 1995). IMPORTANTE Para Santana et al. (1995), a equipe de auditoria será formada especialmente em função dos objetivos, da natureza e das características da auditoria e da unidade que será auditada. Sugere-se consultar profissionais que tenham um ou mais dos seguintes atributos: • Ter treinamento e qualificação para executar as auditorias • Conhecer sistemas da qualidade. • Ser especialista no campo cujas atividades serão auditadas. Santana et al. (1995) destacam que, para formar as equipes de auditoria, devemos considerar os seguintes critérios: • Independência dos auditores em relação às áreas ou atividades a serem auditadas. • Experiência na realização de auditorias. • Habilidade na comunicação oral e escrita. A equipe de auditoria é formada de, no mínimo, dois e, no máximo, quatro auditores. Quando possível, ela precisa ser formada por um especialista em sistema de qualidade, que pode ser o auditor-líder ou um especialista no departamento a ser auditado (SANTANA et al., 1995). 51AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Preparação da auditoria Segundo Santana et al. (1995), a fase de preparação da auditoria é uma das mais importantes a serem executadas dentro das atividades. O auditor-líder precisa tomar as providências apropriadas junto à equipe auditora, com os seguintes propósitos: 1. Análise da documentação usada como referência, para que seja possível informar-se quanto: • À política, aos planos e aos projetos da qualidade da organização e da unidade a ser auditada. • À missão, aos objetivos, às diretrizes e às metas da unidade a ser auditada. • Ao sistema de planejamento do departamento e ao seu plano anual de trabalho. • Às interfaces da organização, aos principais clientes, bem como às responsabilidades da unidade. • Às prioridades de pesquisa do departamento, dos setores ou das áreas que serão auditadas. • Às normas técnicas, aos padrões e aos outros aspectos associados aos setores ou às áreas que precisam ser auditadas. • Aos pontos importantes em relatórios de auditorias anteriores. 2. Desenvolvimento de listas de verificação baseadas na documentação de referência. • Providências administrativas, tais como passagens, reservas de hotel, convites, correspondências, entre outros. 52 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Segundo Santana et al. (1995), o departamento a ser auditado tem de ser notificado a respeito da auditoria com antecedência de 30 dias para auditoria interna e de 45 dias para auditoria externa. Por sua vez, a notificação formal precisa ser precedida de um contato telefônico para estabelecer uma data conveniente para as partes. A notificação precisa incluir as seguintes informações: • Objetivo desejado com a auditoria. • Data e duração da auditoria. • Membros da equipe auditora. • Lista dos documentos a serem usados. Ao decidir pela realização da auditoria e obter concordância entre os membros da unidade, o auditor-líder tem de programar uma visita, conforme apontam Santana et al. (1995), a fim de: • Fazer uma reunião com os representantes da unidade. • Visitar as unidades a serem auditadas. • Revisar documentos, como os de qualidade, de instruções e de práticas operacionais, documentos complementares etc. • Confirmar a abrangência e os critérios que serão usados na auditoria. • Confirmar as datas convenientes para todas as partes. • Mostrar a metodologia geral que deverá ser utilizada na execução da auditoria. • Debater a respeito das responsabilidades do auditado. • Comunicar a todos a respeito da natureza da auditoria. 53AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Explicitar os objetivos das reuniões pré e pós-auditoria. • Orientar a respeito de como serão documentadas as não conformidades. • Debater a respeito do relatório final. • Discutir a conveniência de ser designado um representante do departamento para acompanhar toda a auditoria. Reunião preliminar Para formar uma equipe de auditoria, de nível apropriado para auditar uma unidade de pesquisa, é necessário consultar profissionais de diversas regiões do país. É conveniente promover uma reunião da equipe auditora, com o propósito de: • Mostrar os integrantes da equipe auditora. • Esclarecer dúvidas a respeito da documentação de referência. • Explorar métodos e técnicas a serem usados na condução da auditoria. • Mostrar e discutir os propósitos e as características da auditoria. • Distribuir responsabilidades e tarefas conforme a especialidade de cada membro da equipe. • Debateros assuntos administrativos (passagens, diárias, transporte, entre outros). 54 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Execução da auditoria A realização de uma auditoria inclui as seguintes etapas: 1. Reunião de pré-auditoria (abertura): o passo inicial inclui a realização de uma reunião da equipe de auditores com a chefia da unidade e com os principais atores engajados com os departamento e atividades que precisam ser auditados para alcançar os seguintes propósitos: • Mostrar os membros da equipe que participarão da auditora. • Definir um clima propício para o bom andamento da auditoria. • Estabelecer o objetivo principal da auditoria da qualidade, que é avaliar a eficácia do sistema da qualidade, bem como contribuir para que o departamento realize os ajustes necessários. • Confirmar o escopo e os objetivos da auditoria. • Descrever métodos e procedimentos que serão aplicados na condução da auditoria. • Mostrar como será utilizada a lista de verificação. • Debater a designação de um representante do departamento para acompanhar a auditoria. • Definir a sequência, a duração, os prazos para realizar a auditoria. • Definir os canais de comunicação do grupo auditor com a chefia e com as unidades engajadas com a auditoria. • Estabelecer o local para reuniões do grupo auditor e o auxílio administrativo às atividades do grupo auditor. • Definir a data e o horário para a reunião de pós- auditoria, bem como uma reunião intermediária entre 55AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 o auditado e a equipe responsável pela auditoria, e decidir sobre seus integrantes. • Elucidar os detalhes que ainda não foram compreendidos pelo auditado. Desenvolvimento da auditoria Diz respeito à auditoria propriamente dita, isto é, à análise e à avaliação das informações levantadas e à análise de evidências do sistema da qualidade. Nessa fase, é necessário confrontar os requisitos e as especificações do sistema da qualidade. Ela tem de ser conduzida com base na lista de verificação, desenvolvida na fase preparatória da auditoria. Essa lista de verificação oferece aos auditores um procedimento sistemático de trabalho, garantindo a consistência no processo (SANTANA et al., 1995) Uma técnica muito utilizada para desenvolver a auditoria é o rastreamento. O rastreamento inclui a seleção de um produto, uma tecnologia, um resultado de pesquisa ou um outro item apropriado ao tipo de verificação utilizado. Essa é uma das técnicas de exame dos fatos e de detecção de não conformidades mais eficientes (SANTANA et al., 1995). Segundo Santana et al. (1995), as não conformidades identificadas precisam ser registradas em documento específico, assinado pelo auditor e pelo auditado. No geral, esse documento reúne os seguintes elementos: • Observação - consiste na descrição do que foi observado pelo auditor, isso é, diz respeito à descrição da não conformidade. • Atribuição - consiste em uma menção do item de um dos documentos de referência da auditoria. • Explicação - diz respeito aos esclarecimentos comple- mentares considerados úteis ao entendimento do con- teúdo e à citação de outro item de norma que não este- ja sendo atendido. 56 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 IMPORTANTE Segundo Santana et al. (1995), os itens que precisam ser considerados pelos auditores durante uma auditoria são: • Evitar avaliações à distância, baseadas somente na documentação de referência. • Verificar pessoalmente e não se basear em opiniões ou informações verbais. • Fazer constatações em conjunto pelos auditores e auditados em que os indicadores objetivos anotados sejam julgados como verdadeiros por ambas as partes. • Registrar informações sobre deficiências para assegurar que o resultado da auditoria reflita e contenha detalhes suficientes para agilizar a determinação das ações corretivas. • Comunicar condições adversas ou não con- formidades identificadas durante a auditoria. • Registrar evidências objetivas com precisão para evitar dúvidas de interpretação. • Evitar comentários a respeito de outras unidades ou organizações e comparações com sistemas usados em outras organizações. • Evitar emitir opiniões a respeito do que e como deverá ser feito para corrigir ou prevenir não conformidades. • Evitar interferir nas atividades que estão sendo realizadas. • Reconhecer que a auditoria da qualidade permite identificar não conformidades e destacar os aspectos positivos. • Separar os aspectos essenciais. • Usar linguagem e tratamento pessoal apropriados. • Utilizar canais de comunicação estabelecidos na reunião de pré-auditoria. • Atentar-se às atividades de contra-auditoria. 57AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 Importante destacar que, durante a realização de uma auditoria, é necessário fazer reuniões entre os integrantes do grupo auditor para troca de ideias, opiniões e observações, e para discutir os resultados (SANTANA et al., 1995). Santana et al. (1995) também destacam que, com a conclusão da auditoria e antes de elaborar a versão final do relatório, a equipe auditora precisa se reunir com o membro principal do departamento envolvido com a auditoria, inclusive com a chefia e com os responsáveis pelos setores e atividades, para mostrar as constatações da equipe auditora, de forma a assegurar a compreensão dos resultados da auditoria por parte do departamento auditado. Na conclusão da reunião, o auditor- líder deve mostrar a conclusão a respeito do estado de adequação do sistema, processo ou setor quanto aos padrões de referência. Atividades de pós-auditoria Elaboração do relatório de auditoria O relatório da auditoria precisa conter: • Escopo e objetivo da auditoria. • Mapeamento dos membros da equipe responsável pela auditoria. • Unidade ou atividade auditada. • Indivíduos engajados nas etapas da auditoria e o representante da área auditada. • Levantamento da documentação de referência. • Atividades executadas. • Não conformidades e ações corretivas sugeridas. 58 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Constatações. • Resultados, conclusões e sugestões. • Data e local da auditoria. • Assinatura dos auditores ou do auditor-líder. Um relatório de auditoria tem de apresentar os seguintes atributos: • Clareza - diz respeito à necessidade de utilizar uma linguagem objetiva, simples e direta para explicitar ideias claras e assegurar a conexão das ideias de forma lógica. • Concisão - consiste na abordagem apenas do essencial, descartando palavras e frases dispensáveis. • Correção - considera que as informações precisam ser corretas, precisas e mostradas por meio de uma redação livre de erros gramaticais. Lista de verificação da qualidade do texto do relatório Para garantir a qualidade do texto do relatório, recomenda-se considerar os seguintes critérios: a. Clareza: • Nível do texto - evitar textos exageradamente técnicos, bem como superestimar ou subestimar o leitor. • Frases - evitar frases muito longas e fora da ordem direta. • Parágrafos - evitar muitas ideias em um parágrafo, ou parágrafos muito longos. 59AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 • Direcionamento do leitor - considera informar o leitor sobre o objetivo e o conteúdo da comunicação. b. Correção: • Gramatical - corrigir erros ortográficos, bem como associados à pontuação e à acentuação. • Coerência - utilizar frases lógicas, bem como encadear as ideias nos parágrafos e também entre parágrafos. • Formato - padronizar apresentações e impressos. c. Propriedade: • Detalhamento - evitar detalhamentos insuficientes ou exagerados. • Opinião - evitar inferências pouco fundamentadas em fatos, e opiniões individuais em excesso. • Cortesia - evitar desprezo aos colaboradores, bem como escritos insultuosos. d. Outros • Preparação - elaborar um roteiro. • Fidelidade - evitar pecar quanto à falta ou ao excesso de rigor no desenvolvimento do relatório.• Análise - diz respeito à análise superficial dos dados. Acompanhamento das disposições e ações corretivas O departamento auditado tem como responsabilidade definir as ações corretivas que precisam ser implantadas, as não conformidades detectadas, e como implementar as ações. O êxito da auditoria depende, especialmente, do uso de uma 60 AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 sistemática apropriada para acompanhar a implementação das ações corretivas. No geral, esse passo é realizado por meio de auditorias de acompanhamento. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como realizar os processos de auditoria, planos, reuniões, documentos, conformidades, não conformidades e relatórios. No geral, uma auditoria inclui os seguintes aspectos: o objetivo da auditoria, o tipo de auditoria, a frequência e a periodicidade das auditorias, o prazo previsto para a realização das auditorias, a disponibilidade de auditores, a disponibilidade dos auditados e dos fatores circunstanciais, a coleta de experimentos, bem como as unidades ou setores que precisam ser auditados. Descrevemos os procedimentos principais associados à etapa que antecede a auditoria (plano de auditoria, organização da equipe de auditoria, preparação da auditoria etc.). Mostramos critérios que podem ser utilizados no processo de organização da equipe de auditoria. Exploramos a etapa de preparação da auditoria, que tem como objetivo: analisar documentos, desenvolver listas, bem como tomar providências administrativas. Exploramos aspectos associados às reuniões realizadas no processo de auditoria, entre outros aspectos. 61AUDITORIA DA QUALIDADE U ni da de 1 ARTER, D. R. Quality audits for improved performance. Phoenix: Quality Press, 2003. CARVALHO, M. M.; PALADINI, E.P. (org.) Gestão da Qualidade: Teoria e Casos. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2012. FRANCO, G., & VALE, L. A Importância e Influência do Setor de Compras nas Organizações. TecHoje. Disponível em: http://www. techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004. Acesso em: 4 jul. 2017. JOHNSTONE-ZEHMS, K. M.; GRAMLING, A. A.; RITTENBERG, L. E. Auditing: a risk based-approach to conducting a quality audit. Boston: Cengage learning, 2015. VARGAS, R. Sistema de gestão da qualidade. Gestão Industrial, 2021[2009]. Disponível em: https://gestaoindustrial.com/sistema- de-gestao-da-qualidade/. Acesso em: 16 set. 2021. RE FE RÊ N CI A S https://gestaoindustrial.com/sistema-de-gestao-da-qualidade/ https://gestaoindustrial.com/sistema-de-gestao-da-qualidade/ _Hlk18592817 _GoBack Auditoria da qualidade Evolução da auditoria: tópicos importantes Conceitos de auditoria Auditoria da qualidade Acompanhamento da auditoria de certificação Sistemas de normalização A série ISO 9000 A série ISO 14000 Sistema de gestão da qualidade Processo de auditorias da qualidade Classificação de auditorias da qualidade Auditoria interna da qualidade Competências dos auditores internos Iniciando a auditoria Atividades pré-auditoria Preparação da auditoria Reunião preliminar Execução da auditoria Desenvolvimento da auditoria Atividades de pós-auditoria Elaboração do relatório de auditoria Lista de verificação da qualidade do texto do relatório Acompanhamento das disposições e ações corretivas
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