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PROF(A). ANELIZE ROVERI ARCANJO GODOY ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS ANSIOLÍTICOS TRANSTORNO DE ANSIEDADE Os transtornos de ansiedade acometem pessoas que, geralmente, se preocupam intensamente a ponto de comprometer sua qualidade de vida e seu bem-estar. Os transtornos ansiosos são uma reação emocional de uma ameaça do futuro. Incerteza e imprevisibilidade são seus principais gatilhos. O primeiro sinal é o sentimento de ansiedade em relação ao que irá ou poderá acontecer, acompanhado de pessimismo. TRANSTORNO DE ANSIEDADE FÍSICOS: tensão muscular, taquicardia ou palpitação, dor no peito, transpiração em excesso, dor de cabeça, tontura; PSÍQUICOS: sensação de desrealização, quando o ambiente parece todo diferente, ou sensação de despersonalização, quando a pessoa parece não se reconhecer mais. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TIPOS DE TRANSTORNOS: Transtorno de ansiedade generalizada: estado constante de ansiedade excessiva que não possui razão ou foco claro. Transtorno de pânico: crises súbitas de medo incontrolável que ocorrem associadamente a sintomas somáticos acentuados, como sudorese, taquicardia, dores no peito, tremores e sensação de asfixia. Fobia social ou transtorno de ansiedade social: medo de estar e interagir com outras pessoas, medo de se expor, por exemplo, falar em público. Fobias: medos intensos de objetivos ou situações específicas. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TIPOS DE TRANSTORNOS: Transtorno obsessivo-compulsivo: comportamento com rituais compulsivos dominado por ansiedade irracional. Transtorno de estresse agudo: ansiedade após um evento de extremo estresse. Transtorno de estresse pós-traumático: ansiedade desencadeada por lembranças de experiências estressantes passadas. Pode-se manifestar tempos depois. ANSIOLÍTICOS Antidepressivos: inibidores seletivos da recaptura de serotonina e inibidores da recaptura de 5-HT/norepinefrina, são eficazes no tratamento de transtorno de ansiedade generalizada, fobias, transtorno da ansiedade social e transtorno de estresse pós-traumático e possuem menos efeitos adversos. Buspirona: eficaz no caso de transtorno de ansiedade generalizada, porém é ineficaz no tratamento de fobias, transtorno do pânico ou no caso de transtorno da ansiedade social. É um agonista parcial nos receptores 5-HT1A e também se liga aos receptores de dopamina. Seus principais efeitos colaterais são: naúsea, tontura, cefaleia, hiperprolactenemia e agitação. Antiepilépticos: gabapentina, pregabalina, tiagabina e valproato são eficazes para o transtorno de ansiedade generalizada. ANSIOLÍTICOS Antipsicóticos atípicos: podem ser eficazes no transtorno da ansiedade generalizada e no transtorno de estresse pós-traumático, porém a incidência de efeitos adversos pode ser maior do que dos outros fármacos ansiolíticos. β –Bloqueadores (ex.: propanolol): utilizado para o tratamento da ansiedade social conhecida por ansiedade de desempenho. São usados principalmente para reduzir os sintomas físicos da ansiedade, como tremor, palpitação, etc, porém não afetam o comportamento emotivo. Benzodiazepínicos BENZODIAZEPÍNICOS BENZODIAZEPÍNICOS MECANISMO DE AÇÃO: atuam seletivamente nos receptores GABA que medeiam a transmissão sináptica inibitória em todo o sistema nervoso central. Devem ser usados apenas por curtos períodos; Redução da ansiedade e agressividade; Indução de sono e sedação; Redução do tônus muscular e da coordenação - relaxamento muscular; Efeito anticonvulsivante BENZODIAZEPÍNICOS Bem absorvidos quando administrados por via oral; São normalmente dados por via oral, mas podem ser usados por via intravenosa; Variam grandemente na duração da ação; A duração da ação influencia o seu uso, sendo os compostos de ação curta úteis como hipnóticos, e os compostos de ação longa sendo mais úteis como fármacos ansiolíticos e anticonvulsivantes; EFEITOS ADVERSOS DOS BENZODIAZEPÍNICOS Amnésia anterógrada (o paciente não consegue se lembrar de eventos posteriores a administração do medicamento); Tolerância (nos tratamentos crônicos, é necessário, após um tempo, de uma dose maior para produzir o efeito farmacológico desejado); Dependência; Sonolência e sedação; Comprometimento da coordenação motora; IMPORTANTE! Na superdosagem, os benzodiazepínicos causam sono prolongado sem depressão grave da respiração ou da função cardiovascular. No entanto, na presença de outros depressores do SNC, particularmente o álcool, os benzodiazepínicos podem causar depressão respiratória grave ou até ameaça a vida. BENZODIAZEPÍNICOS Efeitos Farmacológicos dos Benzodiazepínicos Efeitos dose-dependentes BENZODIAZEPÍNICOS A dose determina o efeito farmacológico e o tempo de meia-vida apenas orienta na escolha do benzodiazepínico para tratar o que se deseja. AÇÃO CURTA (3 A 8 HRS) Oxazepam Triazolam Midazolam HIPNÓTICOS OU INDUTORES DO SONO AÇÃO INTERMEDIÁRIA (10 A 20 HRS) Alprazolam Lorazepam ANSIOLÍTICOS E ANTICONVULSIVANTES AÇÃO LONGA (1 A 3 DIAS) Diazepam, Clonazepam Bromazepam, Clobazam Flurazepam HIPNÓTICOS OU RELAXANTES MUSCULARES IMPORTANTE! Leva 4 a 5 dias para a retirada de aproximadamente 90% do fármaco no organismo. O QUE É TEMPO DE MEIA VIDA? É definido como o tempo durante o qual a concentração do fármaco no plasma diminui para a metade de seu valor original. Permite calcular a frequência de doses necessária para manter a sua concentração plasmática dentro da faixa terapêutica; EXEMPLO! Supondo que a concentração plasmática atingida por certo fármaco seja de 100 mg/mL e que sejam necessários 45 minutos para que esta concentração chegue a 50 mg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos. BARBITÚRICOS BARBITÚRICOS Os barbitúricos se ligam a outro sítio do receptor (não é o mesmo sítio dos benzodiazepínicos) Possuem maior risco de promover depressão cardiorespiratória e maior risco de morte. Portanto, barbitúricos não são utilizados como ansiolíticos, mas podem ser utilizados como hipnótico-sedativos em condições específicas (Ex. fenobarbital pentobarbital). HIPNÓTICOS INSÔNIA “É a dificuldade de iniciar o sono, mantê-lo de forma contínua durante a noite ou o despertar antes do horário desejado.” TRATAMENTO DA INSÔNIA O tratamento ideal da insônia crônica costuma ser por mudança de comportamento (ex: aumento da atividade física, ficar acordado durante o dia, alimentar-se adequadamente) e não com fármacos. A causa da insônia deve ser estabelecida antes da administração de hipnóticos. Benzodiazepínicos de ação curta; Zolpidem e zopiclone; Anti-histamínicos; Antidepressivos triciclos causam sonolência e, portanto, podem ser bem oportunos se tomados à noite por pacientes depressivos com distúrbio do sono. OBSERVAÇÃO! Os benzodiazepínicos devem ser usados apenas por curtos períodos e para insônia. REFERÊNCIAS As Bases Farmacológicas na Terapêutica : Goodman & Gilman as Bases Farmacológicas da Terapêutica - 11ª Ed. 2007 Farmacologia. H.P. Rang and M.M. Dale, eds. Guanabara Koogan, 6a edição, 2007. Farmacologia Humana: da Molecular a Clínica. Brody, Lamer, Minneman & Neu, Guanabara Koogan, 4a edição, 2005. Farmacologia Básica e Clínica. B. G. Katzung. 10a. edição, 2008. Princípios de Farmacologia. As Bases Fisiopatológicas da Farmacoterapia. David E. Golan, Armen H. Tashjian, Jr, EHRIN j. Armstrong, April W. Armstrong. Editora Guanabara Koogan, 2a edição, 2009.
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