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27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 1/69 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos Prof.ª Helena Nasser Descrição O controle de qualidade físico-químico de medicamentos na indústria farmacêutica. Propósito Conhecer os diferentes métodos realizados durante a avaliação da qualidade das formulações sólidas, semissólidas e líquidas é importante para entender a metodologia, os critérios de avaliação, os limites de validações preconizados pela Farmacopeia Brasileira e, assim, produzir medicamentos que atendam aos requisitos mínimos de qualidade para que sejam eficazes e seguros. Objetivos Módulo 1 Métodos gerais aplicados a medicamentos 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 2/69 Reconhecer os principais métodos gerais aplicados à análise de medicamentos. Módulo 2 Métodos físico-químicos aplicados a medicamentos Identificar os métodos físico-químicos utilizados nas análises de medicamentos. Módulo 3 Equivalência farmacêutica de medicamentos Distinguir os conceitos e as aplicações em equivalência farmacêutica e perfil de dissolução de medicamentos. Módulo 4 Estabilidade de medicamentos e substância química de referência Reconhecer os padrões de referência no controle de qualidade de medicamentos e os estudos de estabilidade físico-química de medicamentos. Introdução 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 3/69 O controle de qualidade de medicamentos é um conjunto de testes cujo objetivo é verificar se os medicamentos são fabricados de acordo com as especificações, garantindo que tenham qualidade e sejam eficazes e seguros aos pacientes. Essa etapa, assim como toda a cadeia produtiva dos medicamentos, é altamente regulada por legislações e deve seguir compêndios internacionais e nacionais, como a Farmacopeia Brasileira. Estudaremos o controle de qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos, visitando os diferentes métodos empregados, o tamanho das amostras e os limites de aceitação para liberação de um lote de medicamentos de acordo com a Farmacopeia Brasileira. Além disso, identificaremos os testes realizados para determinar e confirmar que um medicamento registrado como genérico ou similar é equivalente farmacêutico de um medicamento de referência. Por fim, veremos como são realizados os estudos de estabilidade dos medicamentos. 1 - Métodos gerais aplicados a medicamentos Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais métodos gerais aplicados à análise de medicamentos. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 4/69 Controle da qualidade de formas farmacêuticas sólidas De todas as apresentações farmacêuticas existentes no mercado, as formas sólidas são as mais relevantes. Estima-se que cerca de 70% de todas as apresentações farmacêuticas estejam nas formas sólidas: pós, granulados, cápsulas, comprimidos, drágeas, comprimidos revestidos, minicomprimidos, entre outras. Dessa forma, o controle da qualidade de medicamentos para formas farmacêuticas sólidas torna-se também mais importante e acaba envolvendo mais análises e etapas ao longo da fabricação. A Farmacopeia Brasileira, em sua 6ª edição, apresenta no capítulo 5 do volume 1 os métodos gerais de análises das diversas formas farmacêuticas existentes. Vamos conhecer alguns desses métodos! Determinação do peso O peso é determinado apenas para as formulações sólidas e semissólidas. Os medicamentos sólidos podem estar acondicionados em uma dose unitária, como os comprimidos (revestidos ou não), as cápsulas (duras e moles) e os supositórios, ou em recipientes de dose unitária, por exemplo, os pós e granulados (estéreis, liofilizados, injetáveis e para uso oral). O objetivo da determinação do peso de 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 5/69 medicamentos sólidos em dose unitária é justamente garantir a uniformidade do lote. Existem formas farmacêuticas sólidas que podem estar acondicionadas em recipientes para doses múltiplas, como: granulados, comprimidos efervescentes e pós para reconstituição oral. Nesses casos, a determinação de peso visa garantir um envase homogêneo para todas as preparações. Como se pode observar na imagem, a determinação do peso é realizada em uma balança calibrada e com sensibilidade adequada. Vejamos a seguir como realizar os ensaios de peso para as formas farmacêuticas sólidas em dose unitária: Método: Pesar 20 unidades individualmente e determinar o peso médio por meio da média aritmética dos 20 comprimidos. 80mg ou menos: limite de aceitação ±10%. Mais que 80mg e menos que 250mg limite de aceitação: ±7,5%. 250mg ou mais: ±5%. Tolerância: 2 unidades em relação ao peso médio e nenhuma pode estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens. Método: Pesar 20 unidades individualmente e determinar o peso médio pela média aritmética dos 20 comprimidos. 25mg ou menos: ±15%. Mais que 25mg até 150mg: ±10%. Mais que 150mg e menos que 300mg: ±7,5%. 300 mg ou mais: Comprimidos não revestidos e revestidos com filme Comprimidos com revestimento açucarado (drágeas) 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 6/69 ±5%. Tolerância: 5 unidades em relação ao peso médio e nenhuma pode estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens. Método: Pesar 20 unidades individualmente, cheias e, em seguida, vazias. Determinar o peso das cápsulas pela diferença entre elas. Determinar o peso médio do conteúdo com os valores obtidos dos 20 comprimidos. Peso e limite de aceitação: menos que 300mg: limite de aceitação ±10,0% 300mg ou mais: ±7,5% Tolerância: 2 unidades em relação ao peso médio e nenhuma pode estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens. Método: Pesar 20 unidades individualmente e determinar o peso médio pela média aritmética dos 20 comprimidos. Peso e limite de aceitação: Independente do peso médio: limite de aceitação ±5,0% Tolerância: Nenhuma pode estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens. Método: Pesar individualmente as 20 unidades com as respectivas tampas. Remover o conteúdo e lavar os respectivos recipientes utilizando água e, em seguida, álcool etílico. Secar em estufa, a 105°C , por uma hora ou em temperaturas inferiores a essa (dependendo da natureza do material, até peso constante). Resfriar à temperatura ambiente, recolocar a tampa e pesar novamente. A diferença entre as duas pesagens representa o peso do conteúdo. Determinar o peso médio do conteúdo das 20 unidades. Cápsulas duras, moles e vaginais Supositórios e óvulos Pós estéreis, pós liofilizados e pós para injetáveis 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 7/69 Peso e limite de aceitação: Mais que 40mg: limite de aceitação ±10,0% Observação: se o peso médio for de 40mg ou menos, submeter ao teste de uniformidade de doses unitárias. Tolerância: 2 unidades fora dos limites especificados em relação ao peso médio do conteúdo, no máximo. Porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas. Método: Proceder da mesma forma que para pós estéreis, pós liofilizados e pós para injetáveis. Peso e limite de aceitação: menos que 300mg: limite de aceitação ±10,0% 300mg ou mais: ±7,5% Tolerância: 2 unidades fora dos limites especificadosem relação ao peso médio do conteúdo, no máximo. Porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas. Determinação do peso em frascos multidoses Para determinar o peso de pós para reconstituição de uso oral e parenteral, pós e granulados, cremes, pomadas e géis em frascos multidoses, devemos pesar 10 unidades de forma separada – com o frasco cheio e vazio, pois o peso é a diferença entre esses dois valores. Sempre que desprezamos o conteúdo dos frascos e antes de pesá-los, devemos lavá-los com solvente, secar em estufa e esfriá-los à temperatura ambiente, garantindo que nenhum resíduo do produto atrapalhe a pesagem. Para aceitação do lote de pós para a reconstituição de uso oral e parenteral, os valores individuais não podem ultrapassar ±10% em relação ao peso médio. Já para granulados, pós, cremes e pomadas, o peso médio não pode ser inferior ao peso declarado na embalagem pelo fabricante. Além disso, o peso individual também varia em relação ao peso declarado. Vamos entender melhor a seguir: Pós ou granulados para reconstituição oral Formas farmacêuticas em doses múltiplas 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 8/69 Granulados, pós, géis, cremes e pomadas. Peso médio: Até 60g: porcentagem mínima em relação ao peso declarado de 90%. De 60 até 150g: porcentagem mínima em relação ao peso declarado de 92,5%. Maior que 150g: porcentagem mínima em relação ao peso declarado de 95%. Determinação da resistência mecânica e desintegração No controle da qualidade dos comprimidos, a dureza e a friabilidade são os métodos que avaliam a resistência mecânica, ou seja, a resistência dos comprimidos à ruptura provocada pela fricção e/ou quedas. Esse parâmetro interfere no processo de embalagem, transporte e revestimento das formas farmacêuticas sólidas. Teste de dureza Com 10 comprimidos não revestidos de forma individual, o teste de dureza é realizado com o objetivo de avaliar sua resistência à ruptura ou ao esmagamento sob determinada pressão ou força de compressão. Para o teste, são utilizados diferentes aparelhos que medem a força para esmagar o comprimido após uma pressão que pode ser exercida de forma manual ou mecânica. A dureza de um comprimido é inversamente proporcional à porosidade, ou seja, quanto menor a dureza, mais poroso é o comprimido. Além 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 9/69 disso, a dureza é diretamente proporcional à força de compressão. Atenção! Para ser aceito, nenhum comprimido pode ter dureza inferior a 30N, de acordo com a Farmacopeia Brasileira. Teste de friabilidade A friabilidade é um teste realizado apenas em comprimidos não revestidos e visa verificar a resistência dos comprimidos à abrasão, pois, durante a fabricação até a chegada ao paciente, os comprimidos estão sujeitos a choques mecânicos com o processo de embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e com a própria manipulação do paciente. Conforme a imagem, o equipamento utilizado para o teste de friabilidade é o friabilômetro. Para a realização do teste de friabilidade, deve-se pesar 20 comprimidos de até 650mg ou 10 comprimidos acima de 650mg e colocá-los no disco do aparelho. Ele irá girar até completar 100 RPMs, permitindo que os comprimidos sofram impactos em diferentes direções, batendo uns contra os outros e contra as laterais do equipamento. Após a rotação, os comprimidos são novamente pesados. A diferença entre o peso inicial e o peso �nal representa a friabilidade, que é medida pela porcentagem de pó perdido. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 10/69 Nenhum comprimido pode apresentar alteração em sua forma, não pode estar quebrado, lascado, rachado ou partido após o teste. Além disso, apenas são aceitáveis perdas igual ou menor que 1% do seu peso. Teste de desintegração Permite avaliar o tempo de desintegração para comprimidos e cápsulas. As formas farmacêuticas sólidas de uso oral precisam se desintegrar no trato gastrointestinal, ou seja, fragmentar-se em partículas menores, para que, em seguida, possam se dissolver e liberar o princípio ativo, que será absorvido e atingirá a corrente sanguínea. A avaliação é relativamente simples e ocorre em um aparelho chamado desintegrador, simulando in vitro o que irá acontecer in vivo. Como se pode observar na imagem, o desintegrador possui um banho de imersão com termostato para manter a temperatura constante em 37°C . Realiza ainda movimentos verticais em velocidade constante simulando os movimentos peristálticos. Para avaliar o tempo de desintegração de comprimidos e cápsulas, devemos testar 6 unidades por vez. Ao final do tempo determinado, todas as amostras devem estar completamente desintegradas. Normalmente, o tempo máximo para o teste é de 30 minutos, mas isso pode variar de acordo com a monografia de cada medicamento. Observe o fluxo a seguir e o tempo máximo para a completa desintegração de cada comprimido, estabelecida de acordo com a Farmacopeia Brasileira: 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 11/69 Para cápsulas e comprimidos com revestimento entérico, devemos utilizar uma solução de ácido clorídrico na concentração de 0,1 M a 37°C como líquido de imersão em vez de água, a fim de simular o ambiente estomacal e remover o revestimento. Em seguida, o teste deve ser feito com solução tampão fosfato (pH 6,8) como líquido de imersão em um tempo total e aceitável de 45 minutos. Ao final do período, o comprimido deve estar desintegrado. Comprimidos sublinguais Tempo máximo: 5 minutos. Líquido de imersão: Água morna a 37°C. Comprimidos solúveis e comprimidos dispersíveis Tempo máximo: 3 minutos. Líquido de imersão: Água morna entre 15 e 25°C. Cápsulas gelatinosas (duras) Tempo máximo: 45 minutos. Líquido de imersão: Água morna a 37°C. Cápsulas moles Tempo máximo: 30 minutos. Líquido de imersão: Água morna a 37°C. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 12/69 Teste de dissolução e uniformidade de doses Teste de dissolução Entre os métodos gerais para formas farmacêuticas sólidas presentes na Farmacopeia Brasileira, o teste de dissolução é um dos mais importantes, pois determina a quantidade de fármaco dissolvida em determinado meio de dissolução, o que interfere diretamente na biodisponibilidade de seu princípio ativo. Diferentemente de outros ensaios físico-químicos, esse teste é realizado de acordo com a monografia específica do medicamento e o resultado é geralmente expresso em porcentagem. Para a realização do teste de dissolução, é necessário um equipamento denominado dissolutor de comprimidos (imagem ao lado). O equipamento de dissolução é parecido com o de desintegração para um olhar leigo, entretanto, o de dissolução é bem mais completo e existem modelos totalmente automatizados. Basicamente, ele possui a seguinte estrutura: 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 13/69 Atualmente, a Farmacopeia Brasileira preconiza três métodos de dissolução para formas farmacêuticas sólidas. Vejamos! Método 1 Utilizando cestas. Método 2 Manipulando pás. Método 3 Banho de água com termostato, que garante a temperatura do meio a 37°C , semelhante ao desintegrador. Número de cubas para o meio de dissolução pode variar entre 6 e 8, de acordo com o modelo do equipamento. Entretanto,o ideal é que se possa trabalhar com pelo menos 7 cubas (6 para as amostras e 1 para o padrão de referência). Motor, a fim de garantir velocidade constante de rotação das hastes para a agitação do meio de dissolução. Tal velocidade está geralmente descrita na monografia específica do produto. Hastes de aço inoxidável responsáveis pela agitação do meio de dissolução. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 14/69 Manuseando cilindros alternados. Uniformidade de doses Este ensaio é realizado em diferentes apresentações farmacêuticas (cápsulas, drágeas, pós, saches etc.) e é importante para avaliar a homogeneidade da substância ativa em cada lote de medicamento, garantindo que os medicamentos tenham a concentração de princípio ativo próxima da declarada pelo fabricante. Geralmente, a uniformidade de doses pode ser realizada por dois métodos: variação de peso (VP) ou uniformidade de conteúdo (UC). A escolha do método depende de alguns parâmetros descritos na Farmacopeia, apresentados na tabela: Forma farmacêutica Tipo Subtipo Comprimidos Não revestidos Revestidos Filme Outros Cápsulas Duras Moles Suspensões, emulsões ou gé Soluções Sólidos acondicionados em recipientes para dose única Componente único Múltiplos componentes Solução liofilizad no recipiente fin Outros Soluções acondicionadas em recipientes para dose única 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 15/69 Forma farmacêutica Tipo Subtipo Outros Adaptada de Farmacopeia Brasileira, 2019, p. 80. A uniformidade de doses relaciona-se com os métodos de: Variação de peso Consiste em avaliar a quantidade de princípio ativo para determinar se, individualmente, cada medicamento encontra-se nos limites preconizados. Por exemplo, para cápsulas, devemos verificar individualmente 10 cápsulas. Entretanto, os parâmetros variam de acordo com a forma farmacêutica e precisam seguir a tabela apresentada anteriormente. Uniformidade de conteúdo Consiste em verificar o doseamento do conteúdo individual do princípio ativo de um número de doses unitárias para determinar se este conteúdo está nos limites especificados. Este método pode ser aplicado em qualquer caso e deve ser o método de escolha caso as formas farmacêuticas não atendam às condições especificadas para aplicação do método de variação de peso. Controle da qualidade de formas farmacêuticas sólidas Confira agora detalhes sobre os principais métodos gerais para formas sólidas, exemplificando o cálculo de peso médio e friabilidade, além do teste de dissolução e dos critérios de dissolução empregados pela Farmacopeia Brasileira. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 16/69 Formas farmacêuticas semissólidas e líquidas Controle da qualidade das formas farmacêuticas semissólidas Para as formas farmacêuticas semissólidas, também se realiza o teste de determinação de peso. Vamos entender melhor com um exemplo prático. Imagine que, durante a fabricação de 10 lotes de Desonol creme, o laboratório farmacêutico pesou 10 unidades, mas o lote não foi aprovado, pois alguns frascos tiveram menos de 90% do peso declarado. A Farmacopeia(2019) preconiza que seja realizada a pesagem de outras 20 unidades e calculado o peso médio dessas 30 unidades, ou seja, medir a massa da embalagem do produto cheia e depois vazia e, em seguida, achar a diferença de peso entre elas. Em seguida, realizar a média aritmética dos pesos individuais dos 30 frascos. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 17/69 O lote será aceito se o peso médio obtido não for inferior ao peso declarado pelo fabricante. Além disso, apenas 1 unidade pode ter peso individual com valor menor de acordo com o peso declarado, conforme foi observado na relação das uniformidade de doses - aplicação dos métodos variação de peso e uniformidade de conteúdo. Controle da qualidade das formas farmacêuticas líquidas Diferentemente das formas farmacêuticas sólidas e semissólidas, as formas farmacêuticas líquidas não apresentam determinação de peso, mas sim de volume. Para essas apresentações, os métodos são divididos em: determinação de volume médio para formulações líquidas em apresentação com doses múltiplas e determinação de volume médio para produtos líquidos em recipientes com doses unitárias. Atenção! Preparações líquidas de uso injetável não seguem esse procedimento. Neste caso, são realizados os métodos de uniformidade de doses unitárias de forma obrigatória e de acordo com a monografia específica do produto. Volume médio em formulações líquidas em apresentação com doses múltiplas A determinação do volume é feita a partir do peso, pelo cálculo da densidade do líquido. Lembre-se de que a densidade é determinada pela fórmula: Assim, para preparações líquidas multidoses, devemos remover os lacres metálicos, retirar os rótulos e pesar de forma separada 10 frascos, lembrando de manter a tampa durante a pesagem. Em seguida, homogeneizar e transferir o conteúdo de cada frasco em um recipiente. Após pesar os frascos, devemos lavar com água e depois com álcool etílico e secar até peso constante. De acordo com o tipo de material, a secagem pode ser em temperatura ambiente ou em estufa por uma hora a 105°C. Em seguida, o frasco deve ser resfriado, tampado e pesado novamente. Densidade ( mg mL ) = m(mg) v(mL) 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 18/69 Com o valor do peso individual, devemos calcular o volume individual a partir da fórmula da densidade. Tendo esses valores, podemos calcular o volume médio, ou seja, a média aritmética dos volumes individuais encontrados. O volume médio encontrado não pode ser inferior a 95% do volume que o fabricante declarou. Saiba mais Para formulações líquidas que são obtidas a partir da reconstituição de pós em apresentação multidoses, devemos proceder da mesma forma indicada anteriormente, mas após a reconstituição do pó. Nesse caso, o volume médio de cada unidade individual deve ficar entre 95 e 110% do volume que foi declarado pelo fabricante. Volume médio em formulações líquidas em apresentação única Para formulações líquidas em dose única, o controle deve ser realizado em 10 frascos. O volume de cada frasco é verificado com auxílio de uma proveta seca, calibrada e com a capacidade total que não supere 2,5 vezes o volume que iremos verificar. Para isso, devemos verter o produto na proveta (sem formar bolhas), deixando escoar por cinco segundos e, depois, medir o volume. A partir do volume de cada frasco, calculamos o volume médio do lote. Segundo a Farmacopeia, para a aprovação do lote, as unidades testadas devem ficar entre 95 e 110% do volume que foi declarado pelo fabricante. Volume médio dos produtos injetáveis 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 19/69 Para verificar o volume médio dos medicamentos injetáveis, o número de unidades testadas por lote também depende do volume declarado. Por exemplo, se o volume declarado for ≥ 10 mL, devemos testar 6 unidades; se for entre 3 mL e 10 mL, testar 10 unidades; e 12 unidades para volumes ≤ 3mL. Além disso, o volume de cada unidade deve ser aspirado com auxílio de uma seringa (que não pode exceder em três vezes o volume que será medido) e uma agulha. Ser transferido para uma proveta seca, calibrada com capacidade que não ultrapasse2,5 vezes o volume a ser medido. Podemos também calcular o volume a partir da densidade. Para isso, o volume aspirado deve ser transferido para um béquer que foi previamente tarado e, em seguida, pesado na balança analítica. Além disso, para frascos com volume declarado ≥ 10mL, podemos medir o volume médio diretamente para provetas calibradas ou béquer tarados. Confira agora a aplicabilidade existente no caso de injetáveis: ≤ 2mL Em se tratando de injetáveis cujo volume declarado seja menor ou igual a 2mL, podemos aspirar de cada unidade o volume e juntar em um recipiente o conteúdo total, usando uma seringa e agulha para cada frasco. O volume dos recipientes reunidos não pode ser inferior à soma dos volumes declarados. Volume = rótulo Em se tratando de injetáveis que se apresentem em frascos multidoses, devemos medir o volume aspirando a quantidade equivalente de cada dose com um conjunto seringa e agulha. Neste caso, o volume dispensado em cada seringa deve ser igual ao volume declarado no rótulo. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 20/69 Igual aos injetáveis em dose única, para os injetáveis que estiverem em seringas pré-carregadas ou em cartuchos, devemos testar as unidades de acordo com o volume declarado pelo fabricante. Por exemplo, se o volume for ≥ 10mL, devemos avaliar 1 unidade; se for entre 10 e 3mL, 3 unidades; ou 5 unidades se o volume for ≤ 3mL. O volume deve ser verificado com base na densidade. Para isso, a dose é desprezada em um béquer tarado e, a partir do peso, conseguimos chegar ao volume em mililitros. Nesse caso, o volume não pode ultrapassar o volume declarado. Para infusões parenterais, ou seja, injetáveis de grande volume, devemos selecionar duas unidades e verificar o volume com auxílio de uma proveta seca e calibrada, com capacidade que não ultrapasse 2,5 vezes o volume a ser medido. Para aprovar o lote, o volume de cada recipiente não pode ser inferior ao volume declarado. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 21/69 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Para as formas farmacêuticas sólidas, existem diferentes testes realizados durante o controle de qualidade. Sobre esse assunto, analise as afirmativas a seguir: I. A friabilidade avalia a resistência mecânica dos comprimidos, mas não das cápsulas. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 22/69 II. O tempo máximo para a desintegração de comprimidos simples é de 5 minutos. III. O teste de desintegração avalia o tempo que os comprimidos se fragmentam. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa C está correta. O teste de desintegração permite avaliar o tempo de fragmentação para comprimidos e cápsulas. Normalmente, o tempo de desintegração de um comprimido é de no máximo 30 minutos. A friabilidade pode ser realizada em comprimidos e cápsulas. Questão 2 O volume das formas farmacêuticas líquidas deve ser determinado pelo cálculo da densidade, mas existem algumas peculiaridades, a depender do tipo de formulação utilizada. Sobre a determinação do volume de injetáveis, analise as afirmativas a seguir: I. O número de unidades testadas por lote depende do volume declarado do produto injetável. II. Os produtos injetáveis com volume declarado ≤ 2mL e que foram reunidos podem apresentar um volume inferior à soma dos volumes declarados. III. Para os produtos injetáveis que se apresentem em frascos, o volume dispensado em cada seringa deve ser igual ao volume declarado no rótulo. A I, apenas. B II, apenas. C III, apenas. D I e II. E I e III. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 23/69 É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa E está correta. O número de unidades testadas por lote de medicamentos injetáveis pode ser 6 (volume declarado ≥ 10mL), 10 (entre 3mL e 10mL) ou 12 (≤ 3mL). Os produtos injetáveis com volume declarado ≤ 2mL, que foram reunidos para a determinação do volume, não podem apresentar volume inferior à soma dos volumes declarados. Para injetáveis em frascos multidoses, aspira-se a quantidade equivalente de cada dose com um conjunto de seringa e agulha para medir o volume. O volume em cada seringa deve ser igual ao volume declarado no rótulo. A I, apenas. B II, apenas. C III, apenas. D I e II. E I e III. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 24/69 2 - Métodos físico-químicos aplicados a medicamentos Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os métodos físico-químicos utilizados nas análises de medicamentos. Métodos físico-químicos Existem inúmeros métodos físico-químicos para a análise, tanto de insumos farmacêuticos como de medicamentos acabados. Algumas dessas técnicas analíticas são mais frequentemente utilizadas do que outras no dia a dia de um laboratório de controle de qualidade de medicamentos em uma indústria farmacêutica. Veremos a abordagem dos métodos mais importantes para a análise da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos. Determinação do pH O pH de uma solução pode ser definido como a concentração de íons H+ em uma preparação aquosa. Ele influencia diversos fatores responsáveis direta ou indiretamente na absorção dos fármacos, desde a estabilidade da sua preparação até a constante de ionização (pKa) de um princípio ativo. No caso dos medicamentos, o pH tem um papel mais significativo nas soluções aquosas comparativamente às preparações sólidas e semissólidas, uma vez que a acidez ou a alcalinidade dessas soluções afetam as propriedades físico-químicas das moléculas. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 25/69 De acordo com a Farmacopeia Brasileira, podemos classificar as soluções. Para essa compreensão, observe a seguir a classificação das soluções quanto ao pH: Neutra pH 7,0 Ácida pH 1 a 6,6 Fracamente ácida pH 4,0 a 6,6 Fortemente ácida pH 1,0 a 4,0 Alcalina pH 7,6 a 13,0 Fracamente alcalina pH 7,6 a 8,8 Fortemente alcalina pH 10,0 a 13,0 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 26/69 A determinação potenciométrica do pH é feita pela medida da diferença de potencial entre dois eletrodos adequados, imersos na solução em exame. Um dos eletrodos é sensível aos íons hidrogênio e o outro é o eletrodo de referência, de potencial constante. O equipamento que realiza essa análise é conhecido como pHmetro (imagem abaixo) ou potenciômetro. Determinação da viscosidade A determinação da viscosidade em uma preparação farmacêutica está muito relacionada às formas farmacêuticas líquidas e semissólidas, uma vez que a viscosidade pode ser definida como a capacidade de resistência que determinada substância apresenta ao escoamento. Tal parâmetro é importante para o processo de fabricação de medicamentos, principalmente durante a etapa que envolve o envase desses produtos, e interfere na escolha do tipo de embalagem utilizada. Existem diversos métodos e equipamentos diferentes para a determinação da viscosidade, o que impacta no tipo de viscosidade encontrada e nos valores e unidades determinados. Isso pode causar certa confusão para os alunos ou os operadores menos atentos. O Sistema Internacional de Unidades (SI) determina como unidade-padrão para a viscosidadeo Pascal (Pa), entretanto, na prática, a unidade mais utilizada é o Poise (P), ou ainda, mais especificamente o centipoise (cP). Isso ocorre porque os equipamentos mais 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 27/69 utilizados no meio farmacêutico fornecem resultados em cP, e não em Pascal ou miliPascal (mPa), para a determinação de uma viscosidade absoluta ou dinâmica. Existe ainda uma terceira unidade para a viscosidade denominada de Stokes (St) ou CentiStokes (cSt), utilizada para a determinação da viscosidade cinemática, que leva em conta a relação entre a viscosidade dinâmica e a densidade da amostra. Já deu para você perceber, então, que a determinação da viscosidade de um produto depende de vários parâmetros, os quais envolvem velocidade, massa e tempo, e interferem na escolha do tipo de equipamento ideal. Além disso, existem métodos diferentes que podem ser empregados e o tipo do equipamento escolhido depende do método selecionado. Conheça agora as três principais metodologias para a determinação da viscosidade de medicamentos e ressaltar aquelas mais utilizadas pelas indústrias farmacêuticas. Vamos lá? Medida da resistência de líquidos ao escoamento Corresponde ao tempo de vazão de um líquido através de um capilar (viscosímetro de Oswald, Ubbelohde, Baumé e Engler). Medida do tempo de queda de uma esfera Corresponde ao período em que os tubos contêm o líquido sob ensaio (Höppler). 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 28/69 As técnicas mais conhecidas e simples são aquelas que envolvem o tempo de escoamento de líquidos através de capilares, como o viscosímetro de Oswald. Entretanto, para as preparações farmacêuticas, em função das características físico-químicas dos produtos e dos aspectos regulatórios, utilizamos o viscosímetro de Brookfield e o viscosímetro de efluxo do tipo Copo Ford, o qual nos fornece uma viscosidade cinemática em cSt. Como exemplo, temos como destaque Viscosímetro de Brookfield e Viscosímetro do tipo Copo Ford, respectivamente representados nas imagens: Medida da resistência ao movimento de rotação Corresponde aos eixos metálicos quando imersos no líquido (reômetro de Brookfield). 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 29/69 Doseamento de medicamentos Entre tantas possibilidades de análises de qualidade de um medicamento, uma torna-se fundamental para qualquer tipo de apresentação farmacêutica: o doseamento do teor de substância ativa em sua amostra. Para isso, uma série de métodos pode ser utilizada (ressonância magnética nuclear, difração de raios X, espectrometria de massas, espectrometria de absorção atômica, potenciometria, volumetria, fotometria, entre outros), com as diversas aplicações. Os métodos estão descritos em vasta literatura científica. Entretanto, algumas técnicas são bem mais utilizadas e difundidas do que outras em função dos custos, da dificuldade operacional, dos tempos de análise e das quantidades das amostras. A seguir, vamos conhecer os métodos analíticos mais importantes para a determinação do teor de princípio ativo contido no produto. Espectrofotometria no ultravioleta e visível É uma técnica baseada no princípio da absorção da energia eletromagnética. De acordo com o comprimento de onda dessa energia, a radiação pode ser dividida em ultravioleta (290-400 nm), visível (400- 730 nm) e infravermelho (730-106 nm). É possível que seja o método 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 30/69 mais utilizado para as análises biológicas, físicas, químicas e farmacêuticas. Note tais detalhes na imagem: Para a quantificação das amostras, a técnica baseia-se na Lei de Lambert-Beer, segundo a qual há proporcionalidade entre a absorbância e a concentração da substância absorvida. O comprimento de onda, a espessura atravessada pelo feixe luminoso e demais fatores são constantes. Uma vez que a concentração seja expressa em mol.L-1 e o caminho óptico (largura da cubeta) seja 1cm, é possível afirmar que: Onde: Como a transmitância é o quociente entre a intensidade da radiação transmitida pela solução (I) e a intensidade da radiação incidente (I0), é possível afirmar que: A = ε. l. c A = absorbância da amostra(A = − logT ) ε = coeficiente de absortividade / absorvidade molar ou coeficiente de extinção molar c = concentração da amostra l = largura do caminho óptico(1 cm) T = transmitância log( Io I ) = A = ε ⋅ b ⋅ c 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 31/69 O coeficiente de absortividade molar é a intensidade da absorção da luz ultravioleta em condições máximas de absorção. Se tivermos as condições de absorção de uma solução a 1% (p/v) com o caminho ótico de 1 cm, teremos: Ou: Observe, atentamente, o exemplo a seguir: Uma amostra de comprimidos de furosemida 40mg apresentou absorbância de 0,447 em 271 nm. Sabendo-se que A (1%, 1 cm) = 580, em 271 nm, e que a concentração-padrão é de 0,0008%, qual o teor do fármaco na amostra? Uma vez que: Onde: = 0,447 = 580 = 1cm = ? Sendo assim: Se a concentração do padrão é de 0,0008%, então: 0,0008% ------- 100% 0,00077% ---------- X X = 96,25% A(1%, 1 cm) = A b ⋅ c A(1%, 1 cm) = ε A = ε. l. c A ε l c 0, 447 = 580.1 ⋅ c c = 0, 00077 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 32/69 Outra forma de quantificarmos o teor de fármaco nas amostras utilizando a espectrofotometria por UV-vis é por meio da determinação da curva de calibração. Por meio da curva de calibração ou curva- padrão, é possível determinar a relação matemática entre a concentração da amostra e a absorbância utilizando a equação da reta. Com base na análise gráfica, é possível verificar a linearidade da concentração e calcular um fator de conversão de valores de absorbância em concentração. Veja alguns exemplos de concentração x absorbância: Concentração (mg/mL) Absorbância (nm) 0,1 0,0025 0,2 0,0050 0,3 0,0075 0,4 0,0104 A inclinação da reta (a) é, portanto, o coeficiente de extinção (e) da Lei de Lambert-Beer: Dessa forma: Onde: y = absorbância da amostra x = concentração da amostra A = ε ⋅ l. c y = 0, 0263 × −0, 0002 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 33/69 Cromatogra�a Entre todas as técnicas de quantificação de fármacos e medicamentos, a cromatografia é a mais utilizada. É impossível imaginar um laboratório de controle de qualidade de medicamentos em uma indústria farmacêutica que não possua muitos cromatógrafos – aliás, os cromatógrafos líquidos são os mais importantes. Vejamos três exemplos de cromatografia que poderão ser usados no controle de qualidade de medicamentos: Cromatogra�a de camada delgada (CCD) Após adicionar sua amostra utilizando pequenos pontos com um capilar (conforme imagem a seguir) e comparar a padrões de referência A e B, por exemplo, a plaquinha deve ir para a cuba que contém a mistura de solventes (fase móvel). Depois do tempo necessário para a eluição do solvente, a placa segue para o sistema revelador (cromóforo ou UV) e, por último, determina-se o fator de retenção (Rf). Rf É a razão entre a distância percorrida pela mancha do composto (dc) e a distância percorrida pelo eluente (ds): Rf = dcds 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidadede medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 34/69 A CCD é um método rápido, simples e barato em comparação aos demais métodos cromatográficos para a identificação de substâncias. Mesmo que em alguns casos não seja o método de escolha principal para a análise de medicamentos, é uma alternativa importante para auxiliar os técnicos e analistas de controle da qualidade. Como exemplo de cromatografia de camada delgada (CCD), podemos observar a imagem a seguir: Cromatogra�a a gás (CG) Trata-se de uma técnica de separação cromatográfica na qual a fase móvel é um gás de arraste (geralmente o He ou N) ou uma mistura gasosa; a fase estacionária é uma coluna de adsorção, distribuição de massa ou exclusão por tamanho. As colunas podem ser colunas 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 35/69 capilares simples com paredes revestidas pela fase estacionária ou colunas empacotadas com partículas inertes impregnadas na fase estacionária. Para a fase móvel, é necessário um suprimento de gás de arraste, normalmente a partir de um cilindro de alta pressão. É preciso realizar a detecção e o tratamento dos dados recebidos. Este último geralmente a partir de um sistema computadorizado (software) que fornece os resultados na forma de cromatogramas. Os detectores por ionização de chama são os mais utilizados, mas existem ainda outros tipos de detectores acoplados ao cromatógrafo gasoso, como os detectores por espectrometria de massa e espectrofotometria no infravermelho por transformada de Fourier. A cromatografia a gás é muito utilizada no controle da qualidade da indústria farmacêutica, principalmente para substâncias altamente voláteis, insumos farmacêuticos, determinação de solvente residual, impurezas e quantificação de fármacos. Cromatogra�a líquida de alta e�ciência (CLAE) Técnica de separação e quantificação de fármacos no controle de qualidade de medicamentos mais utilizada no mundo. A maioria dos compêndios internacionais, como Farmacopeia Americana e Farmacopeia Europeia, utiliza em suas monografias as técnicas de CLAE para determinação do teor de fármacos em suas análises. Assim como as demais técnicas cromatográficas, trata-se de um método de separação constituído por duas fases imiscíveis, a fase estacionária sólida representada por uma coluna cilíndrica e a fase móvel líquida representada, geralmente, por uma mistura de solventes líquidos. Na CLAE, também é possível realizar a separação por adsorção, partição, troca iônica, tamanho e interações estereoquímicas. No caso das amostras farmacêuticas, a maioria das análises baseia-se no princípio de separação por partição. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 36/69 A CLAE apresenta algumas vantagens em comparação às demais técnicas cromatográficas, pois pode ser utilizada para substâncias não voláteis e termolábeis, além de ser altamente específica para o caso da maioria dos fármacos. Como exemplo, destacamos a próxima imagem que representa os vários modelos de cromatógrafos líquidos de alta eficiência: Doseamento de medicamentos Confira agora detalhes sobre o doseamento de medicamentos e as técnicas de espectrofotometria UV-Vis, infravermelho e cromatografia para o doseamento. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 37/69 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 38/69 Questão 1 Vimos que a determinação da viscosidade é empregada nas fórmulas farmacêuticas semissólidas e líquidas. Sobre esse assunto, analise as afirmativas: I. Viscosidade é a capacidade de resistência de determinada substância ao escoamento. II. Viscosidade é importante para o envase desses produtos e interfere na escolha do tipo de embalagem utilizada. III. Quanto maior a temperatura, maior é a viscosidade do líquido. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa D está correta. Viscosidade é a capacidade de resistência que determinada substância apresenta ao escoamento, ela interfere na escolha do tipo de embalagem utilizada no envase dos produtos. A viscosidade é influenciada pela temperatura, de forma inversamente proporcional. Assim, quanto maior a temperatura, menor é a viscosidade do líquido. Questão 2 A cromatografia é a técnica mais utilizada para a quantificação de fármacos nos medicamentos. Sobre a CLAE, analise as afirmativas A I, apenas. B II, apenas. C III, apenas. D I e II. E I e III. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 39/69 e assinale a correta. Parabéns! A alternativa B está correta. A CLAE é uma das técnicas mais utilizadas para a separação, em que são empregados diferentes métodos, como adsorção, partição, troca iônica, tamanho e interações estereoquímicas e para a quantificação dos fármacos. Entre as técnicas de separação, a partição é a mais empregada para as amostras farmacêuticas. A CLAE pode ser usada para substâncias não voláteis, termolábeis e é altamente específica para a maioria dos fármacos, apresentando vantagens sobre as demais técnicas. A A CLAE é a técnica de separação e quantificação de fármacos no controle de qualidade menos utilizada em todo o mundo em razão de seu alto custo. B Para as amostras farmacêuticas, a maioria das análises pela CLAE baseia-se no princípio de separação por partição. C A CLAE apresenta algumas desvantagens em comparação às demais técnicas cromatográficas, pois só pode ser utilizada para substâncias voláteis. D A CLAE apresenta também algumas desvantagens em comparação às demais técnicas cromatográficas, pois não pode ser empregada para substâncias termolábeis. E A CLAE apresenta também algumas desvantagens em comparação às demais técnicas cromatográficas, pois é altamente inespecífica para os fármacos. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 40/69 3 - Equivalência farmacêutica de medicamentos Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir os conceitos e as aplicações em equivalência farmacêutica e per�l de dissolução de medicamentos. Introdução à equivalência farmacêutica Podemos definir equivalência farmacêutica como os estudos realizados laboratorialmente, in vitro, entre medicamentos. Por exemplo, medicamentos genéricos e de referência, que apresentam o mesmo princípio ativo (sal ou éster) na mesma formulação, via de administração, dosagem, concentração e potência. Entretanto, não necessariamente apresentam os mesmos excipientes. Medicamento de referência é o produto inovador que foi primeiramente comercializado. Assim, a indústria farmacêutica tem o depósito da patente e, para a obtenção do registro, comprovou cientificamente a eficácia, segurança e qualidade do produto aos órgãos competentes. Medicamento genérico é o produto com características iguais e intercambiável ao medicamento de referência, produzido após a patente ter expirado. Possui os testes de segurança, eficácia e qualidade comprovados e que devem ser chamados pela denominação comum brasileira (DCB) e, na sua ausência, pela denominação comum internacional (DCI). Intercambiável 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 41/69 Permite a trocasegura de um medicamento de referência pelo genérico. Para a indústria farmacêutica registrar um medicamento como genérico, faz-se necessário comprovar sua equivalência farmacêutica e bioequivalência. A bioequivalência, por sua vez, pode ser entendida como a comparação da biodisponibilidade de um mesmo produto farmacêutico que se apresenta em diferentes formulações, medicamentos ou lotes. Os estudos de bioequivalência são realizados in vivo, após a comprovação de que os medicamentos são equivalentes farmacêuticos. Biodisponibilidade Após a administração de um medicamento, a biodisponibilidade indica a velocidade e a concentração de princípio ativo absorvido. As avaliações podem ser realizadas na urina ou na corrente sanguínea e permitem plotar um gráfico concentração/tempo. Equivalência farmacêutica é diferente de equivalência terapêutica. Dois medicamentos são equivalentes terapeuticamente quando, além da equivalência farmacêutica, apresentam os mesmos resultados de segurança e eficácia, que são avaliados após os testes de bioequivalência, ensaios clínicos, ensaios farmacodinâmicos e estudos in vitro. Para um medicamento ser intercambiável, ele deve ser equivalente terapêutico, condição garantida pelos testes de equivalência terapêutica, bioequivalência e as boas práticas de fabricação e o controle da qualidade. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 42/69 Os medicamentos similares, assim como os genéricos, apresentam em relação ao medicamento de referência o mesmo princípio ativo e a mesma concentração, via de administração, forma farmacêutica, indicação e posologia. Entretanto, o tamanho, a forma, a validade, a embalagem, o rótulo e o prazo de validade podem ser diferentes entre si. Esses medicamentos são designados pelo nome comercial. Observe: A intercambialidade entre os medicamentos referência, genéricos e similares. Você deve estar imaginando que, se o similar e um medicamento genérico apresentam o mesmo fármaco, eles sejam bioequivalentes ao medicamento de referência e poderiam ser intercambiáveis entre si, mas isso não acontece necessariamente. Curiosidade A partir da publicação da RDC nº 134/2003, passou a ser obrigatório para as indústrias farmacêuticas apresentar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os testes de equivalência farmacêutica dos medicamentos similares registrados. Testes de equivalência farmacêutica Têm como principal objetivo avaliar a qualidade dos medicamentos que serão registrados como genéricos, indicando que terão a mesma segurança e eficácia e o mesmo fármaco na mesma dosagem e formulação. Saiba mais 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 43/69 Esses testes só podem ser realizados pelos laboratórios oficiais e particulares cadastrados na Anvisa e/ou credenciados no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que são integrantes da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas). Devem ser realizados antes dos testes de bioequivalência, quando aplicável à forma farmacêutica. Os lotes utilizados para os testes de equivalência farmacêutica devem ser os mesmos usados para bioequivalência. A equivalência farmacêutica é realizada com base em métodos analíticos, ou seja, físico-químicos e, quando necessário, microbiológicos, que são preconizados pela Farmacopeia Brasileira com amostras de até 6 meses de fabricação. Os medicamentos devem estar em sua embalagem comercial e, caso seja realizada com um lote-piloto, os medicamentos devem estar acondicionados pelo menos em sua embalagem primária. Entretanto, não são aceitos estudos de equivalência entre medicamentos que tenham embalagens primárias que são importantes para a administração de suas formas farmacêuticas. Por exemplo, não podemos realizar os testes entre uma solução oral que tenha um frasco dosador e uma solução oral que tenha como medida uma colher, pois o frasco dosador exige um ensaio de gotejamento. Caso a Farmacopeia não contemple os métodos analíticos na monografia individual do medicamento em teste, esse teste pode ser realizado de acordo com outros compêndios internacionais e ainda validar o método analítico empregado. A validação dos métodos analíticos deve seguir o preconizado pela RDC 166/2017. Além disso, os testes no medicamento candidato ao genérico devem ser realizados de forma concomitante ao medicamento de referência, pois os dois resultados são comparativos, principalmente nos testes de teor e perfil de dissolução. Os ensaios de equivalência podem ser divididos em dois grandes grupos: 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 44/69 A RDC 31/2010, que dispõe sobre a realização dos ensaios de equivalência farmacêutica e do perfil de dissolução comparativo, elenca como ensaios informativos: o aspecto, a densidade, a viscosidade, o valor do peso médio e o valor do volume médio. As variações de peso e volume médio não são informativas e devem ser respeitadas. Os ensaios farmacopeicos e a equivalência farmacêutica Alguns ensaios farmacopeicos são obrigatórios quando necessitamos garantir a equivalência farmacêutica, são eles: Doseamento e/ou determinação da potência. Identificação. Características. Teste de pureza. Teste de segurança biológica. Teste de dissolução e comparação de per�s de dissolução Teste de dissolução Ensaios não informativos, que devem ter seus resultados comparados aos medicamentos de referência. Ensaios informativos, em que os resultados não são comparados com o medicamento de referência, devendo cumprir com suas próprias especificações. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 45/69 É o teste mais importante para os ensaios de equivalência farmacêutica. Na monografia do medicamento, encontramos todos os parâmetros utilizados durante o teste de dissolução, por exemplo, o meio de dissolução, a duração do teste, o tipo de aparelho utilizado etc. Segundo Farmacopeia Brasileira, para o teste de dissolução de comprimidos de captopril, por exemplo, devemos realizar a dissolução em 900mL de ácido clorídrico 0,1M, em um aparelho dissolutor que possui cestas, com rotação de 50 rpm durante 20 minutos. Além disso, a concentração do fármaco dissolvida no meio é obtida pela absorbância medida em espectrofotômetro no comprimento de onda de 215nm. Depois, devemos comparar os resultados encontrados com uma solução-padrão de captopril 0,0025% p/v em solução de ácido clorídrico. Para o preparo da solução-padrão, devemos utilizar a substância química de referência (SQR) oficializada pela Farmacopeia. A tolerância mínima é de 80% da quantidade declarada de C9H15NO3S. O que faríamos se os compêndios nacionais e internacionais não contemplassem um método de dissolução para o medicamento em teste? Nesse caso, a empresa deveria realizar a validação do método analítico. Além disso, entregar um relatório à Anvisa, demostrando que o meio de dissolução é o mais adequado, como curvas de dissolução em pH fisiológico (1,2-6,8) na temperatura de 37°C ± 1°C, avaliação da 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 46/69 solubilidade da substância-teste em pH fisiológico e na temperatura de 37°C ± 1°C, comprovação da utilização de tensoativos, de âncoras, quando aplicável, e de aeração, justificativa da utilização de outro pH fora da faixa de 1,2-6,8 quando necessário, entre outras informações. Comparação de per�s de dissolução A legislação ainda preconiza doistipos de dissolução durante os testes de equivalência farmacêutica: o teste de dissolução em que apenas um ponto é obtido para avaliação da quantidade dissolvida; e o perfil de comparação, em que até 5 pontos de coletas são realizados e a concentração de fármaco é feita para analisar a extensão e a velocidade da dissolução do princípio ativo da sua fórmula farmacêutica. Normalmente, para a realização do perfil de comparação, são obtidos 3 pontos de coleta antes do tempo preconizado na monografia, uma coleta no tempo e uma depois. Por exemplo, a monografia do captopril menciona um tempo de teste de dissolução de 20 minutos, então poderíamos estabelecer uma coleta em 5, 10 e 15 minutos, uma em 20 minutos (tempo estabelecido pela monografia) e a última em 30 minutos. Segundo a RDC 31/2010, não devemos realizar o estudo de perfil de dissolução comparativo para as seguintes formas farmacêuticas: pós, granulados e formas farmacêuticas efervescentes que, ao serem reconstituídos, tornam-se soluções; semissólidos, excetuando-se supositórios; formas farmacêuticas administradas, como sprays ou aerossóis nasais ou pulmonares de liberação imediata; gases; ou líquidos, exceto suspensões. Entretanto, se houver descrito para esses medicamentos na Farmacopeia Brasileira e em outros compêndios internacionais, esse teste deve ser realizado. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 47/69 Para as formas farmacêuticas de liberação prolongada, é necessário avaliar a concentração de fármaco dissolvida nos tempos 1, 2 e 4 horas até que o platô de dissolução ou 80% sejam alcançados. Já para formas farmacêuticas de liberação retardada, a dissolução contempla uma etapa ácida (com 0,1N de HCl durante 2 horas) e a dissolução em tampão. A coleta de amostras deve ser realizada de forma seriada até que o platô de dissolução ou 80% sejam alcançados. Para drágeas e comprimido revestido, podemos usar como referência comprimidos simples, desde que o revestimento não seja empregado como um controle do mecanismo de liberação do princípio ativo. Atenção! A Anvisa pode autorizar a comprovação da equivalência terapêutica pelos testes de biodisponibilidade relativa/bioequivalência, quando o resultado do estudo de perfil de dissolução não for semelhante. Para comparar dois perfis de dissolução, devemos utilizar 12 unidades de cada medicamento (teste e referência), e as coletas devem ser realizadas no mesmo tempo. O número de coletas deve ser representativo até ser atendido o platô de dissolução ou 85% do total de princípio ativo dissolvido. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 48/69 Exemplo de per�l de dissolução Confira agora mais detalhes sobre os perfis de dissolução. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 49/69 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Um medicamento candidato a genérico precisa passar por diferentes testes para comprovar a sua equivalência farmacêutica ao medicamento referência. Sobre esse assunto, analise as afirmativas: I. Podemos realizar o teste de equivalência farmacêutica entre uma solução oral que tenha um frasco dosador e uma solução oral que tenha como medida uma colher. II. Os testes no medicamento candidato ao genérico devem ser realizados de forma concomitante ao medicamento de referência. III. A equivalência farmacêutica é realizada a partir de métodos microbiológicos e, quando necessário, físico-químicos. É correto o que se afirma em: A II e II. B I e III. C II e III. D II, apenas. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 50/69 Parabéns! A alternativa D está correta. Não podemos realizar a equivalência entre duas soluções orais, uma com frasco dosador e outra sem o frasco, pois o dosador precisa do teste de gotejamento, uma vez que é a embalagem primária utilizada para administração dos fármacos. Como os resultados dos testes são comparativos, os testes no medicamento candidato ao genérico e no medicamento de referência devem ser realizados ao mesmo tempo. A equivalência farmacêutica é realizada a partir de métodos físico-químicos e, quando necessário, microbiológicos preconizados pela Farmacopeia Brasileira. Questão 2 Durante os testes de equivalência farmacêutica, é preconizada a comparação do perfil de dissolução. Sobre esse assunto, analise as afirmativas a seguir: I. Podemos realizar o perfil de comparação de dissolução em soluções orais. II. No teste de perfil de comparação de dissolução, são coletadas 5 amostras em diferentes tempos para avaliar a velocidade e a extensão de dissolução. III. Podemos realizar o perfil de comparação de dissolução em formas farmacêuticas administradas como sprays ou aerossóis. É correto o que se afirma em: E III, apenas. A I e II. B I e III. C II e III. D I, apenas. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 51/69 Parabéns! A alternativa E está correta. Normalmente, no perfil de comparação, coletam-se três amostras antes do tempo preconizado na monografia, uma no tempo e uma depois. Segundo a RDC 31/2010, não devemos realizar o perfil de comparação de dissolução nas soluções orais e em formas farmacêuticas administradas como sprays ou aerossóis. 4 - Estabilidade de medicamentos e substância química de referência Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os padrões de referência no controle de qualidade de medicamentos e os estudos de estabilidade físico-química de medicamentos. Estabilidade de medicamentos Fatores que in�uenciam a estabilidade Os medicamentos, assim como os fármacos, precisam ser estáveis, ou seja, resistentes às reações químicas que acontecem nos princípios ativos da formulação, evitando sua decomposição e garantindo a manutenção da qualidade, segurança e eficácia do produto. E II, apenas. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 52/69 Os fatores que influenciam diretamente a estabilidade de medicamentos podem ser: Alguns fármacos e, por isso, medicamentos, são mais suscetíveis à degradação por reações químicas. A maior ou menor suscetibilidade à degradação é chamada de fator intrínseco de estabilidade. Fatores extrínsecos ou ambientais São aqueles que alteram a estabilidade física e, por isso, geram uma decomposição química. Podemos citar como exemplos: luz, temperatura e umidade. Fatores intrínsecos ou relacionados ao próprio medicamento São as propriedades químicas e físicas dos princípios ativos (ponto de fusão, solubilidade, excipiente), as propriedades dos materiais utilizados nas embalagens primárias, a forma farmacêutica e sua composição. Na imagem ao lado, temos como exemplo gotas de água após a chuva no tecido impermeável. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 53/69 Principais processos de degradação de medicamentos A degradação química dos medicamentos acontece por reações de hidrólise, oxidação, reações fotoquímicas, isomerização e polimerização. A hidrólise acontece com maior facilidade nos medicamentos que apresentam como princípio ativo derivados de ácido carboxílico, como ésteres (ácido acetil salicílico), lactonas (cefalosporinas e penicilinas), carbamatos (meprobamato), amidas (benzilpenicilinas, cloranfenicol). Paraevitar a hidrólise, as formas farmacêuticas sólidas são priorizadas. Entretanto, caso seja essencial a formulação líquida, a solução é a utilização de um pH de maior estabilidade (pH neutro), pois a hidrólise pode acontecer em pH ácido ou básico, utilização de emulsões ou suspensões e alteração da constante dielétrica com solventes não aquosos e soluções-tampão. A oxidação acontece com maior facilidade nos medicamentos que apresentam compostos fenólicos (morfina), esteroides (anticoncepcionais), catecolaminas (dopamina), antibióticos (tetraciclinas), compostos poli-insaturados (óleos, como o óleo de peixe) e vitaminas lipossolúveis (vitamina A, D e E). Observe a imagem: Para evitar a oxidação, devemos diminuir a exposição ao oxigênio (o fármaco pode ser acondicionado em um ambiente anaeróbio), e podemos utilizar na formulação antioxidantes e quelantes, estocar em ambiente escuro e realizar procedimentos para a remoção de metais, todos esses catalizadores das reações oxidativas. As reações de isomerização convertem as drogas em seus isômeros, que podem apresentar estabilidades bem distintas entre si. Por exemplo, as cefalosporinas sofrem a isomerização em meio básico, com a conversão de isômeros que inativam a droga. Já a vitamina A, ao sofrer a isomerização cis-trans, tem uma queda na sua atividade. As reações fotoquímicas podem ser estimuladas pela luz e causam decomposição por mecanismos altamente complexos. Podem ainda 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 54/69 estimular reações oxidativas, de hidrólise e outras reações secundárias. Atenção! Normalmente, os medicamentos neurolépticos fenotiaziônicos, hidrocortisona, ácido ascórbico, ácido fólico e a hidroquinona são os medicamentos mais suscetíveis à fotodecomposição. Para evitar isso, os medicamentos devem ser acondicionados em frasco âmbar e estocados em ambiente escuro. As reações de polimerização acontecem com maior facilidade em fármacos que apresentem na sua composição grupos lactamas, como as penicilinas e as cefalosporinas. A polimerização é uma reação que, a partir da combinação de uma ou mais moléculas e ocorrendo a formação de dímeros ou polímeros (altamente antigênicos), pode gerar reações alérgicas graves no paciente, como as reações anafiláticas. Estabilidade das formas farmacêuticas líquidas, semissólidas e sólidas As formulações líquidas são mais suscetíveis a reações de degradação do que os medicamentos de apresentação sólida e semissólida. A estabilidade desses medicamentos depende do pH, da temperatura, da força iônica, dos solventes e tensoativos utilizados durante a formulação. As formulações semissólidas sofrem decomposição química, endurecimento e perda da consistência, e sua estabilidade é alterada pela natureza da base empregada. Nesse caso, são essenciais os testes de compatibilidade. As formulações sólidas são as mais estáveis, mas devemos tomar cuidado com a escolha dos excipientes, que precisam ser biocompatíveis. E quanto à estocagem, levar em conta a umidade, a luz, o oxigênio e o tempo de estabilidade. Estudo de estabilidade em medicamentos Os testes de estabilidade fazem parte da garantia da qualidade para avaliar o prazo de validade dos medicamentos, como os medicamentos se comportam durante a comercialização nas condições normais de armazenamento, quais são as modificações que acontecem, ao longo 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 55/69 do tempo, por influência de fatores ambientais e pela incompatibilidade entre o medicamento e os materiais de acondicionamento. Condução dos estudos de estabilidade No Brasil, todos os medicamentos que serão registrados e os que terão alteração de registro devem passar pelos testes de estabilidade, que precisam ser conduzidos de acordo com a RDC 318/2019. As indústrias farmacêuticas devem definir um protocolo de estudo de estabilidade, que é um documento com toda a trilha e as etapas para avaliar a estabilidade de um produto. Segundo a RDC 318/2019, os estudos de estabilidade de medicamentos devem contemplar o nome do medicamento, os testes realizados, as condições e as especificações de estabilidade, os métodos analíticos indicativos de estabilidade (métodos quantitativos validados), o cronograma de execução, os dados de quem está conduzindo o estudo, o tamanho do lote e o tipo de material utilizado para o acondicionamento primário. Após os testes, todos os resultados encontrados devem ser consolidados e documentados em um relatório de estabilidade. A partir dos resultados, é possível avaliar que parâmetros podem ser alterados em função dos fatores ambientais que impactam na qualidade, segurança e eficácia do medicamento, estabelecer um prazo de validade e definir condições de armazenamento. Vamos entender melhor os diferentes estudos de estabilidade, os testes de fotossensibilidade e sua importância para a definição do prazo de validade e das condições de armazenamento do medicamento. Atenção! 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 56/69 É obrigatório, segundo a RDC 318/2019, que todos os resultados encontrados durante esses estudos de estabilidade e de fotossensibilidade e as condições de armazenamento estejam contemplados no rótulo e na bula dos medicamentos. Além disso, avisos de alertas devem ser incluídos indicando que o medicamento não pode ser exposto à luz, ou que, após sua administração, deve ser rapidamente devolvido à embalagem secundária. Tipos de estudos de estabilidade Estabilidade de longa duração, acelerado e acompanhamento Os testes de estabilidade de longa duração e o acelerado possibilitam determinar o prazo de validade de um medicamento. Mas qual a diferença entre eles? Para ambos os estudos, devemos avaliar pH, teor, aspecto, quantificação dos produtos de degradação, dissolução, quantificação de antimicrobianos e antitoxinas. Entretanto, o tempo de realização dos testes é distinto. No estudo de estabilidade acelerado, a análise deve Estudo de estabilidade de longa duração Permite avaliar as características físicas, químicas e biológicas do medicamento nas condições de armazenamento e no prazo de validade estabelecidos. Estudo de estabilidade acelerado Permite verificar, em condições forçadas de armazenamento, possíveis alterações físicas, químicas e microbiológicas nos medicamentos, ajudando a compreender quais são as alterações possíveis em caso de desvios nos cuidados de conservação. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 57/69 acontecer no tempo inicial, no terceiro e no sexto mês do estudo; no estudo de longa duração, os testes são realizados no tempo inicial, no primeiro ano a cada 3 meses, no segundo ano a cada 6 meses e anualmente a partir do terceiro ano do prazo de validade proposto. Para registros de medicamentos no Brasil com novo insumo farmacêutico ativo, poderão ser apresentados estudos de estabilidade acelerado concluídos, com resultados do estudo de estabilidade de longa duração em andamento de pelo menos 12 meses. Além disso, o prazo de validade só é estabelecido de forma definitiva após os resultados do estudo de estabilidade de longa duração. Caso o registro seja feito com estudos de longa duração em andamento, o prazo de validade é provisório, calculado a partir de análises estatísticas dos resultados apresentados. O estudo de estabilidade de acompanhamento visa monitorar e con�rmar o prazo de validade de medicamentos. Os estudos de estabilidade de longa duração, o acelerado e o de acompanhamento para medicamentos devem serrealizados nas condições estabelecidas na RDC 318/2019, conforme observamos nos itens abaixo, que retratam as condições de armazenamento e de realização dos estudos de estabilidade. Confira! Estudo de longa duração ou de acompanhamento: -20°C ± 5°C Estudo de estabilidade acelerado: Não é necessário Estudo de longa duração ou de acompanhamento: 5 ± 3°C Estudo de estabilidade acelerado: 25°C ± 2°C/60% UR ± 5%UR ou 30°C ± 2°C/75%UR ± 5%UR ou 30°C ± 2°C/65%UR ± 5%UR -25°C a -15°C Refrigeração (2-8°C) 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 58/69 Estudo de longa duração ou de acompanhamento: 30°C ± 2°C/ 35%UR ±5%UR Estudo de estabilidade acelerado: 40°C ± 2°C/25%UR ± 5%UR Estudo de longa duração ou de acompanhamento: 30°C ±2° C/75%UR ± 5%UR Estudo de estabilidade acelerado: 40°C ± 2°C/75%UR ± 5%UR No caso de medicamentos com embalagem comprovadamente impermeável, não é necessário realizar o estudo nas condições de umidade preconizadas. Além disso, para medicamentos que sejam de uso restrito de hospitais e clínicas, os testes podem ser realizados a 25°C ± 2°C/60% UR ± 5%. Caso as condições de armazenamento sejam diferentes dos itens apresentados anteriormente, os testes devem ser realizados em condições de armazenamento factível ao produto. Para a determinação do prazo de validade de medicamentos que demandem reconstituição ou diluição antes do uso, o estudo de estabilidade de longa duração deve ser realizado pelo menos em 2 lotes no momento do registro e em 1 lote para o pós-registro. Além disso, deverá ser realizado em dois momentos diferentes, um logo após a reconstituição ou diluição e outro após o tempo máximo recomendado. Entretanto, se na bula do medicamento constar que ele deve ser administrado logo após a reconstituição ou diluição ou se o frasco for multidose, o medicamento é dispensado do estudo de estabilidade. Temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) – produtos de base aquosa Temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) – demais produtos 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 59/69 Estudo de estabilidade em uso Avalia, em medicamentos que têm apresentação em frascos multidoses, o período pelo qual o medicamento mantém a estabilidade após sua abertura, subsequentes utilizações com abertura da embalagem primária e condições de armazenamento durante a utilização. Para isso, o teste é realizado logo após o frasco aberto e no final do prazo de validade. As condições para a realização desse teste seguem as condições preconizadas para os estudos de estabilidade de longa duração e acompanhamento, e devem ser utilizados pelo menos 2 lotes que passaram pelo estudo de estabilidade de longa duração no caso de registro e 1 lote para o pós-registro. Estudo de estabilidade reduzido Deve haver uma justificativa para sua realização. As análises devem ser realizadas obtendo dados que sejam representativos de toda a amostra e como se fosse um estudo completo de estabilidade. A reprovação de um teste em dado tempo reprova todas as demais amostras. Teste de estresse O teste de degradação forçada, também conhecido como teste de estresse, consiste em avaliar a estabilidade dos fármacos em condições extremas, ou seja, superiores às empregadas durante os testes de estabilidade reduzido e longo prazo para isolar e detectar possíveis produtos de degradação. A ideia dos ensaios não é a degradação total do composto, e sim ter quantidades suficientes para isolar e identificar os produtos. Para isso, a degradação deve ficar entre 10 e 30%. Dessa forma, podemos identificar possíveis mecanismos que levam à formação dos produtos de degradação. Os procedimentos analíticos utilizados para detectar esses produtos ajudam a verificar a necessidade de adequar formulações, alterar excipientes e mudar produtos de embalagens. 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 60/69 Para a realização desses testes, os medicamentos (formulação e placebo), o fármaco isolado e o placebo (todos os excipientes da formulação) devem ser submetidos a diferentes condições, como exposição à luz, aquecimento, soluções ácidas, básicas e oxidantes, umidade e íons metálicos. Confira agora algumas condições utilizadas nesse ensaio: Preparo da amostra: Aquecer a amostra (60 ± 5°C) acidificada diluída (1:10) com HCl 1N. Tempo de análise: 6 horas. Preparo da amostra: Aquecer a amostra (60 ± 5°C) alcalina diluída (1:10) com NaOH 1N. Tempo de análise: 6 horas. Ácido Base Neutro 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 61/69 Preparo da amostra: Aquecer a amostra (60 ± 5°C) diluída (1:10) com água. Tempo de análise: 6 horas. Preparo da amostra: Amostra diluída (1:10 com H2O2 a 3% v/v) a 60 ± 5°C. Tempo de análise: 6 horas. Preparo da amostra: Expor as amostras à irradiação em lâmpada de xenônio à temperatura menor ou igual a 25°C. Tempo de análise: 48 horas. O teste deve ser realizado em 1 lote, em todas as concentrações dos medicamentos. Em casos de associações em doses fixas, deve ser feito no princípio ativo isolado. Em primeiro momento, é possível avaliar a pureza do princípio ativo e se houve formação do produto de degradação, a partir da avaliação da queda da concentração da substância ativa. Em seguida, há a detecção (a partir do detector de massa, fotoiodo, UV- visível e ressonância magnética nuclear) e a caracterização, principalmente pela cromatografia, dos produtos formados e a avaliação da segurança biológica de cada produto. Oxidação Luz 27/02/2024, 10:04 Controle da qualidade de medicamentos sólidos, semissólidos e líquidos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04744/index.html# 62/69 A última etapa é a comparação entre os resultados dos testes de estabilidade e degradação forçada que permite avaliar se algum produto gerado pode afetar a estabilidade. Segundo a RDC 53/2015, a identificação, quantificação e notificação dos produtos de degradação dependem da concentração e da quantidade máxima de fármaco administrada por dia. Por exemplo, se a quantidade diária for ≤ 1g e a concentração 0,1%, o produto deverá ser notificado. Já para uma dose diária < 1mg com 1% de produto de degradação, o produto deverá ser identificado. Atenção! Dependendo do produto de degradação encontrado, do limite de qualificação estabelecido e se houver em sua estrutura química grupos consideráveis potencialmente tóxicos, as empresas devem avaliar a toxicidade da substância para garantir a segurança. Estudo de fotossensibilidade Permite avaliar os efeitos da exposição da luz nos medicamentos. Para a realização deste teste, os medicamentos (fora da sua embalagem primária) são colocados em uma câmera com temperatura controlada e com uma fonte de luz capaz de emitir comprimentos de ondas na região da UV e do visível, com sistema previamente qualificado. Os medicamentos devem ser colocados de forma que todos sejam expostos à luz e, caso não haja alterações fora da especificação, eles são considerados fotoestáveis. Entretanto, se acontecerem alterações, o teste deve ser repetido com os medicamentos na embalagem primária. Nesse segundo teste, se ocorrerem alterações fora do esperado, devemos realizar um novo teste, agora na embalagem secundária ou empregando uma proteção. Testes em embalagens secundárias que não demostrem nenhuma alteração indicam que os medicamentos são fotoestáveis apenas quando mantidos em embalagem secundária. Nesse caso, a comercialização deve se dar apenas com um medicamento em cada embalagem secundária. 27/02/2024, 10:04 Controle
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