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27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 1/63 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis Prof. Vinícius Rodrigues Viana Descrição As principais fontes de contaminação microbiana em produtos farmacêuticos e cosméticos, suas técnicas de contagem e identificação e determinação da eficácia do sistema conservante. Propósito O controle de qualidade microbiológico é um dos parâmetros fundamentais de todo produto farmacêutico, pelo qual verificamos se os produtos estão de acordo com os limites estabelecidos para presença de microrganismos e a ausência de patógenos. O conhecimento das técnicas de identificação e contagem nos permite assegurar a segurança microbiológica desses produtos. Objetivos Módulo 1 Crescimento microbiano na indústria farmacêutica 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 2/63 Reconhecer as principais formas de contaminação de produtos farmacêuticos. Módulo 2 Contagem e pesquisa de patógenos Identificar as principais técnicas de contagem e pesquisa de microrganismos. Módulo 3 E�cácia do sistema conservante Reconhecer as diferentes técnicas para avaliação da eficácia do sistema conservante e da potência de antimicrobianos. Introdução A contaminação por partículas biológicas é um dos principais problemas que assola a produção de medicamentos, cosméticos e correlatos. Ela pode ser proveniente da matéria-prima, do processo produtivo, da estocagem ou até mesmo do uso. Para evitar desde alterações em características organolépticas do produto até infecções nos usuários, é importante ter um controle de qualidade microbiológico efetivo. Neste conteúdo, abordaremos especificamente o ramo do controle de qualidade microbiológico de produtos não estéreis. Esses produtos abrangem a maioria de medicamentos, de uso oral e tópico, e cosméticos. Vamos conhecer os principais testes para contagem de microrganismos permitidos pela farmacopeia 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 3/63 e os testes para identificação de patógenos que não devem estar presentes. Por fim, vamos tratar da eficácia do sistema conservante em formas farmacêuticas e cosméticas, que tem como objetivo a preservação destas contra microrganismos durante e após a sua produção. Vamos conhecer também os testes para avaliar a potência de antibióticos. 1 - Crescimento microbiano na indústria farmacêutica Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as principais formas de contaminação de produtos farmacêuticos. Importância do controle microbiológico Carga microbiana em produtos farmacêuticos Os medicamentos e cosméticos são classificados de acordo com: 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 4/63 Forma física Sólidos, líquidos e semissólidos. Via de administração Oral e tópico. Esquema de doses Dose única e multidoses. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 5/63 Carga microbiana Produtos não estéreis ou produtos estéreis. Entre os produtos não estéreis, estão praticamente todos os medicamentos orais e tópicos e os cosméticos. Produtos não estéreis podem conter algumas bactérias e fungos, desde que estejam em quantidade que não comprometa a saúde do usuário. Isso se deve ao fato de sua utilização se dar em regiões do corpo que possuem uma microbiota natural e que, consequentemente, não são estéreis. Mesmo nessas formulações, alguns microrganismos específicos devem estar ausentes. São aqueles que, até em pequenas quantidades, podem ser patogênicos, isto é, causar infecções. O controle de qualidade dos medicamentos não estéreis visa assegurar que o produto não terá sua qualidade final ou a segurança do paciente comprometidas pela carga microbiana ali presente. Microrganismos contidos na microbiota humana, como Acinetobacter spp. e Fusobacterium spp., podem atuar como oportunistas em pacientes imunodeprimidos; por isso, a importância de se definir quantidades máximas de microrganismos, tendo em vista o uso do produto tanto por pacientes imunocompetentes quanto imunodeprimidos. Já o aspecto qualitativo deve ser definido com base em diversos fatores. Consumo por pessoas imunodeprimidas, tipo de pele, no caso de cosméticos, e via de administração são alguns exemplos que devem ser levados em consideração quando estabelecidos os tipos de microrganismos que podem estar presentes em produtos. A presença dos microrganismos nos medicamentos pode ainda promover sua deterioração devido à produção de enzimas que degradam a formulação e podem afetar tanto a qualidade quanto a segurança de medicamentos. As consequências podem ser queda da 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 6/63 potência, redução da biodisponibilidade do fármaco, formação de pigmentos e odores, formação de toxinas, ou até inativação do sistema conservante, tornando os produtos inadequados para o uso. Atenção! Apesar disso, alguns produtos, mesmo portando populações microbianas, não apresentam alterações sensoriais evidentes, sendo o processo de controle de qualidade microbiológico fundamental em seu contexto. Microrganismos relevantes para o controle de qualidade Os microrganismos mais relevantes no controle de qualidade farmacêutico são bactérias, fungos e, em alguns casos, vírus. Vamos relembrar as principais características desses microrganismos! Bactérias São procariontes, ou seja, não possuem organelas membranosas e seu material genético está disperso no citoplasma, organizando-se apenas de forma unicelular. Dividimos as bactérias em dois grandes grupos, de acordo com a composição da sua parede celular: Gram-positivas Possuem uma espessa parede de peptidoglicano, localizada acima da membrana plasmática. Assim, durante o processo de coloração de Gram, acaba conseguindo reter o cristal violeta. Podemos citar Staphylococcus aureus, Clostridium tetani e Streptococcus agalactie como exemplos de Gram-positivas. Gram-negativas Possuem uma camada fina de peptidoglicano e uma membrana externa, na qual são encontrados lipopolissacarídeos. Na coloração de Gram, o álcool remove o corante cristal violeta. Em seguida, as bactérias são coradas pela fucsina, adquirindo 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 7/63 coloração rosa. Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae são exemplos de Gram-negativas. Observe a diferença na parede celular de bactérias Gram-negativas e de Gram-positivas: Fungos São eucariotos, ou seja, apresentam membrana nuclear e podem se organizar de forma uni ou pluricelular. Sua organização pluricelular permite que variem desde a escala microscópica, chamados de leveduras, até a escala macroscópica, com os famosos cogumelos. Em termos de características gerais, são: Imóveis; Aeróbios estritos ou facultativos; Não possuem clorofila; A maioria é saprófita de vida livre. Também possuem parede celular, não formada por peptidoglicano, mas sim por manoproteínas, glucanas e quitina. Veja agora a estrutura da parede celular em fungos: Vírus 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 8/63 São estruturas menores, mais simples, e parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, dependem de células tanto procariontes quanto eucariontes para poderem se replicar. Sua estrutura básica é a de um ácido nucleico (DNA ou RNA)e um envoltório proteico chamado de capsídeo. Além disso, alguns vírus podem ser envelopados, ou seja, possuem uma bicamada lipídica externa ao capsídeo que é adquirida do hospedeiro. Podemos ver as principais estruturas virais no exemplo abaixo (Influenza vírus): Fontes de contaminação extrínsecas A introdução da carga microbiana pode ser feita por meio das matérias- primas e da água, nas etapas intermediárias da manipulação e durante o envase do produto. Além disso, durante o tempo de prateleira do produto, fatores como a composição da formulação, pH, quantidade de água e processo produtivo podem interferir na elevação ou na redução da carga microbiana. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 9/63 Matéria-prima Em sua maioria, matérias-primas de origem sintética ou semissintética, como estearato de magnésio ou ácido acetilsalicílico, utilizadas na produção de medicamentos e cosméticos, possuem baixa carga microbiana. Mas isso não pode ser dito de produtos de origem natural, como drogas vegetais para medicamentos fitoterápicos, que apresentam bastante probabilidade de possuírem contaminação por microrganismos, que podem ser advindos do solo ou da própria microbiota simbiótica. Recomendação É muito importante obter essas matérias-primas por meio de fornecedores qualificados, fazer o controle microbiológico antes de sua utilização em plantas industriais e, quando necessário, realizar tratamentos físicos ou químicos para redução da carga microbiana. Esses cuidados permitem a redução da chance de contaminação do produto final por microrganismos que estejam presentes na matéria- prima. Produtos correlatos, de maneira geral, são produzidos com materiais de origem polimérica que dificilmente carregam microrganismos, principalmente pelas altas temperaturas utilizadas nos processos de moldagem. Áreas de produção e equipamentos Na área de produção, espaços mortos, como juntas e válvulas, são locais propensos ao acúmulo de água e resíduo de produtos, gerando um ambiente propício para a contaminação microbiana e formação de biofilme, uma forma persistente e de difícil eliminação de bactérias e fungos. Deste modo, os: Ambiente secos Costumam ser fonte de bacilos Gram-positivos, cocos e fungos, quando Ambientes úmidos Propiciam o crescimento de bactérias Gram- negativas, em especial 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 10/63 não cuidados adequadamente. Pseudomonas e Acinetobacter, em locais como pias e drenos. Poeira e escamas da pele costumam carrear esporos bacterianos e cocos, sendo os principais contaminantes aéreos. Além disso, água de resfriamento e ar insuflado em processos de extrusão, se não tiverem sua qualidade microbiológica bem controlada, podem acabar contaminando materiais poliméricos durante sua produção. Caso não tratada adequadamente, a água pode vir contaminada com microrganismos, em grande parte bactérias Gram- negativas, de origem ambiental, como Acinetobacter, Achromobacter, Enterobacter, Flavobacterium e Pseudomonas, incluindo aquelas de origem fecal, como Escherichia coli e bactérias provenientes de fezes de animais, como Salmonella spp. Para minimizar as contaminações provenientes do ambiente e dos equipamentos, as instalações devem ter piso, parede e teto de revestimento liso, impermeável e lavável; estar íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores e descascamentos. Comentário São importantes para a qualidade microbiológica do ambiente de produção a construção de uma antessala para controlar o acesso e impedir pessoas sem paramentação adequada, o monitoramento de temperatura e umidade, bem como o controle de pragas. Os equipamentos devem ser de material inerte, livre de ranhuras que permitam o acúmulo de microrganismos. De maneira geral, os processos de limpeza e sanitização dos equipamentos e da área produtiva devem estar devidamente documentados e qualificados, a fim de minimizar a contaminação por essas fontes. Operadores A contaminação carreada por operadores depende de diversos fatores, como hábitos de higiene, que podem levar Salmonella e Escherichia coli, bactérias comuns de origem fecal. Tratando-se da microbiota residente, micrococos não patogênicos, difteroides e estafilococos são 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 11/63 comumente transportados por operadores, bem como Staphylococcus aureus, em alguns casos. É importante destacar que o gênero Staphylococcus sp., assim como a principal espécie bacteriana transmissora de infecções deste gênero: Staphylococcus aureus, colonizam a pele de seres humanos. A melhor forma de evitar a contaminação por operadores é o treinamento, abordando a correta paramentação nas áreas produtivas, o uso dos equipamentos de proteção, a importância da higiene pessoal, as técnicas assépticas e a conduta na circulação. Embalagens As condições de armazenamento das embalagens podem levar à contaminação delas pelo ambiente e, por isso, devem sempre ser limpas antes do uso. Para evitar a contaminação das embalagens, elas precisam ser lavadas com água tratada, para não haver contaminação microbiana pela água, e secas em procedimentos validados que garantam uma baixa carga microbiana, por meio de técnicas de desinfecção. Importância da formulação na contaminação microbiana 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 12/63 A introdução de um microrganismo patogênico no produto não é a única parte relevante; sua interação com a formulação também é um ponto- chave para a manutenção da carga microbiana. Em muitos casos, componentes da própria formulação, como água e vitaminas, podem servir como estimulantes para viabilidade e proliferação dos microrganismos presentes naquele produto. Durante o desenvolvimento, devemos prestar atenção em cada fator que pode contribuir para a introdução de microrganismos, além de evitar que os microrganismos se mantenham viáveis e com condições de reprodução. O crescimento e a sobrevivência de microrganismos em qualquer produto, seja ele medicamento, correlato ou cosmético, são influenciados (inibindo ou estimulando) pela presença de conservantes e de insumos ativos, como antibióticos e quimioterápicos. Além disso, até mesmo alguns recipientes podem afetar o produto e atuar como antimicrobianos. A seguir, elencamos os fatores que podem impactar na carga microbiana: A característica do IFA da formulação pode facilitar ou reduzir, por si só, a carga microbiana. IFAs como clorexidina, amoxicilina e fluconazol, que apresentam atividade antimicrobiana, levam naturalmente a uma redução da carga microbiana e à diminuição da chance de proliferação dos microrganismos. Entretanto, IFAs de caráter proteico, como as imunoglobulinas, auxiliam no crescimento microbiano e aumentam a chance de degradação do medicamento. Deve-se ainda considerar que todo IFA, a princípio, é passível de ser degradado pelo metabolismo dos microrganismos, e isso vai afetar seriamente não só a segurança como também a eficácia dos medicamentos. Alguns excipientes, como açúcares, poliálcoois e minerais, podem estimular o crescimento de microrganismos, comprometendo a estabilidade física, química e terapêutica do medicamento ou cosmético. Outros excipientes utilizados em formulações de medicamentos, como lauril sulfato de sódio e Insumo farmacêutico ativo (IFA) Excipientes 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 13/63 ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), apresentamatividade antimicrobiana e ajudam a prevenir a proliferação de microrganismos. Em muitos casos, a existência de um sistema conservante é crucial para que não haja o crescimento de novos microrganismos, reduzindo a carga microbiana a níveis não detectáveis durante a estocagem do produto. Costumam ser adicionados apenas a formas farmacêuticas multidose, sendo desencorajada a utilização em doses únicas, como SPGV (Soluções Parenterais de Grande Volume). O sistema conservante é um recurso complementar para garantir a qualidade do produto e não substitui as boas práticas de fabricação. São exemplos os parabenos, o cloreto de benzalcônio, entre outros. A viabilidade dos microrganismos também é afetada pelo pH do meio, nesse caso, o da formulação. Geralmente, valores de pH abaixo de 6,0 inativam o crescimento de algumas bactérias, porém, leveduras e bolores conseguem se adaptar bem a ambientes mais ácidos (pH entre 4,0 e 6,0). Assim, formulações que tenham pH inferior a 4 e superior a 10 têm menor chance de contaminação microbiana. Apesar disso, ajustar o pH da formulação para regiões que dificultem o crescimento microbiano não é tão simples, visto que pode afetar atributos, como solubilidade e estabilidade. A presença de água também é relevante porque faz com que a formulação seja um ambiente muito propício para o crescimento de microrganismos, principalmente formas líquidas, como soluções, e formas semissólidas que apresentam uma boa quantidade de água, como cremes e géis. Tais formulações exigem a presença de sistemas conservantes eficazes. Sistema conservante pH Água 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 14/63 Mas não é simplesmente a presença de água que causará crescimento microbiano. Para a água favorecer o crescimento microbiano, ela precisa estar disponível, ou seja, livre, sem estar solvatando um componente da formulação. Logo, quando falamos de água na formulação, devemos levar em conta a atividade de água, que não é a mesma coisa que o teor de umidade de uma formulação, ou matéria-prima. Isso é importante, pois formulações como xaropes, que poderiam ser vistos como apresentando alto teor de água, têm baixa chance de contaminação microbiana, pois a atividade de água no xarope é muito pequena. Quanto maior a atividade de água de uma matéria-prima, maior a suscetibilidade a contaminação. O controle da osmolaridade da formulação é um fator importante para o impedimento do crescimento de microrganismos, que dificilmente conseguem sobreviver em condições de alta pressão osmótica, na qual a atividade da água está baixa por causa da grande concentração de solutos. Os tensoativos presentes na formulação podem possuir um efeito sinérgico ou antagônico com os conservantes da fórmula, podendo aumentar ou diminuir a carga microbiana. Além disso, bactérias Gram-negativas têm seu crescimento melhorado sob baixa tensão superficial, enquanto o crescimento de espécies Gram-positivas é inibido a tensões superficiais baixas. A disponibilidade de oxigênio pode afetar o crescimento microbiano, tendo em vista que, enquanto alguns precisam de oxigênio para se desenvolver (conhecidos como aeróbios e necessitando de um potencial redox de 100-500mV), outros não sobrevivem em ambientes com oxigênio (microrganismos anaeróbios, que necessitam de um potencial redox em torno de -420mV), e alguns crescem em ambos os casos (anaeróbios facultativos como enterobactérias que crescem em uma faixa de 100 a - 600mV). Para a proteção de algumas substâncias da formulação, antioxidantes são utilizados, porém, devemos nos atentar que Osmolaridade e tensão superficial Potencial redox 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 15/63 isso pode aumentar a sobrevivência de microrganismos anaeróbios. Produtos biológicos, como sangue, utilizado como substrato para a obtenção de alguns fatores de coagulação, ou enzimas derivadas de tecido, podem ser uma fonte de vírus que, mesmo sendo parasitas intracelulares obrigatórios, podem sobreviver como partículas inertes. Assim, todo processo de fabricação precisa incluir algum tratamento para poder inativar ou remover fisicamente esse tipo de microrganismos, como o calor, radiação, tratamento químico e filtração. O laboratório de controle microbiológico Controle de qualidade em farmácias com manipulação O controle microbiológico é preconizado tanto em farmácia de manipulação quanto em indústrias, sejam elas de medicamentos ou de cosméticos, cada uma com suas especificações, de acordo com as Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) vigentes. Nas farmácias de manipulação, o controle microbiológico é muito mais restrito, tendo em vista que seria necessária uma estrutura muito grande que muitas delas não possuem. Exemplo Para matérias-primas, o laudo de um fornecedor qualificado já basta para comprovar a qualidade microbiológica. A água purificada precisa ser avaliada mensalmente, enquanto a água potável semestralmente, e a água esterilizada deve ser avaliada mensalmente para bactérias e fungos e sempre antes do uso para endotoxinas provenientes de bactérias Gram-negativas e micotoxinas provenientes de fungos patogênicos. Medicamentos não estéreis estão isentos de controle microbiológico quando não forem produzidos para ficar em estoque na farmácia, já os produtos estéreis deverão ser avaliados a cada novo lote produzido. A RDC 67, de 2007 possibilita que os testes microbiológicos sejam 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 16/63 realizados por um laboratório terceirizado, entretanto, esses laboratórios devem ser devidamente habilitados. Tais laboratórios precisam ser vinculados à Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (REBLAS), constituída por laboratórios, públicos ou privados, habilitados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), capazes de oferecer serviços com qualidade, confiabilidade, segurança e rastreabilidade. Controle microbiológico em indústrias Laboratórios de controle de qualidade microbiológica são usuais em todas as indústrias que possuem minimamente um local para preparo dos materiais (meio de cultura, diluente), além de locais para esterilização dos materiais e capela de fluxo laminar para execução das análises. Os testes microbiológicos devem ser realizados para todo lote que chegar de matéria-prima, além disso, a água purificada deve ser avaliada semanalmente. Independentemente da classificação microbiológica, medicamentos estéreis e não estéreis devem sempre ser submetidos a testes microbiológicos. O laboratório de controle de qualidade deve ser um laboratório independente do ambiente produtivo, possuir procedimentos de biossegurança, pessoal treinado e procedimentos validados. A amostragem dos materiais deve sempre ser realizada de forma asséptica, seguindo os procedimentos operacionais padrão, e todo material que será utilizado na análise deverá ser esterilizado previamente. Os procedimentos devem ser realizados em uma capela de fluxo laminar, e é necessário haver um programa de gerenciamento de resíduos para descartar apropriadamente todos os materiais biológicos. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 17/63 Preparação de amostra microbiológica em capela de fluxo laminar. Os laboratórios de controle microbiológico devem estar atentos às normas de biossegurança para evitar contaminações ao ambiente e aos manipuladores. Vamos rever as classificações de biossegurança de acordo com os microrganismos de trabalho: Microrganismo Classe de Risco 1 Baixa probabilidade de contaminação e patogenicidade individuale coletiva. Inclui microrganismos conhecidos por não serem patogênicos ao homem. Ex.: Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis. Microrganismo Classe de Risco 2 Moderada probabilidade de contaminação e patogenicidade individual e baixa probabilidade coletiva. Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais. Já existem meios profiláticos e curativos. Ex.: E. coli, S l ll P d S 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 18/63 A classificação de risco dos agentes biológicos foi publicada na Portaria 2.349, de 14 de setembro de 2017, pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), do Ministério da Saúde. Considerando a portaria, podemos dizer que a maioria dos laboratórios de controle microbiológico de produtos farmacêuticos será classe 2 de risco e devem ser construídos para cumprir com os requisitos necessários. Além disso, todos os trabalhadores deverão estar munidos dos equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para a atividade. Fontes de contaminação microbiana Salmonella spp., Pseudomonas spp., S. aureus, Schistosoma mansoni e vírus da rubéola. Microrganismo Classe de Risco 3 Alta probabilidade de contaminação e patogenicidade individual e moderada probabilidade coletiva. Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, alguns por via respiratória, e que causam doenças em humanos ou animais potencialmente letais. Já existem meios profiláticos e/ou curativos. Ex.: Mycobacterium tuberculosis. Microrganismo Classe de Risco 4 Alta probabilidade de contaminação e patogenicidade individual e coletiva. Inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade, em especial por via respiratória, ou de transmissão desconhecida. Não existe tratamento. Ex.: vírus ebola. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 19/63 Veja, agora, as principais fontes de contaminação extrínsecas e a importância de características da formulação para a contaminação microbiana. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 20/63 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O controle de qualidade microbiológico é uma atividade importante durante o desenvolvimento e na produção de medicamentos, cosméticos e correlatos. Nas indústrias, é um setor independente da produção e, nas farmácias de manipulação, costuma ser terceirizado, porém devem seguir sempre as mesmas classificações. De acordo com os possíveis microrganismos que podemos encontrar nas amostras analisadas, qual é a classificação de risco biológico de laboratórios de Controle de Qualidade Microbiológica de medicamentos? Parabéns! A alternativa C está correta. A Sem risco biológico B Classe de Risco 1 C Classe de Risco 2 D Classe de Risco 3 E Classe de Risco 4 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 21/63 Tendo em vista a Portaria 2.349, de 14 de setembro de 2017, a maioria dos laboratórios de controle microbiológico de produtos farmacêuticos estão na classe 2 de risco, incluem agentes biológicos que infectam homens ou animais e se caracterizam por certa probabilidade de contaminação e patogenicidade individual e baixa probabilidade coletiva. Questão 2 Os medicamentos, produtos correlatos e cosméticos podem ser contaminados por microrganismos em qualquer uma das etapas da pré-produção, produção e pós-produção. Entre as alternativas a seguir, qual delas está relacionada a uma fonte de contaminação que ocorrerá antes de se iniciar a produção do medicamento? Parabéns! A alternativa B está correta. Alguns microrganismos podem vir com as matérias-primas, principalmente quando provenientes de origem natural, e exigem um processo de descontaminação prévio, para que a carga microbiana seja baixa na hora de utilizá-las na produção. A Contaminação ambiental B Matéria-prima C Armazenamento do produto D Sistema conservante E Interação com material de embalagem 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 22/63 2 - Contagem e pesquisa de patógenos Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais técnicas de contagem e pesquisa de microrganismos. Preparo da amostra A análise de produtos farmacêuticos e cosméticos não estéreis abrange três etapas: Amostragem; Contagem de formas viáveis; Isolamento e identificação de microrganismos patogênicos. Amostragem O processo de amostragem engloba os procedimentos de coleta, transporte e preparação da amostra para análise. A quantidade de amostra precisa ser representativa do tamanho do lote e leva em consideração o volume contido, o número de unidades e as operações unitárias que representam um risco de contaminação. O esquema a seguir resume os critérios adotados para diferentes classes, sendo N o tamanho do lote: 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 23/63 Deve-se prestar atenção na utilização de utensílios descontaminados (limpos e estéreis) e na assepsia prévia da área próxima à coleta (saída de válvulas, abertura realizada por corte etc.) para que não sejam introduzidos novos contaminantes durante a amostragem. Quando essa amostragem precisar ser feita durante etapas intermediárias do processo, a aliquotagem deverá ser feita em local limpo, por operador treinado, utilizando-se de recipientes, dispositivos auxiliares, espátulas ou pipetas esterilizadas. A manipulação asséptica é fundamental para o sucesso do controle de qualidade, e deverá ser feita preferencialmente em fluxos laminares. O processo de manipulação asséptica consiste em executar determinados processos de produção ou amostragem em ambiente controlado, com filtros retentores de partícula, por exemplo, o filtro HEPA Matéria-prima Frações da parte superior, mediana e inferior. 2√N + 1 Produtos em processo Triplicata no início, meio e fim do processo. Produto terminado Triplicata no início, meio e fim do processo de enchimento. Lotes muito pequenos N < 200: 2 unidades. N < 100: 1 unidade. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 24/63 (alta eficiência para partículas do ar ou filtro absoluto com eficiência mínima de 99,97%) ou o ULPA (filtros de ar ultrabaixo particulados com eficiência mínima de 99,99996%) visando minimizar o risco de contaminação do produto. Adequação da amostra Após a aliquotagem, é necessário verificar a atividade antimicrobiana do próprio produto, em razão da presença de conservantes, para evitar falso negativo. É importante a inativação do conservante com substâncias químicas adequadas, previamente esterilizadas e validadas, além do ajuste do pH do produto diluído para a faixa de neutralidade. Conservante ou antimicrobiano Inativante Clorados Tiossulfato de sódio 0,5 Sais de NH4+ Polissorbato 80 3,0% + le Fenóis e derivados Polissorbato 80 1,0% Tensoativos anfóteros Polissorbato 3,0% + lecit Parabenos Polissorbato 80 e lecitin Antibiótico beta‐lactâmico Beta‐lactamase Sulfonamida Ácido para-aminobenzoi Tabela: Inativantes específicos para agentes antimicrobianos de formas farmacêuticas e cosméticas. Pinto et al., 2015. p. 101. A diluição e correta homogeneização da amostra compreendem uma parte fundamental do sucesso da análise. O processo de homogeneização deve ser realizado em equipamentos que não utilizem altíssimas velocidades, para não levar à morte os microrganismos,podendo também ser feitas homogeneizações manuais ou em almofariz previamente esterilizados. O processo de diluição dependerá da forma farmacêutica, podendo exigir um tratamento específico para compatibilizar a amostra com o diluente empregado. Todas as operações utilizadas pretendem viabilizar 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 25/63 a contagem e a pesquisa de microrganismos e devem ser validadas para assegurar a confiabilidade do teste. Podemos resumir as principais adequações que devem ser realizadas para cada forma farmacêutica e devemos ter o cuidado para que diluentes e aditivos estejam sempre estéreis: Produtos hidrossolúveis 10g ou mL (mistura de amostras) + diluente. Produtos de natureza não lipídica insolúveis em água 10g ou mL (mistura de amostras) + diluente. Usar Tween 80 a 0,1% para facilitar a dispersão. Produtos de natureza lipídica Método 1: 1g ou mL (mistura de amostras) + 100mL miristato de isopropila com posterior filtração (40-45°C); Método 2: 10g ou mL + Tween 80 ou 20 a 5% + diluente; Diluições: adicionar Tween. Cremes e pomadas insolúveis em miristato 10g + diluente + 0,1% tetradecilsulfato de sódio + Aquecimento (40-45°C). Dispositivos transdérmicos R ti lí l t t b i f d i 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 26/63 Os diluentes estéreis biocompatíveis mais utilizados são água salina (0,9% de NaCl), água peptonada (0,1 % de peptona), caldo lactosado, caldo caseína soja (TSB) e caldo lauril sulfato triptose. A diluição depende de diversos fatores, como a quantidade de produto e a carga microbiana permitida, sendo as mais comuns 100, 10-1,10-2 e 10-3, conforme imagem: Esquema de diluição de formas farmacêuticas e cosméticas para ensaios microbiológicos. Outro ponto importante e que deve ser visto antes de se iniciar os testes é verificar se o meio de cultura selecionado possui capacidade nutritiva, ou seja, se ele é capaz de promover o crescimento das bactérias e fungos em análise. Basicamente, fazemos esse teste tanto com meios líquidos quanto com meios sólidos que são inoculados com não mais que 100 UFC do microrganismo de interesse para aquele meio. Para meios sólidos, é considerado um crescimento satisfatório maior que 2 em escala logarítmica em relação à quantidade de microrganismo inoculada; já para meios líquidos sua aprovação está condicionada a um crescimento visível e comparável com lotes anteriores. Retirar a película protetora e cobrir face adesiva com gaze; 10 unidades + 500mL diluente + agitação ≤ 30 minutos. Correlatos Algodão e gaze: 3 x 3,3g + diluente; Outros: 10 unidades + diluente + contato 10-30 minutos. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 27/63 Comentário Em ambos os casos, é necessário um controle negativo, que deverá ser incubado nas mesmas condições e não deverá apresentar crescimento microbiano. Limites farmacopeicos Para produtos não estéreis, os limites de carga microbiana são definidos de acordo com o produto e a via de administração. Por exemplo, para produtos aquosos e não aquosos: Produtos aquosos (uso oral de origem sintética ou biológica Têm um limite de 102 UFC/g ou mL de produto para bactérias totais e 102 UFC/g ou mL para fungos totais, desde que se comprove ausência de Escherichia coli. Produtos não aquosos Mantém-se a comprovação de ausência de E. coli, entretanto, os limites de bactérias e fungos totais passam a ser de 102 UFC/g ou mL e 103 UFC/g ou mL, respectivamente. Os demais produtos (tópicos, inalatórios, vaginais, transdérmicos) mantêm o limite de 102 UFC/g ou mL de produto para bactérias totais e 102 UFC/g ou mL para fungos totais. Ausência de Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus deve ser constatada em todos os produtos, e o teste de ausência de Candida albicans deve ser feito nos produtos para uso vaginal. Vejamos agora os limites de carga microbiana, de acordo com sua origem: Produtos acabados de origem vegetal (uso oral) Devem apresentar ausência de Escherichia coli, Salmonella spp., e de bactérias bile tolerantes, cujo limite máximo é de 10³ em 1g ou mL e 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 28/63 está relacionado ao processo de pré-tratamento. Produtos de origem vegetal (uso tópico, vaginal e inalatório) Devem apresentar ausência de Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Além disso, devem-se realizar testes de ausência de Clostridium spp., para uso tópico, de Candida albicans, para uso vaginal, e de Gram-negativas bile tolerantes, para uso inalatório. Matérias-primas e bases galênicas devem apresentar ausência de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus em 1g ou mL do produto e, caso sejam de origem vegetal, comprovar a ausência de Escherichia coli e Salmonella e se as bactérias Gram- negativas bile tolerantes estão dentro dos limites especificados. Recomendação Algumas considerações são necessárias para os testes de contagem de microrganismos totais. Resultados de contagem de bactérias e fungos dentro dos limites aceitáveis não excluem a necessidade da pesquisa de patógenos e, caso o produto se enquadre em mais de uma situação, prevalecerão os limites mais restritivos. Técnicas de contagem de microrganismos Principais técnicas Os métodos de contagem de microrganismos servem para determinar o número total de bactérias mesofílicas e fungos em produtos e matérias- primas não estéreis e verificar se o produto satisfaz às exigências farmacopeicas de carga microbiana. Podemos dividir os métodos em técnicas quantitativas e semiquantitativa: Mesofílicas 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 29/63 Microrganismos que apresentam uma temperatura ideal de crescimento em média de 20 a 45°C Quantitativas Técnica de semeadura em profundidade - pour plate, técnica de semeadura em superfície e técnica de filtração em membrana. Semiquantitativa Contagem do número mais provável (NMP). Confira mais sobre cada técnica! Técnicas quantitativas Semeadura em profundidade (pour plate) Essa técnica tem por diferencial possibilitar o crescimento de microrganismos tanto aeróbios quanto anaeróbios. É preciso garantir que o meio não solidifique antes da homogeneização nem fique muito quente para não matar as células microbianas. A técnica pode ser resumida da seguinte forma: é iniciada com a adição das diluições da amostra a placas de petri estéreis e, em seguida, deve- se verter aproximadamente 15 a 20mL de meio de cultura fundido a ± 45°C e homogeneizar com posterior incubação das placas em estufas reguladas, com temperatura adequada. Método de espalhamento em profundidade para contagem e isolamento de microrganismos. Os meios mais utilizados são: Ágar caseína soja (tryptic soy agar ou TSA); Ágar nutriente (NA); 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 30/63 Ágar padrão para contagem (PCA). Tais meios devem ter composição completa para possibilitar o crescimento dos possíveis contaminantes, além de fatores que confiram seletividade e diferenciação, caso seja necessária sua identificação. Para bactérias mesófilas aeróbicas, o pH do meio deverá ser 7,0, com incubação entre 30 e 35°C, por 3 a 5 dias; já para fungos, deverá ser utilizado ágar sabouraud dextrose ou ágar batata dextrose (PDA) com pH ajustado para 5,6, com adição de ácido tartárico para inibição do crescimento bacteriano, além de a temperatura de incubação ficar em torno de 20°C a 25°C,por 5 a 7 dias. Saiba mais Somente as placas que apresentarem número de colônias inferior a 250 (bactérias) e 50 (bolores e leveduras) deverão ser consideradas para o registro dos resultados. Deve-se utilizar a média aritmética das placas de cada meio e calcular o número de UFC por grama ou mL do produto. Semeadura em superfície (spread plate) Em contrapartida, a técnica de semeadura em superfície, apesar de obter o crescimento dos microrganismos em toda a superfície da placa, só possibilita o crescimento de bactérias aeróbias. Conheça as vantagens e as desvantagens da técnica de semeadura em superfície: Vantagens Não afeta microrganismos sensíveis ao calor, possibilita maior oxigenação, além de melhorar visualização das colônias. Desvantagens O pequeno volume de material semeado causa menor sensibilidade e aplicabilidade restrita. Nessa técnica, o meio de cultura é preparado, distribuído em placas de petri e previamente solidificado. Em seguida, cerca de 0,1mL a 0,5mL da diluição considerada é adicionada na superfície do ágar e espalhada com auxílio de bastão de vidro ou alça de Drigalsky, até que todo o 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 31/63 líquido tenha sido absorvido. A incubação é feita com placas não invertidas entre 20 e 25°C, por 5 a 7 dias. Método de espalhamento em superfície para contagem e isolamento de microrganismos. Após a incubação, deve-se utilizar a média aritmética das placas de cada meio e calcular o número de UFC por grama ou mL do produto da seguinte forma: Por exemplo, se 42 colônias estão presentes em uma placa com diluição 1:100: Técnica de �ltração em membrana Nessa técnica, recomendada pela Farmacopeia Brasileira, alíquotas do produto sob forma líquida, ou suas diluições, são filtradas em equipamento que possibilite a transferência da membrana para os meios de cultura. Em geral, membranas de nitrato de celulose com dimensões de poro de 0,47µm ou 0,22µm e 47mm de diâmetro são mais utilizadas para soluções aquosas, oleosas ou fracamente alcoólicas, e as membranas de acetato de celulose, para soluções fortemente alcoólicas. Microrganismo ( UFC mL ) = N 0 de Colônias Diluição Microrganismo ( UFC mL ) = 42 10−2 = 42 × 102 = 4200 = 4, 2 × 103UFC/mL 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 32/63 Membrana em meio de cultura com crescimento de coliformes após a filtração de 100mL de água. Esse método é vantajoso por permitir volumes elevados na amostragem, 10mL, ou a quantidade de diluição que represente 1g ou 1mL da amostra a ser testada (se necessário, diluir a amostra de forma a obter contagem de colônias entre 10 e 100 UFC). As membranas devem ser imediatamente transferidas para a superfície de uma placa contendo ágar caseína soja, incubando a (32,5 ± 2,5)°C, durante três a cinco dias, para determinação do número de microrganismos aeróbicos totais, enquanto outra membrana deverá ser transferida a superfície de uma placa contendo ágar sabouraud dextrose e incubar a (22,5 ± 2,5)°C, durante cinco a sete dias, para a determinação de bolores e leveduras. Segundo a Farmacopeia Brasileira 6ª Edição, sempre que possível, a técnica de filtração em membrana deverá ser utilizada. Técnica semiquantitativa: número mais provável (NMP) A técnica do número mais provável (NMP) indica uma faixa que reflete o número de microrganismos presentes. É uma técnica que apresenta como vantagem melhor recuperação de microrganismos debilitados, 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 33/63 além de ser aplicável a espécies sensíveis ao calor e em amostras com baixa contaminação. Apesar da sua maior imprecisão em relação aos outros métodos descritos, ainda é recomendado e muito empregado, inclusive como método oficial, no controle microbiológico de medicamentos, cosméticos, alimentos e águas. Recomendação Para amostras pouco solúveis e translúcidas, como alguns tipos de emulsões, e, caso haja opacidade, é necessário diferenciar a turbidez da amostra com a do crescimento microbiano adotando o recurso de subculturas. Nessa metodologia, diferentemente das demais, são empregados meios líquidos, utilizando diluições seriadas das amostras inoculadas neles (1:10, 1:100 e 1:1000). São feitas em triplicata, e a presença ou ausência dos microrganismos de interesse em dada diluição da amostra original pode ser analisada estatisticamente para estimar a carga microbiana da amostra original. A Farmacopeia disponibiliza uma tabela que faz a relação entre o número de tubos positivos e o número mais provável de microrganismos por g ou mL do produto. Vamos ver o experimento mostrado na imagem a seguir para entender melhor: Técnica do Número Mais Provável Nesse ensaio, foram realizadas cinco replicatas de cada uma das concentrações do produto. Os tubos azuis apresentam crescimento, e os verdes não têm crescimento. Ou seja, em: 1:10, temos 4 tubos positivos; 1:100, 2 tubos positivos; 1:1000, apenas 1 tubo positivo. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 34/63 Esse padrão de números positivos por diluição é comparado com a tabela e fornece o número mais provável de microrganismos por 100mL (no caso da tabela indicada) da amostra. Bactérias Gram-negativas a serem pesquisadas Os meios de cultura utilizados nos testes iniciais são gerais e promovem o crescimento sem seletividade, por isso, é necessário proceder com testes de identificação para fechar o laudo de análise. Esses testes compreendem morfologia colonial, teste de coloração de Gram e testes bioquímicos para a confirmação do microrganismo. Atualmente, os contemplados nos testes de pesquisa de patógenos são Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Salmonella spp., Escherichia coli, bactérias Gram-negativas bile tolerantes (BGNBT), Clostridium sulfito redutores e Candida albicans. Curiosidade A pesquisa desses microrganismos é necessária, pois são os principais patógenos encontrados no ambiente de produção, em operadores e matérias-primas, que podem oferecer riscos ao paciente. Todas as amostras devem passar por uma etapa de pré-enriquecimento, preferencialmente em caldo caseína de soja, sendo incubadas a (32,5 ± 0,5)°C, durante 18 a 24 horas, para garantir a recuperação dos microrganismos, se presentes no produto. Podem ser realizados testes de identificação por métodos clássicos e/ou automatizados, desde que seja validada a sua equivalência com os métodos Farmacopeicos. Pseudomonas aeruginosa É uma bactéria Gram-negativa que costuma causar infecções em indivíduos com sistema imunológico comprometido, infectando aparelho respiratório, aparelho urinário, queimaduras, e causando outras infecções sanguíneas, além de severos problemas nos olhos, podendo levar à cegueira. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 35/63 Após a técnica de enriquecimento, o principal meio de cultura recomendado é o ágar cetrimida, com incubação por 18 a 72 horas em temperatura de 30 a 35°C. Esse ágar é seletivo para P. aeruginosa, visto que a cetrimida (brometo de cetiltrimetilamina), composto amônio quaternário, inibe uma vasta variedade de outros organismos, incluindo outras espécies de Pseudomonas e organismos relacionados. Além disso, possibilita a produção de piocianina, devido à presença de cloreto de magnésio e sulfato de potássio na composição do meio. Pseudomonas aeruginosa em ágar cetrimida. A piocianina é um dos principais fatores de virulência dessa espécie de Pseudomonas e apresenta uma coloração verde fluorescente quandoirradiado por luz ultravioleta. A produção de piocianina pode ser empregada como teste bioquímico confirmatório. Outros testes bioquímicos importantes são motilidade positiva, redução de nitrato a nitrito, indol negativo, ácido sulfídrico negativo e Lisina negativo, que podem ser visualizados em meios semissólidos como Rugai e TSI. Escherichia coli É uma bactéria Gram-negativa que faz parte da microbiota intestinal e costuma causar infecções intestinais acompanhadas de diarreia, às vezes intensa ou com sangue, e dor abdominal. Necessita de um enriquecimento seletivo após o caldo caseína de soja em caldo MacConkey (42-44°C, por 24 a 48 horas) para selecionar apenas 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 36/63 microrganismos Gram-negativos com posterior transferência para ágar MacConkey, sendo incubado por 18 a 72 horas a 30-35°C. Além de ser um meio de cultura destinado ao crescimento de bactérias Gram-negativas, ele também irá separar os microrganismos em fermentadores de lactose ou não, por mudança de cor do meio. As colônias de E. coli irão se apresentar vermelho-tijolo a púrpura, com halo de precipitação de bile, além de degradar lactose alterando a coloração do meio. Os testes confirmatórios de identificação bioquímica também podem ser realizados em meio Rugai ou EPM-MILi, com resultados de motilidade positiva, tendo em vista que a E. coli é uma bactéria flagelada, oxidase negativa e lactose positiva. À direita, colônias vermelhas de E. coli (lactose(+)); À esquerda, colônias de Proteus mirabilis (lactose (-)) em sua coloração original. Salmonella Apesar de relevante na parte de alimentos, bactérias do gênero Salmonella também recebem atenção especial na pesquisa de patógenos em medicamentos. É uma bactéria da família Enterobacteriaceae, que também causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar graves infecções fatais. Tal como a E. coli, o processo de pesquisa de Salmonella spp. também se inicia com um enriquecimento seletivo em caldo Salmonella Rappaport Vassiliadis com incubação a 30-35°C, por 18 a 24 horas. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 37/63 O principal meio de isolamento é o ágar xilose-lisina-desoxicolato (XLD), um meio diferencial e moderadamente seletivo utilizado para o isolamento e a diferenciação de elementos patogênicos entéricos Gram- negativos (Salmonella e Shigella). As colônias de Salmonella spp. se apresentam em coloração avermelhada e de núcleo negro devido à produção de ácido sulfídrico, o que as diferencia das colônias de Shigella. Exemplo de Salmonella spp. em ágar XLD. Bactérias Gram-negativas bile tolerantes As bactérias Gram-negativas bile tolerantes são conhecidas como coliformes totais e englobam todas as espécies de Escherichia, Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella. Produzem gás e ácido lático quando incubadas a 35°C a 37°C e podem ser isoladas em água, solo, material orgânico e material fecal. Os coliformes fecais, além de serem bactérias Gram-negativas bile tolerantes, são também termotolerantes, sendo a principal representante a E. coli. Após o enriquecimento em caldo caseína de soja, devem ser transferidos para um novo caldo de enriquecimento, o caldo Mossel, adequado para enterobactérias, e incubados por 24 a 48 horas, em temperatura na faixa de 35°C. A incubação em meio seletivo ocorre no ágar violeta vermelho neutro bile glicose (VVNBG), na temperatura de 30-35°C, por 18 a 24 horas, na 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 38/63 qual a presença dessas bactérias irá gerar colônias rosas ou avermelhadas, podendo apresentar halo de precipitação de bile. Comentário Caso haja crescimento, deverá ser realizado teste quantitativo nas proporções 1:10, 1:100 e 1:1000 da diluição do produto que feita para o enriquecimento não seletivo em caldo caseína de soja. Após a incubação por 24 a 28 horas, na faixa de temperatura de 30 a 35°C, deverá ser semeado em ágar VVNBG para contagem por número mais provável. Bactérias Gram-positivas e fungos a serem pesquisados Staphylococcus aureus É um microrganismo naturalmente presente na pele humana, considerado um patógeno oportunista, frequentemente associado a infecções hospitalares. As infecções mais comuns envolvem a pele (foliculite, furúnculo, impetigo) e as feridas em locais diversos. Após o enriquecimento, deverá ser feita a semeadura em um meio seletivo, o ágar sal manitol e incubação a 30-35°C, por 18 a 72 horas. Esse ágar é comumente utilizado para o isolamento de Staphylococcus aureus de amostras biológicas, como urina, secreções, feridas e exsudatos, nas quais a degradação do manitol com a produção de ácido muda a cor do meio de rosado a amarelo, devido à presença do indicador vermelho de fenol, além de o alto conteúdo salino ser seletivo para microrganismos halófilos como S. aureus. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 39/63 Exemplo de Staphylococcus aureus em ágar manitol sal (à direita) e Staphylococcus epidermidis (à esquerda). Pela coloração de Gram, é vista como bactéria Gram-positiva com morfologia de cocos em formato de cachos de uva, e as principais evidências bioquímicas são o Teste da catalase e o da coagulase. A catalase é uma enzima que degrada o peróxido de hidrogênio, agindo como mecanismo de defesa da célula do microrganismo contra o nosso sistema imunológico. O teste basicamente consiste em adicionar na própria placa de petri, após o crescimento, uma solução de peróxido de hidrogênio e verificar a formação de bolhas de oxigênio. O teste da coagulase é baseado na presença da coagulase livre, que reage com um fator plasmático, formando um complexo que atua sobre o fibrinogênio formando a fibrina. O procedimento mais comum é a adição de 0,1mL de caldo BHI, incubado por uma noite, com colônia suspeita a um tubo de ensaio com 0,5mL de plasma e, em seguida, proceder com a incubação por 4 horas a 35°C. Após o período, o tubo de ensaio deverá ser inclinado suavemente a 90 graus para se verificar a formação do coágulo. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 40/63 Clostridium spp. Talcos e pós devem também realizar a contagem e pesquisa de microrganismos anaeróbios como o Clostridium spp., com ênfase no Clostridium tetani. São bactérias Gram-positivas, anaeróbias estritas e produtoras de esporos importantes para a sua sobrevivência, permitindo que eles consigam resistir em condições de aerobiose. O enriquecimento deverá ser realizado em caldo de enriquecimento para Clostridium e incubação anaeróbia na temperatura de 30-35°C por 48 horas. Em seguida, deverá ser semeada uma alíquota em ágar Columbia com gentamicina e incubar novamente em anaerobiose por 48 a 72 horas a 30-35°C. Esse ágar possui duas peptonas com extrato de levedura como uma fonte de vitaminas de complexo B, entre outros componentes, sendo considerado meio diferencial, devido à possibilidade de hemólise, e seletivo para microrganismos Gram- positivos, devido à presença dos antimicrobianos colistina e ácido nalidíxico, que inibem bactérias Gram-negativas. Teste da catalase para confirmação de Clostridium spp. A – teste negativo. B – teste positivo. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 41/63 Devido à alta quantidade de nutrientes, quando submetido à ambiente anaeróbio, crescerão apenas microrganismos fastidiosos anaeróbios, tais como Clostridium. Caso haja crescimento de bacilos Gram- positivos,deverá ser realizado teste da catalase para confirmar a presença de Clostridium. A amostra é considerada adequada se o teste der negativo. Candida albicans É o único representante do reino Fungi contemplado pelas principais Farmacopeias oficiais, sendo de extrema importância verificar a sua ausência em produtos para uso vaginal. O meio de enriquecimento precisa ser seletivo, e utilizamos o caldo sabouraud dextrose, que possui os nutrientes necessários para o crescimento de fungos e grande quantidade de açúcar, que inibe o crescimento de bactérias. A incubação deverá ser feita por 3-5 dias, a 30-35 °C. O isolamento deverá ser feito em ágar sabouraud dextrose ou ágar Nickerson, que, devido ao seu conteúdo nutricional e à temperatura de incubação (24-48 horas a 30-35°C) promovem o crescimento de leveduras. O crescimento de colônias brancas (ágar sabouraud dextrose) ou colônias marrons/pretas (ágar Nickerson) evidencia a suspeita de Candida albicans. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 42/63 Crescimento de Candida albicans em ágar sabouraud dextrose. Técnicas de contagem de microrganismos Confira, agora, os fundamentos e passos das técnicas de contagem de microrganismo. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 43/63 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os produtos farmacêuticos e cosméticos precisam cumprir as especificações da Farmacopeia para microrganismos totais. Já 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 44/63 para microrganismos patogênicos, estes precisam estar ausentes e para cada um deles é necessária a realização de testes presuntivos e testes confirmatórios. O Staphylococcus aureus é um dos principais microrganismos patogênicos que podem contaminar produtos farmacêuticos e pode ser proveniente da microbiota dos operadores. A alternativa que apresenta, respectivamente, o meio de cultura necessário para confirmação desse patógeno e o teste confirmatório indicado pela Farmacopeia Brasileira é Parabéns! A alternativa D está correta. Ágar manitol sal é comumente utilizado para o isolamento de Staphylococcus aureus de amostras biológicas como urina, secreções, feridas e exsudatos, nas quais a degradação do manitol com a produção de ácido muda a cor do meio de rosado a amarelo, devido à presença do indicador vermelho de fenol, além de o alto conteúdo salino ser seletivo para microrganismos halófilos como S. aureus. A catalase é uma enzima que está presente no Staphylococcus aureus e processa o peróxido de hidrogênio, agindo como mecanismo de defesa da célula do microrganismo contra o nosso sistema imunológico. Questão 2 Dentre os inúmeros testes a que são submetidos os produtos, os de patógenos são necessários somente quando houver crescimento de microrganismos durante os ensaios de ausência/presença de A ágar MacConkey e meio rugai. B ágar cetrimida e teste da coagulase. C ágar cetrimida e teste da catalase. D ágar manitol sal e teste da coagulase. E ágar MacConkey e teste da coagulase. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 45/63 patógenos. Dentre os microrganismos abaixo, qual é um coliforme fecal? Parabéns! A alternativa E está correta. As bactérias Gram-negativas bile tolerantes, conhecidas como coliformes totais, englobam todas as espécies de Escherichia, Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella, entretanto, das citadas, apenas a Escherichia coli é considerada um coliforme fecal. 3 - E�cácia do sistema conservante A Salmonella spp. B Clostridium sulfito redutores C Candida albicans D Pseudomonas aeruginosa E Escherichia coli 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 46/63 Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as diferentes técnicas para avaliação da e�cácia do sistema conservante e da potência de antimicrobianos. Características de um bom sistema conservante Um conservante pode ser definido como uma substância cuja função é inibir o crescimento de microrganismos nos produtos, mantendo-os livre de deteriorações causadas por bactérias e fungos. São importantes, principalmente, em formulações com alto teor de água livre (como formas farmacêuticas líquidas, semissólidas, injetáveis e produtos oftálmicos), tendo em vista que a água é um importante fator para o crescimento microbiano. Quando escolhidos adequadamente, evitam a proliferação de microrganismos nos produtos durante o prazo de validade, ou ainda após abertos pelos usuários. A utilização de um adequado sistema conservante é necessária para garantir estabilidade e segurança das preparações farmacêuticas quanto à pureza microbiana, visando tanto à proteção do produto quanto à proteção do consumidor. Os conservantes são necessários tanto em produtos não estéreis, como líquidos e semissólidos, quanto em produtos estéreis e preparações parenterais. Os principais conservantes utilizados em formas farmacêuticas e cosméticas são: Parenterais dose única e dose múltipla Conservantes Clorocresol (0,1%), álcool benzílico (1%), fenol (0,5%), clorobutanol (0,5%). Gotas oftálmicas e soluções para lente de contato Conservantes Cl idi (0 1%) l t d b l ô i (0 3%) 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 47/63 Para realizar uma escolha de um conservante, devemos possuir um embasamento teórico que leve em consideração as características do produto, dos possíveis microrganismos que podem contaminá-lo e do conservante. Podemos até utilizá-los individualmente, mas o mais usual é em conjunto com dois ou mais, para ampliar o espectro de ação. O conservante ideal não deve interagir com princípio ativo, nem com o material de embalagem, não deve alterar gosto, cor e sabor do produto, deve possuir ação rápida e biocida contra bactérias e fungos, devem ser atóxicos, estáveis e solúveis. É necessário também entender as características físico-químicas da formulação para evitar que a atividade do sistema conservante seja comprometida. A falta de compatibilidade do pH da formulação com o conservante pode levar a dissociações que diminuem a eficácia do conservante, como a migração parcial do conservante entre as fases aquosa e oleosa. Clorexidina (0,1%), cloreto de benzalcônio (0,3%), clorobutanol (0,5%). Líquidos orais Conservantes Parabenos (Metil, etil, propil, butil...) (0,05 a 0,3%), ácido benzoico (0,3-0,5%). Cremes Conservantes Parabenos, brometo de cetilamônio, clorocresol, entre outros. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 48/63 Outros fatores, como interação com sólidos, macromoléculas, ciclodextrinas ou lipossomas, polissorbatos, material de embalagem, além de termossensibilidade e fotossensibilidade podem diminuir a atividade do sistema conservante causando crescimento de microrganismos e comprometendo a formulação e expondo o usuário a riscos. E�cácia do sistema conservante: teste de desa�o Atualmente, a metodologia reconhecida para a avaliação da eficácia do sistema conservante é a do teste de desafio. Esse teste é recomendado no desenvolvimento do produto e consiste no desafio do produto já pronto, contendo conservante, com um microrganismo-padrão. Esses testes são realizados apenas durante P&D dos produtos e fazem parte do dossiê para registro exigido pela Anvisa e, depois de estabelecida a eficácia, não é necessário realizar o procedimento a cadalote produzido. Mesmo a empresa tendo escolhido o sistema conservante que mostrou ser eficaz no teste de desafio (teste de eficácia do sistema conservante), isso não isenta a empresa de fazer os 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 49/63 estudos de estabilidade acelerada e longa duração em câmaras climáticas antes de entrar com pedido de registro na Anvisa. A Farmacopeia Brasileira 6ª Edição recomenda os seguintes microrganismos-padrão: Candida albicans (ATCC 10231); Aspergillus brasiliensis (ATCC 16404); Escherichia coli (ATCC 8739); Pseudomonas aeruginosa (ATCC 9027); Staphylococcus aureus (ATCC 6538). A partir da cultura ATCC original, os microrganismos utilizados nos testes devem possuir no máximo cinco passagens, isto é, cinco transferências de uma cultura estabelecida para um meio de cultura estéril. Para culturas mantidas por técnicas de congelamento, cada ciclo de congelamento-descongelamento e reativação é considerado uma passagem. Os produtos são utilizados em sua embalagem original, desde que ela nunca tenha sido utilizada, e são divididos em quatro categorias para aplicação dos critérios de aceitação. Veja: Categoria 1 Injetáveis, oftálmicos, otológicos e nasais estéreis com veículo aquoso. Categoria 2 Produtos de uso tópico (inclusive mucosas), com veículo aquoso, nasais não estéreis. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 50/63 A metodologia consiste em realizar repique da cepa-padrão (ATCC) em ágar nutriente (TSA) para obtenção e padronização da suspensão- padrão de microrganismos de concentração de 1 x 108 UFC/mL. A suspensão de bactérias e leveduras deverá ser utilizada em 24 horas. A suspensão de bolores pode ser utilizada em até sete dias, se mantida sob refrigeração. Posteriormente, deverá se proceder com a inoculação com volume de suspensão-padrão entre 0,5 e 1% do volume da amostra de acordo com o tipo de produto: Produtos do tipo 1, 2 e 3 Deve-se obter uma concentração final no produto entre 1 x 105 e 1 x 106 UFC/g ou mL. Produtos do tipo 4 Deve-se obter uma concentração final no produto entre 1 x 103 e 1 x 104 UFC/g ou mL. Após a inoculação no produto, as amostras devem ser incubadas entre 30°C a 35°C, e alíquotas deverão ser retiradas nos dias 0, 7, 14 e 28 e semeadas e incubadas de acordo com a tabela: Microrganismo Meio Tem Escherichia coli ATCC 8739 TSA (32 Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027 TSA (32 Categoria 3 Produtos de uso oral, com veículo aquoso (exceto antiácidos). Categoria 4 Antiácidos com veículo aquoso. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 51/63 Microrganismo Meio Tem Staphylococcus aureus ATCC 6538 TSA (32 Candida albicans ATCC 10231 Sabouraud (22 Aspergillus brasiliensis ATCC 16404 Sabouraud (22 Tabela: Condições para incubação das cepas para o teste de eficácia do sistema conservante. Adaptado de: BRASIL, 2019. Ao retirar amostras do inoculado e realizar as diluições necessárias para ver o crescimento microbiano, deve-se adicionar um inativante do antimicrobiano em teste para evitar que este continue agindo durante a incubação na placa. Após o tempo de incubação, a concentração de cada microrganismo deverá ser calculada e comparada com a contagem no tempo inicial, sendo expressa a mudança em termos de reduções logarítmicas. Confira um exemplo de contagem de microrganismos após incubação em placa no teste do desafio: Dia 0 UFC/mL - 106 Log UFC/mL - 6 Dia 7 UFC/mL - 105 Log UFC/mL - 5 Dia 14 UFC/mL - 104 Log UFC/mL - 4 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 52/63 Os critérios de aceitabilidade estão dispostos da seguinte forma: Microrganismo Categoria do produto 1 2 Bactérias Redução log em relação à contagem inicial: ≥ 1 no dia 7; ≥ 3 no dia 14; sem crescimento do 14 para o 28. Redução log em à contagem inic no dia 14; sem crescimento do o 28. Bolores e Leveduras sem crescimento entre a contagem inicial e os dias 7, 14 e 28. sem cresciment a contagem inic dias 14 e 28. Tabela: Critérios de aceitabilidade das diferentes categorias de produtos cosméticos e farmacêuticos no teste de eficácia do sistema conservante. Adaptado de BRASIL, 2019. E�cácia do sistema conservante: método de regressão linear No final da década de 1970, Orth utilizou de forma pioneira a avaliação de sistemas conservantes pelo método de regressão linear de forma muito parecida ao preconizado pela Farmacopeia. O método de regressão linear é baseado no fato de que determinada população de microrganismo, quando exposta ao agente antimicrobiano, perde sua viabilidade de modo regular, e a fração de sobreviventes decresce exponencialmente com o tempo. Dia 28 UFC/mL - 102 Log UFC/mL - 2 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 53/63 Para tal metodologia, é necessária a utilização do valor D, que expressa o tempo necessário para a redução de 90% da população do microrganismo-teste, quando submetido ao agente letal sob condições constantes, ou seja, o tempo de redução decimal. Esses valores podem ser calculados por meio de uma curva expressa pela função obtida entre o logaritmo do número de sobreviventes e o tempo após inoculação. Comentário Nessa metodologia, as amostras também devem ser inoculadas separadamente, porém, a concentração de microrganismos no produto deverá ser de aproximada de 107 microrganismos/g ou mL. A contagem de sobreviventes é efetuada após 2, 4, 24 e 48 horas para bactérias, 4, 8, 24 e 48 horas para leveduras, e 4, 8, 24 e 48 horas e 7 dias para bolores. O número de sobreviventes é estimado por método de contagem validado (plaqueamento) em um meio de recuperação adequado e, a partir dos dados de unidades formadoras de colônias (UFC) em função do tempo, é gerada uma curva de sobreviventes. O valor D pode ser estimado graficamente, por meio de análise de regressão linear dos quadrados mínimos, sendo o valor D recíproca do coeficiente angular da equação da reta obtida, ou matematicamente, pela equação: Em que: é o número de sobreviventes após o tempo t; é o número de organismos no tempo zero, ou seja, a biocarga; t é o tempo de exposição. Observe o gráfico: D = t log ( N0 Nt ) Nt N0 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 54/63 Gráfico: Exemplificando o Valor D. Determinação da potência de antibióticos A potência (ou atividade) dos antibióticos é um teste de extrema importância para avaliar se a concentração nas preparações farmacêuticas está adequada com a infecção que se deseja combater, e é um aspecto a ser estudado durante o desenvolvimento dos medicamentos. Essa característica é demonstrada, sob condições adequadas, no efeito inibitório sobre o crescimento de determinados microrganismos. Métodos químicos nem sempre são capazes de revelar alterações sutis na atividade antimicrobiana, sendo os mais comuns ensaios microbiológicos, e os mais empregados os testes de difusão em ágar (ou em placas) e o teste turbidimétrico (ou de tubos). Exemplo Deve-se utilizar nesse ensaio os microrganismos recomendados pela Farmacopeia Brasileira 6ª Edição, como Staphylococcus aureus (ATCC 6538p), Saccharomyces cerevisiae (ATCC 9763) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 25619). Os materiais que serão utilizados deverão ser limpos após cada utilização, para remover qualquer vestígio de antibiótico e permanecerem cobertos quando não estiverem em uso. As vidrarias que entrarem em contato com o microrganismo devemser esterilizadas em estufa, em temperatura entre 200°C e 220°C por duas horas. Deverão ser utilizados balões volumétricos, pipetas ou equipamentos cuidadosamente calibrados no preparo da diluição da solução-padrão, 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 55/63 para evitar erros de medida relacionados aos instrumentos. Teste de difusão em ágar O princípio do teste de difusão em ágar relaciona o tamanho do halo de inibição com a dose da substância testada, sendo o método mais comum para a determinação da potência de antibióticos. Uma placa (dimensões de 20 x 100mm) contendo meio nutriente (ágar) deverá ser inoculada com microrganismo-padrão e, em seguida, ocorrerá a adição do antibiótico a determinada região da placa. O antibiótico selecionado deverá ser adicionado em reservatórios que podem ser constituídos por cilindros de vidro ou aço inoxidável, templates de aço, ou discos de papel-filtro depositados sobre a camada de ágar nutriente para que haja a difusão. Adição de discos de antibióticos para o teste de potência de antibiótico por difusão em ágar. Atualmente, os discos de papel filtro reduzem o trabalho e o tempo envolvido no teste, além de facilitarem a manipulação das placas, sendo o método mais utilizado. Após a adição do antibiótico, a substância deverá se difundir no meio de uma região para outra até atingir um equilíbrio, passando do meio mais concentrado (disco ou reservatório) para o menos concentrado (ágar com inóculo). As quantidades de inóculo e o tempo de incubação devem respeitar as diretrizes da Farmacopeia Brasileira 6ª Edição, ou outro compêndio oficial. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 56/63 Após o tempo determinado, deverá se visualizar o halo de inibição formado. Para que seja considerado sensível, é recomendado um diâmetro de inibição de no mínimo 14mm, e o diâmetro máximo não deve se sobrepor com outro halo formado. Placa de teste de potência de antibiótico após incubação com diferentes tipos de sensibilidade aos discos contendo antibióticos. Método turbidimétrico No método turbidimétrico, o microrganismo deverá crescer bem em meio líquido, ser aeróbio e sensível ao antibiótico. O princípio dessa técnica correlaciona a turbidez medida por espectrofotômetro com a inibição proporcional à concentração de antibiótico. Confira as vantagens e desvantagens: Vantagens Rapidez do teste, facilidade operacional, medida objetiva da resposta, ausência de efeitos de difusão e exatidão. Desvantagens Necessidade de um equipamento mais específico para a leitura, maior custo e não aplicabilidade a amostras coloridas que interfiram na leitura fotométrica. Toda técnica espectrofotométrica segue a Lei de Lambert-Beer, na qual a quantidade de luz absorvida, em dado comprimento de onda, será diretamente proporcional à concentração da solução no meio. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 57/63 Para o caso de suspensões microbianas, a quantidade de bactérias presentes na solução irá interferir diretamente na absorção da luz incidida. A curva-padrão corresponde à relação gráfica entre os valores de absorbância (A) e os de concentração. Com base na análise gráfica, é possível verificar a linearidade da relação e calcular um fator de conversão de valores de absorbância em concentração. Nessa metodologia, deverão ser seguidos os requisitos da Farmacopeia Brasileira para o microrganismo em estudo, meio de cultura, volume de inóculo padronizado sugerido como referência inicial e temperatura de incubação. Espectrofotômetro de UV-visível. Os tubos deverão ser incubados em banho-maria, por três a quatro horas, tomando a precaução de assegurar temperatura adequada e uniforme para todos os tubos. Após o período de incubação, o crescimento deverá ser parado com a adição de 0,5mL de formaldeído a 12%. A absorbância para cada tubo será determinada em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 530nm. Para padronização para o meio do branco, deverão ser utilizadas a mesma quantidade de caldo nutriente e formaldeído, a 12%. Quando pensamos na escolha do método para a medição da atividade antimicrobiana, devemos levar em consideração fatores como o tipo de amostra a analisar, tempo para ser dispendido, assim como recursos financeiros, mão de obra, sensibilidade inerente a cada método, precisão 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 58/63 requerida, entre outros fatores. Independentemente do método escolhido, este deve ser sempre validado e seguir as diretrizes farmacopeicas. Determinação da potência de antibióticos Entenda, agora, como é feita a determinação da potência de antibióticos pelo teste de difusão em ágar, bem como pelo método turbidimétrico e de que maneira deve fazer o delineamento experimental. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 59/63 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Sobre as produções de formas farmacêuticas e cosméticas, é preciso entender as características físico-químicas das formulações, visto que fazem parte da qualidade e evitam comprometimento do sistema conservante. A falta de compatibilidade do pH da formulação com o conservante, entre outros pontos, diminuem a eficácia e causam o crescimento de bactérias. Podemos destacar outros pontos que reduzem essa eficácia em qual alternativa? A Material de embalagem B Ação bactericida C Emulsões recorrentes 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 60/63 Parabéns! A alternativa A está correta. A interação com o material de embalagem pode sequestrar ou mesmo degradar o sistema conservante, diminuindo sua eficácia e comprometendo a estabilidade da formulação. Questão 2 Antibióticos são sem dúvida uma revolução medicamentosa, vide o impacto da penicilina na humanidade. Contudo, para ser eficaz, o antibiótico precisa ser potente frente à bactéria. Em qual alternativa a seguir pode ser vista uma das formas de determinar a potência antibiótica? Parabéns! A alternativa A está correta. Entre os testes microbiológicos, podemos destacar a difusão em ágar, seja com discos de papel filtro ou com reservatórios de vidro ou aço inoxidável, enquanto entre testes físico-químicos podemos destacar o turbidimétrico, ou em tubos, que utiliza a D Exposição ao CO2 E Imersão em meio básico A Difusão em ágar e turbidimétrico. B Espelhamento reverso e difusão em ágar. C Aspecto em ágar e turbidimétrico. D Cultura em meios diferenciais e difusão em ágar. E Turbidimétrico e hemocultura. 27/02/2024, 10:05 Controle microbiológico de medicamentos não estéreis https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04745/index.html# 61/63 espectrofotometria para avaliar o crescimento microbiano em tubos contendo meio líquido. Considerações �nais Aprendemos a importância do controle microbiológico para produtos farmacêuticos e cosméticos e como os produtos podem ser divididos, de acordo com a carga microbiana. Vimos quais são as principais fontes de contaminação, as características que tornam o produto mais suscetível à contaminação microbiana e as formas de minimizá-las. Abordamos quais são os limites especificados pela farmacopeia, os principais testes para contagem de microrganismos mesofílicos, além dos testes de identificação de patógenos que precisam estar ausentes em formulações farmacêuticas e cosméticas. Apresentamos os testes para avaliar a eficácia do sistema conservante
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