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5 - Segurança e Medicina do Trabalho

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Segurança e Medicina do Trabalho
Prof. Daniel Queiroz Pereira
Descrição
As normas de Medicina e Segurança do Trabalho, sua abrangência e
relevância no ordenamento pátrio.
Propósito
A Segurança e Medicina do Trabalho consiste em segmento do Direito
do Trabalho que objetiva assegurar condições de proteção à saúde do
trabalhador no local de trabalho, e de sua recuperação quando não
estiver em condições de prestar serviços ao empregador, sendo
essencial no mundo do trabalho.
Preparação
Antes de iniciar seu estudo, recomendamos um primeiro contato com a
Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e respectivas Normas
Regulamentadoras, para compreender e se familiarizar com os temas
que serão aqui tratados.
Objetivos
Módulo 1
Conceitos e fundamentos
Identificar os conceitos e fundamentos ligados à Medicina e
Segurança do Trabalho.
Módulo 2
Órgãos de �scalização e execução
Reconhecer as regras básicas aplicáveis à fiscalização trabalhista e
de prevenção de acidentes do trabalho.
Módulo 3
Insalubridade e periculosidade
Analisar as diferenças e os aspectos comuns concernentes à
insalubridade e à periculosidade.
Introdução
Com o surgimento da Revolução Industrial, o trabalhador passou
a experimentar ainda maior sofrimento e as consequências de
sua função operária. Na era das máquinas, da necessidade de
produção em massa e do foco na geração de lucro, a classe
trabalhadora não possuía garantias mínimas de proteção à saúde
no ambiente de trabalho, uma vez que eram inexistentes leis
trabalhistas que assegurassem o mínimo de dignidade.
Paradoxalmente, o trabalhador, cuja mão de obra era voltada

exclusivamente para o acúmulo de riquezas, encontrava-se em
condição de miserabilidade sem o mínimo de proteção e
sofrendo com as moléstias decorrentes do trabalho, o que, por
vezes, resultava em mutilações e morte.
Após a Primeira Guerra Mundial, com a criação da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), surgem os primeiros avanços na
Segurança e Medicina do Trabalho, já que se tornava cada vez
mais necessária a participação dos médicos nos processos
seletivos dos trabalhadores. Além disso, incrementou-se a
atividade do profissional de saúde na busca da recuperação
dessa força de trabalho na medida em que, diante do método de
produção implementado pelo fordismo, verificou-se
imprescindível a manutenção do trabalhador sadio, produtivo e
com baixo índice de faltas.
Acentua-se também que o meio ambiente do trabalho se insere
no contexto do ambiente como um todo, o qual integra o rol dos
direitos fundamentais, tendo por objetivo o respeito à dignidade
da pessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal de 1988).
Nesse sentido, o art. 200 da Constituição prevê que “ao sistema
único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei: [...] VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho”.
Dito isso, é preciso analisar as premissas básicas das normas de
Segurança e Medicina do Trabalho, que órgãos estão incumbidos
de sua fiscalização e execução e as peculiaridades inerentes à
insalubridade e à periculosidade.
1 - Conceitos e fundamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os conceitos e fundamentos ligados à
Medicina e Segurança do Trabalho.
Segmento Direito do Trabalho
O que é Segurança e Medicina do
Trabalho?
Neste vídeo, falaremos sobre o conceito e os fundamentos da
Segurança e Medicina do Trabalho, assim como sobre os deveres
inerentes e as suas consequências.
A Segurança e Medicina do Trabalho consiste em segmento do Direito
do Trabalho que objetiva:

Anteriormente, o nome atribuído à matéria em estudo era Higiene e
Segurança do Trabalho, uma vez que assim estava previsto na CLT. Com
o advento da Lei nº 6.514/77, contudo, passou-se a utilizar a
denominação Segurança e Medicina do Trabalho.
O uso da palavra “higiene” já refletia o enfoque que era dado à disciplina,
revelando preocupação apenas atinente à conservação da saúde do
trabalhador. A expressão “medicina” é mais abrangente, pois evidencia
não apenas o aspecto saúde, mas também a cura das doenças e sua
prevenção no trabalho.
A utilização de tais vocábulos também reflete uma nova preocupação.
Se, inicialmente, as exigências eram totalmente ditadas em benefício do
serviço (desenho dos equipamentos, velocidade das máquinas,
organização do trabalho e ritmo de produção), atualmente elas se
dirigem em favor do servidor, com preocupações relacionadas, dentre
outras, à melhor posição ergonômica e à prevenção da fadiga física e
mental.
Fundamentos
Conforme já destacado, com o advento da Revolução Industrial e de
novos processos industriais, começaram a surgir doenças ou acidentes
daí decorrentes.
 Assegurar condições de proteção à saúde
do trabalhador no local de trabalho.
 Assegurar sua recuperação quando não
estiver em condições de prestar serviços ao
empregador.
Tempos Modernos, Charlie Chaplin, 1936.
A elaboração de normas para melhorar o ambiente de trabalho em seus
mais variados aspectos, para evitar que o trabalhador fosse prejudicado
por agentes nocivos a sua saúde, era urgente. O Direito passou a
delimitar, então, certas condições mínimas a serem observadas pelo
empregador, fiscalizando a realização das atividades e atribuindo
sanções aos eventuais descumprimentos.
As normas de Segurança e Medicina do Trabalho passaram a ter um
espaço central nas relações de emprego, o que se justificou diante do
fato de o empregador não apenas ser responsável pela contraprestação
salarial dos seus trabalhadores, mas também pela manutenção da sua
saúde no decurso do vínculo contratual.
Por óbvio, o compromisso do Estado brasileiro, responsável pela
estruturação e pelo funcionamento do sistema de seguridade social, não
exclui a responsabilidade civil do empregador. Ciente de tal realidade, o
legislador brasileiro editou a Lei nº 6.514/77, que conferiu nova redação
aos artigos 154 a 201 da CLT, tendo sido complementada pela Portaria
nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, que dispôs, dentre outros temas,
sobre serviço especializado em Segurança e Medicina do Trabalho,
equipamento de proteção individual, atividades e operações insalubres e
perigosas, conforme melhor se detalhará adiante.
Deveres do empregador e do
empregado
O artigo 157, incisos I a IV, da CLT, ao definir os deveres dos
empregadores em matéria de Segurança e Medicina do Trabalho,
estabelece que eles deverão “cumprir e fazer cumprir as normas de
segurança e medicina do trabalho”; e “instruir os empregados, através
de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais”.
Já no que toca aos deveres dos empregados, prevê o artigo 158, incisos
I e II, da CLT, que estes devem “observar as normas de segurança e
medicina do trabalho”, inclusive as instruções estabelecidas em ordens
de serviço emanadas do empregador, e “colaborar com a empresa na
aplicação dos dispositivos” do Capítulo destinado às normas de
Segurança e Medicina do Trabalho.
Constitui falta grave do empregado, nos termos do
artigo 158, parágrafo único, alíneas “a” e “b”, da CLT,
recusa injustificada à observância das instruções
expedidas pelo empregador e ao uso dos
equipamentos de proteção individual fornecidos pela
empresa.
Especificamente quanto às medidas preventivas de Medicina do
Trabalho, cumpre destacar o exame médico a ser realizado sempre por
conta do empregador. Assim sendo, o empregado não deverá
desembolsar nenhum valor para efeito do exame médico.
O exame médico deve ser realizado na admissão, na dispensa e
periodicamente. Cabe ao Ministério do Trabalho determinar quando
serão exigíveis os exames médicos por ocasião da dispensa e os
complementares. Contudo, poderá o médico exigir exames
complementares, a seu critério, inclusive no momento da admissão,
para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado
em razão da função que deva exercer.Os resultados dos exames médicos deverão ser comunicados ao
trabalhador, inclusive o complementar, observados os preceitos da ética
médica. A Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7) da Portaria nº 3.214/78
traz mais esclarecimentos sobre os exames médicos, inclusive sobre
sua periodicidade. Apenas à guisa de ilustração, para trabalhadores
cujas atividades envolvam os riscos mencionados nos quadros I e II da
NR-7, a avaliação dos indicadores biológicos deverá ser, no mínimo,
semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador.
Condições de segurança
Com base no artigo 200 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), foi
expedida a Portaria nº 3.214/78, que trata de uma série de normas
complementares relacionadas às condições de segurança no trabalho.
Especificamente no que concerne ao trabalho rural, seguindo o previsto
no artigo 13 da Lei nº 5.889/73, a Portaria MTE nº 86/2005 trata de
segurança e saúde no trabalho na:
Agricultura
Pecuária
Equipamento de proteção individual
Os empregadores devem fornecer aos empregados, gratuita e
obrigatoriamente, o equipamento de proteção individual (EPI), de
maneira a protegê-los contra os riscos de acidentes do trabalho e danos
a sua saúde. A NR-6 da Portaria nº 3.214/78 especifica regras sobre EPI.
Silvicultura
Exploração de �oresta
Aquicultura
O EPI consiste em todo dispositivo ou produto, de uso individual,
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Os EPIs são classificados em função da proteção que oferecem. Assim
sendo, existem equipamentos que protegem a cabeça (capacete e
capuz), o tronco (vestimentas de segurança), os membros superiores
(luvas, braçadeiras e dedeiras) etc.
Há a necessidade de que o empregador fiscalize o
efetivo uso dos EPIs. A rigor, compete ao Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT) ou à Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA) recomendar ao
empregador o EPI adequado ao risco existente em
determinada atividade.
Além disso, o empregador deve treinar o trabalhador para o uso correto
do EPI, assim como substituir o equipamento quando danificado ou
extraviado, e tornar obrigatório o seu uso.
Exemplo
O uso do EPI adequado ao trabalho é obrigatório, mas ele precisa ser
bem utilizado e manejado. Não adianta usar um calçado inadequado em
uma obra ou uma luva errada em um hospital ou clínica.
Órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho
nas empresas
SESMT – Serviços Especializados em
Segurança e Medicina do Trabalho
O SESMT, cuja obrigatoriedade encontra-se prevista no art. 162 da CLT,
é composto por profissionais dotados de conhecimento de engenharia
de segurança e medicina do trabalho aplicado ao ambiente de trabalho.
Esse órgão tem a missão de promover a saúde e de proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho.
Compete ao empregador todo e qualquer ônus decorrente
da instalação e manutenção deste serviço.
O dimensionamento do SESMT depende da gradação do risco da
atividade principal e do número total de empregados existentes no
estabelecimento. Caso a empresa tenha, por exemplo, mais de 50% de
seus empregados em estabelecimento ou setor com atividade em que o
grau de risco seja superior ao da atividade principal, deverá dimensionar
os serviços especializados em razão do maior grau de risco.
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
Conforme prevê o art. 163 da CLT, é obrigatória a constituição da CIPA
no âmbito das empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, órgãos da administração pública direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados, conforme
as instruções do Ministério do Trabalho contidas na NR-5 da Portaria
nº 3.214/78.
Trata-se de uma fórmula democrática de acesso dos trabalhadores à
política e aos mecanismos de segurança e medicina do trabalho. Tem
como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho.
A CIPA será composta por representantes da empresa
e dos empregados. Os representantes do empregador,
titulares e suplentes, serão por ele designados,
anualmente, entre os quais o presidente da CIPA.
Os representantes dos empregados, e somente eles, gozam de garantia
provisória de emprego (estabilidade), desde o registro da candidatura
até um ano após o término do seu mandato, conforme previsão do art.
10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT e
art. 165 da CLT. O Supremo Tribunal Federal – STF também já sumulou o
entendimento de que a referida estabilidade se aplica aos suplentes
(Súmula nº 676 do STF).
Deve-se, contudo, destacar que serão asseguradas aos membros da
CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na
empresa. Eles continuam trabalhando normalmente para o
empreendimento, por isso é vedada a sua transferência para outro
estabelecimento (vide o item 5.9 da NR-5). Extinto, contudo, o
estabelecimento, desaparecem as razões da manutenção da qualidade
de membro da CIPA e ocorre a cessação da estabilidade, conforme
estabelece a Súmula nº 339 do Tribunal Superior do Trabalho.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(VUNESP - 2021 - Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos - SP -
Eletricista Predial) Entende-se por segurança no trabalho, no
exercício profissional,
A
o conjunto de medidas que são adotadas para
minimizar o risco e a ocorrência de acidentes de
trabalho, doenças ocupacionais, bem como para
proteger a integridade e a capacidade de trabalho
do trabalhador.
B
a presença de profissionais dedicados, responsáveis
pela proteção patrimonial e dos recursos humanos,
com capacidade física para doutrinar a correta
integridade e as condições de trabalho do
trabalhador.
C
a sensação de um trabalhador, em seu local de
exercício, de estar completamente resguardado de
quaisquer riscos, sem que precise de preocupar ou
zelar por sua segurança ou de seus colegas.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A segurança do trabalho tem como principal objetivo a prevenção
de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à
saúde do profissional. Nesse sentido, a segurança do trabalho pode
ser sintetizada em um conjunto de métodos, ferramentas,
legislação e ações destinadas à prevenção de acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais.
Questão 2
No que toca especificamente às medidas preventivas de Medicina
do Trabalho, marque a alternativa correta:
D
as políticas governamentais de estabilidade e
manutenção dos empregos, sem as quais a
integridade e a capacidade de trabalho do
profissional não existem.
E
o conjunto de estratégias de mitigação dos efeitos
maléficos ocasionados por acidentes não fatais,
para expor a integridade e a capacidade do
trabalhador à sociedade.
A
O exame médico a ser realizado é às expensas do
empregado.
B
O exame médico deverá ser realizado apenas na
admissão do empregado.
C
Para trabalhadores cujas atividades envolvam os
riscos mencionados nos quadros I e II da NR-7, a
avaliação dos indicadores biológicos deverá ser, no
mínimo, anual, podendo ser reduzida a critério do
médico coordenador.
D
Os resultados dos exames médicos
complementares não deverão ser comunicados ao
Parabéns! A alternativa E está correta.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7) da Portaria
nº 3.214/78, podem ser realizados outros exames complementares,
a critério do médico responsável, desde que relacionados aos
riscos ocupacionais classificados no PGR e tecnicamente
justificados no PCMSO.
2 - Órgãos de �scalização e execução
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as regras básicas aplicáveis à
�scalização trabalhista e de prevenção de acidentes do trabalho.
Atuação do Ministério do Trabalho e
Previdência
empregado, mas sim ao seu supervisor.
E
O médico pode exigir exames complementares,a
seu critério, inclusive no momento da admissão,
para apuração da capacidade ou aptidão física e
mental do empregado em razão da função que deva
exercer.
A fiscalização do cumprimento das normas de Segurança e Medicina do
Trabalho é atribuição do atual Ministério do Trabalho e Previdência por
meio dos auditores fiscais do trabalho.
De acordo com o artigo 162 da CLT, o Ministério estabelecerá normas
quanto à (às):
Classi�cação das empresas
de acordo com o número de
empregados e a natureza
do risco de suas atividades.
Quali�cação exigida para os
pro�ssionais
especializados tanto em
medicina quanto em
segurança do trabalho.
Demais características e
atribuições dos Serviços
Especializados em
Segurança e Medicina do
Trabalho nas empresas.
O artigo 156, incisos I a III, da CLT, prevê que é responsabilidade das
Superintendências Regionais do Trabalho, ali referidas ainda como
Delegacias Regionais do Trabalho: “I - promover a fiscalização do
cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II -
adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições
deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local
de trabalho, se façam necessárias; e III - impor as penalidades cabíveis
por descumprimento das normas afetas à Segurança e Medicina do
Trabalho”.
A fiscalização trabalhista costuma atuar mesmo antes
da entrada em funcionamento do estabelecimento do
empregador. Quando existirem modificações
substanciais a serem implementadas no local de
trabalho, inclusive quanto a equipamentos, haverá nova
fiscalização.
As empresas poderão, contudo, solicitar previamente às
Superintendências Regionais do Trabalho a aprovação dos projetos de
construção e respectivas instalações. Já a interdição ou o embargo do
estabelecimento do empregador poderão ser requeridos pelo serviço
competente da Superintendência Regional do Trabalho e pelo auditor
fiscal do trabalho ou entidade sindical (art. 161, § 2º, da CLT).
A rigor:
 Quando as irregularidades forem sanáveis
O inspetor deverá conceder um prazo à empresa
para que cumpra as determinações.
 Quando as irregularidades forem insanáveis
A �scalização autuará a empresa, impondo-lhe
multa. O auto de infração (art. 628 da CLT) será feito
em duplicata, especi�cando os motivos e
fundamentos legais da autuação. Recolhida a multa
no prazo de 10 dias contados da data da noti�cação,
ela será reduzida em 50% (cinquenta porcento) (art.
636, § 6º, da CLT).
As multas previstas na legislação trabalhista serão, quando for o caso, e
sem prejuízo das demais cominações legais, agravadas até o grau
máximo nos casos de artifício, ardil, simulação, desacato, embaraço ou
resistência a ação fiscal, levando-se em conta, além das circunstâncias
atenuantes ou agravantes, a situação econômico-financeira do infrator e
os meios a seu alcance para cumprir a lei (art. 5º da Lei nº 7.855/89).
Prevê ainda o art. 6º, § 1º, da Lei nº 7.855/89 que não será considerado
reincidente o empregador que não for novamente autuado por infração
ao mesmo dispositivo, decorrido dois anos da imposição da penalidade.
Caracterização do acidente do
trabalho
Acidente de trabalho típico e doenças
ocupacionais
Acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais
Neste vídeo, falaremos sobre os acidentes de trabalho e seus
excludentes, assim como sobre as doenças ocupacionais.
O chamado acidente de trabalho típico é aquele que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
doméstico (artigo 19, caput, da Lei nº 8.213/91) ou pelo exercício do

trabalho dos segurados especiais (inciso VII do art. 11 da Lei nº
8.213/91), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
As chamadas doenças ocupacionais também caracterizam acidente de
trabalho. O artigo 20, incisos I e II, da Lei nº 8.213/91, aborda as duas
espécies de doenças ocupacionais existentes no nosso ordenamento: a
doença profissional e a doença do trabalho.
A doença profissional decorre do exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Exemplo de doença profissional: aquela desenvolvida por
pessoa que trabalha com digitação e desenvolve problemas e
dores no antebraço devido ao movimento repetitivo exigido pela
ocupação. Isso ocorre porque não há uma forma alternativa de
realizar a função de digitador ou usar um equipamento de
proteção.
Doença profissional 
Doença do trabalho 
Já a doença do trabalho decorre da função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente.
Exemplo de doença do trabalho: quem trabalha em local de
muito ruído, como um orientador de aeronaves. Esse profissional
deve usar protetores auriculares para evitar perda da audição.
Porém, se isso acontecer, restará caracterizada a doença do
trabalho.
Excludentes de doença do trabalho
É possível que o trabalhador seja acometido por doenças ou outros
infortúnios que não sejam considerados acidente do trabalho. Nesse
caso, o artigo 20, § 1º, da Lei nº 8.213/91, não considerada como
doença do trabalho:
 A doença degenerativa.
 A doença inerente a grupo etário.
 A doença que não produza incapacidade
laborativa.
O mesmo dispositivo estabelece em seu § 2º que, em situações
excepcionais, constatando-se que a doença não caracterizada como
ocupacional resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho.
Acidente de trabalho por equiparação
Para além das hipóteses de acidente de trabalho típico e doenças
ocupacionais já abordadas, a Lei nº. 8.213/91 prevê no seu artigo 21,
incisos II a IV, hipóteses que se equiparam ao acidente do trabalho:
“II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou
terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b)
ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de
imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de
pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação,
incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;”
“III - A doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade.”
“IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e
horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de
serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea
de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive
para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
 A doença endêmica adquirida por segurado
habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
inclusive veículo de propriedade do segurado.” Este último inciso
consiste no chamado acidente do trabalho in itinere.
Comunicação do acidente do trabalho (CAT)
Ocorrido o acidente de trabalho, é obrigação da empresa ou do
empregador doméstico comunicar o sinistro à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição,
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência Social (art. 22, caput, da Lei nº 8.213/91). Da referida
comunicaçãoreceberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes,
bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria (art. 22, § 1º,
da Lei nº 8.213/91).
O dia do acidente do trabalho e os 15 (quinze) dias seguintes serão
remunerados pelo empregador, tratando-se, pois, de hipótese de
interrupção do contrato de trabalho. Porém, a contar do 16º dia seguinte
ao do afastamento do trabalho em consequência do acidente passa a
ser devido pela Previdência Social o auxílio-doença acidentário. A partir
desse momento, a empresa não paga mais salários, mas há a contagem
do tempo de serviço para efeito de indenização e estabilidade (§ 1º do
art. 4º da CLT) e incidência do FGTS (art. 15, § 5º, da Lei nº 8.036/90).
Em se tratando de doença ocupacional, considera-se como dia do
acidente a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da
atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que
for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer
primeiro (art. 23 da Lei nº 8.213/91).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro de Segurança do Trabalho -
Edital nº 15) A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, em seu artigo
19, estabelece que “acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, ou de empregador
doméstico, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter
temporário ou permanente”. Nesse contexto, analise as seguintes
doenças.
I - A doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade.
II - A doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente.
III - A doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não
produz incapacidade laborativa.
De acordo com a referida lei, quais dessas doenças são
consideradas acidentes de trabalho?
Parabéns! A alternativa D está correta.
Com base no art. 20, caput, incisos I e II, da Lei nº 8.213/91,
considera-se doença profissional, a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do
A Apenas I.
B Apenas II.
C Apenas III.
D Apenas I e II.
E I, II e III.
Trabalho e da Previdência Social; e doença do trabalho, aquela
adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
desde que também conste da relação elaborada pelo Ministério do
Trabalho e da Previdência Social. Daí estarem corretos apenas os
itens I e II.
Questão 2
(NUCEPE - 2019 - FMS - Técnico em Segurança do Trabalho)
Marque (V) ou (F) nas afirmativas abaixo, conforme sejam
verdadeiras ou falsas, considerando as situações que são
consideradas acidente de trabalho segundo a legislação
previdenciária:
( ) É acidente de trabalho quando o funcionário sofre, no local e no
horário do trabalho, acidente em função de ato de terrorismo
praticado por companheiro de trabalho.
( ) É acidente de trabalho quando o funcionário sofre, no local e no
horário do trabalho, acidente em função de ato de imprudência ou
de imperícia de companheiro de trabalho.
( ) É acidente de trabalho quando o funcionário desenvolve doença
degenerativa.
( ) É acidente de trabalho quando o funcionário sofre, no local e no
horário do trabalho, acidente em função de desabamento ou
inundação.
( ) É uma situação equiparada ao acidente de trabalho quando o
funcionário desenvolve doença inerente a grupo etário.
A alternativa que apresenta a sequência correta das respostas é:
A V, F, F, F, F.
B F, F, V, F, V.
C F, F, F, F, F.
D V, V, F, V, F.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O art. 21, incisos II a IV, da Lei nº 8.213/91, estabelece que também
se equiparam ao acidente do trabalho, “I) aquele ligado ao trabalho
que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação; II) o acidente sofrido pelo
segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a)
ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de
terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de
imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior; III) a doença proveniente de
contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade; IV) o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do
local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na
realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação
espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa,
inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do segurado”. Contudo, o art. 20, § 1º, da Lei
nº 8.213/91, exclui desse rol a doença degenerativa e a inerente a
grupo etário
E V, V, V, V, V.
3 - Insalubridade e periculosidade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as diferenças e os aspectos comuns
concernentes à insalubridade e à periculosidade.
Exposição de agentes nocivos à
saúde
O que é a insalubridade?
Neste vídeo, explicaremos o que é a insalubridade e as principais regras
a respeito dela.
Consideram-se atividades insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição
aos seus efeitos (art. 189 da CLT).

As atividades e operações insalubres encontram-se inseridas na NR 15
da Portaria nº 3.214/78, a qual descreve os agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde do empregado, bem como os
respectivos limites de tolerância. Essa é uma exigência prevista no art.
190, caput, da CLT, que estabelece que o Ministério do Trabalho aprovará
o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre
os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses agentes.
A Súmula nº 460 do STF prevê que “para efeito do
adicional de insalubridade, a perícia judicial em
reclamação trabalhista não dispensa o enquadramento
da atividade entre as insalubres, que é ato da
competência do Ministério do Trabalho”.
Contudo, esta não é a única exigência para que a atividade seja
considerada insalubre e o empregado faça jus ao respectivo adicional.
Nesse sentido, a Súmula nº 448 do TST indica também a necessidade
de constatação da insalubridade por meio de laudo pericial produzido
por médico ou engenheiro do trabalho.
Mais do que isso, o referido verbete estabelece que a higienização de
instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e
a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em
residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da
NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e
industrialização de lixo urbano.
Caso ocorra a verificação, mediante perícia, de prestação de serviços
em condições nocivas, porém seja considerado agente insalubre diverso
do apontado na inicial, daí não resulta qualquer prejuízo ao pedido de
adicional de insalubridade (Súmula nº 293 do TST).
A eventualeliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá (art.
191 da CLT):
No que tange aos percentuais e base de cálculo do adicional de
insalubridade, diz a Súmula Vinculante nº 4 do STF que “salvo nos casos
previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial".
Contudo, o STF por ocasião do julgamento da medida cautelar em
Reclamação nº 6.266-0 – DF determinou a suspensão da aplicação da
Súmula nº 228 do TST na parte em que permite a utilização do salário
básico para calcular o adicional de insalubridade. Desse modo, ao
menos temporariamente, o adicional de insalubridade continuará regido
pela CLT e calculado com base no salário-mínimo.
Atividades perigosas
Ao ler o título “atividades perigosas”, o que você pensou? Parece nome
de filme, não é? Vamos entender que um ambiente de trabalho pode ser
tão perigoso quanto um blockbuster de ação.
Nos termos do artigo 193 da CLT, “são consideradas atividades ou
operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de
 “I) com a adoção de medidas que
conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância;”
 “II) com a utilização de equipamentos de
proteção individual ao trabalhador, que
diminuam a intensidade do agente
agressivo a limites de tolerância.”
exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou
energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”.
As atividades e operações perigosas encontram-se
indicadas na NR 16 da Portaria nº 3.214/78.
Deve-se ainda destacar que, no art. 193, § 4º, da CLT, é prevista como
atividade perigosa a desenvolvida com a utilização de motocicleta. A
Lei nº 11.901/2009 previu também o direito ao respectivo adicional ao
bombeiro civil, ou seja, àquele que exerça, em caráter habitual, função
remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, como
empregado contratado diretamente por empresas privadas ou públicas,
sociedades de economia mista, ou empresas especializadas em
prestação de serviços de prevenção e combate a incêndio.
A Portaria nº 518/2003 do Ministério do Trabalho previu outra hipótese,
corroborada pela OJ nº 345 da SBDI-1 do TST e consistente na
exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância
radioativa.
Mas qual é o percentual e a base de cálculo desse adicional?
O artigo 193, § 1º, da CLT prevê que “o trabalho em condições de
periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por
cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participações nos lucros da empresa”, ou seja, o percentual
de 30% (trinta por cento) é calculado sobre o salário básico do
trabalhador.
No que tange ao eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº
7.369/1985, a Súmula nº 191 do TST prevê que o adicional de
periculosidade deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de
natureza salarial, não sendo considerada válida norma coletiva mediante
a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário
básico.
Assim, a alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do
eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente o
contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que,
nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário
básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.
A Súmula nº 364, itens I e II, do TST estabelece que faz jus ao adicional
de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de
forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Contudo, o adicional
será indevido quando o contato se der de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo
extremamente reduzido.
Caso o empregado esteja exposto a agente nocivo e perigoso, não
poderá perceber ambos os adicionais. Assim sendo, prevê o artigo 193,
§ 2º, da CLT que, nesse caso, o empregado poderá optar pelo adicional
de insalubridade que porventura lhe seja devido.
Normas comuns à insalubridade e à
periculosidade
Estabelecidas as peculiaridades inerentes à insalubridade e à
periculosidade, cumpre abordar as normas comuns a essas atividades
ou operações. Conforme já destacado durante o estudo da
insalubridade, o direito do empregado ao adicional de insalubridade ou
de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou
integridade física (artigo 194 da CLT).
Além disso, a caracterização e a classificação da insalubridade e da
periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, ocorrerão
por meio de perícia a cargo de médico ou engenheiro do trabalho,
registrados no Ministério do Trabalho (artigo 195, caput, da CLT).
Quanto aos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições
de insalubridade ou periculosidade, prevê o art. 196 da CLT que serão
devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos
quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas
do artigo 11.
Por fim, importante salientar que os materiais e substâncias
empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho,
quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua
composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo
correspondente, segundo a padronização internacional (artigo 197,
caput, da CLT).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(CEITEC 2012 - FUNRIO - Advogado - AAO-ADVOGADO) Assinale a
alternativa que representa o percentual fixado na Consolidação das
Leis do Trabalho devido ao título de adicional de periculosidade.
A
30% (trinta por cento) sobre o salário, acrescido dos
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.
B
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e
10% (dez por cento) do salário-mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio
e mínimo.
C
30% (trinta por cento) sobre o salário-mínimo sem
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
ou participações nos lucros da empresa.
D
Parabéns! A alternativa D está correta.
O art. 193, § 1º da CLT assegura ao trabalhador que desempenha
atividades em condições de periculosidade adicional de 30% (trinta
por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, ou
seja, um adicional de 30% (trinta por cento) calculado sobre o
salário básico do empregado.
Questão 2
(FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO - RJ - Analista Judiciário - Área
Administrativa) Em relação às atividades insalubres ou perigosas é
correto que:
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.
E
O percentual não é estabelecido pela Consolidação
das Leis do Trabalho, sendo estabelecido por Norma
Coletiva.
A
O trabalho em condições perigosas assegura ao
empregado um adicional de 20% sobre o salário
base.
B
O direito do empregado ao adicional de
insalubridade ou de periculosidade cessará com a
eliminação do risco à sua saúde ou integridade
física.
C
O trabalho em condições insalubres assegura ao
empregado um adicional de 10%, 30% e 40% do
salário-mínimo, segundo se classifiquem nos graus
mínimo, médio e máximo.
A caracterização e a classificação da insalubridade
e da periculosidade, segundo as normas do
Parabéns! A alternativa B está correta.
O art. 194 da CLT estabelece que o direito do trabalhador à
percepção do adicional de insalubridade ou de periculosidade
cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade
física.
Considerações �nais
A partir de todo o exposto, você pôde constatar que as normas de
saúde,higiene e segurança laboral ocupam um papel central nas
relações de trabalho, em larga medida, pelo fato de o empregador não
apenas ser responsável pelo pagamento do salário dos seus
empregados, mas também pela manutenção da higidez no decurso do
vínculo contratual.
A preocupação com o meio ambiente ecologicamente equilibrado, neste
incluído o do trabalho, consiste em direito fundamental de terceira
geração ou dimensão (art. 225, caput, da Constituição Federal) e reforça
a importância dos temas aqui enfocados.
Importantes direitos trabalhistas diretamente relacionados à segurança
e medicina do trabalho integram o rol de direitos sociais, que figuram
como direitos humanos fundamentais de segunda geração ou
dimensão.
Neste passo, cumpre destacar o art. 7º, incisos XXII e XXIII, da
Constituição Federal que assegura ao trabalhador a “redução dos riscos
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
D Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia,
sendo a de insalubridade realizada por médico do
trabalho e a de periculosidade por engenheiro do
trabalho.
E
O empregado que trabalhe em condições perigosas
e insalubres receberá ao mesmo tempo os dois
adicionais.
segurança” e “adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei”.
Além disso, o compromisso do Estado brasileiro, responsável pela
estruturação e pelo funcionamento do sistema de seguridade social, não
exclui a responsabilidade civil do empregador.
Essa cumulação de responsabilidades é reconhecida pelo STF desde
1963, ano em que foi aprovada a redação da Súmula nº 229, que
estabelece: “a indenização acidentária não exclui a do direito comum,
em caso de dolo ou culpa grave do empregador”. Percebe-se a grande
relevância do estudo das normas relacionadas à Segurança e Medicina
do Trabalho.
Podcast
Para encerrar, ouça uma explicação sobre o que são os acidentes de
trabalho, assim como os principais aspectos de insalubridade e
periculosidade.

Explore +
Leia o livro Reforma Trabalhista: entenda o que mudou e veja como o
autor, Luciano Martinez, aborda as principais alterações introduzidas
pela Reforma Trabalhista, analisando cada um dos artigos da CLT
modificados pela Lei nº 13.467/2017.
Consulte também a obra Convenções da OIT, organizada por Sérgio
Pinto Martins, e identifique as Convenções Internacionais aplicáveis em
matéria de segurança e medicina do trabalho.
Referências
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Método,
2019.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 18. ed. São
Paulo: LTr, 2019.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 14. ed.
São Paulo: Método, 2019.
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo:
Saraiva, 2019.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 35. ed. São Paulo: Saraiva,
2019.
PRETTI, Gleibe; SANTOS, Marcos Oliveira. A Nova Segurança e Medicina
do Trabalho. São Paulo: LTr, 2019.
SALIBA, Tuffi Messias; PAGANO, Sofia C. Reis Saliba. Legislação de
Segurança, Acidente do Trabalho e Saúde do Trabalhador.14. ed. São
Paulo: LTr, 2022.
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