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Prednisona para que serve e como tomar bula simplificada

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Prednisona: para que serve e como tomar (bula simplificada)
Introdução
A prednisona, também conhecida pelo seu nome comercial Meticorten, é um medicamento que pertence
à classe dos glicocorticoides, um dos mais importantes grupos farmacológicos da medicina, devido à sua
utilidade em dezenas de enfermidades diferentes.
Os corticoides costumam ser utilizados no tratamento de doenças de origem inflamatória, alérgica,
hormonais, autoimune e até neoplásica. Esses fármacos também são habitualmente utilizados para
reduzir o risco de rejeição nos pacientes com transplantados.
Infelizmente, apesar de muito úteis, a prednisona e os outros corticoides são capazes de provocar
inúmeros efeitos colaterais, alguns deles esteticamente indesejados e outros muito perigosos, com
potencial risco de morte. Quanto maior for a dose e o tempo de tratamento, maior é o risco de surgirem
efeitos adversos graves.
Neste artigo falaremos exclusivamente da prednisona. Se você procura informações mais completas
sobre todas as drogas que pertencem à classe dos glicocorticoides, acesse o seguinte artigo:
Glicocortcioides: efeitos colaterais e indicações.
Nota: este texto não aspira ser uma bula completa da prednisona. Nosso objetivo é ser menos técnico
que uma bula e mais útil aos pacientes que procuram informações objetivas e em linguagem adequada
ao público leigo.
https://www.mdsaude.com/endocrinologia/glicocorticoides/
2/6
O que é a prednisona?
A prednisona é uma das diversas formas sintéticas do hormônio cortisol, que é produzido pela glândula
supra-renal.
O cortisol tem ações no metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas, age no sistema
imunológico e no crescimento ósseo, tem ação anti-inflamatória, ajuda a regular os eletrólitos do sangue,
auxilia processos de cicatrização, etc.
A prednisona é cerca de cinco vezes mais potente que o cortisol natural, o que permite que ela
seja utilizada em doses supra fisiológicas, ou seja, em quantidades que superam a produção natural do
cortisol.
Em doses elevadas, a prednisona tem potente ação anti-inflamatória e imunossupressora, sendo, por
isso, utilizada com frequência em doenças de origem inflamatória e imunológica, conforme veremos
mais adiante.
Atenção: não confundir prednisona com prednisolona. Ambas são corticoides e apresentam indicações e
ações semelhantes. Elas, porém, são medicamentos distintos (a prednisolona é um metabólito da
prednisona), com apresentações diferentes e as posologias não são necessariamente as mesmas.
Nomes comerciais
A prednisona é um fármaco já existente no mercado há muitos anos. Você pode adquiri-la sob a forma
genérica ou pelos vários nomes comerciais disponíveis, incluindo:
Alergcorten.
Artinizona.
Corticorten.
Crispred.
Flamacorten.
Meticorten.
Predcort.
Predinis.
Predson.
Como já referido, o nome comercial mais famoso da prednisona é o Meticorten, medicamento produzido
pelo laboratório Merck Sharp & Dohme e que é considerado a marca de referência para essa substância.
Apresentações
A prednisona só é comercializada em comprimidos de 5 mg ou 20 mg.
As formulações em xarope, gotas, colírios ou pomadas só estão disponíveis para a prednisolona.
Para que serve
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O número de condições médicas que podem ser tratados com a prednisona é tão grande que é até difícil
citar todas.
De forma abrangente, podemos dizer que a prednisona pode ser indicada em doenças de origem
endócrina, osteomuscular, autoimune, dermatológica, alérgica, oftálmica, respiratória, hematológica,
inflamatória ou neoplásica. A prednisona também é frequentemente utilizada como tratamento
imunossupressor nos pacientes transplantados.
Falando especificamente de algumas das doenças que podem ser tratadas com a prednisona, as
indicações mais comuns são:
Como tomar
A dose da prednisona a ser usada depende da doença em questão e da sua gravidade.
Doses abaixo de 15 mg por dia apresentam efeito predominantemente anti-inflamatório, enquanto doses
acima de 20 mg por dia começam a apresentar também ação imunossupressora (inibição do sistema
imunológico). Quanto maior for a dose da prednisona, maior será o seu efeito imunossupressor e anti-
inflamatório.
A dose diária de prednisona costuma variar entre 5 mg e 80 mg.
A dose de 60 mg por dia costuma ser a mais utilizada quando se planeja ter uma ação
imunossupressora. Já a dose de 5 mg a 10 mg costuma ser comum nos pacientes que precisam de
tratamento anti-inflamatório por longos períodos, como os portadores de artrite reumatoide.
Como o pico de secreção do cortisol natural ocorre de manhã, a toma da prednisona costuma ser
indicada nesse período do dia. Essa prática aumenta a eficácia da droga e interfere menos com ciclo
natural do cortisol. O medicamento deve ser tomado em dose única diária na maioria dos casos.
Exemplos de como tomar a prednisona consoante a doença a ser tratada
As faixas de dosagem descritas a seguir são apenas para orientação; a dosagem deve ser sempre
individualizada, levando em conta a gravidade da doença, o distúrbio específico e as manifestações da
doença. Nunca se automedique com corticoides sem conhecimento médico:
Asma (ataques agudos): 40 a 60 mg por dia durante 5 a 7 dias; administrar em 1 ou 2 doses
divididas.
Angioedema: 20 a 60 mg diários inicialmente, em dose única diária, seguidos por uma redução
gradual ao longo de 5 a 7 dias. A duração total do tratamento não deve exceder 10 dias.
Artrite reumatoide: inicial: 5 a 30 mg/dia em uma única dose diária, depois diminua para a dose
mínima eficaz, dependendo da resposta.
Paralisia de Bell de início recente: 60 a 80 mg diariamente por 5 a 7 dias; administrar em 1 ou 2
doses divididas; pode ser seguido por uma redução gradual de 5 dias. O tratamento deve ser
iniciado dentro de 72 horas do início dos sintomas.
Doença pulmonar obstrutiva crônica, exacerbação aguda: 40 a 60 mg uma vez ao dia por 5 a
14 dias.
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Gota (crise aguda): 30 a 40 mg/dia administrados uma vez ao dia até a melhora dos sintomas
(geralmente de 2 a 5 dias), depois diminua gradualmente conforme tolerado (geralmente de 7 a 10
dias); pode ser necessária uma redução mais lenta (por exemplo, de 14 a 21 dias), particularmente
em pacientes com várias crises recentes.
Doença de lesão mínima: 1 mg/kg/dia (máximo: 80 mg/dia) uma vez ao dia ou 2 mg/kg em dias
alternados (máximo: 120 mg em dias alternados) por 4 a 16 semanas; cerca de 2 semanas após
atingir a remissão completa, reduza gradualmente (por exemplo, diminua de 5 a 10 mg/semana
por um período total de exposição a glicocorticoides de até 6 meses).
Glomerulosclerose segmentar e focal: 1 mg/kg (dose máxima: 60 a 80 mg/dia) uma vez ao dia
ou 2 mg/kg (dose máxima: 120 mg) em dias alternados; a duração da terapia depende da resposta
clínica e o cronograma de redução pode variar.
Pericardite aguda: inicial: 0,2 a 0,5 mg/kg/dia até a resolução dos sintomas por pelo menos 24
horas e a normalização dos biomarcadores inflamatórios (por exemplo, proteína C-reativa), se
monitorados; a dose inicial normalmente é continuada por 2 a 4 semanas e, em seguida, diminuída
gradualmente ao longo de 2 a 3 meses se o paciente permanecer assintomático e os
biomarcadores inflamatórios permanecerem normais.
Urticária: 35 a 40 mg uma vez ao dia até que os sintomas sejam controlados (geralmente ocorre
após 2 a 3 dias de terapia); em seguida, diminua 5 a 10 mg/dia durante um período de 2 a 3
semanas, seguido de descontinuação.
Efeitos colaterais
A prednisona e os corticoides em geral apresentam uma lista imensa de efeitos adversos possíveis, que
variam desde problemas estéticos até o desenvolvimento de diabetes mellitus e infecções graves.
Quanto maior for a dose e o tempo de tratamento, mais comuns e mais intensos tornam-se os efeitos
colaterais. Tratamentos por apenas 1 semana raramente provocam efeitos relevantes, mesmo em doses
altas. Por outro lado, tratamentos com doses acima de 20 mg que duram mais de 3 semanas
frequentemente provocam reações indesejadas. O mesmo risco elevado existe com os tratamentos que
duram meses, mesmoquando as doses são baixas.
O risco de infecção torna-se relevante nos pacientes que tomam 10 mg por dia ou mais de prednisona
por vários dias. Este risco torna-se muito elevado com doses acima de 40 mg por dia ou quando se
obtém uma dose acumulada de 700 mg de prednisona ao longo de todo o tratamento.
Entre os efeitos colaterais mais importantes do uso prolongado de prednisona, podemos citar:
Infelizmente, a lista acima cita apenas alguns dos efeitos possíveis. Isso nos mostra que a prednisona é
um medicamento cujo uso deve ser muito bem indicado, caso contrário, há o risco de o tratamento fazer
mais mal do que bem.
Tratamentos prolongados ou com doses elevadas por mais de 2 a 3 semanas só devem ser feitos
quando os malefícios da doença a ser tratada são mais graves que os efeitos colaterais possíveis.
Cuidados na hora de interromper a prednisona
https://www.mdsaude.com/exames-complementares/proteina-c-reativa-pcr/
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Como a prednisona inibe a produção natural do cortisol, a sua interrupção súbita após um tratamento
prolongado pode provocar um quadro de insuficiência adrenal, que é uma situação potencialmente fatal.
O risco de inibição prolongada da glândula supra-renal é maior nos tratamentos com doses superiores a
10 mg que duram mais de 3 semanas. Nestes casos, a prednisona não pode ser suspensa de uma só
vez. Em vez disso, deve ser feito um “desmame” do fármaco, que pode durar até alguns meses nos
pacientes que fizeram uso prolongado e com doses elevadas.
Existem diversos esquemas diferentes de desmame da prednisona, não havendo um protocolo que seja
mais eficaz. Em geral, sugere-se uma redução de 10 a 20% da dose a cada 1 ou 2 semanas até se
alcançar uma dose diária de 2,5 mg.
Interações medicamentosas
Medicamentos que podem diminuir a eficácia da prednisona: fenobarbital, fenitoína, rifampicina,
antiácidos e efedrina.
Medicamentos que podem aumentar o risco de efeitos colaterais da prednisona: medicamentos à
base de estrogênios, diltiazem, salicilatos, fluconazol e ritonavir.
Medicamentos cujos efeitos adversos podem ser potencializados pela prednisona: diuréticos, anti-
inflamatórios, digoxina, anfotericina B, varfarina, álcool.
Conclusões
A prednisona é uma droga poderosa, muito útil no tratamento de doenças graves, como vasculites,
cânceres, doença do colágeno ou situações de grande inflamação. O seu uso, entretanto, deve ser
muito criterioso, principalmente se o tempo estimado de tratamento for maior do que 2 a 3 semanas.
Nestes casos, a chance de efeitos adversos surgirem torna-se cada vez maior e os riscos e benefícios
do tratamento devem ser prudentemente avaliados.
Dúvidas comuns
Prednisona serve para dor de garganta?
Alguns médicos utilizam uma dose única de prednisona 60 mg nos adultos e 3,6 mg/kg nas crianças (ou
dose equivalente de qualquer outro corticosteroide) para acelerar o tempo de cura das faringites ou
amigdalites.
No entanto, essa conduta carece de fortes evidências científicas e parece que, na melhor das hipóteses,
tem um benefício muito pequeno, como uma redução de apenas 6 a 12 horas no tempo total de doença.
Por isso, atualmente, a Sociedade Americana de Infecciologia e as principais Sociedades de
Otorrinolaringologia não recomendam o uso de corticoides nas faringites (apesar de não
contraindicarem, caso o médico opte por prescrever).
A partir de qual dose da prednisona há risco de efeitos colaterais?
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Os efeitos colaterais da prednisona dependem de 2 aspectos: dose e duração. No entanto, não há uma
definição clara de quais são as doses e o tempo mínimo que a prednisona pode ser usada sem riscos de
efeitos adversos. Em geral, qualquer tratamento por mais de 7 dias já pode ocasionar problemas,
principalmente em pacientes idosos ou que apresentem elevado risco de sangramento gastrointestinal,
sepse ou insuficiência cardíaca congestiva.
Prednisona é um antibiótico? Serve para tratar infecções?
Não, a prednisona não é um antibiótico e, isoladamente, não serve para tratar infecções. No entanto,
como ela tem um forte efeito anti-inflamatório, ela pode ser utilizada junto com antibióticos para acelerar
a cura de alguns tipos de infecção.
Devo tomar a prednisona de quantas em quantas horas?
A prednisona deve ser tomada uma vez ao dia, de preferência de manhã, ao acordar. Eventualmente,
quando as doses forem altas, o médico pode prescrever a prednisona em dias alternados (dia sim, dia
não).
Prednisona faz o paciente urinar mais?
Apesar de não ser um efeito colateral comum em humanos, em alguns casos, o uso de prednisona em
doses mais altas pode provocar aumento temporário da diurese. Esse efeito colateral é bem mais
comum em cães do que em humanos (ocorre em até 30% dos animais tratados).
Prednisona serve para tratar gripe?
Não há evidências de que qualquer tipo de glicocorticoide seja eficaz no tratamento da gripe. Na
verdade, em uma meta-análise recente de estudos observacionais, o uso de glicocorticoides foi
associado a um risco aumentado de morte. Portanto, dada a possibilidade de dano, a prednisona ou
qualquer outro glicocorticoide não deve ser utilizada como terapia adjuvante no tratamento de pacientes
com gripe, exceto quando houver outra indicação para seu uso que não somente a infecção pelo vírus
Influenza.
Prednisona serve para tratar tosse?
A prednisona pode ser utilizada em casos selecionados de tosse. As três principais indicações são a
laringite grave em crianças, a tosse que persiste por mais de 2 semanas após cura de um quadro
infeccioso das vias respiratórias altas e os pacientes com tosse intensa por quadros de asma.

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