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[2023A]-[P1]-HP-Parte 3-Dados históricos-Parte 2 e 3-[13-02 e 07-03]-AVA

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Schultz e Schultz (2014)
Capítulo 2 – As influências filosóficas – p.21-45
Resumo
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
De acordo com Schultz e Schultz (2014) – continuação do capítulo 2
Prof. Ms. Elizeth Germano Mattos
1S/2021
Extraído de: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/filosofia-pode-apontar-respostas-a-vida/299112 - Acesso em: 13 mar. 2019
LINHA DO TEMPO DA FILOSOFIA (ref.Cap.2 – Schultz e Schultz, p.21-45)
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/filosofia-pode-apontar-respostas-a-vida/299112
Schultz e Schultz (2014)
Capítulo 3 – As influências fisiológicas – p.46-63
Resumo
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
De acordo com Schultz e Schultz (2014) – continuação do capítulo 3
Prof. Ms. Elizeth Germano Mattos
1S/2021
INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS NA PSICOLOGIA
(ref.Cap.3 – Schultz e Schultz, p.46-63)
N
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V
IL
 M
A
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L
Y
N
E
 
Astrônomo da realiza que 
trabalha no Observatório 
Real em Greenwich 
(Inglaterra), no ano de 
1795.
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id
 K
in
n
e
b
ro
o
k
Assistente de laboratório 
do reverendo NEVIL 
MASKELYNE (1732-1811), 
por aproximadamente 1 
ano e 8 meses.
Observava criteriosamente 
o movimento das estrelas 
e dos planetas (1794) – de 
acordo com os mesmos 
procedimentos de NEVIL; 
registrou meio segundo de 
atraso em relação às 
observações de NEIL.
Em 1796 aumentou seu 
ERRO em 8 décimos de 
segundo.
Foi demitido por NEIL
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 W
IL
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S
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L
Incidente ignorado por 20 
anos quando BESSEL (1784-
1846), astrônomo alemão, 
passou a investigar esse 
fenômeno.
Interessado em estudar os 
erros de medição
Hipótese: os “ERROS” 
poderiam ser atribuídos às 
diferenças individuais.
Confirmou a hipótese.
Entre astrônomos 
experientes, as divergências 
eram comuns.
Fenômeno que passou a ser 
chamado: “equação pessoal”
INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS NA PSICOLOGIA - continuação
F
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IE
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IC
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 W
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L
M
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L
DUAS CONCLUSÕES:
1 – Os astrônomos 
devem levar em 
consideração a natureza 
humana do observado; 
pois as características e 
percepções pessoais 
influenciam as 
observações
2 – Se a astronomia deve 
considerar o papel do 
observador, isto também 
serve para outras 
ciências que utilizam 
métodos de observação.
L
o
c
k
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 B
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rk
e
le
y 
Filósofos empiristas.
Debateram sobre a 
NATUREZA SUBJETIVA DA 
PERCEPÇÃO HUMANA.
Argumento/afirmação:
- Nem sempre há – ou que 
muitas vezes não há –
correspondência exata 
entre a natureza de um 
objeto e a nossa 
percepção sobre esse 
objeto.
F
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L
O
G
IS
T
A
S Os cientistas foram forçados a 
concentrar-se no papel do 
observador humano, como 
responsável pelos resultados 
das experiências.
Consequência:
- Estudo sobre os ÓRGÃOS DOS 
SENTIDOS HUMANOS –
mecanismos fisiológicos por 
onde recebemos informações 
do universo, para INVESTIGAR 
OS PROCESSOS PSICOLÓGICOS 
DA SENSAÇÃO E DA 
PERCEPÇÃO.
Começam a aplicar essa 
metodologia no estudo da 
SENSAÇÃO e a Psicologia já 
estava a um passo de seguir 
este caminho.
Mapeamento 
INTERNO das 
funções 
cerebrais
Mapeamento 
EXTERNO das 
funções 
cerebrais
Espírito do 
mecanicismo
Estudo do 
sistema 
nervoso
AVANÇOS INICIAIS DA FISIOLOGIA - continuação
• Franz Josef Gall - (1758-1828): 
CRANIOSCOPIA, conhecida por 
FRENOLOGIA.
• Irmãos Fowler (1830) abrem 
clínicas em NY, Boston e 
Filadélfia: atendimento, 
formação de frenologistas, 
“franquias”. Em 1838 – revista 
“Jornal Americano de 
Frenologia”, publicada por 70 
anos.
• Pierre Flourens: crítica à Gall –
indicação de erros.
• Daniel Robinson – historiador 
da Psicologia: “só porque algo é 
popular não significa ser 
verdadeiro”.
• Pesquisas diretamente nos 
tecidos cerebrais, 
possibilitando conhecer o 
cérebro: partes específicas 
de controle das diferentes 
funções cognitivas
• Impulsos nervosos;
• Direção dos impulsos nervosos;
• Estrutura anatômica.
• Mecanicismo: predominante na Fisiologia e
na Filosofia do séc. XIX – buscavam explicar
todos os fenômenos pelos princípios da física.
• Evolução até a Psicologia Experimental:
Hermann von Helmholtz, Ernest Weber,
Gustav Theodor Fechner e Wilhelm Wundt.
FISIOLOGIA – MAPEAMENTO INTERNO continuação
Marshall Hall (1790-1857) - Médico escocês – Londres
• Comportamento por reflexo em animais decapitados: terminações 
nervosas mantinham movimentos pós-morte.
Pierre Flourens (1794-1867) - Prof.História Natural – França
• Pombos: destruição sistemática de partes do cérebro e da medula 
espinhal – observação quanto as consequências.
• Cérebro médio controle sobre os reflexos visuais e auditivos;
• Cerebelo: a coordenação;
• Medula: batimento cardíaco, respiração e ouras funções vitais.
Hall e Flourens – descobertas
Válidas, porém secundárias para os propósitos da Psicologia por usar o 
MÉTODO DA EXTIRPAÇÃO.
MÉTODO CLÍNICO – 1861 – Doentes mentais
Paul Broca (1824 – 1880)
Autópsia de um homem com fala incompreensível: “Área de Broca = 
seção do cérebro de centro da fala.
ESTÍMULOS ELÉTRICOS – 1870
Gustav Fritsch e Eduard Hitzig
Coelhos e cães: fracas correntes para exploração do córtex cerebral –
provocava reações motoras (patas).
•França e Inglaterra: 
física e química –
céticos ao estudo da 
mente humana.
•Alemanha: fonética, 
linguística, história, 
arqueologia, estética, 
lógica, crítica literária e 
passaram a explicar a 
atividade mental.
Por que a 
ALEMANHA?
Início do Séc.XIX: 
liberdade 
acadêmica nas 
universidades da 
Alemanha.
Hermann von 
Helmholtz
1821-1894
Ernst Weber
1795-1878
Gustav Theodor 
Fechner
1801-1887
PRIMÓRDIOS DA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL
Alemanha (Potsdam); saúde 
frágil; um dos melhores 
cientistas do Séc.XIX –
pesquisador em Física e 
Fisiologia.
Tratamento mecanicista e 
determinista – crença: os 
órgãos sensoriais humanos 
funcionavam como máquinas.
Analogias técnicas: 
transmissão de impulsos 
nervosos com o telégrafo.
Contribuições: para o estudo 
dos sentidos, fortaleceu a 
abordagem experimental.
Alemanha (Wittenberg); doutorado em 
Leipzig (1815) onde lecionou 
Fisiologia e Anatomia até aposentar-
se em 1871.
Pesquisa: órgãos dos sentidos (sensações 
cutâneas e musculares)
Método: Experimental
Limiar de dois pontos: ponto onde é 
possível distinguir 02 pontos de estímulo 
(aparelho semelhante ao compasso)
Diferenças mínimas perceptíveis: 
investigou a menor diferença detectável 
entre 02 estímulos físicos.
Alemanha.
Medicina em Leipzig onde permaneceu 
trabalhando.
Visão humanista contrária ao mecanicismo 
dominante na medicina – pseudônimo de 
“dr. Mises” - escreveu sátiras 
ridicularizando a medicina e a ciência.
Áreas: física, matemática e sensação 
(imagens persistentes – acidente com s 
olhos - sol/lentes coloridas
Teve depressão / natureza neurótica
Relação quantitativa entre mente e 
corpo (1850)
Métodos da psicofísica: estudo das 
relações dos processos mental e físico.
Schultz e Schultz (2014)
Capítulo 1- O estudo da história da psicologia – p.1-20
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
De acordo com Schultz e Schultz (2014) – continuação do capítulo 1
Prof. Ms. Elizeth Germano Mattos
1S/2021
DADOS HISTÓRICOS: 
RECONSTRUINDO O PASSADO DA PSICOLOGIA 
Historiografia: técnicas, princípios, métodos e questões filosóficas empregadas na pesquisa
histórica.
❑ Os dados históricos (materiais) usados pelos historiadores para reconstituir vidas, fatos e
épocas, diferem dos dados científicos.
❑ O aspecto que mais distingue um do outro é a forma como são coletados.
Os psicólogos podem conduzir uma experiência em laboratório, observar o
comportamento do mundo real sob condições controladas, fazer uma pesquisa ou
calcular a correlação estatística entre duas variáveis. Usando esses métodos, esses
cientistas obtém uma medida de controle sobre as situações ou eventos que
escolheram estudar. Por sua vez, esses eventos podem ser reconstruídos ou
replicados por outros cientistas em épocas e lugares diferentes. Assim, é possível
verificar os dados posteriormente,estabelecendo condições similares àquelas do
estudo original e repetindo as observações (p.5).
[...] os dados históricos não podem ser reconstruídos ou replicados. [...] os pesquisadores não
podem controlar ou reconstruir os eventos do passado para examiná-los à luz do
conhecimento atual.
Embora não possam repetir a situação para gerar os dados corretos, os historiadores ainda
têm informações significativas para análise. Os dados sobre os acontecimentos do
passado estão disponíveis na forma de fragmentos, descrições escritas por
participantes ou testemunhas, cartas e diários, fotografias e peças de equipamentos de
laboratório, entrevistas, e outras descrições oficiais. E com base nessas fontes, nesses
fragmentos, que os historiadores tentam recriar os eventos e as experiências do passado.
[...] as escavações da história podem produzir fragmentos de dados extremamente
substanciais, a ponto de deixar poucas dúvidas em relação à precisão do registro. No
entanto, há outras circunstâncias em que os dados podem ser perdidos, distorcidos ou,
de alguma forma, comprometidos (p.5).
Dados perdidos ou omitidos
Exemplos de registros históricos incompletos e/ou extraviados
Dados perdidos deliberadamente (dados incompletos):
John B. Watson, o fundador do behaviorismo.
Antes de morrer, em 1958, aos 80 anos, ele queimou suas cartas,
manuscritos e notas de pesquisa, destruindo todo o registro não publicado
de sua vida e carreira.
Logo, esses dados estão para sempre perdidos para a história.
Dados extraviados:
2006 – Descobertas + de 500 páginas manuscritas (armários-casa) na
Inglaterra.
Atas de reuniões (1661 a 1682) registradas por Robert Hooke (cientista
da época) - revelaram trabalho feito com o microscópio, e detalhes da
descoberta da bactéria e do espermatozoide.
Também foi encontrada a correspondência entre Hooke e Isaac Newton a
respeito da gravidade e do movimento dos planetas.
1984 – cerca de 75 anos após a morte de Hermann Ebbinghaus, foram
descobertos alguns de seus trabalhos. Ele se destacou no estudo da
aprendizagem e da memória.
1983 - Descobertas 10 caixas contendo diários manuscritos de Gustav
Theodor Fechner, que desenvolveu a psicofísica. Esses diários
registravam o período de 1828 a 1879, época significativa dos primórdios
da história da psicologia, ainda que, por mais de 100 anos, psicólogos
desconhecessem sua existência. Muitos autores escreveram livros sobre
os trabalhos de Ebbinghaus e Fechner sem ter acesso a essas
importantes coleções de documentos pessoais.
John B. Watson (EUA) 
1878-1958
Início do Behaviorismo
Hooke (Londres-Reino Unido)
1635-1703
Isaac Newton 
(Londres-Reino Unido)
1643-1727
Ebbinghaus
(Alemanha) 
1850-1909
Nova Psicologia
Fechner
(Leipzig - Alemanha) 
1801-1887
Influência Fisiológica
Em raras e insólitas circunstâncias, os dados históricos podem
ter sido roubados e não recuperados, senão, após muitos anos.
Charles Darwin (tema de + de 200 biografias).
Certamente podemos afirmar que o registro escrito da sua vida e
do seu trabalho hoje está́ completo e bem apurado.
Mas, recentemente, em 1990, mais de 100 anos depois da sua
morte, muito material novo foi colocado à disposição, até́ os cadernos
e as cartas pessoais que não estavam acessíveis para a análise dos
biógrafos anteriores.
Descobrir esses novos fragmentos de história, significa que mais
peças do quebra-cabeça podem se encaixar.
Em 1641, um matemático italiano roubou mais de 70 cartas do
filósofo francês René Descartes. Uma das cartas foi descoberta em
2010 em uma coleção abrigada em uma universidade nos Estados
Unidos e, posteriormente, devolvida à França (SMITH, 2010).
Charles Darwin 
(Reino Unido) 
1809-1882
Funcionalismo
René Descartes
(França) 
1596-1650
Influência Filosófica
Outras informações podem ter sido deliberadamente ocultadas, omitidas ou alteradas a fim de
proteger a reputação das pessoas envolvidas.
Ernest Jones, o primeiro biógrafo de Sigmund Freud, minimizou de propósito a menção sobre o
uso que Freud fazia da cocaína, comentando em uma carta: “Acho que Freud usava mais cocaína do
que deveria, no entanto, não menciono esse fato [na minha biografia]” (ISBISTER, 1985, p. 35). Sendo
que, informações descobertas mais recentemente confirmam o uso de cocaína, por mais tempo do que
Jones estava disposto a admitir em seu livro (p.7).
Sigmund Freud (pai da psicanálise) morreu em 1939, e, passados 70 anos de sua morte, vários de
seus documentos e cartas foram publicados ou divulgados aos pesquisadores. Grande quantidade de
documentos é mantida pela Biblioteca do Congresso, em Washington, e, alguns desses documentos
não estiveram disponíveis durante muitos anos a pedido dos herdeiros de Freud. A alegação formal
para essa restrição é a de proteger a privacidade dos pacientes de Freud e suas famílias e talvez a
reputação do próprio Freud e seus familiares (p.7).
Um famoso pesquisador de Freud encontrou variações consideráveis nas datas de divulgação
desse material. Por exemplo, uma carta para Freud de seu filho mais velho está selada até́ o
ano de 2032. Os psicólogos não sabem como esses documentos e manuscritos afetarão nossa
compreensão de Freud e seu trabalho. Entretanto, até que esses fragmentos de dados estejam
disponíveis para estudo, nosso conhecimento a respeito de uma das figuras centrais da
psicologia permanecerá incompleto e talvez impreciso (p.7-8).
Quando a correspondência do psicanalista Carl Jung foi
publicada, as cartas foram selecionadas e editadas de forma
que apresentassem uma impressão positiva de Jung e do seu
trabalho. Além disso, descobriu-se que a chamada
autobiografia de Jung não foi escrita por ele, mas por um leal
assistente. As palavras de Jung foram “alteradas ou
excluídas para a sua imagem ficar de acordo com a
desejada por seus familiares e discípulos [...]
Obviamente, o material desabonador foi omitido” (NOLL,
1997, p. xiii).
Estudioso que catalogou os escritos de Wolfgang Köḧler
(fundador da escola de pensamento “psicologia da Gestalt”)
ao revisar o material selecionado para publicação, omitiu
determinadas informações com o objetivo de melhorar a
imagem de Köhler. Os trabalhos haviam sido
“cuidadosamente selecionados para apresentar um perfil
favorável de Köhler”. Posteriormente, um historiador, ao rever
os trabalhos, confirmou o problema básico com os dados da
história [...] (Ley, 1990, p. 197).
Wolfgang Köhler
(Estónia - Europa) 
1887-1967
Psicologia da Gestalt
Carl Gustav Jung
(Suíça) 
1875-1961
Psicanálise – período pós-fundação
Dados distorcidos na tradução
Informações que chegam de forma distorcida aos historiadores.
Exemplo: dados alterados, talvez por causa de erro de tradução de uma língua para outra ou pelas distorções
introduzidas de propósito ou por descuido, pelo participante ou observador que registrou os eventos relevantes.
Freud - impacto desorientador das traduções. Não são muitos os psicólogos com fluência suficiente em alemão para ler
Freud no idioma original. A maioria confia na opção mais adequada feita pelo tradutor para uma palavra ou frase, mas a
tradução nem sempre transmite a intenção original do autor.
Os três conceitos fundamentais da teoria da personalidade: id, ego e superego. Entretanto, essas palavras não
representam com precisão as ideias de Freud. Elas são o equivalente em latim das palavras de Freud em alemão:
id para Es (que literalmente se traduz como “isso”);
ego para Ich (“Eu”);
superego para Über-Ich (“sobre-Eu”).
Para Freud:
Ich (“Eu”) seria para descrever algo íntimo e pessoal, diferenciando-o de Es (“isso”), sendo esse último algo
distinto ou externo do “Eu”.
A opção do tradutor pelo uso das palavras ego e id, em vez de “Eu” e “isso”, transformou estes conceitos pessoais em
“termos técnicos frios, que não denotam as associações pessoais” (BETTELHEIM, 1982, p. 53).
Desse modo, a distinção entre “Eu” e “isso” (ego e id) não expressa com a mesma força a intenção de Freud.A expressão livre associação cunhada por Freud.
A palavra associação implica a conexão entre uma ideia ou um pensamento, de modo que
cada um atuasse como estímulo para provocar o seguinte em uma cadeia de estímulos.
Não foi isso que Freud propôs - o seu termo em alemão era Einfall: com o significado
de intrusão ou invasão, e não associação.
A intenção de Freud não era descrever uma simples conexão de ideias, mas expressar
algo da mente inconsciente que incontrolavelmente invade ou penetra à força o
pensamento consciente.
Dados históricos, conforme, as palavras de Freud, foram mal interpretados na tradução.
Informações tendenciosas
As atitudes dos próprios personagens, na narração de eventos importantes, também podem afetar os
dados históricos.
As pessoas produzem, consciente ou inconscientemente, relatos tendenciosos para se protegerem
ou para melhorarem sua imagem pública.
Burrhus Frederic Skinner (psicólogo behaviorista) descreveu em sua biografia a rigorosa disciplina a
que se impunha como estudante de pós-graduação em Harvard, no fim da década de 1920.
Eu acordava às 6, estudava até a hora do café da manhã, assistia às aulas,
seguia para os laboratórios e para as bibliotecas e não tinha mais que 15 minutos
livres durante o dia, estudava até́ exatamente 9 horas da noite e dormia. Não
frequentava cinema ou teatro, raramente assistia a concertos e poucas vezes saía
para namorar, e os únicos livros que lia eram de psicologia e fisiologia (Skinner,
1967, p. 398) (p.8).
12 anos após a publicação desse material, e 51 anos depois dos eventos descritos, Skinner negou que
seus dias no curso de pós-graduação tenham sido tão rigorosos assim. Ele disse: “Eu estava me
valorizando em vez de descrever a vida que realmente levava” (SKINNER, 1979, p. 5).
Portanto, algumas distorções da história podem ser investigadas e as divergências podem ser
resolvidas consultando outras fontes.
Um biógrafo, descobriu com um ex-colega que Skinner terminava os trabalhos no laboratório antes
dos demais alunos e passava o restante das tardes jogando pingue-pongue (BJORK, 1993).
Freud gostava de se fazer mártir da causa psicanalítica, um visionário desprezado, rejeitado e caluniado
pela comunidade médica e psiquiátrica. Ernest Jones, o primeiro biógrafo de Freud, reforça essas
queixas em seus livros (JONES, 1953, 1955, 1957).
Skinner - (EUA) 
1904-1990
Behaviorismo
Período pós-fundação
Informações tendenciosas
Informações descobertas posteriormente revelaram:
❖ Que o trabalho de Freud não foi ignorado durante sua vida;
❖ Quando estava na meia-idade, suas ideias exerceram enorme influência na geração mais jovem de
intelectuais;
❖ Sua prática clínica prosperava e ele era descrito como uma celebridade.
❖ O próprio Freud foi responsável por tornar esses registros obscuros.
O QUE ESSES PROBLEMAS COM OS DADOS HISTÓRICOS SIGNIFICAM 
PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA?
❖ Eles mostram principalmente que a compreensão da história é dinâmica. 
❖ A história se modifica e evolui continuamente, além de ser refinada, aprimorada e corrigida sempre que 
novos dados são revelados ou reinterpretados. 
❖ A história não pode ser considerada terminada ou completa - está sempre em progresso, ou seja, é uma 
história sem fim. 
❖ A narrativa do historiador pode apenas aproximar ou discutir a verdade; no entanto, o registro é
complementado a cada nova descoberta ou análise sobre os fragmentos dos dados históricos. 
Forças contextuais na psicologia
Uma ciência como a psicologia não se desenvolve no vazio, está sujeita às influências internas, e por
fazer parte de uma cultura mais ampla também sofre influência das forças externas, que dão forma à
sua natureza e direção.
Para entender a história da psicologia, é necessário:
❖ Analisar o contexto em que a disciplina se desenvolveu, as ideias predominantes na ciência e
cultura da época, ou seja, o Zeitgeist (clima intelectual e cultural ou espírito da época);
❖ Examinar as forças sociais, econômicas e políticas existentes.
Oportunidades advindas da economia
Primeiros anos do século XX: mudanças drásticas na natureza da psicologia nos Estados Unidos e no tipo de
trabalho que os psicólogos estavam desenvolvendo.
Principalmente em razão do cenário econômico, oportunidades surgiram para que os psicólogos aplicassem
seus conhecimentos e técnicas para solucionar os problemas do mundo real.
No fim do século XIX, o número de laboratórios de psicologia nos Estados Unidos crescia bastante, e aumentava a
quantidade de psicólogos em busca de oportunidades de trabalho.
Por volta de 1900, havia três vezes mais psicólogos com doutorado do que laboratórios onde pudessem trabalhar.
Oportunidades advindas da economia – pouca verba para pesquisa em psicologia
– área da educação abre espaço
O número de vagas para professores aumentava à medida que os Estados do meio-oeste e oeste criavam as
universidades. Sendo uma ciência muito recente na maioria das universidades, a psicologia recebia a menor verba
orçamentária. Comparado aos demais departamentos, como os de física e química, o de psicologia muitas vezes
era, o que apresentava o menor orçamento anual.
Havia menos verba para os projetos de pesquisa, equipamentos de laboratório e salários do corpo docente. Os
psicólogos logo perceberam que para melhorar os departamentos acadêmicos, verbas e receitas, eles deveriam
provar à direção das universidades e autoridades governamentais que a psicologia podia ser útil na solução dos
problemas sociais, educacionais e industriais. E assim, com o passar do tempo, os departamentos de psicologia
começaram a ser avaliados com base no seu valor prático (p.10).
Mudanças sociais observadas na população norte-americana criaram oportunidade para os psicólogos
aplicarem suas habilidades. Educação pública se transforma em uma indústria crescente, devido a:
Fluxo de entrada de imigrantes nos Estados Unidos;
Aliado à alta taxa de natalidade.
Matrículas nas escolas públicas crescem 700% (1890 e 1918);
Escolas de ensino médio eram construídas na proporção de 1/dia.
Verbas maiores para a educação do que para os programas sociais ou de defesa juntos.
Muitos psicólogos tiraram proveito dessa situação e rapidamente buscaram formas de aplicar o conhecimento e
métodos de pesquisa à educação. Essa atividade estabeleceu a mudança fundamental na ênfase da psicologia
norte-americana, que passou dos experimentos nos laboratórios acadêmicos para a aplicação da psicologia nas
questões do ensino e da aprendizagem (p.10).
As guerras mundiais
As guerras foram outra força contextual que ajudou a estruturar a psicologia moderna,
criando oportunidades de trabalho para os psicólogos.
As guerras provocaram grande impacto pessoal nas ideias de vários teóricos importantes.
Sigmund Freud: após testemunhar a carnificina da 1ª Guerra Mundial, propôs a agressão
como força motivadora significativa da personalidade humana.
Erich Fromm (teórico da personalidade e ativista da paz): atribuiu seu interesse pelo
comportamento anormal ao fanatismo que varreu a Alemanha, sua terra natal, durante a
guerra.
A 2ª Guerra Mundial também alterou a constituição e o destino da psicologia europeia,
principalmente na Alemanha (onde surgiu a psicologia experimental) e na Áustria (o berço da
psicanálise).
Muitos pesquisadores e teóricos renomados fugiram da ameaça nazista na década de 1930, e
a maioria passou a viver nos Estados Unidos. Esse exílio forçado marcou a fase final de
transferência da psicologia da Europa para os Estados Unidos.
As experiências dos psicólogos norte-americanos, colaborando com o
esforço de guerra nas duas Guerras Mundiais, aceleraram o
desenvolvimento da psicologia aplicada e estenderam a sua influência
para áreas como seleção de pessoal, testes psicológicos e psicologia
aplicada à engenharia. Esse trabalho demonstrou à grande parte da
comunidade psicológica e ao público em geral a importante ajuda
que a psicologia tinha a oferecer(p.10).
Erich Fromm 
Psicanalista alemão, 
filósofo e sociólogo 
1900-1980
Freud – de família judaica
Início da Psicanálise
Nascimento: 06/maio/1856 em 
Freiberg, na Morávia, então 
pertencente ao Império Austríaco, 
região atualmente chamada de Příbor, 
República Tcheca.
Falecimento: 23/set.1939 em 
Hampstead, Londres, Reino Unido
Casa/Museu: Viena (Áustria)
280Km de Příbor
Formação: Universidade de Viena 
(1873–1881)
Preconceito e discriminação
❖ Discriminação por raça, religião e sexo
❖ Discriminação contra as mulheres
❖ Discriminação com base em origem étnica
❖ Os afro-americanos enfrentaram fortes preconceitos da psicologia em geral
Durante vários anos, esses preconceitos influenciaram 
algumas questões básicas, como quem poderia ser psicólogo 
ou onde ele ou ela poderiam encontrar trabalho. 
Preconceito e discriminação – discriminação contra as mulheres
❖ A discriminação disseminada contra as 
mulheres existiu por toda a história da 
psicologia; 
❖ Há exemplos de que mulheres não eram 
admitidas no programa de pós-graduação ou 
eram excluídas do corpo docente;
❖ Mesmo quando estavam capacitadas a 
ocupar essas posições, recebiam salários 
inferiores aos dos homens e encontravam 
barreiras para obter uma promoção ou uma 
titularidade;
❖ Por muitos anos, a única posição acadêmica 
tipicamente acessível às mulheres 
encontrava-se nas faculdades 
exclusivamente femininas;
❖ Muitas dessas entidades praticavam uma 
forma própria de discriminação, recusando a 
contratação de mulheres casadas. A 
justificativa dada era de que a mulher não 
estava capacitada a administrar ao mesmo 
tempo a vida doméstica e a carreira docente. 
Eleanor Gibson, por exemplo, recebeu prêmios da APA, bem como
diversos títulos honorários de doutora e a Medalha Nacional da Ciência
por seu trabalho sobre o desenvolvimento perceptual e a aprendizagem.
Quando se candidatou ao programa de pós-graduação na Yale University,
na década de 1930, disseram-lhe que o diretor do laboratório de primatas
não permitia a presença de mulheres em suas instalações. Ela também
foi impedida de participar de seminários sobre a psicologia freudiana. E,
ainda, as mulheres eram proibidas de usar a biblioteca dos estudantes de
pós-graduação ou a lanchonete, que eram de uso exclusivo dos homens.
Trinta anos depois, a situação não havia mudado muito. Sandra Scarr,
uma psicóloga do desenvolvimento, lembrou-se da entrevista de
admissão no programa de pós-graduação da Harvard University, em
1960. Gordon Allport, então um eminente psicólogo da personalidade,
disse-lhe que a Harvard não gostava de admitir mulheres. Ele disse:
“Setenta e cinco por cento de vocês se casam, têm filhos e nunca
terminam a graduação; enquanto o restante nunca chega a lugar
nenhum!”, e Scarr acrescentou: E, então, eu me casei, tive um filho no
terceiro ano da pós-graduação e fui imediatamente excluída. Ninguém me
respeitaria como cientista, nem faria algo por mim, como escrever uma
carta de recomendação ou ajudar a conseguir um emprego. Ninguém
acreditava que uma mulher com filhos pequenos pudesse realizar algo.
Então, comecei a bater de porta em porta, expondo-me até́ conseguir um
emprego. Finalmente, depois de 10 anos e de publicar vários artigos,
meus colegas começaram a me respeitar como psicóloga. (Scarr, 1987, p.
26) (p.11 - grifo nosso).
Preconceito e discriminação – contra as mulheres
Apesar desses exemplos de discriminação, os
registros da psicologia relativos à igualdade de
tratamento entre homens e mulheres são muito
mais explícitos do que os de outras disciplinas e
profissões acadêmicas.
Mais ou menos no início do século XX, 20 mulheres
receberam o título de doutorado em psicologia.
James McKeen Cattell, pioneiro no movimento dos
testes mentais, liderou o movimento para a
aceitação das mulheres na psicologia, lembrando
aos colegas que eles não deveriam “traçar uma
fronteira do sexo” (carta não publicada apud SOKAL,
1992, p. 115).
Outras associações profissionais negaram a 
participação das mulheres:
No 2º encontro anual da APA (1893), Cattell nomeou 02 mulheres como
membros. Principalmente por causa de seus esforços. A APA foi a
primeira sociedade científica a admitir mulheres.
Entre 1893 e 1921, a APA elegeu 79 mulheres como membros,
representando 15% do total de novos associados desse período.
Por volta de 1938, 20% dos psicólogos listados na American Men of
Science eram mulheres, as quais representavam quase um terço de todos
os membros da APA.
Em torno de 1941, mais de 1000 mulheres completaram a pós-graduação
em psicologia e um quarto de todos os psicólogos com Ph.D. eram
mulheres (CAPSHAW, 1999).
Em 1905, Mary Whiton Calkins tornou-se a 1ºmulher a presidir a APA
Em 2007, Sharon Brehem tornou-se a 11ª presidente da APA.
Médicas: foram aceitas na Associação Médica Americana (American
Medical Association – AMA) somente a partir de 1915 (WALSH, 1977).
Advogadas: foram excluídas da Ordem dos Advogados dos Estados
Unidos (American Bar Association – ABA) até́ 1918; e somente em 1995
a ABA elegeu a primeira presidente (FURUMOTO, 1987;
SCARBOROUGH, 1992).
James McKeen Cattell 
Estados Unidos
Psicologia e Psicometria
1860-1944
Psicologia Aplicada
Preconceito e discriminação – com base em origem étnica
❖ Na década de 1960, homens e mulheres judeus enfrentaram cotas de admissão em
faculdades e cursos de pós-graduação. Um estudo sobre a discriminação contra judeus, na
época, em três universidades de elite – Harvard, Yale e Princeton – verificou que essas práticas de
exclusão eram bastante difundidas.
❖ Os alunos judeus que conseguiram ser admitidos e chegaram a receber um diploma de doutorado
em psicologia ainda sofreram com antissemitismo (atitude política adversa aos judeus). A Johns
Hopkins University, em Baltimore, Maryland, e a Clark University, em Worcester, Massachusetts,
02 instituições importantes na história da psicologia, foram fundadas no fim dos anos 1800, tinham
como regra não contratar professores judeus. Em outras faculdades eram raras as posições
acadêmicas disponíveis para psicólogos judeus.
❖ Esses e outros incidentes semelhantes levaram vários psicólogos judeus a trabalhar com a
psicologia clínica, que oferecia mais oportunidades de emprego, em vez de tentar inutilmente
seguir a carreira acadêmica.
Preconceito e discriminação – afro-americanos enfrentaram fortes preconceitos da psicologia
■ Em 1940, somente 04 faculdades para
negros nos Estados Unidos ofereceram os
cursos de graduação em psicologia.
■ Quando o negro era aceito em uma
universidade para brancos, enfrentava uma
série de barreiras para conseguir frequentar
os cursos.
■ Nas décadas de 1930 e 1940, diversas
faculdades nem permitiam que os negros
morassem no campus.
Francis Sumner, o primeiro negro a obter o título de
doutorado em psicologia, recebeu, em 1917, uma
carta de recomendação considerada excelente, para
um estudante de pós-graduação.
O seu orientador o descreveu como “um homem de cor
[...] relativamente livre das características físicas e
mentais que muitas pessoas de outras raças consideram
tão condenáveis” (SAWYER, 2000, p. 128).
Quando Sumner matriculou-se para o curso de pós-
graduação na Clark University, a direção da faculdade
providenciou uma mesa separada no refeitório para
ele e para os poucos colegas que se dispunham a
acompanhá-lo nas refeições.
Preconceito e discriminação – afro-americanos enfrentaram fortes preconceitos da psicologia
■ Em 1933, Inez Beverly Prosser tornou-se a 1ª mulher negra a
conseguir um Ph.D. em psicologia. Contudo, sua carreira ficou
restrita ao ensino em pequenas universidades do sul,
historicamente, universidades para negros (BENJAMIN, 2008).
■ Mamie Phipps Clark obteve o doutorado na Columbia
University, mas, além de discriminação racial, enfrentou
discriminação sexual. Embora seu marido, Kenneth Clark,
fizesse parte do corpo docente da City College, ela foi barradadas posições acadêmicas. Ela conseguiu um emprego como
analista de dados de pesquisa, posição inferior e que ela
considerava “humilhante” para uma psicóloga com Ph.D. (M. P.
Clark apud Guthrie, 1990, p. 69). Trabalhando com Kenneth
Clark, Mamie Clark montou um pequeno consultório na entrada
de uma loja, oferecendo atendimento psicológico para crianças,
e até́ mesmo aplicando testes. Em 1939 e 1940, Mamie e
Kenneth Clark conduziram um importante programa de
pesquisa sobre a identidade racial e as questões de
autoconceito das crianças negras. Os resultados desse
trabalho foram citados em 1954, na Suprema Corte dos
Estados Unidos, em uma decisão que se tornou um marco
para o fim da segregação racial nas escolas públicas. Em
1971, Kenneth Clark presidiu a APA, sendo o primeiro afro-
americano eleito a ocupar essa posição.
■ A principal universidade a dar
formação em psicologia para
estudantes negros era a Howard
University, em Washington, DC.
■ Na década de 1930, a escola era
conhecida como a “Harvard dos
Negros” (PHILLIPS, 2000, p. 150).
■ O título de Ph.D. era o primeiro
obstáculo a ser vencido pelos
negros e o próximo era encontrar
um emprego digno.
❖ Desde a década de 1960, a APA tem feito esforços para trazer maior diversidade à área,
expandindo oportunidades para que minorias étnicas possam frequentar cursos de pós-
graduação e para aumentar sua presença entre o corpo docente das faculdades.
❖ Apesar dessas iniciativas, a representação de minorias entre professores com Ph.D. nas
universidades não tem crescido na mesma proporção dos afro-americanos ou hispânico-
americanos na população em geral. Por exemplo, de acordo com os dados publicados
pela APA, em 2007, 66% dos atuais estudantes com Ph.D. em psicologia eram brancos;
7,4% eram negros, 7,6% hispânicos, e 6% asiáticos.
A historia de uma disciplina como a psicologia envolve a descrição das principais
descobertas, o esclarecimento das questões prioritárias e a identificação das “personagens
importantes” no contexto de um Zeitgeist nacional ou internacional. Quem executa o trabalho
rotineiro de uma disciplina provavelmente não terá́ destaque [...]. Os psicólogos com muito
talento que, no entanto, atuem com discrição, lecionando, atendendo pacientes, realizando
experiências, compartilhando as informações com os companheiros de profissão [...] poucas
vezes serão reconhecidos publicamente, a não ser por um grupo restrito de colegas. (PATE;
WERTHEIMER, 1993, p. xv) (p.14).
❖ A história ignora o trabalho cotidiano da maioria dos psicólogos, independentemente,
do sexo ou da etnia.
Concepções da história científica
■ TEORIA NATURALISTA
Visão de que o progresso e as mudanças na
histórica científica são atribuídas ao Zeitgeist, que
torna a cultura receptiva a algumas ideias, mas
não a outras.
O conceito de resposta condicionada foi sugerido
em 1763 por Robert Whytt (cientista escocês) e
não despertou interesse. Mais de 1 século depois,
quando os pesquisadores buscam métodos de
pesquisa mais objetivos, Ivan Pavlov (psicólogo
russo) aprimorou as observações de Whytt,
expandiu e transformou em base para um novo
sistema de psicologia.
■ TEORIA PERSONALISTA
Visão de que o progresso e as mudanças
na histórica científica são atribuídas às
ideias de um único indivíduo.
Realizações e contribuições de pessoas
específicas.
Perspectivas de análise do desenvolvimento histórico da psicologia científica
Cada teoria tem seu mérito, mas isoladas não são suficientes para explicar todo o 
desenvolvimento da ciência ou da sociedade.
O DESABROCHAR DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Os pioneiros e o pai da psicologia científica
Dois nomes se ligam à data do nascimento da psicologia e disputam a sua paternidade.
GUSTAV THEODOR FECHNER – 1801-1887 - influência fisiológica
WILHELM WUNDT – 1832-1920 - Pai da Psicologia Moderna
FECHNER - está relacionado com a publicação de sua obra "Elementos de Psicofísica" (1860).
WUNDT - está ligado à publicação de seu livro “Elementos de Psicologia Fisiológica” (1864) e à
criação do 1º laboratório psicológico, em Leipzig, Alemanha (1879)
Watson (EUA) 
1878-1958
CONSIDERANDO QUALQUER UMA DESSAS DATAS, O CERTO É QUE FOI, NA 2ª METADE DO 
SÉCULO XIX E NA ALEMANHA, QUE VEIO À LUZ ESSA NOVA CIÊNCIA. 
➢ Isso não quer dizer que outros países não participaram do acontecimento.
Já foi visto que, tanto na França (Descartes) como na Inglaterra, essa ciência estava bem
representada e, sem dúvida, esses países colaboraram muito na efetivação desse fato.
Os Estados Unidos, na época, davam os primeiros passos na conquista desses conhecimentos, com
William James em Harvard.
Charles Darwin 
(Reino Unido) 
1809-1882
James McKeen Cattell - Estados Unidos
Psicologia e Psicometria - 1860-1944
William James
Filósofo – Médico - Psicólogo 
(EUA) - 1842 – 1910
Origem das espécies por meio da seleção natural
Influência na psicologia contemporânea:
- Enfoque na psicologia animal (base da psicologia comparativa;
- Não enfatizou a estrutura da consciência, mas sim a estrutura das funções;
- Aceitação da metodologia e de dados de diversas áreas;
- Enfoque na descrição e mensuração das diferenças individuais
GUSTAV THEODOR FECHNER (1801-1887) – Alemão
➢ Fechner era físico, filósofo e místico. 
➢ Lutou contra o materialismo e era a favor do espiritualismo. 
➢ Tinha a preocupação com Deus e a alma. 
Obra: “Elementos de Psicofísica” = marco na história da psicologia.
O ponto central de suas preocupações e de sua obra:
➢ Encontrar a relação existente entre mente x corpo, físico x psíquico.
➢ Adota a ideia do paralelismo = considera mente x corpo como sendo 02 faces da mesma moeda.
➢ Demonstra que existe uma ligação entre esses dois mundos e é uma relação matemática, quantitativa.
➢ Para chegar a essa conclusão, fez diversas experiências, testando os processos psicológicos com os métodos
das ciências exatas.
Achava que as sensações só poderiam ser testadas através dos estímulos:
➢ Ao modificar um estímulo, aumentando-o ou diminuindo-o, este iria modificar, mais ou menos, as
sensações (relação matemática).
➢ Está seria a chave das relações e da unidade mente x corpo.
Dessas experiências, nasceram os métodos psicofísicos, experimentais e quantitativos que constituíram a sua
maior e mais importante contribuição para a história do desenvolvimento da nova ciência.
➢ Foi uma contribuição metodológica.
➢ Estes métodos constituem, ainda hoje, os melhores instrumentos de pesquisa psicológica e, por isso, pode ser
considerado o precursor da psicometria.
Fechner
(Leipzig - Alemanha) 
1801-1887
Escolas de pensamento na evolução da Psicologia Moderna
■ Forte influencia de Wilhelm Wundt
– Ideias precisas sobre a forma da nova ciência;
– Estabeleceu: metas, objeto de estudo, métodos e 
tópicos de pesquisa; 
– Foi influenciado pelo espírito da época, ou seja, 
pelos pensamentos filosóficos e fisiológicos;
– Assumir o papel de agente do Zeitgeist e; 
– Uniu as linhas do pensamento filosófico e científico.
Mais não demorou para aparecerem divergências e em 
1900, diversas posições sistemáticas e escolas 
pensamento coexistiram, apesar das divergências.
Durante o último quarto do século XIX – anos iniciais da 
EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA como DISCIPLINA CIENTÍFICA
Wilhelm Maximilian Wundt
1832-1920
Médico, filósofo e psicólogo alemão. 
Considerado um dos fundadores da psicologia 
experimental, junto com
Ernst Heinrich Weber e Gustav Theodor Fechner
Psicologia e Psicometria
1860-1944
Psicologia Aplicada
➢ A vida de Wundt e a história da psicologia foram marcadas pela publicação
do livro “Elementos de Psicologia Fisiológica” (1864) e pela fundação, em
Leipzig, do laboratório para pesquisas psicológicas (1879).
➢ A afirmação da psicologia, como ciência autônoma e experimental, liga-se a
esses dois fatos e dão a Wundt a sua paternidade.
QUANTO AO LIVRO:
➢ Neste livro Wundt reúne as raízes ou tendências científicas e filosóficas
da psicologia.
➢ Classifica e agrupa os elementosda vida mental, determina o seu objeto
e objetivo, enuncia os princípios e problemas, estabelece os métodos de
estudo, enfim, estrutura e normatiza a psicologia. Com isso, dá-lhe,
também, uma nova definição.
➢ A psicologia deixa de ser o estudo da vida mental e da alma e passa a ser
o estudo da consciência ou dos fatos conscientes.
➢ Estruturada e sistematizada, a psicologia passa a ser uma ciência
autônoma, não mais um apêndice da filosofia ou da fisiologia.
FUNDAÇÃO DO LABORATÓRIO PARA PESQUISAS PSICOLÓGICAS:
➢ Veio complementar e testar tudo aquilo que já havia sido dito no seu livro.
➢ O grande desafio e principal objetivo era o de estudar os processos mentais através dos métodos
experimentais e quantitativos.
➢ Os métodos fundamentaram seu trabalho: observação, experimentação, quantificação e introspecção.
➢ Limitava a experimentação ao estudo dos conteúdos experimentais básicos: sensação e a associação.
➢ Como a experimentação inclui a introspecção (subjetiva) não poderia ser utilizada para os estudos dos
processos mentais mais elevados como o pensamento, criações artísticas, personalidade, etc. Achava que
esses só poderiam ser estudados através dos produtos sociais e culturais, como: linguagem, arte,
costumes, leis, pelos métodos - histórico e observação.
➢ Era um ELEMENTISTA - analisava os compostos e complexos conscientes: sensação e sentimentos.
➢ Era, também, um ASSOCIACIONISTA - para WUNDT, a mente executa uma síntese criadora que JOHN
STUART MILL denominou de química mental – que se processa pela associação, a qual se realiza de 03
formas:
1. Fusão: os elementos combinados aparecem sempre juntos, como as notas musicais dentro de uma
música.
2. Assimilação: combinação de elementos em que nem todos estão presentes no consciente. Quando se vê
uma casa, por exemplo, podem não estar presentes, na consciência, as figuras que compõem aquela casa
(triângulo, retângulo, quadrado). Como na fusão, essa combinação gera um produto novo que não é o
resultado da simples soma dos elementos. A casa não é a soma das figuras, ela é um elemento novo.
3. Complicação: em que se reúnem elementos de diferentes modalidades e sentidos: a noção de sabor inclui
a de gosto, cheiro e temperatura.
O materialismo científico também esteve presente no SISTEMA WUNDITIANO, ao buscar a
relação entre os fenômenos psíquicos e fisiológicos, entre a mente x corpo. A solução, no seu
entender, encontrava-se no paralelismo psicofísico. Isto é, uma mesma causa ou lei causal opera
tanto na esfera dos fenômenos psíquicos, como na dos físicos. Os processos mentais e os
processos corporais e fisiológicos decorrem, paralelamente, sem interferência mútua.
WUNDT foi um empirista em oposição ao nativismo
Empirismo X Nativismo:
❖ Empirismo: razão se constrói em dependência das sensações, as quais formulam o que se é percebido, 
e essas percepções empíricas, conforme repetem-se, associam-se e ordenam-se através da razão e 
formam ideias).
❖ Nativismo: todo do ser humano nasce com certas ideias e princípios racionais já determinados, 
verdadeiros e inalteráveis. Esta teoria surgiu com Descartes, para o qual haveria 03 tipos de ideias: as 
adventícias (origem externa, experiência sensível), as fictícias (surgem na imaginação e fantasia) e as 
inatas (são racionais, verdadeiras, inseridas no ser humano desde o nascimento, sendo colocadas pelo 
Criador, permite reconhecer o que é falso e o que é verdadeiro).
WUNDT acreditava que:
➢ a vida mental era fruto da experiência e não de ideias inatas. 
➢ os fenômenos mentais do presente se baseiam em experiências passadas, antecipando, de certa 
forma, o construtivismo piagetiano. 
❑ Utilizou, no seu laboratório, os métodos experimentais. 
❑ O laboratório de Wundt foi palco de diversas experiências: 
✓ sensações e percepção dominaram o cenário; 
✓ medida e classificação das sensações no seu aspecto visual, tátil, olfativo e cinestésico; 
✓ mediu-se a intensidade, duração e extensão; 
✓ pesquisaram-se os sentimentos, a vontade e a emoção, registrando-se as variações físicas como, 
por exemplo, alteração da respiração, da pulsação, etc; 
✓ foram analisadas as variações físicas resultantes da aplicação de estímulos do domínio do 
agradável-desagradável, do tenso-distendido, do excitado e do deprimido; 
✓ a atenção foi outro ponto, alvo de interesse.
❑ Sua importância está ligada à distinção que fez entre foco e campo da consciência:
✓ A consciência é composta de duas partes:
▪ Foco - onde os objetos são percebidos com clareza e distinção, e 
▪ Campo - que forma a periferia do foco, não recebe tanta luz, portanto, os objetos, na penumbra,
são percebidos com menos intensidade, de forma difusa.
✓ A atenção traz os fatos para o foco da consciência. 
✓ O que não se encontra no foco está no campo. 
✓ Quanto maior a atenção, mais clara é a percepção dos fenômenos que estão na área enfocada.
Essa visão de Wundt relaciona-se com o estudo de figura-fundo feito posteriormente pelos
gestaltistas e precede a descoberta do inconsciente por Freud.
❑ Pode dizer-se que o que se chamaria de faculdades mentais ou processos mentais foi analisado no 
seu laboratório. 
❑ Os estudos feitos por Wundt foram férteis e abundantes. 
❑ O seu livro Elementos de Psicologia Fisiológica, que contém o seu sistema, passou por diversas 
revisões (seis). O mesmo foi feito com as suas outras obras. 
❑ À medida que a ciência se desenvolvia e que o laboratório se tornava mais produtivo, essas revisões 
e atualizações faziam-se necessárias. 
❑ Como diz Heidbreder, a grande realização de Wundt foi estabelecer as relações reais entre 
muitas coisas que, de fato, já existiam antes, porém, não haviam sido sistematizadas.
A psicologia ainda não atingiu o estágio paradigmático. Ao longo de toda a história da
psicologia, os cientistas e profissionais vem buscando, adotando e rejeitando diversas
definições relacionadas à área. Não houve uma única escola ou uma única visão capaz
de unificar as diversas posições. O psicólogo cognitivo George Miller disse que “nenhum
método e nenhuma técnica padrão integra a psicologia. E parece não haver qualquer
princípio científico fundamental comparável às leis da inércia de Newton e à teoria
evolucionista de Darwin (MILLER, 1985, p.42 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2014, p.18 –
grifo nosso).
BIBLIOGRAFIA
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney H. História da Psicologia Moderna.
Tradução Marilia de Moura Zanella, Suely Sonoe Murai Cuccio e Cintia Naomi
Uemura. -- São Paulo: Cengage Learning, 2014. [Minha Biblioteca].
FREIRE, Izabel Ribeiro. Raízes da Psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
Prof. Ms. Elizeth Germano Mattos
1S/2021

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