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Manual de tecnica de necropsia LPV - UFBA

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1 
 
 
 
 
MANUAL DE TÉCNICA DE 
NECROPSIA EM 
CARNÍVOROS E ONÍVOROS 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: EDUARDO LUIZ TRINDADE MOREIRAPROFESSORES: EDUARDO LUIZ TRINDADE MOREIRAPROFESSORES: EDUARDO LUIZ TRINDADE MOREIRAPROFESSORES: EDUARDO LUIZ TRINDADE MOREIRA 
ALESSANDRA ESTRELA ALESSANDRA ESTRELA ALESSANDRA ESTRELA ALESSANDRA ESTRELA DDDDA SILVA LIMAA SILVA LIMAA SILVA LIMAA SILVA LIMA 
GRADUANDOGRADUANDOGRADUANDOGRADUANDO----BOLSISTA: BOLSISTA: BOLSISTA: BOLSISTA: CCCCARLOS ARLOS ARLOS ARLOS HHHHUMBERTO UMBERTO UMBERTO UMBERTO DA C.V.DA C.V.DA C.V.DA C.V. FFFFILHOILHOILHOILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICASDEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICASDEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICASDEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E CLÍNICAS 
LABORATÓRIO DE ANALABORATÓRIO DE ANALABORATÓRIO DE ANALABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA TOMIA PATOLÓGICA TOMIA PATOLÓGICA TOMIA PATOLÓGICA –––– LABAPLABAPLABAPLABAP 
DISCIPLINA: MEV 151 DISCIPLINA: MEV 151 DISCIPLINA: MEV 151 DISCIPLINA: MEV 151 –––– PATOLOGIA ANIMAL IIPATOLOGIA ANIMAL IIPATOLOGIA ANIMAL IIPATOLOGIA ANIMAL II 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR-BA 
2009 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
TÉCNICA DE NECROPSIA 
 
 
 
Autores: Prof. Eduardo Luiz Trindade Moreira 
 Profª. Alessandra Estrela da Silva Lima 
 Graduando-Bolsista Carlos Humberto da Costa Vieira Filho 
 
 
1. Apresentação: 
 
O presente roteiro de necropsia constitui-se numa descrição sucinta da técnica de necropsia 
comumente usada para o diagnóstico post-mortem e a coleta de material patológico em 
carnívoros e onívoros. 
Em face da adoção de uma técnica de necropsia estar diretamente ligada à conveniência do 
executor, a metodologia aqui apresentada é apenas uma sugestão, ressaltando-se, contudo, a 
necessidade de que seja realizada em sua plenitude de modo sistemático para que os 
resultados sejam satisfatórios e confiáveis. 
 
 
2. Conceito e sinonímias: 
 
Necropsia (do grego “nekros” = cadáver e “opsis” = vista) constitui a abertura e a 
observação pormenorizada das cavidades e órgãos do animal morto, objetivando elucidar a 
“causa mortis” ou a verificação da extensão e da natureza das alterações e outras anomalias 
existentes. 
O termo necropsia apresenta alguns sinônimos como mortopsia, autopsia e exame post 
mortem, entretanto, os mais corretos e corriqueiramente utilizados são necropsia e exame 
post-mortem. 
 
 
3. Importância: 
 
3.1. Em animais de fazenda (valor econômico) é o meio de diagnóstico de muitas doenças 
de curso superagudo e assintomáticas, pois possibilita a adoção de medidas de controle 
capazes de evitar mais perdas de animais e medidas profiláticas para o resto do rebanho. 
Isto significa ação profilática capaz de evitar graves prejuízos ao proprietário; 
 
3.2. Detecção de doenças que se constituem em zoonoses, para que se estabeleçam medidas 
sanitárias e higiênicas a fim de evitar a propagação da enfermidade; 
 
3.3. Em Medicina Veterinária Legal, especialmente nos casos de animais assegurados 
(seguro animal) ou nas suspeitas de intoxicações criminosas. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
4. Materiais necessários para a realização da necropsia: 
 
4.1. Facas do tipo magarefe, em número de duas, limpas e afiadas; 
4.2. Fuzil ou esmeril a serem utilizados no afiamento das facas; 
4.3. Machadinha, martelo e escopro; 
4.4. Serra ou serrote; 
4.5. Enterótomo (que pode ser substituído por uma tesoura); 
4.6. Costótomo; 
4,7. Tesouras ponta romba e ponta fina; 
4.8. Pinças dente de rato e lisa; 
4.9. Balança para a pesagem de vísceras; 
4.10. Frascos de vidro de boca larga com tampa; Substância fixadora (comumente utilizado 
o formaldeído a 10%); 
4.11. Barbante; 
4.12. Luvas de borracha espessa (São melhores para a execução de necropsias, pois evitam 
contaminações pelas vísceras e líquidos orgânicos); 
4.13. Régua de alumínio com 30 cm; 
4.14. Macacão ou avental de plástico e botas de borracha de cano longo; 
4.15. Escovinha, sabão e desinfetante para a limpeza das luvas e do instrumental. 
 
 
5. Execução da necropsia: 
 
A necropsia deve ser executada sempre à luz do dia ou em locais (salas de necropsia) bem 
iluminados e aerados e logo após a morte do animal. O atraso na execução da necropsia 
deve ser evitado, principalmente nos dias quentes, pois a decomposição cadavérica se 
instalará de modo muito rápido. 
Nas necropsias realizadas a campo, o local apropriado deverá ser próximo ao do 
enterramento, evitando-se as margens de rios e represamentos de água para se prevenir a 
disseminação de doenças infecto-contagiosas e parasitárias. 
Cabe aqui ressaltar que a necropsia, independente da técnica adotada, deve ser realizada em 
toda a sua plenitude. 
 
 
5.1. Abertura do cadáver e exame das vísceras, líquidos e tecidos orgânicos: 
 
5.1.1. POSICIONAMENTO DO CADÁVER 
 
A cabeça do animal a ser necropsiado, deve permanecer à esquerda do necropsiador, salvo 
quando este for canhoto (a cabeça do animal, então ficará à sua direita). 
A melhor posição do cadáver para a abertura é a de decúbito dorsal, pois permite a 
observação dos dois antímeros do animal e a comparação in situ das vísceras. 
 
5.1.2. EXAME EXTERNO: 
 
Com o cadáver na posição adequada, deve-se iniciar o exame externo o qual deve ser 
completo e minucioso, pois essa observação permite o reconhecimento de alterações 
 
 
 
 
4 
 
valiosas para o diagnóstico final. Deve-se, portanto, avaliar o estado de nutrição, as 
alterações na pele e pêlos e os orifícios naturais. Assim, o cadáver de um animal em bom 
estado nutricional é um indício de morte por enfermidade infecciosa ou intoxicações agudas 
ou ainda por traumatismo. Os estados caquéticos indicam processos infecciosos crônicos, 
algumas enfermidades parasitárias, senilidade, doenças orgânicas de evolução lenta, etc. 
O exame da pele deverá ser feito em toda a superfície cutânea. Em primeiro lugar, a 
conformação dos pêlos (se estão brilhantes ou opacos, ressecados, arrepiados, se há 
hipertricose ou alopecia, etc); A coloração da pele deverá ser objeto de uma observação 
cuidadosa, procurando-se inspecionar nas regiões onde ela se mostra fina em espessura e 
desprovida de pelos (abdômen, face interna das coxas, etc). A pele pode mostrar-se pálida 
nas anemias, amarelada nas icterícias ou com manchas enegrecidas (melanoses). Pode 
ainda apresentar petéquias, sufusões, escaras, ectoparasitos, ulcerações, nodulações, 
pústulas e etc. Os espaços interdigitais e interungueal devem ser examinados 
cuidadosamente. 
O primeiro orifício natural a ser examinado é a boca. Nesta inspeção, as gengivas, os 
lábios, a mucosa das bochechas, o palato e a língua devem ser inspecionados, assim como 
os dentes para a observação de placas bacterianas, cálculos e cáries, além de perdas 
dentárias. Observar atentamente se há presença de alimentos e/ou corpos estranhos nesta 
cavidade. 
Na cavidade nasal, deve-se verificar a presença de secreções atentando para a sua cor, 
consistência e odor. Em suínos atentar para possíveis desvios (para a direita, para a 
esquerda ou para baixo) por conta da rinite atrófica. Neste caso, serre o focinho em posição 
transversal, iniciando logo posteriormente às comissuras labiais e passe a examinar os 
cornetos. Observar a coloração da mucosa nasal visível e verificar a possível existência de 
ulcerações, nodulações ou ectoparasitos. Nos olhos verificar a conjuntiva, córnea e as 
pupilas. O conduto auditivo deve ser observado quanto à presença de eventuais secreções, 
excesso de cerúmen e ectoparasitos. No exame do orifício anal, verificar a existência de 
fezes eliminadas em torno do mesmo e qual a cor e consistência das mesmas. 
Com relação ao sistema genital masculino, inspecionar a bolsa escrotal, verificando se os 
testículos estão descidos, examinar o prepúcio, bem como o pênis, desinvaginando-o. 
No sistema genital feminino, verificar a vulva e a vagina, bemcomo o aspecto de suas 
mucosas e das secreções porventura existentes. 
As mamas devem ser palpadas para a detecção de possíveis aumentos de volume (nodulares 
ou difusos), além de sua coloração e a eliminação de secreções. 
 
5.1.3. EXAME INTERNO: 
 
Realiza-se uma incisão nas regiões axilar (liberando ligamentos e músculos escapulares e 
costais) e inguinal (desarticulando a cabeça do fêmur com o acetábulo). Esses 
procedimentos permitem que o cadáver fique bem equilibrado no decúbito dorsal. Neste 
momento em que ocorrerá sangramento, verificar o aspecto do sangue (claro, fluido, seroso, 
difícil de se coagular-hidrêmico- ou espesso, vermelho-escurecido e rapidamente 
coagulável). Se o cadáver for macho, inicialmente deve-se proceder a uma incisão na pele 
escrotal sobre cada um dos testículos, dissecando a túnica vaginal (folhetos parietal e 
visceral) e a albugínea com seccionamento do parênquima testicular até a sua região 
mediastinal. Após, com a utilização de uma tesoura ponta romba, dissecar o cordão 
 
 
 
 
5 
 
espermático ao longo do conduto espermático (funículos espermáticos) até o anel inguinal. 
Neste momento, examinam-se as gônadas e o epidídimo com suas três porções. 
Procede-se, então, a incisão longitudinal, seguindo-se a linha alba ou mediana, da região 
mentoniana até a vulva na fêmea; em sendo macho, a altura da região cranial do óstium 
prepucial, a incisão deve sofrer um duplo desvio em “V” até a sínfise isquiática 
preservando a genitália. O próximo passo é rebater a pele, observando-se o tecido 
subcutâneo, vasos, músculos e linfonodos superficiais. Nas fêmeas, deve-se dissecar e 
retirar as glândulas mamárias para exames. 
 
5.1.3.1. Cavidade abdominal 
 
Para a remoção dos órgãos da cavidade abdominal, seccionam-se as aponeuroses dos 
músculos correspondentes à linha alba, observando-se o interior da cavidade para verificar 
a posição anatômica dos órgãos e registrar a ocorrência de eventuais ectopias, aderências e 
líquidos/secreções na cavidade. 
 
a) Baço e omento 
Após, disseca-se o omento em conjunto com o baço. Este órgão deve ser examinado com 
relação ao volume, cor, consistência e aspecto externo. Para o exame de sua superfície 
interna, procede-se a realização de múltiplos cortes paralelos entre si e transversais ao 
órgão. 
 
b) Intestinos delgado e grosso 
Os segmentos intestinais serão os próximos a serem eviscerados. Para a remoção de todo o 
trato intestinal (delgado e grosso), realizam-se duas ligaduras com barbante a altura do reto 
e, após, procede-se à sua dissecação com a serosa mesentérica, finalizando próxima à 
região caudal do pâncreas, onde se procederá a realização de mais duas ligaduras com 
barbante para a sua total liberação. Depois de removido da carcaça, procede-se a sua 
abertura, em toda a sua extensão mediante a utilização de um enterótomo, todos os 
segmentos devem ser abertos, devendo-se iniciar pelo duodeno, para a observação da 
mucosa, espessura das paredes e presença de conteúdos (aspecto, cor, corpos estranhos). 
Atenção para a presença e a coleta de parasitos intestinais. Os linfonodos da cadeia 
mesentérica devem ser analisados sob vários aspectos já assinalados. 
 
c) Fígado, estômago e pâncreas 
Após a dissecação de seus ligamentos com a cavidade abdominal e após a realização de 
duas ligaduras com barbante na porção distal do esôfago, o fígado e o estômago são 
removidos e analisados. Fora da carcaça, esse bloco de órgãos servirá inicialmente para a 
realização da prova do colédoco que se realizará após a abertura do compartimento gástrico 
até a porção inicial do duodeno. Feito este procedimento, pressiona-se a vesícula biliar e se 
verificará a fluência ou não do conteúdo biliar para o lúmem intestinal. Ressalta-se que, em 
situações onde há suspeitas de patologias esofágicas (como exs. granulomas parasitários, 
esofagites, megaesôfago, neoplasias, etc, a remoção do estômago em conjunto com o 
fígado, não é recomendável. Neste caso, o fígado é removido inicialmente permanecendo o 
estômago na carcaça para posterior evisceração. Para a análise do fígado, deve-se atentar 
para o seu aspecto externo e observar o seu volume, coloração, consistência e superfície 
 
 
 
 
6 
 
natural. Após, realizam-se diversos cortes profundos em todos os lobos para a observação 
de seu parênquima. A vesícula biliar é aberta para a análise da mucosa e da bile. 
A abertura do estômago deve obedecer a sua grande curvatura, iniciando o corte pelo cárdia 
até a porção inicial do duodeno. A sua mucosa deve ser detalhadamente examinada no 
tocante à presença ou não de conteúdo alimentar, secreções e seus aspectos, hemorragias, 
ulcerações, gastrites, parasitismo, etc. 
O pâncreas deve ser seccionado transversalmente para o seu exame detalhado. 
 
d) Trato urogenital 
Para a remoção do trato urogenital, é necessária a retirada do osso pubiano que é 
conseguida por intermédio de dois cortes feitos sobre os orifícios obturadores, até o osso 
isquiático com a ajuda de um serrote. Então, dissecam-se as adrenais e todos os ligamentos 
dos rins, ureteres, genitália interna (ovários no interior da bursa ovárica, tubas uterinas, 
cornos, corpo e cervix uterinos), bexiga e região final do reto-ânus, das cavidades 
abdominal e pélvica, respectivamente. A genitália externa deve ser removida em conjunto. 
Os rins devem ser seccionados longitudinalmente pela sua porção convexa, até atingir a 
região medular (pelve) retirando-se, a seguir, sua cápsula com auxílio de uma pinça dente 
de rato e o polegar do necropsiador. Neste processo, deve-se atentar para a destacabilidade 
da cápsula, presença de aderências, o aspecto da superfície externa e das superfícies de 
corte (regiões cortical, medular e pelve). 
A bexiga, após exame de sua superfície externa, deve ser aberta para o exame de seu 
conteúdo e de sua mucosa. Os órgãos tubulares e os ôcos, devem ser seccionados 
longitudinalmente (reto, ureteres, uretra, bexiga, cornos uterinos, cérvix, vagina, etc.). 
 
5.1.3.2 Cavidade Torácica 
 
Para a remoção dos órgãos da cavidade torácica, seccionam-se todos os tecidos moles que 
constituem o pavimento da cavidade oral, realizando cortes rasantes na região inferior da 
mandíbula, paralelos ao arco mandibular, expondo-se, então, a língua. Após, promove-se a 
desarticulação dos ossos hióides seguindo com cortes em forma de “V” sobre o palato 
mole, rebatendo-se as tonsilas, glândulas tireóide e paratireóides em conjunto com a língua, 
esôfago e traquéia até a entrada da cavidade torácica. A partir daí, seccionam-se as 
articulações costo-condrais com o auxílio de um costótomo ou faca cuja lâmina deverá 
estar direcionada para a região posterior do cadáver, remove-se o osso esternal e observa-se 
o interior da cavidade, atentando para a posição anatômica dos órgãos e outros aspectos já 
mencionados quando da abertura da cavidade abdominal. 
 
a) Esôfago 
Antes do exame dos órgãos cárdio-respiratórios, deve-se proceder à dissecação e a abertura 
do esôfago para a observação de sua mucosa, iniciando pela região mediastinal até a glote. 
Neste momento, deve-se analisar as glândulas tireóides e paratireóides assim como 
observar a presença de timo. 
 
b) Pulmões 
Os pulmões, inicialmente, devem ser examinados externamente com relação ao volume, 
coloração, superfície, consistência (crepitação excessiva ou diminuída). Para o exame de 
seu parênquima, deve-se, inicialmente, seccionar a traquéia a partir das cartilagens 
 
 
 
 
7 
 
aritenóides, através do ligamento fibroso que une os anéis cartilaginosos, ao mesmo tempo 
em que se observa a sua mucosa e a presença de conteúdos (secreções, parasitos, corpos 
estranhos, etc) até a região de bifurcação dos brônquios, seguindo-se o corte, 
bilateralmente, até os lobos pulmonares diafragmáticos. Deve-se atentar para o aspecto do 
parênquima com relaçãoà cor, consistência, localizações crânio-ventrais ou dorso-caudais, 
presença de secreções, de agentes parasitários e outras características. 
 
 
c) Coração 
Para o exame do coração, deve-se, inicialmente, dissecar e promover a abertura da artéria 
aorta, atentando para o aspecto de sua túnica íntima. Após, deve-se examinar o saco 
pericárdio, observando a presença de conteúdos. Removida a membrana pericárdica, 
observa-se o coração externamente com relação ao volume (hipertrofia e dilatação 
cardíacas), coloração de sua superfície epicárdica, consistência e coloração do acúmulo 
adiposo em sua base (atrofia serosa das gorduras) e outras anomalias. 
Com o auxílio de uma faca, procede-se a abertura do órgão, iniciando com um corte 
longitudinal da base ao vértice da câmara ventricular esquerda. Agora, com o auxílio de 
uma tesoura ponta-romba-romba, prossegue-se o corte feito, paralelamente ao sulco 
paraconal até atingir a entrada da artéria aorta. Para a abertura da câmara atrial esquerda, 
deve-se dar continuidade ao corte, inicialmente feito. 
Para a abertura das cavidades ventricular e atrial direitas, um corte sobre a primeira 
cavidade deve ser feito de modo semelhante ao que foi realizado para o lado esquerdo. 
Deve-se continuar o corte até atingir a entrada da artéria pulmonar. Para a abertura da 
câmara atrial direita, deve-se dar continuidade ao corte, inicialmente feito. 
Após a total abertura do órgão, atentar para a presença de coágulos, volume das câmaras, 
espessura da parede muscular, superfície endocárdica (endocardites valvulares e murais), 
cordas tendíneas e músculos papilares. 
 
5.1.3.3. Crânio 
 
Para a abertura do crânio e exame do encéfalo, sugere-se a separação da cabeça do corpo do 
animal, desarticulando-a a altura da articulação atlanto-occipital. Deve-se seccionar os 
músculos e ligamentos para promover a extensão da articulação e, posteriormente, tracionar 
a cabeça de encontro com as suas costas. Disseca-se a pele e faz-se um corte transversal 
sobre o osso frontal, imediatamente após as apófises supra-orbitárias, unindo o extremo 
caudal de um olho ao outro; faz-se agora, um segundo corte, paralelo ao primeiro, 
comprometendo os ossos parietais a partir daí, faz-se duas incisões longitudinais ao nível 
dos parietais e porções orbitárias dos frontais, perpendiculares às duas anteriores, as quais 
são paralelas entre si e unem as duas já feitas. Abrir a cavidade craniana, utilizando um 
instrumento para forçar a abertura da calota craniana. Com a utilização de uma serra fita, 
pode-se igualmente obter a abertura do crânio, realizando uma incisão longitudinal no 
sentido da linha axial do cadáver, obtendo-se dessa maneira dois hemi-crânios. 
Findo este processo, retira-se o encéfalo com muito cuidado para evitar danos ao tecido, 
cortando os vasos e nervos que o prendem à parte óssea inferior da caixa craniana. 
 
a) Encéfalo 
 
 
 
 
8 
 
Para o exame detalhado do encéfalo, colocá-lo em sua posição normal (hemisférios 
cerebrais para cima), separá-los em blocos (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e realizar 
cortes transversais em todos eles. 
 
b) Cavidades e seios nasais 
As cavidades nasais e seios nasais devem ser abertas com serrote ou serra fita em sentido 
transversal em corte paralelos entre si e examinadas. 
 
 
5.1.3.4. Articulações 
 
Finalmente, deve-se proceder a abertura das articulações dos membros torácicos e pélvicos, 
observando o líquido sinovial, cápsulas articulares e as superfícies das cartilagens 
epifisárias. 
 
 
6. Referências bibliográficas: 
 
 
BARROS, C. S. L. Guia da Técnica de Necropsia dos Animais Domésticos. Santa Maria, 
Universidade Federal de Santa Maria, 1985. 
 
PETISCA, J. L. N. & MONTANO, A. T. A Técnica da Necropsia em Medicina 
Veterinária. Lisboa, Ed. Livraria Luso-Espanhola, 1962. 
 
SANTOS, J. A. dos & MELLO, M . R. de. Diagnóstico Médico Veterinário (Colheita de 
Material). São Paulo, Ed. Nobel S.A., 1976. 
 
VASCONCELOS, A. C. Necropsia e Remessa de Material para Laboratório em Medicina 
Veterinária. Brasília, MEC/ABEAS, 1988.

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