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Medicina - 5º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa 11 de mai. de 2023 Morfologia - Reino Fungi - Eucariotos - Estrutura celular - parede celular, membrana citoplasmática, núcleo, membrana nuclear, DNA dupla fita, ribossomos, mitocôndrias, complexo de Golgi e retículo endoplasmático OBS! Polissacarídeo → beta 1,3 e beta 1,6 glucana (feitas pela beta 1,3 glucana sintase) Membrana plasmática → do fungo tem ergosterol (nós temos colesterol) - Análise macroscópica: ● Placa de petri contendo ágar Sabourad ● Colônia leveduriforme ● Placa de petri contendo ágar Sabouraud ● Colônia filamentosa (algodonosa) 1 - Análise microscópica: ● Fungo levedura ● Células ovais (blastoconídios) ● Pseudo-hifas ● Fungo filamentosos ● Hifas e esporos - - Dimorfos – leveduras a 36° C e filamentosos a temperatura ambiente 2 Fungos de importância médica ● Infecções fúngicas = MICOSES ● São classificadas como superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas ● Candidíase e dermatofitoses são de maior incidência ● Acometem principalmente hospedeiros com comprometimento da resposta imune ● Compartilham genes homólogos, produtos gênicos e vias metabólicas com humanos, dificultando alvos específicos para terapia medicamentosa. Antifúngicos - As drogas antifúngicas tiveram um avanço quantitativo e qualitativo menor que as drogas antibacterianas ● Fungos são eucariotos como o hospedeiro (efeito colaterais) 3 - Busca-se agentes antimicóticos mais específicos ● Como temos muita similaridade com fungo, tenta criar um antifúngico mais específico - Aumento a partir da década de 80: OBS! pressão sobre a indústria farmacêutica para descoberta de novos fármacos antifúngicos OBS! Flucitosina → não colocou em aula pois está caindo em desuso - Antifúngico ideal: ● Toxicidade seletiva ● Amplo espectro de ação → atua em vários tipos de fungos ● Baixo mecanismo de resistência - evitando seleção de cepas resistentes ● Não alergênico → alguns acabam causando ● Boa estabilidade ● Boa farmacocinética (absorção, distribuição, excreção) ○ Anfotericina não tem boa absorção VO → por isso criaram subtipos ● Baixo custo - Classificação dos Antifúngicos 4 - Mecanismos de ação ● Parede celular ○ Equinocandinas ■ Caspofungina ■ Micafungina ■ Anidulafungina ● Membrana celular ○ Polienos - criam poro ■ Anfotericina B ■ Nistatina ○ Azóis - diminuem a produção de ergosterol ■ Cetoconazol ■ Fluconazol ○ Alilaminas - diminuem a produção de ergosterol ■ Terbinafina ■ Amorolfina ● Mitose – inibe tubulina ○ Griseofulvina 1- Antifúngicos Inibidores de Parede - Equinocandinas 1- Caspofungina 2- Micafungina 5 3- Anidulafungina - Mecanismo de ação ● Inibem a síntese da beta 1, 3-glucana da parede celular ● Ruptura e morte - fungicida (inibição se dá na proteína beta (1,3) glucana sintase) ● Não deixam a parede celular fúngica ser remodelada e mantida corretamente - Uso: ● Uso exclusivo IV (os 3), 1x/dia ● Candida – candidíase esofágica, invasiva e candidemia ● Aspergillus – aspergilose pulmonar, invasiva e refratária ● Micoses resistentes aos azóis ● Pouca interação com outros fármacos ● Não é medicamento de primeira escolha, mas é eficiente quando os outros não estão funcionando para tratamento - Efeitos adversos: ● Febre ● Flebite ● Náusea ● Cefaléia - Mecanismo de resistência - raros casos ● Mutação no gene FKS1 → gen que codifica a β 1,3-glucana sintase ○ Fármaco não reconhece e diminui a interação 6 ● Bomba de efluxo. Ex Candida glabrata ○ A droga entra e o fungo joga para fora → aumenta a quantidade dessa bomba 2- Antifúngicos inibidores de membrana 1- Polienos ● Únicos que abrem poros - Anfotericina e Nistatina ● Efeito fungicida ● Parte altamente lipofílica → molécula começa a penetrar na membrana (lipídios) → ligam-se ao ergosterol (parte lipofílica) – formação de poros na membrana - extravasamento de íons = rompimento - Anfotericina B 7 OBS! Anfotericina B convencional → problema são os efeitos colaterais → nefrotoxicidade e hepatotoxicidade - As outras 3 → tem a mesma eficácia e menos efeitos colaterais - Características: ● I.V. ou tópica (cremes e pomadas) ● Sem absorção oral, mas podem ser usados para infecções TGI ● Pouca resistência ● Infecções refratárias ou potencialmente fatais ● Espectro de ação: Candida spp, Cryptococcus, Aspergillus, Fungos dimórficos (Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Paracoccidioides brasiliensis) Fungos negros ○ Amplo expectro de ação ● Anfotericina B desoxicolato - alta toxicidade = febre, calafrios, hipotensão, vômitos, cefaléia, nefrotoxicidade, anemia hemolítica ○ Como tem semelhança, tem ação na nossas células, levando aos efeitos colaterais ● Isolada de Streptomyces nodosus ● Difícil administração e efeitos colaterais (nefrotoxicidade) ● 1990: Formulações lipídicas (alto custo) - Uso: ● Tratamento de micoses profundas (C. albicans, Histoplasma capsulatum, Cryptococcus neoformans, Coccidioides immitis, Aspergillus spp. e etc) ● Uso sistêmico ● Em associação com Flucitosina (diminuição quantidade de anfotericina → associa para que use menos quantidade de anfotericina e assim temmenos efeitos colaterais) ○ Flucitosina ela interfere no processo de transcrição genética 8 Anfotericina B desoxicolato - muito tóxica e amplo espectro Anfotericina B lipossomal, Anfotericina B dispersão coloidal, Anfotericina B complexo lipídico → Eficácia semelhante e menos efeitos colaterais - Nistatina ● Tópica – cremes, pomadas, pastilhas. ● Solução oral e comprimidos para candidíase oral e esofágica. ● Altamente tóxico na via oral ○ Quando é tópico não chega tanto na corrente sanguínea e não causa toxicidade - Uso: ● Tratamento de dermatofitoses (tíneas) ● Infecções mucocutâneas – Candida - Efeitos colaterais: ● Náuseas, vômitos, diarréia em doses elevadas - Mecanismo de resistência - polienos: ● Resistência é rara ○ Diminuição da quantidade de ergosterol ○ Acúmulo de outro esterol com baixa afinidade pelos poliênicos ■ Acumula outro tipo de molécula esteroidal (outro tipo de ergosterol) - Inibidores do Ergosterol: 2- Azóis - Imidazóis ● 1- Cetoconazol ○ Uso tópico – pomadas, cremes e xampus ○ Dermatite seborreica e Pitiríase versicolor ○ Uso oral para inibir produção excessiva de hormônios esteróides (Inibem enzimas de clivagem da cadeia lateral em glândulas supra renais e gônadas) 9 ● 2- Miconazol e 3- Clotrimazol ○ Uso tópico – creme, pomada, spray ○ Dermatofitoses (tíneas), candidíase oral e vulvovaginal OBS!Mais efeitos adversos (hepatotoxicidade) e interações medicamentosas por maior ação nas enzimas CYP humanas - Efeitos colaterais: ● Ardência, prurido e irritação - Triazóis ● 1- Itraconazol ○ Uso tópico – pomadas, cremes e xampus ○ Dermatite seborreica e Pitiríase versicolor ○ Uso oral para inibir produção excessiva de hormônios esteróides (Inibem enzimas de clivagem da cadeia lateral em glândulas supra renais e gônadas) ● 2- Fluconazol ○ Alta biodisponibilidade oral e atravessa a BHE ○ Criptococose meníngea, micose pulmonar, óssea, de pele ○ Candidemia; candidíase vulvovaginal VO ○ Efeitos colaterais: alterações gastrintestinais, hepatopatia ● 3- Voriconazol ○ Uso oral e IV ○ Aspergilose pulmonar invasiva e Candida não-albicans ○ Uso acima de 12 semanas – fotossensibilidade, câncer de pele (imunossuprimidos ou expostos ao sol) ■ Precisa indicar uso de protetor solar ● 4- Posaconazol ○ Uso oral (junto a refeição) ○ Aspergilose invasiva, candidíase orofaríngea, histoplasmose, coccidioidomicosis, paracoccidioidomicosis OBS!Maior espectro de ação e menor interação medicamentosa e efeitos colaterais 10 - Mecanismo de ação geral: ● Fungistáticos → Inibidores da enzima C14-αlanosterol desmetilase – assim inibem a conversão de lanosterol a ergosterol 11 - Mecanismo de resistência ● Mutação do gene ERG 11 (C14-αlanosterol desmetilase) → menor afinidade ao fármaco ● Aumento da expressão da C14 -lanosterol desmetilase → Menor efeito do fármaco ● Aumento de bomba de efluxo → menor concentração do fármaco- Espectro de ação dos triazóis 3- Alilaminas ● 1- Terbinafina (VO e tópico) ○ Efeitos colaterais → Distúrbios TGI (diarreia, náuseas), cefaleia e urticária. Foram relatados distúrbios de paladar e visão. ○ Farmacocinética: ■ A terbinafina - ligada às proteínas plasmáticas e se deposita na pele, nas unhas e no tecido adiposo. ■ Acumula no leite e, por isso, não deve ser administrada a lactantes. ○ Indicação: ■ Infecções fúngicas das unhas das mãos e dos pés, infecções por tinea (micose) do couro cabeludo e do cabelo, virilha e outras áreas do corpo e os pés (pé de atleta), bem como infecções fúngicas da pele 12 ● 2- Butenafina (tópico) ● 3- Amorolfina (tópico) ○ Tratamento tópico das dermatomicoses (cremes e esmaltes) ○ Atividade fungicida ○ Poucos efeitos adversos ○ Mecanismo de ação ■ Inibição da síntese de ergosterol em 2 processos enzimáticos sucessivos: ● redutase e isomerase - Inibição em vias diferentes das alilaminas e derivados azólicos ■ Fungicidas → Inibidores da enzima esqualeno epoxidase - Mecanismo de ação geral: ● Fungistático → diminui a produção de ergosterol ○ Não tem ergosterol na membrana - desestabilizar a membrana e acaba desestabilizando o fungo ○ Vai ter eliminação do fungo, mas vai demorar mais ● Fungicida → esqualeno em alta concentração dentro do fungo é tóxico ○ Inibição da enzima esqualeno-epoxidase = acúmulo de esqualeno – tóxico para o fungo - fungicida ○ Isso leva a eliminação mais rápida do fungo ● Efeito sinérgico aos azóis ● Dermatofitoses (tíneas) e onicomicoses ● Com azóis para esporotricose 13 3- Antifúngico inibidores de mitose 1- Griseofulvina ● Inibe a mitose por se ligar a tubulina e inibir a polimerização dos microtúbulos – fungistática ○ Uso oral e tópico ○ Substituídos pelos azóis e terbinafina ○ Tineas da cabeça, pele e unhas ○ Tratamento de longa duração: 6-12 meses para onicomicose ● Efeito colateral: cefaléia. ● Contra-indicados para gestantes - Mecanismo de ação: ● Interage com os microtúbulos impedindo formação do fuso mitótico (inibição da multiplicação do fungo). - Como minimizar a seleção de cepas resistentes? ● Evitar o uso indiscriminado ● Diagnóstico correto e tratamento adequado ● Utilizar dosagens adequadas e suficientes ● Mudar o antifúngico tão logo se observa sinais de resistência ● Fazer teste de susceptibilidade à droga quando necessário 14 15
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