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F R E N T E 1 49 Rochas sedimentares Todas as rochas, inclusive as sedimentares, quando expostas aos processos exógenos, são alteradas e des- prendem pequenas partículas, os sedimentos, que são carregados pela água, pelo vento, gelo ou gravidade. Ao serem depositados em áreas mais baixas e compactados por processos físicos e químicos (litificação ou diagênese), dão origem às rochas sedimentares. São elas que formam as bacias sedimentares. Existem diferentes tipos: clásticas ou detríticas, como os arenitos (mais comum) e argilitos; e químicas ou bioquímicas, como as rochas carbonáticas. Geralmente apresentam baixa resistência aos processos de intemperismo. Fig. 7 O Grand Canyon, no Arizona (EUA), possui formações rochosas sedimen- tares. Na foto, é possível perceber a estratificação das camadas de deposição de sedimentos, característica marcante desse tipo de rocha. Nessas rochas é possível encontrar registros fósseis de animais e plantas. Fig. 8 No Jalapão, região do estado de Tocantins, predominam rochas sedimenta- res areníticas. Na foto, a Serra do Espírito Santo sofre com os processos erosivos, dando origem às dunas. Em razão de sua gênese, ou processo de formação, as rochas sedimentares apresentam grande porosidade, ou seja, microespaços nos quais é possível ocorrer a infiltra- ção e armazenagem de substâncias líquidas, como água (formando aquíferos, por exemplo) e petróleo. K e n t W e a k le y /S h u tt e rs to c k .c o m N ia rk ra d /S h u tt e rs to c k .c o m Rochas metamórficas Qualquer tipo de rocha pode ser submetido a pres- são e temperatura elevadas por diferentes processos geológicos, tendo sua estrutura original alterada e sendo transformada em uma rocha metamórfica. Essas rochas, portanto, resultam das forças endógenas. Há rochas me- tamórficas de diferentes tipos, dependendo da rocha de origem e do grau de metamorfismo. Por isso, apresentam diferentes resistências aos processos erosivos. Uma carac- terística dessas rochas é a chamada xistosidade, que é um tipo de disposição das linhas de fraqueza. Ao longo de um corpo rochoso, existem linhas em que o material é menos resistente à erosão. Esse fato propicia o alinhamento de vales e serras esculpidos pelas forças exógenas (erosão). Os gnaisses, que são granitos transformados, são pouco resistentes aos processos erosivos, enquanto o quartzito é um exemplo de rocha altamente resistente ao intempe- rismo, sustentando relevos elevados. Fig. 9 Afloramento de quartzo no Pico do Jaraguá, em São Paulo (SP). Fig. 10 Rocha metamórfica com xistosidade no Monte Roraima, na divisa entre Brasil, Guiana e Venezuela. Forças internas da Terra A crosta terrestre está em constante movimento de transformação. Como vimos, o interior da Terra é com- posto de camadas de diferentes materiais em diferentes O s m a r W a id e m a n V la d im ir M e ln ik /S h u tt e rs to c k .c o m GEOGRAFIA Capítulo 2 Geomorfologia50 Isostasia O conceito de isostasia baseia-se no princípio de equilíbrio hidrostático de Arquimedes, segundo o qual um corpo flutuando desloca uma massa de água igual a sua própria. Lembrando que a litosfera flutua sobre a astenosfera, as diferentes topografias poderiam ser explicadas de duas formas: ou os volumes de suas bases mergulhadas na astenosfera seriam diferentes, ou as densidades das rochas que as compõem não seriam iguais. O primeiro modelo foi proposto pelo geólogo Airy, e o segundo por Pratt. Veja as ilustrações: Modelo de Airy Modelo de Pratt No modelo de Airy, as grandes elevações do terreno, as montanhas, seriam formadas por “colunas” de rochas mais compridas, que mergulham mais profundamente no manto. Já no modelo de Pratt, as colunas possuem rochas de densidades diferentes. Assim, as colunas menos densas tenderiam a se elevar mais em relação ao oceano do que as outras, formando os altos relevos. Ambos os modelos são aplicáveis em diferentes situações concretas. Saiba mais Por meio da pressão que a energia interna da Terra exerce sobre sua superfície, a litosfera se transforma constante- mente, formando as estruturas rochosas que sustentam as formas do relevo. Essas pressões vindas do interior do planeta são chamadas de forças endógenas (internas). Tais forças provocam vários fenômenos importantes, como as erupções vulcânicas, os terremotos, os dobramentos e os falhamentos. Esses acontecimentos são interdependentes. A melhor expressão desse conjunto de fenômenos é a teoria da tectônica de placas. Deriva dos continentes e tectônica de placas No início do século XX, Alfred Wegener, cientista alemão, divulgou sua teoria sobre a deriva continental, defendendo a tese de que os continentes se movimentavam. Como não dispunha de instrumentos e dados mais precisos, não soube explicar as causas dos movimentos. Sua hipótese nasceu da observação do encaixe entre os continentes, que se daria temperaturas, estados físicos e densidades. Quanto mais próximo do núcleo, maior é a temperatura, o que demonstra ser o interior da Terra uma grande fonte de energia. Essa energia movimenta as correntes de convecção. Dentro da astenosfera, podemos encontrar diferenças de temperatura entre a sua porção mais próxima à litosfera e a outra mais profunda. A massa mais quente se torna menos densa e assim tende a subir, enquanto a mas- sa mais fria é mais densa, o que a faz descer. Quando a massa quente chega perto da litosfera, perde calor, ocorrendo o inverso com a massa fria que desceu. Dessa forma, o processo continua infinitamente, formando as correntes de convecção, que, segundo algumas teorias, são um dos fatores responsáveis pela movimentação das placas tectônicas. Baixo fluxo térmico Alto fluxo térmico Dorsal Oceano Zona de alta temperatura Material ascendente Manto Crosta oceânica Célula de convecção Resfriamento Ilha vulcânica Fig. 11 O esquema representa como se comportam as correntes de convecção no interior da Terra. F R E N T E 1 51 como um quebra-cabeça, a exemplo dos contornos da América do Sul e da África. Além disso, levantou dados para provar sua hipótese. Três fenômenos lhe chamaram a atenção: y identidade geológica, ou seja, rochas de igual idade e formação nos dois continentes; y fósseis de animais extintos, de mesma espécie, que foram encontrados em áreas correspondentes dos dois litorais; y fatos até então de difícil explicação, como a existência de depósitos de carvão mineral na Groenlândia que só pode- riam ter sido formados por florestas equatoriais. Um fenômeno como esse pode ser explicado pela teoria da deriva dos continentes, segundo a qual há a possibilidade de a Groenlândia ter estado em uma zona tropical e, posterior- mente, ter migrado para sua atual posição. Os supercontinentes Os continentes nem sempre apresentaram a configuração atual que observamos em um mapa-múndi e não manterão essa disposição para sempre. Há bilhões de anos, os movimentos das placas tectônicas vêm alterando a disposição das terras emersas na superfície terrestre, processo que continua em atividade neste exato momento, muito lentamente. O mais conhecido dos “supercontinentes”, que assim são chamados porque sua massa de terra ocupava uma grande extensão, era o da Pangeia, formada há cerca de 250 milhões de anos. Em sua origem, seria cercada por um único oceano, o Pantalassa. Anterior a ela, a Rodínia seria o mais antigo dos “supercontinentes”, com pouco mais de 1 bilhão de anos. Permiano 250 milhões de anos atrás África Ásia Triássico 200 milhões de anos atrás Jurássico 135 milhões de anos atrás Cretáceo 65 milhões de anos atrás Atualmente Equador Equador Equador Equador Equador América do Sul América do Norte Índia Austrália Antártida Pa ng ei a Laurásia Gondwana Mar de Tétis Fig. 12 O lento processo de separação da Pangeia levou à formação da Laurásia e Gondwana. Saiba mais
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