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Questões - Técnico Bancário Caixa

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a solução para o seu concurso!
Editora
CÓD: SL-015FV-23
7908433232148
500 questões gabaritadas 
Técnico Bancário
CAIXA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
CADERNO
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
Editora
Questões Gabaritadas:
1. Língua Portuguesa ................................................................................................................................................................... 5
2. Matemática .............................................................................................................................................................................. 53
3. Conhecimentos Bancários........................................................................................................................................................ 77
4. Noções de Probabilidade e Estatística ..................................................................................................................................... 109
5. Conhecimentos de Informática ................................................................................................................................................ 141
6. Atendimento Bancário ............................................................................................................................................................. 151
5
a solução para o seu concurso!
Editora
LÍNGUA PORTUGUESA
1. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLO-
GIA DA INFORMAÇÃO/2021
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, 
porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
A frase em que a palavra ou expressão destacada res-
peita as regras ortográficas e gramaticais da norma padrão 
é:
(A) As crianças querem estar aonde a fantasia está.
(B) Queremos saber por que a ideia de eternidade nos 
fascina.
(C) O gosto adocicado do chicle mau acaba e quere-
mos outro.
(D) Nada como balas e chicletes durante uma seção 
de cinema.
(E) A ideia de viver para sempre persegue o homem a 
séculos.
2. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLO-
GIA DA INFORMAÇÃO/2021
Assunto: Acentuação
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato 
com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda 
não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se 
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala 
ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha 
não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria 
não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, 
comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala 
nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para 
o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a peque-
na pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo 
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. 
Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma 
bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar 
mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência 
tão inocente, tornando possível o mundo impossível do 
qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, ter-
minei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente 
deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho 
dele, e só depois que passar o gosto você começa a masti-
gar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu 
já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado 
do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, 
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mas-
tigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzen-
to de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, 
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não 
estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna 
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante 
da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confes-
sar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava 
aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, 
sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair 
no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba 
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente 
pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente 
prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou 
outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha 
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que 
o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso 
da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
No texto, foram empregadas as palavras aí e ótimo, 
ambas acentuadas graficamente.
LÍNGUA PORTUGUESA
66
a solução para o seu concurso!
Editora
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos 
mesmos motivos que aí e ótimo são, respectivamente,
(A) juíz e ébano
(B) Icaraí e rítmo
(C) caquís e incrédulo
(D) país e sonâmbulo
(E) abacaxí e econômia
3. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Uso do Hifen
O grupo de palavras que atende às exigências relativas 
ao emprego ou não do hífen, segundo o Vocabulário Orto-
gráfico da Língua Portuguesa, é
(A) extra-escolar / médico-cirurgião
(B) bem-educado / vagalume
(C) portarretratos / dia a dia
(D) arco-íris / contra-regra
(E) subutilizar / sub-reitor
4. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos 
modos e tempos verbais
Privacidade digital: quais são os limites
Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasi-
leiros usuários de internet, representando cerca de 69,8% 
da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, 
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo 
que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.
Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (qua-
se) utópico. Uma vez na rede, a informação está registrada 
para sempre: deixamos rastros que podem ser descober-
tos a qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, 
essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é importan-
te, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para 
os usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não são ape-
nas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente, 
basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por 
diferentes empresas e provedores.
A questão central não se resume somente à política 
de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo 
como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a 
sua política de proteção de dados.
A segurança da informação já se transformou em uma 
área estratégica para qualquer tipo de empresa. Indepen-
dentemente da demanda de armazenamento de dados de 
clientes, as organizações têm um universo de dados insti-
tucionais que precisam ser salvaguardados.
Estamos diante de uma realidade já configurada: a 
coleta de informações da internet não para, e esse é um 
caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes, esta-
mos prontos e dispostos a definir o limite da privacidade 
digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia ser 
dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser? O con-
teúdo é realmente do usuário?
Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito 
possivelmente não. Isso porque, embora muitas pessoas 
não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a partir 
do momento em que um conteúdo é postado, ele faz par-
te da rede e não é mais do usuário.
Daí a importância da conscientização. É preciso que 
tanto clientes como empresasbusquem mais informação 
e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe 
o desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das 
vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade 
digital.
Vivemos em uma época em que todo mundo pode fa-
lar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a infor-
mação deixou de ser algo confiável
e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e se pro-
teger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsa-
bilidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É 
fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la 
de maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a 
privacidade digital? Essa é uma causa comum a todos os 
usuários da rede.
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital
-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
Adaptado.
No trecho “Esse limite poderia ser dado pelo próprio 
consumidor, se ele assim quiser?” (parágrafo 6), a forma 
verbal destacada expressa a noção de
(A) dever
(B) certeza
(C) hipótese
(D) obrigação
(E) necessidade
LÍNGUA PORTUGUESA
7
a solução para o seu concurso!
Editora
5. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLO-
GIA DA INFORMAÇÃO/2022
Assunto: Locução verbal
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E 
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. 
O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada 
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, 
mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios 
e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das 
montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele tre-
cho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é 
quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em 
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco mo-
vimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de 
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é 
o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, 
com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o 
futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou 
fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já 
está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de 
corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso 
pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira 
de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece 
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos 
os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada 
placidamente em sua cadeira na calçada, observando as 
manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos 
sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada 
mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comen-
tários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o 
excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e 
essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? 
E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma 
já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber 
o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela se-
nhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para 
que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por 
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. 
E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola 
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de 
alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, 
que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os 
passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendu-
rados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Re-
cord, 2001.
“E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa 
forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem 
saber o que dizer.”
O uso do verbo em destaque no pretérito mais-que-
-perfeito simples do indicativo estabelece que o fato re-
presentado por esse verbo se deu antes de outro fato pas-
sado. Esse mesmo significado é encontrado no que está 
destacado em:
(A) Ela já foi uma mulher alegre e jovial.
(B) A mesma cena se repete ao nascer de cada manhã.
(C) A velha senhora estava sentada na calçada en-
quanto amanhecia.
(D) Na última manhã, a velha senhora chegou e o sol 
já tinha surgido.
(E) As grades impressionariam qualquer um que che-
gasse à cidade.
6. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELE-
TRONUCLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓ-
GICA/2022
Assunto: Questões Variadas de Verbo
Texto
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase 
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apa-
nhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da 
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma 
pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, 
devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do pró-
ximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais 
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na 
Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter 
na gaveta o revólver que havia recebido, menina- e-mo-
ça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, 
perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo 
meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se 
importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava 
o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam 
a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a 
ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos 
LÍNGUA PORTUGUESA
88
a solução para o seu concurso!
Editora
dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos 
contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-
-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado 
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; 
escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Ma-
ria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de 
Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está 
vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é 
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez 
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com 
o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às 
vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a enca-
rar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religio-
sa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o 
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o 
alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor 
– que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; aca-
bava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da 
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, 
passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber 
dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar 
com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, 
admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era 
preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque 
e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o 
céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, 
o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava 
e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Cria-
dor e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: 
https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 
05 fev. 2022.
Em que frase o verbo irregular destacado estáempre-
gado de acordo com a norma-padrão da Língua Portugue-
sa?
(A) Os médicos preveram que ela teria complicações 
da doença. (verbo PREVER)
(B) Se eu me oposse a suas orientações, ela me adver-
tia. (verbo OPOR)
(C) Minha mãe sempre me acodia nos momentos difí-
ceis. (verbo ACUDIR)
(D) Maria José sempre soube defender filhos e netos. 
(verbo SABER)
(E) Quando entrava numa briga, ela sempre intervia 
em meu favor. (verbo INTERVIR)
7. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLO-
GIA DA INFORMAÇÃO/2022
Assunto: Pronomes pessoais
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E 
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. 
O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada 
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, 
mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios 
e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das 
montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele tre-
cho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é 
quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em 
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco mo-
vimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de 
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é 
o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, 
com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o 
futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou 
fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já 
está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de 
corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso 
pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira 
de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece 
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos 
os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada 
placidamente em sua cadeira na calçada, observando as 
manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos 
sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada 
mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comen-
tários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o 
excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e 
essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? 
E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma 
já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber 
o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela se-
nhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para 
que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por 
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. 
LÍNGUA PORTUGUESA
9
a solução para o seu concurso!
Editora
E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola 
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de 
alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, 
que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os 
passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendu-
rados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Re-
cord, 2001.
O emprego do pronome oblíquo em destaque respeita 
a norma-padrão da língua em:
(A) Quando perguntaram sobre as grades, fiquei sem 
saber o que lhes dizer.
(B) O sol oblíquo nasce atrás dos prédios, mas ainda 
não conseguiu vencer-lhes.
(C) A velha senhora está sempre lá. Já espero lhe ver 
quando saio todas as manhãs.
(D) Ainda demora para o sol nascer, mas, mesmo as-
sim, a velha senhora já está lá a lhe esperar.
(E) Quando as pessoas passam na calçada, aquela se-
nhora tem o sorriso pronto para lhes cumprimentar.
8. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Pronomes relativos
O período em que a palavra ou a expressão em desta-
que NÃO está empregada de acordo com a norma-padrão 
é:
(A) As professoras de que falamos são ótimas.
(B) A folha em que deve ser feita a prova é essa.
(C) A argumentação onde é provado o crime foi dele.
(D) O aluno cujo pai chegou é Pedro.
(E) As meninas que querem cortar os cabelos são 
aquelas.
9. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021
Assunto: Advérbio
A palavra salário vem mesmo de “sal”?
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da 
Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz 
sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no século 
7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e 
só foi adotado em Roma 300 anos depois.
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens 
não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de 
cobre (fundamentais para a fabricação de armas), sacas de 
grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como 
enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o 
que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, 
então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa fun-
cionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que 
quisesse, a qualquer momento.
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornan-
do o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja 
em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue 
viva, como um fóssil etimológico.
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados 
romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. 
Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A 
força militar da época era formada por cidadãos comuns, 
que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lu-
tar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem 
do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Je-
sus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das hon-
rarias que os soldados recebiam após batalhas bem-su-
cedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal 
era um bônus para voluntários, não um salário para valer. 
Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e 
permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago 
na forma de moedas.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São 
Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.
A palavra destacada em “bem mais portáteis” (pará-
grafo 4) traz para o trecho uma ideia de
(A) adição
(B) adversidade
(C) comparação
(D) extensão
(E) soma
10. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNO-
LOGIA DA INFORMAÇÃO/2022
Assunto: Conjunção
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E 
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. 
O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada 
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, 
mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios 
e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das 
LÍNGUA PORTUGUESA
1010
a solução para o seu concurso!
Editora
montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele tre-
cho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é 
quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em 
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco mo-
vimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de 
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é 
o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, 
com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o 
futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou 
fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já 
está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de 
corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso 
pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira 
de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece 
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos 
os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada 
placidamente em sua cadeira na calçada,observando as 
manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos 
sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada 
mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comen-
tários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o 
excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e 
essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? 
E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma 
já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber 
o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela se-
nhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para 
que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por 
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. 
E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola 
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de 
alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, 
que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os 
passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendu-
rados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
No trecho “Nada mais o impressionou, tudo ele achou 
normal”, a relação semântica construída entre as duas ora-
ções pode ser explicitada pelo conector
(A) porém
(B) porque
(C) entretanto
(D) a fim de que
(E) apesar de que
11. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELE-
TRONUCLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓ-
GICA/2022
Assunto: Conjunção
Texto
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase 
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apa-
nhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da 
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma 
pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, 
devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do pró-
ximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais 
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na 
Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter 
na gaveta o revólver que havia recebido, menina- e-mo-
ça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, 
perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo 
meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se 
importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava 
o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam 
a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a 
ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos 
dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos 
contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-
-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado 
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; 
escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Ma-
ria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de 
Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está 
vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é 
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez 
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com 
o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às 
vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a enca-
rar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religio-
sa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o 
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o 
alvo das criaturas.
LÍNGUA PORTUGUESA
11
a solução para o seu concurso!
Editora
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor 
– que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; aca-
bava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da 
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, 
passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber 
dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar 
com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, 
admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era 
preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque 
e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o 
céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, 
o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava 
e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Cria-
dor e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- 
jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
No trecho do parágrafo 3 “já não se importava com 
quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para 
a defesa dos filhos e netos”, a conjunção mas pode ser 
substituída, sem alteração de sentido, por
(A) caso
(B) portanto
(C) logo
(D) porque
(E) porém
12. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRO-
NUCLEAR/ADMINISTRADOR/2022
Assunto: Conjunção
Texto
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o 
ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo 
eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm 
componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de 
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibili-
dade de conserto, são descartados pelos consumidores. 
Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos 
de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésti-
cos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar-
me, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de 
fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcio-
nal após certo tempo, para forçar o consumidor a com-
prar uma nova geração desse produto. Já a obsolescência 
perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos 
ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações 
com aparência inovadora e pequenas mudanças funcio-
nais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o 
que induz o consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma 
aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor 
raramente reflete sobre as consequências do consumo 
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfa-
zer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos 
como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explo-
são da indústria da informação é uma força motriz da so-
ciedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços 
na economia e no desenvolvimento social. O mundo glo-
balizado impõe uma constante busca de informações em 
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz 
maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo da 
Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce 
um fascínio irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrôni-
cos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, 
em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), 
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos 
componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. 
Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de tonela-
das de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo 
cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do 
lixo urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: 
SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/
storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
No trecho do 3o parágrafo “segundo estudo da Orga-
nização das Nações Unidas”, a palavra destacada expressa 
ideia de
(A) condição
(B) concessão
(C) conformidade
(D) causalidade
(E) temporalidade
13. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Conjunção
Privacidade digital: quais são os limites
Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasi-
leiros usuários de internet, representandocerca de 69,8% 
da população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, 
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sendo 
que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.
LÍNGUA PORTUGUESA
1212
a solução para o seu concurso!
Editora
Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (qua-
se) utópico. Uma vez na rede, a informação está registrada 
para sempre: deixamos rastros que podem ser descober-
tos a qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, 
essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é importan-
te, inclusive, para trazer mais clareza e consciência para 
os usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não são ape-
nas as redes sociais que expõem as pessoas. Infelizmente, 
basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado por 
diferentes empresas e provedores.
A questão central não se resume somente à política 
de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo 
como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a 
sua política de proteção de dados.
A segurança da informação já se transformou em uma 
área estratégica para qualquer tipo de empresa. Indepen-
dentemente da demanda de armazenamento de dados de 
clientes, as organizações têm um universo de dados insti-
tucionais que precisam ser salvaguardados.
Estamos diante de uma realidade já configurada: a 
coleta de informações da internet não para, e esse é um 
caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clientes, esta-
mos prontos e dispostos a definir o limite da privacidade 
digital? O interesse maior é nosso! Esse limite poderia ser 
dado pelo próprio consumidor, se ele assim quiser? O con-
teúdo é realmente do usuário?
Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito 
possivelmente não. Isso porque, embora muitas pessoas 
não saibam, a maioria das redes sociais prevê que, a partir 
do momento em que um conteúdo é postado, ele faz par-
te da rede e não é mais do usuário.
Daí a importância da conscientização. É preciso que 
tanto clientes como empresas busquem mais informação 
e conteúdo técnico sobre o tema. Às organizações, cabe 
o desafio de orientar seus clientes, já que, na maioria das 
vezes, eles não sabem quais são os limites da privacidade 
digital.
Vivemos em uma época em que todo mundo pode fa-
lar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a infor-
mação deixou de ser algo confiável
e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e se pro-
teger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsa-
bilidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É 
fato que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la 
de maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a 
privacidade digital? Essa é uma causa comum a todos os 
usuários da rede.
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital
-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
Adaptado.
No trecho “Às organizações, cabe o desafio de orientar 
seus clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem 
quais são os limites da privacidade digital” (parágrafo 8), a 
expressão destacada expressa a noção de
(A) condição
(B) finalidade
(C) concessão
(D) causalidade
(E) comparação
14. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELE-
TRONUCLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓ-
GICA/2022
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Texto
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase 
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apa-
nhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da 
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma 
pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, 
devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do pró-
ximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais 
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na 
Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter 
na gaveta o revólver que havia recebido, menina- e-mo-
ça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, 
perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo 
meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se 
importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava 
o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam 
a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a 
ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos 
dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos 
contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-
-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado 
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; 
escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Ma-
ria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de 
Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está 
vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é 
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez 
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
LÍNGUA PORTUGUESA
13
a solução para o seu concurso!
Editora
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com 
o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às 
vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a enca-
rar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religio-
sa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o 
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o 
alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor 
– que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; aca-
bava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da 
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, 
passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber 
dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar 
com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, 
admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era 
preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque 
e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o 
céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, 
o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava 
e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Cria-
dor e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- 
jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
Em “escutava maternalmente meus contos toscos” 
(parágrafo 4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a 
alteração de seu significado no contexto, por
(A) criativos
(B) malfeitos
(C) primorosos
(D) incompletos
(E) sofisticados
15. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRO-
NUCLEAR/ADMINISTRADOR/2022
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Texto
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o 
ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo 
eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm 
componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de 
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibili-
dade de conserto, são descartados pelos consumidores. 
Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos 
de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésti-
cos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar-
me, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de 
fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcio-
nal após certo tempo, para forçar o consumidor a com-
prar uma nova geração desse produto. Já a obsolescência 
perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos 
ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações 
com aparência inovadora e pequenas mudanças funcio-
nais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o 
que induz o consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma 
aos problemas ambientaisda atualidade. O consumidor 
raramente reflete sobre as consequências do consumo 
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfa-
zer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos 
como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explo-
são da indústria da informação é uma força motriz da so-
ciedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços 
na economia e no desenvolvimento social. O mundo glo-
balizado impõe uma constante busca de informações em 
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz 
maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo da 
Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce 
um fascínio irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrôni-
cos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, 
em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), 
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos 
componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. 
Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de tonela-
das de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo 
cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do 
lixo urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: 
SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/
storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível 
para os jovens.” (parágrafo 3), a palavra que apresenta o 
sentido contrário ao da palavra destacada é
(A) atração
(B) encanto
(C) repulsa
(D) sedução
(E) embevecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
1414
a solução para o seu concurso!
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16. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRO-
NUCLEAR/ADMINISTRADOR/2022
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Texto
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o 
ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo 
eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm 
componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de 
obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibili-
dade de conserto, são descartados pelos consumidores. 
Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos 
de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésti-
cos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar-
me, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de 
fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcio-
nal após certo tempo, para forçar o consumidor a com-
prar uma nova geração desse produto. Já a obsolescência 
perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos 
ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações 
com aparência inovadora e pequenas mudanças funcio-
nais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o 
que induz o consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma 
aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor 
raramente reflete sobre as consequências do consumo 
crescente desses produtos, preocupando- se em satisfa-
zer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos 
como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explo-
são da indústria da informação é uma força motriz da so-
ciedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços 
na economia e no desenvolvimento social. O mundo glo-
balizado impõe uma constante busca de informações em 
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz 
maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo da 
Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce 
um fascínio irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrôni-
cos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, 
em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), 
e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos 
componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. 
Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de tonela-
das de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo 
cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do 
lixo urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: 
SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/
storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da 
informação é uma força motriz da sociedade”, a palavra 
destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, 
por
(A) infalível
(B) obrigatória
(C) abrangente
(D) imprescindível
(E) impulsionadora
17. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Predicado
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante 
que o QI no mercado de trabalho
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspecti-
vas de alguém crescer na carreira, poderia considerar pe-
dir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede 
indicadores como memória e habilidade matemática.
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras 
letrinhas: o quociente de inteligência emocional (QE), uma 
combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e 
comunicação. Não só no mundo do trabalho, o QE é visto 
como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter su-
cesso em vários aspectos da vida.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes 
para o sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a 
tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades ne-
cessárias para prosperar no mercado de trabalho também 
estão mudando. Entra em cena então um novo quociente, 
o de adaptabilidade (QA), que considera a capacidade de 
se posicionar e prosperar em um ambiente de mudanças 
rápidas e frequentes.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas 
informações, mas de descobrir o que é relevante, deixar 
para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um 
esforço consciente para mudar. Esse quociente envolve 
também características como flexibilidade, curiosidade, 
coragem e resiliência.
Amy Edmondson, professora de Administração da Har-
vard Business School, diz que é a velocidade vertiginosa 
das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA ven-
cer o QI. Automatiza-se facilmente qualquer função que 
envolva detectar padrões nos dados (advogados revisan-
do documentos legais ou médicos buscando o histórico 
de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor 
da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no 
Reino Unido. A tecnologia mudou bastante a forma como 
LÍNGUA PORTUGUESA
15
a solução para o seu concurso!
Editora
alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará. Isso 
ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas 
com mais rapidez e precisão do que um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cum-
prem essas funções precisam desenvolver novas habilida-
des, como a criatividade para resolver novos problemas, 
empatia para se comunicar melhor e responsabilidade.
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabi-
lidade e flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos 
que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas 
quais precisa passar para se qualificar; seu QE contribui 
na conexão com um recrutador e depois no relacionamen-
to com colegas e clientes no emprego. Então, quando os 
sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são automa-
tizados, você precisa do QA para se acomodar a novos ce-
nários.
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para 
as habilidades existentes diante de novas maneiras de tra-
balhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez 
mais buscado na hora da contratação. Uma coisa boa do 
QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo, especialistas 
dizem que ele pode ser desenvolvido.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma 
missão crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, 
experimentar se tornará muito mais importante do que o 
domínio de um assunto.”
Disponível em: <
https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>.
Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
A frase em que o verbo apresenta a mesma predicação 
que o verbo ocorrer em “Isso ocorre porque um algoritmo 
pode executar essas tarefas” (parágrafo 5) é:
(A) “Entraem cena então um novo quociente”. (pará-
grafo 3)
(B) “Esse quociente envolve também características 
como flexibilidade, curiosidade, coragem e resiliên-
cia.” (parágrafo 4)
(C) “A tecnologia mudou bastante a forma como al-
guns trabalhos são feitos”. (parágrafo 5)
(D) “você é um contador.” (parágrafo 7)
(E) “Seu QI o ajuda nas provas”. (parágrafo 7)
18. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELE-
TRONUCLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓ-
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Assunto: Orações subordinadas adverbiais
Texto
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase 
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apa-
nhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da 
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma 
pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, 
devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do pró-
ximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais 
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na 
Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter 
na gaveta o revólver que havia recebido, menina- e-mo-
ça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, 
perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo 
meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se 
importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava 
o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam 
a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a 
ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos 
dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos 
contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-
-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado 
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; 
escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Ma-
ria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de 
Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está 
vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é 
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez 
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com 
o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às 
vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a enca-
rar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religio-
sa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o 
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o 
alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor 
– que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; aca-
bava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
LÍNGUA PORTUGUESA
1616
a solução para o seu concurso!
Editora
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da 
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, 
passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber 
dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar 
com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, 
admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era 
preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque 
e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o 
céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, 
o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava 
e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Cria-
dor e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- 
jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
No trecho: “Mas nunca deixou de ter na gaveta o re-
vólver que recebera, menina-e-moça, das mãos do pai, e 
que empunhou no quintal noturno, perseguindo um la-
drão”, (parágrafo 2), a oração destacada pode ser substi-
tuída, sem prejuízo de seu significado, por
(A) por isso perseguia um ladrão.
(B) enquanto perseguia um ladrão.
(C) embora perseguisse um ladrão.
(D) desde que perseguisse um ladrão.
(E) por mais que perseguisse um ladrão.
19. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNO-
LOGIA/2021
Assunto: Orações subordinadas adverbiais
Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
No momento em que se tornam ainda mais complexas 
as discussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino 
remoto continua a ser a rotina de muitas famílias, atual-
mente.
Mas um ano sem precedentes na história veio acom-
panhado de lições inéditas para professores, alunos e es-
tudiosos. Diante do pouco acesso a planos de dados ou a 
dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores 
tem sido se conectar regularmente via aplicativos de men-
sagens.
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores man-
tinham contato com seus alunos por meio dos aplicativos 
de mensagens, muito mais do que pelas próprias platafor-
mas de aprendizagem. Esse uso foi uma grande surpresa, 
mas é porque não temos outras ferramentas de massifica-
ção. A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geral-
mente, por um celular compartilhado (entre vários mem-
bros da família), o que é algo muito desafiador.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, 
mensagens direcionadas são uma forma relativamente 
barata de comunicação. A importância de cultivar intera-
ções entre os estudantes, mesmo que eles não estejam 
no mesmo ambiente físico, também é uma forma de mo-
tivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, uma 
pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos 
dos demais: comparar estratégias, falar com alunos, com 
outros professores e dar mais oportunidades de trabalho 
coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa. Além dis-
so, a pandemia ressaltou a importância do vínculo anterior 
entre escolas e comunidades”.
Embora seja difícil prever exatamente como o fecha-
mento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro 
dos alunos, educadores internacionais estimam que estu-
dantes da educação básica já foram impactados. É preciso 
pensar em como agrupar esses alunos e averiguar os que 
tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar 
essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (le-
tivos) de transição.
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan demia. Dis-
ponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/ bbc/2021/04/24/
8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na- pandemia. htm>. Acesso 
em: 21 jul. 2021. Adaptado.
No trecho “A importância de cultivar interações entre 
os estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo 
ambiente físico” (parágrafo 4), a expressão destacada es-
tabelece com a oração principal a relação de
(A) condição
(B) concessão
(C) comparação
(D) conformidade
(E) proporcionalidade
20. CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/”SEM ÁREA”/2021
Assunto: Orações subordinadas adverbiais
Relacionamento com o dinheiro
Desde cedo, começamos a lidar com uma série de si-
tuações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do 
seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da 
forma mais favorável a você. O aprendizado e a aplicação 
de conhecimentos práticos de educação financeira podem 
contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pes-
soais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibra-
das sob o ponto de vista financeiro.
Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mun-
do financeiro muito mais complexo que o das gerações 
anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da 
população não acompanhou esse aumento de comple-
xidade. A ausência de educação financeira, aliada à faci-
LÍNGUA PORTUGUESA
17
a solução para o seu concurso!
Editora
lidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas 
ao endividamento excessivo, privando-as de parte de sua 
renda em função do pagamento de prestações mensais 
que reduzem suas capacidades de consumir produtos que 
lhes trariam satisfação.
Infelizmente, não faz parte do cotidiano damaioria 
das pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão 
de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma 
cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da sociedade 
organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada 
é falado sobre o assunto. As empresas, não compreenden-
do a importância de ter seus funcionários alfabetizados fi-
nanceiramente, também não investem nessa área. Similar 
problema é encontrado nas famílias, nas quais não há o 
hábito de reunir os membros para discutir e elaborar um 
orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos 
ligados à gestão financeira pessoal muitas vezes são con-
siderados invasão de privacidade e pouco se conversa em 
torno do tema. Enfim, embora todos lidem diariamente 
com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus re-
cursos.
A educação financeira pode trazer diversos benefícios, 
entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pesso-
ais, preparar para o enfrentamento de imprevistos finan-
ceiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso 
do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o indiví-
duo cair em fraudes, preparar o caminho para a realização 
de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Ges-
tão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado.
No trecho do parágrafo 3 “As empresas, não compre-
endendo a importância de ter seus funcionários alfabe-
tizados financeiramente, também não investem nessa 
área”, a oração destacada tem valor semântico de
(A) causa
(B) proporção
(C) alternância
(D) comparação
(E) consequência
21. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNO-
LOGIA DA INFORMAÇÃO/2021
Assunto: Orações reduzidas
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato 
com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda 
não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se 
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala 
ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha 
não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria 
não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, 
comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala 
nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para 
o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a peque-
na pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo 
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. 
Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma 
bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar 
mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência 
tão inocente, tornando possível o mundo impossível do 
qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, ter-
minei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente 
deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho 
dele, e só depois que passar o gosto você começa a masti-
gar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu 
já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado 
do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, 
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mas-
tigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzen-
to de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, 
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não 
estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna 
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante 
da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confes-
sar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava 
aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, 
sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair 
no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba 
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente 
pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente 
prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou 
outro, e esse você não perderá.
LÍNGUA PORTUGUESA
1818
a solução para o seu concurso!
Editora
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha 
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que 
o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso 
da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
A frase que guarda o mesmo sentido do trecho “Até 
que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, 
dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.” 
é:
(A) Até que não suportei mais, e, como atravessei o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado 
cair no chão de areia.
(B) Até que não suportei mais, e, já que atravessei o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado 
cair no chão de areia.
(C) Até que não suportei mais, e, para que atravessas-
se o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastiga-
do cair no chão de areia.
(D) Até que não suportei mais, e, embora atravessasse 
o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado 
cair no chão de areia.
(E) Até que não suportei mais, e, quando atravessei o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado 
cair no chão de areia.
22. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRO-
NUCLEAR/ADMINISTRADOR/2022
Assunto: Questões mescladas de sintaxe
A concordância verbal está de acordo com a norma-
-padrão da Língua Portuguesa em:
(A) Devido à baixa qualidade dos aparelhos, precisam-
-se de leis que obriguem os fabricantes a ressarcir os 
consumidores insatisfeitos com suas compras na inter-
net.
(B) De acordo com os estudiosos da área de tecnologia 
e consumo, dividem-se os tipos de obsolescência em 
perspectiva e programada.
(C) Em função do tipo de lixo eletroeletrônico, consta-
taram-se, nos últimos anos, pelos tipos de aparelhos 
descartados, o hábito dos consumidores de substituir 
aparelhos celulares todo ano.
(D) Nas lojas virtuais de grandes empresas de varejo, 
atendem-se a consumidores de todas as regiões do 
país, tendo em vista a facilidade de acesso e de en-
trega.
(E) Com base nas estatísticas de reclamações nas ins-
tituições de proteção aos consumidores, avaliam-se 
que as empresas de telefonia estejam à frente nas lis-
tas de insatisfação.
23. CESGRANRIO - TEC BAN (BASA)/BASA/2022
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
“Maior fronteira agrícola do mundo 
está no bioma amazônico”,
diz pesquisador da Embrapa
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a pos-
sibilidade de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, 
um estudo da ONU mostra que o país será o grande res-
ponsável por produzir os alimentos necessários para aten-
der os mais de 9 bilhões de pessoas que habitarão o plane-
ta em 2050. De acordo com pesquisadores da Embrapa, a 
região possui potencial e áreas para ampliação sustentável 
da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor 
brasileiro é muito grande.
A região amazônica se mostra promissora para a agri-
cultura, pois ela é rica em um insumo fundamental, a 
água. Estados como Rondônia e Acre têm municípios que 
recebem até 2.800 milímetros de chuvas por ano. E isso 
proporciona a qualidade e a possibilidade de semear mais 
de uma cultura por ano.
Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e 
à ampliação da agricultura na região amazônica, são um 
limitante para a exploração dessas áreas. Para cada nova 
área aberta para a agricultura, parte deveria ser obriga-
toriamente destinada à preservação ambiental, segundo 
as exigências dos países que compram nossos produtos 
agrícolas.
POPOV, Daniel. CanalRural. Disponível em: https://www.canalrural. 
com.br/projeto-soja-brasil/noticia/
maior-fronteira-agricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. 
Acesso em: 30 nov. 2021. Adaptado.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, 
o emprego adequado da vírgula está plenamente atendido 
em:
(A) A criação de animais para a produção de alimentos, 
é de grande importância para o sustento de milhares 
de famílias.
(B) A floresta Amazônica, apesar de parecer homogê-
nea, possui muitas diferenças na sua vegetação.
(C) A melhor maneira de proteger as povoações situa-
das nas margens dos rios, é procurar soluções que im-
peçam o comércio ilegal.
(D) O estado do Amazonas apresenta, a maior popu-
lação indígena do Brasil com aproximadamente trinta 
mil habitantes.
(E) O número de estudiosos preocupados com o futuro 
do planeta, aumentou devido ao aquecimento global.
LÍNGUA PORTUGUESA
19
a solução para o seu concurso!
Editora
24. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNO-
LOGIA DA INFORMAÇÃO/2022
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E 
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. 
O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada 
estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, 
mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios 
e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das 
montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele tre-
cho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é 
quase madrugada.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em 
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco mo-
vimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de 
manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é 
o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, 
com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o 
futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou 
fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já 
está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de 
corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso 
pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira 
de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece 
pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos 
os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada 
placidamente em sua cadeira na calçada, observando as 
manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos 
sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada 
mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comen-
tários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o 
excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e 
essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? 
E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma 
já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber 
o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela se-
nhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para 
que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por 
trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. 
E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola 
assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de 
alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, 
que prende, constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os 
passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendu-
rados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, 
o emprego adequado da vírgula está plenamente atendido 
em:
(A) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino, 
quase frio.
(B) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava sen-
tada, em uma cadeira.
(C) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
(D) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvo-
res cada vez mais crescidas.
(E) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não 
vê que o outono fica mais lindo quando estamos livres.
25. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELE-
TRONUCLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓ-
GICA/2022
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
Texto
Maria José
Paulo Mendes Campos
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase 
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apa-
nhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da 
sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma 
pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, 
devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do pró-
ximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais 
difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na 
Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter 
na gaveta o revólver que havia recebido, menina- e-mo-
ça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, 
perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo 
meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se 
importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava 
o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam 
a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a 
ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos 
dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos 
LÍNGUA PORTUGUESA
2020
a solução para o seu concurso!
Editora
contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-
-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado 
quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; 
escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Ma-
ria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de 
Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está 
vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é 
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez 
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com 
o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às 
vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a enca-
rar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religio-
sa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o 
rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o 
alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor 
– que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; aca-
bava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da 
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, 
passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber 
dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar 
com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, 
admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era 
preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque 
e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o 
céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, 
o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava 
e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Cria-
dor e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- 
jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
Considerando-se o emprego da vírgula, a frase que 
está de acordo com o padrão formal escrito da língua é
(A) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua pre-
sença.
(B) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho.
(C) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me 
proteger.
(D) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmotempo firme.
(E) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos 
aquele desfecho, triste.
26. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRO-
NUCLEAR/ADMINISTRADOR/2022
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
O emprego da vírgula está plenamente de acordo com 
as exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa em:
(A) Caso sejam priorizadas medidas de proteção ao 
meio ambiente, a substituição dos lixões por uma for-
ma adequada para tratar o lixo será benéfica.
(B) Em todo o mundo há uma preocupação com a ma-
neira de descartar o lixo por isso, é sempre preferível 
corrigir nossos hábitos.
(C) O aterro sanitário apresenta inúmeras vantagens, 
como a redução da poluição porém, há desvantagens, 
como o seu alto custo.
(D) O lixo eletrônico encontrado, em televisores, rá-
dios, geladeiras, celulares, pilhas compromete a saúde 
pública.
(E) O lixo hospitalar decorrente do atendimento médi-
co a seres humanos ou animais, acarreta muitos pro-
blemas de saúde pública.
27. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNO-
LOGIA DA INFORMAÇÃO/2021
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato 
com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda 
não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se 
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala 
ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha 
não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria 
não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, 
comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala 
nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para 
o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a peque-
na pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo 
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. 
Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma 
bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar 
mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência 
LÍNGUA PORTUGUESA
21
a solução para o seu concurso!
Editora
tão inocente, tornando possível o mundo impossível do 
qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, ter-
minei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço?
— Perguntei para não errar no ritual que certamente 
deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho 
dele, e só depois que passar o gosto você começa a masti-
gar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu 
já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado 
do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, 
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mas-
tigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzen-
to de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, 
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não 
estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna 
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante 
da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confes-
sar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava 
aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, 
sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o 
portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair 
no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu!
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba 
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente 
pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente 
prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou 
outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha 
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que 
o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso 
da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
A frase que apresenta todas as vírgulas corretamen-
te empregadas, de acordo com a norma-padrão da língua 
portuguesa, é:
(A) A menina que descobriu o chicle, também experi-
mentou, a possibilidade da eternidade.
(B) São consideradas maravilhosas, aquelas histórias 
de príncipes e fadas, que vivem eternamente.
(C) Aproveitou, a textura, o sabor docinho do chicle, e 
ainda o comparou com o mundo impossível da eter-
nidade.
(D) Muitas crianças, quando se deparam com o desco-
nhecido, passam a fantasiar sobre ele na tentativa de 
entendê-lo.
(E) Quando as crianças sonham, em serem príncipes, 
princesas e fadas, elas fantasiam sobre viverem felizes 
para sempre.
28. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMER-
CIAL/2021
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, 
parênteses etc)
A palavra salário vem mesmo de “sal”?
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da 
Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz 
sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no século 
7 a.C., na forma de discos de metal precioso (moedas), e 
só foi adotado em Roma 300 anos depois.
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens 
não perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de 
cobre (fundamentais para a fabricação de armas), sacas de 
grãos, pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como 
enfeite), prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o 
que garantia a preservação da carne. A demanda por ele, 
então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa fun-
cionava como poupança. Você poderia trocá-las pelo que 
quisesse, a qualquer momento.
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornan-
do o grande meio universal de troca – seja em Roma, seja 
em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue 
viva, como um fóssil etimológico.
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados 
romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. 
Roma não tinha um exército profissional no século 4 a.C. A 
força militar da época era formada por cidadãos comuns, 
que abandonavam seus afazeres voluntariamente para lu-
tar em tempos de guerra (questão de sobrevivência).
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem 
do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Je-
sus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das hon-
rarias que os soldados recebiam após batalhas bem-su-
cedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal 
era um bônus para voluntários, não um salário para valer. 
Quando Roma passou a ter uma força militar profissional e 
permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago 
na forma de moedas.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São 
Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.
O período em que o sinal de dois pontos é empregado 
para introduzir uma enumeração, como no trecho que se-
gue “demanda garantida” (parágrafo 2), é:
LÍNGUA PORTUGUESA
2222
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(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos 
de um prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos 
auferidos pela pessoa compõem sua remuneração.
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saú-
de podem fazer parte da remuneração: muitos traba-
lhadores escolhem seus empregos com base nessas 
vantagens.
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a 
remuneração pelos serviços: “O valor mensal vai de-
pender de diversos itens, a serem combinados.”
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, 
usado até hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utili-
zada no Brasil colonial, e o bacalhau, antes usado na 
Escandinávia.
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de 
troca: no século XVIII, o estado americano de Virginia 
adotou esse método.
29. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNO-
LOGIA/2021
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