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UNIDADE 1- AULAS 1-2-3 e 4- Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios

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Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios
Aula 1 
DEFININDO E TANGIBILIZANDO A IDEIA DE PENSAMENTO
CRIATIVO
Nesta aula, você vai aprender a diferença destes conceitos e como eles podem ser
organizados de forma a transformar criatividade em inovação: o Design Thinking.
INTRODUÇÃO
Com o avanço das tecnologias e mudança nos modelos de sociedade, as instituições
também precisaram se adaptar, estruturando suas arquiteturas de governança e iniciando
um processo de transformação digital das empresas e serviços. Com essa transição, se
tornou cada vez mais comum confundirmos os termos inovação e criatividade.
Apesar de conceitos diferentes, inovação e criatividade estão intimamente ligadas, na
verdade, uma pode ser o ponto de partida para a outra.
Nesta aula, você vai aprender a diferença destes conceitos e como eles podem ser
organizados de forma a transformar criatividade em inovação: o Design Thinking. O
modelo mental do Design Thinking pode ser usado para solucionar diferentes tipos de
problema do cotidiano, dos mais simples aos mais complexos e aqui você vai conhecer
alguns casos práticos e reais de aplicação.
Durante a aula, também vai se aprofundar nos pilares do design thinking bem como em
algumas ferramentas para colocar a mão na massa e adaptar às suas necessidades do
dia a dia.
Vamos juntos!
DEFININDO E TANGIBILIZANDO A IDEIA DE PENSAMENTO CRIATIVO
Uma frase do famoso publicitário americano David Ogilvy traz que “pessoas que pensam
bem, escrevem bem”. Na verdade, a frase poderia ser substituída por “falam”, “pintam”,
“fazem filmes” e até “criam empresas” bem. Em resumo, tarefas ligadas à criatividade têm
mais a ver com nossa lógica, pensamento e interpretação por trás do entendimento das
coisas do que exatamente com inspiração.
A ideia de “criatividade” deriva do latim “creare”, que indica a capacidade de produzir, criar
e inventar coisas, é a habilidade natural do ser humano de conceber diferentes formas e
significados a partir da observação do mundo à sua volta.
De acordo com Alencar (1996), todo ser humano possui um certo grau de habilidades
criativas, que podem ser aperfeiçoadas por meio da prática e do treino. Sim, o
pensamento criativo pode ser estimulado e exercitado para ser ampliado.
O psicólogo e psicometrista Sternberg (1988) formulou a teoria do investimento em
criatividade, um modelo que investiga fatores que facilitam ou impedem o funcionamento
criativo do indivíduo a manifestação da criatividade. A criatividade surge da forma em que
a pessoa relaciona suas influências internas (inteligência, valores, personalidade e
motivações) com influências externas (família, escola, trabalho, contexto cultural e saúde).
A teoria sistêmica da criatividade, do psicólogo Lubart (1999), olha justamente para a
importância desses fatores externos para a formação do pensamento criativo, uma vez
que durante a infância as experiências familiares direcionam a formação das pessoas,
seus valores, sentido crítico e, inclusive, criatividade. A escola, onde se passa grande
parte da vida, é onde desenvolvemos o nosso potencial criatividade, guiados por
professores em suas aulas. Já as empresas contratam, estimulam e precisam de
profissionais criativos para continuarem progredindo no mercado. A criatividade também é
influenciada pela cultura, pois é ela que fornece o conjunto de elementos e símbolos que
permeiam o imaginário do indivíduo. Por último, saúde é vista como um processo de
funcionamento integral de todo o ser, que aumenta e otimiza seus recursos, entre eles, a
criatividade.
Para Runco (2007), toda pessoa nasce com potencial para ser criativa, mas conforme
vivemos, vamos nos moldando às necessidades do nosso sistema e nem todas realizam
esse potencial, por não terem oportunidades de desenvolvê-lo. Por isso, depois de
adultos, precisamos de ainda mais persistência e estratégia para desconstruir crenças e
valores antigos e dar lugar ao novo.
É uma conquista estimularmos as novas ideias, despertar o espírito da colaboração e da
diversidade, fazer novas combinações e, assim, expandir a capacidade criativa do homem
que expressará o desenvolvimento do mundo em que vivemos.
No próximo bloco, vamos entender os fundamentos do Design Thinking, como surgiu e
como pode ajudar a transformar a criatividade em inovação.
CONHECENDO O CONCEITO DE DESIGN THINKING E POSSÍVEIS
APLICAÇÕES
Enquanto a criatividade está relacionada à habilidade individual de cada um em criar
novos significados no ambiente que o cerca, a inovação está relacionada à transformação
dessas ideias em resultados, ou seja, à aplicação da criatividade de maneira assertiva
para resolver problemas da sociedade. Para chegar à inovação existem diferentes
métodos como, por exemplo, o Design Thinking.
Design Thinking é uma abordagem de resolução de problemas complexos, que começou
a ficar mais conhecido no final dos anos 1990, especialmente na Europa e nos Estados
Unidos. Organizado pelo Designer Tim Brown, o modelo mental consolida o processo
criativo do Designer para aplicação em contextos diversos.
Embora o nome “design” seja frequentemente associado à qualidade e/ou aparência
estética de produtos, para Brown (2009), o design como disciplina tem como objetivo
máximo facilitar a solução de problemas que afetam a vida das pessoas.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica a experiência
(emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar de usuários (considerando todos os
aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc.). Isso faz com que
sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar soluções.
O modelo mental do design é sobre entender problemas que afetam o bem-estar das
pessoas como desafios de natureza diversa. É preciso mapear a cultura, os contextos, as
experiências e os processos na vida dos indivíduos afetados para ganhar uma visão mais
completa, que abra caminhos para identificar as reais barreiras e gerar alternativas para
transpô-las.
Ao investir esforços nesse mapeamento, é possível identificar as causas e as
consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções. Ele sabe que
para identificar os reais problemas e solucioná-los de maneira mais efetiva, é preciso
abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza o trabalho colaborativo
entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares diversificados e oferecem
interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções inovadoras.
Também é considerada uma abordagem propícia para processos de inovação, pois é uma
maneira de compilar o processo do pensamento criativo. Ele é baseado em 3 grandes
pilares: empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender os
desafios e questões sob seu ponto de vista; cocriação, que é o ato de criar em conjunto,
mesclando diferentes atores e pontos de vista, garantindo uma diversidade de ideias;
experimentação, que é o teste rápido e barato das ideias geradas, garantindo que sejam
viáveis.
Assim, é uma abordagem que, se considerando estes princípios, pode ser aplicada em
diferentes contextos, sem prejuízo algum. O processo do design thinking pode ajudar
empresas a encontrar melhores modelos de mercado para manter funcionando, melhorar
experiências de serviços públicos, reduzir custos de operação, entre outros inúmeros
contextos que podem ser beneficiados.
CASE DE SUCESSO E OUTRO DE FRACASSO COM APLICAÇÃO DO DT
Se dedicar ao entendimento dos desejos do cliente pode, literalmente, salvar uma
empresa. Segundo o artigo “What’s next in innovation”, publicado pela consultoria Nielsen
em 2018, mais de 20 mil novos produtos lançados na América Latina fracassam por ano.
O principal motivo apontado: “a solução não atende a reais necessidades do consumidor”.
O Design Thinking propõe justamente isso, incluir o consumidor no processo, para coletarideias que realmente façam sentido para o usuário final. Um caso bem conhecido do uso
do DT aconteceu na empresa americana GE Healthcare e é considerado um dos maiores
exemplos do modelo mental. 
Um designer contratado pela empresa, devia resolver o seguinte problema: as crianças
sentiam muito medo de fazer exames na máquina de ressonância magnética. Para eles,
foi uma experiência horrível e muitas precisaram ser sedadas para conseguir fazer o
exame.
Pensando na experiência e nos sentimentos desses usuários, o designer realizou
imersões para chegar em soluções que tornassem o exame mais agradável e percebeu
que o tamanho da máquina e seu aspecto robotizado, assustava as crianças. 
Entendendo o universo infantil, ele desenvolveu uma versão mais alegre e lúdica da
máquina, imitando um submarino. Isso tornou a experiência mais leve e confortável para o
usuário.
Exemplos não faltam de produtos e serviços que não deram certo e é justamente para
aprender com estes casos que um grupo de empreendedores brasileiros fundou o
“FuckUp Inc”, uma organização que promove encontros para troca de experiências com
projetos que falharam e reforçam a pesquisa da Nielsen.
“Em quase toda a América Latina, em média 75% dos negócios fecham nos dois primeiros
anos. Isso significa que há mais histórias de fracasso do que de sucesso. Uma das
melhores formas de aprender a se dar bem com um negócio é ouvir as pessoas que não
atingiram esse objetivo”, afirma Leticia Gasca, uma das fundadoras do projeto.
Um exemplo de empreendedorismo que não deu certo foi o “Floripa Xtreme Park”, um
parque de pistas artificiais para ski e snowboard, fundado em Florianópolis. Para
reportagem à Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, o fundador Gabriel Longo
contou que o parque era formado por 22 toneladas de aço, com 7 metros de altura, o que
tornava difícil a readaptação e migração da solução para outros espaços e pouco
combinava com as necessidades de entretenimento da região. Além disso, a solução
tampouco era sustentável.
Em menos de seis meses a estrutura foi vendida para um ferro velho por R$5 mil, um
valor que representa 3% do investimento feito na empresa.
Em resumo, um bom negócio não nasce apenas da ideia. É preciso validar se essa ideia
realmente supre uma necessidade, se haverá uma aceitação dos clientes, se ela é viável
e sustentável. No caso do “Floripa Xtreme Park”, a aplicação do design thinking poderia
ter evitado o investimento em uma solução que não fazia sentido para o contexto. Por
exemplo, com uma escuta das reais necessidades do público, a criação de ideias mais
assertivas e a prototipagem da estrutura de forma mais barata para uma testagem rápida.
Saiba mais
ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Criatividade: múltiplas perspectivas. 3 ed. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 2003.
JOHNSON, S. De onde vêm as boas ideias. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
GILBERT, E. Grande magia: vida criativa sem medo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.
GILBERT, E. Sucesso, fracasso e a motivação para continuar criando. TED. Disponível
em: https://www.ted.com/playlists/152/what_is_success. Acesso em: 17 dez. 2021.
 REFERÊNCIAS
Alencar, E.M.L.S. Criatividade Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995.
Alencar, E.M.L.S. A gerência da criatividade. Săo Paulo: Makron, 1996.
Brown, T. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
Lubart, T. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Grupo A. 2007.
Runco, A. M. Creativity, theories and themes: research, development, and practice. San
Diego: Elsevier, 2007.
Sternberg, R.J. A three-facet model of creativity. Em R. J. Sternberg (Org.), The nature of
creativity. Contemporary psychological perspectives (pp. 125-147). Cambridge: Cambridge
University Press, 1988.
Sternberg, R.J. A theory of creativity. Trabalho apresentado no XIV School Psychology
Association. Colloquium. Braga, Portugal, 1991.
What’s next in innovation - Chaves para o sucesso de novos produtos América Latina.
Nielsen. Disponível em:
<https://www.nielsen.com/wp-content/uploads/sites/3/2019/05/O20que20est
%C3%A120por20vir20em20Inova%C3%A7%C3%A3o.pdf> Acesso em: 17 dez. 2021.
Histórias de insucesso: conheça o evento em que empreendedores falam sobre o
fracasso. Pequenas Empresas Grandes Negócios. São Paulo, 04 de out. de 2018.
Disponível em:
<https://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2018/10/historias-de-
insucesso-conheca-o-evento-em-que-empreendedores-falam-sobre-o-fracasso.html>
Acesso em: 17 dez. 2021.
Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios
Aula 2
ETAPAS DO PROCESSO DE DESIGN THINKING
Nesta aula, vamos ver como, se bem implementadas, as abordagens de design thinking
ajudam a melhorar as tomadas de decisão, contribuindo para um processo mais
abrangente, com riscos reduzidos de duplicações, inconsistências ou sobreposiçõe
INTRODUÇÃO
O Design Thinking é conhecido globalmente por ter um foco explicitamente humanizado e
centrado no usuário. Ela conduz soluções que são progressivamente refinadas, em um
processo de interação resultante de testes com os usuários finais, engajando estes
durante todo o processo decisório da construção, diversificando perspectivas para os
problemas trabalhados e experimentando as ideias geradas. Em suma, a ideia do modelo
mental é promissora pois considera a adaptação, a flexibilidade e a implementação
gradual como caminho para a inovação.
Nesta aula, vamos ver como, se bem implementadas, as abordagens de design thinking
ajudam a melhorar as tomadas de decisão, contribuindo para um processo mais
abrangente, com riscos reduzidos de duplicações, inconsistências ou sobreposições.
DO INSIGHT À ENTREGA DE VALOR: COMO IDENTIFICAR
OPORTUNIDADES ATRAVÉS DO EXERCÍCIO DA EMPATIA
O foco nas pessoas é o principal componente do modelo mental do design. Para que a
jornada proposta seja realmente eficiente, é preciso desenvolver a empatia com público
estipulado, de forma a potencializar o entendimento de suas perspectivas e bagagens.
Mas, afinal, o que é a empatia? A resposta mais comum é: “empatia é se colocar
no lugar do outro”, uma ideia que não é errada mas sim imprecisa. Etimologicamente, a
palavra empatia tem raiz no Grego: in (junto) + pathos (dor) e significa: “Sentir a mesma
dor”.
O termo foi resgatado pelo psicólogo Rosenberg, organizador da teoria da Comunicação
Não Violenta. Em um trecho do seu livro sobre CNV, Rosenberg (1999) diz: “Não pense
que o que diz é empatia. Assim que pensa que o que diz é empatia, estamos distantes do
objetivo. Empatia é onde conectamos nossa atenção, nossa consciência, não o que
falamos”.
Em resumo, empatia refere-se não só à capacidade de dizer boas palavras para o outro
mas de colocar a pessoa no centro da situação, se despir das suas próprias vivências,
contextos e bagagens para reconhecer os sentimentos e emoções do outro de forma mais
profunda. Afinal, uma mesma experiência pode impactar cada um de uma forma diferente
e só saberemos a real dor da pessoa se olharmos na perspectiva de vida dela.
No contexto do Design Thinking, para Brown (2009) o pilar da empatia diz respeito a
como escutamos - e compreendemos - os sentimentos e as necessidades das pessoas. O
objetivo é entender os outros aspectos da vida daquela pessoa, como sua rotina diária,
seu entendimento sobre o problema em questão, seu contexto, conhecer seu círculo
social. É a partir desse entendimento que sabemos realmente o que o nosso público alvo
precisa, direcionando as soluções desenvolvidas.
O maior desafio da empatia é que, na maioria das vezes, o nosso público alvo tem
anseios diferentes das soluções que pensamos inicialmente para os desafios. 
Escutar quem parece com a gente (tem os mesmos valores, opiniões e ambições) é fácil,
pois nos sentimos apoiados. Mas escutar alguém que não concorda com a forma como
pensamos,enxergamos e sentimos o mundo, é sempre um grande desafio. No fundo,
escutamos para responder, e não para compreender.
Para conseguirmos captar os insights é preciso estar com a nossa escuta e olhar
empático bem afiados. Mas calma, eles podem ser aperfeiçoados a cada dia.
Afinal, como praticar a empatia? Não há uma “fórmula mágica” para praticar a
empatia, mas algumas ações podem ajudam a treinar a empatia para o nosso cotidiano:
• 1- Autoconhecimento> O autoconhecimento permite entender as nossas
próprias dores, desejos e ações. Isso nos ajuda a ter mais discernimento na hora
de entender os outros.
• 2- Respeito> É preciso saber que cada um tem os seu valores, vivências e
individualidades. Evite aplicar sobre a situação do outro seus valores e
julgamentos, veja e sinta a situação considerando as especificidades dele.
• 3- Atenção> Pratique a escuta ativa, ouça as pessoas livre de julgamentos ou
respostas automáticas. Perceba o tom de voz, postura, o olhar e até mesmo o
silêncio que traduz os sentimentos do que não é dito.
• 4- Desconstrução> Vivemos em uma sociedade cheia de rótulos, padrões e
preconceitos já estabelecidos, mas insistimos em negar que eles existam dentro de
nós. Precisamos ter humildade para reconhecer esses padrões mudá-los. Só assim
conseguiremos nos conectar de forma efetiva com o outro.
• 5- Renovação> Viva novas experiências mesmo que sejam desafiadoras, pois o
desconhecido estimula a humildade que é uma característica essencial da empatia.
Lembre-se: o importante é ampliar os próprios horizontes. Saia de sua zona de
conforto! E você? O que está esperando para praticar a empatia?
DEFINIÇÃO DE PROBLEMAS E IDEALIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
Problema complicado X problema complexo
Um dos maiores desafios das empresas é aprender a lidar com problemas complexos. É
preciso entender que há uma diferença muito importante entre um problema complicado e
um problema complexo.
O problema complicado é aquele que é operacional, sistemático. Pode ser um
engarrafamento no trânsito, uma falta de luz, um erro na entrega de um produto etc.
Já o problema complexo, segundo Kahane (2008), é qualquer problema que envolve
vidas e vontades independentes. Ele é mais do que sistemático: ele é sistêmico. E seu
sistema engloba as ligações humanas e emocionais dentro de uma estrutura.
Para lidar com problemas complexos, é preciso entender esses olhares diferentes e se
aprofundar nas causas raízes do problema. É por isso que as fases iniciais do Design
Thinking são dedicadas a entender os desafios e ouvir as pessoas envolvidas.
Como visto por Kelley (2019) a abordagem do Design segue um fluxo conhecido como
Duplo Diamante (double-diamond), que se constitui de 4 etapas: Descoberta, Definição,
Ideação (ou Co-criação) e Prototipagem (Figura 1).
Figura 1 | Desenvolvido pela Consultoria MJV - A imagem exemplifica graficamente as
quatro etapar do Design Thinking, dentro da lógica do duplo diamante
O primeiro diamante, que é composto pelas partes de Descoberta e Definição, compõe a
parte de pesquisa do problema e se baseia no entendimento do desafio inicial, seu
contexto, os usuários, e outras pessoas envolvidas no problema.
Na fase de Descoberta, o problema inicialmente colocado é aberto, verificando todas as
questões relacionadas com eles, ampliando perspectivas; isso corresponde à primeira
metade do primeiro diamante, ou seja, partindo de um ponto e abrindo, divergindo e
trazendo a maior quantidade de informação possível.
A segunda parte, Definição, corresponde à análise de todo o conteúdo coletado
anteriormente, chegando em conclusões sobre o problema e criando direcionamentos
para proposição de soluções. Partimos do aberto para um ponto central, e neste ponto, a
pergunta-desafio, será trabalhada no próximo diamante, que corresponde às fases de
Ideação e Prototipagem.
O desenvolvimento das soluções em si parte de um desafio mais refinado, com um ponto
de vista mais específico para o usuário em questão. Para um melhor direcionamento das
etapas seguintes, é esperado que o desafio seja sintetizado em formato de pergunta e
que contenha os seguintes pontos: o objetivo, público alvo e conceitos direcionadores
identificados durante a pesquisa.
Na fase de Ideação, a intenção é propor o maior número possível de soluções para
resolver a pergunta-desafio. Por isso é importante cocriar, criar em conjunto, com diversos
atores diferentes para ter uma maior riqueza de possibilidades, dada a diversidade de
contextos de seus participantes. 
Além de propor exercícios para estimular a geração de ideias, durante a fase de
cocriação, é importante que haja variedade de perfis de pessoas envolvidas no processo.
Portanto, normalmente inclui-se na ideação aqueles que serão “servidos” pelas soluções
que estão sendo desenvolvidas como especialistas de sua própria experiência. Assim,
além da equipe multidisciplinar do projeto, são selecionados outros membros como
usuários e profissionais de áreas que sejam convenientes ao tema em estudo,
normalmente através de encontros de cocriação.
O objetivo de reunir diferentes expertises é o de contribuir com diferentes perspectivas, o
que, por consequência, torna o resultado final mais rico e assertivo.
As ideias serão posteriormente agrupadas em blocos, e as que atenderem aos critérios do
projeto serão testadas na fase de Prototipagem. Assim, essa diversidade propiciada pela
capacidade de cocriar e pela empatia auxiliam na criação de soluções mais propícias
àquela determinada situação.
PROTOTIPAGEM E TESTE COMO CICLO DE APRENDIZADO E ITERAÇÃO
DE SOLUÇÕES
Desenvolveu alguma ideia legal? Então é hora de testá-la de forma simples e
rápida, para ver se a solução faz sentido. É aqui que entra a prototipação, a nossa última
etapa do duplo diamante, que converge para a solução final.
Prototipar é explorar as ideias no mundo físico, tangibilizá-las, representando a realidade
da solução para que possam ser testadas com os usuários para identificar possíveis
“erros”. O ideal é que a solução seja prototipada da forma mais rápida e barata possível,
para conseguirmos fazer ainda mais testes e validações.
Com o teste, as soluções podem ser melhoradas e adaptadas, ou mesmo descartadas,
garantindo assim um conjunto ótimo de ideias, adaptado ao desafio e às necessidades do
usuário. Afinal, a solução tem que fazer sentido na prática.
A Prototipação tem como função auxiliar a validação das ideias geradas e, apesar de ser
apresentada como uma das últimas fases do processo de Design Thinking, pode ocorrer
ao longo do projeto em paralelo com a descoberta e a Ideação.
Por que prototipar?
Para Dias e Stati (2022) protótipos reduzem as incertezas do projeto, pois são uma forma
ágil de abandonar alternativas que não são bem recebidas e, portanto, auxiliam na
identificação de uma solução final mais assertiva. O processo de Prototipação inicia-se
com a formulação de questões que precisam ser respondidas a respeito das soluções
idealizadas. A partir disso, então, são criados modelos que representam o aspecto em
aberto e que viabilizem o teste.
Os resultados são analisados e o ciclo pode se repetir inúmeras vezes até que a equipe
de projeto chegue a uma solução final em consonância com as necessidades do usuário e
interessante para o negócio da empresa contratante. Portanto, quanto mais testes e mais
cedo se inicia o processo, maior o aprendizado e as chances de sucesso da solução final
(Figura 2).
Figura 2 | Consultoria MJV. A imagem descreve a lógica da criação de protótipos para
testagem, coleta de aprendizagem e definição de novas soluções
Para Warfel (2009) a “natureza dos protótipos propriamente ditos varia muito em função
do segmento de atuação de uma empresa e do tipo de solução que deve ser avaliada.”
Ele pode ser tanto um protótipo de interface gráfica como, por exemplo, telas de
aplicativos para celular, como de produto,como um caixa eletrônico de banco ou, ainda,
de um serviço simulando a experiência de compra de passagem aérea.
Prototipações, portanto, nada mais são que simulações que antecipam problemas, testam
hipóteses e exemplificam ideias de modo a trazê-las à realidade para abrir discussões.
Para Campos (2011) o desenvolvimento de protótipos permite:
• Selecionar e refinar de forma assertiva as ideias;
• Tangibilizar e avaliar interativamente ideias;
• Validar as soluções junto a uma amostra do público;
• Antecipar eventuais gargalos e problemas, reduzindo riscos e otimizando gastos.
Esse é o ciclo de pensamento que pode te ajudar a encontrar novas saídas para dilemas
do seu dia a dia. Inovação não se resume apenas a tecnologias complexas e caras
criadas em um momento de inspiração. Inovação vem da tentativa e erro, é ir melhorando
até que fique muito bom. E aí, qual é a próxima ideia que você vai testar?
Saiba mais
No nosso saiba mais, vamos começar por um vídeo frequentemente usado no contexto do
DT. Nele, Tom Wujec explica um exercício de criatividade e tangibilização de ideias que
consiste no processo de pensar “como fazer uma torrada”. Logo após, teremos mais um
vídeo também sobre simplificação de problemas complexos e dois textos sobre a
importância e como fazer protótipos.
VÍDEOS:
Tem um problema complexo? Primeiro, diga-me como faz uma torrada.- Tom Wujec -
https://bit.ly/3ISQrww. Acesso em: 15/01/2022.
Simplifying complexity - Eric Berlow - https://bit.ly/3oj7Qqx. Acesso em: 15/01/2022.
TEXTO:
https://bit.ly/3s6svz8. Acesso em: 15/01/2022
https://bit.ly/3IXRCLd. Acesso em: 15/01/2022.
 REFERÊNCIAS
Rosenberg, M. Comunicação não violenta - Nova edição: Técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 1999.
Montes, E. Introdução ao Gerenciamento de Projetos: Como gerenciar projetos pode fazer
a diferença na sua vida. São Paulo: Guia PMBOK, 2017.
Brown, T. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
Kelley, D. e Kelley, T. Confiança criativa: libere sua criatividade e implemente suas Ideias.
São Paulo: Alta Books, 2019.
Kahane, A. Como resolver problemas complexos. São Paulo: Senac, 2008.
Siva, G. L. D e Stati, C. R. Prototipagem e Testes de Usabilidade. Curitiba: InterSaberes,
2022.
Warfel, T. Z. Prototyping: A Practitioner's Guide (English Edition). Nova Iorque: Rosenfeld
Media, 2009.
Campos, E. Prototipagem Rápida. São Paulo: Delearte, 2011.
Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios
Aula 3
MÉTODOS PARA APLICAR O DESIGN THINKING
Nesta terceira aula, você vai aprender como planejar o Design Thinking para alcançar
resultados mais efetivos.
INTRODUÇÃO
As etapas do Design Thinking funcionam como modelo mental para qualquer desafio
complexo, independente de ser em setor público ou privado ou do segmento de atuação
da instituição ou empresa. Mas para que o Design Thinking realmente funcione como
método, é preciso se atentar para aspectos de gestão importantes que organizam e
tangibilizam a entrega do processo.
Nesta terceira aula, você vai aprender como planejar o Design Thinking para alcançar
resultados mais efetivos. Na primeira etapa, o objetivo é conhecer os papéis e desafios
para a estruturação de uma equipe; Após, você vai se aprofundar na importância da
definição de cronogramas e ritos para acompanhar o andamento de todo o processo; por
último verá como esse processo pode ser ainda mais efetivo seguindo metodologias ágeis
de gestão de projetos como, por exemplo, o lean startup - ou startup enxuta.
DEFINIÇÃO DE PAPÉIS: DESIGNER THINKER (LÍDER), EQUIPE E
STAKEHOLDERS
Na execução de um projeto, seja ele fundamentado pelo modelo mental do Design ou
não, é comum trabalharmos em equipes, ou seja, juntar forças coletivas para chegar ao
mesmo fim. Trabalhando em equipe, conseguimos aproveitar pontos fortes de cada
colaborador e somar mais pontos de vista para criar ideias e absorver a escuta feita com
os usuários. Numa equipe de trabalho, a função das pessoas pode ser subdividida, mas
ainda assim terá um objetivo comum: desenvolver um produto, desenhar um serviço ou
qualquer outra solução que resolva o problema definido.
Seja como participante ou como líder de uma equipe, algumas habilidades são
fundamentais para o bom funcionamento do grupo e para atingir os resultados esperados.
São elas: comunicação, comprometimento, tolerância e respeito.
Com as habilidades fundamentais internalizadas em todos os membros, é hora de olhar
para os papéis específicos! Defini-los com clareza ajuda a evitar sobreposições de
entrega e mal entendidos de comunicação durante o processo.Quando falamos de times
de projeto que usam o modelo mental do Design, os papéis e tamanhos podem variar
dependendo da duração, complexidade e orçamento do projeto. Entretanto, alguns perfis
são fundamentais para o bom funcionamento do projeto: Designer Thinkers,
administrativo, gerente e líder.
Designer Thinkers
Em resumo, são os membros da equipe que acompanharão o projeto em uma ou mais
fases do projeto, podem ser colaboradores internos da empresa ou consultores externos
contratados para o projeto em tempo integral ou parcial. Eles irão conduzir e facilitar os
encontros de escuta e ideação, bem como extrair os insights gerados durante o processo,
elaborar protótipos, executar testes e apoiar a implementação da solução final.
Administrativo
O assistente, auxiliar ou analista administrativo é aquela pessoa que vai ajudar na
logística do projeto de Design Thinking, apoiando na organização de oficinas de escuta e
garantindo que a equipe tenha o material necessário para a execução do projeto.
Gerente
O gerente do projeto é responsável por sua conclusão bem-sucedida. Seu trabalho é
assegurar que o projeto prosseguirá dentro do prazo e sob o orçamento estabelecido, ao
mesmo tempo que alcança seus objetivos.
Líder
Dependendo do tamanho do time, o líder pode ser ou não o gerente. A grande missão de
quem lidera o desenvolvimento do Design Thinking é garantir que o time esteja sempre na
mesma página, escutando os membros e direcionando as ações para alcançar o objetivo
final, mediando resistências e mudanças. Essa, muitas vezes, é a grande dificuldade, pois
o processo precisa ser flexível, muitas mudanças nas atitudes precisarão ser realizadas, e
isso nem sempre é bem aceito. Além de fornecer orientação, o líder deve fazer uma parte
do trabalho, particularmente em áreas em que ele tem competência especial, servindo
como referência para moldar o desempenho do grupo a partir do próprio comportamento.
Por último, o líder deve ser um bom negociador e desenhar uma operação que seja
benéfica tanto aos membros como à empresa.
Outros Stakeholders
No Design Thinking, é importante termos no radar todos os atores, ou seja, perfis de
pessoa, que tenham relação, direta ou indireta, com o desafio para o qual estamos
criando soluções. Alguns exemplos de atores podem ser: o contratante do projeto,
autoridades locais, usuários finais, profissionais especialistas no tema em questão,
moradores locais, proprietários de negócios locais, pessoas públicas, entre outros.
DEFINIÇÃO DE CRONOGRAMA, ESCOPO, ESTRATÉGIA E RITOS DE
ACOMPANHAMENTO
Você sabia que uma das maiores causas de falhas em projetos é o atraso na entrega? 
Por isso, a definição de estratégia, cronograma e entregas esperadas é fundamental logo
no início do projeto.
Mas como você deve planejar esta estratégia para que ela seja efetiva?
O Planejamento Estratégico é uma abordagem que descreve a execução das tarefas
necessárias para concluir um projeto. Ela costuma ser desenvolvida pelos líderes do
projeto juntamente com representantes dos times, alta liderança e do cliente.
A flexibilidade é a palavra-chave no planejamento dentro do Design Thinking. Os planos
de ação elaborados podem passar por adaptações e reformulaçõesdurante o
desenvolvimento do projeto.
Cronograma
Nos projetos que usam o Design Thinking, a questão do atraso é ainda mais crítica, pois
temos tempos de escuta e cocriação que envolvem outras pessoas e, se mal planejado,
podem impactar de forma negativa e impedir que se chegue no resultado esperado. Por
isso, é preciso ter em mente que o gerenciamento de cronograma é parte essencial do
planejamento, capaz de garantir que o seu projeto não entre para a lista de iniciativas
críticas ou que falharam.
Para Montes (2017) criação e gestão de um cronograma possui três benefícios principais:
1. Evita atraso nas entregas;
2. Traz clareza de priorização de atividades para o time;
3. Facilita a alocação de recursos.
Calôba (2018), ainda destaca que o gerenciamento do cronograma é dividido em 6
etapas:
1. Planejar o gerenciamento do cronograma.
2. Definir as atividades.
3. Sequenciar as atividades.
4. Estimar as durações das atividades.
5. Desenvolver o cronograma.
6. Controlar o cronograma.
Rituais organizacionais
Os Rituais em uma organização podem ser definidos como as várias formas de garantir o
funcionamento da equipe no dia-a-dia. 
É possível identificar diferentes tipos de rituais que impactam uma empresa, por exemplo,
rituais de planejamento, valorização, redução de conflitos e integração. Rapidamente
vamos expor a que tipo de situação cada um deles se refere no contexto do projeto:
• Rituais de planejamento: encontros da equipe para acompanhar a fluência do
escopo e redefinir prioridades de entrega, se necessário. Ex: planejamentos diários
e semanais de equipe.
• Rituais de valorização: cerimônias de celebração para destacar progressos e
comportamentos positivos de determinado colaborador ou da equipe como um
todo, conforme desempenho ou resultados gerados. Ex: premiações, feedback
constante, bonificações, celebrações.
• Rituais de redução de conflito: esforços diretos e práticos para administrar
possíveis desacordos e conflitos dentro da equipe e que podem gerar impacto
negativo no processo: Ex: reuniões de feedback, programas de contingência.
• Rituais de integração: ações que promovam a integração de colaboradores
com o objetivo de potencializar os resultados em conjunto e destacar a importância
do trabalho em equipe e colaboração para resultados. Ex: dinâmicas de grupo,
momentos de descontração, apresentações.
Outros tipos de rituais podem ser identificados dependendo da necessidade do time e do
projeto.
FRAMEWORKS ÁGEIS E MÉTODOS MAIS UTILIZADOS
Imagine uma cidade com ruas estreitas, vários semáforos e obstáculos no caminho e,
trafegando nelas, diversos caminhões pesados e cheios de produtos. É trânsito na certa,
né? Pois este ainda é o retrato de muitas empresas que, mesmo sólidas, possuem
processos engessados e que não permitem que os times e entregas se movimentem com
agilidade. Os Frameworks Ágeis são quadros de trabalho que ajudam o time de negócios
a vivenciar uma cultura ágil, na prática.
São metodologias que escalonam os valores e a produtividade de negócios, permitindo o
mindset ágil, que difunde valores como entrega rápida, processos dinâmicos e alta
qualidade do produto. Conhecer, separadamente, cada um deles e combiná-los com
outras abordagens específicas, permite extrair o melhor de cada solução.
 Frameworks Ágeis mais utilizados:
1. Scrum – utiliza etapas ou ciclos de desenvolvimento – chamados de sprints – que
permitem qualidade nas entregas e possibilidade de mudança das atribuições ao
longo do processo. O framework sustenta-se em pilares e papéis bem definidos: os
clientes se tornam parte da equipe de desenvolvimento e podem validar ou
redefinir entregas. Desta forma, os riscos são melhores trabalhados e reduzidos, já
que os progressos e atrasos são monitorados.
2. Kanban – ferramenta introduzida, primeiramente, para dar uma panorâmica do
fluxo de tarefas realizadas nas linhas de montagem do Sistema Toyota de
Produção: o objetivo é que todo trabalho a ser realizado seja visualizado pela
equipe, com as atividades divididas e direcionadas à cada responsável,
obedecendo um processo de “a realizar” (to do), “em andamento” (doing) e “já
realizada“ (done). O kanban, palavra japonesa que significa “registro ou placa
visível”, é ótimo para identificar gargalos e desperdícios, já que permite uma forte
assimilação de informações pela equipe. Com sua gestão sempre à vista, a
comunicação e integração aumentam, o tempo de espera é reduzido e a eficiência,
garantida.
3. PDCA – promove a melhoria constante dos processos, fazendo uso das seguintes
ações: Planejar (plan), Realizar (do), Conferir (check) e Agir (act). Trabalho de
forma contínua, o ciclo do PDCA tem como objetivo planejar as mudanças, colocá-
las em prática, checar se tiveram o efeito desejado e, caso positivo, implementá-
las. Quando o resultado difere do idealizado, é possível entender os motivos,
corrigir os possíveis gaps com incrementos, e alinhar novas metas.
4. Lean Startup – ao valorizar o contato com clientes reais, o método valida ou
elimina o produto, reduzindo desperdícios, a longo prazo. Ao trabalhar de forma
enxuta e desenvolver produtos minimamente viáveis (protótipos MVP), as possíveis
falhas são corrigidas a tempo da reconstrução, agora com novos incrementos.
Diferentes segmentos podem se beneficiar do Lean Startup. Este método é largamente
utilizado por empreendedores para desenvolver produtos e mercados, ampliando as suas
aplicabilidades para além do nicho de alta tecnologia.
Saiba mais
Neste saiba mais separamos um artigo do Banco Digital NuBank com algumas dicas de
como as metodologias ágeis podem nos ajudar para além da gestão de projetos mas,
inclusive, na nossa vida pessoal:
https://blog.nubank.com.br/metodologia-agil-metas-pessoais/. Acesso em 15 de janeiro de
2022.
REFERÊNCIAS
MONTES, E. Introdução ao Gerenciamento de Projetos: Como gerenciar projetos pode
fazer a diferença na sua vida. São Paulo:Guia PMBOK, 2017.
CALÔBA, G. Gerenciamento de risco em projetos: ferramentas, técnicas e exemplos para
gestão integrada. Rio de Janeiro: Alta Books 2018.
 
Design Thinking e Inovação dos Modelos de Negócios
Aula 4
FERRAMENTAS DO DESIGN THINKING
Durante nossos estudos vamos abordar algumas estratégias que podem nos auxiliar na
estruturação das mudanças através do Design Thinking. Vamos juntos?
INTRODUÇÃO
Os avanços sociais trouxeram inúmeras mudanças ao longo dos anos, tais mudanças
exigem adaptações constantes que exigem que todos os setores se adaptem. Assim, de
indivíduos a empresas todos estão constantemente se adaptando a novos meios de agir,
de pensar e de se posicionar no mundo.
Durante nossos estudos vamos abordar algumas estratégias que podem nos auxiliar na
estruturação das mudanças através do Design Thinking. Vamos juntos?
MAPA DE EMPATIA E IMERSÃO COMO FERRAMENTAS DE DEFINIÇÃO DE
PROBLEMAS
Brown (2016) classifica a empatia em quatro capacidades: assumir a perspectiva de outra
pessoa; afastar-se do julgamento; reconhecer a emoção nos outros; e comunicá-la.
Dominar o conceito da empatia é fundamental dentro das primeiras etapas do Design
Thinking (Exploração e Definição). Ele impulsiona a equipe a entender o contexto do
problema e identificar as necessidades e oportunidades que norteiam a geração de
soluções. Nessas fases, é essencial o mergulho a fundo no ambiente de vida dos atores e
do assunto trabalhado. O foco é no ser humano, e o objetivo é levantar informações de
quatro tipos:
1. O que as pessoas falam?
2. Como as pessoas agem?
3. O que as pessoas pensam?
4. Como as pessoas se sentem?
A ideia é identificar comportamentos extremos e mapear seus padrões e necessidades
latentes. A pesquisa é qualitativa e não pretende esgotar o conhecimento sobre
segmentos de consumo e comportamento. Porém, ao levantar oportunidades de perfis
extremos, ela permite que soluções específicas sejam criadas paraatender a um número
maior de grupos, as quais não teriam surgido se o olhar não fosse direcionado para as
diferenças.
Imagine adentrar na mente do seu público-alvo, compreender o que ele deseja e, assim,
oferecer produtos, serviços e atendimentos mais adequados.
Mapa da Empatia
Parece improvável, mas, em certa medida, isso já pode ser feito por meio de algumas
ferramentas. Uma das mais conhecidas e utilizadas é o Mapa da Empatia. Batista e Alves
(2019) o definem como um material utilizado para conhecer melhor o seu cliente. A partir
dele, é possível detalhar a personalidade do cliente e compreendê-la melhor. O Mapa faz
seis perguntas para identificar seu público-alvo e assim conhecer seus sentimentos, dores
e necessidades. São elas:
1. O que ele pensa e sente?
2. O que ele vê?
3. O que ele escuta?
4. O que ele diz e faz?
5. Quais são as suas dores?
6. Quais são os seus ganhos?
O objetivo é identificar e compreender o perfil do usuário ou ator, de forma visual e
tangível, gerando maior aproximação e empatia. A partir das respostas obtidas, podemos
estabelecer hipóteses claras a respeito das necessidades e comportamentos de um grupo
de pessoas. Alguns materiais são necessários após a impressão do template do mapa,
como notas adesivas e canetas.
Figura 1 | Template do mapa de empatia desenvolvido pela consultoria internacional de
design thinking Xplane
O mapa de empatia é construído com base em histórias reais, mas é preciso tomar
cuidado para que o perfil criado não seja apenas a descrição de um único entrevistado. O
mapa deve refletir os principais pontos em comum de usuários com perfis semelhantes.
Para isso, é importante que os participantes tenham vivenciado outras atividades
relacionadas ao entendimento do usuário, como entrevistas de profundidade, por
exemplo. Assim, eles poderão compartilhar suas experiências e observações.
Algumas dicas que podem ajudá-lo a construir o seu mapa da empatia:
• Nas entrevistas com clientes, escute, deixe que os usuários dividam suas
experiências. Faça perguntas abertas e ouça com cuidado e atenção, sem
interromper as respostas.
• Veja o mundo como seu cliente. Deixe suas ideias pré-definidas sobre o projeto de
lado e mergulhe na visão do outro sobre as coisas.
• Não julgue outras experiências. Você pode aprender muito tendo empatia por
outras situações. Por isso, procure apenas ouvir e entender.
• Busque por padrões. A repetição demonstra padrões valiosos para a construção do
seu mapa de empatia. Por esse motivo, quanto mais informações você recolher,
melhor.
WORKSHOPS ÁGEIS, BRAINSTORMINGS E PESQUISAS PARA POPULAR
BACKLOG
O que é workshop?
Entender o que é workshop abre diversas portas quando o assunto é inovação. Nesse
tipo de encontro é possível reunir todos os atores envolvidos no processo e consolidar
parcerias bem construídas, fundamentais para o sucesso de um projeto. Mas, afinal, o
que é um workshop?
Em um site de tradução ou um dicionário bilíngue, a palavra workshop significa oficina.
Pode até ser um resumo bem objetivo, mas está correto. Workshop é um tipo de evento
que combina conhecimentos teóricos com exercícios práticos.
Segundo Hunt (2019), workshop é um modelo de treinamento que tem um tema
específico e pessoas interessadas em aprender sobre ele para desenvolver habilidades
relacionadas. Para que ele seja posto em prática, é preciso que haja um instrutor, uma
pessoa ciente dos objetivos e resultados esperados da oficina para facilitar os
participantes e que consiga extrair as informações necessárias para o projeto.
Um workshop pode ser feito, por exemplo, para que membros de uma equipe aprendam
uma nova ferramenta de trabalho ou para extrair ideias sobre resolução de problemas
como, por exemplo, um brainstorming. De todo modo, o workshop é sempre um evento
em que os visitantes têm participação ativa.
O que é brainstorming?
Brainstorming é uma técnica que, por meio do compartilhamento espontâneo de ideias,
busca encontrar a solução para um problema ou gerar insights de criatividade. A ideia
desse processo é dar vida à máxima “duas cabeças pensam melhor do que uma”.
Para Rocha (2021), é fundamental que o brainstorming envolva um número mais elevado
de participantes, de preferência reunindo pessoas ativas na empresa, mas que tragam
perspectivas diferentes. A pluralidade de ideias é o seu pilar. Para que seja bem-sucedido,
o processo deve focar em quantidade, não em qualidade.
Assim, é importante que o brainstorming seja completamente livre de críticas. Mesmo as
ideias que parecem ineficientes devem ser levadas em conta, afinal, elas podem ser o
ponto de partida para a construção de pensamentos mais aprofundados.
Contudo, para Oliveira (2020), é importante não confundir essa liberdade de ideias com a
falta de um objetivo claro. É crucial que os participantes do processo tenham em mente
qual problema querem solucionar ou que tipo de novidade querem desenvolver. Ao final,
os melhores insights são extraídos e convertidos em estratégia. As ideias também podem
entrar em uma lista para serem implementadas posteriormente: é o que chamamos de
backlog.
E backlog, o que é?
Basicamente, o backlog corresponde a um registro ou histórico de requisições a serem
entregues. Essas requisições, em geral, partem do próprio cliente, embora também
possam ser internas. Como o registro inclui a data da requisição, ele permite controlar a
quanto tempo cada uma das entradas está em aberto.
Portanto, não é bom ter requisições em aberto, não atendidas, durante muito tempo. Isso
afeta negativamente a satisfação do cliente e, consequentemente, o sucesso do seu
projeto. Seu objetivo, portanto, deve ser “limpar” o backlog rapidamente.
O backlog funciona como uma ferramenta auxiliar para garantir que um determinado
projeto esteja sendo desenvolvido e aprimorado de maneira consistente, especialmente
em relação ao cumprimento dos prazos, sendo, portanto, um forte aliado para o sucesso
da empresa.
ESTUDO DE CASO DE DEFINIÇÃO DE PERSONA
Para que você consiga se aprofundar ainda mais no seu usuário-alvo, é possível fazer a
criação de uma persona.
O que é persona?
Persona é um personagem semifictício, baseado em dados e comportamentos reais que
representam o cliente ideal de uma marca ou empresa. Para Branson et al. (2017), a
persona orienta a criação de conteúdos, produtos, soluções e, principalmente,
experiências que façam sentido para o público.
O objetivo é criar um perfil que sintetize as principais características dos clientes para que
a marca consiga criar estratégias alinhadas ao seu público e que sejam capazes de
atender suas demandas.
Para criar a persona, é preciso pesquisar: quem são os seus clientes, com o que
trabalham, o que fazem durante o dia, como se informam, quais são suas maiores
necessidades, etc. Assim, a persona se embasa em dados, não em suposições da equipe
de marketing.
Como criar a sua persona?
A criação da persona é um processo. Não podemos simplesmente descrever alguém que
supomos representar nossos clientes. Para que cumpra o seu papel, a persona deve ser
resultado de pesquisa, análise e construção. Basicamente, sua construção deve seguir
estes cinco passos:
• Coletar os dados de clientes.
• Realizar perguntas a esses clientes.
• Analisar os dados coletados.
• Estruturar a persona.
• Compartilhar a persona com a equipe.
3 exemplos de personas
De acordo com o modelo de personas que acabamos de apresentar, criamos três
exemplos para você entender como funciona na prática. Suponhamos que a empresa em
questão seja um banco. Ela optou por criar três personas para representar diferentes
grupos do seu público-alvo.
• Pedro, o jovem estudante que busca crédito universitário:
Pedro tem 19 anos e está no segundo período do curso de Publicidade e
Propaganda da PUC Rio. O jovem estudante é solteiro, não tem filhos e mora com
os pais. Ele já é estagiárioem uma agência de comunicação e recebe uma bolsa-
auxílio no valor de um salário-mínimo.
Os pais de Pedro o ajudam a pagar a mensalidade, mas, com a crise financeira no
Brasil, o jovem está à procura de um financiamento com uma taxa de juros
honesta.
• Flávia, a empreendedora que quer financiamento para abrir seu
negócio:
Flávia tem 25 anos, é paulistana e acabou de se formar em Administração na
Universidade de São Paulo. De espírito empreendedor, ela sonha ser dona do
próprio negócio.
Atualmente, ela mora em uma república universitária e foi efetivada na
multinacional em que fazia estágio. Sua renda mensal varia de 2 a 3 mil reais. Ela
busca por um banco que ofereça vantajosas condições de financiamento para abrir
seu próprio pet shop.
• Esther, a precavida: ela já está pensando na aposentadoria:
Esther tem 37 anos, é arquiteta e trabalha como autônoma. Ela pensa em poupar
parte da sua renda mensal, que é cerca de 3 mil reais, e fazer um investimento a
longo prazo a fim de garantir uma aposentadoria confortável.
Esther quer se aposentar aos 60 anos e procura um banco que a ajude a ter bons
rendimentos no dinheiro investido, pois ela entende muito pouco sobre assuntos
financeiros.
Ficou claro como funciona o modelo de personas? Com elas é possível direcionar seus
momentos de cocriação e validação de soluções.
Saiba mais
AFETOTERAPIA. O Poder da Empatia (Animações RSA) - Dr Brené Brown. YouTube,
2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q6rAV_7J5T0. Acesso em: 28
jan. 2022.
REFERÊNCIAS
BATISTA, L.; ALVES, K. Mapa de empatia: Conhecendo o usuário para criar produtos
melhores. [s. l.]: Kindle eBooks, 2019.
BRANSON, R. et al. O Jeito Disney de Encantar os Clientes. São Paulo: Benvirá, 2017.
BROWN, B. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
HUNT, D. The Workshop Survival Guide: How to design and teach educational workshops
that work every time. [s. l.]: Kindle eBooks, 2019.
OLIVEIRA, R. Brainstorming: Gere ideias e propostas de solução para os problemas do
dia a dia com sua equipe (brainstorm tempestade de ideias - como ter boas ideias e
solucionar problemas). [s. l.]: Kindle eBooks, 2020.
ROCHA, L. Brainstorming: Guia prático. [s. l.]: Kindle eBooks, 2021.

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