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APONTE SA CAMERA DO CELULAR PARA O CÓDIGO ABAIXO PARA CONHECER A COMUNIDADE O primeiro passo para que uma igreja prospere é adotar uma conduta 100% íntegra. Andar na mão da lei abre as portas para um caudaloso fluxo de prosperidade, que não se resume ao acúmulo de bens materiais. É um fluxo de abundância comum a quem tem um firme propósito, honestidade a toda prova, e se inspira em 1 Tessalonicenses 5: 21. Se você é uma pessoa que em tudo dá graças e que analisa todas as coisas e retém o que é bom, está no caminho certo. Para se aprofundar nessa rota, que tal apontar o celular para o QR Code ao lado e fazer um test-drive de 15 dias na Comunidade da Cartilha da Igreja Legal? Cartilha da Igreja Legal Mais que um livro, uma comunidade! IGREJAS NA MÃO DA LEI E NO FLUXO DA PROSPERIDADE! Por Jonatas Nascimento O B R I G A D O P E L O S E U I N T E R E S S E E C O N F I A N Ç A QUERO ACESSARQUERO ACESSAR A vida de quem se dedica à prosperidade de organizações religiosas não é fácil. Líderes, Gestores, Atores Sociais e Consultores de igrejas podem facilmente perder-se na floresta de regras e em meio a tantas informações desconexas e dispersas. Quer experimentar um mundo diferente? Uma comunidade com informações objetivas, diversos cursos, artigos e atualizações constantes? Você tem 15 dias para experimentar a Comunidade da Cartilha da Igreja Legal sem nenhum compromisso financeiro. Os olhos são a janela da alma. Depois disso, permanecer na Comunidade custará uma mensalidade simbólica em valor equivalente a 10% de 1 salário mínimo. TE ST E GRATIS DIAS 15 CLIQUE AQUI PARA ENTRAR NA COMUNIDADE Não precisa se preocupar! Criamos a cartilha feita sob medida para você C O M U N I D A D E D A C A R T I L H A D A I G R E J A L E G A L https://go.hotmart.com/F69510629A?dp=1 https://go.hotmart.com/F69510629A?dp=1 https://go.hotmart.com/F69510629A?dp=1 JONATAS NASCIMENTO Cartilha da Igreja Legal 4ª Edição CARTILHA DA IGREJA LEGAL – 4ª EDIÇÃO Copyright © 2022 by Jonatas de Souza Nascimento O conteúdo desta obra é de responsabilidade do autor, proprietário do Direito Autoral. Proibida a venda e a reprodução parcial ou total sem autorização. Projeto gráfico, editoração e impressão: www.allprinteditora.com.br info@allprinteditora.com.br (11) 2478-3413 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nascimento, Jonatas Cartilha da igreja legal / Jonatas Nascimento. -- 4. ed. -- São Paulo : All Print Editora, 2022. ISBN. 1. Igreja - Administração 2. Igreja - Finanças 3. Igreja - Recursos - Arrecadação 4. Regulamentos administrativos I. Título. 08-01531 CDD-469 Índices para catálogo sistemático: 1. Igreja : Administração 262 dedicatória Dedico esta obra aos meus pais (Oliveira – in me- moriam) e Izabel que, mesmo sem muitas letras, tudo fi- zeram para proporcionar formação acadêmica aos seus dez filhos. Muito mais que isso, nos mostraram o caminho da Paz Eterna, nos apresentando Jesus Cristo, o Filho do Deus Altíssimo; Ao pastor, professor, poeta, coach, radialista e amigo Noélio Duarte – in memoriam –, que tanto me ensinou com palavras e exemplos de conduta e superação e me estimulou a imergir no fantástico mundo literário; Aos meus fiéis leitores que vivem me cobrando mais conteúdo, mesmo sabendo que ainda sou aprendiz de escritor. Ao Dr. Fernando Gammino que me enxergou, me deu a mão e me desafiou a “elevar o sarrafo”, transformando o meu trabalho em uma obra digna das melhores bibliotecas. Espero em Deus que a nossa parceria perdure a vida toda; À linda família que Deus me deu, que me apoia e me incentiva em todos os momentos, de modo incondicional. Valeu, Damaris (esposa), Igor e Timóteo (filhos) e Daniele e Kessilin (noras). O autor Apresentação É um privilégio e uma honra poder fazer a apresenta- ção da 4ª edição da Cartilha da Igreja Legal, especialmente porque a história de vida do Jonatas Nascimento é um gran- de exemplo. Jonatas era um dos 10 filhos do Sr. Oliveira na zona rural de Bom Jesus do Itabapoana, no Estado do Rio de Ja- neiro, que tinha 8 anos quando seu pai precisou mudar para a cidade grande em busca de uma vida melhor para a sua família. À medida em que ele foi vencendo as adversidades, ele foi trazendo toda a família para a região metropolitana do Rio de Janeiro. Ele tinha 12 anos quando a família voltou a se reagru- par. Desde muito jovem acompanhou a dedicação e entu- siasmo de sua mãe Izabel que se desdobrou para cuidar de 10 filhos longe do marido, e o valor da abnegação de um pai amoroso que se reinventou para prover para a família. É tocante o brilho nos olhos do Jonatas quando re- lembra que seu saudoso pai Oliveira sempre dizia aos filhos para adquirir conhecimento, porque isso ninguém poderia lhes roubar, e por isso ele proporcionou aos 10 filhos a oportunidade de cursar o ensino superior. Quem tem a chance de prosear com essa figura gen- te boa, ainda que por alguns instantes, costuma se admirar com a sua habilidade de compartilhar conteúdos de valor com mestria. Chega a ser espantoso ouvir dele que o seu sonho na adolescência era cursar jornalismo, mas que deixou essa oportunidade passar porque tinha muito medo de falar em público. Achava sua voz e o jeito com que fala muito diferentes dos locutores da era do rádio e dos âncoras de TV. Deus tem os seus caminhos. Em 1976, o Jonatas pi- sou pela primeira vez em um escritório de contabilidade para trabalhar como office-boy, ou contínuo, como se fala- va naquele tempo. Não demorou muito e o diretor enxergou a sua se- riedade e potencial para assumir novas responsabilidades. Com o coração repleto de gratidão, ele se matriculou no curso técnico de contabilidade e, em 1978, conquistou seu primeiro diploma! Gostou de trabalhar no meio contábil porque as leis e normas mudam o tempo todo. O Jonatas é curioso como uma criança e está sempre em busca de atualizações. Certa vez ele me disse que um bom contador é como um bom jornalista. Precisa ter boas fontes e energia para buscar as informações mais credíveis. Essa energia para aprender e compartilhar conheci- mentos se reflete em muitas escolhas que ele fez. Quando sua carreira contábil começava a decolar, aceitou ganhar menos e mudou de trabalho para conciliar sua profissão contábil com a faculdade de Letras. Quando se licenciou, passou a trabalhar como pro- fissional contábil durante o dia e professor de Português à noite. Seu Instagram pessoal é repleto de ricas dicas de português. Vale a pena seguir @jonatasnascimento2020. Deu aulas em supletivo, ensino médio e até mesmo em um seminário de Teologia. Pensa em alguém que vive a máxima de que “quem quer muito arranja tempo, quem não quer, arranja desculpa”... Depois disso também conseguiu cursar e se graduar em Recursos Humanos e Direito, além de completar algu- mas dezenas de especializações e uma pós-graduação. Ele me contou que depois de tudo isso, que para a maioria das pessoas é encarado como um êxito estrondoso, começou a sentir um incômodo vazio. De que lhe adiantava aprofundar tantos temas seculares se faltava um propósito mais elevado? Ao começar a buscar a sua nova missão de vida, lem- brou-se com muito carinho da sua grande família congre- gando unida na Igreja Batista. A igreja sempre fez e sempre fará parte da vida do diácono Jonatas Nascimento. O que eu quero transmitir é que muita gente achava que mais cedo ou mais tarde ele se tornaria pastor, como alguns de seus familiares. Só que o seu chamado foi diferente. Ele sentiu uma vontade irresistível de usar o conhecimento que acumulou ao longo da vida em favor das igrejas, para a honra e glória de nosso Senhor e Salvador, como sinal de gratidão e forma de retribuição. Ao alinhar os seus atos a essa missão, foi coberto por uma chuva de bênçãos. O primeiro passo foi através de modestas aulas de tesouraria e de gestão eclesiástica. Depois escreveua pri- meira edição da Cartilha da Igreja Legal, que nasceu como um guia de consulta rápida de temas ligados ao cotidiano administrativo, trabalhista, financeiro, fiscal e contábil de quem administra uma igreja. Nas edições seguintes começou a rechear essa carti- lha com preciosas abordagens jurídicas, que fizeram enor- me sucesso. Virou formador de opinião. Ele relata que a sua “singela contribuição” para as igrejas lhe mostrou que a Oração de São Francisco está cer- ta quando diz que “é dando que se recebe”. Com a semeadura da Cartilha da Igreja Legal, foi premiado com uma colheita abençoada! Em pouco tempo o seu escritório de contabilidade foi procurado por muitas igrejas, recebeu os convites para integrar o Conselho Fiscal da Convenção Batista Brasileira (CBB), o Conselho Fiscal da Convenção Batista Fluminense (CBF) e a Comissão do 3º Setor do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ). Também se tornou apresentador do quadro Religião & Legislação dentro do programa semanal Reencontro da TV Brasil e passou a ser colunista assíduo em diversas pu- blicações especializadas. Lembram que ele tinha muito medo de falar em pú- blico por causa da sua voz? Pois bem, a sua voz continua a mesma, mas a postura diante de uma plateia... quanta diferença! Hoje é um palestrante muito requisitado e recebe con- vites do Brasil todo para falar sobre questões que orbitam a administração eclesiástica. Já tive o prazer de dividir com ele o auditório numa palestra na Igreja Memorial Batista do Distrito Federal e testemunhei o seu enorme carisma. Após três edições que já venderam mais de 10.000 exemplares e da distribuição gratuita de outros milhares de versões digitalizadas, é seguro dizer que a Cartilha da Igreja Legal aprimorou as suas carreiras de profissional contábil e professor ao mesmo tempo em que lhe aproximou do so- nho de criança de trabalhar com comunicação social, ainda que tenha pulado a fase de “foca” e tenha ido direto para as colunas de opinião. Eu tenho uma notícia ruim e outra boa para quem apreciar o excelente livro diante dos seus olhos. A notícia ruim é que uma nova edição da Cartilha da Igreja Legal deve demorar alguns anos para acontecer. A notícia boa é que o Jonatas se comprometeu a elevar o sarrafo e ampliar ainda mais os temas necessários a que as igrejas andem na mão da lei e no fluxo da prosperidade, e para ajudar aqueles que trabalham ou desejam trabalhar como consultores de igrejas a estarem sempre atualizados. Numa de nossas conversas surgiram as seguintes per- guntas: por que umas igrejas prosperam e outras estão sem- pre em dificuldades? O que as igrejas mais prósperas fazem que as outras não fazem? O que elas evitam fazer e as outras derrapam? Nós mergulhamos no assunto e começamos a desven- dar o segredo das igrejas mais prósperas. Essa sinergia nos levou a criar o canal da Cartilha da Igreja Legal no YouTu- be, a escrever a quatro mãos o primeiro de, quiçá, muitos volumes da Nova Cartilha da Igreja Legal, que contará com o prefácio de uma referência indiscutível nos meios secula- res e eclesiásticos. Inicialmente, a Nova Cartilha da Igreja Legal somen- te será distribuída em brochura aos membros assinantes da nossa mais ousada iniciativa: a Comunidade da Cartilha da Igreja Legal, que está acessível a todos gratuitamente por 15 dias. Por meio da Comunidade da Cartilha da Igreja Legal nós estamos contribuindo para um ambiente que está levan- do a administração de igrejas a outro patamar. Os gesto- res eclesiásticos sabem o que pedir e almejar, e contadores, advogados e consultores de igrejas sabem o que precisam fazer para conquistar os seus clientes. Faça um teste sem compromisso antes de tomar a de- cisão de se alistar à parede de escudos da Comunidade da Cartilha da Igreja Legal. Ela está ao alcance da sua mão, no seu telefone celular. Basta seguir os seguintes passos: 1. Visite a loja de aplicativos e baixe gratuitamente o app Hotmart Sparkle; 2. Cadastre as suas informações no aplicativo e preen- cha o seu perfil; 3. Clique na lupa de pesquisa e procure pela “Comuni- dade da Cartilha da Igreja Legal”; 4. Confira as informações sobre a comunidade e clique no botão “Participar”; 5. Como se trata de uma comunidade privada exclusiva para assinantes, é preciso escolher uma forma de pa- gamento e marcar a opção de usufruir o teste grátis de 15 dias de acesso irrestrito a todo o conteúdo da comunidade; 6. Por exemplo, ao usar o cartão de crédito, haverá um débito de um ou poucos centavos, que serão devolvi- dos em instantes. Trata-se de um teste para validar o seu cartão de crédito, que somente passará a ser efeti- vamente cobrado após o período de “test drive”; 7. Uma vez feito esse procedimento, quando acessar o aplicativo Hotmart Sparkle, clique no seu perfil, e procure pelas comunidades que você participa; e 8. Ao entrar na Comunidade da Cartilha da Igreja Legal, procure pelo Índice Interativo. Todas as segundas- -feiras nós apagamos o índice anterior e publicamos o novo índice atualizado, para que seja sempre fácil encontrá-lo. Esperamos por você do outro lado. Divirta-se! Os seus comentários, sugestões e críticas são muito importan- tes e bem-vindos. Uma contribuição importante do trabalho que tive o privilégio de desenvolver com o Jonatas Nascimento está refletida na sugestão de estatuto para Igrejas Batistas que o leitor encontrará neste livro. Há alguns temas que poderão gerar perplexidade pelo seu ineditismo, como a adoção de filiais por Igrejas Batistas, a previsão de atividades secundárias para além da PESCA e o Conselho Fiscal 2.0. Todas as dúvidas serão prontamente respondidas nas aulas em vídeo e no material de apoio dos cursos #Legalização de Igrejas e #Estatuto da Igreja Legal, que estão na Comunidade. Fora isso, a 4ª Edição da Cartilha da Igreja Legal con- tinua sendo a melhor porta de entrada e o melhor guia de consulta rápida para os meandros técnicos da administra- ção eclesiástica. É um livro que respeita a inteligência e o tempo do leitor. Uma prosa tão agradável quanto a que se consegue conversando com o Jonatas Nascimento. Vida longa à (Nova) Cartilha da Igreja Legal! De Lisboa para o Rio de Janeiro, 04 de outubro de 2022. Fernando Antonio Couto Gammino1 1 Advogado com mais de 10 anos de experiência no setor eclesiástico. Ba- charel e mestre em Direito Empresarial pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sócio de Jonatas Nascimento na Cartilha da Igreja Legal – Cur- sos, Informações Objetivas e Mentoria Ltda. Sócio da Gammino Advogados (www.gammino.com.br). Coautor do livro Governança Corporativa aplica- da ao contexto empresarial brasileiro (2004). Coautor da Nova Cartilha da Igreja Legal (2022). Ao lado de Jonatas Nascimento, é instrutor e curador da Comunidade da Cartilha da Igreja Legal. Sumário Introdução ..............................................................................17 1. A igreja, sua legalidade, seus direitos e obrigações: Legislação aplicável ...............................................................19 1.1 A Igreja e o direito de autorregulamentação .................20 1.2 A Igreja e o Princípio do Direito Próprio ......................23 1.3 Imóvel sede da igreja: cuidados necessários.................23 1.4 Legalização como pessoa jurídica ................................24 1.5 Alvará de Localização ...................................................25 1.6 Responsabilidade da igreja enquanto local de aglomeração de pessoas ......................................................26 1.7 Imunidade tributária ......................................................26 1.8 Controvérsias acerca do IPTU ......................................27 1.9 Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros ......28 1.10 Implantação do e-Social..............................................29 1.11 Principais obrigações fiscais .......................................30 2. O INSS e o Imposto de Renda dos ministrose autônomos . 33 2.1 INSS do pastor (De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022) ..............................................................................33 2.2 Como e onde informar os recolhimentos do INSS na declaração anual de IRPF do ministro religioso: ................36 2.3 IRFON: A partir do mês de abril de 2015: ....................37 3. Os “direitos” do pastor e demais ministros religiosos ....38 3.1 Como calcular as férias do pastor: ................................38 3.2 IRFON: Incidência sobre proventos ministeriais..........39 3.3 Pagamento do 13º salário ou gratificação natalina: ......43 3.4 Previdência, plano de saúde, FGTM, aluguel etc. ........43 3.5 Previdência Privada Pastoral e demais ministros religiosos .............................................................................44 3.6 Plano de Saúde Pastoral e demais ministros religiosos 44 3.7 Pastor Pessoa Jurídica? O que é isto? ...........................45 3.8 Pastor aposentado por invalidez pode pastorear? .........46 4. Dicas para o tesoureiro ......................................................52 5. A Igreja e suas relações trabalhistas .................................54 5.1 Quanto custa um funcionário para a igreja: ..................54 5.2 Quanto custa um prestador de serviços para a igreja: ...55 5.3 Direitos básicos do trabalhador.....................................55 5.4 Férias do empregado .....................................................56 5.5 Atrasos ..........................................................................57 5.6 Anotações e prazo para devolução na CTPS ................57 5.7 Principais ausências justificadas ...................................58 5.8 Aviso Prévio ..................................................................59 5.9 Indenização adicional ...................................................60 5.10 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional .......60 6. Dicas aleatórias ...................................................................61 7. O lado empresa da igreja ...................................................67 8. O que toda igreja precisa saber ........................................69 8.1 Sobre Imunidade ...........................................................69 8.2 Sobre hipóteses da suspensão ou da imunidade............70 8.3 Sobre aposentadoria pastoral ........................................71 9. A igreja e suas práticas comerciais ...................................72 10. Não é só a Receita Federal que fiscaliza as igrejas ........74 11. Igrejas têm zelador ou faxineiro? ..................................76 12. Sua igreja precisa cumprir a lei ......................................78 13. Pelo marco regulatório das organizações religiosas ......81 13.1 A Cartilha está evoluindo com as igrejas ....................83 Anexos .....................................................................................87 14. Anexo I – Termo de Compromisso (FGTM/FAP) ........88 15. Anexo II – Sugestão de Termo de Compromisso Mútuo: Igreja X Pastor ....................................................................90 16. Anexo III – Sugestão de Plano de Contas para Tesoureiros ..........................................................................93 17. Anexo IV – Comprovante de caixa ...............................99 18. Anexo V – Comprovante de pagamento de proventos pastorais ............................................................................100 19. Anexo VI – Modelo de ata de fundação de igreja evangélica .........................................................................102 20. Anexo VII – Sugestão de Estatuto para Igrejas Batistas 104 21. Anexo VIII – Regras parlamentares ............................128 22. Anexo IX – Tabela de obrigações legais das Organizações Religiosas ...................................................139 Apêndice: Razões pelas quais toda igreja precisa revisar os seus estatutos. ................................................171 23. Anexo X – Os templos de qualquer culto e o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil ...........141 24. Anexo XI – Teste os seus conhecimentos ...................189 Glossário ...............................................................................196 Fontes de referências e ou indicações de leitura................198 17 Introdução Confesso que fui muito despretensioso quando iniciei este trabalho. Não imaginava as dimensões que pudesse tomar. Era algo meramente informativo. Com o passar do tempo percebi que eu poderia formar opinião e então resol- vi adiar a ideia da produção de um trabalho mais abrangen- te. Esta reedição em nada inibe a ideia do novo trabalho, pois que dentro em breve estará disponível ao público que milita em ambiente eclesiástico. Este é um trabalho simples, porém prático, voltado basicamente para quatro áreas da: igreja legal financeira, trabalhista e de gestão. Contém informações precisas para aqueles que militam nas áreas financeira e administrativa das igrejas evangélicas em geral. “Seguindo as orientações aqui contidas, mesmo aque- le que jamais tenha exercido funções administrativas ou fi- nanceiras, mas que tenha um pouquinho de boa vontade, disposição e afinidade com números e papéis, será capaz de atuar com desenvoltura na tesouraria de qualquer igreja”. Este foi o depoimento de um dos participantes do cur- so que ministrei no início da minha carreira. O presente trabalho tem, portanto, como finalidade equipar mordomos escolhidos por Deus e designados por sua igreja para tão sublime missão. É óbvio que do admi- nistrador espera-se a habilidade necessária para bem gerir os negócios da igreja, de forma ética e transparente. É óbvio que de um bom tesoureiro são esperados alguns requisitos, tais como fidelidade, organização, disponibilidade, habili- dade, transparência, humildade... Nenhuma igreja deve se- quer cogitar a possibilidade de eleger um tesoureiro sem 18 tais qualificações. Também cabe frisar a grande responsabi- lidade que pesa sobre os ombros do tesoureiro. Todos os ho- lofotes estarão direcionados para a figura do tesoureiro. Os críticos de plantão nunca dormem. Se não for transparente, se não inspirar confiança, se não for dado a trabalho em conjunto, se não for flexível em seus relacionamentos, toda a comunidade sofrerá e alguns (in)fiéis chegarão ao extre- mo de deixarem de entregar seus dízimos e ofertas, sob a alegação de que não confiam no trabalho do tesoureiro. Por outro lado, as igrejas devem ter o cuidado de es- tabelecer alguns critérios para a escolha do seu tesoureiro. Que seja alguém financeiramente equilibrado; que tenha vi- vência eclesiástica (se a igreja resolver escolher um crente novo, todo cuidado é pouco); que seja acessível; que goze de boa reputação. Mas, acima de tudo, que encare tal tarefa como ministério, porque de fato o é. Finalmente, coloco-me à disposição para trocar e- -mails, receber pedidos, convites para cursos e palestras, como também críticas e sugestões através do e-mail: jona- tasnascimento@hotmail.com. Se preferir, entre em contato comigo: (21) 99247-1227. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Se- nhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Coríntios 15.58). 19 1. A Igreja, sua legalidade, seus direitos e obrigações: Legislação aplicável As organizações religiosas em geral, estabelecidas em solo brasileiro, estão sujeitas ao ordenamento jurídico em vi- gor. Em face do gozo da imunidade tributária garantida pela Constituição Federal, não pagam impostos, mas precisam observar e cumprir a legislação em seus múltiplos aspectos. Sem comentários ou transcrições, pois isto farei na outra obra que estou produzindo, cito as principais, que são as seguintes: a. Constituição Federal (Art. 150, inciso VI, alínea “b”); b Código Civil (Leis nº10.406/2002; c. Lei nº10.825/2003; d. CódigoTributário Nacional (Lei nº 5.172/1966 – art. 9º, caput, inciso IV, alínea “b” e Arts. 9º a 14). e. Lei de Registros Públicos (Lei 6.015 de 31/12/1973); f. Decreto nº119-A, de 7 de janeiro de 1890; g. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (De- creto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943; h. Lei nº13.467, de 13 de julho de 2017; i. Lei nº6.019, de 3 de janeiro de 1974; j. Lei nº8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991; k. Legislação Previdenciária: Instrução Normativa RFB nº 971, Art. 58, inciso XXV, de 13/11/2009); 20 l. Decreto nº3.048/199; Decreto nº3.265/1999, arti- go 214, § 16. m. Leis estaduais (Variáveis); n. Leis Municipais (Variáveis); o. Conselho Federal de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC); p. Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº9.580/2018, de 22/11/2018); q. Decreto-Lei nº5.844/1943, art. 31; r. Resolução CFC Nº1.409/2012 – Interpretação Técnica Geral-ITG 2002(R); s. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014; t. Lei nº6.404/1976; u. Direito Canônico; e v. Acordo Brasil – Santa Sé (Decreto nº 7.107/2010) 1.1 A Igreja e o direito de autorregulamentação Com a devida vênia do autor, Pastor Roberto Carva- lho 2 , reproduzo aqui uma sugestão de sua lavra altamente válida para constar do estatuto da igreja: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. (Mateus 10:16). Percebe-se um receio generalizado da ingerência do Estado na igreja nas questões que envolvem a relação de pares homossexuais. Se, por um lado, a igreja deve se acau- telar diante dos homens mal intencionados, por outro, a 2 Pastor Roberto Carvalho: Advogado e ex-pastor da Primeira Igreja Batista em Cabo Frio, RJ. 21 desinformação de muitos sobre a visão do Estado para com a igreja, mormente os dispositivos elencados na Constitui- ção Federal, tem provocado inquietações desnecessárias diante de assuntos polêmicos, tais como a celebração de casamento de homossexuais e a admissão de pessoas cujas práticas contrariam os ensinamentos da igreja à luz da Bí- blia. A igreja precisa aprender, além do senhorio de Cristo, um pouco sobre a seguridade garantida pela Constituição Federal e leis adjacentes. O Estado, mais do que a imposi- ção aparente de obrigações que venham a ferir ou macular a igreja, garante-lhe uma couraça protetora para o exercício da missão espiritual de restauração do homem perdido e de guardiã dos bons costumes tão necessários à família e à Sociedade. A igreja, enquanto pessoa jurídica de direito privado, é uma organização religiosa, conforme preceitua o Código Civil em seu art. 44, inciso IV (Incluído pela Lei nº10.825, de 22/12/2003). Em não havendo mudanças no texto constitucio- nal, a liberdade religiosa oferece à igreja duas vertentes interessantes: a. “A liberdade religiosa não significa insubordi- nação às obrigações genericamente impostas à sociedade, nem pode servir de justificativa à im- punidade. Por força da soberania interna do Esta- do, todos os homens devem observância às leis, sujeitos a sanções por seu descumprimento. Des- ta forma, a igreja está sujeita ao império estatal, como sucedâneo da própria vida em sociedade, devendo respeito às leis vigentes, bem como às autoridades constituídas, das três esferas de po- der, federal, estadual e municipal.” 22 b. “Por sua vez, o direito de autorregulamentação, por meio de Estatuto próprio, assegura à igreja o poder de ditar as regras internamente aplicáveis. Em adição a isso, pelas decisões dos seus órgãos constituídos, a igreja exerce o poder de traçar seu próprio destino. No campo do direito privado, com preponderância do interesse particular, o Es- tatuto criado pela igreja é a lei que regerá as situ- ações fáticas acontecidas no âmbito interno desta, aplicando-se, apenas, supletivamente a legislação civil vigente. Ou seja, a lei civil somente entrará em cena, no que couber, caso haja lacuna no esta- tuto ou no regimento interno.” Por isso, a igreja que não tem Estatuto devidamente registrado ou omisso se arrisca a submeter-se ao poder su- pletivo do Estado para decidir questões que deveriam ser de sua exclusiva competência. Se a igreja for cuidadosa na formalização de seu di- reito e nos procedimentos para sua aplicação, não ficará vulnerável aos problemas que assustam a muitos – e tão em voga atualmente –, tais como homossexualidade, realização de casamento de pessoas do mesmo sexo, pedofilia etc. “A igreja, no exercício de seu direito, pode não admitir pessoas indesejáveis. A liberdade de filiar-se a uma igreja está con- dicionada à obediência aos pressupostos de admissão insti- tuídos pela própria igreja. Uma vez estabelecidos no estatuto os requisitos para a admissão no rol de membros, o indivíduo que não os sa- tisfizer não poderá exigir sua filiação. É, portanto, constitu- cionalmente garantido à igreja a não-admissão de pessoas que não se enquadrem nos moldes previstos no seu Estatuto. 23 O que não se admite, a princípio, é vedar a adesão do indivíduo que se enquadra em todos os requisitos legais e estatutários, pois, nesse caso, a igreja estaria violando o direito à igualdade, eis que o ingresso na instituição estaria puramente condicionado ao seu capricho, podendo selecio- nar uma pessoa e segregar outra, ambas em situação jurídi- ca homogênea.” 1.2 A Igreja e o Princípio do Direito Próprio O melhor exemplo de Direito Próprio em relação às organizações religiosas juridicamente constituídas é a própria Igreja Católica Apostólica Romana, que possui o seu Código de Direito Canônico e o seu Direito Religio- so, os quais andam em conformidade com o Direito Civil Brasileiro. O direito de autorregulamentação abordado nesta obra, embasado na Lei nº10.825/2003, está em plena con- sonância com esta ideia. 1.3 Imóvel sede da igreja: cuidados necessários A construção ou aquisição de um imóvel para fins de cultos deve merecer cuidados especiais, tais como locali- zação, legalidade documental, padrão da edificação, ob- servando-se a legislação pertinente, especialmente no que tange a existência de escadas, acessos, ventilação, recuos, posição de portas e janelas, vizinhança, acréscimos (ou os famosos “puxadinhos”), acústica, conservação e outras questões que mereçam cuidados, inclusive o Estatuto da Ci- dade (Lei 10.257/2001), que já é realidade em todo o país. 24 1.4 Legalização como pessoa jurídica De acordo com o art. 45 do Código Civil, a organi- zação jurídica da igreja tem início com o registro do esta- tuto no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do município onde ela tem sede. Em seguida, deve ser feita a inscrição no CNPJ e demais órgãos competentes. Acontece que, por desconhecimento, comodidade ou não sei o quê, até mesmo profissionais devidamente habilitados insistem em afirmar que com estatuto registrado e o CNPJ em mãos a igreja está legalizada. E mais: afirmam que igreja não está obrigada a manter a sua contabilidade regular, tampouco apresentar a RAIS anual, como também a declaração ECF (Escrituração Contábil Fiscal), a GFIP (Guia de Informa- ções à Previdência Social) periódica e que o pastor é isento de recolhimento mensal de imposto de renda. Quanto des- preparo! Que irresponsabilidade! Que lástima! No dizer do competente professor Gilberto Garcia, especialista em Direito Eclesiástico, estatuto é qual uma roupa feita sob medida. Copiar estatuto de outra igreja pode ser perigoso. Afinal, cada igreja traz consigo particularida- des que não podem e não devem ser desprezadas. Desde 22 de dezembro de 2003, as igrejas passaram a ser regidas pela Lei nº10.825, que diz textualmente, em seu artigo 1º: “São livres a criação, a organização, a estruturação in- terna e o funcionamento das organizações religiosas...”. Em todos esses anos de atuação no ramo de assessoria contábil, o caso que mais me chamou a atenção foi o que passo a narrar: Fui procurado por um pastor para analisaro projeto de estatuto da igreja que pretendia fundar. Pediu-me 25 atenção dobrada para um artigo que julgava muito impor- tante. Curioso, folheei o documento até encontrar o artigo que defendia a sua condição de presidente vitalício. Previa que em caso de seu falecimento, a viúva ficaria com um percentual do seu sustento ministerial até contrair novo ma- trimônio; mas, em caso de seu falecimento, os filhos me- nores seriam beneficiados com um percentual menor até atingirem a maioridade. Em poucas palavras eu o convenci do seu engano. 1.5 Alvará de Localização “Templos religiosos não estão livres de alvará de fun- cionamento”. O entendimento foi reafirmado pelo Conse- lho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Para os desembargadores, dispensar a exigência é interferir no poder de polícia da administração pública e expor a risco a integridade física dos fiéis. A questão foi discutida numa Ação Direta de Incons- titucionalidade. O TJ-DF já tinha julgado inconstitucional uma lei do DF que liberava as igrejas da exigência de alvará de funcionamento. No entanto, uma nova norma foi reedi- tada pela Câmara Legislativa. O Ministério Público propôs, então, nova ADI julgada procedente pelo Conselho Espe- cial do Tribunal de Justiça. Os desembargadores esclareceram que “é por intermédio do alvará de funcionamento que o poder público emite juízo positivo para que determinada atividade comercial, industrial ou institucional seja exercida”. “Os templos reli- giosos não poderiam estar fora desse controle”. (Texto capturado na internet em junho de 2012) 26 1.6 Responsabilidade da igreja enquanto local de aglomeração de pessoas É assustadora a representação que o Ministério Pú- blico do Estado de São Paulo impetrou contra uma Igreja em razão de um desabamento, quando vários fiéis tiveram suas vidas ceifadas. Contudo, não é somente as igrejas que devem ter o cuidado de obter das autoridades competentes a sua licença para funcionamento, pois riscos de incêndio e pânico são iminentes. A tragédia de um incêndio ocorrida num estabelecimento de diversão em Santa Maria, no Es- tado do Rio Grande de Sul, que ceifou a vida de quase três centenas de jovens, serve de alerta. 1.7 Imunidade tributária É certo que as organizações religiosas gozam de imu- nidade tributária com base no art. 150, inciso VI, alínea “b”, § 4º, da Constituição Federal de 1988, que diz: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias assegu- radas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: ......................................................................... VI – instituir impostos sobre: ......................................................................... b) templos de qualquer culto. ......................................................................... § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das en- tidades nelas mencionadas.” 27 1.8 Controvérsias acerca do IPTU Durante muito tempo travou-se uma discussão acerca da abrangência da imunidade sobre imóveis de propriedade das organizações religiosas, porém não destinadas a culto. Notamos na obra intitulada “Imunidades Tributárias” de au- toria de Yoshiaki Ichihara, publicado pela Editora Atlas, que doutrinadores de renome divergiam nesta questão quando comparados, por exemplo, Pontes de Miranda e Sacha Cal- mon Navarro Coelho: “Ficaram imunes a impostos os tem- plos de qualquer culto; não, porém, as casas de residências dos padres, pastores, rabinos etc, salvo se dentro do próprio edifício do templo’. (Pontes de Miranda). Já Sacha Calmon Navarro Coelho defendia que “...a moradia não está coberta pela imunidade dos templos de qualquer culto”. Outra questão controvertida é a que diz respeito ao imóvel. No passado, o templo de qualquer culto era um edifício erguido para culto, com arquitetura típica. Hoje os templos estão em lugares os mais inusitados, como em ga- ragens, salas, cinemas, salões, galpões, lojas, residências e todo tipo de edificação. De modo geral, até então a imuni- dade era reconhecida à luz de documentos que comprovas- sem a titularidade do imóvel: escritura pública de compra e venda e IPTU em nome da organização religiosa eram exigências legais. E agora, diante dessa nova realidade, quando a maioria das organizações religiosas alugam, e não constroem seus templos, caberá imunidade? O silêncio da lei gerava muita inquietação. Em 2003 o Supremo Tribunal Federal editou a Sú- mula 724 que pacificou uma questão que operadores do Di- reito entendem estender-se às organizações religiosas, que versa sobre a abrangência da imunidade a todos os imóveis 28 da organização religiosa, mediante condição óbvia: “Ain- da quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”. 1.9 Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros A Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI, garante, aos templos de qualquer culto, a imunidade de tri- butação dos impostos que incidem sobre sua estrutura fí- sica. O objetivo é garantir, assim, a liberdade religiosa no País. O benefício, entretanto, nada tem a ver com as obrigações que o templo religioso tem com o município e os órgãos de fiscalização e emis- são de alvará de segurança, como o Corpo de Bombeiros, que devem, obrigatoriamente, ser cumpridas. Trata-se apenas de imunidade sobre impostos relativos ao prédio, como IPTU, por exemplo. Depois de constituída a personalidade jurídica, segundo José Antônio de Oliveira Neto, diretor da Área de Administração Tributária da Secretaria de Finanças, o templo de qualquer culto deve cumprir todos os trâmites legais obri- gatórios e um deles é a Inscrição Municipal. O fato de preencher os requisitos para estar imune ao pagamento de impostos não isenta o templo de estar em dia com esta obrigação. (Texto capturado na internet em junho de 2012) 29 1.10 Implantação do e-Social Integrante do SPED (Sistema Público de Escritura- ção Digital), o e-Social – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas en- trou em vigor para as organizações religiosas a partir de 1º de janeiro de 2018, posteriormente prorrogados os prazos, conforme tabela abaixo. O objetivo é unificar o envio de informações pelo empregador referente aos seus emprega- dos. Carece de alguns acertos e está sendo desenvolvido, em conjunto, pela CEF, pelo INSS, pelo Ministério da Pre- vidência Social (MPS), pelo Ministério da Economia (ME) e pela Secretaria da Receita Federal. A novidade é que o pastor e demais ministros religiosos vinculados à Igre- ja devem ser informados no programa e-Social, devendo constar os seus dados, bem como valor dos seus proventos, imposto de renda retido na fonte e valor da contribuição previdenciária. Igualmente, os seus dependentes devem ser informados (nome, CPF, RG, endereço residencial e data de nascimento). Prazos para organizações imunes e isentas imple- mentarem o e-Social: Cadastro do empregador e tabelas Julho de 2018 Dados dos trabalhadores Setembro de 2018 Folha de pagamento Novembro de 2018 30 1.11 Principais obrigações fiscais Embora sejam impostas outras obrigações fiscais às organizações religiosas, resolvi dar alguns destaques aqui, tendo em vista que as multas são mais pesadas. É aconse- lhável que cada igreja tenha uma boa assessoria contábil e jurídica. DCTF inativa: Esta obrigação substituiu a DSPJ – Decla- ração Simplificada de Pessoa Jurídica – Inativa Prazo de Entrega: Até 22 de maio. Instrução Normativa nº1.697, DOU de 06/03/2017 (Obs.: Esta data pode ser al- terada por meio de ato legal). ECF (Escrituração Contábil Fiscal): Esta obrigação con- siste num arquivo digital que substituiua DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica), a partir do ano-calendário de 2014. Escrituração Contábil Digital (ECD): Foi publicada no Diário Oficial da União a Instrução Normativa RFB nº 1.894/2019, que prevê que a escrituração das operações de sociedade em conta de participação deverá ser efetuada em livros próprios. A legislação anterior previa que estas enti- dades poderiam apresentar a escrituração como livros auxi- liares do sócio ostensivo, mas esta possibilidade foi extinta com a publicação do Regulamento do Imposto de Renda em novembro de 2018, o que motivou a adequação da nor- ma. A Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.894/2019 também alterou o valor limite para dispensa da obrigatoriedade de apresentação da Escrituração Contábil Digital (ECD) das pessoas jurídicas imunes e isentas. Com o objetivo de simplificar as obrigações acessórias, ficam 31 dispensadas de apresentar a ECD as entidades imunes e isentas que auferirem, no ano-calendário, receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios e ingressos assemelhados cuja soma seja inferior a R$ 4,8 milhões. O limite anterior era de R$ 1,2 milhão. Escrituração Fiscal Digital (EFD): Desde o ano calendá- rio 2015 todas as organizações religiosas estão obrigadas a entregar a ECF, independentemente do montante de receita, ausência de empregados, remunerações ao seu ministro re- ligioso. A EFD-Contribuições será transmitida mensalmen- te ao SPED até o 10º (décimo) dia útil do 2º (segundo) mês subsequente ao que se refira a escrituração. Assinatura do Livro Digital: O livro digital deve ser as- sinado obrigatoriamente pelo presidente da organização re- ligiosa e por profissional contábil, devidamente habilitado junto ao Conselho Regional de Contabilidade. Para tanto, é indispensável que ela possua o certificado digital. Eventu- almente, pode-se utilizar procuração eletrônica da Receita Federal. Importante: A organização religiosa deve manter atualiza- do o seu estatuto e as suas atas. Ambos devem ser levados a registro público em Cartório, sob pena de nulidade. Em caso de falta de atualização, a organização não obterá o seu Certificado Digital. CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempre- gados Mensal: Até o dia 7 (sete) do mês subsequente ao da admissão ou demissão. Observação: A legislação prevê, ainda, a obrigatoriedade de entrega do CAGED diário, quando se tratar de admissão de empregado em gozo de benefício de seguro-desemprego. 32 PIS sobre Folha de Pagamento: É uma obrigação tributá- ria devida pelas organizações religiosas, inclusive, à base de 1% sobre a folha de pagamento de salários, mensalmente. DIRF – Declaração do Imposto Sobre a Renda Retido na Fonte: No que diz respeito a organização religiosa, trata-se de uma declaração anual prestada à Secretaria da Receita Federal, dela constando basicamente os valores recolhidos na fonte, bem como recolhimentos de PIS sobre a folha de pagamento. O prazo vai até o último dia útil do mês de fe- vereiro de cada ano. GFIP/SEFIP: Ainda que negativa, deve ser apresentada em janeiro e dezembro de cada ano. Alvará de Localização: Esta exigência varia de município para município, por isso é importante consultar a legislação municipal. Veja tópico 1.3. INSS-Guia: Recolhimento através de guia própria, inci- dente sobre folha de pagamento de funcionários, pagamen- tos efetuados a autônomos e outros prestadores de serviços e serviços tomados de pessoas jurídicas, até o dia 20 de cada mês seguinte ao vencido. INSS-Carnê: Recolhimento através de carnê até o dia 15 de cada mês seguinte ao vencido. FGTS: Recolhimento através de guia própria até o dia 7 de cada mês seguinte ao vencido. Contribuição Sindical dos empregados: Recolhimento através de guia própria de acordo com dispositivos legais. 33 2. O INSS e o imposto de renda dos ministros e autônomos 2.1 INSS do pastor (De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022) De acordo com legislação vigente, não se conside- ra como remuneração direta ou indireta, para os efeitos da Lei, os valores despendidos pelas organizações religiosas e instituições de ensino vocacional, como ministro de confis- são religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face de seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado. Assim, sobre este tipo de pagamento não incide nenhuma contribuição, pois ele não é conside- rado como remuneração. Cumpre salientar, também, que o Ministro de Confissão Religiosa é considerado segurado obrigatório da Previdência Social na qualidade de contri- buinte individual (Decreto 3.048/1999). Caso o valor re- cebido pelo ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua sub- sistência independa da natureza e da quantidade do traba- lho executado, caberá ao próprio contribuinte individual o recolhimento da sua contribuição que corresponde, de 1º/01/2022 a 31/12/2022, a 20% (vinte por cento) sobre o valor por ele declarado, observados os limites mínimo (R$1.212,00 x 20% = R$242,20) e máximo (R$7.088,51 34 x 20% = R$1.417,70) de salário-de-contribuição. Desta forma, caso este valor seja pago para a sua subsistência, não incidirão os referidos recolhimentos, pois nesse caso o próprio contribuinte fará seu recolhimento através de car- nê, aplicando a alíquota de 20% sobre sua remuneração, utilizando o código 1007. Ainda que aposentado por tempo de contribuição, o ministro religioso em atividade continua sendo contribuinte obrigatório, mas neste caso poderá optar pela contribuição simplificada à alíquota de 11% sobre o salário mínimo, utilizando-se o código 1163. Caso o Ministro Religioso receba remuneração pe- los serviços prestados de forma diferenciada, conforme a quantidade de serviços prestados, incidirão por parte da Organização Religiosa, sobre esta remuneração, tanto a importância correspondente a 20% a título de renda ecle- siástica sobre o valor pago mensalmente ao seu ministro religioso em questão, quanto o recolhimento de 11% a títu- lo de contribuição previdenciária do contribuinte individual que lhe presta serviços. O texto da Lei 13.137/2015, se não interpretado cuidadosamente, pode trazer sérios problemas tanto para igrejas como para ministros religiosos, pois profissionais da contabilidade e operadores de Direito têm dividido opi- nião quanto à sua aplicabilidade. Salvo melhor juízo, en- tendo que não somente os proventos devem ser oferecidos à tributação do imposto de renda, mas também eventuais benefícios que a igreja venha a conceder ao ministro reli- gioso contratado. Veja Solução de Consulta SRF nº63, de 25/09/2009. 35 Possibilidades de recolhimento de INSS em 2022: Valor da Prebenda Contribuição Sim/não R$1.000,00 R$110,00 Não (1) R$1.000,00 R$220,00 a 1.286,71 Sim (2) R$5.531,31 De 220,00 a R$1.286,71 Sim (3) R$10.000,00 R$220,00 a 1.286,71 Sim (4) R$10.000,00 R$2.000,00 Não (5) 1. Este valor de contribuição corresponde 11% do Salário Mínimo, mas não se aplica ao ministro religioso. 2. Este é o valor mínimo de contribuição previdenci- ária para a classe de ministros religiosos (20% do Salário Mínimo vigente). Ainda que aposentado, o ministro religioso que permanece pastoreando, deverá efetuar esse recolhimento mínimo. 3. Este é o valor máximo de contribuição previden- ciária para a classe de ministros religiosos. 4. Embora ganhe R$10.000,00 a título de proventos ministeriais, ainda assim o ministro religioso pode optar pelo recolhimento mínimo obrigatório. 5. É vedado ao ministro religioso contribuir com va- lor mensal superior ao previsto na legislação. Nota: O valor da contribuição poderá variar entre R$242,40 e R$1.417,70 de um mês para o outro, sem risco de come- timento de irregularidade perantea Previdência Social. De todo modo, quando o ministro religioso for requerer a sua aposentadoria, serão computadas todas as suas contribui- ções para fins de definição do valor do benefício. 36 2.2 Como e onde informar os recolhimentos do INSS na declaração anual de IRPF do ministro religioso: Em qual campo do programa da Declaração do Im- posto de Renda devo informar os pagamentos efetuados a título de contribuição previdenciária do Ministro de confis- são religiosa? Resposta: Considerando ser a fonte pagadora dos rendimentos (organização religiosa) pessoa Jurídica, os rendimentos recebidos, bem como os eventuais impostos retidos na fonte devem ser lançados na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebido de Pessoa Jurídica”, conforme página 49 e 50 do Ajuda do Programa IRPF 2018. Contudo, con- forme orientação mais recente da Receita Federal, o total das contribuições pode ser inserido no Informe de Rendi- mentos da fonte pagadora. Quanto a Previdência Oficial (INSS), conforme pre- visto no inciso I, art. 86 da Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014 esta poderá ser considerada dedutível para fins de apuração do Imposto de renda. “Art. 86. São admitidas, a título de dedução, as contribuições: I – para a Previdência Social da União, dos esta- dos, do Distrito Federal e dos municípios; (...) § 2° Quando a fonte pagadora não for responsá- vel pelo desconto da contribuição previdenciária, o valor pago a esse título pode ser considerado para fins de dedução da base de cálculo sujeita ao imposto mensal, desde que haja anuência da 37 fonte pagadora e que o beneficiário lhe forneça o original do comprovante de pagamento. (...)” Sendo a Previdência Oficial (INSS) recolhida pelo próprio profissional autônomo, o mesmo deverá ser lança- do na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebido de PF/Ex- terior” na aba “outras informações” na coluna “Previdência Oficial”, conforme página 59 do Ajuda do Programa IRPF 2018. 2.3 IRFON: A partir do mês de abril de 2015: Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (em R$) Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Dedução por dependente: R$189,59 Fonte: Medida Provisória nº 670/2015 (Recomendável confirmação através do site www.receitafederal.org.br) 38 3. Os “direitos” do pastor e demais ministros religiosos Embora não regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tem sido praxe a igreja conceder ao seu pastor direitos análogos, tais como férias (acrescidas de um terço), 13º salário, FGTM/FAP, fundo previdenciário e outros. Particularmente, defendo que a igreja que deliberar honrar o seu ministro com tais benefícios, à exceção do FGTM/FAP, que o faça mensalmente com base na média aritmética simples mensal, assim: Proventos + Férias + Gratificação natalina + Outros = X ÷ 12 = R$... Entendo que desta forma a igreja simplificará o seu orçamento, minimizará a tributação do IRFON e haverá menor variação de saídas em meses distintos, além de não ter que se preocupar com fundos de reservas para tais fins. 3.1 Como calcular as férias do pastor: A título de exemplo, suponhamos um pastor com pro- vento mensal de R$6.000,00 (seis mil reais). Neste caso, se a Igreja adotar o princípio da equiparação, o valor devido bruto será de R$8.000,00 (oito mil reais). Obs.1: No caso de mês quebrado, pode-se pagar os dias trabalhados antes ou depois do gozo das férias. 39 Obs.2: Este valor deverá ser pago até três dias antes do início do gozo das férias. Obs.3: É certo que sobre esse valor será estabelecida a base de cálculo para fins de recolhimento do IRFON (Imposto de Renda Retido na Fonte). 3.2 IRFON: Incidência sobre proventos ministeriais A promulgação da Lei nº 13.137, de 2015 levou mui- tos profissionais da área contábil e do Direito e, por exten- são, os ministros de confissão religiosa, a entenderem que a partir de então não haveria incidência de imposto de renda na fonte sobre os seus proventos e eventuais benefícios. Desde então, passaram a me consultar e, para a minha felicidade, a Receita Federal do Brasil editou a Solução de Consulta nº 254 – Cosit, datada de 26 de maio de 2017, que passo a transcrever parte dela, com grifos meus, para facili- tar o entendimento dos meus leitores: “RETENÇÃO NA FONTE. MINISTROS DE CONFISSÃO RELIGIOSA: Estão sujeitos à in- cidência do Imposto sobre a Renda na Fonte os valores despendidos pelas entidades religiosas com ministros de confissão religiosa, conforme a tabela progressiva do IRRF. Dispositivos Legais: Decreto nº 3.000, de 1999, Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), art. 167 c/c o art. 628. Relatório: A interessada, acima identificada, entidade religiosa sem fins lucrativos, dirige- -se a esta Superintendência para formular 40 CONSULTA sobre a isenção do Imposto sobre a Renda em relação aos rendimen- tos recebidos por Ministros de Confissão Religiosa. 2. Cita a Lei nº 13.137, de 2015, que, em seu art. 7º, incluiu o § 14 no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, afirmando que o § 13 desta lei dispõe que os rendimentos dos ministros religiosos não configuram remuneração direta ou indireta, concluindo que a renda de ministros religiosos, padres e pastores estariam isentos do imposto sobre a renda. 3. Assim, indaga sobre a correta interpretação da Lei nº 13.137, de 2015, questionando se as enti- dades religiosas, às quais estão vinculados tais ministros de confissão religiosa, estão desobri- gadas à retenção e ao recolhimento do imposto sobre a renda. 4. Inicialmente, da análise da Lei nº 8.212, de 1991, citada pela consulente, depreende-se que o art. 22, em seu § 13, define que não se con- sidera remuneração direta ou indireta, para os efeitos dessa Lei, os valores despendidos pelas entidades religiosas com ministro de confissão religiosa, em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que não dependam da natureza e da quantidade de trabalho executado. Observe-se que o disposto no referido parágra- fo possui efeitos para essa Lei, ou seja, para os dispositivos nela contidos, relacionados à Segu- ridade Social. 5. Assim, em relação ao INSS, sobre este tipo de pagamento não incide nenhuma contribuição, 41 pois não se trata de remuneração, direta ou indi- reta. No entanto, cumpre salientar que o ministro religioso é considerado segurado obrigatório da Previdência Social na qualidade de contribuin- te individual (Decreto nº 3.048, de 1999). Desta forma, do valor recebido, caberá ao próprio mi- nistro, como contribuinte individual, o recolhi- mento da sua contribuição, que corresponderá a 20 % sobre o valor por ele declarado, observa- dos os limites mínimo e máximo de salário de contribuição. 6. A Lei nº 13.137, de 2015, alterou a redação do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentando, no § 14, dois incisos para efeito de interpreta- ção do § 13, com o intuito apenas de esclarecer melhor o assunto. Mas, conforme já exposto, o § 13, e consequentemente o § 14, trazem defini- ções para os efeitos da Lei nº 8.212, 1991, que trata da Seguridade Social, e, portanto, não trata do imposto sobre a renda. 7. Desta forma, não há como se extrair do conti- do na Lei nº 13.137, de 2015, a conclusão sobre a obrigatoriedade ou não da retenção do imposto de renda sobre os rendimentos pagos aos minis- tros religiosos. 8. Observe-se que os ministros religiosos não têm vínculo empregatício com a pessoa jurídica pagadora (igreja etc.), pois inexiste contrato de trabalho com a organização religiosa, sendo os valores por eles recebidos caracterizados como rendimentos do trabalho não assalariado. 9. O disposto no art. 167 c/c o art. 628, ambos do Decreto nº 3.000, de 1999, Regulamento do Im- posto de Renda (RIR/99), determina a retenção 42 do Imposto de Renda na Fonte para os rendimen- tos do trabalho não assalariado, pagos por essas entidades, como se observa a seguir: “Art.167. As imunidades, isenções e não inci- dências de que trata este Capítulo não eximem as pessoas jurídicas das demais obrigações pre- vistas neste Decreto, especialmente as relativas à retenção e recolhimento de impostos sobre ren- dimentos pagos ou creditados e à prestação de informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33). Parágrafo único. A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delas percebem rendimen- tos sob qualquer título e forma (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 31). (...) Art. 628. Estão sujeitos à incidência do impos- to na fonte, calculado na forma do art. 620, os rendimentos do trabalho não-assalariado, pagos por pessoas jurídicas, inclusive por cooperativas e pessoas jurídicas de direito público, a pessoas físicas (Lei nº 7.713, de 1988, art. 7º, inciso II). (grifos acrescidos) 10. Portanto, os valores recebidos pelos minis- tros religiosos estão sujeitos à incidência do Im- posto sobre a Renda na Fonte e na Declaração de Rendimentos das pessoas físicas beneficiárias, visto que não gozam de imunidade ou isenção (exceção feita, obviamente, aos valores pagos dentro do limite de isenção da tabela progressiva do IRRF). Conclusão 43 11. À vista do exposto, responde-se à consulen- te que, sobre a importância paga aos ministros de confissão religiosa, incide o Imposto de Ren- da na Fonte, conforme a tabela progressiva do IRRF, devendo a consulente aplicar a tabela e reter o valor correspondente, o qual deverá ser recolhido por meio de guia própria (DARF). 3.3 Pagamento do 13º salário ou gratificação natalina: Cada parcela deverá corresponder a 50% (cinquenta por cento) do valor percebido pelo ministro, devendo a pri- meira parcela ser paga até o dia 30 de novembro; e a segun- da até 20 de dezembro. 3.4 Previdência, plano de saúde, FGTM, aluguel etc. Tem sido prática cada vez maior entre as igrejas as- sumir o pagamento do INSS, Plano de Saúde, FGTM/FAP (Fundo de Garantia de Tempo de Ministério ou Fundo de Amparo ao Pastor), aluguel residencial e outros benefícios para os seus pastores. É evidente que a maioria maciça das igrejas não pode arcar com todos os benefícios aqui men- cionados, mas a nossa sugestão é que pelo menos o INSS e o FGTM sejam assumidos pela Igreja, já que do INSS o pastor vai depender para uma aposentadoria mais tranquila. Já o FGTM equivale a “indenização” quando ele deixar o pastorado local, tornando-se um fundo de subsistência até que ele seja convidado para um novo ministério. 44 Nesta obra, apresentamos um modelo de Termo de Compromisso ditando normas sobre o FGTM, elaborado pelo experiente Dr. Genésio Pereira, que poderá ser adapta- do à realidade da igreja. Importante ressaltar que outras igrejas adotam bene- fício similar, dando-lhe diferente nomenclatura, como por exemplo, Fundo de Assistência Pastoral (FAP), mas o obje- tivo é o mesmo. 3.5 Previdência Privada Pastoral e demais ministros religiosos Quando não for possível fazer uma previdência priva- da mais avantajada para o ministro, faça uma modesta, mas faça. Não direcione todos os seus investimentos para um futuro tranquilo somente na previdência oficial (INSS). Os bancos que oferecem esse serviço têm-se mostrado bastante sólidos. 3.6 Plano de Saúde Pastoral e demais ministros religiosos Se contratado pela pessoa física e pago pela Igreja, incorpora aos proventos, em forma de benefícios e há in- cidência de Imposto de Renda. Se contratado em nome da pessoa jurídica, além de ficar mais barato, não incorpora aos proventos pastorais. 45 3.7 Pastor Pessoa Jurídica? O que é isto? O pastor de igreja local que for orientado a inscrever- -se como Microempreendedor Individual (MEI) para rece- ber os seus proventos mediante emissão de nota fiscal de serviços prestados estará cometendo um equívoco, do pon- to de vista fiscal. Dentre os motivos está a ausência dessa categoria no rol das atividades permitidas pela legislação pertinente. Há profissionais da contabilidade e do Direito que es- tão orientando mal as igrejas e seus pastores. Se invocam a lei, ou silêncio dela, eu preciso saber se estão se referindo à lei civil ou à lei moral. Ora, a lei moral transcende a lei civil. Eu jamais orientaria uma igreja a formalizar o seu ministro religioso perante o fisco como MEI (Microempre- endedor Individual), EIRELI (Empresa Individual de Res- ponsabilidade Limitada). Afinal, o ministro religioso não é nem uma coisa, nem outra. Ele é muito mais que isso. Observe que a legislação previdenciária não deixa dúvidas sobre o tratamento dado ao ministro religioso. Endossado pelo antigo Regulamento do Imposto de Renda Decreto 3.000, em seu art. 67, Parágrafo Único, asseverava que “A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que dela percebam rendimentos sob qualquer título e forma”. Igual- mente, o novo RIR/2018 endossa essa posição. “Desta forma, os rendimentos percebidos pelos pas- tores são tributados normalmente pelo imposto de renda, sujeitando-se a tabela progressiva mensal e as demais re- gras de retenção e deduções da base de cálculo para o im- posto de renda”. 46 Há, contudo, outras implicações que prefiro não as mencionar aqui. 3.8 Pastor aposentado por invalidez pode pastorear? Quando recentemente publiquei um artigo voltado aos pastores, falando de aspectos previdenciários com im- plicações diretas sobre filiação, contribuição e aposenta- doria, fizeram-me uma consulta que agora a torno pública, a fim de que outros pastores tenham tal informação, que considero de extrema relevância. O assunto causou certa controvérsia e acabou por ensejar um parecer jurídico as- sinado pelo competente pastor batista e advogado Marcelo Rosa, especialista em direito eclesiástico, que gentilmente nos autorizou a sua inserção aqui. A pergunta é a que dá título a este artigo: “Pastor apo- sentado por invalidez pode pastorear?” Antes de responder, gostaria de sugerir que a formulação mais correta para esta pergunta seria o consulente perguntar se o ministro religio- so aposentado por invalidez pode pastorear e receber pro- ventos da igreja à qual ele serve. Há um brocardo jurídico provindo do latim que vati- cina que “dura lex sed lex”, ou seja, a lei é dura, mas é lei. Neste sentido, passo a esclarecer que, de acordo com a legislação previdenciária vigente, o ministro de confissão religiosa é contribuinte obrigatório da Previdência Social (INSS) e, portanto, não goza de tratamento diferenciado. Nessa condição de aposentado por invalidez, não há que se falar em atividade remunerada, tampouco em recolhimento da contribuição mensal, considerando que ele foi declarado 47 incapacitado para qualquer atividade laboral (leia-se ativi- dade remunerada). Neste caso, estando ele aposentado por invalidez, e movido por sua vocação sacerdotal, que se traduz pelo afã de propagar o Evangelho, poderá fazê-lo, porém não poderá receber da fonte pagadora, que é a igreja ou organização similar que o tenha contratado na condição de ministro de confissão religiosa, sem vínculo de emprego, sob pena de ter cassada a sua aposentadoria. Esta é a dura verdade. Diante deste cenário, não se vislumbra outra possi- bilidade, já que os recursos recebidos pela organização re- ligiosa em forma de dízimos, ofertas e outros devem ser contabilizados de acordo com o rigor das Normas Brasilei- ras de Contabilidade, bem como com a legislação do Im- posto de Renda. Argumentos contrários a este entendimento, porém sem muita consistência, apontam para as particularidades da atividade do ministro de confissão religiosa, afirman- do que não se trata de atividade profissional, que não há caracterizada a contrapartida pelo exercício do ministério pastoral e por aí vai. É preciso muito cuidado. Aconselho àqueles que porventura se encontrem nessa situação que se preparem para uma eventual demanda judicial, pois a ten- dência do INSS será cassar tal benefício,retroativamente à data da concessão do mesmo. CONSULTA JURÍDICA – RAZÃO DA CONSULTA: In- daga o consulente sobre a possibilidade do beneficiário de aposentadoria por invalidez (doença) concedida pelo INSS, voltar a exercer atividade laborativa remunerada, inclusive com retenção e pagamento de IRRF e de cota previdenciá- ria. No caso ora examinado, o aposentado pretende exercer 48 função remunerada de pastor evangélico, e em tal condição passará a receber sustento ministerial na qualidade de Mi- nistro Religioso. Parecer: A aposentadoria em questão foi concedida, em tese, pelo INSS após a constatação pericial de que o segurado é portador de doença grave que o incapacita totalmente para o trabalho. A incapacidade funcional pode ser decorrente de doença profissional ou de acidente de trabalho, mas, em qualquer das modalidades deve ser considerada “grave” o suficiente a ponto de incapacitar o segurado para o traba- lho. Tal modalidade de benefício previdenciário está regu- lamentada pelos artigos 42/47 da Lei 8.213 de 1991 e pelo Decreto Lei nº3048 de 1999 em seus artigos 43/50. Em resumo, a aposentadoria por invalidez, pode ser até definitiva, entretanto, a princípio é provisória. Defini- tiva será se o segurado jamais se recuperar da doença; e provisória, na medida em que se o segurado for curado e re- cuperar sua capacidade laborativa, a aposentadoria poderá ser cancelada pelo órgão previdenciário. Dispõe o Artigo 48 do Decreto 3048/99 que “O aposentado por invalidez que retornar volun- tariamente à atividade terá sua aposentadoria, automaticamente cassada, a partir da data do retorno”. No mesmo sentido é o Art. 46 da Lei 8213/91 que dis- põe: “O aposentado por invalidez que retornar voluntaria- mente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada a partir da data do retorno”. 49 A Autoridade Previdenciária, logo que tomar conhe- cimento do retorno do segurado à atividade laborativa, seja ela qual for, ainda que em atividade diversa daquela na qual trabalhava anteriormente o segurado, cancelará automatica- mente a aposentadoria por invalidez. Deste modo, sem maiores justificativas, o próprio nome iuris já diz, que a aposentadoria é por invalidez, e logicamente, ao retornar à atividade laborativa o segurado estaria dando prova irrefutável de que a “invalidez” não existiria mais! Decidindo voltar ao mercado de trabalho o aposen- tado por invalidez deverá comunicar à Autoridade Previ- denciária o restabelecimento de sua saúde e a decisão de tornar-se novamente trabalhador ativo. Tal comunicação, entretanto, poderá se dar de modo tácito, ou seja: quando de volta ao trabalho, a empresa empregadora ou o segura- do individual fizer o primeiro recolhimento previdenciário vinculado ao CPF do “aposentado por invalidez”, a aposen- tadoria será automaticamente cancelada. É fato que muitos cidadãos “aposentados por invali- dez”, em caso de necessidade, passam a exercer atividades remuneradas no chamado “mercado informal” para com- plementação de renda mensal. Tais atividades não oficializadas e sem qualquer tipo de registro não são, em regra, “descobertas” pela Previdên- cia Social. Entretanto se o “aposentado por invalidez” tiver a Carteira de Trabalho assinada; se fizer um cadastro de Microempreendedor Individual; se constituir qualquer tipo de sociedade; se assumir a direção de qualquer associação; se cadastrar-se como profissional autônomo; se expedir al- gum Recibo de Pagamento Autônomo, ou de qualquer for- ma oficial passar a exercer qualquer outra atividade que se 50 enquadre na condição de contribuinte obrigatório da Previ- dência Social, perderá automaticamente o direto à aposen- tadoria por invalidez. Evidentemente que não será esta a hipótese do caso objeto da consulta, pois se trata de um Pastor, Ministro Re- ligioso, para o qual além de se aplicar a “lei dos homens”, aplica-se acima de tudo, A Lei de Deus, e com base nesta, que exige do ser humano um comportamento ainda mais ético e moral, deve o aposentado permanecer aposen- tado apenas no caso de efetivamente ostentar o perfil de incapacitado! Conclusão Diante da legislação previdenciária vigente, sou de parecer que, na hipótese do beneficiário de aposentadoria por invalidez ser contratado como Ministro Religioso, tal função obrigará à Igreja a cadastrá-lo perante a Previdência Social como contribuinte obrigatório, na forma do Artigo 11, inciso V, Alínea c da Lei 8.213/91 que dispõe: “Art.11 São segurados obrigatórios da Previdência Social as se- guintes pessoas físicas: V – como contribuinte individual: ...................................................................... c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;” Neste contexto, evidentemente que, assumindo o pas- torado de Igreja Batista o “aposentado por invalidez” terá a aposentadoria automaticamente cancelada quando for efe- tuado o primeiro recolhimento previdenciário obrigatório for efetivado pela tesouraria da Igreja. 51 Diante de tudo que aqui se expôs, ainda que de forma objetiva e resumida, é de se concluir que o pastor que está aposentado por invalidez está impedido de exercer qualquer atividade laborativa enquanto perdurar tal invalidez; e que ao assumir o pastorado de Igreja estará de fato, optando em abrir mão da aposentadoria para retornar às atividades profissionais. Rio de Janeiro, 06 de abril de 2016. Dr. Marcelo Gomes da Rosa – OAB/RJ 72.842 52 4. Dicas para o tesoureiro 1. Seja organizado. Estabeleça prazo para fecha- mento mensal da movimentação financeira da igreja; estabeleça prazo para pagamento de pes- soal (assalariados, seminaristas, ministros, mis- sões, profissionais liberais e outros); encargos diversos; taxas de água, luz, telefone etc. Pague em dia todos os compromissos assumidos pela igreja. Quando isso não for possível, entre em contato com o credor antes da data de vencimento e comunique-lhe tal impossibilidade. 2. Abra conta bancária somente em nome da igreja (nunca em nome do pastor, diácono ou qualquer membro, por mais conceituado que seja). 3. Nunca lance no livro de Tesouraria dízimos e/ou ofertas para recebê-los posteriormente. 4. Efetue pagamentos preferencialmente em che- ques, apontando neles a sua destinação. Trabalhe com cópia de cheque (à venda em papelaria). 5. Ao receber cheques que não sejam de membros da igreja, ou seja, cheques de terceiros, identifi- que-os no verso (escreva o nome de quem está passando). 6. Nunca assuma compromissos financeiros sem a prévia autorização da igreja. 53 7. Mantenha a contabilidade da igreja em dia, uti- lizando documentos idôneos, que de fato com- provem os lançamentos contábeis e que sejam aceitos pelo fisco. Repasse em tempo hábil ao profissional da contabilidade os livros e docu- mentos necessários aos apontamentos para efeitos legais (inclusive para elaboração e apresentação da declaração anual de imposto de Renda). Em caso de dúvida, consulte o seu contador. 8. Facilite o trabalho da Comissão de Exame de Contas, Conselho Fiscal ou outra denominação dada a quem seja responsável pelo acompanha- mento da saúde financeira da igreja, arquivando em ordem os documentos que derem origem aos lançamentos e prestando-lhe quaisquer esclareci- mentos que se tornem necessários. 9. Nunca trabalhe sozinho – o ideal é que mesmo igrejas pequenas tenham dois ou três tesoureiros atuando em conjunto – e peça que a Comissão de Exame de Contas atue no propósito para o qual foi criada, visando a transparência dos seus atos. 10. Evite guardar em casa grandes importâncias em espécie. 11. Acima de tudo, ética cristã! (Extraído e adaptado de fonte não identificada) 54 5. A Igreja e suas relações trabalhistas Têm direitos e obrigações os chamados trabalhadores celetistas, isto é, aqueles que são regidos pela CLT – Conso- lidação das Leis do Trabalho (zelador, auxiliar de serviços gerais, faxineiro,secretária, assistente administrativo, mú- sico...) e não celetistas (trabalhadores autônomos que even- tualmente prestam serviços para a Igreja). Não vale a pena correr riscos. Vale a pena observar as leis. 5.1 Quanto custa um funcionário para a igreja: Em termos de encargos direitos, a título de exemplo, suponhamos que determinado funcionário tem salário de R$1.300,00 por mês. Sobre esse valor contratado, a igreja empregadora deverá observar a tabela abaixo: INSS Empregador 20% INSS Empregados (Dedutível no contracheque) 8%* RAT – Risco Ambiental do Trabalho 1% Outros 5,8% FGTS 8% PIS s/Folha de Pagamento 1% IRFON * Esse percentual pode variar de 7,5% a 14%, dependendo da faixa de salário do trabalhador. 55 Anote: Há outros custos para a igreja empregadora, dentre os quais destacamos: a) Exames médicos (admissio- nal, periódicos e demissional); b) Normas Regulamentares; c) Vale Alimentação ou Vale-Refeição, d) Vale-transporte; e) benefícios previstos em Acordos ou Convenções Coleti- vas de Trabalho etc. 5.2 Quanto custa um prestador de serviços para a igreja: Sobre serviços tomados de autônomos (trabalha- dores avulsos que prestam serviços eventuais, tais como pintores, pedreiros, eletricistas, encanadores, jardineiros, engenheiros, arquitetos, advogados, contadores....) deve a igreja fazer o pagamento através de Recibo de Pagamento de Autônomo (RPA), efetuando-se os descontos incidentes, a saber: 11% relativo à contribuição previdenciária em be- nefício do prestador de serviços. Também deve fazer a re- tenção do imposto de renda na fonte (IRFON) até a data de vencimento prevista, em caso de incidência à luz da tabela divulgada pela Receita Federal do Brasil. À igreja cabe o encargo previdenciário de 20% sobre o total do serviço prestado. O valor total do percentual apli- cado (20% + 11% =31%) deverá ser recolhido pela igreja empregadora aos cofres da Previdência Social no venci- mento previsto. 5.3 Direitos básicos do trabalhador São direitos básicos do trabalhador: 56 a) Carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia de serviço; b) Exames médicos de admissão, periódicos e demissional; c) Repouso semanal remunerado (1 folga por semana, sendo pelo menos uma num domingo, se emprega- do do sexo masculino; e pelo menos duas, se do sexo femi- nino); d) Salário pago até o 5º dia útil do mês subsequente; e) Primeira parcela do 13º salário paga até 30 de novembro; segunda parcela até 20 de dezembro; f) Férias de 30 dias com acréscimo de 1/3 do salário; g) Vale-transporte com desconto máximo de 6% do salário; h) Licença maternida- de de 120 dias (tramita no Congresso Nacional projeto que altera para 180 dias), com garantia de emprego até 5 meses depois do parto; i) Licença paternidade de 5 dias corridos; j) FGTS: depósito de 8% do salário em conta bancária a fa- vor do empregado; l) Horas-extras pagas com acréscimo de 50% no mínimo do valor da hora normal; m) Estabilidade de 12 meses em casos de acidente; n) Adicional noturno de 20% para quem trabalha das 22h às 5h; o) Faltas ao trabalho nos casos de casamento (3 dias), doação de sangue (1 dia/ ano), alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente pró- ximo (2 dias), testemunho na Justiça do Trabalho (no dia), doença comprovada por atestado médico; p) Aviso prévio de 30 dias, em caso de demissão; q) Seguro-desemprego. 5.4 Férias do empregado Vencidas: O empregado dispensado sem justa causa, fará jus às férias vencidas acrescidas do terço constitucio- nal. Para tanto, deverá cumprir o tempo de trabalho de 12 meses, na forma do art. 130 da CLT. 57 Proporcionais: As férias proporcionais também serão devidas, na fração de 1/12 avos período trabalhado igual ou superior a 15 dias, na forma do art. 146 da CLT. As faltas injustificadas poderão afetar o direito do empregado às férias proporcionais, na forma da tabela abaixo: Obs: Acima de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo, o empregado perde o direito às férias correspon- dentes ao período aquisitivo. 5.5 Atrasos O art. 58, §1º da CLT disciplina que não serão descon- tados da jornada a variação de horário no registro de ponto não excedente de 5 (cinco) minutos, observado o limite má- ximo de 10 (dez) minutos diários. Portanto, o empregado pode se atrasar 5 (cinco) minutos no início da jornada diária e no retorno do intervalo para repouso e refeição. 5.6 Anotações e prazo para devolução na CTPS O art. 29 da CLT prevê que a Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, con- tra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a ado- ção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. 58 5.7 Principais ausências justificadas Alistamento militar: no período em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar; Alistamento eleitoral: até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, no termo da lei respectiva; Atestado Médico: os dias em que estiver de atestado médico; Casamento: até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; Comparecimento em juízo: pelo tempo que se fizer neces- sário, quando tiver que comparecer em juízo, quando for convocado para prestar depoimento, for jurado ou qualquer outra determinação; Comparecimento à Justiça do Trabalho: as horas em que o empregado faltar ao serviço para comparecimento neces- sário como parte na Justiça do Trabalho; Cumprimento de Aviso Prévio: por 07 (sete) dias corridos ou 02 (duas) horas diárias, no cumprimento do aviso prévio motivado pelo empregador; Doação de sangue: 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devi- damente comprovada; 59 Exames vestibulares: nos dias em que estiver comprova- damente realizando provas de exames vestibulares para in- gresso em estabelecimento de ensino superior; Falecimento: até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previ- dência social, viva sob sua dependência econômica; Falecimento de cônjuge professor: por 9 (nove) dias, quando se tratar de professor, por motivo de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho; Nascimento de filho: 5 dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; Licença-maternidade: período de licença-maternidade ou aborto não criminoso. 5.8 Aviso Prévio A Lei nº12.506/2011 alterou as regras para aplicação do aviso prévio, estabelecendo o aviso prévio proporcional, que passa a ter uma variação de 30 a 90 dias, conforme o tempo de serviço na empresa. Assim, os empregados pas- sam a ter no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de tra- balho, somando a cada ano mais três dias. 60 5.9 Indenização adicional A indenização adicional equivalente a uma remune- ração mensal do trabalhador, que for dispensado sem justa causa, nos 30 dias que antecedem a data-base da categoria. Convém relembrar, que cada categoria, possui uma data-base, que é a ocasião de fechamento das negociações coletivas onde homologa-se a convenção coletiva de traba- lho, com os reajustes, pisos convencionais e demais direitos trabalhistas insertos na norma convencional. 5.10 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Embora haja outras Normas Regulamentares da Se- cretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, que eventualmente podem se sujeitar as igrejas, elementarmente as de números 7 e 9 são imprescindíveis. A NR 9 versa sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que garante a preservação da saúde e integridade do trabalhador no seu ambiente de trabalho. Por outro lado, a NR 7 versa
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