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Unidade 2 - Produção e escassez dentro de um sistema econômico e a divisão da economia moderna

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Unidade 2 - Produção e escassez dentro 
de um sistema econômico e a divisão da 
economia moderna 
 
Objetivos 
Seção 1 de 4 
UNIDADE 2. 
Produção e escassez dentro de um 
sistema econômico e a divisão da 
economia moderna 
Valter Luciano Bispo Júnior 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• bullet 
Apresentar conceitos referentes à produção, funcionamento de um 
sistema econômico e a escassez de recursos como problema econômico 
fundamental apresentando como a sociedade se organiza para suprir 
este aspecto; 
• bullet 
Compreender como ocorre a divisão básica do pensamento econômico 
evidenciando os aspectos microeconômicos, relacionados ao mercado; 
os aspectos macroeconômicos, ligados aos agregados, e os efeitos das 
políticas econômicas aplicadas. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
Produção, sistema econômico e escassez 
– 
// A escassez de recursos: problemas econômicos fundamentais 
// As ilimitáveis necessidades e aspirações: necessidades econômicas 
// Os bens econômicos limitados: objeto de estudo da economia 
// Os recursos econômicos e o processo de produção 
Divisão moderna da economia 
– 
- 
Compartimentos da economia: microeconomia, macroeconomia e a política econômica 
– 
// Microeconomia 
// Macroeconomia 
// Política econômica 
Produção, sistema econômico e escassez 
Seção 2 de 4 
 
Ao observar o comportamento das diferentes sociedades existentes no mundo, é 
possível perceber que há uma diversidade cultural, étnica e econômica presentes em 
cada nação. 
Estas diferenças podem ser explicadas, por exemplo, partindo da ideia de que 
cada indivíduo, ou sociedade a qual ele pertence, é responsável por escolher 
quais os recursos produtivos são os mais adequados na produção e qual a 
melhor maneira de distribuí-los entre si. 
Independentemente do nível de desenvolvimento de uma sociedade, é 
importante deixar claro que os recursos adotados na produção de um bem ou 
serviço é limitado, ou seja, existe uma restrição orçamentária, técnica ou até 
mesmo de recursos que obriga os indivíduos a fazer escolhas no momento de 
produzir. Em contrapartida, o ser humano tem, por característica, uma série de 
necessidades de consumo que são ilimitadas e renováveis, ora por conta do 
crescimento da própria população, ora pelo desejo de elevar o padrão de vida. 
Diante deste embate de conceitos temos uma questão a ser solucionada, que 
na verdade é a ponto central do estudo da economia: a escassez, onde temos 
recursos restritos aliados às necessidades ilimitadas. Toda sociedade precisa 
escolher quais as melhores opções de produção e distribuição entre os 
diversos grupos que formam uma sociedade. Ao longo desta unidade 
verificaremos como se estabelece a relação entre produção e escassez dentro 
de um sistema econômico. 
A ESCASSEZ DE RECURSOS: PROBLEMAS 
ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
Ao associarmos a escassez de recursos (fatores de produção) às necessidades 
dos indivíduos, iremos nos deparar com os problemas considerados 
fundamentais dentro da economia: 
O que ou quanto produzir 
Cabe à sociedade selecionar entre as diversas possibilidades de produção 
quais produtos serão fabricados e suas respectivas quantidades, levando em 
consideração que os recursos que serão utilizados são escassos. É preciso 
considerar que a escolha da produção de um determinado bem implicará na 
recusa de outro, cabendo às autoridades econômicas o papel de estimular o 
crescimento e desenvolvimento visando o bem-estar social; 
Como produzir 
É responsabilidade da sociedade a escolha dos recursos de produção utilizados 
para criar bens ou serviços, considerando a tecnologia disponível. Neste 
contexto é preciso observar a concorrência, que decide a maneira como os 
bens e serviços serão produzidos e indicará aos produtores o método que 
apresentar o menor custo de produção. Certamente esta questão vai considerar 
o confronto entre o trabalho humano e a máquina, ainda que seja necessária a 
utilização de ambas para manter sua eficiência produtiva; 
Para quem produzir 
Outro papel da sociedade é definir a participação dos seus membros na 
distribuição dos resultados obtidos na produção, ou seja, de que forma eles 
irão usufruir do resultado de seu trabalho. De acordo com Vasconcellos e 
Garcia (2008), a distribuição de renda vai depender, além da oferta e da 
demanda, da repartição da propriedade e a forma como ela é transmitida por 
herança. 
Diante deste entendimento é possível fazer um questionamento: como as 
sociedades conseguem resolver estes problemas fundamentais? A resposta 
está no modo como um país consegue se organizar economicamente, ou seja, 
no seu sistema econômico. 
Uma sociedade pode se organizar das mais variadas maneiras visando sempre 
aquela que melhor consiga atender as suas próprias demandas. Neste contexto, 
podemos definir que um sistema econômico é a forma política, social e 
econômica que uma sociedade estabelece para produzir, distribuir e consumir 
os bens e serviços disponíveis, visando elevar o padrão de vida e bem-estar 
dos indivíduos. Todo sistema econômico, segundo Vasconcellos e Garcia 
(2008), é composto por três elementos básicos: 
• 1 
1 
Estoque de fatores de produção, ao qual podemos acrescentar os 
recursos humanos, a terra, o capital, as reservas e a tecnologia; 
• 2 
2 
Unidades de produção com maior complexidade e formado por 
empresas; 
• 3 
3 
Instituições jurídicas, sociais, econômicas e políticas capazes de 
organizar o funcionamento da sociedade. 
Isto posto, os sistemas econômicos podem ser basicamente classificados em: 
Clique nas abas para saber mais 
Sistema capitalistaSistema socialista 
Regido pelo mercado, caracterizado pela livre iniciativa e pela propriedade 
privada dos fatores produtivos. Nas economias de mercado, a dinâmica que 
envolve os preços dos produtos, serviços e salários é estabelecida pelo 
mecanismo de preços inseridos por meio da oferta e demanda dos fatores de 
produção. Trata-se de um sistema de economia aberta que defende a 
negociação de bens e serviços mediante importação e exportação, indicando 
um processo de abertura comercial de um país. 
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html
 
Umas das fases iniciais do capitalismo se concentrava nas trocas comerciais e 
se caracterizava por medir a riqueza dos países por meio da capacidade de 
acumular matérias-primas. Trata-se do mercantilismo, que se sustentava em 
Estados nacionais fortes e uma importante intervenção na economia para 
assegurar a acumulação de lucros. 
Sistema socialista 
Sistema onde os problemas fundamentais da economia são centralizados e 
solucionados pelo governo, por meio da assunção dos recursos produtivos, 
que se encontram disponíveis e de acordo com as necessidades do país. O 
mecanismo de preços é definido pelo órgão centralizado do governo e não 
pela oferta e demanda do mercado, sendo um sistema de economia fechada, o 
que é essencial para mensurar os gastos gerais da economia ou determinar os 
níveis do emprego e renda nacional. 
 
É um sistema econômico que se caracteriza pela busca de uma sociedade 
igualitária e que procura se aproveitar do desenvolvimento produtivo gerado 
pelo capitalismo para aumentar o nível de bem-estar e eliminar as limitações à 
liberdade pessoal. 
Dentro de todo sistema econômico existem trocas, mas que são praticadas de 
maneiras diversas. Levando em consideração que cada indivíduo é dotado de 
habilidades e recursos diferenciados e almeja consumir uma variedade de 
produtos, é natural a existência de um intercâmbiocomercial onde é possível 
ceder os produtos excedentes, adquirindo o que não possui e se beneficiando 
de maneira mútua. O Diagrama 1 demonstra os efeitos positivos de um 
intercâmbio comercial proporcionado pelos sistemas de trocas: 
 
Diagrama 1. Efeitos do intercâmbio comercial. 
Como você pode perceber, este modelo de intercâmbio favorece o aumento da 
produção por indivíduo. Sendo assim, é possível entender que a 
especialização, aliada à divisão do trabalho, irá precisar de um sistema onde 
os seus agentes conseguirão comercializar entre si. 
Vale ressaltar que a maneira mais primitiva e direta de comercialização era o 
escambo (praticamente em desuso atualmente), onde os indivíduos se 
desfaziam dos produtos em excesso e adquiriam aqueles que necessitavam, 
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causando uma série de inconvenientes. Tal situação foi solucionada a partir da 
introdução da moeda (trocas indiretas), que auxiliou na evolução das 
atividades comerciais e estimulou a divisão do trabalho e a especialização. 
Partindo deste entendimento, é possível fazer outro questionamento: diante do 
dilema entre escassez e necessidades humanas ilimitadas, quais são as 
possibilidades de produção de uma sociedade? Para responder este 
questionamento, vamos entender o conceito dos fluxos econômicos e a curva 
de transformação. 
 
Segundo Mankiw (2001), a economia é formada pela interação de milhões de 
pessoas na execução da uma diversidade de atividades. Sendo assim, é preciso 
encontrar um modelo capaz de sintetizar o funcionamento da economia e a 
forma como estas atividades são realizadas, ou seja, como os participantes 
estabelecem esta interação. 
Mesmo que os detalhes sejam omitidos, vale frisar que os modelos 
econômicos, por intermédio do uso de diagramas e equações, permitem o 
debate de questões fundamentais de maneira simplificada, onde as hipóteses 
de desenvolvimento da sociedade sejam de fato discutidas. 
Para compreendermos o funcionamento de um sistema econômico, vamos 
partir dos pressupostos de uma economia de mercado fechada, ou seja, um 
modelo onde não há uma intervenção do governo e sem negociações externas. 
Neste contexto, definimos o funcionamento do ambiente econômico por meio 
dos seus agentes: as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades 
produtoras). Importante salientar que as famílias são as detentoras dos fatores 
de produção (trabalho, terra, tecnologia e capital) e consomem os bens e 
serviços oferecidos pelas empresas; por sua vez, as empresas são as unidades 
de produção que produzem bens e serviços utilizando estes fatores de 
produção. 
Ao combinarem os fatores de produção, as empresas são responsáveis por 
disponibilizar os seus bens e serviços para as famílias, dentro deste mercado. 
À vista disso, podemos compreender que o fluxo de fatores de produção, bens 
e serviços é denominado de fluxo real da economia, que pode ser simbolizado 
conforme nos mostra o Diagrama 2. 
 
Diagrama 2. Fluxo real da economia. Fonte: Vasconcellos; Garcia, 2008, p. 11. 
O que podemos visualizar é que os agentes econômicos (família e empresa) 
vão exercer uma dupla funcionalidade. Se observarmos o funcionamento no 
mercado de bens e serviços, as famílias vão demandar e as empresas irão 
disponibilizar os bens e serviços. Já no mercado de fatores de produção, as 
famílias vão disponibilizar, enquanto as empresas demandam os serviços dos 
fatores de produção. 
A utilização da moeda nos assegura observar, em paralelo ao fluxo real, o 
fluxo monetário da economia, como ilustra o Diagrama 3. 
 
Diagrama 3. Fluxo monetário da economia. Fonte: Vasconcellos; Garcia, 2008, p. 12. 
O que podemos notar é que, em cada um dos mercados, as forças de oferta e 
demanda vão atuar de maneira conjunta ao estabelecer os níveis de preço. 
De um lado temos o preço dos bens e serviços que são praticados no mercado 
de bens e serviços, enquanto os preços dos fatores de produção (salários, por 
exemplo) serão praticados no seu respectivo mercado. Em um modelo simples 
de fluxos reais e monetários, a inserção do governo e do comércio 
internacional na economia não altera o funcionamento do sistema, agindo 
como qualquer outro agente econômico. 
 
DICA 
É importante entender que a viabilidade do fluxo real da economia 
ocorre graças ao uso da moeda adotada para exercer duas funções 
básicas: remunerar os fatores de produção e servir de pagamento dos 
bens e serviços. 
O governo pode ser o responsável por executar as funções regulatórias ao 
atuar nos fluxos econômicos se apropriando de uma parte da renda social e 
direcionando-a para suprir as demandas da sociedade. O comércio 
internacional é importante, dentre outros aspectos, na criação de empregos, 
para a inserção de novas ferramentas tecnológicas, proporcionando, 
consequentemente, que a renda da população se eleve. 
Para que isto se torne viável, o governo procura remunerar e utilizar os fatores 
de produção estabelecendo uma interação com as famílias, que vão adquirir 
bens e serviços das empresas. Como você pode observar, é possível manter os 
fluxos básicos entre as famílias e as empresas, porém levando em 
consideração algumas distinções essenciais. 
A primeira distinção está ligada à limitação do poder aquisitivo das famílias e 
empresas aliadas à sua capacidade privativa de acumulação, onde o governo 
insere estas reduções por meio da cobrança de tributos. A segunda distinção 
está relacionada à realocação de renda com o governo agindo nas instituições, 
como a previdência social, interferindo na renda social, realocando-a por 
intermédio do pagamento de transferência. Por fim, temos a terceira 
delimitação, que vai tratar da possível reconfiguração da demanda e oferta de 
bens e serviços por meio da formação bruta de capital fixo ou pelo 
atendimento direto de necessidades da demanda. 
Esta relação existente entre famílias e empresas pode indicar uma retração ou 
expansão econômica, a depender da utilização dos recursos produtivos. 
Alguns fatores podem colaborar para elevar os índices de crescimento 
econômico. São eles: 
Clique nos botões para saber mais 
Aumento do investimento 
– 
Elevar a quantidade de bens de investimento aumenta a produtividade dos 
trabalhadores. O investimento está relacionado à redução do consumo e à 
elevação da poupança, desde que ela esteja disponível para o investimento; 
Inovações 
– 
São implementadas no instante em que se descobre uma alternativa de 
produção mais qualitativa considerando a mesma quantidade de insumos. A 
tecnologia ou as técnicas de mercadologia, por exemplo, colaboram para o 
crescimento econômico; 
Maior divisão do trabalho 
– 
Os trabalhadores se tornam mais produtivos por conta da especialização da 
atividade produtiva, graças à divisão do trabalho. Em paralelo, é difundida a 
ideia de que os trabalhadores produzem para atender as suas necessidades e a 
de outras pessoas, formando um ciclo e evidenciando que a especialização e o 
comércio caminham juntos; 
Aumento nos insumos 
– 
Em um ambiente em que há mais trabalhadores, consequentemente teremos 
uma quantidade maior de máquinas e terra. Isto implica em dizer que uma 
elevação da quantidade de insumos vai gerar um produto maior e levará a um 
crescimento econômico. 
// Lei dos rendimentos decrescentes 
É visível que a curva de produção de uma economia depende, dentre vários 
aspectos, dos recursos que estão disponíveis e da maneira que serão alocados. 
Assim, entende-se que o nível de intensidade e a constância dos 
deslocamentos aos quais a curva de produção está sujeita se encontram 
diretamente relacionados a um fator importante dentro da economia: lei de 
rendimentos decrescentes. 
Sem dúvidas, é possível afirmarque tais deslocamentos são ocasionados pelo 
aumento da quantidade de recursos direcionados para a produção, ou seja, 
quanto mais elevadas forem as possibilidades produtivas, maiores serão os 
alcances de economia. 
 
Vamos partir do pressuposto que todo governo deseja a elevação produtiva da 
sua economia e que dessa maneira é preciso que os recursos produtivos sejam 
de fato expandidos. Porém, se esta expansão não ocorrer, ou seja, caso ela 
permaneça inalterada durante suscetíveis períodos de produção, o que iremos 
notar é um crescimento decrescente no longo prazo. Certamente você deve 
estar se questionando como isso é possível. 
Na economia, é preciso ter em mente que ao mantermos um único recurso 
produtivo fixo durante um longo período, o aumento da capacidade se tornará 
cada vez mais desproporcional, ou seja, será decrescente ou nulo a partir de 
uma determinada fase. 
AS ILIMITÁVEIS NECESSIDADES E 
ASPIRAÇÕES: NECESSIDADES ECONÔMICAS 
 
A procura frequente por melhorias no Estado de bem-estar desperta inúmeros 
desejos que podem ser manifestados atendendo aos mais diferentes tipos de 
carências. Tais carências são expostas por inquietações e desconfortos que 
pressionam os indivíduos a satisfazê-las. Trazendo este entendimento para o 
campo da economia, vamos notar que esta carência, associada aos estímulos 
de satisfação, vai ser identificada como uma necessidade econômica. 
As necessidades econômicas são as únicas demandas consideradas dentro de 
um ambiente de oferta e procura, e estão subdivididas em três categorias: 
É preciso ressaltar que a percepção da necessidade vai variar de acordo com 
a satisfação atingida e o nível de urgência, ou seja, necessidades mais 
imediatas são prioritárias em relação às necessidades que serão atendidas no 
futuro. Dentro deste contexto, podemos abordar outros conceitos que 
explicam a ideia das necessidades humanas. Para que possamos atender a 
tais necessidades, é preciso disponibilizar bens e serviços que podem ser 
mensurados de acordo com a sua utilidade, ou seja, a sua capacidade de 
satisfazer uma determinada demanda. 
OS BENS ECONÔMICOS LIMITADOS: OBJETO 
DE ESTUDO DA ECONOMIA 
Pode-se definir que um bem é todo item adotado por conta da sua utilidade 
para atender às inúmeras necessidades humanas. Desta maneira, é importante 
salientar que a Ciência Econômica adota uma série de critérios para classificar 
os bens. 
Quanto à sua disponibilidade, é possível classificar os bens como: escassos, 
quando a sua quantidade é insuficiente para acolher as necessidades; ou 
abundantes, quando a quantidade ofertada é superior à demanda, criando 
assim um excedente. 
Diante desta disponibilidade, os bens podem ser considerados livres, quando 
não exigem nenhum esforço humano e não implicam nenhuma relação de 
ordem financeira. Econômicos, quando este esforço humano existe e acarreta 
um custo para a sua obtenção. Por conseguinte, os bens econômicos podem 
ser tangíveis ou intangíveis de acordo com a sua possibilidade de mensuração 
física ou abstrata, além de serem classificados como duráveis (alimentos) ou 
não duráveis (automóveis) conforme sua existência após atender às 
necessidades humanas. Ainda, os bens econômicos possuem finalidades, e 
podem ser classificados em conformidade com o seu objetivo enquanto bens 
de capital (adotados na produção de outros bens, porém sem o desgaste total 
no processo produtivo); bens de consumo (diretamente direcionado para 
atender às inúmeras necessidades humanas); e bens intermediários (inseridos 
na produção e consumidos ao longo do processo produtivo). 
OS RECURSOS ECONÔMICOS E O PROCESSO DE 
PRODUÇÃO 
 
Os sistemas econômicos utilizam o trabalho humano e os recursos financeiros e naturais 
para exercer as suas atividades de produção. Importante ressaltar que o capital (recurso 
financeiro) é o principal responsável pelo aumento da produção de maneira mais ampla 
e variada em relação ao trabalho humano e ao uso dos recursos naturais. 
A produção, por meio da ampliação e do melhoramento dos seus 
instrumentos, é considerada uma das principais responsáveis para a evolução 
da sociedade desde o período pré-histórico, entretanto, é preciso ter em mente 
que existe uma série de limitações que tornam este processo mais complexo. 
O fluxo de recursos deve ser um processo que busca o equilíbrio permanente 
já que o mau-uso pode interferir negativamente nas bases da atividade 
produtiva e no comportamento da sociedade. 
As categorias essenciais de um fluxo econômico são provenientes da produção 
determinada, que por sua vez vai depender dos recursos utilizados, chamados 
de fatores de produção. Segundo Rossetti (2013), estes recursos são formados 
pelas dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável, pela 
diversidade do capital e pela diversidade tecnológica. Acompanhe no Quadro 
1 a classificação destes fatores. 
 
Quadro 1. Fatores de produção. 
Nota-se que os fatores de produção são combinados entre si e mobilizados 
entre si por meio do variado conjunto de unidades que acabam integrando o 
aparelho produtivo das economias. Eles estão presentes nos fluxos que 
resultam nas atividades produtivas, onde cada um destes fatores irá colaborar 
de maneira variada de setor para setor (ROSSETTI, 2003). 
De fato, haverá economias que se baseiam em atividades intensivas no fator 
terra, como o Brasil, que se destaca pelo agronegócio como um dos pilares da 
sua economia. Países como a Alemanha, por exemplo, se destacam pela 
capacidade tecnológica de criar e inovar produtos e serviços disponibilizados 
para a sociedade. A despeito da intensidade, todos os fatores são essenciais 
para a produção, e a sua disponibilidade é fundamental para os fluxos 
produtivos de uma economia. 
As atividades produtivas precisam de critérios para serem classificadas, que 
estão relacionados à intensidade do uso dos fatores de produção e as diferentes 
categorias de produtos fabricados. Sendo assim, estas atividades são 
denominadas de primárias, secundárias e terciárias. 
Clique nas abas para saber mais 
Atividades primárias Atividades secundáriasAtividades terciárias 
As atividades primárias estão relacionadas à agropecuária, portanto se 
destacam por conta da intensidade do fator terra. Normalmente estão 
segregadas nas lavouras, por meio de culturas permanentes, temporárias, 
horticultura, entre outras. Contamos também com a produção animal 
(mediante criação animal e seus derivados) e a extração vegetal (mediante 
silvicultura ou produção florestal, por exemplo). 
Atividades secundáriasAtividades terciárias 
Já as atividades secundárias estão diretamente relacionadas a quatro modelos 
de ramo de atuação. O primeiro está relacionado à indústria extrativa mineral 
do tipo metálicos e não metálicos. O segundo ramo atua na indústria de 
transformação que envolve a produção, por exemplo, de eletroeletrônicos, 
farmacêuticos ou alimentares. 
 
O terceiro ramo de atuação está ligado à indústria da construção, que envolve 
obras públicas, por exemplo. Por fim, temos as atividades semi-industriais, 
que envolvem o processo de produção, transmissão e distribuição de serviços 
tangíveis (distribuição de água) ou intangíveis (serviços de energia elétrica). 
Nestas atividades, a intensidade do fator capital é mais preponderante. 
Atividades terciárias 
Por fim, contamos com as atividades terciárias, que se caracterizam por 
abarcar setores importantes como o comércio, que graças ao seu ramo 
principal podem atuar como varejista ou atacadista. Temos também as 
instituições financeiras (bancos e sociedades creditícias, por exemplo), o setor 
de transportes, a própria administração pública e outros serviços, como a 
assistência da saúde, educação ou cultura. Estas atividades se destacam por 
serem intensivas no fator trabalho 
 
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.htmlhttps://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html
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É importante evidenciar que para haver uma mobilização de recursos aliada a 
uma interação de fatores, é preciso entender que o aparelho de produção 
econômico depende da interligação destes setores citados anteriormente. 
Rossetti (2013) descreve que ao longo da execução de uma atividade 
produtiva os fatores básicos de produção são mobilizados e processados, 
muitas vezes de forma intermediária, para que alcancem os produtos 
finalizados nos mercados distintos. 
Como você pode notar, esta cadeia que interliga as atividades produtivas é 
movimentada pelas unidades de produção, que é um conjunto de organizações 
empresariais e categorias inseridas na produção de um bem ou serviço. Estas 
unidades são heterogêneas na sua modalidade operacional, habilidade 
produtiva ou composição jurídica, porém são similares nas capacidades que 
apresentam em combinar os fatores produtivos essenciais para a economia. 
Vamos compreender que o processo produtivo se baseia no seu aparelho 
formado pelas unidades que se interligam combinando os fatores ativos e 
qualificados para serem executados no processo produtivo, 
independentemente das suas respectivas dimensões ou formas 
organizacionais. Estes fatores (recursos), que são articulados e mobilizados 
dentro de uma unidade produtiva, vão exercer uma pressão primária sobre as 
reservas naturais, ou seja, serão desenvolvidas atividades com intensidade no 
fator terra. 
Diante deste cenário, o próximo passo é migrar para as atividades secundárias 
que irão transformar ou reprocessar os recursos naturais adquiridos e 
combinados entre si. É através deles que são estabelecidos os fluxos 
contínuos, que vão desde o uso até o reprocessamento de materiais, com o 
apoio essencial das atividades do setor terciário. Consequentemente, todo este 
fluxo vai desencadear na criação de novos produtos, que irão atender às 
necessidades de consumo e acumulação almejados pela sociedade. O 
Diagrama 4 apresenta o processo produtivo esquematizado, com as suas 
categorias de produtos e destinações. 
 
Um ponto importante que devemos nos atentar é o fato de que o processo 
produtivo irá resultar em uma série de categorias posteriores. Sendo assim, 
podemos verificar que as saídas dos fluxos contínuos, do ponto de vista da 
sua natureza, vão gerar dois tipos de produtos: bens, que se caracterizam 
principalmente pela tangibilidade e são provenientes das atividades 
primárias e secundárias; e serviços, que normalmente são intangíveis e 
originados nas atividades terciárias. Quanto à sua destinação, Rossetti (2013) 
afirma que os bens e serviços são classificados em: 
Bens e serviços de consumo 
– 
Buscam atender às mais diversificadas e crescentes demandas, que exigem um 
nível mais complexo de requisições que irão mover todo o aparelho produtor 
inserido na economia. Normalmente são direcionadas para o consumo durável 
ou imediato; 
Bens e serviços intermediários 
– 
Se caracterizam por reingressar no aparelho produtivo da economia visando 
atender às necessidades finais. No que se refere aos serviços, podemos 
considerá-los como intermediários quando auxilia na produção do sistema se 
transformando e atendendo às demandas das empresas; 
Bens e serviços de produção 
– 
Também conhecido como bens de capital, são categorias que acabam se 
diferenciando dos produtos finais. São bens ou serviços que constituem o 
estoque de capital da economia destinados a suprir a demanda de acumulação 
do aparelho produtivo. Equipamentos de infraestrutura e construções são 
exemplos de bens de capital. 
Estes fluxos produtivos estão associados de maneira direta ao crescimento 
econômico, ou seja, a quantidade de bens e serviços estão em expansão por 
habitante. Rossetti (2013) explica que se o esforço social, com o auxílio dos 
fatores produtivos, conseguir expandir a produção, a economia terá condições 
de crescer. 
Entretanto, é preciso compreender que os fluxos correntes de produção são 
direcionados para o processo de acumulação de capital e não para atender às 
necessidades de consumo imediato. E por que isso ocorre? A acumulação de 
capital é responsável por elevar o nível de emprego, ou seja, a combinação 
destes fatores em escala crescente torna viável a ampliação dos níveis globais 
de produção. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
O esforço social da produção exige um padrão de equilíbrio, pois a 
expansão dos padrões materiais de bem-estar disponibilizará bens e 
serviços de consumo, enquanto o aumento da capacidade de produção 
é impulsionado pelo acúmulo de capital e tecnologia. 
 
Divisão moderna da economia 
Seção 3 de 4 
 
A questão da divisão da economia, por diversos momentos, é um aspecto visto como 
secundário para alguns autores dentro da Ciência Econômica moderna. Dessa forma, é 
possível iniciar o estudo desta área por meio das suas bases, terminologias ou conceitos. 
Uma das primeiras teorias ligadas à divisão da economia foi formulada por 
James Mill, que sugeriu, em 1821, o estudo da economia baseado na 
produção, repartição, circulação e consumo. Mesmo sendo uma teoria 
superada em alguns aspectos, esta divisão ainda é utilizada por economistas 
que acreditam que a Ciência Econômica consiste em um conjunto de ações 
que tratam das técnicas aplicáveis desde a produção até o consumo final. 
Outro pensador importante é Jean-Baptiste Say, que apresentou a mesma 
divisão da economia defendida por James Mill, mas levando em consideração 
que a repartição e a circulação de mercadorias fazem parte do mesmo 
processo. O que se altera na verdade é a nomenclatura dos termos, porém a 
ideia de funcionamento da economia é basicamente a mesma. 
Sabe-se que a economia é vista como uma ciência unitária, ou seja, o seu 
entendimento precisa ser dividido em partes para que se estabeleça uma 
análise mais profunda sobre o assunto. Sendo assim, podemos afirmar que a 
Economia moderna é subdividida em três fases: economia descritiva, teoria 
econômica e política econômica. 
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Economia descritiva 
– 
A economia descritiva vai demonstrar como se comportam os agentes que 
compõem o sistema econômico. A economia vai lidar com o desempenho dos 
consumidores, produtores, governos e agentes públicos/privados, que se 
dedicam a empregar os recursos escassos para atender às necessidades 
coletivas. É importante deixar claro que as ações destes agentes econômicos 
são interligadas e extremamente complexas devido às reações heterogêneas 
que cada agente demonstra diante de um fato econômico que acontece no 
mundo real. 
 
Deste modo, compreende-se que a difícil tarefa de colher, descrever e 
classificar estes fatos está diretamente atribuída à economia descritiva. Por 
meio dela é possível adotar um tratamento científico mais criterioso para que a 
relação existente entre os diversos agentes da economia seja analisada. A 
passagem da economiadescritiva para a teoria econômica é simbolizada na 
conversão dos fatos visualizados em teorizações. 
Teoria econômica 
– 
A teoria econômica está diretamente relacionada aos acontecimentos 
econômicos centrais, pois graças a ela é possível ordenar, de maneira lógica, 
os questionamentos apurados na economia descritiva. Ela é capaz de produzir 
um conjunto de generalizações que possibilitam interligar os fatos, identificar 
as ações e as reações dos agentes, além de discernir o nível de interligação 
entre os fenômenos econômicos. 
 
O conhecimento da realidade (economia positiva) acaba estabelecendo um 
conjunto de normas (economia normativa) que serão implementadas na 
política econômica de um país. Sendo assim, podemos classificar a teoria 
econômica em duas grandes áreas: a microeconomia e a macroeconomia. 
 
A microeconomia, ou análise microeconômica, é o ramo que se ocupa em 
explicar, de maneira individual, o comportamento do consumidor e do 
produtor e entender o funcionamento do sistema econômico. Dentro da análise 
microeconômica, é possível verificar o estudo básico de cinco importantes 
teorias: 
• Teoria do consumidor; 
• Teoria da firma; 
• Teoria da produção; 
• Teoria dos custos; 
• Teoria da repartição. 
Em relação à macroeconomia (análise macroeconômica), vamos entender que 
se trata do estudo dos agregados presentes na execução da atividade 
econômica, cuja finalidade é estabelecer quais as condições necessárias para 
que o equilíbrio e o crescimento econômico ocorram dentro de um sistema. 
Há cinco importantes teorias na análise macroeconômica: 
• Teoria geral do equilíbrio e do crescimento econômico; 
• Teoria da moeda; 
• Teoria das finanças públicas; 
• Teoria das relações internacionais; 
• Teoria do desenvolvimento. 
Política econômica 
– 
Quando se trata da política econômica, é preciso entender que ela está 
diretamente relacionada aos desenvolvimentos criados pela teoria econômica. 
Certamente, os princípios e modelos que explicam a realidade da sociedade 
servirão de base para que a política econômica mais adequada seja 
implantada. Sendo assim, podemos entender que a política econômica é um 
ramo que trata do condicionamento da atividade econômica. Um bom 
exemplo disso é a participação do governo em desenvolver ações que 
conduzam e equilibrem o sistema econômico. 
 
DICA 
Um sistema econômico aplica as suas políticas mediante o uso de 
dados. O uso da estatística econômica é extremamente importante na 
coleta e análise dos dados econômicos, e no preparo das estimativas 
para obter os resultados almejados. 
Ao longo desta unidade, veremos como funciona, de maneira detalhada, cada 
um destes compartimentos e quais as suas respectivas ações dentro de um 
sistema econômico. 
 
Compartimentos da economia: 
microeconomia, macroeconomia e a 
política econômica 
Seção 4 de 4 
 
O primeiro grande compartimento da economia é a microeconomia, que tem por 
função avaliar de que maneira os preços são estabelecidos no mercado. Além disso, 
cabe à análise microeconômica formar os preços referentes aos bens e serviços e dos 
fatores de produção. 
Vasconcellos e Garcia (2008) enfatizam que a teoria microeconômica tem um 
enfoque distinto em relação ao estudo da economia de empresas: a principal 
diferença é que a microeconomia, como já mencionamos, analisa como a 
relação da oferta (empresas) e da demanda (consumidores) contribui para que 
os preços de mercado sejam efetivamente formados. Já a economia de 
empresas verifica o funcionamento da organização empresarial de maneira 
específica, e nestas condições o que prevalece é o aspecto contábil financeiro 
que contribui, de maneira significativa, para a formação do preço dos 
produtos, levando em consideração os seus custos produtivos. 
Partindo do ponto de vista de um economista, devemos entender que os custos 
de produção são mensurados levando em consideração os custos explícitos 
(desembolsos financeiros efetivamente realizados pela empresa) e os custos 
implícitos (aqueles que seriam realizados caso a organização empresarial 
resolvesse, por exemplo, investir em outras atividades alternativas ao seu 
negócio). 
A relação existente entre consumidores e ofertantes pode ser entendida pelos 
conceitos econômico e jurídico, a depender do enfoque de estudo. Os 
consumidores são agentes que manifestam o desejo de adquirir bens ou 
serviços que consigam suprir ao máximo as suas necessidades. Do ponto de 
vista jurídico, o consumidor é todo agente que adquire bens ou serviços na 
condição de destinatário final. Já do ponto de vista econômico, a empresa é o 
agente responsável pela oferta de bens e serviços que combina os fatores de 
produção para disponibilizar a produção com menor custo. Sob o aspecto 
jurídico, a atividade econômica é vista como uma relação entre empresário e 
empresa, que é o complexo de relações jurídicas que unem o sujeito ao objeto 
desta atividade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). 
MICROECONOMIA 
 
Um ponto importante que devemos nos atentar é que a microeconomia, nas 
suas análises, se baseia na hipótese do coeteris paribus, ou seja, todo o resto 
constante. É aquela ideia de que a análise realizada é direcionada para um 
mercado específico, verificando fundamentalmente a função que a oferta e a 
demanda realizam, onde as demais variáveis praticamente não exercem 
influência neste mercado. 
É importante, por exemplo, saber que a demanda por um bem está 
intimamente relacionada ao nível de preço e da renda pertencente aos 
consumidores. Mantendo a renda constante (coeteris paribus), a fim de avaliar 
o efeito do preço na demanda, ou mantendo o preço constante para analisar a 
ligação entre a procura e a renda, a que conclusão podemos chegar? Verifica-
se que há um efeito “puro” destas variáveis sobre a demanda. Na 
microeconomia são considerados mais relevantes os chamados “preços 
relativos”, que comparam o preço de um determinado bem com o preço de 
outros bens. Já os preços absolutos são valores “isolados” das mercadorias. 
Vamos imaginar esta situação: dois produtos (X e Y) são considerados 
similares e substitutos um do outro. Se por acaso o preço de ambos for 
reduzido na mesma proporção e as demais varáveis se mantiverem constantes, 
a consequência disto será a inalterabilidade da demanda de ambos os 
produtos. Entretanto, se a redução do preço ocorrer apenas em um dos 
produtos (em X, por exemplo) mantendo inalterado os valores atribuídos ao 
produto Y, certamente temos uma procura maior ao produto X e uma queda na 
demanda do produto Y. A que conclusão podemos chegar? Que mesmo não 
havendo alteração no valor absoluto de Y, o seu preço relativo se elevou, se 
compararmos com o produto X. 
// Finalidades de uma organização empresarial 
Quando o assunto for microeconomia, é preciso levar em consideração as 
abordagens distintas que tratam dos objetivos de uma organização empresarial 
focada na produção de bens e serviços. A avaliação mais tradicionalista 
defende a ideia de que o empresário visa a lucratividade máxima ao utilizar os 
recursos disponíveis de maneira plena e evidenciando, dentre outros aspectos, 
o da produtividade marginal. A análise alternativa considera que o empresário 
não visa apenas maximizar a lucratividade, mas interferir na participação das 
vendas ou maximizar a margem que incide nos custos de produção. 
 
Uma análise microeconômica não é, necessariamente, um conjunto de 
técnicas para a realização de decisões diárias: ela simboliza um instrumento 
necessário para determinar um conjunto de estratégias empresariais, ou até 
mesmo um conjunto de políticas econômicas. Estabelecer uma política de 
preços de uma empresa ou prever custos de produção são algumas das 
decisões que podem ser tomadas sendo subsidiadas pelas análises 
microeconômicas. 
No que se refere à política econômica, a microeconomia colabora, de maneira 
significativa, emquestões que envolvam análise de projetos de investimentos 
públicos, políticas de subsídios, leis antitrustes, dentre outros aspectos. 
// Subdivisão da microeconomia 
Para compreendermos como a microeconomia atua em aspectos gerais, é 
preciso entender que a teoria da demanda pode estar direcionada ao estudo do 
consumidor ou do mercado, da mesma maneira que a teoria da oferta vai 
focar no estudo da firma individual ou no mercado. 
 
DICA 
A análise da oferta da firma se subdivide na teoria da produção, 
responsável por avaliar as ligações entre as quantidades físicas de um 
produto e os seus fatores produtivos, e a teoria dos custos de 
produção, que abrange as quantidades físicas e os preços atribuídos 
aos insumos. 
O preço e a quantidade de equilíbrio são estabelecidos mediante a demanda e 
a oferta de mercado, que por sua vez vão depender da estrutura definida para 
este mercado, que pode ser competitiva ou concentrada, levando em 
consideração a quantidade de empresas participantes neste ramo que 
produzem um determinado bem. 
Você irá perceber que para que a estrutura de mercado seja efetivamente 
analisada, é preciso avaliar os possíveis impactos da oferta e da demanda e os 
seus respectivos desempenhos no mercado de bens e serviços, e de fatores de 
produção. Vasconcellos e Garcia (2008) apresentam as principais estruturas 
desses mercados, como é possível observar no Diagrama 5. 
 
Vale salientar que a demanda por fatores de produção é conhecida como 
“demanda derivada”, já que a procura por insumos depende da demanda pelo 
produto final das organizações empresariais, que se encontram no mercado de 
bens e serviços. 
Por fim, podemos observar que a microeconomia se pauta também na 
avaliação do equilíbrio geral, que considera as relações entre todos os 
mercados, ou seja, a ideia é avaliar se o desempenho individual de cada agente 
econômico consegue implementar uma posição de equilíbrio global. 
Observa-se a inserção da teoria do bem-estar (welfare economics), que busca 
encontrar soluções eficientes do ponto de vista social e solucionar questões 
ligadas à alocação e distribuição dos recursos. Neste contexto, a 
microeconomia é fundamental, pois ela é a responsável por avaliar as 
assimetrias que ocorrem no mercado, ou seja, situações onde os preços são 
estabelecidos de maneira isolada dentro de cada mercado. 
MACROECONOMIA 
 
Analisar o comportamento e a determinação dos agregados: este é o principal objetivo 
da macroeconomia. Todas as vezes que ouvimos falar em renda nacional, nível de 
emprego, balanço de pagamentos ou taxa de juros, por exemplo, estamos tratando de 
aspectos macroeconômicos. Assim, a macroeconomia não objetiva estudar o 
desempenho das unidades econômicas individuais ou dos mercados mais específicos, 
pois se trata do campo de estudo da microeconomia. 
Certamente este enfoque agregativo que a macroeconomia proporciona 
permite a compreensão maior das interações econômicas mais relevantes, que 
ocorrem entre os mercados distintos, resultando em um mecanismo importante 
de programação econômica. 
Apesar do aparente confronto, a micro e a macroeconomia não são áreas 
conflitantes, até porque a análise de uma variável vai resultar na avaliação da 
outra. O que existe de verdade é uma diferença nas perspectivas de estudo: 
enquanto a microeconomia considera uma variável para ser analisada 
mantendo as outras constantes (coeteris paribus), a macroeconomia analisa as 
variações econômicas de maneira mais generalista. 
A teoria macroeconômica trata dos aspectos de curto prazo, como questões 
ligadas ao desemprego ou à estabilização do nível geral de preços, por 
exemplo. Podemos frisar que as teorias relacionadas ao desenvolvimento e 
crescimento econômico estão relacionadas com o longo prazo e com as 
questões estruturais, estando ligadas também a fatores institucionais, como a 
distribuição de renda, por exemplo. Toda política macroeconômica está 
pautada em um conjunto de objetivos, conforme podemos ver no Diagrama 6. 
 
No que se refere ao alto nível de emprego, é preciso verificar o contexto 
histórico relacionado à discussão sobre desemprego – que passou a ser 
inserido a partir da década de 1930, tendo como principal expoente o 
economista John Maynard Keynes. O pensamento keynesiano promoveu a 
introdução de instrumentos capazes de recuperar os níveis de emprego de uma 
economia ao longo de um determinado período. A contribuição de Keynes é 
essencial para a teoria macroeconômica moderna e o papel do Estado na 
interferência de uma economia de mercado. 
Outro ponto é a estabilidade dos preços e seus impactos na economia. Este 
objetivo está relacionado a um fenômeno denominado inflação, que é o 
aumento generalizado e contínuo dos níveis de preço. Trata-se de um 
fenômeno parcialmente aceitável em países que se encontram em crescimento, 
já que o uso de recursos permite que a produção consiga atingir a sua 
capacidade máxima. Contudo, o processo inflacionário é visto como um 
problema por conta das distorções que ele pode suscitar nos agregados 
econômicos, como a distribuição de renda. 
 
A distribuição de renda representa a repartição das riquezas e dos bens 
socialmente produzidos. Suas características variam de acordo com a 
organização da produção e com a forma que se estabelece o uso da 
propriedade (pública ou privada) dentro de cada sociedade. Como podemos 
notar, a distribuição é proveniente de um processo produtivo ligado à divisão 
social do trabalho. 
O crescimento econômico está diretamente relacionado à renda nacional per 
capita, o que significa disponibilizar para a sociedade uma quantidade de bens 
ou serviços superiores ao crescimento populacional efetivo. A renda per capita 
é um dos indicadores que melhor simboliza a melhoria do padrão de vida 
populacional, embora apresente algumas distorções de um país para outro. O 
crescimento econômico pode ser visto como um solucionador de problemas 
oriundos de conflitos sociais, elevando a renda dos menos favorecidos sem 
necessariamente reduzir a renda dos mais ricos. 
As questões ligadas ao emprego e à inflação, vistas como conjunturais, são 
estabelecidas no curto prazo e estão inseridas nas políticas de estabilização. Já 
as questões ligadas ao crescimento econômico e à distribuição de renda são 
estruturais e serão implementadas ao longo de um período, ou seja, no longo 
prazo. 
// Estrutura de análise macroeconômica 
O modelo macroeconômico é formado por um conjunto de mercados. 
Entretanto, de maneira tradicional, é possível visualizar que a estrutura básica 
deste modelo é formada especificamente por cinco mercados, conforme 
podemos observar no Diagrama 7. 
 
As variáveis macroeconômicas são formadas pela relação entre oferta e 
demanda em cada mercado específico. Sendo assim, visualizaremos ao longo 
desta seção como funcionam cada um destes mercados e sua importância 
dentro do modelo macroeconômico. 
Mercado de bens e serviços: trata-se de um mercado que estabelece tanto o 
nível de produção agregada quanto nível geral de preços. É como se a 
economia supostamente gerasse um único bem, que seria alcançado por 
intermédio da agregação de diversos outros bens gerados. 
A evolução da demanda e oferta agregada de bens e serviços é responsável 
por estabelecer um nível geral de preços e produção. A demanda agregada 
depende do processo evolutivo de consumidores, empresas, governo e setor 
externo. Por sua vez, a oferta agregada vai depender do nível de evolução do 
emprego e da capacidade produtiva. Nestas condições, o equilíbrio no 
mercado é obtido no momento em que: 
Oferta agregada de bens e serviços = 
Demanda agregada de bens e serviços 
Mercado de trabalho: age de maneira similar em relação ao mercado de bens 
e serviços, uma vez que é formado pela junção dos diferentes tipos de 
trabalho, independentemente das suas características. Este mercado é oresponsável por estabelecer as taxas de salário e os níveis gerais de emprego. 
É preciso levar em consideração que neste mercado a demanda por mão de 
obra vai depender do seu custo efetivo (taxa de salário real) para as 
organizações empresariais e do nível produtivo almejado por elas. Por sua 
vez, a oferta de mão de obra está relacionada ao salário real e à evolução da 
população considerada economicamente ativa. Sendo assim, o equilíbrio de 
mercado de trabalho é: 
Oferta de mão de obra = Demanda de mão 
de obra 
Mercado monetário: sabendo que a moeda é um instrumento que permite as 
transações econômicas, o mercado monetário se caracteriza pela existência de 
uma demanda de moeda motivada pela necessidade de liquidez, uma oferta de 
moeda estabelecida, dentre vários aspectos, pelo Banco Central. Importante 
ressaltar que a demanda e a oferta de moeda são responsáveis por determinar a 
taxa de juros. Isto posto, a condição de equilíbrio se estabelece da seguinte 
maneira: 
Oferta de moeda = Demanda de moeda 
Onde as taxas de juros e estoque de moeda são as variáveis estabelecidas 
nesse mercado. 
Mercado de títulos: auxilia na análise da responsabilidade de agentes 
econômicos superavitários e deficitários, e de que maneira eles acabam 
interagindo. Os agentes superavitários (bancos, por exemplo), que se 
caracterizam por realizar um nível de gastos menor que a renda, podem 
realizar transferências para os agentes deficitários (indivíduos), que possuem 
gastos menores que a sua renda. Deste modo, a condição de equilíbrio 
estabelecida nesse mercado é disponibilizada pela: 
Oferta de títulos = Demanda de títulos 
Onde o preço dos títulos é a variável estabelecida nesse mercado. 
Mercado de divisas: surge a partir da necessidade de um país estabelecer 
transações comerciais com outros países. É constituída pela oferta de divisas, 
que está relacionada com as exportações e a entrada de capitais, e pela 
demanda, que é formada pelo volume de importações e saídas de capital. A 
condição de equilíbrio estabelecida nesse mercado é disponibilizada pela: 
Oferta de divisas = Demanda de divisas 
Onde taxa de câmbio é a variável estabelecida nesse mercado. 
POLÍTICA ECONÔMICA 
 
Podemos compreender que a política econômica consiste em uma série de 
ações executadas pelo governo objetivando alcançar metas no âmbito 
econômico de um país, além de solucionar questões sociais. E quais são estes 
objetivos? Toda política econômica visa, entre outros aspectos, estabilizar 
preços, promover o crescimento e o desenvolvimento da economia, promover 
uma melhor distribuição de renda, além de propiciar o pleno emprego. Sendo 
assim podemos subdividir as políticas econômicas em: 
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Política monetáriaPolítica fiscalPolítica cambial 
Quando o seu objetivo é controlar a quantidade de moeda dentro de um 
sistema econômico. 
Política fiscalPolítica cambial 
Quando o objetivo é estabelecer um modelo que mantenha as receitas e gastos 
públicos. 
Política cambial 
Quando o objetivo for gerenciar o funcionamento das taxas de câmbio. 
E quais as características principais destas políticas e como elas são 
implementadas? Vejamos como estas políticas impactam no resultado 
econômico 
// Política monetária 
Segundo o entendimento abordado por Lopes e Rossetti (1998), a função da 
política monetária é exercer o controle da moeda e das taxas de juros para que 
os objetivos da política econômica geral de um governo sejam efetivamente 
atingidos. Podemos considerar que esta política também visa adaptar os meios 
de pagamento às necessidades econômicas de um país. 
Para que a política monetária seja efetivamente implantada é fundamental o 
uso da moeda como um facilitador das trocas entre agentes individuais, 
utilizada para realizar transações de compra e venda ou pagamento de bens e 
serviços. Importante frisar que a moeda pode ser classificada considerando o 
seu nível de liquidez absoluta (M1), que consiste no somatório das moedas 
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metálicas e papel moeda que se encontram no poder do público, acrescidos 
dos depósitos realizados à vista pelos bancos. 
Podemos considerar que o Banco Central, como ocorre na maioria dos países, 
é o principal órgão executor da política monetária e responsável por exercer o 
processo regulamentador e de fiscalização das atividades de intermediação 
financeira realizadas nos países. A política monetária pode variar de acordo 
com o nível de desenvolvimento e com os objetivos governamentais: se 
observarmos o comércio internacional, por exemplo, a maioria das nações 
buscam o equilíbrio em suas transações econômicas realizadas no mercado 
externo. 
Alguns instrumentos de política monetária são bastante usuais dentro de um 
sistema econômico. Um deles são as operações de mercado aberto (open 
market), muito adotadas nas atividades que envolvem o comércio exterior e 
que atuam como uma ferramenta ágil de política monetária, visando regular o 
fluxo da economia e exercer influência nas taxas de juros de curto prazo. 
 
Podemos entender que as taxas de juros são vistas como remunerações 
(pagamentos) que um tomador de empréstimo deve realizar ao detentor do 
capital emprestado. Podem ser classificadas como nominais, que constituem 
um pagamento expresso em porcentagem periódica (mensal, trimestral, anual 
etc.) ou reais, que mensuram o retorno de uma aplicação já descontando a taxa 
de inflação. 
As taxas são importantes ferramentas adotadas pela política monetária, pois 
influenciam no fluxo de capitais de um país. Entretanto, é preciso frisar que 
em uma economia aberta qualquer alteração nas taxas pode interferir nos 
fluxos de capital estrangeiro e tornar a política macroeconômica mais 
complexa e instável. 
// Política fiscal 
A política fiscal é um importante mecanismo adotado, dentre vários aspectos, 
para provocar mudanças na demanda agregada e alterar tendências 
econômicas na estrutura e eficácia dos setores que refletem no produto interno 
bruto. 
Trata-se de uma política que visa alcançar determinados objetivos no âmbito 
macroeconômico ou até mesmo sociais. Para isto, ele acaba centralizando suas 
ações nos gastos executados pelo setor público e nos impostos que são 
cobrados da sociedade. A ideia é sempre buscar um equilíbrio entre a 
arrecadação de tributos e as despesas do governo. 
 
É notório que a ação executada pelo governo, por meio da política fiscal, vai 
abranger basicamente três funções: a função alocativa, que tange o 
fornecimento de bens públicos; a função distributiva, que está ligada a uma 
distribuição de renda mais justa para a sociedade; e a função estabilizadora, 
que visa um elevado nível deemprego, estabilidade e crescimento econômico. 
A política fiscal pode ser conduzida de duas formas diferentes: a política fiscal 
expansionista é utilizada no momento em que existe uma insuficiência de 
demanda agregada se compararmos à sua capacidade de produção da 
economia. Já a política é adotada no momento em que a demanda agregada é 
superior à capacidade de produção da economia, indicando o chamado “hiato 
inflacionário”, que é a quantidade pela qual o gasto autônomo se excede para 
alcançar o equilíbrio de pleno emprego. 
// Política cambial 
Uma política cambial se caracteriza por adotar um conjunto de instrumentos 
capazes de evitar a evasão de divisas e colaborar para que o balanço de 
pagamentos se equilibre. Uma ferramenta importante utilizada é a taxa de 
câmbio, que simboliza o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda 
estrangeira. As taxas de câmbio sofrem variações que resultarão em processo 
de valorização, onde são utilizadas menores quantidades de moedas nacionais 
para a aquisição de moedas estrangeiras; ou em desvalorização, que se 
caracteriza pelo processo inverso. 
Estas variações interferem no mercado externo e no mercado interno de um 
país. Uma desvalorização cambial, por exemplo, pode elevar a 
competitividade dos produtos de um país, o que elevaria o nível de 
exportações, produção e empregos. Entretanto, este processo pode ocasionar a 
elevação dos preços praticados no mercado interno, o que provocaria inflação. 
Entendemos, então, que o câmbio apreciado influencia, por exemplo, na 
balança comercial, ao incentivar as importações e retrair as exportações. Por 
consequência, o país vai apresentar um déficit comercial, e este crescimento 
das importações acaba sendo essencial para a aquisição de máquinas 
importadas que agregam valor para as suas exportações e asseguram um 
determinado nível de competitividade externa. 
As taxas de câmbio podem ser estabelecidas levando em consideração uma 
diversidade de fatores, como os regimes cambiais, que são regras 
estabelecidas para formação da taxa de câmbio. Segundo Carvalho e 
colaboradores (2007) e considerando a sua aplicabilidade e experiência 
empírica, os regimes cambiais podem ser classificados em: 
Clique nos botões para saber mais 
Câmbio fixo ajustável 
– 
Criado na reunião de Bretton Woods (1944), visava conciliar um mundo com 
estabilidade cambial dando autonomia aos estados nacionais para perseguirem 
suas metas macroeconômicas próprias e liberdade cambial. Durou entre 1946 
a 1971; 
𝘊𝘳𝘢𝘸𝘭𝘪𝘯𝘨 𝘱𝘦𝘨 
– 
Sistema de minidesvalorizações muito utilizado por nações com inflação alta, 
constituído como um método para tentar compatibilizar a convivência de 
preços em alta com a sustentação de competitividade da produção; 
Bandas de flutuação 
– 
Considerado um sistema misto entre os dois extremos. Há uma paridade 
central com extremidades de banda, onde o Banco Central deve intervir 
quando a taxa cambial variar atingindo as extremidades; 
Flutuação suja 
– 
Semelhante à flutuação pura, onde o Banco Central apenas intervém para 
evitar volatilidade excessiva da taxa de câmbio. 
SINTETIZANDO 
O ambiente econômico é marcado por estar diante de constantes desafios. 
Certamente, um dos principais problemas econômicos é atender às 
necessidades humanas e oportunizar que o bem econômico consiga ser 
inserido de maneira satisfatória no mercado. É neste contexto que a economia 
busca solucionar as seguintes questões: O que produzir? Como? Para quem? 
O que será produzido incentiva que a economia busque analisar os interesses 
de toda uma coletividade e determine qual a quantidade de produtos que serão 
fabricados e de que maneira serão alocados e disponibilizados para a 
sociedade. Como será a produção dos bens envolve os fatores utilizados no 
processo produtivo, considerando que estes recursos são escassos, e que são 
necessárias alternativas para a produção desses bens. 
O terceiro desafio é determinar para quem produzir, ou seja, quem irá usufruir 
os bens econômicos que foram produzidos. É preciso levar em consideração o 
embate entre oferta e demanda, tendo como um dos principais fatores o 
“preço”. 
A economia é sempre pautada na divisão que engloba basicamente três áreas 
distintas. A primeira vai tratar da questão descritiva, que apresenta a maneira 
como os agentes se comportam dentro de um sistema econômico. A segunda 
está ligada à teoria econômica que está atrelada aos acontecimentos 
econômicos centrais, produzindo uma série de generalizações. Por fim, a 
política econômica executa as teorias formuladas pela teoria econômica, que 
se baseiam em modelos que explicam a realidade da sociedade. 
A microeconomia é o primeiro grande compartimento da economia e tem o 
objetivo de analisar de que forma os preços são criados no mercado e nos 
fatores de produção. Já a macroeconomia buscar analisar o comportamento e a 
determinação dos agregados, como a renda nacional ou o nível de emprego, 
por exemplo. 
A política econômica pode ser entendida como um conjunto de ações 
executadas pelo governo objetivando alcançar metas no âmbito econômico de 
um país, além de solucionar questões sociais por meio da política monetária, 
no momento em que o objetivo for o controle da quantidade de moeda em um 
sistema econômico; da política fiscal, quando a meta for manter as receitas e 
gastos públicos; ou a política cambial, quando o objetivo for gerenciar o 
funcionamento das taxas de câmbio.

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