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Drex: entenda os principais pontos sobre o que é o Real
Digital e como vai funcionar
Recentemente o Banco Central anunciou o novo nome do Real Digital, o Drex. A moeda virtual já está
em fase de testes desde março e as primeiras operações estão previstas para setembro.
Com o Real Digital, o BC pretende ampliar as possibilidades de negócios e estimular a inclusão
financeira para o digital. Além do interesse em saber o que significa, muitos consumidores têm dúvidas
sobre o que é, como vai funcionar, quais as diferenças para o Pix e criptomoedas, entre outras questões.
Para saná-las, o Startupi compilou respostas às principais perguntas sobre o assunto com base em
informações repassadas pelo Banco Central. Confira:
1. O que é o Drex?
O Drex, também chamado de Real Digital, é uma nova representação do real papel-moeda na versão
virtual. “O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e
financeiras que fazemos hoje”, explica Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e
supervisão de conduta do Banco Central.
As regras e fundamentos que existem no uso do real serão mantidas e será possível fazer transações
financeiras, transferências e pagamentos a partir da plataforma que está sendo criada para que o Drex
circule.
https://startupi.com.br/wp-content/uploads/2023/08/drex-real-digital.jpg.webp
https://www.bcb.gov.br/
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O Drex é classificado como Central Bank Digital Currency (CBDC, Moeda Digital de Banco Central, na
sigla em inglês) e a distribuição para o público será intermediada pelos bancos.
2. Qual a tecnologia do Real Digital?
O desenvolvimento do Drex ocorrerá em uma plataforma digital construída sobre a Tecnologia de
Registro Distribuído (DLT), também conhecida como Distributed Ledger Technology. Esse sistema
proporciona uma rede contábil descentralizada, permitindo que todos os participantes acessem o
histórico de operações e realizem auditorias de forma transparente. O DLT é uma abordagem
colaborativa que supera os limites dos bancos de dados tradicionais, garantindo uma segurança
aprimorada.
No coração da Tecnologia de Registro Distribuído (DLT) está o blockchain, uma criação que emergiu
com o advento do Bitcoin em 2008. O blockchain é projetado para armazenar e transmitir dados de
maneira segura, rápida e transparente, além de ser considerado à prova de hackers.
A plataforma escolhida para desenvolver o Drex foi a Hyperledger Besu. Esta é uma rede blockchain que
se baseia no ecossistema Ethereum, reconhecido por sua versatilidade e potencial de aplicação.
3. O que significa Drex?
Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta.
o “D” representa a palavra digital;
o “R” representa o real;
o “E” representa a palavra eletrônica;
e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de
transferência instantânea criado em 2020.
4. O que é CBDC?
As CBDCs (Central Bank Digital Currency) são apresentações virtuais de moedas comuns e vêm sendo
desenvolvidas por pelo menos 90 países, além do Brasil. Em 2023, mais de 20 países deram passos
significativos para testar a CBDC, entre eles Austrália, Tailândia, Índia, Coreia do Sul e Rússia.
As CBDCs são uma moeda alternativa, com o mesmo valor do dinheiro tradicional, utilizado no dia a dia
ou transacionado por meio de aplicativos. Em alguns países, governos poderão enviar dinheiro
diretamente para o cidadão, sem intermediação de bancos, por exemplo.
“O Drex marca uma nova era nas transações financeiras, proporcionando uma autonomia única em
relação ao sistema bancário tradicional. Essa transformação é impulsionada pelo poder do Blockchain,
que garante a segurança das transações e ainda abre portas para uma infinidade de possibilidades na
criação de contratos inteligentes e acordos flexíveis”, avalia Bruno Corano, economista-chefe da Corano
Capital.
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5. Qual a diferença entre Drex e o Real?
O Drex é o real em formato digital, ou seja cada R$ 1 equivalerá a 1 Drex. É como a nota de R$ 1 é o
mesmo real que está na conta corrente no seu banco.
6. Como o consumidor vai usar o Drex?
Previsto para chegar ao consumidor no fim de 2024 ou início de 2025, o Drex só funcionará como uma
moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. O cliente fará operações com a moeda digital,
mas não terá acesso direto a ela, operando por meio de carteiras virtuais.
O processo ocorrerá da seguinte forma: o cliente deverá depositar em reais a quantia desejada numa
carteira virtual, que converterá a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex.
Essas carteiras serão operadas por bancos, fintechs, cooperativas, corretoras e demais instituições
financeiras, sob a supervisão do BC. Após a tokenização (conversão de ativo real em ativo digital), o
cliente poderá transferir a moeda digital, por meio da tecnologia blockchain. Caberá ao receptor
converter os Drex em reais e fazer a retirada.
E é possível que o uso do Drex tenha custos ao consumidor. O BC explica que é esperado que tenha
custos porque o Drex sempre estará associado a serviços financeiros e prestadores de serviços que
cobrarão pelos serviços prestados. Apesar disso, ainda não está claro como vai funcionar esse
mecanismo de cobrança.
“Eventual custo associado ao Drex estará relacionado ao serviço financeiro que for prestado pela
instituição ofertante. Caberá à instituição definir o custo para o serviço ofertado, seguindo a regulação e
considerando o ambiente competitivo, podendo mesmo ser gratuito ou significativamente inferior ao
custo de serviço similar anterior à adoção do Drex”, afirmou o BC.
7. O Drex é uma criptomoeda?
O Drex não é uma criptomoeda. As criptomedas não têm fiscalização ou regulamentação no Brasil, já o
Brex terá a regulamentação feita pelo BC, além de ser emitido exatamente da mesma forma que o real
convencional.
No mercado financeiro, as criptomoedas são tratadas como um investimento. Como o Real Digital é uma
moeda nacional, o cidadão poderá realizar qualquer tipo de compra ou transação financeira, o que não
ocorre com as criptomoedas.
8. Qual a diferença entre Drex e o Pix?
Embora sejam parecidos, pelo Drex também permitir transações instantâneas entre instituições
financeiras diferentes, ele funcionará de maneira distinta, via DLT (blockchain) e será desenvolvido em
uma plataforma que vai permitir que mais inovações surjam no futuro a partir de iniciativas privadas e
dentro desse ambiente integrado, regulado e digital.
9. Vai existir mais de um ativo?
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Sim. Inicialmente, o BC faria o registro de três categorias de ativos na plataforma do Drex:
Real Digital (Drex): para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central, que hoje os
análogos são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
Real Tokenizado (Drex Tokenizado): para o varejo; versões tokenizadas do depósito bancário;
que é o dinheiro em sua versão digital;
Títulos do Tesouro Direto: possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no
mercado primário e secundário.
10. Quando a população terá acesso?
O Drex será testado no fim de 2024 pela população, se o projeto-piloto registrar êxito. Apesar disso,
ainda não há mais detalhes e não está claro como esses testes podem funcionar, qual parte da
população poderia ter acesso, quais ativos estariam disponíveis para os testes, etc.
11. Quais serviços serão executados?
Os serviços que serão executados com o Drex são serviços financeiros em geral, como transferências,
pagamentos e até compra de títulos públicos. Além do pagamento instantâneo de parcelas da casa
própria, de veículos e até de benefícios sociais. Todo o processo passará a ser feito instantaneamente,
por meio de um contrato automatizado, reduzindo o custo com burocracias, intermediários e acelerando
as operações.
12. Como empresas devem se preparar?
Os negócios não deverão precisar de grandes mudanças tecnológicas para o uso diário do Drex. Os
bancos, entretanto, deverão se conectar ao sistema de blockchaindo BC e traduzi-las para o
consumidor final. No entanto, apenas com o uso prático da ferramenta, serão avaliadas de fato as dores
dos empreendedores com a tecnologia.

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