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Apresentação_Extensão_Anne Caroline Primo Avila_Direito Penal Econômico e Criminal Compliance

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Professora: 
 
Anne Ávila 
 
 
DIREITO PENAL ECONÔMICO E 
CRIMINAL COMPLIANCE 
CURSO DE EXTENSÃO 
 
 
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SEJA BEM-VINDA(O)! 
 
 
Olá, caríssima(o) aluna(o)! Como está? Esperamos que esteja bem! 
 
O Direito Penal Econômico e o Criminal Compliance representam 
duas áreas interligadas do direito que desempenham um papel fundamental no 
cenário empresarial e econômico. O Direito Penal Econômico, por sua vez, 
refere-se ao conjunto de normas jurídicas que regulam os delitos cometidos no 
âmbito das atividades econômicas, envolvendo crimes contra a ordem 
econômica, o mercado financeiro, a lavagem de dinheiro, entre outros. Por outro 
lado, o Criminal Compliance é uma estratégia proativa adotada pelas empresas 
para prevenir a ocorrência de práticas ilícitas e garantir o cumprimento das 
normas legais. 
 
No contexto de uma sociedade globalizada e altamente competitiva, 
as relações comerciais tornaram-se mais complexas, o que ampliou as práticas 
ilícitas em matéria de penal econômico. Diante desse cenário, é fundamental que 
o sistema jurídico responda de maneira eficaz a essas novas formas de 
delinquência. O Direito Penal Econômico surge como um ramo especializado do 
direito penal, cujo objetivo é investigar, processar e punir aqueles que 
transgridem a ordem econômica, prejudicando empresas, consumidores e a 
economia como um todo. 
 
O Criminal Compliance transcende a mera preocupação com 
punições legais, buscando fomentar uma cultura corporativa ética, que valorize 
a transparência, a responsabilidade social e a governança adequada. Dessa 
forma, as empresas que adotam programas eficazes de Compliance não apenas 
 
 
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se protegem de assegurar legalmente e danos reputacionais, mas também 
demonstram seu compromisso com a integridade e o respeito às leis e aos 
princípios éticos. 
 
Nesta abordagem, estudaremos a conexão entre o Direito Penal 
Econômico e o Criminal Compliance, destacando a importância dessa integração 
para prevenir, combater e sancionar comportamentos criminosos no âmbito 
empresarial. 
 
Bons estudos! 
 
Um abraço! 
 
Professora Anne. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1. DIREITO PENAL ECONÔMICO .................................................................. 8 
2. CRIMINAL COMPLIANCE ........................................................................ 17 
3. ATUAÇÃO ÉTICA E RESPONSÁVEL NO ÂMBITO DO DIREITO PENAL 
ECONÔMICO E CRIMINAL COMPLIANCE .................................................... 26 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 30 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DIREITO PENAL ECONÔMICO 
 
O Direito Penal Econômico surge da necessidade de 
regulamentar novas demandas sociais, a partir da ampliação da 
importância das atividades econômicas. No entanto, é difícil 
precisar um conceito de Direito Penal Econômico, pois ele protege 
distintos bens jurídicos e tipifica inúmeros comportamentos. 
Assim, o Direito Penal Econômico abrange: crimes contra a 
ordem econômica e tributária; crimes contra o sistema financeiro 
nacional e previdenciário; crimes contra as relações de consumo; 
crimes de lavagem de capitais; crimes de contrabando e 
descaminho; crimes de licitação; crime organizado. 
No entanto, compartilharemos alguns conceitos. Para Luiz 
Regis Prado1, o Direito Penal Econômico: 
(...) visa à proteção da atividade econômica presente e 
desenvolvida na economia de livre mercado. Integra o 
Direito Penal como um todo, não tendo nenhuma 
autonomia científica, mas tão somente metodológica ou 
didático-pedagógica, em razão da especificidade de seu 
objeto de tutela e da natureza da intervenção penal. 
Encontra-se, portanto, informado e submetido, como toda 
construção jurídico-penal, a seus princípios e categorias 
dogmáticas. O caráter, fundamentalmente, supraindividual 
e o conteúdo econômico empresarial dos bens jurídicos 
protegidos não são questionados. Em certos pontos, 
aparecem fortes componentes de índole individual, ainda 
que em estreita relação com os interesses econômicos, 
genericamente considerados. 
 
 
 
1 PRADO, Luiz Regis. Direito Penal Econômico. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
 
 
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Enquanto Manoel Pedro Pimentel2 aborda que o Direito Penal 
Econômico é: 
(...) um sistema de normas que defende a política econômica do Estado 
permitindo que esta encontre os meios para a sua realização. Além do 
patrimônio de indefinido número de pessoas, são também objeto de 
proteção legal o patrimônio público, o comércio geral, a troca de 
moedas, a fé pública, a administração pública, em certo sentido.” 
 
Não é uma área autônoma do Direito Penal, não possuindo 
regras e princípios próprios. Deve ser interpretado à luz dos 
princípios gerais do Direito Penal e respeitar: ultima ratio, 
subsidiariedade, fragmentariedade, legalidade e taxatividade, 
responsabilidade penal subjetiva, proporcionalidade, etc. 
Com relação à legislação, tratam dessa matéria: 
• Lei n°. 6.385/1976 (mercado de valores mobiliários e cria a 
Comissão de Valores Mobiliários); 
• Lei n°. 7.492/1986 (crimes contra o Sistema Financeiro 
Nacional); 
• Lei n°. 8.078/1990 (proteção do consumidor); 
• Lei n°. 8.137/1990 (crimes contra a Ordem Tributária, 
Econômica e contra as relações de consumo); 
• Lei n°. 8.666/1990 e Lei n°. 14.133/2021 (crimes praticados 
no âmbito de processos licitatórios); 
• Lei n°. 9.279/1996 (crimes contra a propriedade intelectual); 
• Lei n°. 9.613/1998 (crimes de lavagem ou ocultação de bens, 
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema 
financeiro para os ilícitos desta lei; cria o Conselho de 
Controle de Atividades Financeiras); 
• Lei n°. 12.850/2013 (organização criminosa). 
 
 
2 PIMENTEL, Manoel Pedro. Direito penal Econômico. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1973. 
p. 21. 
 
 
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Alguns aspectos importantes sobre Direito Penal Econômico 
dizem respeito à segurança jurídica. Como é o caso de 
normas que violam a legalidade/taxatividade e a grande 
presença de norma penal em branco. 
A legalidade está prevista no Art. 5°, XXXIX da CF e no art. 1° 
do CP. Um exemplo de normas que violam o princípio da 
legalidade/taxatividade está contido na Lei n. 7.492/86, no art. 4°: 
“Gerir fraudulentamente instituição financeira. (...). Parágrafo único. 
Se a gestão é temerária. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) 
anos, e multa.”, em que não há precisão ou definição do significado 
do termo “fraudulentamente”3. 
Com relação à norma penal e branco temos o art. 22, I, CF 
estabelecendo que compete privativamente à União legislar direito 
penal e comercial, enquanto no exemplo apresentado pela Lei n. 
6.385/76, no art. 27-D: “Utilizar informação relevante de que tenha 
conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de 
propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida , mediante 
negociação, em nome próprio ou de terceiros , de valores 
mobiliários: Pena – reclusão, de 1 a 5 anos, e multa de até 3 vezes 
o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime”, a 
regulamentação se dá por uma Instrução a IN n° 358/2022 da 
CVM4. 5 
Outro ponto de atenção é com relação à responsabilização em 
crimes empresariais. Na Constituição Federal, o art. 5°, XLV 
 
 
3 GONTIJO, Conrado Almeida Corrêa. Introdução ao direito penal econômico e compliance. 
Aula ministrada no curso de pós-graduação em Direito Penal no Damásio Educacional. 
2021. 
4 Revogada pela Resolução CVM nº 44 de 2021. 
5 GONTIJO, Conrado Almeida Corrêa. Introdução ao direito penal econômico e compliance. 
Aula ministrada no curso de pós-graduação em Direito Penal no Damásio Educacional. 
2021. 
 
 
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estabelece que “Nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado”6, enquanto no Código Penal o art. 13 prevê que “O 
resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
imputável a quem lhe deu causa”7. 
Em razão dos delitos relacionados ao direito penal econômico 
serem praticados em estruturas empresariais dificulta a definição 
do responsável. As pessoas jurídicas que normalmente são as 
maiores beneficiárias dos crimes econômicos não podem ser 
responsabilizadas, exceto quando se tratar de crimes ambientais 
(Art. 225, § 3°, CF).8 
É preciso ter a clareza de que a responsabilidade será sempre 
subjetiva (pessoal), não pode ser presumida. Não cabe 
responsabilidade penal objetiva no Direito Processual Penal 
Brasileiro. Assim, ser proprietário ou diretor de uma empresa não o 
torna responsável por todos os fatos que ocorrerem na dinâmica da 
empresa. Mas na prática é muito comum, em crime econômico, 
denúncias contra proprietário ou diretor em razão da sua posição 
formal na empresa – o que é vedado pela jurisprudência. 
Com relação à autoria, relembrando, temos que na autoria 
imediata ou direta autor é quem realiza a conduta típica (domínio 
da ação), enquanto na mediata ou indireta: será o autor intelectual 
 
 
6 BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da 
União. Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
7 BRASIL. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm. 
8 GONTIJO, Conrado Almeida Corrêa. Introdução ao direito penal econômico e compliance. 
Aula ministrada no curso de pós-graduação em Direito Penal no Damásio Educacional. 
2021. 
 
 
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do delito, aquele que dá a ordem, se utiliza de terceiro para 
execução (domínio do fato). 
Há uma tendência na imputação dos crimes em razão de 
omissão imprópria (Art. 13, § 2°, CP), ou seja, com violação ao 
dever de agir para evitar a prática do delito, ampliando a figura do 
garante. Podem auxiliar na identificação do verdadeiro autor, 
algumas técnicas de investigação, como: interceptação telefônica, 
quebra de sigilo fiscal, quebra de sigilo bancário, cooperação 
internacional, agente infiltrado, escuta ambiental, ação controlada 
e colaboração premiada. 9 
Após análise dos aspectos iniciais, passaremos ao estudo de 
alguns tipos penais. 
 
Indicaremos no presente tópico alguns tipos penais que serão 
discutidos em aula e que guardam relação com a atuação prática 
em Direito Penal Econômico, possibilitando um primeiro contato 
com a temática. Em razão da necessidade de delimitação, não foi 
possível ampliar o escopo desse estudo. 
No Código Penal, temos os seguintes dispositivos10: 
 
 
 
 
 
9 GONTIJO, Conrado Almeida Corrêa. Introdução ao direito penal econômico e compliance. 
Aula ministrada no curso de pós-graduação em Direito Penal no Damásio Educacional. 
2021. 
10 BRASIL. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm. 
 
 
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Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do 
público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – recolher contribuições devidas à previdência social que 
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de 
produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas 
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela 
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência 
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação 
fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar 
somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, 
desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de 
suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos 
de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, 
seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela 
Lei nº 13.606, de 2018) 
 
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária 
e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados 
empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo 
ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 
 
 
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 II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou 
as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta 
as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei 
ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar 
somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, 
desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de 
suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
 § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de 
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e 
dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou 
aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº9.983, de 2000) 
 § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado 
nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios 
da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). 
 
Descaminho 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto 
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria 
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação 
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, 
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que 
introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou 
que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional 
ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela 
Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de 
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou 
 
 
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acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação dada 
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela 
Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado 
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014). 
 
Com relação à Lei n. 8.137/199011, que define crimes contra 
a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e 
dá outras providências, temos: 
 
CAPÍTULO I Dos Crimes Contra a Ordem Tributária 
Seção I Dos crimes praticados por particulares 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir 
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as 
seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou 
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro 
exigido pela lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba 
ou deva saber falso ou inexato; 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação 
de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a 
legislação. 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no 
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão 
da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto 
ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso 
V. 
 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº 9.964, 
de 10.4.2000) 
 
 
 
11 BRASIL. Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, 
econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, 28 dez. 1990. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm. 
 
 
 
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I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou 
fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, 
de pagamento de tributo; 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição 
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de 
obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, 
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de 
imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, 
incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade 
de desenvolvimento; 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que 
permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação 
contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Seção II Dos crimes praticados por funcionários públicos 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos 
previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que 
tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou 
contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa 
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição 
social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) 
anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário 
público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Nesse sentido, questões específicas serão discutidas em 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. CRIMINAL COMPLIANCE 
Iniciando a segunda etapa da nossa aula, analisaremos neste 
material alguns pontos importantes quando ao Criminal 
Compliance. 
Para Badaró e Bottini, compliance12 é o “ato voltado ao 
cumprimento de normas reguladoras de determinado setor”. 
Enquanto Tamer13, entende que é “... feito de normas de 
direcionamento direto ou indireto da organização da atividade 
econômica e de normas sancionadoras pelo descumprimento 
dessa premissa, pela atuação coercitiva do Estado.” 
Surgiu como uma ferramenta no âmbito empresarial para 
evitar a responsabilização jurídica das próprias empresas. O 
primeiro objetivo era proteger as empresas, mas derivou em 
redução substancial na prática de delitos. Em seguida, começaram 
a surgir normas que passam a obrigar a adoção de programas de 
compliance. Nesse sentido, sendo possível falar em “privatização 
do controle da criminalidade”, ou seja, o Estado delegado aos 
particulares a obrigação de prevenir e combater ilícitos.14 
Sem o objetivo de delimitar, apresentamos alguns princípios 
considerados fundamentais para o Compliance: 
 
 
12 BADARÓ e BOTTINI apud PRADO, Luiz Regis. Direito Penal Econômico. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2019. 
13 TAMER, Maurício. Compliance e Direito Penal Econômico. Belo Horizonte: Fórum, 2023. 
n. p. 
14 GONTIJO, Conrado Almeida Corrêa. Introdução ao direito penal econômico e compliance. 
Aula ministrada no curso de pós-graduação em Direito Penal no Damásio Educacional. 
2021. 
 
 
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• Comprometimento da Alta Direção: a liderança deve 
demonstrar comprometimento em relação à implementação do 
programa de Criminal Compliance; 
• Avaliação de Riscos: é necessário realizar uma avaliação 
completa dos riscos associados às atividades da empresa é 
essencial; 
• Código de Conduta e Políticas: desenvolver um Código de 
Conduta claro e abrangente, assimcomo políticas internas que 
definem as expectativas da empresa em relação ao 
comportamento ético dos colaboradores e fornecedores. 
• Treinamento e Conscientização: capacitar os 
colaboradores em relação às políticas de Criminal Compliance, 
oferecendo treinamentos periódicos e programas de 
conscientização para que todos entendam suas responsabilidades 
em relação à compliance com as leis; 
• Canais de Denúncia: estabelecer canais seguros e 
eficazes para que os colaboradores possam relatar suspeitas de 
atividades criminosas sem medo de represálias; 
• Due Diligence em Terceiros: analisar de forma criteriosa e 
contínua as empresas e indivíduos com os quais a empresa se 
relaciona, incluindo fornecedores, parceiros de negócios e clientes, 
a fim de garantir que eles também adotem práticas de compliance. 
• Monitoramento e Auditoria: implementar sistemas de 
monitoramento e auditoria para identificar qualquer desvio das 
políticas de Criminal Compliance e tomar medidas corretivas 
adequadas; 
• Resposta a Incidentes: desenvolver planos de resposta a 
incidentes para lidar com qualquer ocorrência de atividade 
criminosa ou irregularidade dentro da empresa, incluindo a 
 
 
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investigação e a comunicação adequada às autoridades, quando 
necessário; 
• Aperfeiçoamento Contínuo: o programa de Criminal 
Compliance deve ser constantemente revisado e atualizado para 
garantir que esteja atento às mudanças na legislação e com as 
novas ameaças emergentes. 
 
2.2 
 
O compliance é previsto na Lei n. 9.613/1998 (lavagem de 
capitais) e pela Lei n. 12.846/2013 (responsabilização administrativa 
e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos da administração 
pública). No Brasil, a Lei n. 12.846/2013 (Lei da Integridade 
Empresarial, Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa) apresentou 
grande marco normativo anticorrupção e foi criada para suprir as 
lacunas quanto ao cumprimento das seguintes Convenções: 
Convenção Interamericana contra a Corrupção da Organização dos 
Estados Americanos; Convenção da Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico, sobre o Combate à Corrupção de 
Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais 
Internacionais; e Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. 
Quanto à privatização do controle da criminalidade, já 
mencionado, no Brasil, alguns dispositivos são característicos, como: 
art. 11 da Lei n. 9.613/98 e art. 7° da Lei n. 12.846/2013. 
A Lei n. 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Capitais) estabelece 
no art. 9° e seguintes (Capítulo V – Das pessoas sujeitas aos 
mecanismos de controle) um controle administrativo em matéria de 
 
 
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lavagem de dinheiro atribuído às entidades fiscalizadoras do Sistema 
Financeiro Nacional (SFN).15 
Partindo da ideia de que o Estado não pode fiscalizar tudo, a 
lei impõe aos particulares essa tarefa (sistema de Compliance). Nesse 
sentido, as pessoas do art. do art. 9° estão obrigadas a: identificação 
dos clientes, vigilância, manutenção, registros e comunicação de 
operações suspeitas.16 
O art. 11, citado abaixo, relaciona o dever de vigilância das 
pessoas previstas no art. 9° da Lei em estudo. 
Lei n. 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Capitais)17 
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: 
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos 
de instruções emanadas das autoridades competentes, possam 
constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com 
eles relacionar-se; 
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de 
tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a 
informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou 
realização: 
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, 
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado 
artigo; e 
b) das operações referidas no inciso I; 
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua 
atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições 
por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou 
operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. 
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no 
inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas 
características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma 
de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento 
econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista. 
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste 
artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. 
 
 
15 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; BALTAZAR JÚNIOR, José Paulo. Legislação penal 
especial. Coord. Pedro Lenza. 8. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2022. 
16 Ibid. 
17 BRASIL. Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou 
ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os 
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 4 mar. 1998. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm. 
 
 
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§ 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com 
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela 
regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9º. 
Aqueles que são obrigados, conforme artigo 9°, em caso de 
descumprimento dos arts. 10 e 11, estarão sujeitos às sanções (art. 
12): a) Advertência; b) Multa pecuniária variável; c) Inabilitação 
temporária, por até 10 anos, para o cargo de administrador das 
pessoas jurídicas obrigadas; d) Cassação ou suspensão da 
autorização para o exercício de atividade, operação ou 
funcionamento.18 
A Lei de Anticorrupção, por sua vez, estabelece19: 
 Lei n. 12.846/2013 – art. 7°: 
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções: 
I - a gravidade da infração; 
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; 
III - a consumação ou não da infração; 
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; 
V - o efeito negativo produzido pela infração; 
VI - a situação econômica do infrator; 
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações; 
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de 
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a 
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa 
jurídica; 
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão 
ou entidade pública lesados; e 
X - (VETADO). 
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e 
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos 
em regulamento do Poder Executivo federal. 
 
 
 
18 BRASIL. Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou 
ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os 
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 4 mar. 1998. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm. 
19 BRASIL. Lei n. 12.846/2013, de 1 de agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização 
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, 
nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 
Brasília, 2 ago. 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12846.htm. 
 
 
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Os critérios para sanções indicado poderá ser dividido em três 
grupos: a) Balizar o próprio ato lesivo: gravidade da infração, 
respectiva vantagem auferida ou pretendida, consumação ou não, 
lesão ou perigo provocados, efeitosnegativos decorrentes e o valor 
dos contratos relacionados; b) Situação econômica da pessoa 
jurídica: Lei associa a multa ao faturamento do infrator – deixando 
a informação implícita; c) Postura positiva da organização: 
relaciona-se à tarefa de conformidade que lhe é transferida – prévia 
(existência de programas de integridade efetivos), ou posterior à 
identificação das possíveis infrações (admissão da pessoa jurídica, 
sua cooperação na apuração e celebração de acordo de 
leniência).20 
O Decreto n. 11.129 de 202221 regulamenta a Lei nº 
12.846/2013 (Lei Anticorrupção) em âmbito Federal. Em seu texto 
utiliza a expressão “programa de integridade”, que consiste no: 
conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, 
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação 
efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com 
objetivo de: 
I – prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos 
ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou 
estrangeira; e 
II – fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente 
organizacional. 
 
Na prática “Programa de Integridade” é utilizado como 
sinônimo de Programa de Compliance – Programa de Integridade 
 
 
20 TAMER, Maurício. Compliance e Direito Penal Econômico. Belo Horizonte: Fórum, 2023. 
n. p. 
21 BRASIL. Decreto n. 11.129/2022, de 11 de julho de 2022. Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º 
de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Diário 
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 12 jul. 2022. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/d11129.htm. 
 
 
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está mais associado ao “conjunto de práticas com o objetivo de 
evitar desvios, fraudes, irregularidades e atos contra a 
Administração Pública” (mais amplo). 
Pensando o Compliance como um conceito em constante 
evolução, isso irá refletir nos seus contextos de verificação, através 
de fenômenos culturais e especificidades econômicas. Alguns dos 
pilares principais são: a) autorregulação regulada; b) governança 
corporativa (e nela accountability; transparência; e enforcement); c) 
responsabilidade social; d) ética empresarial. 
Detalhadamente, seguem os principais pilares de cognição do 
Compliance22: 
a) Autorregulação regulada: o Estado se utiliza do particular 
para auxiliá-lo na elaboração de estruturas normativas; 
b) Governança corporativa (e nela accountability; 
transparência; e enforcement): baseada na necessidade 
de melhor gestão das expectativas e resultados da 
chamada relação de agência; 
c) Responsabilidade social: organizações preocupadas 
com o desenvolvimento coletivo e que demonstram isso 
concretamente; 
d) Ética empresarial: comportamento da organização e 
dos seus agentes, baseado em valores morais e éticos 
esperados ou desejados pela coletividade. 
 
Em continuidade ao estudo da normatização do Compliance, 
se faz necessário o estudo acerca da ISO 37301:2021, que trata 
 
 
22 TAMER, Maurício. Compliance e Direito Penal Econômico. Belo Horizonte: Fórum, 2023. 
n. p. 
 
 
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dos Sistemas de Gestão e Compliance e foi incorporada pela ABNT 
no Brasil em junho de 2021. 
Um Sistema de Gestão de Compliance23: 
possibilita uma organização demonstrar que está comprometida com o 
cumprimento de textos legais relevantes, requisitos regulatórios, 
códigos de mercado e padrões organizacionais, assim como padrões 
de boa governança, melhores práticas, éticas e expectativas da 
comunidade. 
 
Um compliance real permeia todas as áreas da organização 
(cultura interna e relação com parceiros). 
Nesse sentido, seguem os requisitos padronizados no 
Sistema de Gestão e Compliance pela ISO 37301:202124: 
1) Mapeamento de riscos (interno/intrínseco): o sistema deve 
ser específico para a realidade da organização; 
2) Comprometimento e apoio da alta administração da 
organização: líderes devem atuar com integridade e 
comprometimento ao programa; 
3) Realização pela alta liderança do efetivo due diligence ou 
a verificação prévia do(s) profissional(is) ou parceiro(s) 
responsável(eis) formatação e execução do sistema, a fim 
de garantir sua idoneidade; 
4) imprescindível a execução de verificações prévias ou due 
diligences em relação a todos os potenciais parceiros da 
organização e nos casos de fusão ou aquisição; 
5) Existência de Código de Conduta 
6) Organização deve dedicar esforços à comunicação e ao 
treinamento frequente dos seus colaboradores; 
 
 
23 TAMER, Maurício. Compliance e Direito Penal Econômico. Belo Horizonte: Fórum, 2023. 
n. p. 
24 Ibid. n.p. 
 
 
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7) Criação de canais de denúncia, canais abertos com o 
compliance ou hotlines; 
8) Sistema de gestão seja constantemente revisitado e 
aprimorado; 
9) Após constatação de falhas de conformidade, falhas de 
conformidade, desvios de condutas, posturas desajustadas 
aos mecanismos do programa ou irregularidades, é 
imprescindível que sejam aplicadas as sanções disciplinares 
e legais (civis, trabalhistas e criminais) cabíveis; 
10) Estruturação de área interna da organização vocacionada 
ao desenvolvimento dos mecanismos do sistema de gestão, 
em especial sua institucionalização e atualização, 
direcionamento de comunicação e treinamento, instauração 
das apurações necessárias, endereçamento da aplicação de 
sanções, se for o caso, etc. 
Assim, após analisarmos alguns pontos-chave do tema Criminal 
Compliance, seguiremos para a última etapa do nosso estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. ATUAÇÃO ÉTICA E RESPONSÁVEL NO ÂMBITO 
DO DIREITO PENAL ECONÔMICO E CRIMINAL 
COMPLIANCE 
 
Retomando alguns pontos essenciais, é importante reafirmar 
que existe uma tendência à apresentação de denúncias com 
autoria embasada na posição que a pessoa ocupada na empresa. 
Assim, No Direito Penal Econômico os deveres dos 
administradores das empresas são ampliados para que atuem para 
evitar a ocorrência de práticas delitivas (responsabilização por 
omissão imprópria). Dificuldades probatórias ensejam decisões 
condenatórias por omissão imprópria (falha no exercício das 
obrigações de garante). 
Criar e implementar sistemas de compliance efetivos pode 
ajudar a mitigar os riscos penais. Nesse sentido, Forigo25 contribui: 
a finalidade do compliance é a aplicação de normas jurídicas e outras 
diretivas definidas para a empresa e, através delas, cumprir o direito 
vigente e evitar prejuízos para a empresa, seus órgãos e empregados. 
Assim, sendo praticado algum crime no ambiente empresarial, 
programas de compliance efetivos aumentarão as chances de que a 
própria empresa o detecte, possibilitando a investigação e a 
remediação interna do dano eventualmente causado. […] Esse 
mecanismo parte do pressuposto de que a causa essencial da 
criminalidade empresarial é a falta de valores éticos e sociais e 
considera que, por isso, a modificação na forma de gestão da empresa 
com a introdução de diretrizes éticas de comportamento e o fomento 
desses valores no mundo empresarial é a forma mais eficaz de luta 
contra essa classe de delinquência. Em geral, tais diretrizes 
reproduzem praticamente as normas de comportamento penais e, 
assim, conforme Pastor Munoz, funcionam como verdadeiros “alto-
falantes” da legislação penal atinente. Esses programas são 
naturalmente orientados ao controle interno e possuem um conteúdo 
específico de prevenção, buscando compensar os efeitos 
criminógenos característicos das organizações empresariais. O 
 
 
25 FORIGO, Camila Rodrigues apud TAMER, Maurício. Compliance e Direito Penal 
Econômico. Belo Horizonte: Fórum, 2023. n. p. 
 
 
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controle interno da própria organização se expressa como uma 
verdadeira estratégia político-criminalcujo fim é controlar aquele delito 
próprio do âmbito empresarial. Nesse sentido, esses programas se 
tornam necessários ao se considerar a ineficácia preventiva das 
normativas jurídicas em geral e da ineficiência da persecução estatal 
(considerando além dos fatores já expostos, também o seu orçamento 
e suas estruturas burocráticas). 
 
Também possibilita uma maior conscientização da equipe 
interna e dos parceiros sobre a intolerância a uma política de 
corrupção. 
Assim, destacamos o Compliance como uma estratégia 
político-criminal com a finalidade de controlar os delitos 
empresariais dentro do ambiente empresarial através da mudança 
de cultura. Possibilita a criação de uma cultura organizacional 
pautada pela ética e pela obediência às normas legais, ensejando 
prevenção de desvios de conduta. A mudança de cultura é 
essencial para eficiência do programa. 
São benefícios de uma atuação ética e responsável: 
1) Prevenção de Crimes: ao atuar de forma ética e com o suporte 
do Criminal Compliance, reduz-se a probabilidade de ocorrência de 
delitos relacionados ao Direito Penal Econômico, o que contribui 
para a integridade do mercado e evita prejuízos financeiros e 
reputacionais; 
2) Construção de Confiança: empresas que se destacam pela ética 
e responsabilidade constroem uma imagem sólida, o que atrai 
clientes, parceiros comerciais e investidores; 
3) Respeito às Leis e Regulamentações: a atuação ética e o 
cumprimento das leis são fundamentais para o funcionamento 
harmonioso da sociedade e do mercado, evitando distorções e 
desigualdades; 
4) Sustentabilidade Empresarial: a adoção do Criminal Compliance 
como parte da estratégia de negócios ajuda a assegurar a 
 
 
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sustentabilidade da empresa no longo prazo, evitando multas, 
perdas e perdas financeiras. 
Enfim, adotar postura ética e preventiva demonstra 
comprometimento com a justiça e com a construção de uma 
sociedade mais íntegra e próspera, estabelecendo confiança entre 
parceiros e credibilidade no mercado. 
A título de exemplo, seguem algumas empresas que adotam 
programas de Criminal Compliance: 
• Petrobrás: https://petrobras.com.br/pt/quem-
somos/perfil/compliance-etica-e-
transparencia/?gclid=CjwKCAjwlJimBhAsEiwA1hrp5nC-
Q7yOgZnWNHVBdUUpNUvTRuY8Y4x8KCVcpXfn2yAqpb2D8wT
SOhoCMIAQAvD_BwE; 
• Braskem: 
https://www.braskem.com.br/conformidade?utm_source=google&
utm_medium=search&utm_content=braskem_confirmidade_searc
h_generica_consideracao_google_search_texto_cpc_mercado-
financeiro_1x1_brasil&utm_campaign=pbc_braskem_confirmidad
e_search_generica&gclid=CjwKCAjwlJimBhAsEiwA1hrp5vWacjj4s
BA-
XvD5X7BTunpjYvwnPD90mFEYtEBKifLcGcXNaj5XmxoCVFoQAv
D_BwE; 
• Latam: https://www.latamairlinesgroup.net/static-files/65471d0b-
03e5-4151-8c4f-e1df492897c4; 
• Santander: 
https://cms.santander.com.br/sites/WPS/documentos/arq-rpps-
modulo2-due-item1-download-3/19-10-
21_230727_politicacompliance.pdf. 
 
 
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Após abordarmos os principais temas desta aula, convidamos 
para que assistam às vídeo-aulas e aprofundem seus estudos. Até 
breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Em conclusão, o Direito Penal Econômico e o Criminal Compliance 
desempenham papéis cruciais no cenário atual dos negócios e das relações 
comerciais. À medida que as atividades aceleradas se tornam cada vez mais 
complexas e globalizadas, também aumentam as demandas que necessitam de 
tutela penal. Nesse contexto, o Direito Penal Econômico emerge como uma área 
essencial para combater práticas ilegais que impactam não apenas as 
empresas, mas também a sociedade como um todo. 
 
O desenvolvimento do Criminal Compliance surge como uma 
resposta proativa para que as empresas atuem na prevenção de infrações 
penais. Esse conjunto de medidas e boas práticas de conformidade auxilia na 
detecção precoce de irregularidades potenciais e possibilita a adoção de 
medidas corretivas antes que os problemas se tornem ainda maiores, evitando 
consequências graves, tanto do ponto de vista financeiro quanto reputacional. 
 
A implementação efetiva do Criminal Compliance pode trazer 
benefícios, incluindo a redução de riscos legais e a criação de uma cultura 
corporativa pautada pela ética e transparência. Além disso, a cooperação entre 
as empresas e as autoridades governamentais é fortalecida, refletindo em um 
ambiente de negócios mais seguro e confiável. 
 
Dessa forma, o Direito Penal Econômico e do Criminal Compliance se 
mostram indispensáveis para a construção de uma sociedade mais justa e uma 
economia mais íntegra. A sinergia entre essas duas áreas proporciona o 
equilíbrio entre a repressão dos crimes econômicos e a prevenção de infrações, 
fortalecendo um ambiente empresarial ético, transparente e confiável. Ao adotar 
uma abordagem abrangente e colaborativa, empresas e governos podem 
 
 
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trabalhar em conjunto para promover uma cultura de conformidade que respeite 
a lei e beneficie toda a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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