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Penal Especial PCPE - Parte 3

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Crimes Contra o Patrimônio - Roubo 
Roubo Simples 
> Subtrair coisa móvel alheia mediante: 
. grave ameaça 
- violência moral (ameaça) 
. violência 
- emprego de força física 
. impossibilitando a resistência da vítima 
- utilização de meios para diminuir a capacidade de resistência da vítima 
Ex.: após hipnotizar a vítima, anulando sua resistência, realizou a subtração de seus bens. 
Consumação: com a inversão da posse do bem (como ocorre também no furto) 
Princípio da insignificância: não se aplica 
Permite tentativa: sim 
Roubo Impróprio 
. Logo após subtrair a coisa, emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa para garantir 
a impunidade ou para manter o bem subtraído 
. Começa como um furto e evolui para roubo (furto que deu errado) 
Permite tentativa: não 
Roubo Majorado (aumento de pena) 
> Não é possível aumento de pena para o roubo qualificado 
1 - Se há o concurso de duas ou mais pessoas 
. mesmo que uma das partes seja inimputável 
2 - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância 
. valores não se limita ao dinheiro em espécie 
. Ex.: roubo à um carro do mercado livre é considerado um crime majorado 
3 - Veículo automotor transportado para outro Estado ou para o exterior 
4 - Pela restrição da liberdade da vítima 
. considerado crime hediondo 
. Ex.: trancar funcionários de uma loja no banheiro para praticar o roubo 
5 – Subtração de explosivos ou de acessórios que possibilite sua fabricação 
6 – Emprego de arma branca 
. todo objeto confeccionado sem finalidade bélica capaz de intimidar ou ferir 
. Ex.: faca de cozinha, caco de vidro, tesoura 
7 – Emprego de arma de fogo (uso permitido) 
. Circunstância objetiva: se apenas um dos comparsas portar arma de fogo, incide a majorante 
para os demais que participarem do crime. 
. Concurso de crimes (porte ilegal + roubo): Não pode ocorrer, sendo o roubo pelo emprego de 
arma de fogo mais gravoso, absorve o crime do Estatuto do Desarmamento. 
. Simulacro: não é considerado roubo majorado. Configura-se roubo simples. 
. Apreensão da arma de fogo não é necessária para configurar roubo majorado. 
. Arma inapta para o disparo: roubo simples 
. Arma apta para disparo (desmuniciada): roubo majorado 
8 – Emprego de arma de fogo (uso restrito ou proibido) 
. Aplica-se em dobro a pena prevista 
Roubo Qualificado 
> Crime qualificado pelo resultado 
- Existe o dolo na conduta (roubo) e pode haver dolo ou culpa no resultado. 
- Exige o emprego de violência. 
- Se a lesão corporal ou a morte for resultado da grave ameaça, não haverá roubo qualificado. 
Ex.: Agente aponta a arma em direção à vítima, que ao fugir, acaba sendo atropelada. 
Responderá por roubo na forma tentada, devendo a pena ser majorada em decorrência do uso 
da arma de fogo, e não lhe pode ser atribuído o resultado morte. 
. Lesão corporal grave ou gravíssima (crime hediondo) 
. Resulta morte (crime hediondo) 
- É imputada aos coatores, independente de quem foi o causador do resultado. 
Ex.: Num assalto, à vítima ao reagir recebe o disparo de arma de fogo de um dos assaltantes e 
morre. Todos aqueles que participaram da ação responderão de forma qualificada, mesmo que 
não tenham realizado o disparo. 
- Comete tentativa de latrocínio o agente que, com intenção de apossamento, subtrai coisa 
móvel alheia e dispara contra a vítima, por duas vezes, arma de fogo apta, mas sem êxito na 
deflagração das munições, por estarem estas molhadas. 
Crimes Contra o Patrimônio - Extorsão 
> Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça para obter indevida vantagem 
econômica. 
. Deve haver o comportamento ativo da vítima, porém não voluntário. 
- A vítima age conforme o interesse do agente em decorrência do constrangimento ou violência 
empregada. 
. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime também incide nas penas. 
. Resultado morte: deixou de ser considerado crime hediondo. 
> Consumação 
- no momento em que vítima sede a vontade do agente. Não precisa ocorrer a obtenção 
indevida da vantagem econômica para ser considerado crime. 
- desta forma, se admite tentativa no crime de extorsão. Ex.: vítima não sede a vontade do 
agente, que ameaça divulgar vídeo íntimo, e o entrega à polícia. 
> Falso sequestro 
. configura extorsão. 
. não configura extorsão mediante sequestro ou estelionato. 
> Extorsão x Estelionato 
- Extorsão: a intensão da vítima não é entregar, mas faz devido a violência ou grave ameaça. 
- Estelionato: devido a fraude, a vítima entrega voluntariamente. 
> Extorsão x Roubo 
- Extorsão: a intensão da vítima não é entregar, mas faz devido a violência ou grave ameaça. 
- Roubo: independente do comportamento da vítima, o bem será subtraído. Ex.: bandido da 
um soco na vítima e subtrai o celular (“toma”). 
> Aumento de Pena 
- se praticado por duas ou mais pessoas. 
- se praticado com o emprego de arma (não exige que seja arma de fogo). 
- se houver a restrição de liberdade da vítima. 
> Diferenças quanto a restrição de liberdade e Mediante Sequestro 
- Mediante sequestro 
. a intenção é sequestrar a vítima para negociar o resgate com terceiros. 
. qualquer vantagem como condição ou preço de resgate. 
. Qualificadora: sequestro durar mais de 24h, vítima menor de idade ou maior de 60 anos. 
- Restrição de liberdade 
. o agente constrange a própria vítima, restringindo sua liberdade. 
. somente vantagem econômica. 
Crimes Contra o Patrimônio - Dano 
> Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. 
. Necessita dolo, vontade do agente (não pode ter sido sem querer). 
> Qualificado 
. com o emprego de substância inflamável 
. contra patrimônio público 
. por motivo egoísta 
. com prejuízo considerável a vítima 
Crimes Contra o Patrimônio – Apropriação Indébita 
> Apropriar-se de coisa alheia móvel de que tenha a posse. 
. Agente possui a posse da coisa. 
. Aumento de pena: em razão da profissão. Ex.: advogado recebe indenização de ação de 
representação e utiliza a indenização para quitar dívidas pessoais, não repassando o valor 
devido ao cliente. 
. A posse inicial é legítima, a intenção de apropriar deve existir depois da posse. 
> Apropriação Indébita Previdenciária 
. Extinção da punibilidade: se o agente, espontaneamente, confessa e efetua o pagamento 
dos valores antes da ação fiscal (fiscalizações). 
 
 
Crimes Contra o Patrimônio – Estelionato 
> Obter vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro 
mediante qualquer meio fraudulento. 
. Emprego de fraude para enganar a vítima. 
. Vítima entrega espontaneamente ao agente a vantagem por ele pretendida. 
. Aumento de pena se cometido contra idoso ou vulnerável. 
. O agente não precisa necessariamente induzir alguém ao erro. 
> Energia Elétrica 
. Adulteração do medidor de energia: estelionato 
. Subtração de energia do poste (“gato”): furto mediante fraude 
> Representação da Vítima 
. O crime de estelionato, em regra, necessita de representação da vítima. 
. Exceções 
- Contra a Administração Pública 
- Contra criança ou adolescente 
- Contra Pessoa com Deficiência Mental 
- Contra Idoso maior de 70 anos ou incapaz 
Exemplos 
Caso 1. (não é estelionato) 
João telefonou para Maria simulando o sequestro da neta dela, onde Maria enviou dinheiro à 
conta de João. No que se refere a essa situação hipotética, João praticou o crime de extorsão. 
O falso sequestro configura o crime de extorsão, pois ocorre coação moral e grave ameaça. 
> Extorsão x Estelionato 
- Extorsão: a intensão da vítima não é entregar, mas faz devido a violência ou grave ameaça. 
- Estelionato: devido a fraude, a vítima entrega voluntariamente. 
Caso 2. (estelionato) 
Antônio utilizava diariamente o serviço de manobrista de determinado shopping center para 
estacionar seu carro. Lara, frequentadora do mesmo local, passou a observar a rotina de 
Antônio e, certa tarde, se apresentou ao manobrista como namorada daquele, informandoque 
havia vindo buscar o carro a pedido do namorado. O manobrista entregou as chaves do carro a 
Lara, que entrou no veículo e saiu da garagem do estabelecimento em alta velocidade. 
Crimes Contra o Patrimônio – Receptação 
> Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar coisa que sabe ser produto de crime ou 
influenciar que terceiros, de boa-fé, a adquire, receba ou oculte. 
. Não é possível a receptação de bem imóvel. 
. O agente tem que saber que a coisa é produto de crime. 
. O crime de receptação é punível ainda que o autor do crime que originou a coisa seja isento 
de pena. Isso não quer dizer que o autor tenha sido absolvido. No caso do autor que originou 
a coisa ser absolvido (inexistência do crime), não será cabível a apuração de receptação. 
> Qualificação 
.... ter em depósito, desmontar, montar, vender, expor à venda ou de qualquer forma utilizar 
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. 
. Equipara-se à atividade comercial: comércio irregular ou clandestino, até mesmo em 
residência. 
Crimes Contra o Patrimônio – Escusas Absolutórias 
> Situações onde, mesmo que uma pessoa tenha cometido um crime, ela não será punida por 
ele. 
. Busca afastar a punibilidade do agente em decorrência ao grau de parentesco que possui 
com a vítima. 
. Trata-se de exclusão de punibilidade. 
> Grau de parentesco mais próximo 
. isenção de pena 
. cônjuge casado 
. ascendente (pai, mãe, avô) ou descendente (filho, neto) 
> Grau de parentesco mais distante 
. exige a representação da vítima 
. no caso do cônjuge separado 
. irmão legítimo ou ilegítimo 
. de tio ou sóbrio, com quem o agente viva 
> Não se aplica a Escusas 
. Crimes que envolvam o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa. 
. ao estranho que participa do crime. 
. se o crime é praticado contra pessoa com idade superior a 60 anos. 
Crimes Contra a Administração Pública 
> Peculato 
Funcionário público apropriar-se de valor ou qualquer bem móvel, público ou privado, de que 
tem a posse em razão do cargo ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio. 
Peculato Culposo 
- Se houver a reparação do dano antes da sentença, extingue a punibilidade 
- Se o reparo ocorrer após a sentença, reduz a pena 
- Somente nos casos culposos 
Peculato de Uso 
Quando um funcionário público usa, para fins particulares, algo que pertence à administração 
pública, sem a intenção de se apropriar definitivamente da coisa.

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