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AULA 5 TENDÊNCIAS EM PERSONALIZAÇÃO E MANUFATURA ADITIVA INTRODUÇÃO As adversidades existentes frente à concorrência global, a redução do ciclo de vida de produtos, as progressivas transformações tecnológicas além da elevação do nível de demandas requeridas pelos clientes vêm aumentando nas últimas décadas, mais especificamente nos últimos anos. Nesse cenário, os processos de Manufatura Aditiva (AM) vêm se destacando pela capacidade de oportunizar liberdade de diferentes programações visuais ou design e pela efetividade do material empregado, destacando-se pela aplicação ampla em inúmeras áreas, como na indústria, saúde e ambientes domésticos. A instituição dos conceitos de AM por extrusão de material (com inserção de técnicas, como a técnica Fused Deposition Modeling, FDM) destaca um enorme potencial fabril de produtos, com a possibilidade de competir com técnicas tradicionais de processamento de polímeros utilizadas. TEMA 1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL À TECNOLOGIA DE AM O delineamento dos processos pertencentes à manufatura aditiva (additive manufacturing – AM) contempla a aplicação de determinadas ações. como a interpretação de um ou mais modelos geométricos 3D; direção e posicionamento individual da geometria no volume de construção; uso de escala; particionamento computacional da geometria; cálculos de complementação individual por camada, conforme a estratégia e a parametrização de um processo e, também, a produção de dados que serão destinados ao equipamento de AM. Apesar da existência de configurações padrão (default) existentes nos diversos sistemas, melhorias podem ser aplicadas para obtenção de uma maior qualidade nos resultados. Contudo, diversos usuários desconhecem essas configurações e aplicam a configuração padrão sem conhecerem os impactos sobre o resultado final. A falta de conhecimento necessário às configurações, por parte dos usuários, resulta em um produto final com qualidade inferior ao que poderia ser. Nesse sentido, a capacidade de se efetuar configurações como precisão dimensional, acabamento superficial além das propriedades mecânicas do objeto e a própria diminuição do tempo fabril se destaca como um diferencial nas tecnologias de AM. Portanto, precisamos entender o planejamento de processos e a forma que cada etapa impacta no resultado da fabricação de um objeto. 2 1.1 Fases do planejamento do processo de AM Nos últimos anos, o desenvolvimento industrial tem demonstrado um aumento expressivo relativo à competitividade empresarial, buscando o atendimento das exigências dos clientes e, nesse cenário de demanda, a qualidade, a efetividade e os preços empregados nas entregas são imprescindíveis. O entendimento das fases do planejamento do processo de AM impacta no atendimento dessas exigências possibilitando um melhor resultado. As fases fundamentais do processo de AM são análogas às de outros processos convencionais de fabricação e envolvem a aquisição de modelo geométrico 3D, o próprio planejamento do processo e o uso do equipamento de AM no processo fabril, além do pós-processamento na produção do objeto. Na primeira fase, é produzido um modelo geométrico 3D do objeto a ser fabricado, sendo alinhavada a geometria no formato mais adequado para AM, ou seja, podem ser empregados os formatos STL (Stereo Lithography), AMF (additive manufacturing format) entre outros de diferentes formatos no padrão 3D aplicados e compatíveis com o equipamento que utilizará esse arquivo. Nessa fase, ocorre a utilização de sistemas do tipo CAD ou outros sistemas que operem com tratamento de imagens oriundas de ressonância magnética, ultrassom ou tomografia computadorizada, scanners 3D e, também, de fotogrametria ou similares. Figura 1 – Equipamento de Scanner 3D Crédito: Lutsenko_Oleksandr/Shutterstock. 3 Após a aquisição do modelo em 3D, é iniciado o planejamento de todo o processo com as ações de planejamento, em que são considerados: orientação, aplicação de escala, posicionamento, particionamento (slice), cálculo sobre a base e estruturas para suporte, geometria de contorno, trajetória, recheio das camadas e produção de dados requisitados pelo equipamento de AM. Essas ações serão executadas por meio de um sistema de planejamento de processo para AM, também conhecido como sistema CAM (computer aided manufacturing). Todas essas ações de planejamento descritas são exigidas em todas as tecnologias AM, com exceção do cálculo sobre a base e estruturas para suporte. 1.2 Característica de estrutura em tecnologias de AM É importante ressaltar algumas características das tecnologias de AM como a da base e estruturas de suporte, as quais, em alguns casos, ocorre a necessidade de um adicionamento maior de material que supera o volume do objeto. Isto ocorre no intuito de que esse acréscimo venha a servir como base ou estrutura de suporte. 4 A função primordial da base está na fixação da peça sobre a plataforma de construção. Dessa forma, é evitado seu movimento enquanto ocorre o processo de fabricação, servindo como uma trava para o material do objeto, ajudando a prevenir possíveis deformações, como empenamento pela própria contração do material. Com isso, é possível evitar danos ao objeto enquanto ocorre a remoção da plataforma, e ainda servir como compensação para desnivelamentos ou falhas no plano de superfície oferecidas pela plataforma de fabricação. TEMA 2 – DEFINIÇÃO DA BASE E ESTRUTURAS DE SUPORTE A construção de uma estrutura de suporte ocorre pelo depósito de material camada a camada, partindo da base, ocorrendo até a altura exigida para o depósito do material de um objeto. Sempre que um objeto fabricado demandar, uma estrutura de suporte poderá ser fabricada inicialmente com a finalidade de possibilitar o desenvolvimento fabril de regiões de um objeto que no processo se encontrem em suspensão, com desconexão temporária do corpo do objeto ou que possuam superfícies negativas, ou seja, inferiores a 90o em referência ao plano XY, em que a inclinação é inferior ao ângulo de autossuporte (self-supporting angle). Esse ângulo representa um valor referente ao ponto em que um material de uma camada produzida anteriormente é capaz de manter com estabilidade. Ao se iniciar o processo de depósito do material nas regiões que necessitam de suporte, fica evidente a necessidade dessa estrutura de suporte, uma vez que essas regiões se mostrarão desconectadas do corpo do objeto. Ao contrário disso, quando o material utilizado na fabricação de um objeto for metálico, as estruturas de suporte irão operar de maneira diferenciada. Nesses casos, mais que atuando como fixadores na peça da plataforma do equipamento, auxiliarão na redução do calor por distribuição, dissipando o acréscimo de temperatura ocasionado pelo processo de fabricação. 2.1 Caracterização de estrutura Para a elaboração ou produção de um objeto, algumas características quanto à estrutura podem auxiliar no processo como um todo, possibilitando, além de um melhor resultado, uma redução nos custos de produção. Frente a isso, o material a ser usado para fabricação da base e estruturas de suporte poderá ou não ser o mesmo utilizado para a produção do objeto. Algumas tecnologias de AM 5 são capazes de utilizar um material de menor custo para o desenvolvimento efetivo das estruturas de suporte, usualmente planejadas com a sua função básica, fazendo uso de uma quantidade mínima de material. Figura 2 – Geração de base estrutural de impressão de objeto 3D Crédito: Salivanchuk Semen/Shutterstock. As vantagens da característica de utilização de diferentes materiais oportunizam uma economia de material, uma vez que reduzindo a quantidade de resíduos e pontos de desnível visual na superfície do objeto, especialmente em regiões onde ocorra o contato do suporte com o objeto, a facilitação do processo de retirada de estruturas de suporte no final da produção do objeto não só facilitao processo fabril como um todo, mas beneficia a performance principalmente em produção sequencial. 2.2 Diretrizes de processos de fabricação Os principais problemas relativos ao processo de fabricação podem ser encontrados nas propriedades mecânicas dos objetos ou peças, precisão dimensional e qualidade superficial. Essas propriedades apresentam uma mecânica nos objetos fabricados por AM com uso de tecnologia por extrusão de material como o caso de FDM, em que diferentes fatores impactam do resultado. 6 A definição dos parâmetros de processo de fabricação se apresenta como um fator crítico para o êxito no desenvolvimento de produtos. Um exemplo está no efeito da orientação de construção, em que a espessura de camada além da taxa de abastecimento no desempenho mecânico de uma peça fabricada fazendo uso de PLA (poliácido láctico) e uma impressora de baixo custo alteram a qualidade do objeto e a quantidade de material utilizado. As propriedades mecânicas relativas à resistência, tração e aflexão também impactam nos resultados de produção. A redução do tempo de fabricação por meio de uma otimização das trajetórias de deposição se apresenta como outra característica que pode ser atingida ao se alterar a sequência de deposição de material, impactando na resistência do material. Além disso, o fator relativo à precisão dos objetos fabricados com tecnologia AM de extrusão de material sofre influência direta dos diversos parâmetros do processo de fabricação, tanto apresentando características positivas quanto negativas, dependendo das variáveis a serem exigidas no que tange ao resultado final. De acordo com o planejamento do processo de fabricação, a primeira fase referente à orientação, posicionamento e escala constitui-se na decisão de como o objeto a ser fabricado deverá ser orientado em relação ao eixo central de fabricação, considerando o sentido direcional do eixo Z. Pelo parâmetro de orientação, é possível determinar as regiões ou detalhes do objeto que serão em uma forma maior ou menor afetados com o efeito degrau de escala e anisotropia, e ainda o nível de precisão dimensional impactando na qualidade de produção que apresenta detalhes do objeto. Além disso, a fase de orientação apresenta aspectos importantes como o fator de escala utilizado na compensação da contração do material e a organização dos objetos quanto ao volume de construção na produção para o caso de aumento da quantidade de objetos simultâneos produzidos. Um modelo de parametrização quanto à orientação foca na análise da inclinação dos triângulos pela busca na malha STL, identificando a quantidade de triângulos enquadrados em um certo limite de inclinação. O resultado se apresenta em um posicionamento baseado no número mínimo de faces que impactem ou venham a comprometer o resultado quanto ao objetivo desejado. 7 TEMA 3 – SISTEMAS DE PLANEJAMENTO DE PROCESSO Ao se observar desde a escalada industrial até o que hoje denominamos de quarta revolução industrial ou simplesmente Indústria 4.0, vemos diversos impactos na vida das pessoas e de organizações, incluindo alguns impactos negativos que devem ser enfrentados e tratados. Contudo, muitos foram identificados como pertinentes e rentáveis. A Manufatura Aditiva se destaca como sendo um desses positivos pilares tecnológicos que atuam sobre um novo cenário de desenvolvimento e fabricação de produtos, proporcionando a produção de objetos por meio de uma impressora 3D. Nesse sentido, os sistemas computacionais deverão fornecer e gerar dados que podem ser sobre a produção, características da objetos a serem produzidos, padrões estocásticos, entre outros. Um sistema de manufatura aditiva é um sistema mecatrônico que tem como objetivo efetuar a produção de sólidos por adição gradual de material baseado em um modelo virtual no computador, também denominado de Impressora 3D ou também prototipadora rápida. O CAD (computer-aided design) é um projeto assistido por computador e o CAM (computer-aided manufacturing) é a fabricação assistida por computador. Os sistemas ou softwares CAD/CAM têm sua utilização nos projetos e fabricação de protótipos, produtos finais ou acabados e nos processos de produção. Eles são desenvolvidos com o intuito de projetar um protótipo além de programar os processos de manufatura, principalmente em processos de usinagem CNC, o qual se fundamenta em um processo de fabricação que faz uso de computadores no intuito de automatizar equipamentos e ferramentas em diferentes etapas de produção. O software CAM faz uso dos modelos e as montagens criadas no software CAD têm o propósito de fornecer recursos para os equipamentos efetuarem a conversão dos projetos em peças físicas. Em resumo, o software CAD/CAM é usado para projetar e fabricar protótipos, peças acabadas e processos de produção. Um exemplo de utilização é o de em protótipos desenvolvidos pela Embraer, que é um conglomerado nacional brasileiro que atua no ramo de fabricação de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, além de peças aeroespaciais e serviços de suporte na área aeronáutica. Há o uso de impressão 3D nas criações de algumas peças, como apresenta a Figura 3, onde pode ser 8 observado um equipamento de impressão 3D manufaturando um protótipo de asa para um dos aviões da empresa, utilizando sistemas. Figura 3 – Produção de protótipo de asa de aeronave Crédito: ANGELIKA WARMUTH / DPA / ZUMA press / Imageplus. É importante reforçar que os sistemas de AM se caracterizam principalmente pela capacidade de operar, com o mínimo de intervenção humana, na construção de componentes mecânicos fazendo uso somente de insumos inseridos em seu compartimento de material. 3.1 Visões de sistemas de AM A utilização da tecnologia de sistemas de AM vem sendo utilizada cada vez mais nos processos de manufatura avançadas. Com isso, novos modelos surgem para a logística e a capacidade de entrega de produtos diretamente para o cliente final. Um varejista de peças e componentes para determinado tipo de indústria como a automotiva, por exemplo, adquirindo uma impressora 3D diretamente no seu ponto de vendas, terá a capacidade de efetuar a impressão de uma peça, eliminando etapas que vão desde a produção pela indústria até o fator da distribuição, incluindo o processo logístico e de armazenagem de produto. Segundo essa visão, podemos ver ainda a capacidade de que uma indústria que opera com a produção de conjuntos montados ou kits adquirirá a 9 capacidade de efetuar a produção de peças customizadas, cuja fabricação era efetuada por outro fornecedor. Esse contexto se destaca pela capacidade transformadora de toda uma cadeia de suprimentos. A partir do instante em que uma empresa necessite de uma peça, será capaz de efetuar sua fabricação por meio da manufatura aditiva, obrigando o fornecedor a alterar o seu modelo de negócios. Entendendo as características exigidas na competitividade do seu produto, esse mesmo fornecedor perde a capacidade de ser um fornecedor de itens, passando a ser um perito em projetos de peças, não efetuando a venda da fabricação da peça como anteriormente, mas o projeto, que será manipulado pela empresa demandante para a produção dos objetos por meio da manufatura aditiva. TEMA 4 – FABRICAÇÃO DE PEÇAS A partir do advento da Revolução Industrial, os processos tradicionais de manufatura, como a soldagem, fundição, forjamento e torneamento possibilitaram diversos benefícios para a humanidade. Até esse momento da história, a atividade predominante considerava fundamentalmente o fator artesanal, em que um produto poderia sofrer uma demora de meses para ser considerado como pronto, com o surgimento da manufatura, surgiu também a capacidade de otimizar significativamente o processo de produção industrial. Dentro da história da humanidade, temos que as sociedades sempre buscaram realizar processos de maneira mais rápida e com um maiornível de aperfeiçoamento, o que possibilitou o aparecimento de um novo tipo de processo que foi denominado de Manufatura Aditiva. 4.1 Classificação para produção (tecnologias de prototipagem) Atualmente, existem basicamente três tipos principais para classificação de manufatura aditiva (AM). Cada um deles apresenta características diferenciadas relativas à elaboração e utilização de materiais. A tecnologia de AM vem sendo implementada na fabricação de diversos tipos de equipamentos e produtos, possibilitando grandes inovações especialmente na atividade industrial. Dentro dessa classificação, temos: • Modelagem de Deposição Fundida (Fused Deposition Modeling – FDM): caracterizada pela utilização de filamentos de polímeros para a 10 execução do processo de produção de objetos, opera pela deposição de camadas que resultam do aquecimento, próximo a 200°C, proporcionando o amolecimento dos filamentos compostos de material termoplástico específico. Ao mesmo tempo, diferentes fios amolecidos compõe o suporte para as superfícies que se encontram suspensas no modelo, isso proporciona uma sustentação a estrutura. • Estereolitografia (SLA): fundamentada na polimerização de uma resina fotossensível (acrílica, vinil, epóxi) constituída de monômeros, fotoiniciadores e aditivos, por meio de um feixe de laser ultravioleta, tem como característica a solidificação de resinas líquidas com o uso de luz ultravioleta. • Sinterização Seletiva a Laser (Selective Laser Sintering – SLS): o equipamento que opera com SLS produz objetos tridimensionais por meio da superposição de camadas homogêneas de polímeros em pó. O ciclo do processo é iniciado com a utilização de uma fina camada de pó, a qual irá se solidificar pela ação da incidência de um laser. Essa camada de pó é trabalhada pelo seu depósito no interior de um cilindro. Outras camadas são depositadas mediante roletes sobrepondo a camada anteriormente sintetizada e conectadas quimicamente uma com a outra pelo uso de calor do equipamento de emissão de laser. Sua caracterização se dá pela produção de objetos a partir de materiais como plásticos, cerâmicas granulados e metais. • Impressão à Jato de Tinta (IJP) – PolyJet – Objet: opera com resinas e um material caracterizado como gel na construção do suporte, os dois fotocuráveis. Possui o princípio fundamental da deposição de minúsculas gotas de resina em uma bandeja e, na sua sequência, a cura por luz UV emitida seguidamente da deposição da resina em seu processo de moldagem. • Fabricação de objetos laminados (Laminated Object Manufacturing – LOM): os objetos produzidos por meio desta tecnologia são obtidos pela colagem recorrente de folhas de papel, em que um feixe laser efetua o corte do perímetro exterior relativo à camada do objeto. Dessa forma, o processo é iniciado pela ação de desenrolar o papel saturado com cola termoplástica em sua superfície inferior. Na sequência, ocorre uma compressão do papel 11 em cima da camada anterior por um rolo pré-aquecido, ficando a colagem definitiva finalizada. • Impressão tridimensional (3DP) – Z Corporation: esse tipo de tecnologia faz uso de um aglutinante para agrupar o material por meio análogo à impressão com jato de tinta. Utiliza um cilindro para nivelar a matéria-prima, em seguida, ocorre a deposição do aglutinante, esboçando dessa forma a camada 2D. Figura 4 – Produção de peças em diferentes materiais para a indústria com tecnologia de manufatura aditiva (AM) Fonte: elaborado com base em Renishaw; Advanced manufacturing services; EOS; ARCAM 12 4.2 Volumes de produção de peças Para um ambiente de produção com tecnologias de AM, precisamos entender as características de processos por enxurrada, sendo que quando se aumenta o número de objetos a serem fabricados em um mesmo ciclo de processamento em determinado equipamento, se reduz o custo unitário desses objetos. Um exemplo desse fato pode ser observado em processos que necessitem de um elevado nível de tempo de preparo do equipamento, ou para a retirada de objeto dentro de determinados parâmetros de segurança, como são os casos de processamento por fusão. Podemos definir o volume de construção de um equipamento de AM com base no maior volume capaz de ser empregado na construção de um objeto. O formato geométrico apresentado nesse volume, de maneira geral, destaca-se como sendo um paralelepípedo de dimensões da base definidas no plano XY, enquanto na altura é empregado o eixo Z. Devido aos avanços tecnológicos, esses volumes vêm sendo aumentados, uma vez que dependem diretamente do modelo do equipamento para determinar a ampliação do volume. O posicionamento dos objetos deve ser observado, uma vez que cada uma das tecnologias de AM apresenta considerações específicas. Em algumas tecnologias, como PolyJet, no caso da ocupação 2D, devido à largura apresentada pelo cabeçote de jateamento, se indica a inserção de peças de 13 maneira ordenada, sendo a partir da mais elevada para a menos elevada, com início localizado no canto superior esquerdo da bandeja com destino à sua direita. Isso se deve ao fato de que esse canto se apresenta como posição inicial ou de referência do cabeçote de jateamento. Dessa forma, ocorre uma redução no deslocamento do cabeçote no plano XY, visando à cobertura todos os objetos. Com isso, acontece uma redução no tempo total de fabricação de um objeto. É necessário esclarecer que, da mesma forma que na parametrização da orientação, a organização das peças no volume de produção é uma atividade demandada ao operador, o qual deve priorizar o melhor uso possível desse volume. Essa ação tem a função ou o objetivo de preencher de maneira otimizada o volume para que se possa introduzir a maior quantidade de objetos possível, compreendendo as restrições de dimensões do volume de produção, dimensões de objetos, qualidade e tempo de produção. TEMA 5 – PROCESSAMENTO POSTERIOR AO PROCESSO (PÓS- PROCESSAMENTO) A partir da finalização do processo de impressão 3D, frequentemente ocorre a necessidade de se executar um processo de finalização de superfície. O pós-processamento e o acabamento superficial se apresentam como sendo um forte obstáculo para a manufatura aditiva. Ocorre que a superfície sofre um alto impacto em suas propriedades mecânicas, a exemplo da forte fadiga e a própria funcionalidade do objeto. Lamentavelmente, os objetos dificilmente estarão finalizados para uso final após o término da impressão. Possuir o conhecimento sobre cada um dos métodos operados pelas diferentes tecnologias de AM é essencial para se alcançar a maior qualidade possível nos objetos produzidos, economizar tempo e eliminar os custos desnecessários. Em um processo com tecnologia DMLS (manufatura aditiva metálica), por exemplo, depois de acontecerem todas as etapas do processo de AM, finalizando a produção do objeto, é exigido que se aguarde determinado tempo para o resfriamento do objeto. Esse processo tem a possibilidade de se estender por até 2 horas, por ser um processo de aquecimento assíduo do material, não afetando as áreas próximas ao ponto focal do laser. Alguns processos, a exemplo do EBM, com fusão de peças metálicas, podem ter essa etapa estendida por muito mais tempo. 14 Após essa etapa, remove-se o pó da impressora e, na sequência, é preciso remover o objeto da base de impressão, incluindo os suportes de impressão, podendo essa etapa ser realizada mediante o uso de serras de fita ou eletroerosão a fio como parte desse processo. Os objetos produzidos pela tecnologia DMLS têm a mesma capacidade de tratamento que peças de metal produzidas pela metalurgia tradicional para ações de processamento posterior. Podendo, assim, efetuar a inclusão de usinagem, tratamento térmico ou mesmo o acabamento de superfícies. 5.1 Métodos de pós-processamento Existe hoje uma enorme variedade de escolhas acerca do acabamento de superfície. Nesse contexto,o conhecimento sobre a escolha de qual utilizar e quando se deve efetuar sua aplicação é capaz de gerar diversas oportunidades para objetos produzidos em manufatura aditiva. Previamente a consideração da utilização das diferentes técnicas de acabamento, é importante conhecer a qualidade superficial desejada. • Rugosidade de superfície na impressão 3D: conforme o ângulo de produção, podemos ser capazes de alcançar qualidades de superfície diferentes, fato que foi extensamente comprovado ao longo dos anos mediante distintos estudos, além das experiências dos usuários de tecnologias de manufatura aditiva. A exemplo disso, em um projeto da Technische Universtität Bergakademie Freiberg, os objetos produzidos em Aço Inoxidável 316L apresentaram rugosidade média (Ra) ao término da impressão entre 5 e 45 µm. Observando no próprio objeto, podemos ver uma diferença quanto à rugosidade na parte superior (UpSkin) e inferior (DownSkin). 15 Figura 5 – Rugosidade em aço inoxidável Crédito: zuperia/Shutterstock. Os motivos de ocorrência das diferenças quanto à qualidade da superfície são diversos. O fator fundamental de influência está na estratégia de exposição utilizada em cada área específica. Em alguns casos em que existam menores ângulos, os suportes são geralmente utilizados para tornar melhor a transferência de calor e ainda melhorar a capacidade de produção e, também, prevenir a deformação do objeto. A remoção dos suportes é necessária e usualmente deriva em uma maior rugosidade da superfície em consequência do resíduo da estrutura de suporte que se mantém no objeto. Em relação ao pós-processamento, uma superfície não homogênea é capaz de ampliar as dificuldades no decorrer do acabamento, uma vez que uma superfície que se encontra já “lisa”, como UpSkin, tem uma maior capacidade de ser acabada mais rapidamente para o estado almejado quando comparado com as superfícies que se apresentam mais ásperas, como exemplo do DownSkin, bem como áreas de suporte. 5.2 Jateamento O jateamento usualmente se apresenta como sendo uma das primeiras fases do tratamento de superfície em peças de manufatura aditiva. De maneira geral, tem sua usabilidade aplicada na limpeza de partículas de pó residuais da superfície, com o objetivo de efetuar um alisamento da superfície ou efetuar alteração da aparência da peça. A fase ou etapa de jateamento é capaz de ser utilizada como sendo uma etapa introdutória para homogeneizar a superfície do objeto, com a finalidade de proporcionar uma redução das diferenças de rugosidade entre as superfícies de DownSkin e UpSkin, presentes nos objetos. 16 5.3 Tamboreamento O processo de tamboreamento é comumente utilizado para se efetuar o polimento de objetos metálicos sendo capaz de atender a diversas finalidades, como polimento, rebarbação ou esmerilhamento. Utilizado juntamente com o jateamento, que antecipadamente remove alguns dos picos, criando uma superfície mais homogênea, desse modo, uma quantidade menor de material precisa ser removida com o tamboreamento, proporcionando uma economia de tempo e possibilitando que os resultados se tornem melhores. 5.4 Polimento eletrolítico de plasma Uma outra fase de acabamento que pode ser aplicada é a de polimento eletrolítico por plasma (PeP). Essa fase de acabamento se caracteriza pela utilização de um processo eletroquímico, o qual efetua a remoção de material mediante uma associação de distintas reações químicas inseridas em uma camada de plasma gerada na superfície do objeto. Quando comparado com o polimento eletroquímico tradicional, esse processo faz uso de água e sais especiais na função de um eletrólito em lugar de ácidos. O polimento de plasma produz superfícies brilhantes e limpas, resultando em um perfeito acabamento final. 17 REFERÊNCIAS CHESHIRE, J. et al. CyberGIS for Analyzing Urban Data. In: CYBERGIS for Geospatial Discovery and Innovation. Holanda: Springer, 2019. FREIRE, T . et al. 3D Printing T echnology in the Construction Industry: Sustainability and Automation in Smart Constructions. Springer, Cham, p. 157- 167, 2021. GIBSON. I.; ROSEN, D.; STRUCKER, B. Additive Manufacturing Technologies: 3D Printing, Rapid Prototyping and Direct Digital Manufacturing. 2. ed. Springer, 2015. MARTINS, I. P.; JUNIOR, R. 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