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Questões resolvidas

O que é o Aquífero Guarani?

Quais os problemas das nossas cidades? Saber o que é movimento pendular, (muitas cidades já implantaram o transporte alternativo) comércio informal e formal. As cidades mudam suas formas e funções. Assim sendo, saiba quais as diferenças entre cortiço, jardins e favelas. Nossas cidades se ressentem de um melhor plano diretor, o que é a causa de sérios problemas ambientais, como a ilha de calor, o efeito de estufa, inversão térmica, a emissão de efluentes que contribui para a eutrofização de água, assoreamento de rios e impermeabilidade de área urbana. As grandes enchentes são uma constante, porque nossas cidades estão com estruturas envelhecida. A conturbação de cidade gera problemas de administração entre os municípios envolvidos. A reciclagem de lixo se revestem de uma importância nos tempos atuais. Em Goiânia implantou-se uma indústria de reciclagem de lixo, promovendo empregos, sendo um projeto ecossustentável dentro da cidade. Nossa cidade não precisava ser vertical. Isto se dá pela lógica capitalista, que se concentra espacialmente para reprodução do capital. A cidade é uma otimização de variáveis. Cresce deixando espaços internos e especula áreas. A ordem é lucrar não importa como (Economismo). A cidade cresce socializando o prejuízo e privatizando o lucro. A variável ecológica está em segundo plano. A cidade é o local do consumo, mas também o local do consumo do local. Há Cidades Globais e Megacidades. Saiba as diferenças entre elas.

Quais são as causas e consequências da crise de refugiados?

O fenômeno energético é interessante em suas nuances : o ritmo de crescimento do consumo de energia nos países ricos é menos acelerado que naqueles em desenvolvimento. "Isso acontece por causa dos diferentes estágios de industrialização" , diz Mike Grillot, economista do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Países atrasados têm indústrias pesadas, que consomem mais eletricidade. As nações maduras, por sua vez, estão, cada vez mais, se especializando na área de serviços deslocando fábricas para países em desenvolvimento. A previsão é que no futuro esse fenômeno se intensifique. Hoje, de cada dez habitantes do planeta, três não tem acesso à eletricidade. A maior parte dos que estão às escuras vive em áreas rurais de países miseráveis. Essa gente quer sair das trevas e poder comprar lâmpadas e eletrodomésticos. Em seguida, eles vão querer comprar carro e andar de avião - e isso só será possível se houver energia abundante e barata. A diferença em relação às necessidades energéticas não significa que o Primeiro Mundo está menos sedento de energia. Ao contrário, não pode descuidar-se sem o risco de pôr a perder o que foi penosamente conquistado pelas gerações anteriores. Os apagões e os racionamentos estão sendo registrados em países com boa infra-estrutura energética, sobretudo em decorrência da falta de investimento em geração, como mostram os exemplos da Califórnia e do Brasil. Estudo recente apontou o perigo de apagões em três regiões da Espanha em julho e agosto, quando o país é invadido por milhões de turistas. O motivo: falta de investimento em transmissão e aumento da demanda. Apagões são comuns em todo o países mais precários, como Índia, Paquistão, Nigéria, Geórgia e Armênia. "Nesses lugares, a maior causa é a falta de dinheiro para a manutenção", diz Jamal Saghir, diretor do departamento de energia do Banco Mundial. A crise energética não é, evidentemente, destino inevitável. É uma questão de planejamento e sobretudo de dinheiro. Maior produtora mundial de carvão mineral, a China garante 60% de sua demanda com usinas termelétricas - mas está investindo 70 bilhões de dólares na construção da maior hidrelétrica do planeta. Essa megaobra é necessária para atender às necessidades crescentes de uma economia que há mais de uma década cresce ao ritmo veloz de 7% ano. A usina de Três Gargantas no Yang Tsé terá capacidade de geração 50% superior à de Itaipu, hoje a mais potente do mundo. É uma dessas obras com números de tirar o fôlego pela grandiosidade. Só o concreto usado nas barragens seria suficiente para construir mais de 400 Maracanãs. O largo da usina terá 600 quilômetros de comprimento e vai engolir doze cidades e 356 vilarejos, obrigando a remoção de 2 milhões de pessoas. Quando estiver pronta, será um maná: produzirá 10% de toda a eletricidade de que os chineses precisam.

O que ninguém aceita é correr o risco de se tornar refém de novas crises pretolíferas. As três crises de petróleo - produto responsável por 40% da geração de energia global - são fantasmas ainda não exorcizados. Entre 1950 e 1973, o preço médio do barril ficou abaixo de ridículos 2 dólares. No começo dos anos 70, a OPEP dominada pelos árabes, fez uma verdadeira revolução. Atuou em grupo e cortou a extração em 25%. A velha lei da oferta e da procura fez o barril subir a 12 dólares, ligando alarmes em sedes governamentais de todo mundo. A segunda crise, provocada pela Revolução Islâmica do Irã, em 1979, também gerou um novo corte de produção. Foram seis anos de recessão mundial e, ao final, o barril já havia pulado para 40 dólares. A guerra do Golfo provocou a terceira grande crise, que felizmente durou pouco, em 1991. A imagem de poços de petróleo incendiando no Kuwait provocou uma especulação sem precedentes, mas a essa altura o poder de barganha dos produtores do Oriente Médio já havia diminuído por causa do desenvolvimento de tecnologias de prospecção, que beneficiaram a extração em países como a Rússia, Angola e Nigéria. Depois de anos desunidos, os membros da OPEP chegaram a um acordo em 1999, reduzindo a produção e triplicando o preço do barril. Menos mau que o medo de que as reservas de petróleo estariam próximas do fim seja coisa do passado. A produção mundial chegará ao ápice em 2040 e, só então, começará a cair. Até lá, talvez já se tenha descoberto outra forma de saciar a fome de energia. Consuelo Diegues - Revista Veja 23 de Maio de 2001.

De cada quatro pessoas empregadas no país em 97, uma vivia à custa de atividade econômica desenvolvida no ambiente familiar. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de brasileiros nessa situação em 97 atingiu 12,87 milhões de pessoas. Esse contingente integra o que o instituto classifica de "setor informal da economia", embora um terço delas tivesse seus negócios regularizados, e 7% dos empregados tivessem carteira assinada. Essa significativa fatia do mercado trabalho contribuiu, segundo estimativas preliminares do IBGE, com 8% do PIB (Produto Interno Bruto) em 97. O instituto usa o termo "empresas informais" mesmo para negócios legalizados, apesar do entendimento comum de que informal é a economia paralela, que escapa as estatísticas oficiais. O IBGE usa o conceito de informalidade adotado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) desde 93. A constatação de que o setor informal contribuiu com, aproximadamente, 8% do PIB -o total de bens e serviços produzidos no país- põe fim a uma crença de a participação dos pequenos sócios informais gerava cifras muito maiores. Em outubro de 97, diz o IBGE, eles movimentaram R$ 12,89 bilhões, distribuídos por 9,478 milhões de empresas, cuja receita média foi de R$1.405. Mito Segundo técnicos do IBGE, levando-se em conta apenas unidades produtivas, sem atividades ilegais e sonegações, o mito do "PIB paralelo" cai. "Fica clara a grande importância do setor informal para a geração de postos de trabalho", disse Ângela Jorge, diretora do Departamento de Emprego e Rendimentos do órgão. Essas 12,87 milhões de pessoas formam um contingente igual à soma dos empregados na indústria de transformação e em serviços públicos (militares e estatutários), segundo dados do IBGE. Elas se concentraram em comércio, justamente a área com a maior receita média mensal: R$ 2.219. Para a especialista em economia informal Hildete Pereira de Melo, consultora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o fato de um quarto da população empregada do país pertencer ao setor informal é "dramático". "A renda média é muito baixa. É um bolsão de pessoas de baixa renda", diz. O rendimento médio de um desempregado do setor informal, segundo o IBGE, foi de R$ 240, em outubro de 97. Mas é uma realidade que muda muito dependendo da região, do tipo de atividade, instrução etc. Por exemplo: como empregados, pessoas de baixa instrução -a maioria pesquisada- ganhariam, no máximo, dois salários mínimos no mercado de trabalho (R$ 280). Como trabalhadores por conta própria, têm um rendimento médio de R$ 400, ou de R$ 1.000, no caso de pequenos empregadores. Exemplo típico dessa população é Lindinalva de Assis, a Dinha, 48 anos, que chega a empregar 22 pessoas no mercado informal do acarajé em Salvador (BA). Mas não assina a carteira de trabalho da maioria dos funcionários. "As pessoas que trabalham comigo me ajudam a fazer o acarajé, o abará, cortam salada e atendem clientes", revela a vendedora de acarajé mais famosa da Bahia. Em média, o comércio informal de Dinha registra um faturamento bruto de R$ 65 mil por mês. O lucro médio é de R$13 mil mensais. Dinha disse que paga entre R$ 150 e R$ 250 por mês aos seus funcionários. "Em me sinto gratificada em ajudar no sustento de tantas famílias", afirmou. Os negócios informais estão concentrados sobretudo na região Sudeste (47,5%), aparecendo o Nordeste em seguida, com 26%. O Norte ficou com a menor fatia da distribuição das atividades informais pelo país: 5%. A maioria (57%) desses empreendedores não nasceu nos municípios onde trabalha. E optou pela informalidade pela perspectiva de ter o próprio negócio, segundo o IBGE.

O que causou a queda de 40% no consumo de carne e alteração nos hábitos alimentares da população na Europa?

A febre aftosa
A doença da vaca louca
O surto de pânico

Qual é a região para que se discuta a criação da ALCA até 2005?

Quanto a renda dos 10% mais ricos é maior do que a dos 10% mais pobres?

a) 1974 governo Perón 8 vezes
b) 1989 hiperinflação no governo Alfonsín 23,1 vezes
c) 1990 primeiro ano do Carlos Menem 19,3 vezes

O que está em Jogo na OMC

A Rodada do Milênio, que começa em novembro próximo, em Seattle (EUA), traz a oportunidade da redução dos subsídios e dos protecionismos ao setor agrícola e melhoria do acesso dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Cerca de dois terços das importações mundiais de produtos agrícolas são realizadas por países desenvolvidos protecionistas.
Entre o início da Rodada Uruguai e o início da Rodada do Milênio houve uma deterioração nos níveis do protecionismo mundial.
A OCDE estima que os subsídios totais ao produtor atingiram, em 98, US$ 362 bilhões/ano, contra US$ 320 bilhões no período 1986-1988.
O agronegócio responde por 32% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro (cerca de US$ 250 bilhões/ano), 38% da pauta de exportações (US$ bilhões/ano) e mais de 40% da população economicamente ativa.
O Brasil enfrenta um preocupante desequilíbrio na balança de pagamentos. Para reverter esse quadro, é necessário exportar mais. A meta de US$ 100 bilhões em exportações até 2003 (US$ 44 bilhões no agronegócio) depende das negociações na OMC.
Para ter uma idéia da importância da Rodada do Milênio, vale citar alguns exemplos de práticas protecionistas dos principais parceiros comerciais do Brasil.
As palavras de ordem da agricultura na maioria dos países desenvolvidos são preços de sustentação administrados pelos governos, restrições às importações, barreiras técnicas (sanitárias, de qualidade, e agora ambientais e sociais), formação de estoques públicos, ajudas diretas aos produtores, salvaguardas especiais, compras governamentais e comércio dominado por monopólios públicos e privados.
Fechando o ciclo da proteção, os excedentes são exportados por meio de abundantes subsídios e créditos governamentais.

Qual é a hierarquia na Igreja Católica, incluindo as responsabilidades de cada cargo e as principais comemorações?

Qual é a fonte de energia que será capaz de produzir 10% de toda a eletricidade de que os chineses precisam?

a) Carvão
b) Energia Eólica
c) Petróleo
d) Hidrelétricas

O que propõe a área de Livre Comércio das Américas (ALCA)? Qual é o cronograma previsto para sua criação? Qual é a posição dos EUA em relação à ALCA? E qual é a posição do Brasil em relação à ALCA?

É possível realizar a construção da quarta região do planeta depois da União Européia, NAFTA e Japão para proporcionar bem-estar a nossos cidadãos e nos permitir sentar à "mesa pequena" da negociação universal?

Em 1947, 23 países assinaram o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), visando estabelecer normas e procedimentos de conduta para o comércio internacional de mercadorias. Dali para frente, a estrutura de funcionamento do Gatt se baseou em rodadas periódicas de negociações multilaterais. A oitava e última dessas rodadas, a Rodada do Uruguai, ocorreu entre 1986 e 1993, sendo que desde então o Gatt se transformou na Organização Mundial de Comércio (OMC). A Rodada Uruguai trouxe novas reduções tarifárias nos bens industriais, aumentando a exposição dos países ao livre comércio. Dos temas tratados, o mais polêmico foi o protecionismo agrícola e seus impactos negativos sobre o comércio. Em abril de 1994, 123 países assinaram em Marrakech, na conclusão da Rodada Uruguai, um acordo sobre agricultura com vigência de nove anos. Pela primeira vez, a agricultura passou a contar com regras de conduta, disciplinas e procedimentos para solucionar disputas comerciais. Isso significou a fixação de um teto para a escalada de subsídios que vinha ocorrendo. Os subsídios agrícolas foram enquadrados dentro de limites máximos permitidos, além da fixação de níveis mínimos de acesso aos mercados dos países mais ricos. Ocorreu também alguma redução nos subsídios à exportação e no apoio doméstico aos produtores, em relação aos níveis do final dos anos 80. Mas a expectativa de eliminação total dos subsídios foi frustrada. O Acordo Agrícola manteve formas desleais de comércio nas commodities agrícolas, praticamente mantendo os subsídios vigentes no início dos anos 90. O acordo acabou oficializando a maior parte das políticas protecionistas e dos subsídios praticados pelos países desenvolvidos, principalmente pelos EUA e pela EU. Qual foi o principal tema tratado na Rodada do Uruguai?

a) Redução dos subsídios domésticos e eliminação total dos subsídios à exportação.
b) Aumento dos subsídios à exportação e redução dos subsídios domésticos.
c) Redução dos subsídios à exportação e limitação dos subsídios agrícolas.

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Questões resolvidas

O que é o Aquífero Guarani?

Quais os problemas das nossas cidades? Saber o que é movimento pendular, (muitas cidades já implantaram o transporte alternativo) comércio informal e formal. As cidades mudam suas formas e funções. Assim sendo, saiba quais as diferenças entre cortiço, jardins e favelas. Nossas cidades se ressentem de um melhor plano diretor, o que é a causa de sérios problemas ambientais, como a ilha de calor, o efeito de estufa, inversão térmica, a emissão de efluentes que contribui para a eutrofização de água, assoreamento de rios e impermeabilidade de área urbana. As grandes enchentes são uma constante, porque nossas cidades estão com estruturas envelhecida. A conturbação de cidade gera problemas de administração entre os municípios envolvidos. A reciclagem de lixo se revestem de uma importância nos tempos atuais. Em Goiânia implantou-se uma indústria de reciclagem de lixo, promovendo empregos, sendo um projeto ecossustentável dentro da cidade. Nossa cidade não precisava ser vertical. Isto se dá pela lógica capitalista, que se concentra espacialmente para reprodução do capital. A cidade é uma otimização de variáveis. Cresce deixando espaços internos e especula áreas. A ordem é lucrar não importa como (Economismo). A cidade cresce socializando o prejuízo e privatizando o lucro. A variável ecológica está em segundo plano. A cidade é o local do consumo, mas também o local do consumo do local. Há Cidades Globais e Megacidades. Saiba as diferenças entre elas.

Quais são as causas e consequências da crise de refugiados?

O fenômeno energético é interessante em suas nuances : o ritmo de crescimento do consumo de energia nos países ricos é menos acelerado que naqueles em desenvolvimento. "Isso acontece por causa dos diferentes estágios de industrialização" , diz Mike Grillot, economista do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Países atrasados têm indústrias pesadas, que consomem mais eletricidade. As nações maduras, por sua vez, estão, cada vez mais, se especializando na área de serviços deslocando fábricas para países em desenvolvimento. A previsão é que no futuro esse fenômeno se intensifique. Hoje, de cada dez habitantes do planeta, três não tem acesso à eletricidade. A maior parte dos que estão às escuras vive em áreas rurais de países miseráveis. Essa gente quer sair das trevas e poder comprar lâmpadas e eletrodomésticos. Em seguida, eles vão querer comprar carro e andar de avião - e isso só será possível se houver energia abundante e barata. A diferença em relação às necessidades energéticas não significa que o Primeiro Mundo está menos sedento de energia. Ao contrário, não pode descuidar-se sem o risco de pôr a perder o que foi penosamente conquistado pelas gerações anteriores. Os apagões e os racionamentos estão sendo registrados em países com boa infra-estrutura energética, sobretudo em decorrência da falta de investimento em geração, como mostram os exemplos da Califórnia e do Brasil. Estudo recente apontou o perigo de apagões em três regiões da Espanha em julho e agosto, quando o país é invadido por milhões de turistas. O motivo: falta de investimento em transmissão e aumento da demanda. Apagões são comuns em todo o países mais precários, como Índia, Paquistão, Nigéria, Geórgia e Armênia. "Nesses lugares, a maior causa é a falta de dinheiro para a manutenção", diz Jamal Saghir, diretor do departamento de energia do Banco Mundial. A crise energética não é, evidentemente, destino inevitável. É uma questão de planejamento e sobretudo de dinheiro. Maior produtora mundial de carvão mineral, a China garante 60% de sua demanda com usinas termelétricas - mas está investindo 70 bilhões de dólares na construção da maior hidrelétrica do planeta. Essa megaobra é necessária para atender às necessidades crescentes de uma economia que há mais de uma década cresce ao ritmo veloz de 7% ano. A usina de Três Gargantas no Yang Tsé terá capacidade de geração 50% superior à de Itaipu, hoje a mais potente do mundo. É uma dessas obras com números de tirar o fôlego pela grandiosidade. Só o concreto usado nas barragens seria suficiente para construir mais de 400 Maracanãs. O largo da usina terá 600 quilômetros de comprimento e vai engolir doze cidades e 356 vilarejos, obrigando a remoção de 2 milhões de pessoas. Quando estiver pronta, será um maná: produzirá 10% de toda a eletricidade de que os chineses precisam.

O que ninguém aceita é correr o risco de se tornar refém de novas crises pretolíferas. As três crises de petróleo - produto responsável por 40% da geração de energia global - são fantasmas ainda não exorcizados. Entre 1950 e 1973, o preço médio do barril ficou abaixo de ridículos 2 dólares. No começo dos anos 70, a OPEP dominada pelos árabes, fez uma verdadeira revolução. Atuou em grupo e cortou a extração em 25%. A velha lei da oferta e da procura fez o barril subir a 12 dólares, ligando alarmes em sedes governamentais de todo mundo. A segunda crise, provocada pela Revolução Islâmica do Irã, em 1979, também gerou um novo corte de produção. Foram seis anos de recessão mundial e, ao final, o barril já havia pulado para 40 dólares. A guerra do Golfo provocou a terceira grande crise, que felizmente durou pouco, em 1991. A imagem de poços de petróleo incendiando no Kuwait provocou uma especulação sem precedentes, mas a essa altura o poder de barganha dos produtores do Oriente Médio já havia diminuído por causa do desenvolvimento de tecnologias de prospecção, que beneficiaram a extração em países como a Rússia, Angola e Nigéria. Depois de anos desunidos, os membros da OPEP chegaram a um acordo em 1999, reduzindo a produção e triplicando o preço do barril. Menos mau que o medo de que as reservas de petróleo estariam próximas do fim seja coisa do passado. A produção mundial chegará ao ápice em 2040 e, só então, começará a cair. Até lá, talvez já se tenha descoberto outra forma de saciar a fome de energia. Consuelo Diegues - Revista Veja 23 de Maio de 2001.

De cada quatro pessoas empregadas no país em 97, uma vivia à custa de atividade econômica desenvolvida no ambiente familiar. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de brasileiros nessa situação em 97 atingiu 12,87 milhões de pessoas. Esse contingente integra o que o instituto classifica de "setor informal da economia", embora um terço delas tivesse seus negócios regularizados, e 7% dos empregados tivessem carteira assinada. Essa significativa fatia do mercado trabalho contribuiu, segundo estimativas preliminares do IBGE, com 8% do PIB (Produto Interno Bruto) em 97. O instituto usa o termo "empresas informais" mesmo para negócios legalizados, apesar do entendimento comum de que informal é a economia paralela, que escapa as estatísticas oficiais. O IBGE usa o conceito de informalidade adotado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) desde 93. A constatação de que o setor informal contribuiu com, aproximadamente, 8% do PIB -o total de bens e serviços produzidos no país- põe fim a uma crença de a participação dos pequenos sócios informais gerava cifras muito maiores. Em outubro de 97, diz o IBGE, eles movimentaram R$ 12,89 bilhões, distribuídos por 9,478 milhões de empresas, cuja receita média foi de R$1.405. Mito Segundo técnicos do IBGE, levando-se em conta apenas unidades produtivas, sem atividades ilegais e sonegações, o mito do "PIB paralelo" cai. "Fica clara a grande importância do setor informal para a geração de postos de trabalho", disse Ângela Jorge, diretora do Departamento de Emprego e Rendimentos do órgão. Essas 12,87 milhões de pessoas formam um contingente igual à soma dos empregados na indústria de transformação e em serviços públicos (militares e estatutários), segundo dados do IBGE. Elas se concentraram em comércio, justamente a área com a maior receita média mensal: R$ 2.219. Para a especialista em economia informal Hildete Pereira de Melo, consultora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o fato de um quarto da população empregada do país pertencer ao setor informal é "dramático". "A renda média é muito baixa. É um bolsão de pessoas de baixa renda", diz. O rendimento médio de um desempregado do setor informal, segundo o IBGE, foi de R$ 240, em outubro de 97. Mas é uma realidade que muda muito dependendo da região, do tipo de atividade, instrução etc. Por exemplo: como empregados, pessoas de baixa instrução -a maioria pesquisada- ganhariam, no máximo, dois salários mínimos no mercado de trabalho (R$ 280). Como trabalhadores por conta própria, têm um rendimento médio de R$ 400, ou de R$ 1.000, no caso de pequenos empregadores. Exemplo típico dessa população é Lindinalva de Assis, a Dinha, 48 anos, que chega a empregar 22 pessoas no mercado informal do acarajé em Salvador (BA). Mas não assina a carteira de trabalho da maioria dos funcionários. "As pessoas que trabalham comigo me ajudam a fazer o acarajé, o abará, cortam salada e atendem clientes", revela a vendedora de acarajé mais famosa da Bahia. Em média, o comércio informal de Dinha registra um faturamento bruto de R$ 65 mil por mês. O lucro médio é de R$13 mil mensais. Dinha disse que paga entre R$ 150 e R$ 250 por mês aos seus funcionários. "Em me sinto gratificada em ajudar no sustento de tantas famílias", afirmou. Os negócios informais estão concentrados sobretudo na região Sudeste (47,5%), aparecendo o Nordeste em seguida, com 26%. O Norte ficou com a menor fatia da distribuição das atividades informais pelo país: 5%. A maioria (57%) desses empreendedores não nasceu nos municípios onde trabalha. E optou pela informalidade pela perspectiva de ter o próprio negócio, segundo o IBGE.

O que causou a queda de 40% no consumo de carne e alteração nos hábitos alimentares da população na Europa?

A febre aftosa
A doença da vaca louca
O surto de pânico

Qual é a região para que se discuta a criação da ALCA até 2005?

Quanto a renda dos 10% mais ricos é maior do que a dos 10% mais pobres?

a) 1974 governo Perón 8 vezes
b) 1989 hiperinflação no governo Alfonsín 23,1 vezes
c) 1990 primeiro ano do Carlos Menem 19,3 vezes

O que está em Jogo na OMC

A Rodada do Milênio, que começa em novembro próximo, em Seattle (EUA), traz a oportunidade da redução dos subsídios e dos protecionismos ao setor agrícola e melhoria do acesso dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Cerca de dois terços das importações mundiais de produtos agrícolas são realizadas por países desenvolvidos protecionistas.
Entre o início da Rodada Uruguai e o início da Rodada do Milênio houve uma deterioração nos níveis do protecionismo mundial.
A OCDE estima que os subsídios totais ao produtor atingiram, em 98, US$ 362 bilhões/ano, contra US$ 320 bilhões no período 1986-1988.
O agronegócio responde por 32% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro (cerca de US$ 250 bilhões/ano), 38% da pauta de exportações (US$ bilhões/ano) e mais de 40% da população economicamente ativa.
O Brasil enfrenta um preocupante desequilíbrio na balança de pagamentos. Para reverter esse quadro, é necessário exportar mais. A meta de US$ 100 bilhões em exportações até 2003 (US$ 44 bilhões no agronegócio) depende das negociações na OMC.
Para ter uma idéia da importância da Rodada do Milênio, vale citar alguns exemplos de práticas protecionistas dos principais parceiros comerciais do Brasil.
As palavras de ordem da agricultura na maioria dos países desenvolvidos são preços de sustentação administrados pelos governos, restrições às importações, barreiras técnicas (sanitárias, de qualidade, e agora ambientais e sociais), formação de estoques públicos, ajudas diretas aos produtores, salvaguardas especiais, compras governamentais e comércio dominado por monopólios públicos e privados.
Fechando o ciclo da proteção, os excedentes são exportados por meio de abundantes subsídios e créditos governamentais.

Qual é a hierarquia na Igreja Católica, incluindo as responsabilidades de cada cargo e as principais comemorações?

Qual é a fonte de energia que será capaz de produzir 10% de toda a eletricidade de que os chineses precisam?

a) Carvão
b) Energia Eólica
c) Petróleo
d) Hidrelétricas

O que propõe a área de Livre Comércio das Américas (ALCA)? Qual é o cronograma previsto para sua criação? Qual é a posição dos EUA em relação à ALCA? E qual é a posição do Brasil em relação à ALCA?

É possível realizar a construção da quarta região do planeta depois da União Européia, NAFTA e Japão para proporcionar bem-estar a nossos cidadãos e nos permitir sentar à "mesa pequena" da negociação universal?

Em 1947, 23 países assinaram o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), visando estabelecer normas e procedimentos de conduta para o comércio internacional de mercadorias. Dali para frente, a estrutura de funcionamento do Gatt se baseou em rodadas periódicas de negociações multilaterais. A oitava e última dessas rodadas, a Rodada do Uruguai, ocorreu entre 1986 e 1993, sendo que desde então o Gatt se transformou na Organização Mundial de Comércio (OMC). A Rodada Uruguai trouxe novas reduções tarifárias nos bens industriais, aumentando a exposição dos países ao livre comércio. Dos temas tratados, o mais polêmico foi o protecionismo agrícola e seus impactos negativos sobre o comércio. Em abril de 1994, 123 países assinaram em Marrakech, na conclusão da Rodada Uruguai, um acordo sobre agricultura com vigência de nove anos. Pela primeira vez, a agricultura passou a contar com regras de conduta, disciplinas e procedimentos para solucionar disputas comerciais. Isso significou a fixação de um teto para a escalada de subsídios que vinha ocorrendo. Os subsídios agrícolas foram enquadrados dentro de limites máximos permitidos, além da fixação de níveis mínimos de acesso aos mercados dos países mais ricos. Ocorreu também alguma redução nos subsídios à exportação e no apoio doméstico aos produtores, em relação aos níveis do final dos anos 80. Mas a expectativa de eliminação total dos subsídios foi frustrada. O Acordo Agrícola manteve formas desleais de comércio nas commodities agrícolas, praticamente mantendo os subsídios vigentes no início dos anos 90. O acordo acabou oficializando a maior parte das políticas protecionistas e dos subsídios praticados pelos países desenvolvidos, principalmente pelos EUA e pela EU. Qual foi o principal tema tratado na Rodada do Uruguai?

a) Redução dos subsídios domésticos e eliminação total dos subsídios à exportação.
b) Aumento dos subsídios à exportação e redução dos subsídios domésticos.
c) Redução dos subsídios à exportação e limitação dos subsídios agrícolas.

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A QUALIDADE DE VIDA NO 
MUNDO 
Os países com melhor IDH 
1º Noruega 0,903 
2º Austrália 0,936 
3º Canadá 0,936 
4º Suécia 0,936 
5º Bélgica 0,935 
6º EUA 0,934 
7º Islândia 0,932 
8º Holanda 0,931 
9º Japão 0,928 
10º Finlândia 0,925 
 
 Os países com pior IDH 
162º Serra Leoa 0,258 
161º Níger 0,274 
160º Brundi 0,309 
159º Brukina Faso 0,320 
158º Etiópia 0,321 
157º Moçambique 0,323 
156º Guiné-Bissau 0,339 
155º Chade 0,359 
154º Rep. Centro-Africana 0,372 
153º Mali 0,378 
 
 
NA AMÉRICA DO SUL 
A classificação do Brasil comparado com a de seus 
vizinhos: 
 
 
 
 
NO BRASIL 
EDUCAÇÃO 
• 15,1% da população adulta é 
analfabeta 
 
• Desde 1990, os gastos com 
educação cresceram apenas 0,4% 
 
SAÚDE 
• 72% da população recebe 
atendimento médico adequado. Em 
contrapartida, apenas 40% da 
população tem acesso aos 
medicamentos essências. 
 
• 99% das crianças foram vacinadas 
contra a tuberculose e 96%, contra o 
sarampo entre 1997 e 1999 
 
• 77% das mulheres usam algum 
método contraconceptivo - mulheres 
casadas de idade entre 15 e 49 anos 
 
• US$ 453 é quanto o governo gasta 
com saúde 
 
• 72,9% do PIB é quanto as políticas 
de saúde consomem 
 
• 83% da população tem acesso à 
água encanada 
 
• 10% da população sofre má-
nutrição 
 
• 34 crianças morrem antes de 
completar um ano e cada mil que 
nascem 
 
• 67,2 é a expectativa média de vida 
do brasileiro 
 
ECONOMIA 
• 9% da população vive com menos 
de US$ 1 por dia 
 
• 46,7% da renda está concentrada 
nas mãos de 10% da população 
 
• 1,5% foi o crescimento do 
Produto Interno Bruto (PIB) ao ano 
na última década 
 
EM 2015 
• O Brasil terá 201,4 milhões de 
habitantes 
 
• 86,5% da população vivera em 
cidades 
 
• 7,3% da população terá mais de 
65 anos (atualmente o número de 
idosos é de 5%) 
 
 
 
África - um continente flagelado pela AIDS 
 
 
A pobreza, a falta de informação e as guerras produziram uma bomba de efeito 
retardado que está dizimando a África: nas duas últimas décadas, a Aids matou 17 
milhões de pessoas no continente, quase tanto quanto catástrofes históricas como 
a gripe espanhola do início do século passado (20 milhões) e a peste negra, na 
Idade Média (25 milhões). 
De cada três infectados pela Aids no planeta, dois vivem na África. 
Enquanto na Europa, nos Estados Unidos e mesmo no Brasil as campanhas de 
prevenção e novas drogas têm conseguido deter a epidemia e prolongar a vida de 
portadores do HIV, para os africanos contaminados praticamente não há 
esperança. 
A cada minuto, oito novos doentes surgem no continente. Na África subsaariana, a 
mais afetada do mundo, o número de pessoas infectadas com o HIV subiu para 
25,3 milhões em 2000, segundo um relatório do Programa da Organização das 
Nações Unidas para Aids (Unaids). 
Em conseqüência da doença, a expectativa média de vida em algumas nações 
recuou em até 17 anos - sobretudo no sul da África, onde países como Zimbábue 
convivem com índices de contaminação de 25% da população. Para se ter uma 
idéia do que isso representa, o Brasil tem 540 mil pessoas infectadas, uma taxa 
de contaminação de 0,35% da população. 
Por causa da devastação causada pela doença, nos próximos cinco anos a 
expectativa de vida no continente deve retroceder aos níveis dos anos 60, caindo 
de 59 para 45 anos em média. 
A África do Sul, que marcou a história da medicina ao realizar o primeiro 
transplante de coração, em 1967, tem hoje 4,2 milhões de pessoas infectadas - o 
maior número de soropositivos do mundo. No país, a incidência de estupros é 
epidêmica como a própria síndrome, e as duas estão vinculadas. Em certas 
regiões, cultiva-se a lenda de que um portador do HIV pode curar-se ao violentar 
uma virgem. Oficialmente, ocorrem 50 mil estupros por ano - há estimativas de 
que esse número seja superior a 1 milhão. 
Frágeis economias sofrem impacto da epidemia - O HIV se alastra livre e 
solto pelo continente, sem que os governos tomem medidas preventivas eficazes. 
Com exceção de Uganda, praticamente não há campanhas de prevenção, faltam 
testes de HIV e não há medicamentos para tratar os doentes. A razão, segundo 
especialistas, é a falta de vontade política dos governos de lidar com a doença e 
de tocar em assuntos tabus para a maioria das culturas africanas, como sexo, 
homossexualismo e "camisinha". 
Muitos africanos ignoram o que seja Aids. Eles acham que a doença é causada 
apenas pela pobreza, por bruxaria, inveja ou por maldição de espíritos 
antepassados. Esses mitos aumentam o estigma em torno da Aids, mantida em 
segredo por doentes e familiares devido ao preconceito e ao isolamento a que são 
submetidos na comunidade. 
O seminarista togolês Pierre Avonyo, que trabalhou com soropositivos em seu país 
de origem, afirma que a violência sexual contra as mulheres produzida por 
guerrilheiros e pelos próprios exércitos é a principal causa do aumento da 
incidência da Aids. A doença também ameaça correr as frágeis economias dos 
países. O Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul, por exemplo, será 17% 
menor em 10 anos por causa de Aids. Empresas de vários países calculam perder 
entre 6% e 8% dos lucros em gastos com funcionários contaminados, incluindo o 
pagamento de funerais e medicamentos básicos. 
O engenheiro belga Dirk Bogaert, que prestou assistência a doentes pela 
organização Médicos Sem Fronteiras em vários países da África, dá um exemplo 
de como a Aids faz parte do cotidiano das empresas: ao contratar cinco motoristas 
para transportar remédios para regiões infectadas, ele afirma que um empregador 
precisa prever que, em dois anos, pelo menos um funcionário vai apresentar 
sintomas da doença. A Aids deixa de ser uma doença que a gente lê nos jornais, e 
passa a ser uma vivência de todo o dia - afirma. 
 
Governo brasileiro assinou convênios de cooperação com países africanos 
- Para desespero das grandes multinacionais farmacêuticas, o governo brasileiro 
assinou convênios de cooperação com Angola, Maçambique, Guiné-Bissau, São 
Tomé e Príncipe. A ajuda inclui transferência de tecnologia para a fabricação de 
medicamentos, treinamento no controle de qualidade das matérias-primas e 
orientação para a administração correta do tratamento.A guerra de patentes está 
em vigor na África do Sul. Os grandes laboratórios estão processando o governo, 
em uma tentativa de impedir a compra de medicamentos genéricos de outros 
países, como o Brasil e a Índia. As indústrias queixam-se de que o desrespeito às 
patentes causa prejuízos anuais de milhões de dólares. O país conquistou uma 
vitória na semana passada, quando a Merck anunciou a redução de preço dos seus 
medicamentos. 
O que é uma Patente? O que é Quebra de Patente? 
É uma espécie de registro de 
propriedade industrial ou intelectual de 
um determinado invento, que garante 
Também chamada de licença 
compulsória, significa que o governo 
de um país pode anular a 
a seu criador a exclusividade na 
fabricação do produto e o retorno do 
investimento feito para desenvolver o 
projeto. 
exclusividade do fabricante sobre seu 
produto e permitir que outras fábricas 
copiem a invenção. 
 
 
 
 
ÁGUA PURA PARA O MUNDO - AQÜÍFERO GUARANI 
 
 
O mapa hidrogeológico da maior reserva subterrânea de água da América do Sul e 
uma das maiores do mundo, o Aqüífero Guarani, está pronto. O trabalho consumiu 
sete anos de pesquisa do professor da Unisinos Heraldo Campos, 46 anos, doutor em 
Hidrogeologia pela Universidade da Catalunha (Espanha). Financiado pelo Conselho 
Nacional de Pesquisa (CNPq), o mapa digitalizado foi lançado no final do ano passado 
pela revista Acta Geologica Leopoldensia, editada pela Unisinos. O trabalho será 
utilizado pelo Unesco como ferramenta de gestão do recurso no projeto internacional 
para proteçao ambiental do aqüífero. 
 
 
AQÜÍFERO GUARANI 
• O NOME: 
Homenagem à população indígena que 
dominava a Bacia Platina na época do 
descobrimento da América. 
• O VOLUME DE ÁGUA 
ARMAZENADA: 
Calcula-se que areserva contenha 50 
quatrilhões de litros de água. É mais do 
que a água que corre em todos os rios 
do planeta em um ano, ou seja, 43 
quatrilhões de litros. Poderia abastecer a 
atual população brasileira por 2 mil 
anos. 
• A VAZÃO: 
Chega a 800 metros cúbicos por hora 
(ou 800 mil litros) em profundidades de 
mil a 1,2 mil metros. Nas bordas é de 
cerca 3 litros/hora. 
• A PROFUNDIDADE: 
A água do manancial está situada a uma 
profundidade que oscila de 50 metros a 
1,5 mil metros. 10% da área total está 
rente a superfície. 
• A TEMPERATURA DA ÁGUA: 
A cada cem metros de profundidade, a 
temperatura da água aumenta 3ºC. Nos 
pontos mais profundos, pode chegar a 
60ºC. A água tem uma temperatura 
média de 25ºC a 30ºC . 
• A ESPONJA: 
A água está embebida em um manto de 
arenito poroso. Trata-se de água da 
chuva que escorreu lentamente para o 
subsolo durante 100 milhões de anos, 
depurando-se. 
 
 
• O eixo do Rio Paraná é uma referência 
geográfica. Próximo ao rio, o aqüífero 
está em grandes profundidades, a mais 
de mil metros. 
• A água do Guarani é suficiente para 
abstecer a população do mundo inteiro 
por uma década. 
• Nas margens do aqüífero Guarani, a 
erosão expõe afloramentos. 
• Além do Guarani, um reservatório bem 
menor, o Bauru, se formou sob o solo da 
região de São Paulo. 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
A QUESTÃO AMBIENTAL 
Antes de mais nada é bom lembrar que só podemos entender a questão 
ambiental, aqui no Brasil, na forma da onda da globalização neoliberal que vem 
promovendo uma total perda da soberania nacional sobre a gestão dos seus 
recursos naturais, coibindo assim a alternativa de projetos de desenvolvimento 
sustentáveis, aprofundando as desigualdades sociais, dilapidando os recursos 
naturais, excluindo em grande parte a população do mercado de trabalho, sem 
que participe dos frutos propiciados pelo avanço da ciência e tecnologia. 
Quanto a esta questão, não confundir, por exemplo, efeito estufa, (natural, 
conceito da Física) com efeito de estufa (aquele provocado pela ação do 
homem, conceito da geografia). Lembre-se: a última grande conferência sobre o 
clima, se deu em Kioto, Japão, no ano de 1997, sendo que este ano houve mais 
um encontro em Bohn no qual ficou claro que alguns países não estão cumprindo 
suas resoluções. Dois resistentes foram a Austrália e o Japão. O Governo Bush 
neoliberal de direita não ratificou o acordo de Kioto mesmo sendo os EUA 
responsáveis pela emissão de ¼ dos "gases de estufa" do globo. Um capítulo 
polêmico deste encontro, foi a emissão dos gases de estufa, cujas quantidades 
devem ser reduzidas ao nível de quinze anos atrás. Os Americanos são 100 
milhões de carros. Cada americano consome energia para: 3 suíços, 4 italianos, 
160 tanzanianos e 1100 ruandeses. Utilizam 40% dos recursos renováveis do 
globo sendo que suas fontes de energia são baseadas em combustíveis fósseis: 
Carvão, Petróleo e Gás Natural. 
A questão ambiental é uma questão global, sendo necessária uma ação 
conjunta de todos os países do globo. As energias carbonadas, petróleo e 
carvão, principalmente, as queimadas*, os gases emitidos pelas fábricas, são 
causas básicas do efeito de estufa, ilha de calor, chuva ácida e inversão térmica, 
problemas sério dos tempos atuais e que reforçam uma de nossas principais 
contradições. Ela reside no fato de não coadunarmos desenvolvimento 
científico e questão ambiental. Lembre-se de que, no Brasil, estamos 
conhecendo sérios retrocessos na legislação ambiental. Os principais são 
poder reflorestar com eucalípteros e o projeto de desmatamento da amazônia 
em fase de discussão. O projeto da bancada ruralista prevê redução da área de 
preservação dos atuais 80% para 20% na Amazônia e de 35% para 20% no 
Cerrado Amazônico. 
Na quarta conferência mundial sobre o clima, chegou-se a conclusão de que a 
temperatura da terra deve elevar-se mais 5 graus até 2100. Os gases de estufa 
proveniente da queima combustíveis fósseis, em especial o petróleo e carvão, faz 
nossa necessidade de fontes alternativas como a solar, a eólica, a das marés, a 
dos géiseres ou a de biomassa, que são as fontes da revolução técnico 
científica. A agenda 21 é uma plano ambicioso que prevê a implantação de um 
programa de desenvolvimento sustentável para todo o globo para o século XXI. 
Nela os países X se comprometem destinar 0,7% dos seus PIBs para aplicação 
neste programa. Por enquanto só mandaram as fábricas que mais poluem. Há 
uma proposta de crescimento zero não aceita pelos países periféricos uma vez 
que teriam que estagnar o seu processo de industrialização. 
Nas regiões de fronteira agrícola, ou em países de industrialização recente, tais 
como os tigrinhos asiáticos, é muito comum o uso de queimadas para limpar 
campos. Estas se dão nos meses mais secos do ano, em áreas de pastagens ou 
queima de coivaras, casando acidentes em rodovias, com mortes de pessoas, 
animais, e sérios problemas respiratórios em cidades circundadas por canaviais, 
num dos casos mais alarmantes de poluição atmosférica. 
A escravidão de menores e de armazém é uma constante nas áreas de 
carvoaria, como as denunciadas na região Centro Oeste e Norte do Brasil. Neste 
sentido, são também graves as denuncias feitas a China dentro da OMC, já que 
este país é um paraíso proletário e um dos principais acusados de Dunnping 
Social. Não se esqueça da escravidão de mulheres no mundo muçulmano e 
da venda de mulheres chinesas (Cidadania). 
ÁGUA 
A água potável será um dos recursos mais caros (custo benefício) do século 
XXI. Sendo assim, os rios internacionais são, cada vez mais geoestratégicos, 
motivando conflitos entre os países envolvidos. Um grande exemplo é a questão 
do Nilo, ou ainda, as nascentes do rio Jordão, palco das disputas entre árabes e 
judeus, no Oriente Médio. Nestas regiões, água é, relativamente, mais importante 
que o petróleo. No Centro Oeste do Brasil, a calagem de solo causa eutrofização 
de mananciais, constituindo-se em um grave impacto sobre recursos hídricos. 
Não falta água por falta de chuvas. A grande causa da escassez é o mau uso 
dos solos agrícolas e urbanos por compactação pelo uso de máquinas e 
pastoreio ou ainda pela impermeabilidade de área urbana. Fala-se em taxar 
todo e qualquer uso de água. É necessário racionalizar o uso da água e, em 
caso extremo, seu racionamento. Quarenta municípios goianos já apresentam 
problemas crônicos com abastecimento de água. No município de Bom Jesus de 
Goiás os pivôs de irrigação chegaram a ser paralisados por ordem do ministério 
público. Todas as grandes cidades do mundo já se ressentem deste recurso, em 
especial as megacidades dos países periféricos, serão palcos, mais e mais, de 
disputas por rios que as abastecem e de grandes epidemias. O Nilo e o Níger são 
dois bons exemplos destas disputas. O Brasil embora tendo a maior reserva de 
água disponível do globo apresenta regiões em estresse hídrico, menos de 2000 
metros cúbicos de água por habitante por ano. Este é o caso de muitas áreas do 
Nordeste. 
 
ENERGIA 
O século XIX foi da máquina a vapor, um motor a combustão externa. O século XX 
foi do motor a combustão interna. Já o século XXI será da célula de combustível 
que promete divorciar o automóvel da poluição. Quanto a nossa crise energética, 
tanto a Petrobrás quanto o setor energético e tudo o que é público no Brasil 
passaram a sofrer as conseqüências do projeto neoliberal. A receita do FMI foi 
retirar dinheiro das estatais para equilibrar as contas públicas. O resultado foi que 
não só a Petrobrás como todo o setor energético sofreram com tais medidas 
resultando em graves "Acidentes Ecológicos", ameaças, ou até mesmo, apagões. 
Agora dois setores geoestratégicos estão prontos para serem privatizados. Outros 
setores como saúde, transporte e educação também estão sucateados. Desta 
forma os meios de comunicação de massa imperam em suas opiniões. "Achamos" 
que tudo no Brasil deve ser privatizado. 
Quanto as fontes de energia, temos que analisá-lasem termos de 
disponibilidade, viabilidade, extração, transporte, armazenamento, distribuição, 
poluente ou limpa, renovável ou esgotável. Assim, no caso do Brasil, as fontes 
alternativas, (biomassa, eólica ou solar) assumem uma importância fundamental 
por ser um país tropical. A energia solar é considerada a fonte energética do 
século XXI. Na década de 70, houve o fortalecimento da OPEP e OPAEP, 
(países produtores de petróleo) em reação às sete irmãs (empresas que 
controlam a distribuição do petróleo no globo e estão em processo de fusões). 
No mundo, como um todo, os países buscaram as fontes alternativas como 
forma de se prevenirem ante as crises do petróleo. Lembre-se do programa 
Proálcool, da tentativa ineficaz das nucleares que Fernando Henrique acabou 
por quase desativar. É bom lembrar dos erros de projetos, como a represa de 
Balbina no Amazonas, causando sérios problemas ao meio ambiente. Por 
estes fatores, a dédada de 70 é considerada a "década da crise energética", 
além, é claro, da variável social, com baixos salários e repressão militar 
duríssima. Lembrar da Operação Condor dos militares latino-americanos que 
trabalharam em conjunto na repressão as forças revolucionárias. Já a dédada de 
80 foi considerada a "década da destruição e perdida" com problemas 
ambientais sérios, dentre eles o acidente com o Césio em Goiânia. 
Associe fontes de energia ao tipo de transporte adotado em cada país. Desta 
forma, fica mais fácil entender quais países são mais velozes na produção, como 
os tigres ou tigrinhos asiáticos, e porque países como o Brasil, Índia, China, 
Indonésia e Rússia são considerados "países baleias", por serem grandes e 
lentos. O modelo de transporte rodoviário é o mais caro. O ferroviário é muito 
viável para o Brasil. Lembre-se da Norte-Sul que vai interligar Belém (PA) a 
Senador Canêdo e começou, este ano, suas obras em Anápolis. 
A hidrovia é, sem dúvida, o transporte mais barato, em termos de custo 
benefício. Recentemente, num total desrespeito a legislação ambiental, barcaças 
de grande calado resolveram, a revelia, tentar abrir uma hidrovia no rio 
Araguaia. Seria o Araguaia adequado para se fazer uma Hidrovia? Não se 
esqueça das voçorocas neste rio. 
Todo país para atrair investimentos dentro da novíssima divisão internacional do 
trabalho, deve ser viável, o que significa trabalhar em Just In Time, tendo que 
possuir boa infra-estrutura. Será que o Brasil em crise energética irá atrair 
investimentos?. De que adianta ter minérios se não se pode extraí-lo a menor 
custo? Minério tem muito pouco valor agregado. Jamais houve vantagem 
comparativa para países que produzem matérias primas. O gaseoduto virá da 
Bolívia chegando até Goiás, contudo, toda obra deve pautar-se em Eia-Rima 
confiável. A instalação de várias Empresas, como a perdigão em Rio Verde, 
(Detroitização) podem causar sérios impactos ambientais. Alguns bem visíveis, 
são os impactos na represa de Corumbá, com a matança de toneladas de 
peixes. Serra da Mesa, (agora Cana Brava e Peixe também no rio Tocantins) a 
represa do Yang Tsé Kiang na China. Preste atenção nas negociações para 
venda da Celg e das construções da ETA e da ETE em Goiânia, que envolvem a 
preservação do rio Meia Ponte e sua recuperação, em 50 anos, tendo como 
modelo o Tâmisa. O uso bélico da energia nuclear constitui-se num dos graves 
problemas atuais. Os TNPs devem ser revistos por todos os países. É lógico, 
(nascentes do rio Ganges e Indu) países como o Paquistão e a Índia, que 
disputam a Kashimira, fazem vista grossa as sanções da ONU, onde fica, bem 
visível o colonialismo do Grupo dos 7 mais a Rússia, sobre os países 
emergentes. Estes países estão desenvolvendo, mais e mais, armas biológicas 
(motivo das sanções da OMC ao Iraque). Estas são consideradas bombas 
atômicas dos países pobres. Será que o Taleban irá conseguir armas Atômicas? 
POPULAÇÃO 
O censo Brasil 2000 confirmou a contagem da população de 1996. Somos 
169.590.693, ou seja, 23 milhões a mais do que o registrado em 1991. Somos dez 
vezes mais do que os contados em 1990 e três vezes os de 1950. Só na segunda 
metade do século XX fomos acrescidos algo como 100 milhões de pessoas. O 
ritmo do crescimento populacional apresentou expressivo declínio. De 1980 a 
1991 o crescimento médio anual foi de 1,93% - entre 1991 a 2000 foi de 1,63%. A 
redução do crescimento vegetativo deveu-se a redução das taxas de natalidade. 
Entramos na fase final da transição demográfica. Na pirâmide etária sentimos um 
duplo impacto: redução da participação de crianças e jovens e aumento da 
participação de idosos. As políticas públicas devem acompanhar as novas 
tendências populacionais no que se refere a saúde, educação e previdência. Para 
cada 100 brasileiras existem 96,87 brasileiros, ou seja, 2,7 milhões de mulheres a 
mais. A explicação é conhecida: a expectativa de vida feminina e mais elevada 
que a masculina. No meio urbano 94 homens para cada 100 mulheres – no meio 
rural 110 homens para cada 100 mulheres. As mulheres migram para trabalhar 
nos serviços e comércio nas cidades. Os homens migram para as fronteiras 
agrícolas. Todas as regiões tiveram incremento de população, mas o ranking 
continua inalterado em relação a 1991. O Sudeste com 72 milhões, depois o 
Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Os três estados mais populosos são: São 
Paulo (36,9 milhões), Minas Gerais (17,8 milhões), e Rio de Janeiro (14,3 
milhões). No país como um todo as regiões apresentaram queda no ritmo de 
crescimento populacional, contudo, as regiões Norte e Centro-Oeste são as que 
apresentam maiores incrementos populacionais. O Nordeste apresentou o menor 
incremento de população por ter saldos migratórios negativos. A taxa de 
urbanização que era de 75,6% em 1991, pulou para mais de 80% em 2000. As 
regiões mais urbanizadas são a Sudeste e Centro-Oeste, sendo as menos 
urbanizadas, Norte e Nordeste. Contudo, a relação entre população rural e urbana 
deve ser analisada com cautela. Simples distritos com mais de 2000 habitantes, 
aqui no Brasil, são população urbana, o que "produz" uma urbanização ilusória. 
Na China, por exemplo, para ser população urbana o distrito tem que ter mais de 
10.000 habitantes. Na Europa há um cruzamento da população absoluta com a 
densidade demográfica. Cabe ao IBGE estabelecer novo critério e objetivo para o 
Censo Brasil. 
Sobre população devemos nos ater as teorias de Thomas Robert Malthus 
(século XVIII), em contraposição as teorias dos anarquistas ou dos socialistas e 
reformistas. Os primeiros são, em suma, controlistas, pessimistas, antinatalistas, 
propondo um controle da população sem que haja distribuição de renda. Este é o 
ponto fundamental de suas divergências com os natalistas, representados pelo 
segundo grupo. Para os primeiros, pobre é pobre porque possui muitos filhos 
devendo ser controlada a natalidade à qualquer custo. Já os reformistas dizem 
num discurso reverso que ter muitos filhos é uma conseqüência da pobreza. Os 
neomalthusianistas surgiram no século XX, num período de industrialização e 
urbanização dos países subdesenvolvidos. Cuidado com o discurso dos 
ecomalthusianistas que dizem ser necessário eliminar os pobres para que eles 
não acabem com as reservas naturais do globo. Um menino Suíço gasta US$ 
500,00, enquanto um africano Sudanês tem que viver com US$ 1,00. O que você 
acha desta postura? Lembre-se da luta controlista da China. Contudo, a Índia será 
o país mais populoso do globo em 2050. Mas em contrapartida a Itália passará, 
segundo as estatísticas, de 59.000.000 para 40.000.000 no mesmo período. O 
governo alemão começou uma campanha para combater os neonazistas. A 
Europa em quase sua totalidade com população envelhecida vive o dilema: abrir 
ou não abrir para receber imigrantes. A verdade é que com xenofobia ou não o 
mundo entra lentamente num processo de transição demográfica. Hoje, não se 
passa fome por falta de alimentos, já que há superprodução de comida. O fato é 
que alimento é uma mercadoriaessencial, sendo, portanto, uma fonte 
importante de lucro. Chegamos ao bebê 6 bilhões, e o desafio do terceiro 
milênio é o de distribuir melhor a renda do globo. Os muros erguidos hoje, são 
entre ricos e pobres, como os erguidos no norte da África para barrar a invasão 
dos migrantes para a Europa. Produzimos mais alimentos por pessoa do que 
nos anos 50, mas o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza 
absoluta aumenta em muito. O conflito atual mudou se eixo que era L/O e hoje 
é N/S. E china e os Estados Unidos? 
Superpopulação é sempre relativo. Sendo assim, nunca se pode dizer que a 
área determina, pela quantidade de indivíduos que a habita, o grau de 
desenvolvimento de uma comunidade. Fatores externos como o colonialismo, ou 
ainda, culturais, sociais, políticos e econômicos, são os critérios a serem levados 
em conta na análise. Superpopulação é sempre relativo à capacidade da 
população de prover do meio sem exauri-lo. Sentido da migração internacional 
que era Norte-Sul, hoje é Sul-Norte. Há em todos os países aversão a 
estrangeiros. Um exemplo típico do nível de xenofobia, é que, até os tigrinhos 
asiáticos estão se defendendo da invasão de estrangeiros. Houve vários atritos 
entre Brasileiros e Paraguaios na ponte da "amizade" este ano. Os Brasileiros são 
acusados de serem informais e retirarem trabalho dos Paraguaios. Esta é uma 
forma de migração pendular e internacional ao mesmo tempo. Por esta razão 
estes brasileiros são denominados de Brasiguaios. As cidades no Brasil estão 
retornando os indigentes para suas regiões de origem, promovendo uma desova 
dos indesejáveis. Muitas prefeituras utilizam-se deste expediente para livrarem-se 
de encargos sociais. No Brasil, por exemplo, há uma tendência à bipartições de 
Estados, onde a parte mais rica se vê livre de áreas mais pobres. Há uma, 
bem palpável, tendência a desmetropolização reforçada, nos dias atuais, pela 
migração de retorno. Migração não pode ser vista do ponto de vista 
quantitativo, mas sim qualitativo. Crescem proporcionalmente, hoje no 
Brasil, as médias cidades. Um problema sério e a questão do Estado do 
entorno de Brasília. (Prestar atenção nas políticas curativas das cestas (cartões 
cidadania) de alimentos, como fator atrator de população). 
As fronteiras agrícolas são atratoras, com um intenso crescimento de núcleos 
urbanos, gerando por outro lado um caos social. A grilagem de terra, 
(recentemente houve grilagem de terras dos índios Caiapós) a presença de 
jagunços, os gatos, a escravidão de menores e adultos (escravidão de armazém), 
a fome, o desemprego tecnológico, as lutas do MST (armadas e acompanhadas 
de protestos como o que comemorou o massacre de dezenove sem terra em El 
Dourado do Carajás - Pará) por reforma agrária, são problemas sociais sérios e de 
premência para resolução. Há uma reforma agrária para o governo e outra para o 
MST, com a qual todos parecem concordar mas que são coisas opostas para os 
lados. Quais são as diferenças básicas? Para o MST a proposta do governo é um 
ajuste as condições da globalização. O MST quer terra para trabalho e não terra 
de negócio como propõe o governo. Para o MST a terra não é fonte de lucro, mas 
sim um meio de vida dos camponeses, instrumento de revolução e uma forma de 
abastecer o mercado interno. O Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, são os 
principais responsáveis por este contrafluxo migratório. São pessoas que 
buscam "uma melhor qualidade de vida", fugindo da vida agitada dos grandes 
centros urbanos, ou ainda, por outro lado, há o fascínio exercido pelas cidades 
sobre as populações rurais. Goiânia já é cosmopolita por atrair gente de todos 
os lugares. Sem uma resposta satisfatória em termos de infra-estrutura e 
empregos, começa a apresentar problemas típicos de grandes centros. Dê 
uma analisada neste aspecto. A criminalidade, o aumento do comércio informal, 
são os resultados palpáveis desta má distribuição de renda. Goiânia e Brasília 
duas, "ilhas de modernidade", tem atraído muitos miseráveis. Obs. : estes 
são problemas estruturais muito visíveis em nossa realidade, sendo uma parte 
no todo. 
A mão-de-obra está cada dia mais nômade. Assim, surgem as formas de se 
complementar renda. O trabalho zero hora, sem vínculo empregatício com as 
empresas, os part times (parte de tempo) estão cada vez mais presentes. O 
Estado está retirando todo tipo de estabilidade dos trabalhadores, votando 
reformas na previdência social e instituindo o contrato temporário de trabalho. 
Num contexto de economia globalizada, com um desemprego estrutural, 
agravado pelo desemprego tecnológico, onde em vários países centrais ele já 
ultrapassa a casa dos dois dígitos, o trabalhador tem que se qualificar ao 
máximo, (trabalhador multifuncional) pois a revolução técnico-científica elimina 
o trabalhador especializado. As empresas estão requerendo além do QI o QE, 
(quociente emocional do trabalhador) critério básico para as admissões no 
mercado de trabalho. Hoje se requer sempre disposição para aprender 
constantemente. Busca-se o trabalhador Bombril (mil e uma utilidades). Em todo 
o mundo fala-se em redução de cargas horárias. Enquanto na China e tigrinhos 
asiáticos há superexploração de mão-de-obra. 
O processo de globalização é o grande norteador das questões dos 
vestibulares atuais. Parece que o mundo vai virar um Shopping Center Global e 
para tal insistem em modificar nossos hábitos e valores para que consumamos 
esse produto global. Contudo, não nos servem as receitas do FMI num mundo 
com tantas alternativas. Não precisamos assim, cair na onda de 
Ecomalthusianistas histéricos que prevêem numa visão fatalista que a periferia 
será sempre periférica. E mais, o que é periférico, não necessariamente é 
periferia. Haverá sempre outra alternativa. Destarte, a globalização e, antes de 
tudo, a velocidade de inserção nela deve ser bem analisada por todos os países e 
povos do globo, especialmente os "periféricos". 
GLOBALIZAÇÃO 
Se posicione diante do processo de privatização das empresas. As empresas 
estão sendo privatizadas em nome do liberalismo econômico, que promove um 
"livre mercado", (Fusões e Monopólios) servindo a abertura ao capital 
internacional. Setores estratégicos, como os das telecomunicações (21 bilhões de 
dólares de investimento e venda por 8,8 bilhões), os de energia, produção mineral, 
são os primeiros a serem desestatizados. O que os apagões tem haver com 
isso? As populações passam a estar em "mal estar social. Vivemos no Brasil 
um claro processo de sucateamento da Petrobrás. O discurso ecológico serve 
para jogar a empresa contra a opinião pública, justificando, desta forma, sua 
privatização. Uma tendência nos tempos atuais é o crescimento das 
associações de bairros e das ONGs, que tentam preencher as lacunas deixadas 
pelo Estado de mal estar social. 
O liberalismo promove o financiamento, por parte do Estados e prefeituras, das 
empresas para se instalarem em áreas doadas, tendo como atrativos as isenções 
de impostos e financiamentos. Vide as recentes instalações de empresas em 
Goiás, e construção de apoio logístico tais como: Serra da mesa, Cana Brava e a 
Usina de Corumbá, ou ainda, a Norte-Sul, o oleoduto e o gasoduto que virá da 
Bolívia. Preste atenção na chamada guerra fiscal e a falência do pacto 
federativo. Mário Covas que morreu há pouco foi um dos principais críticos da 
guerra fiscal. Vide as recentes disputas entre Goiás e São Paulo envolvendo a 
questão do amianto e dos produtos goianos vendidos naquele estado a preço 
mais acessíveis. São Paulo taxou os "nossos produtos" porque Goiás da 
condição favoráveis para que as empresas trabalhem aqui a menor custo. O 
Estado do Tocantins tem atraído muitas empresas dando-lhes "facilidades". Goiás 
lançou o FOMENTAR. As universidades públicas estão sendo sucateadas 
pelo neoliberalismo, contudo, são centros de excelência e de pesquisa. Será 
que o Brasil Tendência Rosa, apresentado na última eleição, irá reverter o 
processo neoliberal e investirmais em educação e saúde? Dará Walfare 
State ao povo? 
Preste uma especial atenção ao processo de deslocamento das indústrias 
pelo mundo. As indústrias de ponta, próprias da terceira revolução industrial, 
tais como a cibernética, a robótica, as telecomunicações, indústrias com grandes 
valores agregados, ficam nos países centrais, enquanto as indústrias de menor 
valor agregado espalham-se pelo terceiro mundo. No Brasil, as empresas 
estão fugindo das áreas congestionadas do sudeste, num processo de 
descentralização (Detroitização). Saiba diferenciar os setores da economia.: 
Primário, secundário, terciário, terciário-moderno ou quaternário. Saiba como 
estes setores estão sendo reestruturados pelo mundo na Nova Ordem Mundial 
(NOM) baseada na Revolução Tecnocientífica (RTC). Há uma tendência 
evidente de derrocada do modelo Fordista, sendo bem visível a "Toytização", 
baseada na acumulação flexível, capital intagível e na reestruturação da força de 
trabalho. As empresas fazem atualmente enxugamentos e terceirizações, 
promovendo uma reengenharia em seus setores. Assim, os produtos, hoje, são 
multinacionais. Os países investidores estão tomando o maior cuidado ao 
investirem em países emergentes devido a grande quantidade de capital volátil, 
contudo, crescem economicamente (Paraísos fiscais). 
Globalização não é oposta a regionalização. Na América, a ALCA em sua 
reunião na cúpula das América em Santiago do Chile, cogitou a adesão de Cuba. 
No Mercosul, as divergências entre Brasil e Argentina, pautam-se nas taxações 
brasileiras aos produtos agropecuários argentinos e no câmbio desfavorável a 
estes. O Mercosul é a pedra no caminho da ALCA. Mais do que ser uma crise no 
câmbio e de flutuações de juros, a crise da Argentina desestabiliza o Mercosul e 
abre caminho para a ALCA. A Argentina está entre a cruz e a espada: ou dolariza 
ou desvaloriza a moeda. Lembre-se de que países da América já dolarizaram suas 
economias, este é o caso do Equador e Peru e que outros falam em dolarizar, 
como são Argentina e México reforçando, assim, a ALCA. No projeto da ALCA o 
Brasil tenta dar uma "refreada". Realizou duas Cimeiras (reuniões de Mercosul 
com a União Européia) sem lograr êxito. A Europa continua fechada e 
protecionista. Os americanos estão levando o processo a sério e vão começar a 
ALCA pelo Chile que saiu do Pacto Andino para ingressar na APEC. Na verdade 
há uma desconfiança dos Hermanos pela postura de xerife assumida pelo Brasil 
que veladamente polariza os países da América do Sul, assentando o governo 
antidemocrático do Peru, intervindo na guerra Peru e Equador, conversando com 
o governo antineoliberal da Venezuela, aproveitando-se de sua liderança dentro 
da OEA. Vide o gaseoduto da Bolívia, as hidrovias e as estradas arquitetadas pelo 
Brasil na América do Sul, tentando polarização da economia sul-americana. Será 
que vamos combater os "narcotraficantes" da Colômbia? Na verdade o Brasil tenta 
Fazer um bloco subregional, par entregar o pacote para a ALCA (EUA). Os últimos 
acontecimentos como a crise entre Canadá e Brasil envolvendo a carne de vaca 
louca e os aviões canadenses e brasileiros só esvaziaram a pauta da reunião do 
Canadá em Abril. Esta tratou de ajustar a área de livre comércio. O governo FHC 
num jogo duro, ou eleitoreiro, nega a adesão antes de 2005. E de olho em seu 
sucessor, elevou o salário, sem aumentar o seu poder de compra, baixando o 
preço do petróleo no mesmo mês. 
CIDADE 
Quais os problemas das nossas cidades? Saber o que é movimento pendular, 
(muitas cidades já implantaram o transporte alternativo) comércio informal e 
formal. As cidades mudam suas formas e funções. Assim sendo, saiba quais as 
diferenças entre cortiço, jardins e favelas. Nossas cidades se ressentem de um 
melhor plano diretor, o que é a causa de sérios problemas ambientais, como a ilha 
de calor, o efeito de estufa, inversão térmica, a emissão de efluentes que contribui 
para a eutrofização de água, assoreamento de rios e impermeabilidade de área 
urbana. As grandes enchentes são uma constante, porque nossas cidades estão 
com estruturas envelhecida. A conturbação de cidade gera problemas de 
administração entre os municípios envolvidos. A reciclagem de lixo se revestem 
de uma importância nos tempos atuais. Em Goiânia implantou-se uma indústria de 
reciclagem de lixo, promovendo empregos, sendo um projeto ecossustentável 
dentro da cidade. Nossa cidade não precisava ser vertical. Isto se dá pela 
lógica capitalista, que se concentra espacialmente para reprodução do capital. A 
cidade é uma otimização de variáveis. Cresce deixando espaços internos e 
especula áreas. A ordem é lucrar não importa como (Economismo). A cidade 
cresce socializando o prejuízo e privatizando o lucro. A variável ecológica 
está em segundo plano. A cidade é o local do consumo, mas também o local 
do consumo do local. Há Cidades Globais e Megacidades. Saiba as 
diferenças entre elas. 
 
CONFLITOS DA ATUALIDADE 
Recentemente tivemos a comemoração dos dez anos da queda do Muro de Berlim 
e pudemos ver o atraso econômico da Alemanha Oriental. Também a Rússia 
parece estar longe da casa comum Européia. Os Estados multinacionais são o 
motivo básico dos movimentos separatistas. Aqui segue um resumo dos principais 
conflitos da atualidade. Cuidado para não trocar a área, a motivação e o conflito. 
Neste caso há muitos pegas. São eles: 
Chipas no Sul do México 
liderados por Marcos, zapatistas, socialistas, indígenas, fizeram uma marcha com 
mais 500.000 militantes este ano pela independência do Estado de Chiapas. 
Chechênia na Rússia 
A maioria da população é Muçulmana Sunita. Região rica em minério e petróleo 
entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Geoestratégica para a Rússia e situada nos 
Montes Cáucaso. A Thechênia, (declarou independência e foi severamente 
reprimida. 
Timor Leste, Aceh e Molucas na Indonésia 
O conflito religioso nas Ilhas Molucas é a ponta do iceberg da crise sectária e 
separatista que ameaça a unidade territorial da Indonésia, formada por 17 mil 
ilhas. O Timor Leste, antiga colônia portuguesa, invadida em 1975 pela Indonésia, 
obteve sua independência em agosto após um referendo, mas pagou com a morte 
de centenas, ou até milhares, de pessoas. Guerrilheiros do Movimento Aceh Livre 
proclamam que a guerra contra os "colonialistas e imperialistas" de Jacarta só 
terminará com a independência do território, no norte da Ilha de Sumatra. Há lutas 
entre cristãos e Muçulmanos. A Indonésia é o maior país muçulmano e o quarto 
país mais populoso do mundo. Muita atenção!... 
Pampas no Sul do Brasil 
Alegam a falência do pacto federativo aliados a fatores culturais, sociais e tradição 
de resistência desde a Farroupilha, Sete povos da Missão e Política Tenentista. 
As Coréias 
Será que o caminho que estão seguindo as duas Coréias é fácil? A do sul novo 
rico, tigre proeminente, tecnopolo, área de transbordamento de captital americano 
e japonês com renda percápta superior a US$ 24.000. A norte fechada, apoiada 
pela china, sucateada, com renda percápta de US$ 3.800, mas com um dos 
exércitos mais bem armados da terra. 
Na China – Tibet, Taiwan, Hong Kong, Macau e Hainan merecem especial 
atenção. 
Será que a guerra fria acabou? E o caso do submarino Russo? Lembre-se do 
recente incidente ou acidente envolvendo um caça chinês e um avião espião 
americano. A china cresce muito e já é chamada pelos Americanos de competidor 
de peso, adversário em potencial. Por esta causa o Pentágono volta suas 
atenções e forças para o Pacífico. O foco de atenção dos americanos deixa de ser 
a Europa e passa a ser a Ásia. É uma nova Guerra fria? E o filme a justiça 
vermelha e além da linha vermelha? Na China o Tibet/Dalai Lama – O mentor, 
anexado em 1950 tem "apoio" internacional para sua independência. A devolução 
de Macau. A recente eleição em Taiwan a "ilha rebelde" desde a saída das forças 
de Chiang Kai Ske para aí formar a China Nacionalista fugindo das forças 
comunistas de MaoTsé Tung (1949). Os Falun Gong uma ceita sem caráter 
ideológico, mas uma ameaça a "ordem pública", com milhões de seguidores na 
china. 
Quebec no Canadá 
Parte considerável da população da província de Quebec, onde predomina a 
cultura de origem francesa, quer sua separação do restante do país, sua 
independência. No último plebiscito realizado com essa finalidade, em 1995, os 
separatistas quase atingiram seu objetivo. 
 
 
A Antiga Iugoslávia 
O caso da Iuguslávia esta associado a vários povos eslavos do antigo império 
Austro-Hungaro, só unificado por Josefh Tito nos anos 40 para livrar-se da forças 
de Hitler. Como a URSS foi quem deu o apoio a Iugoslávia caiu sob influência das 
forças Soviéticas depois do término da guerra. Tito governou estas etnias sob 
pulso forte, fazendo rotatividade de governo até crise Soviética (Perestróika e 
Glasnost nos anos 80) quando morre. Como um efeito bumerangue foram caindo 
os sistemas socialistas do Leste Europeu provocando uma sangrenta guerra civil. 
Daí os Sérvios que se intitulam a Iugoslávia vão ser os principais protagonistas 
dos massacres principalmente contra albaneses da região de Kossovo, 
provocando uma Reação da OTAN. Esta, muito mais do que fazer uma guerra 
humanitária, queria mostrar poderio bélico recuperando terreno perdido para a 
URSS durante a Segunda Guerra. Milosevic, ditador que levou o país a fatídica 
guerra perdeu a eleição e querendo manter-se no poder a qualquer custo viu-se 
obrigado a renunciar. Milosevic está preso aguardando julgamento. Hoje após os 
acordos de DAYTON (1995) a Bósnia está dividida em duas Federação 
Muçulmana Croata e República Sérvia de Srepska. Agora os Albaneses 
massacrados no passado pelos Sérvios e fortalecidos pelo apoio da ONU 
entraram em graves conflitos com os Macedônios pela criação da Grande Albânia. 
Os Curdos 
São 35.000.000 de muçulmanos não árabes sem Estado e há mais de 1000 anos 
na região do Oriente Médio. Este conflito nacionalista no continente asiático é 
bastante peculiar, pois envolve uma nação cujos componentes estão espalhados 
pôr alguns países (Iraque, Armênia, Azerbaijão, Turquia, Síria e Irã). O movimento 
separatista curdo tem sofrido fortes repressões na Turquia e no Iraque, onde o 
ditador Saddan Hussein promoveu uma carnificina contra os curdos por meio do 
uso de armas químicas. 
No Norte da Espanha e Sul da França 
(ETA, Euskadi Ta Askatsuna que significa - Pátria basca e liberdade - motivo 
étnico) - o povo basco, cuja a língua e cultura tem origem obscura, mantém sua 
identidade apesar da centenas de anos sob domínio espanhol e francês. Na 
Espanha, terroristas começaram a lutar pela independência em 1968 e nos anos 
70 aparece o grupo terrorista ETA, que reivindica a independência. O presidente 
socialista Felipe Gonzales foi acusado de ligação com os esquadrões da morte 
dos GAL, que exterminavam ativistas bascos. 
O Ira na Irlanda do Norte 
O IRA é a base do separatismo da Irlanda do Norte (não se esqueça dos acordos 
de paz assinados pelo Shin Fein, braço direito do IRA). Neste caso os católicos do 
Ulster - Irlanda do Norte - que são a minoria querem se unir a Irlanda. Já os 
protestantes maioria querem permanecer unidos ao Reino Unido. 
Caxemira na Índia e Paquistão 
(Testes nucleares) Disputa das nascentes do rio Indu. Budistas, Induistas e 
Muçulmanos travam um terrível luta. O maior cuidado do EUA no caso da "Guerra 
Contra o Terror" é que setores do governo do Paquistão forneça armas atômicas 
ao Grupo Taleban no Afeganistão. 
Tutsi e Hutus e o Chifre da África 
(Tutsi e Hutu em Ruanda e Congo Belga, com 1.000.000 de mortos). Tomar 
cuidado com as ditaduras no continente. Este ano morreu o ditador Kabila. A 
causa básica destas guerras foi o imperialismo que dividiu as nações africanas ou 
as colocaram juntas em estados artificiais. A monocultura para exportação é 
também uma causa do nível de mazela ao qual estão submetidos os Estados 
africanos como é o caso da Etiópia e Somália sem governos e Serra Leoa 
mergulhada em guerras tribais. A maioria das armas veio da época da Guerra 
Fria, como é o caso de Angola e Moçambique. Seca e desertificacão só agravam 
este quadro, no qual, em muitos países, como em Botsuana, grande parte da 
população já adquiriu a AIDS. Quais são as causas e consequências da crise de 
refugiados? As migrações forçadas dentro e através das fronteiras nacionais são 
uma das consequências mais visíveis da perseguição política e dos conflitos 
armados. Mas tal como tem demonstrado a recente crise do Ruanda, os 
problemas de refugiados que muitas vezes ficam por resolver também poderão ser 
a causa de instabilidade, violência e deslocações da população posteriores. O 
Taleban - Um grupo Xiita radical que controla o Afeganistão e que este ano 
destruiu as estátuas do Buda. O crescimento do Islamismo também deve ser 
analizado. Em carta à missão especial da ONU no país, o Ministério do Exterior 
afegão disse que a decisão é uma reação à exigência feita pelos Estados Unidos 
de que o Taleban feche seu escritório em Nova Iorque. Este grupo teve apoio dos 
americanos quando da invasão da URSS. Segundo o governo americano, a 
exigência segue sanções impostas pela ONU na tentativa de forçar o Taleban a 
entregar o milionário saudita Osama Bin Laden, que é acusado pelos EUA de 
patrocinar atos terroristas. O grupo fundamentalista islâmico controla o 
Afeganistão desde 1996. E agora depois do atentado? 
Judeus e Palestinos - As recentes negociações para entrega de parte da 
Cirsjordânia onde Palestinos e Judeus, tentam selar acordo. Contudo, há vários 
interesses envolvidos impedindo o processo de paz. Dentre eles podemos 
destacar: Questão religiosa - Filhos de Israel (Judeus – Israelitas – descendentes 
de Sara/Filhos de Ismael - Ismaelitas (Palestinos/Árabes/Muçulmanos) – 
descendentes de Hagar. A diáspora dos Judeus e posterior movimento Sionista 
(Theodor Herzl - 1860/1904) pela criação do Estado de Israel (Século XIX) com 
sua homologação pela ONU em 1948/49, com base no lema - "Uma terra sem 
povo, para um povo sem terra". A falta de compromisso da ONU para com a 
demarcação do Estado Palestino. A insatisfação dos Árabes por ver seus 
territórios invadidos na Guerra dos seis dias / 1967 - Golã, Gaza, Palestina, 
Cisjordânia e Sinai (devolvido ao Egito pelo acordo de Camp David). A ação de 
grupos guerrilheiros que pregam a destruição do Estado de Israel como Hamas 
(grupo islâmico Palestino) e o Hezbolat (Homens bomba). A disputa pelo controle 
de Jerusalém que é a terra santa para vários grupos religiosos. A água que é uma 
questão geoestratégica para os povos da região, como é o caso da Cisjordânia 
para Israel, pois contem grande parte das nascentes do rio Jordão. A postura 
americana que tem Israel um lacaio (e agora a postura de Sharon?) e promove 
embargos ao Iraque, desagradando assim aos árabes, ligados no passado, pelo 
império Turco-Otomano. Por último o fator cultural na tentativa ocidental de abrir o 
mundo Muçulmano ao processo de Globalização. Estas são algumas das facetas 
dos conflitos no Oriente Médio. A possível solução para a Questão se baseia em 
três pontos fundamentais que são: O retorno dos Palestinos refugiados (4 milhões 
- Guerra de 1948), a criação do Estado Palestino e suas fronteiras e por último a 
soberania de Jerusalém. A transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém 
só agravou a atual situação. A recente eleição de Sharon, - Chamado de 
"açougueiro". Mal se passa um dia sem que um articulista enumere a longa lista 
de agressões sangrentas atribuídas a ele. Nenhuma conversa sobre ele acaba 
sem que as agressões sejam citadas. A principal é o assassinato de centenas de 
palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, no Líbano, em 1982. 
Com ele os Palestinos não entram em acordo - em Israel, aliada a postura 
intransigente de Bush, em nada faz avançar as negociações. Não devemos 
esquecer de que o sonho de unidade Árabe apregoado pela OLP é um tanto 
quanto utópico,pois no Setembro Negro forças Jordanianas mataram milhares de 
Palestinos refugiados neste país. 
As FARCs na Colômbia 
Seguem o sonho de liberdade da América Espanhola, guiados pelo mito Simon 
Bolívar. Assim, os americanos, em sua crise, querem apressar a área de livre 
comércio e combater as Farcs na colômbia para dar um fôlego para a indústria 
bélica. As Farcs na Colômbia, guerrilheiros socialistas que utilizam do narcotráfico 
para obter armas. Daí o plano colômbia imposto pelos americanos (FMI) para 
deflagar a guerrilha que já controla 622 municípios na Colômbia. O Brasil foi 
encarregado de fechar as suas fronteiras. Contudo, sabemos que a Amazônia é 
geoestratégica e como querem os americanos: "patrimônio da humanidade" tal 
qual ensinam aos seus filhos. 
O Iraque 
Iraque possuía da ordem de 200 bombas com material biológico (com tipos 
diferentes de bactérias); as equipes e os equipamentos utilizados foram 
iraquianos: dois grupos de pesquisadores (incluindo universitários) trabalharam 
em regime de tempo integral para desenvolver as culturas em fermentadores 
originalmente utilizados para fabricação de vacinas; esse projeto foi desenvolvido 
em cinco anos. 
 
Brasil fica em 105º lugar e se iguala ao Vietnã no 
ranking de mortes até 5 anos - (mortalidade infantil) 
Posição País Taxa 
1º Suécia 4 
1º Noruega 4 
1º Japão 4 
4º Suíça 5 
4º Eslovênia 5 
4º Cingapura 5 
4º Holanda 5 
4º Mônaco 5 
4º Luxemburgo 5 
4º Coréia do Norte 5 
4º Islândia 5 
4º Alemanha 5 
4º França 5 
4º Finlândia 5 
4º Dinamarca 5 
4º Áustria 5 
4º Austrália 5 
18º Reino Unido 6 
18º Espanha 6 
18º San Marino 6 
18º Nova Zelândia 6 
18º Itália 6 
18º Israel 6 
18º Rep. Tcheca 6 
18º Canadá 6 
18º Bélgica 6 
18º Andorra 6 
28º Malta 7 
28º Irlanda 7 
28º Grécia 7 
Posição País Taxa 
63º Estônia 22 
63º Argentina 22 
67º Tonga 23 
67º S. Vicente e Grandinas 23 
67º Maurício 23 
67º Lituânia 23 
67º Geórgia 23 
67º Fiji 23 
73º Romênia 24 
73º Micronésia 24 
73º Líbia 24 
76º Venezuela 25 
76º Rússia 25 
78º Ilhas Salomão 26 
78º Arábia Saudita 26 
80º Macedônia 27 
80º Samoa Ocidental 27 
80º Belarus 27 
83º Granada 28 
84º Nauru 30 
84º Coréia do Sul 30 
84º Ilhas Cook 30 
84º Colômbia 30 
84º Armênia 30 
89º Tunísia 32 
89º Síria 32 
91º Paraguai 33 
91º Irâ 33 
93º Palau 34 
93º México 34 
Posição País Taxa 
128º Namíbia 74 
128º Kiribati 74 
131º São Tomé e Príncipe 77 
132º Guiana 79 
133º Gâmbia 82 
134º África do Sul 83 
135º Bolívia 85 
136º Maldivas 87 
137º Zimbábue 89 
138º Suazilândia 90 
138º Comores 90 
140º Ilhas Marshall 92 
141º Nepal 100 
142º Índia 105 
142º Gana 105 
144º Bangladesh 106 
145º Congo 108 
146º Papua Nova Guiné 112 
146º Eritréia 112 
148º Mianma 113 
149º Sudão 115 
150º Laos 116 
150º Butão 116 
152º Quênia 117 
153º Iêmen 121 
153º Senegal 121 
155º Iraque 125 
156º Haiti 130 
157º Uganda 134 
158º Paquistão 136 
31º Estados Unidos 8 
31º Cuba 8 
33º Portugal 9 
33º Chipre 9 
33º Croácia 9 
33º Brunei 9 
37º Emirados Árabes 10 
37º Eslováquia 10 
37º Malásia 10 
40º Polônia 11 
40º Liechtenstein 11 
40º Jamaica 11 
40º Hungria 11 
44º Chile 12 
45º Kuait 13 
46º Barbados 15 
47º Costa Rica 16 
48º Bulgária 17 
49º Trindad e Tobago 18 
49º Seychelles 18 
49º Catar 18 
49º Omã 18 
53º Uruguai 19 
53º Siri Lanka 19 
53º Bósnia-Herzegovina 19 
56º Panamá 20 
56º Dominica 20 
56º Bahrein 20 
56º Antígua 20 
60º Iugoslávia 21 
60º Santa Lúcia 21 
60º Bahamas 21 
63º Ucrânia 22 
93º El Salvador 34 
96º Suriname 35 
96º Moldovia 35 
96º Líbano 35 
99º Jordânia 36 
100º Tailandia 37 
100º São Cristóvão e Névis 37 
100º Albânia 37 
103º Equador 39 
104º Argélia 40 
105º Vietnã 42 
105º Turquia 42 
105º Brasil 42 
108º Cazaquistão 43 
108º Belize 43 
110º Filipinas 44 
110º Honduras 44 
112º Azerbaijão 46 
113º China 47 
114º Nicarágua 48 
114º Botsuana 48 
116º Vanuatu 49 
117º República Dominicana 51 
118º Guatemala 52 
119º Peru 54 
120º Tuvalu 56 
120º Indonésia 56 
122º Uzbequistão 58 
123º Quirguistão 66 
124º Egito 69 
125º Marrocos 70 
126º Turcomenistão 72 
127º Cabo Verde 73 
158º Lesoto 136 
160º Tanzânia 142 
161º Togo 144 
161º Gabão 144 
163º Mongólia 150 
163º Costa do Marfim 150 
165º Camarôes 153 
166º Dijibuti 156 
167º Madagascar 157 
168º Camboja 157 
169º Burkina Fasso 165 
169º Benin 165 
171º Ruanda 170 
172º Guiné Equatorial 171 
173º Etiópia 173 
173º Rep. Centro-Africana 173 
175º Burundi 176 
176º Mauritânia 183 
177º Nigéria 187 
178º Guiné 197 
179º Chade 198 
180º Zâmbia 202 
181º Guiné-Bissau 205 
182º Moçambique 206 
183º Congo 207 
184º Somália 211 
185º Malaui 213 
186º Libéria 235 
187º Mali 2371 
188º Afeganistão 257 
189º Níger 280 
190º Angola 292 
191º Serra Leoa 316 
 
63º Letônia 22 
 
128º Tadjiquistão 74 
 
 
 
Cresce a distância entre ricos e famintos 
 
 
 
 
 
Como o Mundo produz seus alimentos 
 
Cronologia 
Pré-História 
Os primeiros alimentos eram obtidos pela caça, pesca e coleta de vegetais. Cerca de 500 
mil anos atrás os ancestrais do homem aprenderam a usar o fogo, passando a assar e 
cozinhar sua comida. 
Na última era glacial (há 40 mil anos), os homens começaram a conservar a carne por 
alguns meses usando três métodos: a secagem, a defumação e o congelamento em covas 
no subsolo. 
A domesticação de animais começou em 12 mil anos a. C., no Oriente Médio, inicialmente 
com os cachorros e, depois, com as cabras. A pecuária garantiu um fornecimento regular 
de carne e leite. 
A agricultura surgiu há 8000 anos na Mesopotâmia, com o cultivo do trigo e da cevada. Os 
grãos, transformados em farinha, podiam ser conservados por muito tempo. A população 
se tornou sedentária. 
Antiguidade 
Os egípcios desenvolvem o processo de salgar a carne e o peixe para conservá-los por 
mais tempo. A dieta básica incluía pão de trigo, hortaliças (cebola, alho, alface) e frutas 
(melões, figos, abacates). 
Em Roma difunde-se o uso do pilão para a moagem de condimentos, que passam a serem 
usados em larga escala: 80% das receitas levam pimenta-do-reino. 
Preferência marcante pelas carnes gordas. 
Era moderna 
A batata americana, cultivável em solos muito pobres, é adotada pela Irlanda, Inglaterra e 
Holanda no século 17, e pelo resto do continente no século 18. Abre caminho para o 
crescimento populacional. 
Em 1804, Nicolas Appert, inaugura a primeira fábrica de alimentos enlatados. Ele colocava 
o alimento num recipiente bem fechado e fervia o invólucro. Passou a fornecer carne para 
tropas de Napoleão. 
O primeiro refrigerador moderno (usando a compressão de gases) é patenteado em 1851 
nos Estados Unidos, e se difunde no último quarto do século, sobretudo para conservar 
carnes e leite. 
No século 19, o consumo de açúcar e de óleos vegetais se populariza na Europa. Surgem 
as grandes indústrias de alimentos nos EUA (Heinz, Nabisco, Campbell), Cresce o consumo 
de carne. 
Século 20 
Os alimentos vitaminados se difundem nos Estados Unidos a partir de 1920. O bife, o 
hambúrguer, a batata frita, as sopas enlatadas e os flãs gelados passam a fazer parte da 
dieta habitual dos EUA. 
Frutas tropicais tornam-se populares no Primeiro Mundo: laranja, banana, tangerina, 
abacaxi, maracujá conquistam os mercados dos EUA e Europa. 
As lanchonetes de fast-food se espalham nos EUA a partir de 1950. Nos anos 70, a 
preocupação com a saúde leva à difusão de comidas sem colesterol, com poucas calorias e 
baixos teores de gordura. 
Na década de 80, o uso do forno de microondas e dos freezers provocam a popularização 
da comida congelada nos países desenvolvidos. A pizza é o prato que ganha mais adeptos. 
Como o Mundo produz seus alimentos 
 
Base da dieta alimentar, a produção de grãos gera 80% dos alimentos consumidos no 
planeta e divide-se principalmente entre milho, trigo e arroz. Entre os maiores produtores 
mundiais, destacam-se a China e os EUA. Os chineses privilegiam o plantio do arroz, 
enquanto os americanos preferem o milho, que é o grão mais cultivado nomundo. 
No relatório sobre o estado mundial da agricultura e da alimentação, de 1997, a FAO 
constatou que “há uma diferença crescente entre os países com alto nível de consumo de 
alimentos e os com baixo”. 
Em outras palavras, os ricos estão engordando, e os muitos pobres estão cada vez mais 
famintos. 
Nos 20 países em pior situação, a média de fornecimento de energia por alimentos caiu de 
1.941 kcal/dia por habitante para 1.853 kcal/dia por dia – na comparação entre o triênio 
de 1989 a 1991 e de 1993 a 1995. 
Não por acaso, o PIB per capita desses países (a maioria localizada na África ao sul do 
Saara) caiu 4,2% entre 1990 e 1994. 
Ao mesmo tempo, a população dos 14 países que mais comem viu seu consumo de 
energia alimentar subir de 3.135 kcal/dia para 3.234 kcal/dia e o PIB per capita (que já 
era o maior de todos) crescer 2,5%. Mas na média vai tudo bem. 
Dados da FAO mostram que nas últimas três safras mundiais de cereais, a produção foi 
maior do que o consumo global. Com o excedente, as reservas internacionais cresceram 
de 14% para 18$ do 1,9 bilhão de toneladas de trigo, arroz e outros grãos consumidos por 
ano no mundo – um nível aceitável. 
 
Segundo nutricionistas o consumo diário de proteína de um adulto deve ser de, no 
mínimo, 0,8 g e, no máximo 1,2g. Um adulto de 70kg, por exemplo, deve consumir 
diariamente entre 56g e 84g de proteína. 
Ampliando-se a análise para todos os tipos de alimentos, a média mundial de comida 
disponível para o consumo humano direto cresceu 19% nos 35 anos até 1996. Chegou a 
2.720 kcal/dia (quilocalorias) por pessoa, superando o mínimo recomendável de 2.200 
kcal/dia. 
Contrariando as visões alarmistas da década de 60, todas as projeções recentes feitas 
para o futuro indicam que, até onde é possível antever, o ritmo de crescimento da 
produção de comida dará conta do aumento da população mundial. 
“Em 2025, os fazendeiros do mundo estarão produzindo cerca de 3 bilhões de toneladas 
de cereais para alimentar uma população de cerca de 8 bilhões de pessoas”, prevê Tim 
Dyson, professor da London School of Economics. 
Ou seja: não há risco de faltar comida no mundo agora, nem no futuro. Mas há e 
continuará havendo muita fome no mundo. 
O relatório de junho da mesma Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a 
Alimentação reporta que, entre outros, 1 milhão de pessoas sofre com falta de comida na 
Somália, outras 4,6 milhões precisam de assistência alimentar na Etiópia. 
A fome não se limita à África: há cerca de 180 mil pessoas precisando de ajuda por causa 
da seca na Jordânia, e a crise alimentar na Coréia do Norte já provocou de 2 a 3 milhões 
de morte desde 1995. 
No total, cerca de 800 milhões de pessoas (13% da população mundial) são consideradas 
subnutridas pela FAO. Elas vivem em mais de 30 países, tão distantes quanto Cuba e 
Mongólia, ou Tanzânia e regiões isoladas da Rússia. 
Para Nikos Alexandratos, pesquisador da FAO, a visão de que a persistência da 
insegurança alimentar e da subnutrição não é um problema de produção, mas de 
distribuição é totalmente correta – desde que se refira ao mundo como um todo. 
“Mas essa conclusão não ajuda muito”, completa o autor, em texto para um colóquio 
promovido pela Academia de Ciências dos EUA em dezembro passado. Por isso, 
Alexandratos enfatiza: é a falha em desenvolver a agricultura e aumentar a produção de 
comida localmente que está no coração do problema da insegurança alimentar. 
As causa são a falta de acesso à educação, boas sementes, fertilizantes e água. A isso se 
somam a pobreza e instabilidade política e as guerras, principais fatores para 
disseminação da fome. 
Com o crescimento populacional concentrado justamente nos países pobres da África e do 
Sudeste Asiático, o problema tende a se agravar no futuro. As projeções indicam que eles 
terão que multiplicar sua importação de alimentos. 
A FAO estabeleceu como meta reduzir o número de subnutridos crônicos no mundo de 800 
milhões para a metade em 2015. Mas os estudos de Alexandratos indicam que em 2010 
ainda vão existir 680 milhões de famintos. 
 
 
Se o mundo consumisse 
como os EUA... 
... a produção de grãos no 
planeta em 2050 seria igual 
a 7,92 bilhões de toneladas 
ou 3,9 vezes a produção 
anual 
 
 
 
 
 
Crise Energética, Racionamento, Apagão ... 
Num planeta já ávido por combustível, 
a previsão é que a demanda vai dobrar nos 
próximos trinta anos. 
George W. Bush, o presidente dos Estados Unidos, fez um sombrio 
comunicado a seus compatriotas na quinta-feira passada: "Estamos 
enfrentando a pior crise de energia desde os embargos dos anos 70". A 
afirmação serviu de introdução ao anúncio do plano energético de 
emergência, que inclui o megaprojeto de construção de 1900 usinas 
geradoras de energia elétrica nos próximos vinte anos , muitas delas 
nucleares. A analogia com 70 é de causar arrepios. Naquela época descobriu-
se que o destino da civilização industrial - e do sagrado direito da cada um 
encher o tanque do automóvel - estava na mão de meia dúzia de países 
produtores de petróleo. A crise de 2001 pouco tem a ver com a cobiça dos 
magnatas da OPEP, o cartel dos países produtores, cujo comportamento hoje 
é bem mais moderado. A Califórnia, o Estado mais abastado do país mais rico 
do mundo, sofre apagões em decorrência de um fenômeno que é global, 
apesar de apresentar características próprias em cada região: não há energia 
que baste para sustentar a avidez de consumo do planeta. "O mundo tem 
fome de energia", diz Fatih Birol, autor do Panorama Mundial de Energia 
2000. Ou seja, sem eletricidade e combustível não há crescimento econômico. 
Não se consegue erradicar a pobreza nem aumentar o nível de vida da 
população. 
A demanda mundial por energia irá quase dobrar até 2030. Entre o final da II 
Guerra e 1973, os países capitalistas tiveram uma expansão sem precedentes 
na História. Uma das causas do formidável desempenho econômico nesse 
período, que o historiador inglês Eric Hobsbawm chamou de Era de Ouro, foi a 
fartura e o baixo preço da energia. Esse tempo acabou. As maiores economias 
do mundo vivem com a corda no pescoço porque são grandes importadoras 
de combustíveis, como carvão e gás para gerar eletricidade e petróleo para o 
setor de transportes. O Estados Unidos estão em terceiro lugar entre os 
maiores produtores de petróleo, mas a enorme demanda força a importação 
de metade do que é consumido. São também os maiores produtores de 
eletricidade, mas precisam comprar excedentes do México e do Canadá. Ainda 
assim, não conseguem evitar vexames como os apagões na Califórnia. Não é 
sem razão que Bush decidiu ignorar cuidados ambientalistas e mandou 
procurar petróleo em áreas preservadas. No começo da semana passada, 
Doug Logan, um consultor particular, alertou que a cidade de Nova York 
poderá ficar no escuro nos próximos meses por causa de problemas na 
transmissão de energia. A perspectiva é de pesadelo. 
A dependência da civilização contemporânea em relação à energia fica ainda 
mais evidente nos momentos de crise. Poucos têm sobras para garantir o 
fornecimento diante de dificuldades circunstanciais, como chuvas insuficientes 
no Brasil. O Japão, segundo país mais rico do mundo, tem reservas irrisórias 
de carvão, gás e petróleo: os combustíveis fósseis usados na geração de 
energia. Não dispõe de grandes hidrelétricas, usinas movidas por grandes 
volumes de águas e que no Brasil respondem por mais de 90% da geração de 
energia. A única fonte doméstica de eletricidade são as usinas nucleares, que 
atendem apenas a 30% das necessidades japonesas. A situação é ainda mais 
preocupante nos países em desenvolvimento, nos quais a demanda, puxada 
basicamente pela Ásia e pela América do Sul, está crescendo bem acima da 
média mundial. Há três indicativos claros que justificam a presunção de que 
ficará cada vez mais difícil aplacar a fome por energia: 
• Com base nas previsões de instituições financeiras internacionais, 
como o BancoMundial e o Fundo Monetário Internacional, acredita-se 
que a Ásia e a América do Sul irão apresentar índices de crescimento 
econômico mais altos do que o resto do mundo. 
• As populações da Ásia e da América do Sul devem continuar crescendo 
mais do que as de outras regiões. À medida que melhorem de vida, 
asiáticos e sul-americanos vão comprar mais eletrodomésticos e 
serviços que demandam energia. 
• O setor de transporte deverá passar por uma revolução nessas duas 
regiões, onde o número de carros para cada grupo de 100 000 
habitantes ainda é baixo. Isso afetará bastante o consumo de petróleo. 
O fenômeno energético é interessante em suas nuances : o ritmo de 
crescimento do consumo de energia nos países ricos é menos acelerado que 
naqueles em desenvolvimento. "Isso acontece por causa dos diferentes 
estágios de industrialização" , diz Mike Grillot, economista do Departamento 
de Energia dos Estados Unidos. Países atrasados têm indústrias pesadas, que 
consomem mais eletricidade. As nações maduras, por sua vez, estão, cada 
vez mais, se especializando na área de serviços deslocando fábricas para 
países em desenvolvimento. A previsão é que no futuro esse fenômeno se 
intensifique. Hoje, de cada dez habitantes do planeta, três não tem acesso à 
eletricidade. A maior parte dos que estão às escuras vive em áreas rurais de 
países miseráveis. Essa gente quer sair das trevas e poder comprar lâmpadas 
e eletrodomésticos. Em seguida, eles vão querer comprar carro e andar de 
avião - e isso só será possível se houver energia abundante e barata. A 
diferença em relação às necessidades energéticas não significa que o Primeiro 
Mundo está menos sedento de energia. Ao contrário, não pode descuidar-se 
sem o risco de pôr a perder o que foi penosamente conquistado pelas 
gerações anteriores. 
Os apagões e os racionamentos estão sendo registrados em países com boa 
infra-estrutura energética, sobretudo em decorrência da falta de investimento 
em geração, como mostram os exemplos da Califórnia e do Brasil. Estudo 
recente apontou o perigo de apagões em três regiões da Espanha em julho e 
agosto, quando o país é invadido por milhões de turistas. O motivo: falta de 
investimento em transmissão e aumento da demanda. Apagões são comuns 
em todo o países mais precários, como Índia, Paquistão, Nigéria, Geórgia e 
Armênia. "Nesses lugares, a maior causa é a falta de dinheiro para a 
manutenção", diz Jamal Saghir, diretor do departamento de energia do Banco 
Mundial. A crise energética não é, evidentemente, destino inevitável. É uma 
questão de planejamento e sobretudo de dinheiro. Maior produtora mundial 
de carvão mineral, a China garante 60% de sua demanda com usinas 
termelétricas - mas está investindo 70 bilhões de dólares na construção da 
maior hidrelétrica do planeta. Essa megaobra é necessária para atender às 
necessidades crescentes de uma economia que há mais de uma década cresce 
ao ritmo veloz de 7% ano. 
A usina de Três Gargantas no Yang Tsé terá capacidade de geração 50% 
superior à de Itaipu, hoje a mais potente do mundo. É uma dessas obras com 
números de tirar o fôlego pela grandiosidade. Só o concreto usado nas 
barragens seria suficiente para construir mais de 400 Maracanãs. O largo da 
usina terá 600 quilômetros de comprimento e vai engolir doze cidades e 356 
vilarejos, obrigando a remoção de 2 milhões de pessoas. Quando estiver 
pronta, será um maná: produzirá 10% de toda a eletricidade de que os 
chineses precisam. 
As fontes de energia 
tradicionais... ... e as alternativas 
Carvão 
minera
l 
Popular
izado a 
partir 
da 
Revoluç
ão Industrial, o carvão mineral 
é responsável por 40% da 
produção total de energia no 
mundo. No atual ritmo de 
consumo, as reservas 
conhecidas são suficientes para 
mais dois séculos. 
Pró: 
é abundante, encontrado com 
facilidade na maioria dos 
países. 
Contra: 
o carvão mineral é o mais 
poluidor entre os combustíveis 
fósseis. 
Eólica 
É a fonte de 
energia 
alternativa com 
maior taxa de 
crescimento. 
Ainda assim, só 
entra com 0,1% 
da produção 
total de 
eletricidade. é a 
favorita dos 
ambientalistas. 
Pró: poluição zero.Pode 
complementar as redes 
tradicionais. 
Contra: instável, está sujeita a 
variações do vento e a 
calmarias.Os equipamentos são 
caros e barulhentos. 
Petróleo 
Responde por 40% de toda a 
energia produzida no planeta. 
Ainda não se encontrou 
substituto mais eficiente e 
barato para a gasolina usada 
nos automóveis. 
Pró: funciona bem na maioria 
dos motores e, apesar das 
Solar 
Ainda não se mostrou capaz de 
produzir eletricidade em grande 
escala. A tecnologia deixa a 
desejar e o custo de instalação 
é alto. Para produzir a mesma 
energia de uma hidrelétrica, os 
painéis solares custariam quase 
dez vezes mais. 
oscilações de 
preço, 
mantém boa 
relação custo-
benefício. 
Contra: as 
reservas 
concentram-
se em poucos 
países, que 
podem manipular o preço. É 
um dos maiores poluidores do 
ar. 
Pró: útil 
como 
fonte 
comple
mentar 
em 
residênci
as e áreas rurais distantes da 
rede elétrica central. Índice 
zero de poluição. 
Contra: o preço proibitivo para 
produção em média e larga 
escalas.Só funciona bem em 
áreas muito ensolaradas. 
Geotérmica 
Aproveita o calor do subsolo da 
Terra, que aumenta à 
proporção de 3 graus a cada 
100 metros de profundidade. 
Representa apenas 0,3% da 
eletricidade produzida no 
planeta. 
Pró: custos mais estáveis que 
os de outras fontes 
alternativas. É explorada nos 
Estados Unidos, Filipinas, 
México e Itália. 
Contra: só é viável em 
algumas regiões, que não 
incluem o Brasil. É mais usada 
como auxiliar nos sistemas de 
calefação. 
Gás natural 
Ao contrário do que se pensava 
há duas décadas, as reservas 
desse combustível fóssil são 
abundantes. A produção deve 
dobrar até 2010. É cada vez 
mais usado para gerar 
eletricidade. 
Pró: é versátil, de alta 
eficiência na produção de 
eletricidade e não vai faltar. 
Polui menos que o carvão e o 
petróleo. 
Contra: os preços instáveis em 
algumas regiões; exige grandes 
investimentos em infra-
estrutura de transporte 
(gasodutos ou terminais 
marítimos). 
Hidrelétricas 
As usinas respondem por 18% 
da energia elétrica global. São 
responsáveis pelo fornecimento 
de 50% da eletricidade em 63 
países e por 90% em outros 
23, entre eles o Brasil. 
Pró: são uma fonte de energia 
renovável, que produz 
eletricidade de forma limpa, 
não poluente e barata. 
Contra: exigem grande 
investimento inicial na 
construção de barragens. 
Podem ter a operação 
prejudicada pela falta de 
chuvas. 
Biomassa 
Agrupa várias opções como 
queima de madeira, carvão 
vegetal e o processamento 
industrial de celulose e bagaço 
de cana-de-açúcar. Inclui o uso 
de álcool como combustível. 
Responde por 1% da energia 
elétrica mundial. 
Pró: aproveita restos 
reduzindo o desperdício. O 
álcool tem eficiência 
equivalente à da gasolina como 
combustível para automóveis. 
Contra: o uso em larga escala 
na geração de energia esbarra 
nos limites da sazonalidade. A 
produção de energia cai no 
período de entresafra. 
Dependendo de como se 
queima, pode ser muito 
poluente. 
Energia nuclear 
Apesar da chiadeira dos 
ambientalistas, é a terceira 
maior fonte de geração de 
eletricidade. Há 438 usinas 
nucleares em operação, seis 
delas recém-inauguradas (uma 
na República Checa, uma no 
Brasil, três na Índia e uma no 
Paquistão). 
Pró: são uma fonte de energia 
renovável, que produz 
eletricidade de forma limpa, 
não poluente e barata. 
Contra: exigem grande 
investimento, demora para 
entrar em operação e produz 
lixo radioativo. Sofre o estigma 
de acidentes, como o de 
chernobyl. 
Eficiência 
Melhorar a tecnologia de 
máquinas e os hábitos de 
consumo permite melhor 
aproveitamento da energia e 
reduz a poluição. No Brasil, 
perdem-se 13% da eletricidade 
com o uso de equipamentos 
obsoletos.Em alguns países já 
estão rodando carros híbridos, 
que combinam gasolina eeletricidade. 
Pró: é um modo sensato de 
poupar a energia disponível. 
Contra: exige investimentos 
pesados em pesquisas 
tecnológicas. Também é 
necessário convencer as 
pessoas a colaborar. 
 
 
De modo geral, os países da Europa Ocidental são os mais bem preparados 
para a geração de energia. Pobre de recursos naturais, a França investiu em 
usinas nucleares. Sempre pragmático quando se trata de fazer negócios, o 
governo francês simplesmente ignorou a gritaria ambientalista e pontilhou o 
país com reatores. O resultado é que o átomo atende a 80% do consumo e 
ainda permite que a França seja de longe a maior exportadora de eletricidade 
da Europa. Freguesa de caderninho da energia francesa, a Alemanha tira sua 
eletricidade sobretudo de termelétricas a carvão. Apesar disso, amarrado da 
forma que está numa coalizão com o Partido Verde, o governo do chanceler 
Gerhard Schroeder comprometeu-se a desativar as usinas nucleares até 2021. 
É improvável que cumpra o prazo. Entre os países desenvolvidos, os átomos 
representam a segunda principal fonte de produção de eletricidade, perdendo 
apenas para o carvão. Por toda a parte, há sinais de que se está no limiar de 
um novo boom radioativo. 
Nenhuma usina nuclear nova foi construída nos Estados Unidos desde o 
acidente de Three Mile Island, em 1979. O fim da trégua foi anunciado na 
semana passada por Bush. Também na semana passada, o governo japonês 
deu luz verde para o início das obras de duas usinas nucleares, pondo fim a 
uma pausa de dois anos causada por um acidente que matou duas pessoas. A 
necessidade de fontes confiáveis de energia está fazendo com que os 
europeus superem o trauma de Chernobyl, o mais sério acidente radioativo, 
ocorrido na Ucrânia em 1986. Usinas nucleares também estão nos planos de 
governo dos trabalhistas para as próximas eleições inglesas. 
O setor de energia elétrica tem características muito próprias. Precisa de 
grandes investimentos e trabalha com previsões de longo prazo, visto que são 
necessários muitos anos para construir grandes usinas. É possível que novas 
tecnologias ajudem a reduzir a pressão mundial por energia. Novas linhas 
estão diminuindo as perdas na transmissão entre usinas e consumidores 
finais. Os carros modernos consomem metade do combustível em relação aos 
modelos de 1972. Eletrodomésticos e máquinas estão mais eficientes, menos 
gastadores. Nos próximos quatros anos, a União Européia investirá 550 
milhões de dólares em pesquisas de energias renováveis, como a solar e a 
eólica. Ninguém apostaria, contudo, um euro furado na descoberta de uma 
forma alternativa de energia capaz de desbancar as tradicionais nos próximos 
vinte anos. Depois de três décadas de pesquisas, as tecnologias solar, eólica, 
geotérmica ou a resultante da incineração de restos orgânicos, a biomassa, 
contribuem com menos de 2% da eletricidade consumida no planeta. "Hoje, o 
potencial real dessas alternativas é apenas complementar", diz Pierre Bacher, 
autor do livro Quelle Énergie Pour Demain? (Qual a energia para o Amanhã?) 
e um dos responsáveis pela estruturação do sistema energético francês. 
 
 
 
O que ninguém aceita é correr o risco de se tornar refém de novas crises 
pretolíferas. As três crises de petróleo - produto responsável por 40% da 
geração de energia global - são fantasmas ainda não exorcizados. Entre 1950 
e 1973, o preço médio do barril ficou abaixo de ridículos 2 dólares. No começo 
dos anos 70, a OPEP dominada pelos árabes, fez uma verdadeira revolução. 
Atuou em grupo e cortou a extração em 25%. A velha lei da oferta e da 
procura fez o barril subir a 12 dólares, ligando alarmes em sedes 
governamentais de todo mundo. A segunda crise, provocada pela Revolução 
Islâmica do Irã, em 1979, também gerou um novo corte de produção. Foram 
seis anos de recessão mundial e, ao final, o barril já havia pulado para 40 
dólares. A guerra do Golfo provocou a terceira grande crise, que felizmente 
durou pouco, em 1991. A imagem de poços de petróleo incendiando no 
Kuwait provocou uma especulação sem precedentes, mas a essa altura o 
poder de barganha dos produtores do Oriente Médio já havia diminuído por 
causa do desenvolvimento de tecnologias de prospecção, que beneficiaram a 
extração em países como a Rússia, Angola e Nigéria. Depois de anos 
desunidos, os membros da OPEP chegaram a um acordo em 1999, reduzindo 
a produção e triplicando o preço do barril. Menos mau que o medo de que as 
reservas de petróleo estariam próximas do fim seja coisa do passado. A 
produção mundial chegará ao ápice em 2040 e, só então, começará a cair. 
Até lá, talvez já se tenha descoberto outra forma de saciar a fome de energia. 
Consuelo Diegues - Revista Veja 23 de Maio de 2001. 
VOCABULÁRIO: 
• Central geotérmica - Nesse tipo de central recorre-se à energia térmica 
que provém diretamente do subsolo (fontes termais e fumarolas). As 
principais instalações desse tipo são as de Larderello (Toscana, 
potência de 380MW), The Geysers (Califórnia, 520MW), e Wairakei 
(Nova Zelândia, 150MW). 
• Central Hidrelétrica - Essa central utiliza a energia cinética de uma 
massa de água que adiciona uma turbina hidráulica ligada a um 
gerador de pólos salientes. De acordo com a sua reserva de energia, 
temos as centrais a fio d'água, que não dispõem praticamente de 
reserva alguma de água; centrais com acumulação, ou centrais com 
reservatório a montante (que servem de reguladores de vazão); e, as 
centrais de comporta, cuja possibilidade de armazenamento é inferior 
a 5% da afluência anual de água. Há alguns anos já assistimos ao 
desenvolvimento de dois tipos particulares de centrais hidráulicas: as 
microcentrais e as centrais reversíveis. (No Brasil, foram realizados 
estudos de viabilidade para implantação de uma usina reversível, 
instalada na rocha, nas proximidades da bacia do rio Juquiá: nas horas 
de pico o sistema funcionaria como turbina, gerando energia elétrica, e 
no restante do tempo seria utilizada para bombear água para cima .) 
• Central maremotriz - Central que produz energia elétrica a partir de 
energia das marés. A primeira realização deste tipo foi levada a cabo 
na França, no estuário de Rance. 
• Central nuclear - Central em geral constituída de várias unidades (ou 
subunidades) implantadas num mesmo sítio. Cada unidade 
compreende um reator nuclear, um grupo de turboalternadores e 
diversas instalações auxiliares. As centrais nucleares produzem 
eletricidade a partir do calor liberado pela fissão do núcleo de certos 
átomos pesados (o isótopos 235b do urânio, p. ex.). A turbina de uma 
central nuclear é, assim, alimentada pelo vapor dos geradores de 
vapor que utilizam o calor fornecido pelas fissões que se processam no 
interior de um reator nuclear. As centrais nucleares são geralmente 
classificadas de acordo com o tipo de reatores com que estão 
equipadas. De 1980 a 1990, o número de unidades eletronucleares em 
funcionamento no mundo passou de 265 a 418 e a potência de 142 
milhões a 3230 milhões de KW. Embora considerável, o crescimento 
ficou aquém das previsões, em parte devido às conseqüências do 
grave acidente ocorrido na central de Chernobyl a 26 de abril de1986. 
Na última década, predominaram os reatores a água comum sob 
pressão, que, em 1990, equipavam 56% das unidades instaladas e 
forneciam 62% da potência total das centrais. 
• Central solar - dois tipos de centrais solares se destacam: as centrais 
fotovoltaicas e as centrais termodinâmicas (ou heliotermodinâmicas). 
As primeiras utilizam o efeito fotovoltaico produzido em certos 
materiais semicondutores para fazer a conversão direta dos raios 
solares em energia elétrica (fotopilha). No segundo tipo de central, a 
energia solar é convertida inicialmente em calor, que em seguida é 
utilizada para movimentar uma máquina termodinâmica à qual 
eventualmente está acoplado um gerador. 
• Central termoelétrica ou termelétrica - Central em que a energia 
elétrica é produzida a partir de energia térmica, geralmente atravésda 
queima de combustível, como p. ex. carvão (industrial ou mesmo 
dejetos da produção carbonífera), gás de altos fornos, gás natural, 
óleos pesados. Nas grandes centrais, as turbinas a vapor exigem (a 
3.000 rpm) turboalternadores de potência que atinge 600MW. As 
centrais mais atuais comportam geralmente vários turboalternadores 
de mesma potência. 
 
 
Economia Informal 
 De cada quatro pessoas empregadas no país em 97, uma vivia à custa 
de atividade econômica desenvolvida no ambiente familiar. Segundo 
pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o 
número de brasileiros nessa situação em 97 atingiu 12,87 milhões de 
pessoas. 
Esse contingente integra o que o tituto classifica de "setor informal da 
economia", embora um terço delas tivesse seus negócios regularizados, 
e 7% dos empregados tivessem carteira assinada. 
Essa significativa fatia do mercado trabalho contribuiu, segundo 
estimativas preliminares do IBGE, com 8% do PIB (Produto Intro Bruto) 
em 97. 
O instituto usa o termo "empresas informais" mesmo para negócios 
legalizados, apesar do entendimento comum de que informal é a 
economia paralela, que escapa as estatísticas oficiais. 
O IBGE usa o conceito de informalidade adotado pela OIT (Organização 
Internacional do Trabalho) desde 93 . A constatação de que o setor 
infomal contribuiu com, aproximadamente, 8% do PIB -o total de bens e 
serviços produzidos no país- põe fim a uma crença de a participação dos 
pequenos sócios informais gerava cifras muito maiores. 
Em outubro de 97, diz o IBGE, eles movimentaram R$ 12,89 bilhões, 
distribuídos por 9,478 milhões de empresas, cuja receita média foi de 
R$1.405. 
Mito 
Segundo técnicos do IBGE, 
levando-se em conta 
apenas unidades 
produtivas, sem atividades 
ilegais e sonegações, o 
mito do "PIB paralelo" cai. 
"Fica clara a grande 
importância do setor 
informal para a geração de 
postos de trabalho", disse 
Ângela Jorge, diretora do 
Departamento de Emprego e Rendimentos do órgão. 
Essas 12,87 milhões de pessoas formam um contigente igual à soma 
dos empregados na indústria de transformação e em serviços públicos 
(militares e estatutários), segundo dados do IBGE. 
Elas se concentraram em comércio, justamente a área com a maior 
receita média mensal: R$ 2.219. 
Para a especialista em economia informal Hildete Pereira de Melo, 
consultora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o fato de 
um quarto da população empregada do país pertencer ao setor informal 
é "dramático". "A renda média é muito baixa. É um bolsão de pessoas 
de baixa renda", diz. 
O rendimento médio de um desempregado do setor informal, segundo o 
IBGE, foi de R$ 240, em outubro de 97. Mas é uma realidade que muda 
muito dependendo da região, do tipo de atividade, instrução etc. 
Por exemplo: como empregados, pessoas de baixa instrução -a maioria 
pesquisada- ganhariam, no máximo, dois salários mínimos 
no mercado de trabalho (R$ 280). Como trabalhadores por conta 
própria, têm um rendimento médio de R$ 400, ou de R$ 1.000, no caso 
de pequenos empregadores. 
Exemplo típico dessa população é Lindinalva de Assis, a Dinha, 48 anos, 
que chega a empregar 22 pessoas no mercado informal do acarajé em 
Salvador (BA). Mas não assina a carteira de trabalho da maioria dos 
funcionários. 
"As pessoas que trabalham comigo me ajudam a fazer o acarajé, o 
abará, cortam salada e atendem clientes", revela a vendedora de 
acarajé mais famosa da Bahia. 
Em média, o comércio informal de Dinha registra um faturamento bruto 
de R$ 65 mil por mês. O lucro médio é de R$13 mil mensais. 
Dinha disse que paga entre R$ 150 e R$ 250 por mês aos seus 
funcionários. "Em me sinto gratificada em ajudar no sustento de tantas 
famílias", afirmou. 
Os negócios informais estão concentrados sobretudo na região Sudeste 
(47,5%), aparecendo o Nordeste em seguida, com 26%. O Norte ficou 
com a menor fatia da distribuição das atividades informais pelo país: 
5%. 
A maioria (57%) desses empreendedores não nasceu nos municípios 
onde trabalha. E optou pela informalidade pela perspective de ter o 
próprio negócio, segundo o IBGE. 
 
 
 
Estação Orbital MIR 
Depois de 15 anos no espaço, a estação orbital russa MIR se desintegrou ao 
reentrar na atmosfera terrestre. Os fragmentos caíram no Oceano Pacífico, 
próximo às ilhas Fiji. Lançado em 20 de fevereiro de 1986, a MIR cumpriu 
86.320 órbitas em torno do planeta. Estiveram na estação 104 astronautas, 
entre os quais 42 russos e sete americanos. 
 
 
 
FARC's - Plano Colombia 
 
 
Comandada pelos Estados Unidos, a 
"guerra às drogas" consiste, na 
prática, em eliminar a produção nos 
países em vias de desenvolvimento 
- ou seja, a parte "oferta" da 
equação -, em vez de atacar o 
consumo nos países ricos: o lado da 
"demanda". 
A operação multinacional visa 
combater o plantio e a produção de 
cocaína na Colômbia. 
O Problema 
Diferentemente do que ocorreu na 
Bolívia e no Peru, a Colômbia viu 
aumentar o número de plantações 
ilícitas em seu território. O país 
carrega atualmente o título de 
maior produtor de cocaína. Os 
plantios de coca ocupam cerca de 
120 mil hectares, 20% a mais do 
que em 1988. As lavouras da droga 
empregam 300 mil agricultores, 
principalmente no sul do país. A estimativa do governo norte-americano 
é de que 80% da cocaína e dois terços da heroína consumida no país 
sejam produzidas na Colômbia. 
O que é? 
O Plano Colômbia é uma estratégia do governo para combater o 
narcotráfico, alcançar a paz com os grupos guerrilheiros, reativar a 
frágil economia nacional e promover o desenvolvimento das regiões 
pobres do país. A iniciativa foi lançada em setembro de 1999. 
Os recursos 
Sua aplicação custará US$ 7,5 bilhões, divididos com EUA, Japão, União 
Européia e Canadá. Os EUA entrarão com US$ 1,3 bilhão, uma equipe 
de instrutores militares que treinarão grupos especiais do exército 
colombiano, e empréstimo de 60 helicópteros e uma equipe de 500 
militares. 
As medidas 
As missões devem equipar e treinar três batalhões de mil homens cada, 
erradicar pontos de 
tráfico e plantações 
de cocaína e destruir 
laboratórios de 
produção da droga. 
A guerrilha 
Os grupos 
guerrilheiros de 
esquerda Forças 
Armadas 
Revolucionárias da 
Colômbia (FARC, de 
orientação marxista) 
e o exército de 
Libertação Nacional 
(ELN, guevarista) se 
opõem à ajuda 
americana, alegando 
que os EUA estariam 
utilizando o Plano 
Colômbia, como 
pretexto para uma 
intervenção militar no 
país. Segundo os 
guerrilheiros, os americanos querem invadir o país usando como pano 
de fundo o combate ao narcotráfico. 
Riscos aos vizinhos 
Argentina, Brasil, Equador, Panamá, Peru e Venezuela temem que o uso 
de força militar contra os cartéis colombianos acabe "exportando" uma 
guerra civil não declarada, que já dura 40 anos. Na Colômbia, os grupos 
guerrilheiros estão intrinsecamente ligados ao narcotráfico. O temor 
brasileiro é de que os guerrilheiros e traficantes possam tentar cruzar a 
fronteira, refugiando-se na Amazônia. Na Venezuela, poderia ocorrer a 
transferência do plantio de coca para o país. Já no Equador e no Peru, o 
receio é de que 50 mil refugiados tentem se exilar nesse país. 
O confronto 
Beira-Mar foi ferido há três semanas, depois de escapar de dois 
pelotões do Exército da Colômbia integrados por cerca de cem soldados. 
Na mesma época, foi preso o gaúcho Nei Machado, braço direito do 
carioca. 
Durante a fuga do traficante carioca, analgésicos e antibióticos foram 
abandonados por guerrilheiros das Forças Revolucionárias Armadas da 
Colômbia (Farc) que faziam sua proteção. 
O refúgio 
O traficante estava na área urbana de Barranco de Minas, lugarejo com 
mil habitantes situado no Departamento (Estado) de Guainía, às 
margens do Rio Guaviare. 
No local, o maior atacadista de drogas do Brasil construiu um centro de 
operações para entregar armas às Farc em troca de drogas. 
O lugar era usado ainda como moradiapor Beira-Mar e pelo traficante 
gaúcho Nei Machado, preso pelos militares colombianos em 22 de 
fevereiro. Eles realizavam festas e promoviam rinhas-de-galo. Além 
disso, mantinham um equipado centro de operações com aparelhos 
(rádio, antenas e telefones) dotados de transmissão via satélite e 
geradores de energia elétrica para uma área de 10 mil hectares de 
plantações de coca. 
A apreensão 
Os militares colombianos apreenderam em poder do grupo 700 fuzis, 
dólares e a maior parte dos documentos com detalhes sobre as rotas do 
cartel de Beira-Mar. 
Cerca de 3,5 mil homens que fazem parte da Operação Gato Negro 
participam da caçada ao traficante carioca que estaria refugiado entre 
os Departamentos (Estados) de Guainía e Vichada. 
 
 
 
Febre Aftosa 
 
 
Medo em carne e osso 
Surto de febre aftosa avança e faz a Europa reviver 
paranóia da doença da vaca louca. 
 
Nos aeroportos europeus, agentes sanitários com luvas de borracha e 
ajuda de cães farejadores vasculham as bagagens. Tudo é revirado, os 
sapatos são colocados de lado e lavados, e os passageiros passam por 
um interrogatório constrangedor. Nos postos fronteiriços ou em 
estradas vicinais, os pneus dos carros são desinfetados. Eventos 
esportivos no campo estão suspensos. Nem a rainha-mãe inglesa 
escapou do cerco: ao participar de um convescote no interior do país, 
ela pisou com os sapatos reais numa esteira para desinfetá-los. Um 
surto de febre aftosa, descoberto há um mês na Inglaterra, chegou à 
França na semana passada e contaminou a Europa inteira com outro 
tipo de vírus, o do pânico, o mesmo que varreu a região nos anos 80 
com o surgimento da doença da vaca louca. 
A sensação é de que o pesadelo está de volta, numa reedição bem mais 
grave. Não bastasse a doença da vaca louca ter se espalhado pelo 
continente, causando queda de 40% no consumo de carne e alterando 
os hábitos alimentares da população, agora se tem a crise da aftosa. 
Até o fim da semana passada, 170.000 cabeças de bovinos, caprinos e 
suínos foram sacrificadas na Inglaterra e outras 60.000 no continente. 
Se o surto não for controlado, 1 milhão de cabeças deverá repetir o 
ritual mostrado diariamente pela TV, de rebanhos incinerados em 
fogueiras gigantescas. A febre aftosa é causada por um vírus que pode 
ser transmitido até pelo vento, daí as medidas dramáticas para conter 
sua expansão. Além da febre, causa feridas nas patas e na boca dos 
rebanhos atingidos. E só. Não é mortal para os animais nem apresenta 
riscos aos humanos. O maior estrago do vírus é econômico: os 
rebanhos contaminados perdem peso e leite. 
A vacinação em massa foi descartada porque os produtores perderiam o 
status de "livre da aftosa sem vacinação", o que garante o preço maior 
da carne exportada. Daí a opção de isolar e sacrificar rebanhos com 
suspeita de contaminação. O avanço do vírus fez soar o alerta em 
vários países já desconfiados da carne da Europa. Na quinta-feira 
passada, o Brasil proibiu as importações de produtos à base de carne da 
União Européia para evitar a disseminação da doença da vaca louca. 
Austrália e Estados Unidos fizeram o mesmo e ainda reforçaram as 
inspeções sanitárias em aeroportos. 
Com o novo fechamento de mercados no exterior, rixas históricas 
ressurgiram. Na semana passada, um ministro irlandês chegou a 
referir-se aos ingleses como "os leprosos da Europa". É verdade que a 
Inglaterra parece a origem de todas as mazelas. Mas as condições que 
geraram às doenças no país são comuns a toda a União Européia. Todos 
eles usavam a ração à base de carcaça de animais - que se suspeita ser 
o agente transmissor da doença da vaca louca. A mecanização e a 
pecuária intensiva ajudaram a baratear o preço dos alimentos, mas 
também facilitaram a propagação da epidemia. O continente já discute 
a volta de uma agricultura mais ecológica e a adoção do "boi verde". 
Vem a ser, mais ou menos, o gado criado à moda brasileira, solto no 
campo e alimentado com pasto. 
Revista Veja, 14 fevereiro de 2001. 
Ministério descarta denúncia de vacinação do gado 
em Ijuí 
O chefe do serviço de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura no 
Rio Grande do Sul, Helio Pinto, não acredita que produtores rurais de 
Ijuí estejam vacinando seus rebanhos contra a febre aftosa. 
Conforme Pinto, um dos criadores teria até colocado seu gado á 
disposição para exames. A coleta de sangue, por enquanto, está 
descartada, por causa da ausência de evidências comprovando que os 
animais da região teriam sido imunizados. No entanto, as investigações 
devem continuar. 
Também no final de semana, o presidente da Federação da Agricultura 
do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, esteve em Ijuí. Em 
reunião com o representante do ministério, foi reafirmada a decisão dos 
produtores de não imunizar o rebanho, posição homologada no sábado 
por 13 sindicatos rurais da região Noroeste. Sperotto também não 
acredita nas denúncias de vacinação em Ijuí. 
Coordenadora do DPA acredita que houve confusão 
Para a coordenadora administrativa do Departamento de Produção 
Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura do Estado, Fátima Brandalise, 
houve apenas a vontade de vacinar. O DPA procurou a prefeitura de Ijuí 
para buscar explicações sobre as suspeitas. 
Desde o final de fevereiro, quando as primeiras barreiras volantes foram 
instaladas na fronteira com a Argentina, 46 abatedouros clandestinos 
foram interditados pela inspetoria veterinária do Estado na região que 
compreende Barra do Quaraí a Iraí, conforme o coordenador de 
Agricultura da região das Missões, Darci Colbek. 
No total, são 11 barreiras fixas e 19 móveis. As unidades são reforçadas 
por 93 policiais militares e terão ainda o apoio do Exército, anunciado 
pelo ministério. Até agora, três bovinos foram sacrificados no município 
de Esperança do Sul por suspeitas que estivessem sendo 
contrabandeados. 
Denúncias da população ribeirinha relatam que os focos de febre aftosa 
detectados na Argentina já estariam a 10 quilômetros da fronteira, 
segundo Colbek. 
- A Argentina é uma caixa preta. Sabemos que há focos da doença em 
algumas províncias e já observamos uma movimentação mais intensa 
da defesa sanitária deles conta o coordenador. 
 
 
Ações na Europa e no Uruguai 
O governo uruguaio fechou por 48 horas a ponte General Artigas, na 
fronteira com a Argentina. A decisão, tomada na sexta-feira, integra um 
conjunto de ações preventivas para tentar impedir a entrada de febre 
aftosa e causou preocupação entre dirigentes e produtores argentinos, 
que consideraram a medida uma barreira comercial. O Uruguai 'também 
reforçou a presença de militares na fronteira. 
Na Europa, a crise se alastra. Com 607 focos identificados, o governo 
britânico anunciou que 525 mil animais serão mortos no país (foto). A 
antiga base aérea de Great Orton, no noroeste da Inglaterra, está 
sendo utilizado como o principal local de sacrifício dos exemplares. Na 
Holanda, foi confirmado o quinto foco da doença. Argélia, Catar e Israel 
proibiram no final de semana as importações de gado e carne 
procedentes dos países afetados pela crise. 
 
 
Globalização 
 
Processo de integração mundial que se intensifica nas últimas décadas, a 
globalização baseia-se na liberação econômica: os Estados abandonam 
gradativamente as barreiras tarifárias que protegem sua produção da 
concorrência estrangeira e se abrem ao fluxo internacional de bens, serviços e 
capitais. 
A recente evolução nas tecnologias da informação contribui de forma decisiva 
para essa abertura. Além de concorrer para uma crescente homogeneização 
cultural, a evolução e a popularização das tecnologias de informação 
(computador, telefone e televisor) são fundamentais para agilizar o comércio, 
o fluxo de investimentos e a atuação das transnacionais, por permitir uma 
integração sem precedentes de pontos distantes do planeta. Em 1960, um 
cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao 
mesmo tempo. Atualmente, os cabos defibra ótica possuem capacidade para 
enviar 1,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de três minutos, que 
custava 244 dólares em 1930, é feita por 3 dólares no início dos anos 90. A 
Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê para 2000 a existência de 300 
milhões de usuários da internet e transações comerciais de mais de 300 
bilhões de dólares. 
Contrastes da globalização - O debate em torno dos efeitos colaterais da 
globalização e das estratégias para evitá-los aprofunda-se em 1999. Uma das 
consequências desse processo é a concentração da riqueza. A maior parte do 
dinheiro circula nos países industrializados - apenas 25% dos investimentos -, 
e o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia sobe de 1,2 
bilhão, em 1987, para 1,5 bilhão, em 1999. O crescimento dos países 
emergentes em 1999 fica em torno de 1,5%, o pior desempenho em 17 anos. 
As exceções, China e Índia, são justamente as nações que dão ritmo mais 
lento à liberação comercial e à integração ao sistema financeiro internacional. 
Com a crise mundial, o preço das matérias-primas, produzidas em grande 
parte pelos Estados mais pobres, cai mais de 20%, trazendo perdas de 10 
bilhões de dólares para a América Latina. Os países ricos, no mesmo ano, 
lucram 60 bilhões de dólares somente com a queda do custo do petróleo. A 
participação das nações emergentes no comércio internacional é de pouco 
mais de 30%. Algumas regiões estão à margem da globalização, como a Ásia 
Central, que representa apenas 0,2% das trocas, e o norte da África (0,7%). 
O Banco Mundial (Bird) aponta como causas para o distanciamento entre ricos 
e pobres o aumento das ações protecionistas promovidas pelos países ricos, a 
voracidade dos investidores e a fragilidade econômica e institucional das 
nações subdesenvolvidas. A receita usada para recuperar os mercados 
emergentes em queda - cortes orçamentários e juros altos - contribui para 
aumentar ainda mais a distância. 
Correção de rumos - Tais desigualdades preocupam os organismos 
internacionais. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e 
Desenvolvimento (Unctad) propõe o controle de capitais e desenvolvimento 
sustentado em contraposição ao Consenso de Washington, nome pelo qual 
ficaram conhecidos os princípios de liberalização financeira e comercial que 
caracterizam o neoliberalismo. A instituição, em conjunto com o Bird, tem um 
plano para abolir em 15 anos as dívidas dos 41 países mais pobres. 
Em seu relatório do Desenvolvimento Humano de 1999, o Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) fornece uma receita geral para 
corrigir os rumos da globalização. As nações emergentes e organizações não 
governamentais devem ter mais influência nos fóruns econômicos 
internacionais - Fundo Monetário Internacional (FMI), Bird, Grupo dos Sete 
(G-7) -, hoje controlados pelos Estados ricos. Sugere ainda que as decisões 
não considerem apenas as variáveis econômicas, mas também suas 
repercussões na área social. Por fim, conclui que, embora pareça 
contraditório, o sucesso da globalização exige avaliações regionalistas. 
Expansão - O início da integração mundial remonta aos séculos XV e XVI, 
quando a expansão ultramarina dos Estados europeus possibilita a conquista 
de novos mercados. Outro salto na difusão do comércio e dos investimentos é 
dado pelas duas Revoluções Industriais, nos séculos XVIII e XIX. A 
interdependência econômica cresce até a quebra da Bolsa de Nova York, em 
1929, e é retomada no bloco capitalista após a II Guerra Mundial. Estimuladas 
pela quebra de barreiras - decorrente, em grande parte, das políticas 
liberalizantes postas em prática pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio 
(Gatt) e, atualmente, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) -, as 
trocas mundiais aumentam de forma expressiva a partir dessa época. Em 
1950 totalizam 61 bilhões de dólares, ao passo que em 1998 atingem 5,2 
trilhões de dólares. 
O fim da Guerra Fria, nos anos 80, inaugura um novo estágio de globalização: 
as trocas mundiais incrementam-se ainda mais por causa da transição das 
nações comunistas para a economia de mercado, e a expansão do comércio 
supera o aumento da produção mundial. De acordo com o FMI, entre 1989 e 
1998 o volume de dinheiro movimentado em trocas internacionais se eleva 
em média 6,5% ao ano, enquanto a taxa anual de crescimento da produção é 
de 3,4%. 
Explosão dos investimentos - A expansão dos fluxos de capital tem sido 
ainda maior por causa da abertura dos países ao investimento estrangeiro e 
da enorme velocidade das transações. O movimento diário de capitais no 
mundo é estimado em 2 trilhões de dólares. A migração quase instantânea do 
dinheiro fortalece investimentos estrangeiros de curto prazo. Ao menor sinal 
de instabilidade econômica ou política no Estado, o investimento é resgatado, 
provocando uma crise que pode alastrar-se para outras nações por causa da 
integração das economias. 
É o que ocorre no segundo semestre de 1997, quando as principais bolsas de 
valores do mundo despencam em reação à profunda crise das nações do 
Sudeste Asiático. O turbilhão financeiro evolui para uma crise internacional 
em 1998. Os países emergentes - sobretudo a Federação Russa - são os mais 
atingidos, por adotar modelos de desenvolvimentos baseados em 
investimentos externos. As sucessivas crises realçam a instabilidade de um 
mercado financeiro globalizado, em que o desempenho das economias 
nacionais depende não só da ação dos governos, mas cada vez mais dos 
grandes investidores estrangeiros. 
Corporações transnacionais - A globalização é marcada ainda pelo 
crescimento das corporações transnacionais, que exercem papel decisivo na 
economia mundial. De acordo com o relatório do Desenvolvimento Humano de 
1999, das 100 maiores riquezas do mundo, metade pertence a Estados e 
metade, a megaempresas. Reportagem da revista Fortune mostra que as dez 
principais corporações do mundo - General Motors Corporation, 
DaimlerChrysler, Ford Motor, Wal-Mart Stores, Mitsui, Itochu, Mitsubishi, 
Exxon, General Electric e Toyota Motor - ganharam juntas 1,2 trilhão de 
dólares em 1998, valor 50% maior que o produto interno bruto (PIB) 
brasileiro. O faturamento isolado de cada uma dessas empresas é comparado 
ao PIB de importantes economias mundiais, como Dinamarca, Noruega, 
Polônia, África do Sul, Finlândia, Grécia e Portugal. Somente as ações da 
Microsoft, a principal empresa de informática do mundo, atingem em julho de 
1999 valor de mercado equivalente a mais de 500 bilhões de dólares. Além de 
crescer em faturamento, as corporações tornam-se gigantescas também pelo 
processo de fusões, acelerado a partir de 1998. 
As transnacionais implementam mudanças significativas no processo de 
produção. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, 
instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam melhores 
vantagens fiscais e mão-de-obra e matéria-prima baratas. Os produtos não 
têm mais nacionalidade definida. Um carro de uma marca dos EUA pode 
conter peças fabricadas no Japão, Ter sido projetado na França, montado no 
Brasil e ser vendido no mundo todo. 
Euro - Em 1999, onze países da União Européia (UE) dão outro passo 
importante no processo de globalização ao criar o euro, moeda única do 
bloco. Em 1º de janeiro, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, 
Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos) e Portugal 
passam a empregá-lo nas transações entre suas empresas. Em 1º de janeiro 
de 2002, o euro vai ser usado regularmente e, a partir de 1º de julho desse 
ano, as moedas nacionais deixarão de existir. É a primeira vez na história que 
nações abrem mão de emitir sua própria moeda. 
 
 
Globalização - Mercosul - ALCA 
 
 
• ALCA 
A área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é uma proposta de 
integração comercial de todos os países das Américas, com exceção de 
Cuba. A criação da ALCA foi proposta, em 1990, pelo ex-presidente dos 
Estados Unidos George Bush, pai do atual presidentedos EUA. 
• NAFTA 
É uma área de livre comércio entre os Estados Unidos, o Canadá e o 
México. O objetivo se restringe a reduzir tarifas entre esses países. Não 
há proposta de integração política e econômica. 
 
 
• MERCOSUL 
Propõe-se a ser um mercado comum entre o Brasil, a Argentina, o 
Uruguai e o Paraguai. Significa que as tarifas de comércio entre os 
países ficam cercadas e pessoas, bens e serviços cruzarão as fronteiras 
sem qualquer impedimento. Atualmente, o bloco é uma união aduaneira 
incompleta. Uma das partes das tarifas já foi reduzida e se busca um 
acordo para definir uma Tarifa Externa Comum (TEC) para todos os 
setores. Bolívia e Chile são membros associados. 
ALCA 
Os participantes 
Incluirá 34 países das Américas: Antigua e Barbuda, Argentina, 
Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, 
Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, 
Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, 
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint Kitts e 
Granadinas, Santa Lúcia, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e 
Venezuela. 
O que propõe? 
Os países-membros da ALCA terão, entre si, preferências tarifárias. O 
objetivo é que as tarifas para o comércio sejam reduzidas até que 
fiquem zeradas, facilitando o fluxo de bens e serviços na região, 
principalmente entre os países integrantes do NAFTA (EUA, México e 
Canadá) e do MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). 
 
Cronograma 
A data de criação da ALCA não está certa. Existe uma carta de 
intenções - lançada em 1994 e confirmada em 1998 - entre as 
principais economias da região para que se discuta a criação da ALCA 
até 2005. 
 
A posição dos EUA 
Os EUA defendem a antecipação da ALCA, com início a partir de 2003. O 
acesso facilitado a grandes mercados consumidores, como o Brasil, e o 
fortalecimento de sua influência política e comercial nas Américas são 
os principais interesses. 
Para realizar as negociações mais rapidamente, Bush precisa do fast 
track - é uma autorização do Parlamento para que o presidente feche 
acordos internacionais de comércio sem precisar da posterior 
confirmação do Senado. Outros países temem fechar acordo com os 
EUA e, na hora da ratificação, o Senado modifique os termos. 
 
A posição do Brasil 
O Brasil prioriza o fortalecimento do MERCOSUL. A partir dele, em tese, 
estaria em melhores condições de negociar outros acordos. O governo 
teme a criação apressada da ALCA: insiste em que a data não é o mais 
importante, mas a substância do acordo. Substância, no caso, são 
basicamente três temas: subsídios (especialmente na agricultura), leis 
antidumping e regras de origem das mercadorias. Há também o temor 
de que muitos setores da economia brasileira não estão preparados 
para concorrer com tarifas de importação zeradas. Além disso, o Brasil 
busca outras formas de integração, como uma eventual área de livre 
comércio entre MERCOSUL e União Européia, que possam existir 
simultaneamente para que não fique vulnerável à economia dos EUA. 
 
Os grupos de trabalho 
Atualmente existem 12 grupos de trabalho, que são assistidos por uma 
comissão tripartite, formada pelo Banco Interamericano de 
Desenvolvimento (BID), pela Comissão das Nações Unidas para a 
América Latina e o Caribe (CEPAL) e pela Organização dos Estados 
Americanos (OEA). São eles: grupos de acesso a mercados, 
procedimentos alfandegários e normas de origem, investimentos, 
normas e barreiras técnicas ao comércio, medidas sanitárias e 
fitossanitárias, economias menores, compras governamentais, direitos 
de propriedade intelectual, serviços de controvérsias e subsídios, 
antidumping e direitos compensatórios. 
 
 
MERCOSUL - Quatro Pilares 
Diego Ramiro Guelar 
Há mais de três anos que o MERCOSUL vem atravessando uma 
profunda crise. Enquanto a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) 
é uma proposta clara de zona de livre comércio impulsionada pelos EUA, 
o MERCOSUL perdeu o rumo como projeto de integração política, 
econômica e cultural para toda a América do Sul, tal como formulado 
pelo Brasil e pela Argentina. Um projeto integrador tem como objetivo a 
criação de um novo espaço geopolítico, que não é uma mera soma das 
partes para a conformação de um mercado ampliado. 
Se esse fosse o projeto (ao que poderíamos chamar MERCOSUL 
mínimo), a ALCA seria uma proposta mais abrangente e a decisão 
adotada (negociar com o MERCOSUL nossa participação na ALCA) não 
passaria de um feito simbólico que a força dos acontecimentos arrasaria 
como a um castelo de areia. Distinto será se, efetivamente, encararmos 
o MERCOSUL como um problema de identidade e construirmos os eixos 
de nossa integração e as instituições que a representem. 
Esse MERCOSUL: a união de nações que brindam sua identidade 
histórica a um novo projeto de nação ampliada onde brancos, negros, 
mestiços, índios, patagônicos e amazônicos, portenhos e paulistas, 
nordestinos e andinos, atlânticos e pacíficos pactuem construir a quarta 
região do planeta depois da União Européia, NAFTA e Japão para 
proporcionar bem-estar a nossos cidadãos e nos permitir sentar à 
"mesa pequena" da negociação universal. É possível realizá-lo? Sim. 
Para isso proponho quatro eixos temáticos elementares: 
Questão nuclear - Em 1985, os ex-presidentes Alfonsín e Sarney 
estabeleceram as bases para a integração ao abrir os programas 
nucleares que a Argentina e o Brasil haviam constituído desde o início 
da década de 50. Ambos os programas expressavam a rivalidade entre 
nossos países e a "procura da bomba" como mostra de superioridade 
estratégica para um eventual enfrentamento bélico. A continuidade 
desse enfoque seria equivalente à atual situação entre Índia e 
Paquistão, com seu enorme custo humano e econômico e seu 
permanente risco de desestabilização e desenlace bélico. 
Faz oito anos que funciona nossa única instituição supranacional, a 
Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais 
Nucleares (ABACC), com sede no Rio de Janeiro, que garante a 
utilização de energia nuclear com fins exclusivamente pacíficos. (Ao 
serem Argentina e Brasil os únicos países com programas nucleares na 
região, a garantia se estende a toda a América do Sul.) Deveríamos 
"mercosulizar" esse eixo, colocando a ABACC sob a dependência direta 
do Conselho MERCOSUL com um programa de geração de energia, 
utilizações médicas, etc. e uma presença conjunta nos foros 
internacionais que tratam desses assuntos. 
Programa alimentício MERCOSUL - Os países integrantes do MERCOSUL 
representam em conjunto e de forma ponderada os segundos 
produtores e exportadores das dez "commodities alimentícias" do 
mundo. A criação de uma agência comum deveria ter dois, propósitos: 
para dentro do MERCOSUL, um programa de erradicação da fome que 
deveria alcançar esse objetivo num prazo não superior a cinco anos; e 
para fora, uma forte participação no debate sobre o protecionismo 
agrícola, preços, auxílio aos países mais pobres, etc. Nossa triste 
participação atual - atrás da Austrália , no Grupo de Cairns é a 
expressão de uma atitude retórica que pouco tem a ver com nossas 
verdadeiras possibilidades de exercer pressão quando o fazemos de 
forma conjunta e eficiente. 
A Problemática do meio ambiente - A Amazônia, a Patagônia, a projeção 
Pacífica, Atlântica e Antártica de nossos países representam quase 40% 
da biodiversidade planetária. Essa dimensão tem também uma faceta 
interna e outra externa. Na interna, o desenvolvimento de uma 
proposta ambiental, científico-produtiva e turística que poderíamos 
sintetizar no eixo Amazônia-Patagônia. Uma agência comum que 
desenvolvesse um código ambiental único, a planificação turística, a 
pesquisa científica e a preservação das espécies deveria ser um 
fenomenal gerador de investimentos, empregos, etc.. Na externa, 
deveríamos nos colocar na vanguarda num assunto que está no topo da 
Agenda Planetária em face da brutal agressão cotidiana que nos 
apresenta a extinção da vidana Terra, não em termos de ficção 
científica, senão como uma grave questão a curto prazo. 
A luta política e militar contra o narcotráfico - A América do Sul é a 
maior produtora e repartidora de cocaína e maconha do mundo. O atual 
MERCOSUL (sem os países andinos) é considerado uma "zona de 
trânsito" por contraposição aos mercados de destino como os EUA e a 
Europa. Essa caracterização é equivocada e perigosa. No Brasil e na 
Argentina, o consumo de cocaína e maconha se multiplicou por cinco na 
última década. Só em duas cidades - Buenos Aires e São Paulo - moram 
30 milhões de habitantes. A metodologia que nos considera "zona de 
transito" é quase a mesma que dizer "quanto mais consumam os 
latinos, melhor, porque assim chega menos aos EUA e à Europa". 
Enquanto tal inocente estupidez passeia de elefante debaixo de nossos 
narizes, o fator corruptor dos enormes capitais envolvidos em tal tráfico 
está fazendo seu trabalho por dentro de nossas forças de segurança e 
partidos políticos, com conseqüências devastadoras num futuro 
próximo. Do meu ponto de vista, é imprescindível deixar de olhar o 
outro lado frente a esse flagelo e encarar com decisão o debate com 
nossos países irmãos do sistema andino para enfrentar uma batalha 
frontal - política e militar - que não dependa da intervenção militar 
extrazona nem de mendicantes cooperações que usualmente são 
desviadas para o sistema de clientelismo político. 
Essa batalha - a mãe de todas -, enfrentá-la e vencê-la, representará 
não só a preservação de nossas futuras gerações, mas também a 
maioridade política para nos sentarmos como acionistas principais dos 
grandes temas universais. Um MERCOSUL consolidado 
institucionalmente, com vocação para construir uma grande nação sul-
americana, que tenha derrotado a fome e o narcotráfico, controlado o 
risco nuclear e que administre o meio ambiente que Deus pôs à sua 
disposição para o bem de sua gente e de toda a humanidade, será um 
ator central desse mundo multipolar, mais justo e responsável que 
todos queremos contribuir a edificar neste milênio que está começando. 
O MERCOSUL pequeno, perfurado pelos conflitos entre lobbies setoriais, 
sem instituições permanentes nem uma épica moral ou objetivos 
macroeconômicos e políticos, se dissolverá sem choro nem vela, 
engrossando a longa lista de nossos fracassos históricos. Voto pelo 
MERCOSUL máximo, ambicioso, criativo, com ritmo de samba, cumbia e 
tango, disposto a apostar pesado e resolver os enormes problemas 
pendentes tal como nos reclama a cidadania em cada um de nossos 
países. 
Secretário de Relações Econômicas Internacionais e Cooperação da 
Província de Buenos Aires, ex-embaixador argentino junto à 
Comunidade Européia, Brasil e Estados Unidos. 
Gazeta Mercantil 
Venezuela no MERCOSUL 
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) recebeu ontem um reforço de 
peso, no momento em que sócios fundadores do bloco econômico 
começam a demonstrar a preferência pela negociação de acordos 
comerciais bilaterais com os Estados Unidos. 
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse ontem ao presidente 
Fernando Henrique Cardoso que a Venezuela decidiu aderir ao 
MERCOSUL, o que deve ocorrer até o fim do ano. 
Membro da Comunidade Andina (CAN), com Colômbia, Peru, Equador e 
Bolívia, que já negocia acordo com o MERCOSUL, a Venezuela anunciou 
sua associação ao bloco econômico, em apoio à política do presidente 
FH de fortalecer o bloco sul-americano antes da formação da Área de 
Livre Comércio das Américas (ALCA). 
- A Venezuela não concorda com as propostas de adiantar a ALCA e 
nossa posição é muito parecida com a do presidente Fernando Henrique 
- disse Chávez. 
Os EUA querem antecipar o início da ALCA, previsto para 2005. O tema 
começou a ser discutido ontem em Buenos Aires por representantes dos 
países americanos. Segundo Chávez, se não se considerarem os 
desequilíbrios econômicos, a ALCA poderá ser "fator de desintegração 
da América Latina." 
Para ele, América Latina e Caribe vivem "o ponto mais profundo de sua 
debilidade". Chávez atribuiu o aumento da pobreza na região a 10 anos 
de políticas neoliberais. Para ele, a idéia de adiantar a ALCA consolida 
esse modelo. 
O neoliberalismo não é o único, mas é o caminho mais rápido para o 
inferno - disse Chávez. As estatísticas mostram isso: nos anos 80, 33% 
da população da região era pobre, hoje são 45%. A mortalidade infantil 
hoje é de 25 por mil, cinco vezes maior do que nos países 
desenvolvidos, e mais de 50% dos trabalhadores estão na economia 
informal. Além disso, a dívida externa da região aumentou de US$ 300 
bilhões para US$ 700 bilhões - comparou. 
 
 
Chávez debaterá ALCA com Fox e Pastrana 
Ele prometeu defender a não-antecipação da ALCA e a elaboração de 
propostas comuns com os presidentes do México, Vicente Fox, e da 
Colômbia, Andrés Pastrana, com quem se reúne sexta-feira. Mas 
ressaltou que a tentativa será apenas de aproximar as propostas", já 
que o México participa do Acordo de Livre Comércio da América do 
Norte (NAFTA) e a Colômbia tem intenso comércio com os EUA e 
interesse em associar-se comercialmente àquele país. 
- Não somos contra a ALCA; mas não creio que o presidente Bush tenha 
de fazer isso em menos de dois anos como um ponto honra, porque é 
uma questão de síntese de interesses - disse. 
Chavez disse que a Venezuela foi convidada a participar da reunião de 
cúpula do MERCOSUL em Assunção (Paraguai) em 21 de junho, onde 
formalizaria o pedido de associação, com o mesmo status de Bolívia e 
Chile. A adesão plena ao bloco seria até o fim do ano. 
O Itamaraty divulgou nota conjunta na qual os dois presidentes 
"expressam seu convencimento de que a ALCA deve levar em conta os 
princípios de equilíbrio, gradualidade e progressividade das negociações, 
assim como as diferenças ", de níveis de desenvolvimento das 
economias do hemisfério . 
Em Montevidéu, o anúncio de que o governo uruguaio pretende assinar 
acordo bilateral com os EUA e negociar - sem os sócios do MERCOSUL - 
a adesão à ALCA divide os partidos políticos do país. 
Na própria coalizão governamental de centro-direita, o líder do Partido 
Nacional, o ex-presidente Luis Lacalle, um dos fundadores do 
MERCOSUL, advertiu que a negociação solitária só poderia ocorrer no 
caso de a Argentina e o Brasil adotarem posição semelhante. 
Zero Hora 04/04/01 
Brasil X Argentina 
 
• Os EUA querem antecipar para 2003 a criação da ALCA, prevista para 
2005. A ALCA será uma área de livre comércio abrangendo todos países 
americanos,, menos Cuba.] 
• O Brasil quer negociar a participação a ALCA em bloco com os países 
sócios do MERCOSUL (Argentina, Uruguai e Paraguai), o que daria aos 
parceiros mais poder de fogo nas discussões com os EUA. 
• A crise econômica na Argentina e a necessidade de forte apoio 
financeiro externo torna o país sensível aos argumentos norte-
americanos e propenso a um acordo de comércio com os EUA. 
• O Brasil não deseja a antecipação da ALCA diante da fragilidade do 
MERCOSUL, causada pelas divergências internas e alimentadas pela 
crise argentina. 
• O Uruguai já se mostra favorável a um acordo direto com os EUA. 
Dentro do bloco, só o Paraguai ainda mantém posição semelhante à do 
Brasil 
• O MERCOSUL recebeu esta semana o apoio da Venezuela, contra a 
antecipação da ALCA, mas o bloco, apesar dos discursos otimistas, 
parece estar se desintegrando. 
• Em Buenos Aires, ministros de finanças definirão uma agenda de 
negociação para ser analisada no encontro dos presidentes, no final do 
mês, em Quebec. 
Zero Hora 04/04/01 
Argentina - Quadro Atual 
Crescimento na Argentina ampliou as desigualdades 
PIB expandiu-se quase 50% na década; a população empobrece 
Mesmo tendo vivido na década recém-encerrada seu período de maior 
crescimento desde o início do século, a Argentina ampliou 
dramaticamente o fosso social entre os mais ricos e os mais pobres. 
Trata-se de uma velha e perversa ironia do mundo capitalista, em que a 
mera contabilidade macroeconômica não resulta porsi só em 
aprimoramento social, paradoxo do qual o vizinho do MERCOSUL acaba 
de se tornar um exemplo bem acabado. Num relatório analítico 
elaborado pela empresa de consultoria privada Equis, sobre dados do 
próprio governo, a distância entre a renda dos 10% mais ricos e a dos 
10% mais pobres cresceu quase 30% nesses dez anos (de 19,3 vezes 
para 24,8 vezes). Nos últimos 25 anos, desde o governo de Juan 
Domingo Perón, essa distância alargou-se geometricamente: 
multiplicou-se por três. 
Como conseqüência desse desequilíbrio, nas avaliações da Equis, entre 
maio de 1999 e maio de 2000 (fim do governo Menem e início do de De 
la Rua), 1000 pessoas por dia tornaram-se tecnicamente pobres na 
região da Grande Buenos Aires, ao viver com menos de US$ 120 
mensais. "Este é o dado que mais chama a atenção, a velocidade com 
que o país empobrece", ressalta Artemio López, diretor da Equis e 
responsável pela análise. 
Segundo estimativas da consultora, a tendência à ampliação das 
desigualdades se manteve ao final de 2000, período cujos dados ainda 
não estão consolidados. "A brecha entre ricos e pobres deve estar 
próxima das 26 vezes", calcula López, com base nos indicadores prévios 
de desemprego e no fato de que a recessão dos últimos trinta meses 
segue deteriorando o quadro social. Ele admite que este quadro é mais 
ou menos similar a outras economias emergentes, como a do Brasil, 
mas ressalta o fato de que poucos viveram recentemente um período de 
crescimento econômico tão forte quanto a Argentina. 
A população indigente do país - considerados assim os que vivem com 
menos de 60 dólares mensais - alcançou 8,3% do total. São 3,1 milhões 
de pessoas nessas condições, concentrados principalmente nas favelas 
e bolsões periféricos da Grande Buenos Aires e nas províncias pobres do 
Nordeste e Noroeste argentino, entre elas Formosa, Corrientes, Chaco, 
Santiago del Estero e Jujuy, em que os índices de pobreza superam os 
50% dos moradores. Um dado agravante no volume de indigência é o 
de que a metade, cerca de 1,5 milhão, são crianças de menos de 14 
anos. 
Em maio de 1974, os 10% mais ricos do país detinham 24 % do total 
de renda nacional e os 10% mais pobres, 3%. Em maio do ano 
passado, a proporção era de 37,5% para 1,5%. "A distância se ampliou 
porque o crescimento nos últimos dez anos esteve vinculado à 
exploração de ativos financeiros e exportação de commodities, que têm 
pouco valor agregado, não emprega, constituindo um modelo que 
acabou gerando mais desemprego e jogando a favor da concentração 
de renda", diagnostica López. 
Quando o peronismo de Carlos Menem chegou ao poder, precipitado 
pela crise aguda da hiperinflação do fim do governo do radical Raúl 
Alfonsín, o desemprego atingia 6,3% da população economicamente 
ativa. Ao sair, a taxa de 13 8%. No ano passado, já sob novo governo 
radical, de Fernando de la Rúa, elevou-se a 15,4% e depois recuou aos 
14,7%. 
Dados da Fundação Mediterrânea já demonstram que a última década, 
ainda que com perdas a partir de meados 1998, significou o período de 
maior crescimento para a Argentina na segunda metade do século. O 
PIB do país aumentou 48,8% entre 1990 e 1999. Entre 1991 e 2000, 
cresceu 47,6%, considerando a estimativa de 0,5% para este ano. 
Superou de longe as perdas de 7,3% dos anos 80, o pequeno 
crescimento dos anos 70 de 26,8% e mesmo o desempenho importante 
dos 60, quando o PIB ampliou-se 44,9%. A performance dos anos 90 só 
teve similar nas primeiras décadas do século, quando o país era 
potência agroexportadora e uma das dez economias mais importantes 
do mundo. 
Para Jorge Vasconcelos, economista-chefe de conjuntura da Fundação, 
tamanha façanha macroeconômica não redundou em benefício social 
graças à combinação de três fatores fundamentais. Em primeiro lugar, 
houve severos problemas de eficiência na gestão de investimento em 
educação e saúde. Depois, promoveu-se a privatização de parte do 
sistema previdenciário que a médio e longo prazo terá conseqüências 
positivas, mas que significou a redução de provisão estatal para uma 
parcela significativa da população. Por último, considera que o regime 
trabalhista rígido reduziu a capacidade das empresas de contratar 
trabalhadores. 
O consultor Artemio López cita ainda o fato de que o processo massivo 
de privatizações careceu de maiores cuidados de organismos 
regulatórios, o que permitiu a várias empresas manterem-se em 
situação de monopólio - como no setor de telefonia, que só agora está 
sendo aberto à competição - e com correções de tarifas acima da 
inflação. 
Ele ressalta também o fato de que o trabalho no mercado negro 
amplicou-se na Era Menem. Representava 25,3% do total em 1989 e 
alcançou 39% no ano passado. "Sem contar os autônomos, que 
igualmente multiplicaram-se no novo quadro de mercado de trabalho", 
diz. 
Outra constatação da análise da Consultora Equis se refere à 
disparidade entre gastos legislativos e renda da parcela mais pobre da 
população. Enquanto um deputado da província de Chaco recebe US$ 
3.100 mensais, 55% da população mais pobre têm disponível para os 
mesmos trinta dias em média US$ 24,00. "É um escândalo", diz Artemio 
López. 
Ismael Pfeifer, de Buenos Aires - Gazeta Mercantil 
 
QQuuaannttoo aa rreennddaa ddooss 1100%% mmaaiiss rriiccooss 
éé mmaaiioorr ddoo qquuee aa ddooss 1100%% mmaaiiss ppoobbrreess 
1974 governo Perón 8 vezes 
1989 hiperinflação no governo Alfonsín 23,1 vezes 
1990 primeiro ano do Carlos Menem 19,3 vezes 
1995 fim do primeiro mandato de 
Menem 
21,9 vezes 
1999 fim do segundo mandato de 
Menem 
24,1 vezes 
2000 primeiro ano de De la Rúa 24,8 vezes 
 
 
 
IUGOSLÁVIA 
 
A Macedônia foi a única república a se separar do Iugoslávia sem 
derramamento de sangue. Declarou independência no início dos anos 90, 
assim como a Croácia, a Eslovénia e a Bósnia-Herzegovina, que mergulharam 
em guerras civis alimentadas pela divisão étnica. 
Desde o mês passado, um desconhecido grupo rebelde albanês, que se auto- 
intitula Exército de Libertação Nacional, ataca as forças governamentais no 
norte do país. Mas os choques em Tetovo motivaram uma ampla ofensiva de 
Exercito e alarmaram a comunidade internacional. A região do novo conflito é 
explosiva. 
Os rebeldes agem perto da fronteira com Kosovo, província do Servia - 
republica que forma, com Montenegro, a atual Iugoslávia. Desde 1999, 
Kosovo está ocupada por tropas do Tratado do Atlântico Norte (Otan), parte 
de uma missão de paz das Nações Unidas. A aliança militar liderada pelos 
Estados Unidos bombardeou as forças sérvias na província para deter o 
massacre de albaneses. Membros da antiga guerrilha albanesa de Kosovo, já 
extinta, ajudam os rebeldes na Macedônia. A Otan procura deter a passagem 
de armas pela fronteira, mas não quer se envolver em combates. 
 
 
MUNDO - O DRAMA DOS REFUGIADOS 
 
 
 
 
 
IUGOSLÁVIA E BÓSNIA 
• Fugindo da guerra e dos conflitos 
étnicos, os habitantes da região 
iniciaram um deslocamento desde a 
desintegração da Iugoslávia, iniciada 
em 1991. Cerca de 1 milhão de 
pessoas foram forçadas a deixar seus 
lares. 
 
ALEMANHA 
• A maioria dos refugiados no 
período pós-Guerra Fria refugiou-se 
na Alemanha, o país da Europa 
Ocidental mais acessível à ex-URSS. 
Cerca de 350 mil pessoas que 
fugiram das violências nos Bálcãs 
procuraram abrigo na Alemanha. 
 
MOÇAMBIQUE 
• Em um dos mais bem-sucedidos 
casos de repatriação do mundo, 1,7 
milhão de refugiados voltaram dos 
países vizinhos após o acordo de paz, 
em 1992, que pôs fim a 16 anos de 
guerra civil. 
 
GRANDES LAGOS 
AFRICANOS 
 
• Na região localizada ao longo dos 
lagos no leste da África, milhões de 
pessoas retornaram a seus locais de 
origem após décadas de conflitos 
internos. Recentemente, explosões 
de violência desaceleraram a 
repatriação, especialmente na 
República Democrática do Congo (ex-
Zaire). 
 
ANGOLA 
• O violento conflito entre o governo e os 
rebeldes da União Nacional pela 
IndependênciaTotal de Angola (Unita) 
expulsou de seus lares mais de 1 milhão 
de pessoas. 
 
TIMOR LESTE 
• Mais de 250 mil pessoas foram forçadas 
a deixar seus lares fugindo da onda de 
violência que eclodiu no território depois 
do plebiscito no qual os timorenses 
votaram pela independência em relação à 
Indonésia, em agosto de 1999. 
CHIFRE DA ÁFRICA 
• Desde o início da década de 60, guerras, 
fome e rixas entre clãs geraram uma 
legião de 1 milhão de refugiados. 
 
AFEGANISTÃO 
• O país se transformou em um barril de 
pólvora no Oriente durante a invasão 
soviética em 1979. Desde então, o 
Afeganistão gerou o segundo maior 
número de refugiados no mundo: 2,6 
milhões. Milhares de pessoas tiveram de 
se deslocar dentro do próprio país devido 
 
SRI LANKA 
• Mais de cem mil refugiados voltaram da 
Índia no início da década de 90, quando 
parecia ter acabado a guerra civil. Agora, 
novos combates deslocaram cerca de 800 
mil pessoa. 
 
ÍNDIA 
• O país abriga cerca de 292 mil 
refugiados que fugiram da violência do 
Afeganistão, do Sri Lanka, de Mianmar 
(ex-Birmânia) e do Butão. 
 
TIBET 
• Após a anexação pela China, em 1950, 
grupos tibetanos passaram a ser 
perseguidos. Em 1959, o líder espiritual 
Dalai Lama deixou o Tibet junto com 120 
mil tibetanos. 
 
SUDÃO 
• A maior quantidade de pessoas 
deslocadas internamente - cerca de 4 
milhões - vaga pelo Sudão, fugindo da 
guerra civil. Muitos também fugiram para 
países fronteiriços. 
 
ESTADOS UNIDOS 
• Os Estados Unidos oferecem proteção a 
mais refugiados do que qualquer outro 
país no mundo. Na década passada, mais 
de 1 milhão de pessoas foram acolhidas 
por meio de seu programa de acomodação 
de refugiados e outras 90 mil serão 
admitidas este ano. 
 
 
 
 
 
aos combates travados entre a milícia 
Talibã e outras facções políticas. 
 
ORIENTE MÉDIO 
• Os refugiados palestinos chegam a 3,6 
milhões. Um terço deles vive em campos 
construídos na Cisjordânia, na Faixa de 
Gaza, na Jordânia, no Líbano e na Síria. 
 
LIBÉRIA E SERRA LEOA 
• Guerras civis geraram ondas de 
imigração de um país para outro. Centenas 
de pessoas fugiram de Serra Leoa desde o 
início de 2000, após os conflitos entre 
guerrilheiros e soldados da ONU. 
 
ARMÊNIA 
• Quase todos os 229 mil refugiados na 
Armênia cruzaram a fronteira para escapar 
dos combates no Azerbaijão. Outros 
provêm da Chechênia e da Geórgia. 
 
CANADÁ 
• Nos últimos cinco anos, o Canadá 
abrigou cerca de 50 mil refugiados 
(sobretudo do Sri Lanka, do Irã e da 
Somália) e recebe em torno de 25 mil 
novos pedidos por ano. 
 
GUATEMALA 
• Após décadas de sublevação política, 
quase todos os 45 mil refugiados 
guatemaltecos retornaram do México. O 
programa do governo para a reintegração 
enfrenta o desafio de decidir quem é dono 
de propriedades que foram abandonadas 
até 20 anos atrás. 
 
COLÔMBIA 
• Combates entre as forças do governo e 
guerrilheiros obrigaram o deslocamento 
interno de cerca de 1,5 milhão de civis nos 
últimos anos. De cada 40 colombianos, um 
teve de deixar sua casa. 
 
 
Organização Mundial de Comércio 
 
O que está em Jogo na OMC 
A Rodada do Milênio, que começa em novembro próximo, em 
Seattle (EUA), traz a oportunidade da redução dos subsídios e 
dos protecionismos ao setor agrícola e melhoria do acesso dos 
produtos brasileiros no mercado internacional. 
Cerca de dois terços das importações mundiais de produtos 
agrícolas são realizadas por países desenvolvidos protecionistas. 
Entre o início da Rodada Uruguai e o início da Rodada do Milênio 
houve uma deterioração nos níveis do protecionismo mundial. 
A OCDE estima que os subsídios totais ao produtor atingiram, 
em 98, US$ 362 bilhões/ano, contra US$ 320 bilhões no período 
1986-1988. 
O agronegócio responde por 32% do PIB (Produto Interno 
Bruto) brasileiro (cerca de US$ 250 bilhões/ano), 38% da pauta 
de exportações (US$ bilhões/ano) e mais de 40% da população 
economicamente ativa. 
O Brasil enfrenta um preocupante desequilíbrio na balança de 
pagamentos. Para reverter esse quadro, é necessário exportar 
mais. A meta de US$ 100 bilhões em exportações até 2003 (US$ 
44 bilhões no agronegócio) depende das negociações na OMC. 
Para ter uma idéia da importância da Rodada do Milênio, vale 
citar alguns exemplos de práticas protecionistas dos principais 
parceiros comerciais do Brasil. 
O açúcar e o fumo brasileiros estão limitados nos EUA a 
reduzidas quotas de importação. O suco de laranja paga um 
imposto de US$ 432/t para entrar nos EUA. 
O peito de frango paga 78% de imposto para entrar na Europa, 
e a pequena quota de 7,1mil t obtida no Gatt não é respeitada. 
Por causa de um surto de peste suína controlado há mais de 20 
anos, o Brasil não consegue exportar esse tipo de carne para a 
Europa e para os EUA. 
Quando não são proibidas, as exportações agroindustriais 
brasileiras estão sujeitas a tarifas elevadas, reduzidas quotas de 
importação ou ao mecanismo da escalada tarifária. 
As palavras de ordem da agricultura na maioria dos países 
desenvolvidos são preços de sustentação administrados pelos 
governos, restrições às importações, barreiras técnicas 
(sanitárias, de qualidade, e agora ambientais e sociais), 
formação de estoques públicos, ajudas diretas aos produtores, 
salvaguardas especiais, compras governamentais e comércio 
dominado por monopólios públicos e privados. 
Fechando o ciclo da proteção, os excedentes são exportados por 
meio de abundantes subsídios e créditos governamentais. 
 
Cartas na mesa 
Tudo indica que o Brasil e o Grupo de Cairns irão se pautar pelas 
seguintes propostas: 
1- Radicalização na eliminação dos subsídios à exportação. Essa 
posição parte do princípio de que é inaceitável a prática de 
transferir os elevados custos da proteção dos países 
desenvolvidos para os agricultores de países competitivos como 
o Brasil. 
2- Avanço sensível na questão do acesso a mercados. Espera-se 
uma sensível redução dos picos e escaladas tarifárias. 
3- Redução dos subsídios domésticos, de forma a eliminar as 
distorções de comércio provocadas por esse tipo de 
protecionismo. 
 
 
Em 1947, 23 países assinaram o Acordo Geral de Tarifas e 
Comércio (Gatt), visando estabelecer normas e procedimentos 
de conduta para o comércio internacional de mercadorias. 
Dali para frente, a estrutura de funcionamento do Gatt se 
baseou em rodadas periódicas de negociações multilaterais. 
A oitava e última dessas rodadas, a Rodada do Uruguai, ocorreu 
entre 1986 e 1993, sendo que desde então o Gatt se 
transformou na Organização Mundial de Comércio (OMC). 
A Rodada Uruguai trouxe novas reduções tarifárias nos bens 
industriais, aumentando a exposição dos países ao livre 
comércio. Dos temas tratados, o mais polêmico foi o 
protecionismo agrícola e seus impactos negativos sobre o 
comércio. 
Em abril de 1994, 123 países assinaram em Marrakech, na 
conclusão da Rodada Uruguai, um acordo sobre agricultura com 
vigência de nove anos. 
Pela primeira vez, a agricultura passou a contar com regras de 
conduta, disciplinas e procedimentos para solucionar disputas 
comerciais. 
Isso significou a fixação de um teto para a escalada de subsídios 
que vinha ocorrendo. Os subsídios agrícolas foram enquadrados 
dentro de limites máximos permitidos, além da fixação de níveis 
mínimos de acesso aos mercados dos países mais ricos. 
Ocorreu também alguma redução nos subsídios à exportação e 
no apoio doméstico aos produtores, em relação aos níveis do 
final dos anos 80. Mas a expectativa de eliminação total dos 
subsídios foi frustrada. 
O Acordo Agrícola manteve formas desleais de comércio nas 
commodities agrícolas, praticamente mantendo os subsídios 
vigentes no início dos anos 90. 
O acordo acabou oficializando a maior parte das políticas 
protecionistas e dos subsídios praticados pelos países 
desenvolvidos, principalmente pelos EUA e pela EU. 
 
 
Petróleo 
"Escureceu" A Baía da Guanabara 
Talvez você more na praia, comooutros 36 milhões de brasileiros. Com 
certeza come peixe, camarão ou mexilhões de vez em quando ou curte férias 
à beira-mar. Não importa qual a sua relação com o Oceano Atlântico - o certo 
é que a qualidade de suas águas afeta, e muito, sua qualidade de vida. 
Apesar disso, em geral ninguém dá importância à poluição dos oceanos. Tanto 
é que o litoral brasileiro recebe mais de 3 mil toneladas diárias de dejetos, 
sobretudo esgotos e efluentes industriais, e ninguém fala nada. 
Mas essa história começou a mudar em 18 de janeiro. Todos os jornais 
deram: um duto avariado da PETROBRÁS permitiu que 1,3 milhões de litros 
de óleo contaminassem o maior cartão postal do país, a Baía de Guanabara. 
Além de ser multada em R$51 milhões com base na lei dos crimes 
ambientais, a empresa teve de distribuir cestas básicas e indenizações para 
mais de 600 pescadores que produziam 1 tonelada de pescado por dia e 
agora perderam seu ganha-pão. No total, seus prejuízos devem chegar à 
R$110 milhões. 
 
Vazamento de óleo da PETROBRÁS, na Baía da Guanabara, 
causa o maior desastre ambiental marítimo da história brasileira. 
Muito da punição se deve à pressão dos cidadãos. Primeiro, foi o sindicato dos 
funcionários da PETROBRÁS, que lembrou que já havia alertado a empresa 
sobre a fragilidade do duto. Depois foram os ambientalistas, que formaram 
forças-tarefas para limpar centenas de aves recobertas de petróleo. O 
Ministério Público carioca pediu (mas não conseguiu) o fechamento da 
Refinaria Duque de Caxias, origem do acidente e responsável por 14% do 
refino de petróleo nacional. A pressão não foi em vão: em propaganda paga 
em todos os jornais, a empresa admitiu: "A PETROBRÁS não tem desculpa". 
Tanta repercussão é inédita no país. Já os acidentes são muito comuns. Nos 
últimos 30 anos, houve cerca de 150 vazamentos associados ao Terminal 
Marítimo Almirante Barroso, em São Sebastião, no litoral norte paulista, por 
falhas nos dutos, falta de dispositivos de segurança nas embarcações ou 
problemas na manutenção dos navios. Em abril do ano passado, seis praias 
do município foram afetadas por um derramamento de petróleo de um 
emissário da PETROBRÁS. Na época, o presidente da companhia, Philippe 
Reichstul, prometeu que esse tipo de impacto ambiental nunca se repetiria. 
A própria PETROBRÁS foi responsável pelo maior acidente industrial da 
história do Brasil - um vazamento seguido de explosão em Vila Socó, Cubatão 
(SP), em 1984, que matou 98 pessoas. Também esteve envolvida no maior 
acidente da Baía de Guanabara, só não foi maior porque ocorreu na entrada 
da Baía. Mesmo assim, contaminou varias praias da zona sul do Rio de 
Janeiro. 
Acidentes envolvendo a estatal do petróleo podiam ser contados às dezenas 
nas décadas de 1970 e 1980. Em 1978, por exemplo, o navio liberiano 
Brasilian Marina, contratado pela PETROBRÁS, derramou 6 mil metros cúbicos 
de óleo nas praias de São Sebastião. Nos anos de 1990, porém, tornaram-se 
mais raros. Só que o aumento dos volumes de petróleo manipulados e do 
tamanho dos petroleiros acabaram ampliando os riscos. 
Não que a contaminação dos oceanos seja uma exclusividade da estatal 
brasileira. Na véspera do último Natal, o petroleiro Erika, fretado pela 
empresa franco-belga Totalfina, recobriu 400 quilômetros da costa da 
Bretanha, na França. O maior derramamento de petróleo de que se tem 
notícia - 42 mil toneladas espalhadas no Alasca, em março de 1989 - foi obra 
do petroleiro Exxon-Valdez, da multinacional americana Exxon. Para 
minimizar o desastre, a empresa já gastou mais de US$2,5 bilhões nesses dez 
anos. 
O prejuízo não é só financeiro. O petróleo mata ou debilita peixes, aves, 
moluscos, vegetação costeira - a maioria das formas de vida que encontra 
pela frente. Bancos de corais levam décadas até recobrar-se totalmente, 
porque o óleo inibe sua capacidade reprodutiva. O óleo adere às asas das 
aves, impedindo-as de voar, contamina seu sistema digestivo. A mancha 
também muda o fluxo alternado de água doce ou salgada que produz a 
riqueza dos mangues. As plantas menores já não conseguem crescer e as 
árvores, com as raízes sufocadas, podem perder suas folhas. Com isso, os 
crustáceos que se alimentam de folhas decompostas passam apuros. 
Dez anos após a catástrofe do Exxon-Valdes, a Alasca ainda não se 
recuperou. Até hoje o mar deixa uma marca oleosa nas rochas. As orcas têm 
dificuldade para se reproduzir e os leões-marinhos nascem e morrem mais 
jovens. No caso do acidente francês do mês passado, há quem estime que 
mais de 300 mil aves já morreram. Ainda é cedo para prever todas as 
conseqüências do derramamento no Rio, mas sabe-se que o óleo atingiu 1434 
hectares da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, a reserva mais 
importante da Baía de Guanabara. Talvez ela leve mais dez anos para se 
recuperar, como o Alasca. Azar do caranguejo-uçá, cuja época de reprodução 
coincidiu com a do acidente. Um relatório do IBAMA, a agência ambiental 
federal, diz que é possível que a espécie tenha se extinguido com o óleo. 
Mangue, onde tudo começa 
O mangue é um dos melhores caldos de cultura que existem. Típico das 
costas tropicais, forma-se nos fundos de baías e estuários, ambientes onde a 
maré, misturada à água doce quase parada, favorece os depósitos de 
sedimentos e detritos orgânicos. Com essa abundância de nutrientes, é a 
incubadeira favorita de muitas espécies de peixes, camarões, caranguejos e 
moluscos. Estes, por sua vez, atraem gaivotas, guarás, capivaras e outros 
animais que buscam alimento. 
Uma das poucas espécies de árvores se repetem em todos os mangues 
brasileiros, do Amapá até o sul de Santa Catarina. Entre as mais comuns está 
a Rhizophora mangle, famosa pelas raízes que saem do tronco, fazendo com 
que pareça com um candelabro invertido. Outras espécies desenvolvem 
pneumatóforos, raízes que crescem de baixo para cima e afloram acima do 
nível das águas. Tanto os pneumatóforos quanto as raízes da Rhizophora têm 
pequenos poros, as lenticelas, que ajudam a planta a respirar. Nas áreas mais 
protegidas do vento crescem também orquídeas e bromélias. 
Fundamentais para a manutenção dos estoques de pesca e de toda a fauna 
aquática, os mangues são preservados por leis estaduais e federais, que 
proíbem a formação de aterros, os desmatamentos e outros tipos de 
ocupação. Eles também são importantes por impedir a erosão da costa, 
atingida por ventos e marés, Por fim, ajudam a filtrar e depurar a água dos 
rios, que costuma carregar nitratos e fosfatos em excesso, resíduos de 
fertilizantes arrastados pela chuva. Apesar de seu valor, os mangues são 
bastante ameaçados pela extração madeireira, a ocupação imobiliária, a 
aquacultura e os derramamentos de óleo. 
 
 
RELIGIÕES MONOTEÍSTAS 
(crêem em um só Deus. Judaísmo, cristianismo e islamismo são as três grandes religiões monoteístas) 
ISLAMISMO 
FUNDAÇÃO: Península Arábica, 
pelo profeta Muhammad (570-
632). O nome da religião vem de 
“Islam”, que em árabe, significa 
submissão a Deus 
MAIS DE 1,3 BILHÃO DE 
ADEPTOS 
DOUTRINA: baseia-se no livro 
sagrado Alcorão e no atos, ditos e 
ensinamentos de Muhammad. Os 
muçulmanos crêem num único 
Deus (Allah), onipotente, que criou 
a natureza por meio de um ato de 
misericórdia. Consciente da 
debilidade moral da humanidade, 
Deus enviou profetas à Terra. Adão 
foi o primeiro e recebeu o perdão 
divino (o islamismo não aceita a 
doutrina do pecado original). 
Muhammad é considerado o último 
profeta enviado por Deus. Os 
muçulmanos crêem nos profetas 
anteriores a ele, que incluem Jesus 
Cristo 
OS MUÇULMANOS SEGUEM CINCO 
PILARES FUNDAMENTAIS: 
1. Testemunhar que “Não há deus 
senão Deus, e Muhammad é o 
mensageiro de Deus” 
2. Orar cinco vezes em direção a 
Meca - berço do islamismo e lugar 
sagrado 
3. Pagar o tributo, Zakat, que 
corresponde a 2,5% da renda 
anual do muçulmano, para 
caridade 
4. Jejuar no mês de Ramadã, 
época em que comer, beber e 
manter relações sexuais são 
atividades proibidas entre aalvorada e o anoitecer 
5. Fazer uma peregrinação a Meca 
pelo menos uma vez na vida, para 
aqueles que têm condições. 
HIERARQUIA: não há 
LITURGIA: rezam cinco vezes ao 
dia em direção a Meca. Quando 
possível, a oração deve ser feita na 
mesquita 
NOME DO TEMPLO: mesquita 
PRINCIPAIS 
RAMOS/DENOMINAÇÕES: 
sunitas e xiitas 
CRISTIANISMO 
FUNDAÇÃO: Oriente Médio, por 
Jesus Cristo, início da era cristã 
CERCA DE 1,9 BILHÃO DE 
ADEPTOS 
DOUTRINA: segue a palavra e o 
exemplo de Jesus Cristo, filho de 
Deus, que sacrificou sua vida na 
cruz pela humanidade. A doutrina 
se baseia na ressurreição de Cristo, 
na mensagem da fraternidade e na 
promessa de salvação e vida 
eterna. Há várias denominações. 
Dos cerca de 1,9 bilhão de cristãos, 
cerca de 1 bilhão são católicos, 
majoritários no Brasil. No país, 
destacam-se também as igrejas 
protestantes pentecostais 
CATOLICISMO - HIERARQUIA 
PAPA - considerado o sucessor do 
apóstolo Pedro, que seria o 
primeiro papa da Igreja Católica 
Apostólica Romana. Para o 
catolicismo, a autoridade papal 
provém diretamente de Jesus 
Cristo, por intermédio de Pedro 
CARDEAL - mais alto dignitário da 
Igreja Católica depois do papa. 
Quando o papa morre, os cardeais 
se reúnem em conclave 
(assembléia fechada) para eleger 
seu sucessor 
BISPO - considerado sucessor dos 
apóstolos; responsável, com o 
papa, pela administração de uma 
diocese (união de paróquias) 
PADRE - todo batizado que recebeu 
ordenação sacerdotal. Responsável 
por uma paróquia ou por serviços 
da igreja 
LITURGIA: a celebração principal 
é a missa (na Igreja Católica, 
refere-se à celebração da 
eucaristia) 
NOME DO TEMPLO: Igreja 
PRINCIPAIS RAMOS: Igreja 
Católica Apostólica Romana, Igreja 
Católica Armênia, Igreja Católica 
Caldéia (Iraque, Síria, Líbano e 
Egito), Igreja Greco-Melquita, 
Igreja Maronita (Líbano) 
PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: 
• NATAL - dia em que se 
comemora o nascimento de Jesus 
JUDAÍSMO 
FUNDAÇÃO: Oriente Médio, por 
Abraão, por volta do séc. 17 a.C. 
CERCA DE 13 MILHÕES DE 
ADEPTOS 
DOUTRINA: a Torá, livro sagrado 
do judaísmo, contém a vontade de 
Deus expressa por meio de 
preceitos (mitzvot) que os homens 
devem seguir. A Torá é formada por 
cinco livros, o Pentateuco. O Telmud 
(estudo, em hebraico), criação dos 
rabinos, expande as interpretações 
judaicas. Os judeus têm a convicção 
de ser o povo eleito e acreditam 
num Deus único. A crença 
tradicional judaica afirma que Deus 
vai enviar à Terra um “Mashiach” 
(messias, em hebraico) 
HIERARQUIA: não há 
LITURGIA: rezam três vezes ao 
dia: de manhã, à tarde e ao 
anoitecer. Como sinal de respeito a 
Deus, cobrem a cabeça para orar, 
com chapéu ou com um solidéu 
(kipá) 
NOME DO TEMPLO: sinagoga 
PRINCIPAIS 
RAMOS/DENOMINAÇÕES: 
ortodoxos, conservadores, 
reformistas e liberais 
PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: 
• ROSH HASHANÁ - Ano Novo 
judaico, comemorado nos dias 1 e 2 
do mês judaico Tisherei (geralmente 
setembro ou outubro). A contagem 
do calendário judaico começa na 
simbólica criação do mundo. O ano 
litúrgico termina com quatro dias de 
jejum em memória da destruição 
dos templos judaicos, em 586 a.C. e 
em 70 d. C. 
• IOM KIPUR - dia do perdão, que é 
uma das festas mais importantes do 
judaísmo 
• SUKOT (tabernáculo) - comemora 
os 40 anos durante os quais o povo 
judeu viveu no deserto 
• HANUKAH (dedicação) - 
comemora o triunfo dos mavabeus. 
É a festa das luzes 
• PESSACH - a Páscoa judaica, que 
comemora a saída do povo judeu do 
PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: 
• RAMADÃ - mês sagrado em que 
Muhammad recebeu a primeira 
revelação divina. É o nono mês do 
calendário muçulmano (lunar), que 
começa em 622 d.C., com a ida do 
profeta Muhammad de Meca para 
Medina. Do amanhecer ao pôr-do-
sol, os muçulmanos não podem 
comer nem beber e adotam a 
abstinência sexual. O Eid al fitr 
celebra o fim do jejum realizado 
durante o Ramadã 
• EID AL ADHA - A festa do 
sacrifício. Comemora o sacrifício 
que Deus exigiu de Abraão, para 
testar sua fé. Os muçulmanos 
acreditam que seu filho Ismael ia 
ser morto, mas foi poupado por 
Deus 
LUGARES SANTOS: Meca, Medina 
(Arábia Saudita), Jerusalém 
PAÍSES EM QUE É MAIS 
IMPORTANTE: Países árabes, Irã, 
Indonésia, Paquistão, Turquia 
 
 
 
Cristo 
• QUARESMA - Os 40 dias que vão 
da Quarta-Feira de Cinzas até o 
Domingo de Páscoa, destinados à 
penitência (arrependimento por 
falta cometida) 
• SEMANA SANTA - período que 
celebra a instituição da eucaristia, 
a morte de Jesus e sua 
ressurreição 
• PÁSCOA - celebra a ressurreição 
de Cristo 
LUGARES SANTOS: Jerusalém, 
Belém, Nazaré, Roma 
PAÍSES EM QUE É MAIS 
IMPORTANTE: Itália, Brasil, 
Polônia, México, Filipinas 
 
 
Egito, onde eram escravos 
• SHAVUOT (Pentecostes) - celebra 
o momento em que Deus entregou a 
Torá, no monte Sinais, ao povo de 
Israel 
LUGARES SANTOS: Jerusalém, 
Hebron 
PAÍSES EM QUE É MAIS 
IMPORTANTE: Israel, EUA 
 
 
 
PRINCIPAIS RELIGIÕES 
 
 
Taliban - O Vandalismo dos Fanáticos 
 
saiba mais em:Islamismo e Afeganistão 
Desde que instalaram um regime 
medieval no Afeganistão, há cinco 
anos, os integrantes da milícia do 
Taliban - nome originário de um 
movimento de estudantes islâmicos - 
tomam decisões de arrepiar os cabelos 
até dos mais ferrenhos seguidores de 
Maomé. 
Na semana passada, Mohamed Omar, 
que se autoproclamou emir do 
Afeganistão e é o líder da milícia, 
decidiu que todas as estátuas do país 
deveriam ser destruídas. Esse súbito 
surto de iconoclastia passaria 
despercebido se o Afeganistão não 
tivesse um acervo riquíssimo de 
monumentos budistas, herança do 
período pré-islâmico, anterior ao ano 
1000, quando a região era centro de 
peregrinação. 
Entre os alvos da maluquice, estão as 
duas estátuas gigantes de Buda, em 
Bamiyan, nos arredores da capital 
Caboul. Esculpidas na rocha há mais de 
1.500 anos, elas medem 37 e 53 
metros de altura e estão entre as maiores estátuas conhecidas de Buda. 
Omar, que por lá é conhecido como "mulá" (professor), deu a ordem, e 
imediatamente soldados começaram a circular pelo país com caminhões 
carregados de explosivos e lança-foguetes à caça das imagens. As 
primeiras estátuas destruídas foram retiradas das 6.000 peças do 
museu de Cabul. Países com grande comunidade budista, como o 
Japão, a Tailândia, a Índia, e organismos como a Unesco protestam em 
vão. "Estamos apenas destruindo pedras", Omar justificou. 
Desde que se instalou no governo, o Taliban transformou o país num 
inferno. Execuções sumárias, amputações públicas e festivais de 
chibatadas acontecem em estádios de futebol lotados. As meninas são 
obrigadas a parar de estudar aos 8 anos. 
As mulheres vivem cobertas por um manto, o burqa, que esconde até 
os olhos, e chegam a levar uma surra quando são apanhadas 
conversando com estranhos. Já os homens têm de vestir camisolões e 
são forçados a usar barba. O Afeganistão tornou-se o país da proibição. 
Televisão, música, fotografia e tudo que desvie a atenção de Deus é 
ilegal. Em meio a tantos absurdos, o Taliban acabou abrigando o sunita 
Osman bin Laden, terrorista acusado de planejar os atentados às 
http://www.maurinto.pro.br/atualidades/isla.htm
http://www.maurinto.pro.br/atualidades/afeganistao.asp
embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, em 1998. 
Apesar de pedidos de extradição, ele continua como um convidado de 
honra e, por isso, o país enfrenta um embargo internacional que privou 
os afegãos de quase toda ajuda humanitária, essencial numa nação 
devastada por duas décadas de guerra civil. Apesar de o Taliban 
controlar 90% do território, a comunidade internacional - à exceção de 
Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes - ainda não o reconhece 
como governo legítimo do Afeganistão. Enfrentando a pior seca das 
últimas três décadas, a agricultura do país está em frangalhos. Mais de 
3 milhões de famintos se espremem em campos de refugiados nos 
vizinhos Paquistão e Irã. Dentro do país, as Nações Unidas estimam que 
1 milhão de afegãos estejam à beirade ser dizimados pela fome. 
Há duas semanas, numa tentativa desesperada de agradar aos 
governos ocidentais, o Taliban anunciou o extermínio dos campos de 
papoula - o Afeganistão produz 75% do ópio mundial que, transformado 
em heroína, abastece o mercado europeu e o americano. Acabar com a 
maior fonte de renda do Estado parece ter sido um suicídio econômico 
que faz a destruição de estátuas parecer muito mais uma tentativa de 
chamar a atenção para a penúria do país. Mas transformar o passado 
em pó não vai melhorar a imagem do Taliban e a tendência é isolar 
ainda mais o Afeganistão. Rompantes de icnoclastia pontilharam a 
História. Em seus primórdios, o cristianismo, por exemplo, fez tudo o 
que pôde para acabar com toda a arte considerada pagã, inclusive 
grega. Mais recentemente, os espanhóis arrasaram as culturas pré-
colombianas em nome de Deus e, durante a Revolução Francesa, 
estátuas da Catedral de Notre-Dame foram decapitadas pelos 
revolucionários. 
O que dá um tom assustador à turma do Taliban é pulverizar objetos de 
arte de tamanha importância em pleno século XXI, acabando com a 
última riqueza do país: seu passado. 
 
 
Venezuela 
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e membros da oposição trocaram ontem 
acusações e insultos, na véspera de uma marcha contra o governo. Caracas viveu 
ontem um clima de agitação e tensão, com mobilização de tanques e soldados nas 
ruas. 
A marcha pretende pedir a realização de um referendo para chamar eleições 
antecipadas ainda neste ano. O mandato de Chávez vence em 2007. A oposição quer 
dar um prazo de dez dias a Chávez para apresentar uma saída institucional à atual 
crise política. 
"A oposição anuncia uma marcha. Mas não deve se equivocar achando que vai nos 
atropelar, que vai dar um golpe por trás da marcha", advertiu Chávez em um 
discurso para militares da reserva "As Forças Armadas estão alertas, e o povo está 
alerta." 
No fim de semana, Chávez acusou a oposição de tramar um golpe para tirá-lo do 
poder. Nos últimos dias, agentes do governo realizaram buscas em casas de 
opositores suspeitos de conspiração, incluindo oficiais militares. 
"Não há força na Terra que possa parar nossa revolução% afirmou o presidente. Em 
11 de abril, Chávez foi tirado do poder por um golpe cívico-militar, mas retornou dois 
dias depois, graças à ação de simpatizantes civis e militares leais a ele. O principal 
temor agora é a repetição dos distúrbios ocorridos no dia do golpe, em manifestação 
contra o governo que deixou pelo menos 17 mortos e dezenas de feridos. 
 
 
 
Prazo 
O presidente da Fedecámaras, principal associação empresarial do país, Carlos 
Fernández, um dos organizadores da marcha de hoje, disse que a oposição dará a 
Chávez um prazo até o dia 21 para encontrar uma saída para a crise e dar uma 
resposta ao pedido de eleições antecipadas. 
"Se não houver uma resposta em dez dias, automaticamente se ativarão as outras 
ações que têm de ser levadas a cabo", afirmou Fernández. "A marcha não é para 
derrubar ninguém", disse. 
A Fedecámaras e a CTV (Confederação de Trabalhadores da Venezuela, principal 
central sindical) anunciaram uma greve geral conjunta para este mês, ainda sem 
data definida. A Fedecámaras pediu ontem às empresas filiadas que liberem seus 
funcionários para participar da marcha sem descontar o dia de trabalho. 
Para Fernández, se houver violência durante a marcha, ela será "provocada pelo 
governo, porque é o governo que quer que haja enfrentamentos na sociedade". 
Em meio a rumores de golpe e de uma possível declaração de estado de sítio, as 
Forças Armadas intensificaram a segurança em Caracas, incluindo o deslocamento de 
tanques para proteger o palácio presidencial de Miraflores, no centro da cidade. O 
destacamento de blindados se propõe a "reforçar a segurança do palácio 
presidencial”, segundo o inspetor do Exército, general Melvin López Hidalgo, por 
conta de "investigações dos órgãos de segurança do Estado que detectaram fatos 
considerados de conspiração". 
Efetivos da Guarda Nacional e da policia militar foram destacados na última semana 
para patrulhar as ruas de Caracas por causa de uma greve da Policia Metropolitana, 
subordinada ao prefeito da região metropolitana de Caracas, Alfredo Pena, adversário 
político de Chávez. 
Os opositores a Chávez, incluindo dezenas de oficiais militares que participaram do 
golpe de abril, afirmam que o presidente está implementando na Venezuela um 
regime comunista no estilo cubano. "Isto é uma ditadura disfarçada de democracia", 
afirmou o general Enrique Medira, um dos oficiais dissidentes. Ele e outros dois 
militares acusados pelo golpe de abril foram beneficiados ontem por uma decisão da 
justiça que suspendeu os conselhos militares que os investigavam. 
 
 
Para analistas, presidente infla o poder da oposição 
Para analistas venezuelanos, o presidente Hugo Chávez aumenta as ameaças de 
golpe de Estado para "endurecer" com a oposição. 
Luis Vicente León, diretor do instituto de pesquisas Datanálisis, afirma que a 
estratégia do governo é amplificar e massificar o caso superestimando a potência 
golpista da oposição. 
"E conveniente [para Chávez] dividir os venezuelanos entre chavistas e golpistas. Ele 
se coloca na posição de vítima e manda para o exterior a mensagem de que a 
oposição de Venezuela é toda golpista. Com isso, poderia tomar atitudes drásticas 
sem parecer um ditador." 
A respeito da paralisação de hoje, León diz que "vai ser imensa", mas crê que o 
governo venha a ser hábil o bastante para não a repelir com violência "Quantas 
horas se pode marchar? Se o governo não intervier, ela logo se dissolverá." 
O sociólogo Tulio Hernández, diretor do Observatório de Cultura Contemporâneo de 
Caracas e colunista do jornal "El Nacional", afirma que a oposição é "totalmente 
heterogênea" e a divide em um setor "institucional", majoritário, e um setor 
minoritário que busca o golpe. 
Para Hernández, "um setor da oposição está gestando um golpe de Estado há muito". 
"Esses opositores se reúnem com os `comacates' [comandantes, capitães e 
tenentes], que têm um projeto político e militar. É um setor minoritário, mas com 
muito dinheiro e poder", diz. 
León diz não acreditar na importância de uma mediação internacional, como a do 
secretário-geral da OEA, César Gavíria, e a do Centro Carter. "Chávez recebe [essas 
mediações] como estratégia política, para demonstrar que está disposto a dialogar. 
Mas ele não está." 
Hernández afirma que tanto o governo quanto a oposição buscam ganhar terreno à 
espera do referendo revogatório previsto para o ano que vem. 
Esse instrumento constitucional serve para ratificar ou revogar mandatos de cargos 
públicos e não tem ainda data certa para acontecer. 
 
 
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