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A QUALIDADE DE VIDA NO MUNDO Os países com melhor IDH 1º Noruega 0,903 2º Austrália 0,936 3º Canadá 0,936 4º Suécia 0,936 5º Bélgica 0,935 6º EUA 0,934 7º Islândia 0,932 8º Holanda 0,931 9º Japão 0,928 10º Finlândia 0,925 Os países com pior IDH 162º Serra Leoa 0,258 161º Níger 0,274 160º Brundi 0,309 159º Brukina Faso 0,320 158º Etiópia 0,321 157º Moçambique 0,323 156º Guiné-Bissau 0,339 155º Chade 0,359 154º Rep. Centro-Africana 0,372 153º Mali 0,378 NA AMÉRICA DO SUL A classificação do Brasil comparado com a de seus vizinhos: NO BRASIL EDUCAÇÃO • 15,1% da população adulta é analfabeta • Desde 1990, os gastos com educação cresceram apenas 0,4% SAÚDE • 72% da população recebe atendimento médico adequado. Em contrapartida, apenas 40% da população tem acesso aos medicamentos essências. • 99% das crianças foram vacinadas contra a tuberculose e 96%, contra o sarampo entre 1997 e 1999 • 77% das mulheres usam algum método contraconceptivo - mulheres casadas de idade entre 15 e 49 anos • US$ 453 é quanto o governo gasta com saúde • 72,9% do PIB é quanto as políticas de saúde consomem • 83% da população tem acesso à água encanada • 10% da população sofre má- nutrição • 34 crianças morrem antes de completar um ano e cada mil que nascem • 67,2 é a expectativa média de vida do brasileiro ECONOMIA • 9% da população vive com menos de US$ 1 por dia • 46,7% da renda está concentrada nas mãos de 10% da população • 1,5% foi o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano na última década EM 2015 • O Brasil terá 201,4 milhões de habitantes • 86,5% da população vivera em cidades • 7,3% da população terá mais de 65 anos (atualmente o número de idosos é de 5%) África - um continente flagelado pela AIDS A pobreza, a falta de informação e as guerras produziram uma bomba de efeito retardado que está dizimando a África: nas duas últimas décadas, a Aids matou 17 milhões de pessoas no continente, quase tanto quanto catástrofes históricas como a gripe espanhola do início do século passado (20 milhões) e a peste negra, na Idade Média (25 milhões). De cada três infectados pela Aids no planeta, dois vivem na África. Enquanto na Europa, nos Estados Unidos e mesmo no Brasil as campanhas de prevenção e novas drogas têm conseguido deter a epidemia e prolongar a vida de portadores do HIV, para os africanos contaminados praticamente não há esperança. A cada minuto, oito novos doentes surgem no continente. Na África subsaariana, a mais afetada do mundo, o número de pessoas infectadas com o HIV subiu para 25,3 milhões em 2000, segundo um relatório do Programa da Organização das Nações Unidas para Aids (Unaids). Em conseqüência da doença, a expectativa média de vida em algumas nações recuou em até 17 anos - sobretudo no sul da África, onde países como Zimbábue convivem com índices de contaminação de 25% da população. Para se ter uma idéia do que isso representa, o Brasil tem 540 mil pessoas infectadas, uma taxa de contaminação de 0,35% da população. Por causa da devastação causada pela doença, nos próximos cinco anos a expectativa de vida no continente deve retroceder aos níveis dos anos 60, caindo de 59 para 45 anos em média. A África do Sul, que marcou a história da medicina ao realizar o primeiro transplante de coração, em 1967, tem hoje 4,2 milhões de pessoas infectadas - o maior número de soropositivos do mundo. No país, a incidência de estupros é epidêmica como a própria síndrome, e as duas estão vinculadas. Em certas regiões, cultiva-se a lenda de que um portador do HIV pode curar-se ao violentar uma virgem. Oficialmente, ocorrem 50 mil estupros por ano - há estimativas de que esse número seja superior a 1 milhão. Frágeis economias sofrem impacto da epidemia - O HIV se alastra livre e solto pelo continente, sem que os governos tomem medidas preventivas eficazes. Com exceção de Uganda, praticamente não há campanhas de prevenção, faltam testes de HIV e não há medicamentos para tratar os doentes. A razão, segundo especialistas, é a falta de vontade política dos governos de lidar com a doença e de tocar em assuntos tabus para a maioria das culturas africanas, como sexo, homossexualismo e "camisinha". Muitos africanos ignoram o que seja Aids. Eles acham que a doença é causada apenas pela pobreza, por bruxaria, inveja ou por maldição de espíritos antepassados. Esses mitos aumentam o estigma em torno da Aids, mantida em segredo por doentes e familiares devido ao preconceito e ao isolamento a que são submetidos na comunidade. O seminarista togolês Pierre Avonyo, que trabalhou com soropositivos em seu país de origem, afirma que a violência sexual contra as mulheres produzida por guerrilheiros e pelos próprios exércitos é a principal causa do aumento da incidência da Aids. A doença também ameaça correr as frágeis economias dos países. O Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul, por exemplo, será 17% menor em 10 anos por causa de Aids. Empresas de vários países calculam perder entre 6% e 8% dos lucros em gastos com funcionários contaminados, incluindo o pagamento de funerais e medicamentos básicos. O engenheiro belga Dirk Bogaert, que prestou assistência a doentes pela organização Médicos Sem Fronteiras em vários países da África, dá um exemplo de como a Aids faz parte do cotidiano das empresas: ao contratar cinco motoristas para transportar remédios para regiões infectadas, ele afirma que um empregador precisa prever que, em dois anos, pelo menos um funcionário vai apresentar sintomas da doença. A Aids deixa de ser uma doença que a gente lê nos jornais, e passa a ser uma vivência de todo o dia - afirma. Governo brasileiro assinou convênios de cooperação com países africanos - Para desespero das grandes multinacionais farmacêuticas, o governo brasileiro assinou convênios de cooperação com Angola, Maçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. A ajuda inclui transferência de tecnologia para a fabricação de medicamentos, treinamento no controle de qualidade das matérias-primas e orientação para a administração correta do tratamento.A guerra de patentes está em vigor na África do Sul. Os grandes laboratórios estão processando o governo, em uma tentativa de impedir a compra de medicamentos genéricos de outros países, como o Brasil e a Índia. As indústrias queixam-se de que o desrespeito às patentes causa prejuízos anuais de milhões de dólares. O país conquistou uma vitória na semana passada, quando a Merck anunciou a redução de preço dos seus medicamentos. O que é uma Patente? O que é Quebra de Patente? É uma espécie de registro de propriedade industrial ou intelectual de um determinado invento, que garante Também chamada de licença compulsória, significa que o governo de um país pode anular a a seu criador a exclusividade na fabricação do produto e o retorno do investimento feito para desenvolver o projeto. exclusividade do fabricante sobre seu produto e permitir que outras fábricas copiem a invenção. ÁGUA PURA PARA O MUNDO - AQÜÍFERO GUARANI O mapa hidrogeológico da maior reserva subterrânea de água da América do Sul e uma das maiores do mundo, o Aqüífero Guarani, está pronto. O trabalho consumiu sete anos de pesquisa do professor da Unisinos Heraldo Campos, 46 anos, doutor em Hidrogeologia pela Universidade da Catalunha (Espanha). Financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), o mapa digitalizado foi lançado no final do ano passado pela revista Acta Geologica Leopoldensia, editada pela Unisinos. O trabalho será utilizado pelo Unesco como ferramenta de gestão do recurso no projeto internacional para proteçao ambiental do aqüífero. AQÜÍFERO GUARANI • O NOME: Homenagem à população indígena que dominava a Bacia Platina na época do descobrimento da América. • O VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA: Calcula-se que areserva contenha 50 quatrilhões de litros de água. É mais do que a água que corre em todos os rios do planeta em um ano, ou seja, 43 quatrilhões de litros. Poderia abastecer a atual população brasileira por 2 mil anos. • A VAZÃO: Chega a 800 metros cúbicos por hora (ou 800 mil litros) em profundidades de mil a 1,2 mil metros. Nas bordas é de cerca 3 litros/hora. • A PROFUNDIDADE: A água do manancial está situada a uma profundidade que oscila de 50 metros a 1,5 mil metros. 10% da área total está rente a superfície. • A TEMPERATURA DA ÁGUA: A cada cem metros de profundidade, a temperatura da água aumenta 3ºC. Nos pontos mais profundos, pode chegar a 60ºC. A água tem uma temperatura média de 25ºC a 30ºC . • A ESPONJA: A água está embebida em um manto de arenito poroso. Trata-se de água da chuva que escorreu lentamente para o subsolo durante 100 milhões de anos, depurando-se. • O eixo do Rio Paraná é uma referência geográfica. Próximo ao rio, o aqüífero está em grandes profundidades, a mais de mil metros. • A água do Guarani é suficiente para abstecer a população do mundo inteiro por uma década. • Nas margens do aqüífero Guarani, a erosão expõe afloramentos. • Além do Guarani, um reservatório bem menor, o Bauru, se formou sob o solo da região de São Paulo. ATUALIDADES A QUESTÃO AMBIENTAL Antes de mais nada é bom lembrar que só podemos entender a questão ambiental, aqui no Brasil, na forma da onda da globalização neoliberal que vem promovendo uma total perda da soberania nacional sobre a gestão dos seus recursos naturais, coibindo assim a alternativa de projetos de desenvolvimento sustentáveis, aprofundando as desigualdades sociais, dilapidando os recursos naturais, excluindo em grande parte a população do mercado de trabalho, sem que participe dos frutos propiciados pelo avanço da ciência e tecnologia. Quanto a esta questão, não confundir, por exemplo, efeito estufa, (natural, conceito da Física) com efeito de estufa (aquele provocado pela ação do homem, conceito da geografia). Lembre-se: a última grande conferência sobre o clima, se deu em Kioto, Japão, no ano de 1997, sendo que este ano houve mais um encontro em Bohn no qual ficou claro que alguns países não estão cumprindo suas resoluções. Dois resistentes foram a Austrália e o Japão. O Governo Bush neoliberal de direita não ratificou o acordo de Kioto mesmo sendo os EUA responsáveis pela emissão de ¼ dos "gases de estufa" do globo. Um capítulo polêmico deste encontro, foi a emissão dos gases de estufa, cujas quantidades devem ser reduzidas ao nível de quinze anos atrás. Os Americanos são 100 milhões de carros. Cada americano consome energia para: 3 suíços, 4 italianos, 160 tanzanianos e 1100 ruandeses. Utilizam 40% dos recursos renováveis do globo sendo que suas fontes de energia são baseadas em combustíveis fósseis: Carvão, Petróleo e Gás Natural. A questão ambiental é uma questão global, sendo necessária uma ação conjunta de todos os países do globo. As energias carbonadas, petróleo e carvão, principalmente, as queimadas*, os gases emitidos pelas fábricas, são causas básicas do efeito de estufa, ilha de calor, chuva ácida e inversão térmica, problemas sério dos tempos atuais e que reforçam uma de nossas principais contradições. Ela reside no fato de não coadunarmos desenvolvimento científico e questão ambiental. Lembre-se de que, no Brasil, estamos conhecendo sérios retrocessos na legislação ambiental. Os principais são poder reflorestar com eucalípteros e o projeto de desmatamento da amazônia em fase de discussão. O projeto da bancada ruralista prevê redução da área de preservação dos atuais 80% para 20% na Amazônia e de 35% para 20% no Cerrado Amazônico. Na quarta conferência mundial sobre o clima, chegou-se a conclusão de que a temperatura da terra deve elevar-se mais 5 graus até 2100. Os gases de estufa proveniente da queima combustíveis fósseis, em especial o petróleo e carvão, faz nossa necessidade de fontes alternativas como a solar, a eólica, a das marés, a dos géiseres ou a de biomassa, que são as fontes da revolução técnico científica. A agenda 21 é uma plano ambicioso que prevê a implantação de um programa de desenvolvimento sustentável para todo o globo para o século XXI. Nela os países X se comprometem destinar 0,7% dos seus PIBs para aplicação neste programa. Por enquanto só mandaram as fábricas que mais poluem. Há uma proposta de crescimento zero não aceita pelos países periféricos uma vez que teriam que estagnar o seu processo de industrialização. Nas regiões de fronteira agrícola, ou em países de industrialização recente, tais como os tigrinhos asiáticos, é muito comum o uso de queimadas para limpar campos. Estas se dão nos meses mais secos do ano, em áreas de pastagens ou queima de coivaras, casando acidentes em rodovias, com mortes de pessoas, animais, e sérios problemas respiratórios em cidades circundadas por canaviais, num dos casos mais alarmantes de poluição atmosférica. A escravidão de menores e de armazém é uma constante nas áreas de carvoaria, como as denunciadas na região Centro Oeste e Norte do Brasil. Neste sentido, são também graves as denuncias feitas a China dentro da OMC, já que este país é um paraíso proletário e um dos principais acusados de Dunnping Social. Não se esqueça da escravidão de mulheres no mundo muçulmano e da venda de mulheres chinesas (Cidadania). ÁGUA A água potável será um dos recursos mais caros (custo benefício) do século XXI. Sendo assim, os rios internacionais são, cada vez mais geoestratégicos, motivando conflitos entre os países envolvidos. Um grande exemplo é a questão do Nilo, ou ainda, as nascentes do rio Jordão, palco das disputas entre árabes e judeus, no Oriente Médio. Nestas regiões, água é, relativamente, mais importante que o petróleo. No Centro Oeste do Brasil, a calagem de solo causa eutrofização de mananciais, constituindo-se em um grave impacto sobre recursos hídricos. Não falta água por falta de chuvas. A grande causa da escassez é o mau uso dos solos agrícolas e urbanos por compactação pelo uso de máquinas e pastoreio ou ainda pela impermeabilidade de área urbana. Fala-se em taxar todo e qualquer uso de água. É necessário racionalizar o uso da água e, em caso extremo, seu racionamento. Quarenta municípios goianos já apresentam problemas crônicos com abastecimento de água. No município de Bom Jesus de Goiás os pivôs de irrigação chegaram a ser paralisados por ordem do ministério público. Todas as grandes cidades do mundo já se ressentem deste recurso, em especial as megacidades dos países periféricos, serão palcos, mais e mais, de disputas por rios que as abastecem e de grandes epidemias. O Nilo e o Níger são dois bons exemplos destas disputas. O Brasil embora tendo a maior reserva de água disponível do globo apresenta regiões em estresse hídrico, menos de 2000 metros cúbicos de água por habitante por ano. Este é o caso de muitas áreas do Nordeste. ENERGIA O século XIX foi da máquina a vapor, um motor a combustão externa. O século XX foi do motor a combustão interna. Já o século XXI será da célula de combustível que promete divorciar o automóvel da poluição. Quanto a nossa crise energética, tanto a Petrobrás quanto o setor energético e tudo o que é público no Brasil passaram a sofrer as conseqüências do projeto neoliberal. A receita do FMI foi retirar dinheiro das estatais para equilibrar as contas públicas. O resultado foi que não só a Petrobrás como todo o setor energético sofreram com tais medidas resultando em graves "Acidentes Ecológicos", ameaças, ou até mesmo, apagões. Agora dois setores geoestratégicos estão prontos para serem privatizados. Outros setores como saúde, transporte e educação também estão sucateados. Desta forma os meios de comunicação de massa imperam em suas opiniões. "Achamos" que tudo no Brasil deve ser privatizado. Quanto as fontes de energia, temos que analisá-lasem termos de disponibilidade, viabilidade, extração, transporte, armazenamento, distribuição, poluente ou limpa, renovável ou esgotável. Assim, no caso do Brasil, as fontes alternativas, (biomassa, eólica ou solar) assumem uma importância fundamental por ser um país tropical. A energia solar é considerada a fonte energética do século XXI. Na década de 70, houve o fortalecimento da OPEP e OPAEP, (países produtores de petróleo) em reação às sete irmãs (empresas que controlam a distribuição do petróleo no globo e estão em processo de fusões). No mundo, como um todo, os países buscaram as fontes alternativas como forma de se prevenirem ante as crises do petróleo. Lembre-se do programa Proálcool, da tentativa ineficaz das nucleares que Fernando Henrique acabou por quase desativar. É bom lembrar dos erros de projetos, como a represa de Balbina no Amazonas, causando sérios problemas ao meio ambiente. Por estes fatores, a dédada de 70 é considerada a "década da crise energética", além, é claro, da variável social, com baixos salários e repressão militar duríssima. Lembrar da Operação Condor dos militares latino-americanos que trabalharam em conjunto na repressão as forças revolucionárias. Já a dédada de 80 foi considerada a "década da destruição e perdida" com problemas ambientais sérios, dentre eles o acidente com o Césio em Goiânia. Associe fontes de energia ao tipo de transporte adotado em cada país. Desta forma, fica mais fácil entender quais países são mais velozes na produção, como os tigres ou tigrinhos asiáticos, e porque países como o Brasil, Índia, China, Indonésia e Rússia são considerados "países baleias", por serem grandes e lentos. O modelo de transporte rodoviário é o mais caro. O ferroviário é muito viável para o Brasil. Lembre-se da Norte-Sul que vai interligar Belém (PA) a Senador Canêdo e começou, este ano, suas obras em Anápolis. A hidrovia é, sem dúvida, o transporte mais barato, em termos de custo benefício. Recentemente, num total desrespeito a legislação ambiental, barcaças de grande calado resolveram, a revelia, tentar abrir uma hidrovia no rio Araguaia. Seria o Araguaia adequado para se fazer uma Hidrovia? Não se esqueça das voçorocas neste rio. Todo país para atrair investimentos dentro da novíssima divisão internacional do trabalho, deve ser viável, o que significa trabalhar em Just In Time, tendo que possuir boa infra-estrutura. Será que o Brasil em crise energética irá atrair investimentos?. De que adianta ter minérios se não se pode extraí-lo a menor custo? Minério tem muito pouco valor agregado. Jamais houve vantagem comparativa para países que produzem matérias primas. O gaseoduto virá da Bolívia chegando até Goiás, contudo, toda obra deve pautar-se em Eia-Rima confiável. A instalação de várias Empresas, como a perdigão em Rio Verde, (Detroitização) podem causar sérios impactos ambientais. Alguns bem visíveis, são os impactos na represa de Corumbá, com a matança de toneladas de peixes. Serra da Mesa, (agora Cana Brava e Peixe também no rio Tocantins) a represa do Yang Tsé Kiang na China. Preste atenção nas negociações para venda da Celg e das construções da ETA e da ETE em Goiânia, que envolvem a preservação do rio Meia Ponte e sua recuperação, em 50 anos, tendo como modelo o Tâmisa. O uso bélico da energia nuclear constitui-se num dos graves problemas atuais. Os TNPs devem ser revistos por todos os países. É lógico, (nascentes do rio Ganges e Indu) países como o Paquistão e a Índia, que disputam a Kashimira, fazem vista grossa as sanções da ONU, onde fica, bem visível o colonialismo do Grupo dos 7 mais a Rússia, sobre os países emergentes. Estes países estão desenvolvendo, mais e mais, armas biológicas (motivo das sanções da OMC ao Iraque). Estas são consideradas bombas atômicas dos países pobres. Será que o Taleban irá conseguir armas Atômicas? POPULAÇÃO O censo Brasil 2000 confirmou a contagem da população de 1996. Somos 169.590.693, ou seja, 23 milhões a mais do que o registrado em 1991. Somos dez vezes mais do que os contados em 1990 e três vezes os de 1950. Só na segunda metade do século XX fomos acrescidos algo como 100 milhões de pessoas. O ritmo do crescimento populacional apresentou expressivo declínio. De 1980 a 1991 o crescimento médio anual foi de 1,93% - entre 1991 a 2000 foi de 1,63%. A redução do crescimento vegetativo deveu-se a redução das taxas de natalidade. Entramos na fase final da transição demográfica. Na pirâmide etária sentimos um duplo impacto: redução da participação de crianças e jovens e aumento da participação de idosos. As políticas públicas devem acompanhar as novas tendências populacionais no que se refere a saúde, educação e previdência. Para cada 100 brasileiras existem 96,87 brasileiros, ou seja, 2,7 milhões de mulheres a mais. A explicação é conhecida: a expectativa de vida feminina e mais elevada que a masculina. No meio urbano 94 homens para cada 100 mulheres – no meio rural 110 homens para cada 100 mulheres. As mulheres migram para trabalhar nos serviços e comércio nas cidades. Os homens migram para as fronteiras agrícolas. Todas as regiões tiveram incremento de população, mas o ranking continua inalterado em relação a 1991. O Sudeste com 72 milhões, depois o Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Os três estados mais populosos são: São Paulo (36,9 milhões), Minas Gerais (17,8 milhões), e Rio de Janeiro (14,3 milhões). No país como um todo as regiões apresentaram queda no ritmo de crescimento populacional, contudo, as regiões Norte e Centro-Oeste são as que apresentam maiores incrementos populacionais. O Nordeste apresentou o menor incremento de população por ter saldos migratórios negativos. A taxa de urbanização que era de 75,6% em 1991, pulou para mais de 80% em 2000. As regiões mais urbanizadas são a Sudeste e Centro-Oeste, sendo as menos urbanizadas, Norte e Nordeste. Contudo, a relação entre população rural e urbana deve ser analisada com cautela. Simples distritos com mais de 2000 habitantes, aqui no Brasil, são população urbana, o que "produz" uma urbanização ilusória. Na China, por exemplo, para ser população urbana o distrito tem que ter mais de 10.000 habitantes. Na Europa há um cruzamento da população absoluta com a densidade demográfica. Cabe ao IBGE estabelecer novo critério e objetivo para o Censo Brasil. Sobre população devemos nos ater as teorias de Thomas Robert Malthus (século XVIII), em contraposição as teorias dos anarquistas ou dos socialistas e reformistas. Os primeiros são, em suma, controlistas, pessimistas, antinatalistas, propondo um controle da população sem que haja distribuição de renda. Este é o ponto fundamental de suas divergências com os natalistas, representados pelo segundo grupo. Para os primeiros, pobre é pobre porque possui muitos filhos devendo ser controlada a natalidade à qualquer custo. Já os reformistas dizem num discurso reverso que ter muitos filhos é uma conseqüência da pobreza. Os neomalthusianistas surgiram no século XX, num período de industrialização e urbanização dos países subdesenvolvidos. Cuidado com o discurso dos ecomalthusianistas que dizem ser necessário eliminar os pobres para que eles não acabem com as reservas naturais do globo. Um menino Suíço gasta US$ 500,00, enquanto um africano Sudanês tem que viver com US$ 1,00. O que você acha desta postura? Lembre-se da luta controlista da China. Contudo, a Índia será o país mais populoso do globo em 2050. Mas em contrapartida a Itália passará, segundo as estatísticas, de 59.000.000 para 40.000.000 no mesmo período. O governo alemão começou uma campanha para combater os neonazistas. A Europa em quase sua totalidade com população envelhecida vive o dilema: abrir ou não abrir para receber imigrantes. A verdade é que com xenofobia ou não o mundo entra lentamente num processo de transição demográfica. Hoje, não se passa fome por falta de alimentos, já que há superprodução de comida. O fato é que alimento é uma mercadoriaessencial, sendo, portanto, uma fonte importante de lucro. Chegamos ao bebê 6 bilhões, e o desafio do terceiro milênio é o de distribuir melhor a renda do globo. Os muros erguidos hoje, são entre ricos e pobres, como os erguidos no norte da África para barrar a invasão dos migrantes para a Europa. Produzimos mais alimentos por pessoa do que nos anos 50, mas o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza absoluta aumenta em muito. O conflito atual mudou se eixo que era L/O e hoje é N/S. E china e os Estados Unidos? Superpopulação é sempre relativo. Sendo assim, nunca se pode dizer que a área determina, pela quantidade de indivíduos que a habita, o grau de desenvolvimento de uma comunidade. Fatores externos como o colonialismo, ou ainda, culturais, sociais, políticos e econômicos, são os critérios a serem levados em conta na análise. Superpopulação é sempre relativo à capacidade da população de prover do meio sem exauri-lo. Sentido da migração internacional que era Norte-Sul, hoje é Sul-Norte. Há em todos os países aversão a estrangeiros. Um exemplo típico do nível de xenofobia, é que, até os tigrinhos asiáticos estão se defendendo da invasão de estrangeiros. Houve vários atritos entre Brasileiros e Paraguaios na ponte da "amizade" este ano. Os Brasileiros são acusados de serem informais e retirarem trabalho dos Paraguaios. Esta é uma forma de migração pendular e internacional ao mesmo tempo. Por esta razão estes brasileiros são denominados de Brasiguaios. As cidades no Brasil estão retornando os indigentes para suas regiões de origem, promovendo uma desova dos indesejáveis. Muitas prefeituras utilizam-se deste expediente para livrarem-se de encargos sociais. No Brasil, por exemplo, há uma tendência à bipartições de Estados, onde a parte mais rica se vê livre de áreas mais pobres. Há uma, bem palpável, tendência a desmetropolização reforçada, nos dias atuais, pela migração de retorno. Migração não pode ser vista do ponto de vista quantitativo, mas sim qualitativo. Crescem proporcionalmente, hoje no Brasil, as médias cidades. Um problema sério e a questão do Estado do entorno de Brasília. (Prestar atenção nas políticas curativas das cestas (cartões cidadania) de alimentos, como fator atrator de população). As fronteiras agrícolas são atratoras, com um intenso crescimento de núcleos urbanos, gerando por outro lado um caos social. A grilagem de terra, (recentemente houve grilagem de terras dos índios Caiapós) a presença de jagunços, os gatos, a escravidão de menores e adultos (escravidão de armazém), a fome, o desemprego tecnológico, as lutas do MST (armadas e acompanhadas de protestos como o que comemorou o massacre de dezenove sem terra em El Dourado do Carajás - Pará) por reforma agrária, são problemas sociais sérios e de premência para resolução. Há uma reforma agrária para o governo e outra para o MST, com a qual todos parecem concordar mas que são coisas opostas para os lados. Quais são as diferenças básicas? Para o MST a proposta do governo é um ajuste as condições da globalização. O MST quer terra para trabalho e não terra de negócio como propõe o governo. Para o MST a terra não é fonte de lucro, mas sim um meio de vida dos camponeses, instrumento de revolução e uma forma de abastecer o mercado interno. O Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, são os principais responsáveis por este contrafluxo migratório. São pessoas que buscam "uma melhor qualidade de vida", fugindo da vida agitada dos grandes centros urbanos, ou ainda, por outro lado, há o fascínio exercido pelas cidades sobre as populações rurais. Goiânia já é cosmopolita por atrair gente de todos os lugares. Sem uma resposta satisfatória em termos de infra-estrutura e empregos, começa a apresentar problemas típicos de grandes centros. Dê uma analisada neste aspecto. A criminalidade, o aumento do comércio informal, são os resultados palpáveis desta má distribuição de renda. Goiânia e Brasília duas, "ilhas de modernidade", tem atraído muitos miseráveis. Obs. : estes são problemas estruturais muito visíveis em nossa realidade, sendo uma parte no todo. A mão-de-obra está cada dia mais nômade. Assim, surgem as formas de se complementar renda. O trabalho zero hora, sem vínculo empregatício com as empresas, os part times (parte de tempo) estão cada vez mais presentes. O Estado está retirando todo tipo de estabilidade dos trabalhadores, votando reformas na previdência social e instituindo o contrato temporário de trabalho. Num contexto de economia globalizada, com um desemprego estrutural, agravado pelo desemprego tecnológico, onde em vários países centrais ele já ultrapassa a casa dos dois dígitos, o trabalhador tem que se qualificar ao máximo, (trabalhador multifuncional) pois a revolução técnico-científica elimina o trabalhador especializado. As empresas estão requerendo além do QI o QE, (quociente emocional do trabalhador) critério básico para as admissões no mercado de trabalho. Hoje se requer sempre disposição para aprender constantemente. Busca-se o trabalhador Bombril (mil e uma utilidades). Em todo o mundo fala-se em redução de cargas horárias. Enquanto na China e tigrinhos asiáticos há superexploração de mão-de-obra. O processo de globalização é o grande norteador das questões dos vestibulares atuais. Parece que o mundo vai virar um Shopping Center Global e para tal insistem em modificar nossos hábitos e valores para que consumamos esse produto global. Contudo, não nos servem as receitas do FMI num mundo com tantas alternativas. Não precisamos assim, cair na onda de Ecomalthusianistas histéricos que prevêem numa visão fatalista que a periferia será sempre periférica. E mais, o que é periférico, não necessariamente é periferia. Haverá sempre outra alternativa. Destarte, a globalização e, antes de tudo, a velocidade de inserção nela deve ser bem analisada por todos os países e povos do globo, especialmente os "periféricos". GLOBALIZAÇÃO Se posicione diante do processo de privatização das empresas. As empresas estão sendo privatizadas em nome do liberalismo econômico, que promove um "livre mercado", (Fusões e Monopólios) servindo a abertura ao capital internacional. Setores estratégicos, como os das telecomunicações (21 bilhões de dólares de investimento e venda por 8,8 bilhões), os de energia, produção mineral, são os primeiros a serem desestatizados. O que os apagões tem haver com isso? As populações passam a estar em "mal estar social. Vivemos no Brasil um claro processo de sucateamento da Petrobrás. O discurso ecológico serve para jogar a empresa contra a opinião pública, justificando, desta forma, sua privatização. Uma tendência nos tempos atuais é o crescimento das associações de bairros e das ONGs, que tentam preencher as lacunas deixadas pelo Estado de mal estar social. O liberalismo promove o financiamento, por parte do Estados e prefeituras, das empresas para se instalarem em áreas doadas, tendo como atrativos as isenções de impostos e financiamentos. Vide as recentes instalações de empresas em Goiás, e construção de apoio logístico tais como: Serra da mesa, Cana Brava e a Usina de Corumbá, ou ainda, a Norte-Sul, o oleoduto e o gasoduto que virá da Bolívia. Preste atenção na chamada guerra fiscal e a falência do pacto federativo. Mário Covas que morreu há pouco foi um dos principais críticos da guerra fiscal. Vide as recentes disputas entre Goiás e São Paulo envolvendo a questão do amianto e dos produtos goianos vendidos naquele estado a preço mais acessíveis. São Paulo taxou os "nossos produtos" porque Goiás da condição favoráveis para que as empresas trabalhem aqui a menor custo. O Estado do Tocantins tem atraído muitas empresas dando-lhes "facilidades". Goiás lançou o FOMENTAR. As universidades públicas estão sendo sucateadas pelo neoliberalismo, contudo, são centros de excelência e de pesquisa. Será que o Brasil Tendência Rosa, apresentado na última eleição, irá reverter o processo neoliberal e investirmais em educação e saúde? Dará Walfare State ao povo? Preste uma especial atenção ao processo de deslocamento das indústrias pelo mundo. As indústrias de ponta, próprias da terceira revolução industrial, tais como a cibernética, a robótica, as telecomunicações, indústrias com grandes valores agregados, ficam nos países centrais, enquanto as indústrias de menor valor agregado espalham-se pelo terceiro mundo. No Brasil, as empresas estão fugindo das áreas congestionadas do sudeste, num processo de descentralização (Detroitização). Saiba diferenciar os setores da economia.: Primário, secundário, terciário, terciário-moderno ou quaternário. Saiba como estes setores estão sendo reestruturados pelo mundo na Nova Ordem Mundial (NOM) baseada na Revolução Tecnocientífica (RTC). Há uma tendência evidente de derrocada do modelo Fordista, sendo bem visível a "Toytização", baseada na acumulação flexível, capital intagível e na reestruturação da força de trabalho. As empresas fazem atualmente enxugamentos e terceirizações, promovendo uma reengenharia em seus setores. Assim, os produtos, hoje, são multinacionais. Os países investidores estão tomando o maior cuidado ao investirem em países emergentes devido a grande quantidade de capital volátil, contudo, crescem economicamente (Paraísos fiscais). Globalização não é oposta a regionalização. Na América, a ALCA em sua reunião na cúpula das América em Santiago do Chile, cogitou a adesão de Cuba. No Mercosul, as divergências entre Brasil e Argentina, pautam-se nas taxações brasileiras aos produtos agropecuários argentinos e no câmbio desfavorável a estes. O Mercosul é a pedra no caminho da ALCA. Mais do que ser uma crise no câmbio e de flutuações de juros, a crise da Argentina desestabiliza o Mercosul e abre caminho para a ALCA. A Argentina está entre a cruz e a espada: ou dolariza ou desvaloriza a moeda. Lembre-se de que países da América já dolarizaram suas economias, este é o caso do Equador e Peru e que outros falam em dolarizar, como são Argentina e México reforçando, assim, a ALCA. No projeto da ALCA o Brasil tenta dar uma "refreada". Realizou duas Cimeiras (reuniões de Mercosul com a União Européia) sem lograr êxito. A Europa continua fechada e protecionista. Os americanos estão levando o processo a sério e vão começar a ALCA pelo Chile que saiu do Pacto Andino para ingressar na APEC. Na verdade há uma desconfiança dos Hermanos pela postura de xerife assumida pelo Brasil que veladamente polariza os países da América do Sul, assentando o governo antidemocrático do Peru, intervindo na guerra Peru e Equador, conversando com o governo antineoliberal da Venezuela, aproveitando-se de sua liderança dentro da OEA. Vide o gaseoduto da Bolívia, as hidrovias e as estradas arquitetadas pelo Brasil na América do Sul, tentando polarização da economia sul-americana. Será que vamos combater os "narcotraficantes" da Colômbia? Na verdade o Brasil tenta Fazer um bloco subregional, par entregar o pacote para a ALCA (EUA). Os últimos acontecimentos como a crise entre Canadá e Brasil envolvendo a carne de vaca louca e os aviões canadenses e brasileiros só esvaziaram a pauta da reunião do Canadá em Abril. Esta tratou de ajustar a área de livre comércio. O governo FHC num jogo duro, ou eleitoreiro, nega a adesão antes de 2005. E de olho em seu sucessor, elevou o salário, sem aumentar o seu poder de compra, baixando o preço do petróleo no mesmo mês. CIDADE Quais os problemas das nossas cidades? Saber o que é movimento pendular, (muitas cidades já implantaram o transporte alternativo) comércio informal e formal. As cidades mudam suas formas e funções. Assim sendo, saiba quais as diferenças entre cortiço, jardins e favelas. Nossas cidades se ressentem de um melhor plano diretor, o que é a causa de sérios problemas ambientais, como a ilha de calor, o efeito de estufa, inversão térmica, a emissão de efluentes que contribui para a eutrofização de água, assoreamento de rios e impermeabilidade de área urbana. As grandes enchentes são uma constante, porque nossas cidades estão com estruturas envelhecida. A conturbação de cidade gera problemas de administração entre os municípios envolvidos. A reciclagem de lixo se revestem de uma importância nos tempos atuais. Em Goiânia implantou-se uma indústria de reciclagem de lixo, promovendo empregos, sendo um projeto ecossustentável dentro da cidade. Nossa cidade não precisava ser vertical. Isto se dá pela lógica capitalista, que se concentra espacialmente para reprodução do capital. A cidade é uma otimização de variáveis. Cresce deixando espaços internos e especula áreas. A ordem é lucrar não importa como (Economismo). A cidade cresce socializando o prejuízo e privatizando o lucro. A variável ecológica está em segundo plano. A cidade é o local do consumo, mas também o local do consumo do local. Há Cidades Globais e Megacidades. Saiba as diferenças entre elas. CONFLITOS DA ATUALIDADE Recentemente tivemos a comemoração dos dez anos da queda do Muro de Berlim e pudemos ver o atraso econômico da Alemanha Oriental. Também a Rússia parece estar longe da casa comum Européia. Os Estados multinacionais são o motivo básico dos movimentos separatistas. Aqui segue um resumo dos principais conflitos da atualidade. Cuidado para não trocar a área, a motivação e o conflito. Neste caso há muitos pegas. São eles: Chipas no Sul do México liderados por Marcos, zapatistas, socialistas, indígenas, fizeram uma marcha com mais 500.000 militantes este ano pela independência do Estado de Chiapas. Chechênia na Rússia A maioria da população é Muçulmana Sunita. Região rica em minério e petróleo entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Geoestratégica para a Rússia e situada nos Montes Cáucaso. A Thechênia, (declarou independência e foi severamente reprimida. Timor Leste, Aceh e Molucas na Indonésia O conflito religioso nas Ilhas Molucas é a ponta do iceberg da crise sectária e separatista que ameaça a unidade territorial da Indonésia, formada por 17 mil ilhas. O Timor Leste, antiga colônia portuguesa, invadida em 1975 pela Indonésia, obteve sua independência em agosto após um referendo, mas pagou com a morte de centenas, ou até milhares, de pessoas. Guerrilheiros do Movimento Aceh Livre proclamam que a guerra contra os "colonialistas e imperialistas" de Jacarta só terminará com a independência do território, no norte da Ilha de Sumatra. Há lutas entre cristãos e Muçulmanos. A Indonésia é o maior país muçulmano e o quarto país mais populoso do mundo. Muita atenção!... Pampas no Sul do Brasil Alegam a falência do pacto federativo aliados a fatores culturais, sociais e tradição de resistência desde a Farroupilha, Sete povos da Missão e Política Tenentista. As Coréias Será que o caminho que estão seguindo as duas Coréias é fácil? A do sul novo rico, tigre proeminente, tecnopolo, área de transbordamento de captital americano e japonês com renda percápta superior a US$ 24.000. A norte fechada, apoiada pela china, sucateada, com renda percápta de US$ 3.800, mas com um dos exércitos mais bem armados da terra. Na China – Tibet, Taiwan, Hong Kong, Macau e Hainan merecem especial atenção. Será que a guerra fria acabou? E o caso do submarino Russo? Lembre-se do recente incidente ou acidente envolvendo um caça chinês e um avião espião americano. A china cresce muito e já é chamada pelos Americanos de competidor de peso, adversário em potencial. Por esta causa o Pentágono volta suas atenções e forças para o Pacífico. O foco de atenção dos americanos deixa de ser a Europa e passa a ser a Ásia. É uma nova Guerra fria? E o filme a justiça vermelha e além da linha vermelha? Na China o Tibet/Dalai Lama – O mentor, anexado em 1950 tem "apoio" internacional para sua independência. A devolução de Macau. A recente eleição em Taiwan a "ilha rebelde" desde a saída das forças de Chiang Kai Ske para aí formar a China Nacionalista fugindo das forças comunistas de MaoTsé Tung (1949). Os Falun Gong uma ceita sem caráter ideológico, mas uma ameaça a "ordem pública", com milhões de seguidores na china. Quebec no Canadá Parte considerável da população da província de Quebec, onde predomina a cultura de origem francesa, quer sua separação do restante do país, sua independência. No último plebiscito realizado com essa finalidade, em 1995, os separatistas quase atingiram seu objetivo. A Antiga Iugoslávia O caso da Iuguslávia esta associado a vários povos eslavos do antigo império Austro-Hungaro, só unificado por Josefh Tito nos anos 40 para livrar-se da forças de Hitler. Como a URSS foi quem deu o apoio a Iugoslávia caiu sob influência das forças Soviéticas depois do término da guerra. Tito governou estas etnias sob pulso forte, fazendo rotatividade de governo até crise Soviética (Perestróika e Glasnost nos anos 80) quando morre. Como um efeito bumerangue foram caindo os sistemas socialistas do Leste Europeu provocando uma sangrenta guerra civil. Daí os Sérvios que se intitulam a Iugoslávia vão ser os principais protagonistas dos massacres principalmente contra albaneses da região de Kossovo, provocando uma Reação da OTAN. Esta, muito mais do que fazer uma guerra humanitária, queria mostrar poderio bélico recuperando terreno perdido para a URSS durante a Segunda Guerra. Milosevic, ditador que levou o país a fatídica guerra perdeu a eleição e querendo manter-se no poder a qualquer custo viu-se obrigado a renunciar. Milosevic está preso aguardando julgamento. Hoje após os acordos de DAYTON (1995) a Bósnia está dividida em duas Federação Muçulmana Croata e República Sérvia de Srepska. Agora os Albaneses massacrados no passado pelos Sérvios e fortalecidos pelo apoio da ONU entraram em graves conflitos com os Macedônios pela criação da Grande Albânia. Os Curdos São 35.000.000 de muçulmanos não árabes sem Estado e há mais de 1000 anos na região do Oriente Médio. Este conflito nacionalista no continente asiático é bastante peculiar, pois envolve uma nação cujos componentes estão espalhados pôr alguns países (Iraque, Armênia, Azerbaijão, Turquia, Síria e Irã). O movimento separatista curdo tem sofrido fortes repressões na Turquia e no Iraque, onde o ditador Saddan Hussein promoveu uma carnificina contra os curdos por meio do uso de armas químicas. No Norte da Espanha e Sul da França (ETA, Euskadi Ta Askatsuna que significa - Pátria basca e liberdade - motivo étnico) - o povo basco, cuja a língua e cultura tem origem obscura, mantém sua identidade apesar da centenas de anos sob domínio espanhol e francês. Na Espanha, terroristas começaram a lutar pela independência em 1968 e nos anos 70 aparece o grupo terrorista ETA, que reivindica a independência. O presidente socialista Felipe Gonzales foi acusado de ligação com os esquadrões da morte dos GAL, que exterminavam ativistas bascos. O Ira na Irlanda do Norte O IRA é a base do separatismo da Irlanda do Norte (não se esqueça dos acordos de paz assinados pelo Shin Fein, braço direito do IRA). Neste caso os católicos do Ulster - Irlanda do Norte - que são a minoria querem se unir a Irlanda. Já os protestantes maioria querem permanecer unidos ao Reino Unido. Caxemira na Índia e Paquistão (Testes nucleares) Disputa das nascentes do rio Indu. Budistas, Induistas e Muçulmanos travam um terrível luta. O maior cuidado do EUA no caso da "Guerra Contra o Terror" é que setores do governo do Paquistão forneça armas atômicas ao Grupo Taleban no Afeganistão. Tutsi e Hutus e o Chifre da África (Tutsi e Hutu em Ruanda e Congo Belga, com 1.000.000 de mortos). Tomar cuidado com as ditaduras no continente. Este ano morreu o ditador Kabila. A causa básica destas guerras foi o imperialismo que dividiu as nações africanas ou as colocaram juntas em estados artificiais. A monocultura para exportação é também uma causa do nível de mazela ao qual estão submetidos os Estados africanos como é o caso da Etiópia e Somália sem governos e Serra Leoa mergulhada em guerras tribais. A maioria das armas veio da época da Guerra Fria, como é o caso de Angola e Moçambique. Seca e desertificacão só agravam este quadro, no qual, em muitos países, como em Botsuana, grande parte da população já adquiriu a AIDS. Quais são as causas e consequências da crise de refugiados? As migrações forçadas dentro e através das fronteiras nacionais são uma das consequências mais visíveis da perseguição política e dos conflitos armados. Mas tal como tem demonstrado a recente crise do Ruanda, os problemas de refugiados que muitas vezes ficam por resolver também poderão ser a causa de instabilidade, violência e deslocações da população posteriores. O Taleban - Um grupo Xiita radical que controla o Afeganistão e que este ano destruiu as estátuas do Buda. O crescimento do Islamismo também deve ser analizado. Em carta à missão especial da ONU no país, o Ministério do Exterior afegão disse que a decisão é uma reação à exigência feita pelos Estados Unidos de que o Taleban feche seu escritório em Nova Iorque. Este grupo teve apoio dos americanos quando da invasão da URSS. Segundo o governo americano, a exigência segue sanções impostas pela ONU na tentativa de forçar o Taleban a entregar o milionário saudita Osama Bin Laden, que é acusado pelos EUA de patrocinar atos terroristas. O grupo fundamentalista islâmico controla o Afeganistão desde 1996. E agora depois do atentado? Judeus e Palestinos - As recentes negociações para entrega de parte da Cirsjordânia onde Palestinos e Judeus, tentam selar acordo. Contudo, há vários interesses envolvidos impedindo o processo de paz. Dentre eles podemos destacar: Questão religiosa - Filhos de Israel (Judeus – Israelitas – descendentes de Sara/Filhos de Ismael - Ismaelitas (Palestinos/Árabes/Muçulmanos) – descendentes de Hagar. A diáspora dos Judeus e posterior movimento Sionista (Theodor Herzl - 1860/1904) pela criação do Estado de Israel (Século XIX) com sua homologação pela ONU em 1948/49, com base no lema - "Uma terra sem povo, para um povo sem terra". A falta de compromisso da ONU para com a demarcação do Estado Palestino. A insatisfação dos Árabes por ver seus territórios invadidos na Guerra dos seis dias / 1967 - Golã, Gaza, Palestina, Cisjordânia e Sinai (devolvido ao Egito pelo acordo de Camp David). A ação de grupos guerrilheiros que pregam a destruição do Estado de Israel como Hamas (grupo islâmico Palestino) e o Hezbolat (Homens bomba). A disputa pelo controle de Jerusalém que é a terra santa para vários grupos religiosos. A água que é uma questão geoestratégica para os povos da região, como é o caso da Cisjordânia para Israel, pois contem grande parte das nascentes do rio Jordão. A postura americana que tem Israel um lacaio (e agora a postura de Sharon?) e promove embargos ao Iraque, desagradando assim aos árabes, ligados no passado, pelo império Turco-Otomano. Por último o fator cultural na tentativa ocidental de abrir o mundo Muçulmano ao processo de Globalização. Estas são algumas das facetas dos conflitos no Oriente Médio. A possível solução para a Questão se baseia em três pontos fundamentais que são: O retorno dos Palestinos refugiados (4 milhões - Guerra de 1948), a criação do Estado Palestino e suas fronteiras e por último a soberania de Jerusalém. A transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém só agravou a atual situação. A recente eleição de Sharon, - Chamado de "açougueiro". Mal se passa um dia sem que um articulista enumere a longa lista de agressões sangrentas atribuídas a ele. Nenhuma conversa sobre ele acaba sem que as agressões sejam citadas. A principal é o assassinato de centenas de palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, no Líbano, em 1982. Com ele os Palestinos não entram em acordo - em Israel, aliada a postura intransigente de Bush, em nada faz avançar as negociações. Não devemos esquecer de que o sonho de unidade Árabe apregoado pela OLP é um tanto quanto utópico,pois no Setembro Negro forças Jordanianas mataram milhares de Palestinos refugiados neste país. As FARCs na Colômbia Seguem o sonho de liberdade da América Espanhola, guiados pelo mito Simon Bolívar. Assim, os americanos, em sua crise, querem apressar a área de livre comércio e combater as Farcs na colômbia para dar um fôlego para a indústria bélica. As Farcs na Colômbia, guerrilheiros socialistas que utilizam do narcotráfico para obter armas. Daí o plano colômbia imposto pelos americanos (FMI) para deflagar a guerrilha que já controla 622 municípios na Colômbia. O Brasil foi encarregado de fechar as suas fronteiras. Contudo, sabemos que a Amazônia é geoestratégica e como querem os americanos: "patrimônio da humanidade" tal qual ensinam aos seus filhos. O Iraque Iraque possuía da ordem de 200 bombas com material biológico (com tipos diferentes de bactérias); as equipes e os equipamentos utilizados foram iraquianos: dois grupos de pesquisadores (incluindo universitários) trabalharam em regime de tempo integral para desenvolver as culturas em fermentadores originalmente utilizados para fabricação de vacinas; esse projeto foi desenvolvido em cinco anos. Brasil fica em 105º lugar e se iguala ao Vietnã no ranking de mortes até 5 anos - (mortalidade infantil) Posição País Taxa 1º Suécia 4 1º Noruega 4 1º Japão 4 4º Suíça 5 4º Eslovênia 5 4º Cingapura 5 4º Holanda 5 4º Mônaco 5 4º Luxemburgo 5 4º Coréia do Norte 5 4º Islândia 5 4º Alemanha 5 4º França 5 4º Finlândia 5 4º Dinamarca 5 4º Áustria 5 4º Austrália 5 18º Reino Unido 6 18º Espanha 6 18º San Marino 6 18º Nova Zelândia 6 18º Itália 6 18º Israel 6 18º Rep. Tcheca 6 18º Canadá 6 18º Bélgica 6 18º Andorra 6 28º Malta 7 28º Irlanda 7 28º Grécia 7 Posição País Taxa 63º Estônia 22 63º Argentina 22 67º Tonga 23 67º S. Vicente e Grandinas 23 67º Maurício 23 67º Lituânia 23 67º Geórgia 23 67º Fiji 23 73º Romênia 24 73º Micronésia 24 73º Líbia 24 76º Venezuela 25 76º Rússia 25 78º Ilhas Salomão 26 78º Arábia Saudita 26 80º Macedônia 27 80º Samoa Ocidental 27 80º Belarus 27 83º Granada 28 84º Nauru 30 84º Coréia do Sul 30 84º Ilhas Cook 30 84º Colômbia 30 84º Armênia 30 89º Tunísia 32 89º Síria 32 91º Paraguai 33 91º Irâ 33 93º Palau 34 93º México 34 Posição País Taxa 128º Namíbia 74 128º Kiribati 74 131º São Tomé e Príncipe 77 132º Guiana 79 133º Gâmbia 82 134º África do Sul 83 135º Bolívia 85 136º Maldivas 87 137º Zimbábue 89 138º Suazilândia 90 138º Comores 90 140º Ilhas Marshall 92 141º Nepal 100 142º Índia 105 142º Gana 105 144º Bangladesh 106 145º Congo 108 146º Papua Nova Guiné 112 146º Eritréia 112 148º Mianma 113 149º Sudão 115 150º Laos 116 150º Butão 116 152º Quênia 117 153º Iêmen 121 153º Senegal 121 155º Iraque 125 156º Haiti 130 157º Uganda 134 158º Paquistão 136 31º Estados Unidos 8 31º Cuba 8 33º Portugal 9 33º Chipre 9 33º Croácia 9 33º Brunei 9 37º Emirados Árabes 10 37º Eslováquia 10 37º Malásia 10 40º Polônia 11 40º Liechtenstein 11 40º Jamaica 11 40º Hungria 11 44º Chile 12 45º Kuait 13 46º Barbados 15 47º Costa Rica 16 48º Bulgária 17 49º Trindad e Tobago 18 49º Seychelles 18 49º Catar 18 49º Omã 18 53º Uruguai 19 53º Siri Lanka 19 53º Bósnia-Herzegovina 19 56º Panamá 20 56º Dominica 20 56º Bahrein 20 56º Antígua 20 60º Iugoslávia 21 60º Santa Lúcia 21 60º Bahamas 21 63º Ucrânia 22 93º El Salvador 34 96º Suriname 35 96º Moldovia 35 96º Líbano 35 99º Jordânia 36 100º Tailandia 37 100º São Cristóvão e Névis 37 100º Albânia 37 103º Equador 39 104º Argélia 40 105º Vietnã 42 105º Turquia 42 105º Brasil 42 108º Cazaquistão 43 108º Belize 43 110º Filipinas 44 110º Honduras 44 112º Azerbaijão 46 113º China 47 114º Nicarágua 48 114º Botsuana 48 116º Vanuatu 49 117º República Dominicana 51 118º Guatemala 52 119º Peru 54 120º Tuvalu 56 120º Indonésia 56 122º Uzbequistão 58 123º Quirguistão 66 124º Egito 69 125º Marrocos 70 126º Turcomenistão 72 127º Cabo Verde 73 158º Lesoto 136 160º Tanzânia 142 161º Togo 144 161º Gabão 144 163º Mongólia 150 163º Costa do Marfim 150 165º Camarôes 153 166º Dijibuti 156 167º Madagascar 157 168º Camboja 157 169º Burkina Fasso 165 169º Benin 165 171º Ruanda 170 172º Guiné Equatorial 171 173º Etiópia 173 173º Rep. Centro-Africana 173 175º Burundi 176 176º Mauritânia 183 177º Nigéria 187 178º Guiné 197 179º Chade 198 180º Zâmbia 202 181º Guiné-Bissau 205 182º Moçambique 206 183º Congo 207 184º Somália 211 185º Malaui 213 186º Libéria 235 187º Mali 2371 188º Afeganistão 257 189º Níger 280 190º Angola 292 191º Serra Leoa 316 63º Letônia 22 128º Tadjiquistão 74 Cresce a distância entre ricos e famintos Como o Mundo produz seus alimentos Cronologia Pré-História Os primeiros alimentos eram obtidos pela caça, pesca e coleta de vegetais. Cerca de 500 mil anos atrás os ancestrais do homem aprenderam a usar o fogo, passando a assar e cozinhar sua comida. Na última era glacial (há 40 mil anos), os homens começaram a conservar a carne por alguns meses usando três métodos: a secagem, a defumação e o congelamento em covas no subsolo. A domesticação de animais começou em 12 mil anos a. C., no Oriente Médio, inicialmente com os cachorros e, depois, com as cabras. A pecuária garantiu um fornecimento regular de carne e leite. A agricultura surgiu há 8000 anos na Mesopotâmia, com o cultivo do trigo e da cevada. Os grãos, transformados em farinha, podiam ser conservados por muito tempo. A população se tornou sedentária. Antiguidade Os egípcios desenvolvem o processo de salgar a carne e o peixe para conservá-los por mais tempo. A dieta básica incluía pão de trigo, hortaliças (cebola, alho, alface) e frutas (melões, figos, abacates). Em Roma difunde-se o uso do pilão para a moagem de condimentos, que passam a serem usados em larga escala: 80% das receitas levam pimenta-do-reino. Preferência marcante pelas carnes gordas. Era moderna A batata americana, cultivável em solos muito pobres, é adotada pela Irlanda, Inglaterra e Holanda no século 17, e pelo resto do continente no século 18. Abre caminho para o crescimento populacional. Em 1804, Nicolas Appert, inaugura a primeira fábrica de alimentos enlatados. Ele colocava o alimento num recipiente bem fechado e fervia o invólucro. Passou a fornecer carne para tropas de Napoleão. O primeiro refrigerador moderno (usando a compressão de gases) é patenteado em 1851 nos Estados Unidos, e se difunde no último quarto do século, sobretudo para conservar carnes e leite. No século 19, o consumo de açúcar e de óleos vegetais se populariza na Europa. Surgem as grandes indústrias de alimentos nos EUA (Heinz, Nabisco, Campbell), Cresce o consumo de carne. Século 20 Os alimentos vitaminados se difundem nos Estados Unidos a partir de 1920. O bife, o hambúrguer, a batata frita, as sopas enlatadas e os flãs gelados passam a fazer parte da dieta habitual dos EUA. Frutas tropicais tornam-se populares no Primeiro Mundo: laranja, banana, tangerina, abacaxi, maracujá conquistam os mercados dos EUA e Europa. As lanchonetes de fast-food se espalham nos EUA a partir de 1950. Nos anos 70, a preocupação com a saúde leva à difusão de comidas sem colesterol, com poucas calorias e baixos teores de gordura. Na década de 80, o uso do forno de microondas e dos freezers provocam a popularização da comida congelada nos países desenvolvidos. A pizza é o prato que ganha mais adeptos. Como o Mundo produz seus alimentos Base da dieta alimentar, a produção de grãos gera 80% dos alimentos consumidos no planeta e divide-se principalmente entre milho, trigo e arroz. Entre os maiores produtores mundiais, destacam-se a China e os EUA. Os chineses privilegiam o plantio do arroz, enquanto os americanos preferem o milho, que é o grão mais cultivado nomundo. No relatório sobre o estado mundial da agricultura e da alimentação, de 1997, a FAO constatou que “há uma diferença crescente entre os países com alto nível de consumo de alimentos e os com baixo”. Em outras palavras, os ricos estão engordando, e os muitos pobres estão cada vez mais famintos. Nos 20 países em pior situação, a média de fornecimento de energia por alimentos caiu de 1.941 kcal/dia por habitante para 1.853 kcal/dia por dia – na comparação entre o triênio de 1989 a 1991 e de 1993 a 1995. Não por acaso, o PIB per capita desses países (a maioria localizada na África ao sul do Saara) caiu 4,2% entre 1990 e 1994. Ao mesmo tempo, a população dos 14 países que mais comem viu seu consumo de energia alimentar subir de 3.135 kcal/dia para 3.234 kcal/dia e o PIB per capita (que já era o maior de todos) crescer 2,5%. Mas na média vai tudo bem. Dados da FAO mostram que nas últimas três safras mundiais de cereais, a produção foi maior do que o consumo global. Com o excedente, as reservas internacionais cresceram de 14% para 18$ do 1,9 bilhão de toneladas de trigo, arroz e outros grãos consumidos por ano no mundo – um nível aceitável. Segundo nutricionistas o consumo diário de proteína de um adulto deve ser de, no mínimo, 0,8 g e, no máximo 1,2g. Um adulto de 70kg, por exemplo, deve consumir diariamente entre 56g e 84g de proteína. Ampliando-se a análise para todos os tipos de alimentos, a média mundial de comida disponível para o consumo humano direto cresceu 19% nos 35 anos até 1996. Chegou a 2.720 kcal/dia (quilocalorias) por pessoa, superando o mínimo recomendável de 2.200 kcal/dia. Contrariando as visões alarmistas da década de 60, todas as projeções recentes feitas para o futuro indicam que, até onde é possível antever, o ritmo de crescimento da produção de comida dará conta do aumento da população mundial. “Em 2025, os fazendeiros do mundo estarão produzindo cerca de 3 bilhões de toneladas de cereais para alimentar uma população de cerca de 8 bilhões de pessoas”, prevê Tim Dyson, professor da London School of Economics. Ou seja: não há risco de faltar comida no mundo agora, nem no futuro. Mas há e continuará havendo muita fome no mundo. O relatório de junho da mesma Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação reporta que, entre outros, 1 milhão de pessoas sofre com falta de comida na Somália, outras 4,6 milhões precisam de assistência alimentar na Etiópia. A fome não se limita à África: há cerca de 180 mil pessoas precisando de ajuda por causa da seca na Jordânia, e a crise alimentar na Coréia do Norte já provocou de 2 a 3 milhões de morte desde 1995. No total, cerca de 800 milhões de pessoas (13% da população mundial) são consideradas subnutridas pela FAO. Elas vivem em mais de 30 países, tão distantes quanto Cuba e Mongólia, ou Tanzânia e regiões isoladas da Rússia. Para Nikos Alexandratos, pesquisador da FAO, a visão de que a persistência da insegurança alimentar e da subnutrição não é um problema de produção, mas de distribuição é totalmente correta – desde que se refira ao mundo como um todo. “Mas essa conclusão não ajuda muito”, completa o autor, em texto para um colóquio promovido pela Academia de Ciências dos EUA em dezembro passado. Por isso, Alexandratos enfatiza: é a falha em desenvolver a agricultura e aumentar a produção de comida localmente que está no coração do problema da insegurança alimentar. As causa são a falta de acesso à educação, boas sementes, fertilizantes e água. A isso se somam a pobreza e instabilidade política e as guerras, principais fatores para disseminação da fome. Com o crescimento populacional concentrado justamente nos países pobres da África e do Sudeste Asiático, o problema tende a se agravar no futuro. As projeções indicam que eles terão que multiplicar sua importação de alimentos. A FAO estabeleceu como meta reduzir o número de subnutridos crônicos no mundo de 800 milhões para a metade em 2015. Mas os estudos de Alexandratos indicam que em 2010 ainda vão existir 680 milhões de famintos. Se o mundo consumisse como os EUA... ... a produção de grãos no planeta em 2050 seria igual a 7,92 bilhões de toneladas ou 3,9 vezes a produção anual Crise Energética, Racionamento, Apagão ... Num planeta já ávido por combustível, a previsão é que a demanda vai dobrar nos próximos trinta anos. George W. Bush, o presidente dos Estados Unidos, fez um sombrio comunicado a seus compatriotas na quinta-feira passada: "Estamos enfrentando a pior crise de energia desde os embargos dos anos 70". A afirmação serviu de introdução ao anúncio do plano energético de emergência, que inclui o megaprojeto de construção de 1900 usinas geradoras de energia elétrica nos próximos vinte anos , muitas delas nucleares. A analogia com 70 é de causar arrepios. Naquela época descobriu- se que o destino da civilização industrial - e do sagrado direito da cada um encher o tanque do automóvel - estava na mão de meia dúzia de países produtores de petróleo. A crise de 2001 pouco tem a ver com a cobiça dos magnatas da OPEP, o cartel dos países produtores, cujo comportamento hoje é bem mais moderado. A Califórnia, o Estado mais abastado do país mais rico do mundo, sofre apagões em decorrência de um fenômeno que é global, apesar de apresentar características próprias em cada região: não há energia que baste para sustentar a avidez de consumo do planeta. "O mundo tem fome de energia", diz Fatih Birol, autor do Panorama Mundial de Energia 2000. Ou seja, sem eletricidade e combustível não há crescimento econômico. Não se consegue erradicar a pobreza nem aumentar o nível de vida da população. A demanda mundial por energia irá quase dobrar até 2030. Entre o final da II Guerra e 1973, os países capitalistas tiveram uma expansão sem precedentes na História. Uma das causas do formidável desempenho econômico nesse período, que o historiador inglês Eric Hobsbawm chamou de Era de Ouro, foi a fartura e o baixo preço da energia. Esse tempo acabou. As maiores economias do mundo vivem com a corda no pescoço porque são grandes importadoras de combustíveis, como carvão e gás para gerar eletricidade e petróleo para o setor de transportes. O Estados Unidos estão em terceiro lugar entre os maiores produtores de petróleo, mas a enorme demanda força a importação de metade do que é consumido. São também os maiores produtores de eletricidade, mas precisam comprar excedentes do México e do Canadá. Ainda assim, não conseguem evitar vexames como os apagões na Califórnia. Não é sem razão que Bush decidiu ignorar cuidados ambientalistas e mandou procurar petróleo em áreas preservadas. No começo da semana passada, Doug Logan, um consultor particular, alertou que a cidade de Nova York poderá ficar no escuro nos próximos meses por causa de problemas na transmissão de energia. A perspectiva é de pesadelo. A dependência da civilização contemporânea em relação à energia fica ainda mais evidente nos momentos de crise. Poucos têm sobras para garantir o fornecimento diante de dificuldades circunstanciais, como chuvas insuficientes no Brasil. O Japão, segundo país mais rico do mundo, tem reservas irrisórias de carvão, gás e petróleo: os combustíveis fósseis usados na geração de energia. Não dispõe de grandes hidrelétricas, usinas movidas por grandes volumes de águas e que no Brasil respondem por mais de 90% da geração de energia. A única fonte doméstica de eletricidade são as usinas nucleares, que atendem apenas a 30% das necessidades japonesas. A situação é ainda mais preocupante nos países em desenvolvimento, nos quais a demanda, puxada basicamente pela Ásia e pela América do Sul, está crescendo bem acima da média mundial. Há três indicativos claros que justificam a presunção de que ficará cada vez mais difícil aplacar a fome por energia: • Com base nas previsões de instituições financeiras internacionais, como o BancoMundial e o Fundo Monetário Internacional, acredita-se que a Ásia e a América do Sul irão apresentar índices de crescimento econômico mais altos do que o resto do mundo. • As populações da Ásia e da América do Sul devem continuar crescendo mais do que as de outras regiões. À medida que melhorem de vida, asiáticos e sul-americanos vão comprar mais eletrodomésticos e serviços que demandam energia. • O setor de transporte deverá passar por uma revolução nessas duas regiões, onde o número de carros para cada grupo de 100 000 habitantes ainda é baixo. Isso afetará bastante o consumo de petróleo. O fenômeno energético é interessante em suas nuances : o ritmo de crescimento do consumo de energia nos países ricos é menos acelerado que naqueles em desenvolvimento. "Isso acontece por causa dos diferentes estágios de industrialização" , diz Mike Grillot, economista do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Países atrasados têm indústrias pesadas, que consomem mais eletricidade. As nações maduras, por sua vez, estão, cada vez mais, se especializando na área de serviços deslocando fábricas para países em desenvolvimento. A previsão é que no futuro esse fenômeno se intensifique. Hoje, de cada dez habitantes do planeta, três não tem acesso à eletricidade. A maior parte dos que estão às escuras vive em áreas rurais de países miseráveis. Essa gente quer sair das trevas e poder comprar lâmpadas e eletrodomésticos. Em seguida, eles vão querer comprar carro e andar de avião - e isso só será possível se houver energia abundante e barata. A diferença em relação às necessidades energéticas não significa que o Primeiro Mundo está menos sedento de energia. Ao contrário, não pode descuidar-se sem o risco de pôr a perder o que foi penosamente conquistado pelas gerações anteriores. Os apagões e os racionamentos estão sendo registrados em países com boa infra-estrutura energética, sobretudo em decorrência da falta de investimento em geração, como mostram os exemplos da Califórnia e do Brasil. Estudo recente apontou o perigo de apagões em três regiões da Espanha em julho e agosto, quando o país é invadido por milhões de turistas. O motivo: falta de investimento em transmissão e aumento da demanda. Apagões são comuns em todo o países mais precários, como Índia, Paquistão, Nigéria, Geórgia e Armênia. "Nesses lugares, a maior causa é a falta de dinheiro para a manutenção", diz Jamal Saghir, diretor do departamento de energia do Banco Mundial. A crise energética não é, evidentemente, destino inevitável. É uma questão de planejamento e sobretudo de dinheiro. Maior produtora mundial de carvão mineral, a China garante 60% de sua demanda com usinas termelétricas - mas está investindo 70 bilhões de dólares na construção da maior hidrelétrica do planeta. Essa megaobra é necessária para atender às necessidades crescentes de uma economia que há mais de uma década cresce ao ritmo veloz de 7% ano. A usina de Três Gargantas no Yang Tsé terá capacidade de geração 50% superior à de Itaipu, hoje a mais potente do mundo. É uma dessas obras com números de tirar o fôlego pela grandiosidade. Só o concreto usado nas barragens seria suficiente para construir mais de 400 Maracanãs. O largo da usina terá 600 quilômetros de comprimento e vai engolir doze cidades e 356 vilarejos, obrigando a remoção de 2 milhões de pessoas. Quando estiver pronta, será um maná: produzirá 10% de toda a eletricidade de que os chineses precisam. As fontes de energia tradicionais... ... e as alternativas Carvão minera l Popular izado a partir da Revoluç ão Industrial, o carvão mineral é responsável por 40% da produção total de energia no mundo. No atual ritmo de consumo, as reservas conhecidas são suficientes para mais dois séculos. Pró: é abundante, encontrado com facilidade na maioria dos países. Contra: o carvão mineral é o mais poluidor entre os combustíveis fósseis. Eólica É a fonte de energia alternativa com maior taxa de crescimento. Ainda assim, só entra com 0,1% da produção total de eletricidade. é a favorita dos ambientalistas. Pró: poluição zero.Pode complementar as redes tradicionais. Contra: instável, está sujeita a variações do vento e a calmarias.Os equipamentos são caros e barulhentos. Petróleo Responde por 40% de toda a energia produzida no planeta. Ainda não se encontrou substituto mais eficiente e barato para a gasolina usada nos automóveis. Pró: funciona bem na maioria dos motores e, apesar das Solar Ainda não se mostrou capaz de produzir eletricidade em grande escala. A tecnologia deixa a desejar e o custo de instalação é alto. Para produzir a mesma energia de uma hidrelétrica, os painéis solares custariam quase dez vezes mais. oscilações de preço, mantém boa relação custo- benefício. Contra: as reservas concentram- se em poucos países, que podem manipular o preço. É um dos maiores poluidores do ar. Pró: útil como fonte comple mentar em residênci as e áreas rurais distantes da rede elétrica central. Índice zero de poluição. Contra: o preço proibitivo para produção em média e larga escalas.Só funciona bem em áreas muito ensolaradas. Geotérmica Aproveita o calor do subsolo da Terra, que aumenta à proporção de 3 graus a cada 100 metros de profundidade. Representa apenas 0,3% da eletricidade produzida no planeta. Pró: custos mais estáveis que os de outras fontes alternativas. É explorada nos Estados Unidos, Filipinas, México e Itália. Contra: só é viável em algumas regiões, que não incluem o Brasil. É mais usada como auxiliar nos sistemas de calefação. Gás natural Ao contrário do que se pensava há duas décadas, as reservas desse combustível fóssil são abundantes. A produção deve dobrar até 2010. É cada vez mais usado para gerar eletricidade. Pró: é versátil, de alta eficiência na produção de eletricidade e não vai faltar. Polui menos que o carvão e o petróleo. Contra: os preços instáveis em algumas regiões; exige grandes investimentos em infra- estrutura de transporte (gasodutos ou terminais marítimos). Hidrelétricas As usinas respondem por 18% da energia elétrica global. São responsáveis pelo fornecimento de 50% da eletricidade em 63 países e por 90% em outros 23, entre eles o Brasil. Pró: são uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata. Contra: exigem grande investimento inicial na construção de barragens. Podem ter a operação prejudicada pela falta de chuvas. Biomassa Agrupa várias opções como queima de madeira, carvão vegetal e o processamento industrial de celulose e bagaço de cana-de-açúcar. Inclui o uso de álcool como combustível. Responde por 1% da energia elétrica mundial. Pró: aproveita restos reduzindo o desperdício. O álcool tem eficiência equivalente à da gasolina como combustível para automóveis. Contra: o uso em larga escala na geração de energia esbarra nos limites da sazonalidade. A produção de energia cai no período de entresafra. Dependendo de como se queima, pode ser muito poluente. Energia nuclear Apesar da chiadeira dos ambientalistas, é a terceira maior fonte de geração de eletricidade. Há 438 usinas nucleares em operação, seis delas recém-inauguradas (uma na República Checa, uma no Brasil, três na Índia e uma no Paquistão). Pró: são uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata. Contra: exigem grande investimento, demora para entrar em operação e produz lixo radioativo. Sofre o estigma de acidentes, como o de chernobyl. Eficiência Melhorar a tecnologia de máquinas e os hábitos de consumo permite melhor aproveitamento da energia e reduz a poluição. No Brasil, perdem-se 13% da eletricidade com o uso de equipamentos obsoletos.Em alguns países já estão rodando carros híbridos, que combinam gasolina eeletricidade. Pró: é um modo sensato de poupar a energia disponível. Contra: exige investimentos pesados em pesquisas tecnológicas. Também é necessário convencer as pessoas a colaborar. De modo geral, os países da Europa Ocidental são os mais bem preparados para a geração de energia. Pobre de recursos naturais, a França investiu em usinas nucleares. Sempre pragmático quando se trata de fazer negócios, o governo francês simplesmente ignorou a gritaria ambientalista e pontilhou o país com reatores. O resultado é que o átomo atende a 80% do consumo e ainda permite que a França seja de longe a maior exportadora de eletricidade da Europa. Freguesa de caderninho da energia francesa, a Alemanha tira sua eletricidade sobretudo de termelétricas a carvão. Apesar disso, amarrado da forma que está numa coalizão com o Partido Verde, o governo do chanceler Gerhard Schroeder comprometeu-se a desativar as usinas nucleares até 2021. É improvável que cumpra o prazo. Entre os países desenvolvidos, os átomos representam a segunda principal fonte de produção de eletricidade, perdendo apenas para o carvão. Por toda a parte, há sinais de que se está no limiar de um novo boom radioativo. Nenhuma usina nuclear nova foi construída nos Estados Unidos desde o acidente de Three Mile Island, em 1979. O fim da trégua foi anunciado na semana passada por Bush. Também na semana passada, o governo japonês deu luz verde para o início das obras de duas usinas nucleares, pondo fim a uma pausa de dois anos causada por um acidente que matou duas pessoas. A necessidade de fontes confiáveis de energia está fazendo com que os europeus superem o trauma de Chernobyl, o mais sério acidente radioativo, ocorrido na Ucrânia em 1986. Usinas nucleares também estão nos planos de governo dos trabalhistas para as próximas eleições inglesas. O setor de energia elétrica tem características muito próprias. Precisa de grandes investimentos e trabalha com previsões de longo prazo, visto que são necessários muitos anos para construir grandes usinas. É possível que novas tecnologias ajudem a reduzir a pressão mundial por energia. Novas linhas estão diminuindo as perdas na transmissão entre usinas e consumidores finais. Os carros modernos consomem metade do combustível em relação aos modelos de 1972. Eletrodomésticos e máquinas estão mais eficientes, menos gastadores. Nos próximos quatros anos, a União Européia investirá 550 milhões de dólares em pesquisas de energias renováveis, como a solar e a eólica. Ninguém apostaria, contudo, um euro furado na descoberta de uma forma alternativa de energia capaz de desbancar as tradicionais nos próximos vinte anos. Depois de três décadas de pesquisas, as tecnologias solar, eólica, geotérmica ou a resultante da incineração de restos orgânicos, a biomassa, contribuem com menos de 2% da eletricidade consumida no planeta. "Hoje, o potencial real dessas alternativas é apenas complementar", diz Pierre Bacher, autor do livro Quelle Énergie Pour Demain? (Qual a energia para o Amanhã?) e um dos responsáveis pela estruturação do sistema energético francês. O que ninguém aceita é correr o risco de se tornar refém de novas crises pretolíferas. As três crises de petróleo - produto responsável por 40% da geração de energia global - são fantasmas ainda não exorcizados. Entre 1950 e 1973, o preço médio do barril ficou abaixo de ridículos 2 dólares. No começo dos anos 70, a OPEP dominada pelos árabes, fez uma verdadeira revolução. Atuou em grupo e cortou a extração em 25%. A velha lei da oferta e da procura fez o barril subir a 12 dólares, ligando alarmes em sedes governamentais de todo mundo. A segunda crise, provocada pela Revolução Islâmica do Irã, em 1979, também gerou um novo corte de produção. Foram seis anos de recessão mundial e, ao final, o barril já havia pulado para 40 dólares. A guerra do Golfo provocou a terceira grande crise, que felizmente durou pouco, em 1991. A imagem de poços de petróleo incendiando no Kuwait provocou uma especulação sem precedentes, mas a essa altura o poder de barganha dos produtores do Oriente Médio já havia diminuído por causa do desenvolvimento de tecnologias de prospecção, que beneficiaram a extração em países como a Rússia, Angola e Nigéria. Depois de anos desunidos, os membros da OPEP chegaram a um acordo em 1999, reduzindo a produção e triplicando o preço do barril. Menos mau que o medo de que as reservas de petróleo estariam próximas do fim seja coisa do passado. A produção mundial chegará ao ápice em 2040 e, só então, começará a cair. Até lá, talvez já se tenha descoberto outra forma de saciar a fome de energia. Consuelo Diegues - Revista Veja 23 de Maio de 2001. VOCABULÁRIO: • Central geotérmica - Nesse tipo de central recorre-se à energia térmica que provém diretamente do subsolo (fontes termais e fumarolas). As principais instalações desse tipo são as de Larderello (Toscana, potência de 380MW), The Geysers (Califórnia, 520MW), e Wairakei (Nova Zelândia, 150MW). • Central Hidrelétrica - Essa central utiliza a energia cinética de uma massa de água que adiciona uma turbina hidráulica ligada a um gerador de pólos salientes. De acordo com a sua reserva de energia, temos as centrais a fio d'água, que não dispõem praticamente de reserva alguma de água; centrais com acumulação, ou centrais com reservatório a montante (que servem de reguladores de vazão); e, as centrais de comporta, cuja possibilidade de armazenamento é inferior a 5% da afluência anual de água. Há alguns anos já assistimos ao desenvolvimento de dois tipos particulares de centrais hidráulicas: as microcentrais e as centrais reversíveis. (No Brasil, foram realizados estudos de viabilidade para implantação de uma usina reversível, instalada na rocha, nas proximidades da bacia do rio Juquiá: nas horas de pico o sistema funcionaria como turbina, gerando energia elétrica, e no restante do tempo seria utilizada para bombear água para cima .) • Central maremotriz - Central que produz energia elétrica a partir de energia das marés. A primeira realização deste tipo foi levada a cabo na França, no estuário de Rance. • Central nuclear - Central em geral constituída de várias unidades (ou subunidades) implantadas num mesmo sítio. Cada unidade compreende um reator nuclear, um grupo de turboalternadores e diversas instalações auxiliares. As centrais nucleares produzem eletricidade a partir do calor liberado pela fissão do núcleo de certos átomos pesados (o isótopos 235b do urânio, p. ex.). A turbina de uma central nuclear é, assim, alimentada pelo vapor dos geradores de vapor que utilizam o calor fornecido pelas fissões que se processam no interior de um reator nuclear. As centrais nucleares são geralmente classificadas de acordo com o tipo de reatores com que estão equipadas. De 1980 a 1990, o número de unidades eletronucleares em funcionamento no mundo passou de 265 a 418 e a potência de 142 milhões a 3230 milhões de KW. Embora considerável, o crescimento ficou aquém das previsões, em parte devido às conseqüências do grave acidente ocorrido na central de Chernobyl a 26 de abril de1986. Na última década, predominaram os reatores a água comum sob pressão, que, em 1990, equipavam 56% das unidades instaladas e forneciam 62% da potência total das centrais. • Central solar - dois tipos de centrais solares se destacam: as centrais fotovoltaicas e as centrais termodinâmicas (ou heliotermodinâmicas). As primeiras utilizam o efeito fotovoltaico produzido em certos materiais semicondutores para fazer a conversão direta dos raios solares em energia elétrica (fotopilha). No segundo tipo de central, a energia solar é convertida inicialmente em calor, que em seguida é utilizada para movimentar uma máquina termodinâmica à qual eventualmente está acoplado um gerador. • Central termoelétrica ou termelétrica - Central em que a energia elétrica é produzida a partir de energia térmica, geralmente atravésda queima de combustível, como p. ex. carvão (industrial ou mesmo dejetos da produção carbonífera), gás de altos fornos, gás natural, óleos pesados. Nas grandes centrais, as turbinas a vapor exigem (a 3.000 rpm) turboalternadores de potência que atinge 600MW. As centrais mais atuais comportam geralmente vários turboalternadores de mesma potência. Economia Informal De cada quatro pessoas empregadas no país em 97, uma vivia à custa de atividade econômica desenvolvida no ambiente familiar. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de brasileiros nessa situação em 97 atingiu 12,87 milhões de pessoas. Esse contingente integra o que o tituto classifica de "setor informal da economia", embora um terço delas tivesse seus negócios regularizados, e 7% dos empregados tivessem carteira assinada. Essa significativa fatia do mercado trabalho contribuiu, segundo estimativas preliminares do IBGE, com 8% do PIB (Produto Intro Bruto) em 97. O instituto usa o termo "empresas informais" mesmo para negócios legalizados, apesar do entendimento comum de que informal é a economia paralela, que escapa as estatísticas oficiais. O IBGE usa o conceito de informalidade adotado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) desde 93 . A constatação de que o setor infomal contribuiu com, aproximadamente, 8% do PIB -o total de bens e serviços produzidos no país- põe fim a uma crença de a participação dos pequenos sócios informais gerava cifras muito maiores. Em outubro de 97, diz o IBGE, eles movimentaram R$ 12,89 bilhões, distribuídos por 9,478 milhões de empresas, cuja receita média foi de R$1.405. Mito Segundo técnicos do IBGE, levando-se em conta apenas unidades produtivas, sem atividades ilegais e sonegações, o mito do "PIB paralelo" cai. "Fica clara a grande importância do setor informal para a geração de postos de trabalho", disse Ângela Jorge, diretora do Departamento de Emprego e Rendimentos do órgão. Essas 12,87 milhões de pessoas formam um contigente igual à soma dos empregados na indústria de transformação e em serviços públicos (militares e estatutários), segundo dados do IBGE. Elas se concentraram em comércio, justamente a área com a maior receita média mensal: R$ 2.219. Para a especialista em economia informal Hildete Pereira de Melo, consultora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o fato de um quarto da população empregada do país pertencer ao setor informal é "dramático". "A renda média é muito baixa. É um bolsão de pessoas de baixa renda", diz. O rendimento médio de um desempregado do setor informal, segundo o IBGE, foi de R$ 240, em outubro de 97. Mas é uma realidade que muda muito dependendo da região, do tipo de atividade, instrução etc. Por exemplo: como empregados, pessoas de baixa instrução -a maioria pesquisada- ganhariam, no máximo, dois salários mínimos no mercado de trabalho (R$ 280). Como trabalhadores por conta própria, têm um rendimento médio de R$ 400, ou de R$ 1.000, no caso de pequenos empregadores. Exemplo típico dessa população é Lindinalva de Assis, a Dinha, 48 anos, que chega a empregar 22 pessoas no mercado informal do acarajé em Salvador (BA). Mas não assina a carteira de trabalho da maioria dos funcionários. "As pessoas que trabalham comigo me ajudam a fazer o acarajé, o abará, cortam salada e atendem clientes", revela a vendedora de acarajé mais famosa da Bahia. Em média, o comércio informal de Dinha registra um faturamento bruto de R$ 65 mil por mês. O lucro médio é de R$13 mil mensais. Dinha disse que paga entre R$ 150 e R$ 250 por mês aos seus funcionários. "Em me sinto gratificada em ajudar no sustento de tantas famílias", afirmou. Os negócios informais estão concentrados sobretudo na região Sudeste (47,5%), aparecendo o Nordeste em seguida, com 26%. O Norte ficou com a menor fatia da distribuição das atividades informais pelo país: 5%. A maioria (57%) desses empreendedores não nasceu nos municípios onde trabalha. E optou pela informalidade pela perspective de ter o próprio negócio, segundo o IBGE. Estação Orbital MIR Depois de 15 anos no espaço, a estação orbital russa MIR se desintegrou ao reentrar na atmosfera terrestre. Os fragmentos caíram no Oceano Pacífico, próximo às ilhas Fiji. Lançado em 20 de fevereiro de 1986, a MIR cumpriu 86.320 órbitas em torno do planeta. Estiveram na estação 104 astronautas, entre os quais 42 russos e sete americanos. FARC's - Plano Colombia Comandada pelos Estados Unidos, a "guerra às drogas" consiste, na prática, em eliminar a produção nos países em vias de desenvolvimento - ou seja, a parte "oferta" da equação -, em vez de atacar o consumo nos países ricos: o lado da "demanda". A operação multinacional visa combater o plantio e a produção de cocaína na Colômbia. O Problema Diferentemente do que ocorreu na Bolívia e no Peru, a Colômbia viu aumentar o número de plantações ilícitas em seu território. O país carrega atualmente o título de maior produtor de cocaína. Os plantios de coca ocupam cerca de 120 mil hectares, 20% a mais do que em 1988. As lavouras da droga empregam 300 mil agricultores, principalmente no sul do país. A estimativa do governo norte-americano é de que 80% da cocaína e dois terços da heroína consumida no país sejam produzidas na Colômbia. O que é? O Plano Colômbia é uma estratégia do governo para combater o narcotráfico, alcançar a paz com os grupos guerrilheiros, reativar a frágil economia nacional e promover o desenvolvimento das regiões pobres do país. A iniciativa foi lançada em setembro de 1999. Os recursos Sua aplicação custará US$ 7,5 bilhões, divididos com EUA, Japão, União Européia e Canadá. Os EUA entrarão com US$ 1,3 bilhão, uma equipe de instrutores militares que treinarão grupos especiais do exército colombiano, e empréstimo de 60 helicópteros e uma equipe de 500 militares. As medidas As missões devem equipar e treinar três batalhões de mil homens cada, erradicar pontos de tráfico e plantações de cocaína e destruir laboratórios de produção da droga. A guerrilha Os grupos guerrilheiros de esquerda Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, de orientação marxista) e o exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista) se opõem à ajuda americana, alegando que os EUA estariam utilizando o Plano Colômbia, como pretexto para uma intervenção militar no país. Segundo os guerrilheiros, os americanos querem invadir o país usando como pano de fundo o combate ao narcotráfico. Riscos aos vizinhos Argentina, Brasil, Equador, Panamá, Peru e Venezuela temem que o uso de força militar contra os cartéis colombianos acabe "exportando" uma guerra civil não declarada, que já dura 40 anos. Na Colômbia, os grupos guerrilheiros estão intrinsecamente ligados ao narcotráfico. O temor brasileiro é de que os guerrilheiros e traficantes possam tentar cruzar a fronteira, refugiando-se na Amazônia. Na Venezuela, poderia ocorrer a transferência do plantio de coca para o país. Já no Equador e no Peru, o receio é de que 50 mil refugiados tentem se exilar nesse país. O confronto Beira-Mar foi ferido há três semanas, depois de escapar de dois pelotões do Exército da Colômbia integrados por cerca de cem soldados. Na mesma época, foi preso o gaúcho Nei Machado, braço direito do carioca. Durante a fuga do traficante carioca, analgésicos e antibióticos foram abandonados por guerrilheiros das Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc) que faziam sua proteção. O refúgio O traficante estava na área urbana de Barranco de Minas, lugarejo com mil habitantes situado no Departamento (Estado) de Guainía, às margens do Rio Guaviare. No local, o maior atacadista de drogas do Brasil construiu um centro de operações para entregar armas às Farc em troca de drogas. O lugar era usado ainda como moradiapor Beira-Mar e pelo traficante gaúcho Nei Machado, preso pelos militares colombianos em 22 de fevereiro. Eles realizavam festas e promoviam rinhas-de-galo. Além disso, mantinham um equipado centro de operações com aparelhos (rádio, antenas e telefones) dotados de transmissão via satélite e geradores de energia elétrica para uma área de 10 mil hectares de plantações de coca. A apreensão Os militares colombianos apreenderam em poder do grupo 700 fuzis, dólares e a maior parte dos documentos com detalhes sobre as rotas do cartel de Beira-Mar. Cerca de 3,5 mil homens que fazem parte da Operação Gato Negro participam da caçada ao traficante carioca que estaria refugiado entre os Departamentos (Estados) de Guainía e Vichada. Febre Aftosa Medo em carne e osso Surto de febre aftosa avança e faz a Europa reviver paranóia da doença da vaca louca. Nos aeroportos europeus, agentes sanitários com luvas de borracha e ajuda de cães farejadores vasculham as bagagens. Tudo é revirado, os sapatos são colocados de lado e lavados, e os passageiros passam por um interrogatório constrangedor. Nos postos fronteiriços ou em estradas vicinais, os pneus dos carros são desinfetados. Eventos esportivos no campo estão suspensos. Nem a rainha-mãe inglesa escapou do cerco: ao participar de um convescote no interior do país, ela pisou com os sapatos reais numa esteira para desinfetá-los. Um surto de febre aftosa, descoberto há um mês na Inglaterra, chegou à França na semana passada e contaminou a Europa inteira com outro tipo de vírus, o do pânico, o mesmo que varreu a região nos anos 80 com o surgimento da doença da vaca louca. A sensação é de que o pesadelo está de volta, numa reedição bem mais grave. Não bastasse a doença da vaca louca ter se espalhado pelo continente, causando queda de 40% no consumo de carne e alterando os hábitos alimentares da população, agora se tem a crise da aftosa. Até o fim da semana passada, 170.000 cabeças de bovinos, caprinos e suínos foram sacrificadas na Inglaterra e outras 60.000 no continente. Se o surto não for controlado, 1 milhão de cabeças deverá repetir o ritual mostrado diariamente pela TV, de rebanhos incinerados em fogueiras gigantescas. A febre aftosa é causada por um vírus que pode ser transmitido até pelo vento, daí as medidas dramáticas para conter sua expansão. Além da febre, causa feridas nas patas e na boca dos rebanhos atingidos. E só. Não é mortal para os animais nem apresenta riscos aos humanos. O maior estrago do vírus é econômico: os rebanhos contaminados perdem peso e leite. A vacinação em massa foi descartada porque os produtores perderiam o status de "livre da aftosa sem vacinação", o que garante o preço maior da carne exportada. Daí a opção de isolar e sacrificar rebanhos com suspeita de contaminação. O avanço do vírus fez soar o alerta em vários países já desconfiados da carne da Europa. Na quinta-feira passada, o Brasil proibiu as importações de produtos à base de carne da União Européia para evitar a disseminação da doença da vaca louca. Austrália e Estados Unidos fizeram o mesmo e ainda reforçaram as inspeções sanitárias em aeroportos. Com o novo fechamento de mercados no exterior, rixas históricas ressurgiram. Na semana passada, um ministro irlandês chegou a referir-se aos ingleses como "os leprosos da Europa". É verdade que a Inglaterra parece a origem de todas as mazelas. Mas as condições que geraram às doenças no país são comuns a toda a União Européia. Todos eles usavam a ração à base de carcaça de animais - que se suspeita ser o agente transmissor da doença da vaca louca. A mecanização e a pecuária intensiva ajudaram a baratear o preço dos alimentos, mas também facilitaram a propagação da epidemia. O continente já discute a volta de uma agricultura mais ecológica e a adoção do "boi verde". Vem a ser, mais ou menos, o gado criado à moda brasileira, solto no campo e alimentado com pasto. Revista Veja, 14 fevereiro de 2001. Ministério descarta denúncia de vacinação do gado em Ijuí O chefe do serviço de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helio Pinto, não acredita que produtores rurais de Ijuí estejam vacinando seus rebanhos contra a febre aftosa. Conforme Pinto, um dos criadores teria até colocado seu gado á disposição para exames. A coleta de sangue, por enquanto, está descartada, por causa da ausência de evidências comprovando que os animais da região teriam sido imunizados. No entanto, as investigações devem continuar. Também no final de semana, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, esteve em Ijuí. Em reunião com o representante do ministério, foi reafirmada a decisão dos produtores de não imunizar o rebanho, posição homologada no sábado por 13 sindicatos rurais da região Noroeste. Sperotto também não acredita nas denúncias de vacinação em Ijuí. Coordenadora do DPA acredita que houve confusão Para a coordenadora administrativa do Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura do Estado, Fátima Brandalise, houve apenas a vontade de vacinar. O DPA procurou a prefeitura de Ijuí para buscar explicações sobre as suspeitas. Desde o final de fevereiro, quando as primeiras barreiras volantes foram instaladas na fronteira com a Argentina, 46 abatedouros clandestinos foram interditados pela inspetoria veterinária do Estado na região que compreende Barra do Quaraí a Iraí, conforme o coordenador de Agricultura da região das Missões, Darci Colbek. No total, são 11 barreiras fixas e 19 móveis. As unidades são reforçadas por 93 policiais militares e terão ainda o apoio do Exército, anunciado pelo ministério. Até agora, três bovinos foram sacrificados no município de Esperança do Sul por suspeitas que estivessem sendo contrabandeados. Denúncias da população ribeirinha relatam que os focos de febre aftosa detectados na Argentina já estariam a 10 quilômetros da fronteira, segundo Colbek. - A Argentina é uma caixa preta. Sabemos que há focos da doença em algumas províncias e já observamos uma movimentação mais intensa da defesa sanitária deles conta o coordenador. Ações na Europa e no Uruguai O governo uruguaio fechou por 48 horas a ponte General Artigas, na fronteira com a Argentina. A decisão, tomada na sexta-feira, integra um conjunto de ações preventivas para tentar impedir a entrada de febre aftosa e causou preocupação entre dirigentes e produtores argentinos, que consideraram a medida uma barreira comercial. O Uruguai 'também reforçou a presença de militares na fronteira. Na Europa, a crise se alastra. Com 607 focos identificados, o governo britânico anunciou que 525 mil animais serão mortos no país (foto). A antiga base aérea de Great Orton, no noroeste da Inglaterra, está sendo utilizado como o principal local de sacrifício dos exemplares. Na Holanda, foi confirmado o quinto foco da doença. Argélia, Catar e Israel proibiram no final de semana as importações de gado e carne procedentes dos países afetados pela crise. Globalização Processo de integração mundial que se intensifica nas últimas décadas, a globalização baseia-se na liberação econômica: os Estados abandonam gradativamente as barreiras tarifárias que protegem sua produção da concorrência estrangeira e se abrem ao fluxo internacional de bens, serviços e capitais. A recente evolução nas tecnologias da informação contribui de forma decisiva para essa abertura. Além de concorrer para uma crescente homogeneização cultural, a evolução e a popularização das tecnologias de informação (computador, telefone e televisor) são fundamentais para agilizar o comércio, o fluxo de investimentos e a atuação das transnacionais, por permitir uma integração sem precedentes de pontos distantes do planeta. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Atualmente, os cabos defibra ótica possuem capacidade para enviar 1,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de três minutos, que custava 244 dólares em 1930, é feita por 3 dólares no início dos anos 90. A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê para 2000 a existência de 300 milhões de usuários da internet e transações comerciais de mais de 300 bilhões de dólares. Contrastes da globalização - O debate em torno dos efeitos colaterais da globalização e das estratégias para evitá-los aprofunda-se em 1999. Uma das consequências desse processo é a concentração da riqueza. A maior parte do dinheiro circula nos países industrializados - apenas 25% dos investimentos -, e o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia sobe de 1,2 bilhão, em 1987, para 1,5 bilhão, em 1999. O crescimento dos países emergentes em 1999 fica em torno de 1,5%, o pior desempenho em 17 anos. As exceções, China e Índia, são justamente as nações que dão ritmo mais lento à liberação comercial e à integração ao sistema financeiro internacional. Com a crise mundial, o preço das matérias-primas, produzidas em grande parte pelos Estados mais pobres, cai mais de 20%, trazendo perdas de 10 bilhões de dólares para a América Latina. Os países ricos, no mesmo ano, lucram 60 bilhões de dólares somente com a queda do custo do petróleo. A participação das nações emergentes no comércio internacional é de pouco mais de 30%. Algumas regiões estão à margem da globalização, como a Ásia Central, que representa apenas 0,2% das trocas, e o norte da África (0,7%). O Banco Mundial (Bird) aponta como causas para o distanciamento entre ricos e pobres o aumento das ações protecionistas promovidas pelos países ricos, a voracidade dos investidores e a fragilidade econômica e institucional das nações subdesenvolvidas. A receita usada para recuperar os mercados emergentes em queda - cortes orçamentários e juros altos - contribui para aumentar ainda mais a distância. Correção de rumos - Tais desigualdades preocupam os organismos internacionais. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) propõe o controle de capitais e desenvolvimento sustentado em contraposição ao Consenso de Washington, nome pelo qual ficaram conhecidos os princípios de liberalização financeira e comercial que caracterizam o neoliberalismo. A instituição, em conjunto com o Bird, tem um plano para abolir em 15 anos as dívidas dos 41 países mais pobres. Em seu relatório do Desenvolvimento Humano de 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) fornece uma receita geral para corrigir os rumos da globalização. As nações emergentes e organizações não governamentais devem ter mais influência nos fóruns econômicos internacionais - Fundo Monetário Internacional (FMI), Bird, Grupo dos Sete (G-7) -, hoje controlados pelos Estados ricos. Sugere ainda que as decisões não considerem apenas as variáveis econômicas, mas também suas repercussões na área social. Por fim, conclui que, embora pareça contraditório, o sucesso da globalização exige avaliações regionalistas. Expansão - O início da integração mundial remonta aos séculos XV e XVI, quando a expansão ultramarina dos Estados europeus possibilita a conquista de novos mercados. Outro salto na difusão do comércio e dos investimentos é dado pelas duas Revoluções Industriais, nos séculos XVIII e XIX. A interdependência econômica cresce até a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e é retomada no bloco capitalista após a II Guerra Mundial. Estimuladas pela quebra de barreiras - decorrente, em grande parte, das políticas liberalizantes postas em prática pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt) e, atualmente, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) -, as trocas mundiais aumentam de forma expressiva a partir dessa época. Em 1950 totalizam 61 bilhões de dólares, ao passo que em 1998 atingem 5,2 trilhões de dólares. O fim da Guerra Fria, nos anos 80, inaugura um novo estágio de globalização: as trocas mundiais incrementam-se ainda mais por causa da transição das nações comunistas para a economia de mercado, e a expansão do comércio supera o aumento da produção mundial. De acordo com o FMI, entre 1989 e 1998 o volume de dinheiro movimentado em trocas internacionais se eleva em média 6,5% ao ano, enquanto a taxa anual de crescimento da produção é de 3,4%. Explosão dos investimentos - A expansão dos fluxos de capital tem sido ainda maior por causa da abertura dos países ao investimento estrangeiro e da enorme velocidade das transações. O movimento diário de capitais no mundo é estimado em 2 trilhões de dólares. A migração quase instantânea do dinheiro fortalece investimentos estrangeiros de curto prazo. Ao menor sinal de instabilidade econômica ou política no Estado, o investimento é resgatado, provocando uma crise que pode alastrar-se para outras nações por causa da integração das economias. É o que ocorre no segundo semestre de 1997, quando as principais bolsas de valores do mundo despencam em reação à profunda crise das nações do Sudeste Asiático. O turbilhão financeiro evolui para uma crise internacional em 1998. Os países emergentes - sobretudo a Federação Russa - são os mais atingidos, por adotar modelos de desenvolvimentos baseados em investimentos externos. As sucessivas crises realçam a instabilidade de um mercado financeiro globalizado, em que o desempenho das economias nacionais depende não só da ação dos governos, mas cada vez mais dos grandes investidores estrangeiros. Corporações transnacionais - A globalização é marcada ainda pelo crescimento das corporações transnacionais, que exercem papel decisivo na economia mundial. De acordo com o relatório do Desenvolvimento Humano de 1999, das 100 maiores riquezas do mundo, metade pertence a Estados e metade, a megaempresas. Reportagem da revista Fortune mostra que as dez principais corporações do mundo - General Motors Corporation, DaimlerChrysler, Ford Motor, Wal-Mart Stores, Mitsui, Itochu, Mitsubishi, Exxon, General Electric e Toyota Motor - ganharam juntas 1,2 trilhão de dólares em 1998, valor 50% maior que o produto interno bruto (PIB) brasileiro. O faturamento isolado de cada uma dessas empresas é comparado ao PIB de importantes economias mundiais, como Dinamarca, Noruega, Polônia, África do Sul, Finlândia, Grécia e Portugal. Somente as ações da Microsoft, a principal empresa de informática do mundo, atingem em julho de 1999 valor de mercado equivalente a mais de 500 bilhões de dólares. Além de crescer em faturamento, as corporações tornam-se gigantescas também pelo processo de fusões, acelerado a partir de 1998. As transnacionais implementam mudanças significativas no processo de produção. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam melhores vantagens fiscais e mão-de-obra e matéria-prima baratas. Os produtos não têm mais nacionalidade definida. Um carro de uma marca dos EUA pode conter peças fabricadas no Japão, Ter sido projetado na França, montado no Brasil e ser vendido no mundo todo. Euro - Em 1999, onze países da União Européia (UE) dão outro passo importante no processo de globalização ao criar o euro, moeda única do bloco. Em 1º de janeiro, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos) e Portugal passam a empregá-lo nas transações entre suas empresas. Em 1º de janeiro de 2002, o euro vai ser usado regularmente e, a partir de 1º de julho desse ano, as moedas nacionais deixarão de existir. É a primeira vez na história que nações abrem mão de emitir sua própria moeda. Globalização - Mercosul - ALCA • ALCA A área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é uma proposta de integração comercial de todos os países das Américas, com exceção de Cuba. A criação da ALCA foi proposta, em 1990, pelo ex-presidente dos Estados Unidos George Bush, pai do atual presidentedos EUA. • NAFTA É uma área de livre comércio entre os Estados Unidos, o Canadá e o México. O objetivo se restringe a reduzir tarifas entre esses países. Não há proposta de integração política e econômica. • MERCOSUL Propõe-se a ser um mercado comum entre o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Significa que as tarifas de comércio entre os países ficam cercadas e pessoas, bens e serviços cruzarão as fronteiras sem qualquer impedimento. Atualmente, o bloco é uma união aduaneira incompleta. Uma das partes das tarifas já foi reduzida e se busca um acordo para definir uma Tarifa Externa Comum (TEC) para todos os setores. Bolívia e Chile são membros associados. ALCA Os participantes Incluirá 34 países das Américas: Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint Kitts e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. O que propõe? Os países-membros da ALCA terão, entre si, preferências tarifárias. O objetivo é que as tarifas para o comércio sejam reduzidas até que fiquem zeradas, facilitando o fluxo de bens e serviços na região, principalmente entre os países integrantes do NAFTA (EUA, México e Canadá) e do MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Cronograma A data de criação da ALCA não está certa. Existe uma carta de intenções - lançada em 1994 e confirmada em 1998 - entre as principais economias da região para que se discuta a criação da ALCA até 2005. A posição dos EUA Os EUA defendem a antecipação da ALCA, com início a partir de 2003. O acesso facilitado a grandes mercados consumidores, como o Brasil, e o fortalecimento de sua influência política e comercial nas Américas são os principais interesses. Para realizar as negociações mais rapidamente, Bush precisa do fast track - é uma autorização do Parlamento para que o presidente feche acordos internacionais de comércio sem precisar da posterior confirmação do Senado. Outros países temem fechar acordo com os EUA e, na hora da ratificação, o Senado modifique os termos. A posição do Brasil O Brasil prioriza o fortalecimento do MERCOSUL. A partir dele, em tese, estaria em melhores condições de negociar outros acordos. O governo teme a criação apressada da ALCA: insiste em que a data não é o mais importante, mas a substância do acordo. Substância, no caso, são basicamente três temas: subsídios (especialmente na agricultura), leis antidumping e regras de origem das mercadorias. Há também o temor de que muitos setores da economia brasileira não estão preparados para concorrer com tarifas de importação zeradas. Além disso, o Brasil busca outras formas de integração, como uma eventual área de livre comércio entre MERCOSUL e União Européia, que possam existir simultaneamente para que não fique vulnerável à economia dos EUA. Os grupos de trabalho Atualmente existem 12 grupos de trabalho, que são assistidos por uma comissão tripartite, formada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Comissão das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA). São eles: grupos de acesso a mercados, procedimentos alfandegários e normas de origem, investimentos, normas e barreiras técnicas ao comércio, medidas sanitárias e fitossanitárias, economias menores, compras governamentais, direitos de propriedade intelectual, serviços de controvérsias e subsídios, antidumping e direitos compensatórios. MERCOSUL - Quatro Pilares Diego Ramiro Guelar Há mais de três anos que o MERCOSUL vem atravessando uma profunda crise. Enquanto a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é uma proposta clara de zona de livre comércio impulsionada pelos EUA, o MERCOSUL perdeu o rumo como projeto de integração política, econômica e cultural para toda a América do Sul, tal como formulado pelo Brasil e pela Argentina. Um projeto integrador tem como objetivo a criação de um novo espaço geopolítico, que não é uma mera soma das partes para a conformação de um mercado ampliado. Se esse fosse o projeto (ao que poderíamos chamar MERCOSUL mínimo), a ALCA seria uma proposta mais abrangente e a decisão adotada (negociar com o MERCOSUL nossa participação na ALCA) não passaria de um feito simbólico que a força dos acontecimentos arrasaria como a um castelo de areia. Distinto será se, efetivamente, encararmos o MERCOSUL como um problema de identidade e construirmos os eixos de nossa integração e as instituições que a representem. Esse MERCOSUL: a união de nações que brindam sua identidade histórica a um novo projeto de nação ampliada onde brancos, negros, mestiços, índios, patagônicos e amazônicos, portenhos e paulistas, nordestinos e andinos, atlânticos e pacíficos pactuem construir a quarta região do planeta depois da União Européia, NAFTA e Japão para proporcionar bem-estar a nossos cidadãos e nos permitir sentar à "mesa pequena" da negociação universal. É possível realizá-lo? Sim. Para isso proponho quatro eixos temáticos elementares: Questão nuclear - Em 1985, os ex-presidentes Alfonsín e Sarney estabeleceram as bases para a integração ao abrir os programas nucleares que a Argentina e o Brasil haviam constituído desde o início da década de 50. Ambos os programas expressavam a rivalidade entre nossos países e a "procura da bomba" como mostra de superioridade estratégica para um eventual enfrentamento bélico. A continuidade desse enfoque seria equivalente à atual situação entre Índia e Paquistão, com seu enorme custo humano e econômico e seu permanente risco de desestabilização e desenlace bélico. Faz oito anos que funciona nossa única instituição supranacional, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), com sede no Rio de Janeiro, que garante a utilização de energia nuclear com fins exclusivamente pacíficos. (Ao serem Argentina e Brasil os únicos países com programas nucleares na região, a garantia se estende a toda a América do Sul.) Deveríamos "mercosulizar" esse eixo, colocando a ABACC sob a dependência direta do Conselho MERCOSUL com um programa de geração de energia, utilizações médicas, etc. e uma presença conjunta nos foros internacionais que tratam desses assuntos. Programa alimentício MERCOSUL - Os países integrantes do MERCOSUL representam em conjunto e de forma ponderada os segundos produtores e exportadores das dez "commodities alimentícias" do mundo. A criação de uma agência comum deveria ter dois, propósitos: para dentro do MERCOSUL, um programa de erradicação da fome que deveria alcançar esse objetivo num prazo não superior a cinco anos; e para fora, uma forte participação no debate sobre o protecionismo agrícola, preços, auxílio aos países mais pobres, etc. Nossa triste participação atual - atrás da Austrália , no Grupo de Cairns é a expressão de uma atitude retórica que pouco tem a ver com nossas verdadeiras possibilidades de exercer pressão quando o fazemos de forma conjunta e eficiente. A Problemática do meio ambiente - A Amazônia, a Patagônia, a projeção Pacífica, Atlântica e Antártica de nossos países representam quase 40% da biodiversidade planetária. Essa dimensão tem também uma faceta interna e outra externa. Na interna, o desenvolvimento de uma proposta ambiental, científico-produtiva e turística que poderíamos sintetizar no eixo Amazônia-Patagônia. Uma agência comum que desenvolvesse um código ambiental único, a planificação turística, a pesquisa científica e a preservação das espécies deveria ser um fenomenal gerador de investimentos, empregos, etc.. Na externa, deveríamos nos colocar na vanguarda num assunto que está no topo da Agenda Planetária em face da brutal agressão cotidiana que nos apresenta a extinção da vidana Terra, não em termos de ficção científica, senão como uma grave questão a curto prazo. A luta política e militar contra o narcotráfico - A América do Sul é a maior produtora e repartidora de cocaína e maconha do mundo. O atual MERCOSUL (sem os países andinos) é considerado uma "zona de trânsito" por contraposição aos mercados de destino como os EUA e a Europa. Essa caracterização é equivocada e perigosa. No Brasil e na Argentina, o consumo de cocaína e maconha se multiplicou por cinco na última década. Só em duas cidades - Buenos Aires e São Paulo - moram 30 milhões de habitantes. A metodologia que nos considera "zona de transito" é quase a mesma que dizer "quanto mais consumam os latinos, melhor, porque assim chega menos aos EUA e à Europa". Enquanto tal inocente estupidez passeia de elefante debaixo de nossos narizes, o fator corruptor dos enormes capitais envolvidos em tal tráfico está fazendo seu trabalho por dentro de nossas forças de segurança e partidos políticos, com conseqüências devastadoras num futuro próximo. Do meu ponto de vista, é imprescindível deixar de olhar o outro lado frente a esse flagelo e encarar com decisão o debate com nossos países irmãos do sistema andino para enfrentar uma batalha frontal - política e militar - que não dependa da intervenção militar extrazona nem de mendicantes cooperações que usualmente são desviadas para o sistema de clientelismo político. Essa batalha - a mãe de todas -, enfrentá-la e vencê-la, representará não só a preservação de nossas futuras gerações, mas também a maioridade política para nos sentarmos como acionistas principais dos grandes temas universais. Um MERCOSUL consolidado institucionalmente, com vocação para construir uma grande nação sul- americana, que tenha derrotado a fome e o narcotráfico, controlado o risco nuclear e que administre o meio ambiente que Deus pôs à sua disposição para o bem de sua gente e de toda a humanidade, será um ator central desse mundo multipolar, mais justo e responsável que todos queremos contribuir a edificar neste milênio que está começando. O MERCOSUL pequeno, perfurado pelos conflitos entre lobbies setoriais, sem instituições permanentes nem uma épica moral ou objetivos macroeconômicos e políticos, se dissolverá sem choro nem vela, engrossando a longa lista de nossos fracassos históricos. Voto pelo MERCOSUL máximo, ambicioso, criativo, com ritmo de samba, cumbia e tango, disposto a apostar pesado e resolver os enormes problemas pendentes tal como nos reclama a cidadania em cada um de nossos países. Secretário de Relações Econômicas Internacionais e Cooperação da Província de Buenos Aires, ex-embaixador argentino junto à Comunidade Européia, Brasil e Estados Unidos. Gazeta Mercantil Venezuela no MERCOSUL O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) recebeu ontem um reforço de peso, no momento em que sócios fundadores do bloco econômico começam a demonstrar a preferência pela negociação de acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso que a Venezuela decidiu aderir ao MERCOSUL, o que deve ocorrer até o fim do ano. Membro da Comunidade Andina (CAN), com Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, que já negocia acordo com o MERCOSUL, a Venezuela anunciou sua associação ao bloco econômico, em apoio à política do presidente FH de fortalecer o bloco sul-americano antes da formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). - A Venezuela não concorda com as propostas de adiantar a ALCA e nossa posição é muito parecida com a do presidente Fernando Henrique - disse Chávez. Os EUA querem antecipar o início da ALCA, previsto para 2005. O tema começou a ser discutido ontem em Buenos Aires por representantes dos países americanos. Segundo Chávez, se não se considerarem os desequilíbrios econômicos, a ALCA poderá ser "fator de desintegração da América Latina." Para ele, América Latina e Caribe vivem "o ponto mais profundo de sua debilidade". Chávez atribuiu o aumento da pobreza na região a 10 anos de políticas neoliberais. Para ele, a idéia de adiantar a ALCA consolida esse modelo. O neoliberalismo não é o único, mas é o caminho mais rápido para o inferno - disse Chávez. As estatísticas mostram isso: nos anos 80, 33% da população da região era pobre, hoje são 45%. A mortalidade infantil hoje é de 25 por mil, cinco vezes maior do que nos países desenvolvidos, e mais de 50% dos trabalhadores estão na economia informal. Além disso, a dívida externa da região aumentou de US$ 300 bilhões para US$ 700 bilhões - comparou. Chávez debaterá ALCA com Fox e Pastrana Ele prometeu defender a não-antecipação da ALCA e a elaboração de propostas comuns com os presidentes do México, Vicente Fox, e da Colômbia, Andrés Pastrana, com quem se reúne sexta-feira. Mas ressaltou que a tentativa será apenas de aproximar as propostas", já que o México participa do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e a Colômbia tem intenso comércio com os EUA e interesse em associar-se comercialmente àquele país. - Não somos contra a ALCA; mas não creio que o presidente Bush tenha de fazer isso em menos de dois anos como um ponto honra, porque é uma questão de síntese de interesses - disse. Chavez disse que a Venezuela foi convidada a participar da reunião de cúpula do MERCOSUL em Assunção (Paraguai) em 21 de junho, onde formalizaria o pedido de associação, com o mesmo status de Bolívia e Chile. A adesão plena ao bloco seria até o fim do ano. O Itamaraty divulgou nota conjunta na qual os dois presidentes "expressam seu convencimento de que a ALCA deve levar em conta os princípios de equilíbrio, gradualidade e progressividade das negociações, assim como as diferenças ", de níveis de desenvolvimento das economias do hemisfério . Em Montevidéu, o anúncio de que o governo uruguaio pretende assinar acordo bilateral com os EUA e negociar - sem os sócios do MERCOSUL - a adesão à ALCA divide os partidos políticos do país. Na própria coalizão governamental de centro-direita, o líder do Partido Nacional, o ex-presidente Luis Lacalle, um dos fundadores do MERCOSUL, advertiu que a negociação solitária só poderia ocorrer no caso de a Argentina e o Brasil adotarem posição semelhante. Zero Hora 04/04/01 Brasil X Argentina • Os EUA querem antecipar para 2003 a criação da ALCA, prevista para 2005. A ALCA será uma área de livre comércio abrangendo todos países americanos,, menos Cuba.] • O Brasil quer negociar a participação a ALCA em bloco com os países sócios do MERCOSUL (Argentina, Uruguai e Paraguai), o que daria aos parceiros mais poder de fogo nas discussões com os EUA. • A crise econômica na Argentina e a necessidade de forte apoio financeiro externo torna o país sensível aos argumentos norte- americanos e propenso a um acordo de comércio com os EUA. • O Brasil não deseja a antecipação da ALCA diante da fragilidade do MERCOSUL, causada pelas divergências internas e alimentadas pela crise argentina. • O Uruguai já se mostra favorável a um acordo direto com os EUA. Dentro do bloco, só o Paraguai ainda mantém posição semelhante à do Brasil • O MERCOSUL recebeu esta semana o apoio da Venezuela, contra a antecipação da ALCA, mas o bloco, apesar dos discursos otimistas, parece estar se desintegrando. • Em Buenos Aires, ministros de finanças definirão uma agenda de negociação para ser analisada no encontro dos presidentes, no final do mês, em Quebec. Zero Hora 04/04/01 Argentina - Quadro Atual Crescimento na Argentina ampliou as desigualdades PIB expandiu-se quase 50% na década; a população empobrece Mesmo tendo vivido na década recém-encerrada seu período de maior crescimento desde o início do século, a Argentina ampliou dramaticamente o fosso social entre os mais ricos e os mais pobres. Trata-se de uma velha e perversa ironia do mundo capitalista, em que a mera contabilidade macroeconômica não resulta porsi só em aprimoramento social, paradoxo do qual o vizinho do MERCOSUL acaba de se tornar um exemplo bem acabado. Num relatório analítico elaborado pela empresa de consultoria privada Equis, sobre dados do próprio governo, a distância entre a renda dos 10% mais ricos e a dos 10% mais pobres cresceu quase 30% nesses dez anos (de 19,3 vezes para 24,8 vezes). Nos últimos 25 anos, desde o governo de Juan Domingo Perón, essa distância alargou-se geometricamente: multiplicou-se por três. Como conseqüência desse desequilíbrio, nas avaliações da Equis, entre maio de 1999 e maio de 2000 (fim do governo Menem e início do de De la Rua), 1000 pessoas por dia tornaram-se tecnicamente pobres na região da Grande Buenos Aires, ao viver com menos de US$ 120 mensais. "Este é o dado que mais chama a atenção, a velocidade com que o país empobrece", ressalta Artemio López, diretor da Equis e responsável pela análise. Segundo estimativas da consultora, a tendência à ampliação das desigualdades se manteve ao final de 2000, período cujos dados ainda não estão consolidados. "A brecha entre ricos e pobres deve estar próxima das 26 vezes", calcula López, com base nos indicadores prévios de desemprego e no fato de que a recessão dos últimos trinta meses segue deteriorando o quadro social. Ele admite que este quadro é mais ou menos similar a outras economias emergentes, como a do Brasil, mas ressalta o fato de que poucos viveram recentemente um período de crescimento econômico tão forte quanto a Argentina. A população indigente do país - considerados assim os que vivem com menos de 60 dólares mensais - alcançou 8,3% do total. São 3,1 milhões de pessoas nessas condições, concentrados principalmente nas favelas e bolsões periféricos da Grande Buenos Aires e nas províncias pobres do Nordeste e Noroeste argentino, entre elas Formosa, Corrientes, Chaco, Santiago del Estero e Jujuy, em que os índices de pobreza superam os 50% dos moradores. Um dado agravante no volume de indigência é o de que a metade, cerca de 1,5 milhão, são crianças de menos de 14 anos. Em maio de 1974, os 10% mais ricos do país detinham 24 % do total de renda nacional e os 10% mais pobres, 3%. Em maio do ano passado, a proporção era de 37,5% para 1,5%. "A distância se ampliou porque o crescimento nos últimos dez anos esteve vinculado à exploração de ativos financeiros e exportação de commodities, que têm pouco valor agregado, não emprega, constituindo um modelo que acabou gerando mais desemprego e jogando a favor da concentração de renda", diagnostica López. Quando o peronismo de Carlos Menem chegou ao poder, precipitado pela crise aguda da hiperinflação do fim do governo do radical Raúl Alfonsín, o desemprego atingia 6,3% da população economicamente ativa. Ao sair, a taxa de 13 8%. No ano passado, já sob novo governo radical, de Fernando de la Rúa, elevou-se a 15,4% e depois recuou aos 14,7%. Dados da Fundação Mediterrânea já demonstram que a última década, ainda que com perdas a partir de meados 1998, significou o período de maior crescimento para a Argentina na segunda metade do século. O PIB do país aumentou 48,8% entre 1990 e 1999. Entre 1991 e 2000, cresceu 47,6%, considerando a estimativa de 0,5% para este ano. Superou de longe as perdas de 7,3% dos anos 80, o pequeno crescimento dos anos 70 de 26,8% e mesmo o desempenho importante dos 60, quando o PIB ampliou-se 44,9%. A performance dos anos 90 só teve similar nas primeiras décadas do século, quando o país era potência agroexportadora e uma das dez economias mais importantes do mundo. Para Jorge Vasconcelos, economista-chefe de conjuntura da Fundação, tamanha façanha macroeconômica não redundou em benefício social graças à combinação de três fatores fundamentais. Em primeiro lugar, houve severos problemas de eficiência na gestão de investimento em educação e saúde. Depois, promoveu-se a privatização de parte do sistema previdenciário que a médio e longo prazo terá conseqüências positivas, mas que significou a redução de provisão estatal para uma parcela significativa da população. Por último, considera que o regime trabalhista rígido reduziu a capacidade das empresas de contratar trabalhadores. O consultor Artemio López cita ainda o fato de que o processo massivo de privatizações careceu de maiores cuidados de organismos regulatórios, o que permitiu a várias empresas manterem-se em situação de monopólio - como no setor de telefonia, que só agora está sendo aberto à competição - e com correções de tarifas acima da inflação. Ele ressalta também o fato de que o trabalho no mercado negro amplicou-se na Era Menem. Representava 25,3% do total em 1989 e alcançou 39% no ano passado. "Sem contar os autônomos, que igualmente multiplicaram-se no novo quadro de mercado de trabalho", diz. Outra constatação da análise da Consultora Equis se refere à disparidade entre gastos legislativos e renda da parcela mais pobre da população. Enquanto um deputado da província de Chaco recebe US$ 3.100 mensais, 55% da população mais pobre têm disponível para os mesmos trinta dias em média US$ 24,00. "É um escândalo", diz Artemio López. Ismael Pfeifer, de Buenos Aires - Gazeta Mercantil QQuuaannttoo aa rreennddaa ddooss 1100%% mmaaiiss rriiccooss éé mmaaiioorr ddoo qquuee aa ddooss 1100%% mmaaiiss ppoobbrreess 1974 governo Perón 8 vezes 1989 hiperinflação no governo Alfonsín 23,1 vezes 1990 primeiro ano do Carlos Menem 19,3 vezes 1995 fim do primeiro mandato de Menem 21,9 vezes 1999 fim do segundo mandato de Menem 24,1 vezes 2000 primeiro ano de De la Rúa 24,8 vezes IUGOSLÁVIA A Macedônia foi a única república a se separar do Iugoslávia sem derramamento de sangue. Declarou independência no início dos anos 90, assim como a Croácia, a Eslovénia e a Bósnia-Herzegovina, que mergulharam em guerras civis alimentadas pela divisão étnica. Desde o mês passado, um desconhecido grupo rebelde albanês, que se auto- intitula Exército de Libertação Nacional, ataca as forças governamentais no norte do país. Mas os choques em Tetovo motivaram uma ampla ofensiva de Exercito e alarmaram a comunidade internacional. A região do novo conflito é explosiva. Os rebeldes agem perto da fronteira com Kosovo, província do Servia - republica que forma, com Montenegro, a atual Iugoslávia. Desde 1999, Kosovo está ocupada por tropas do Tratado do Atlântico Norte (Otan), parte de uma missão de paz das Nações Unidas. A aliança militar liderada pelos Estados Unidos bombardeou as forças sérvias na província para deter o massacre de albaneses. Membros da antiga guerrilha albanesa de Kosovo, já extinta, ajudam os rebeldes na Macedônia. A Otan procura deter a passagem de armas pela fronteira, mas não quer se envolver em combates. MUNDO - O DRAMA DOS REFUGIADOS IUGOSLÁVIA E BÓSNIA • Fugindo da guerra e dos conflitos étnicos, os habitantes da região iniciaram um deslocamento desde a desintegração da Iugoslávia, iniciada em 1991. Cerca de 1 milhão de pessoas foram forçadas a deixar seus lares. ALEMANHA • A maioria dos refugiados no período pós-Guerra Fria refugiou-se na Alemanha, o país da Europa Ocidental mais acessível à ex-URSS. Cerca de 350 mil pessoas que fugiram das violências nos Bálcãs procuraram abrigo na Alemanha. MOÇAMBIQUE • Em um dos mais bem-sucedidos casos de repatriação do mundo, 1,7 milhão de refugiados voltaram dos países vizinhos após o acordo de paz, em 1992, que pôs fim a 16 anos de guerra civil. GRANDES LAGOS AFRICANOS • Na região localizada ao longo dos lagos no leste da África, milhões de pessoas retornaram a seus locais de origem após décadas de conflitos internos. Recentemente, explosões de violência desaceleraram a repatriação, especialmente na República Democrática do Congo (ex- Zaire). ANGOLA • O violento conflito entre o governo e os rebeldes da União Nacional pela IndependênciaTotal de Angola (Unita) expulsou de seus lares mais de 1 milhão de pessoas. TIMOR LESTE • Mais de 250 mil pessoas foram forçadas a deixar seus lares fugindo da onda de violência que eclodiu no território depois do plebiscito no qual os timorenses votaram pela independência em relação à Indonésia, em agosto de 1999. CHIFRE DA ÁFRICA • Desde o início da década de 60, guerras, fome e rixas entre clãs geraram uma legião de 1 milhão de refugiados. AFEGANISTÃO • O país se transformou em um barril de pólvora no Oriente durante a invasão soviética em 1979. Desde então, o Afeganistão gerou o segundo maior número de refugiados no mundo: 2,6 milhões. Milhares de pessoas tiveram de se deslocar dentro do próprio país devido SRI LANKA • Mais de cem mil refugiados voltaram da Índia no início da década de 90, quando parecia ter acabado a guerra civil. Agora, novos combates deslocaram cerca de 800 mil pessoa. ÍNDIA • O país abriga cerca de 292 mil refugiados que fugiram da violência do Afeganistão, do Sri Lanka, de Mianmar (ex-Birmânia) e do Butão. TIBET • Após a anexação pela China, em 1950, grupos tibetanos passaram a ser perseguidos. Em 1959, o líder espiritual Dalai Lama deixou o Tibet junto com 120 mil tibetanos. SUDÃO • A maior quantidade de pessoas deslocadas internamente - cerca de 4 milhões - vaga pelo Sudão, fugindo da guerra civil. Muitos também fugiram para países fronteiriços. ESTADOS UNIDOS • Os Estados Unidos oferecem proteção a mais refugiados do que qualquer outro país no mundo. Na década passada, mais de 1 milhão de pessoas foram acolhidas por meio de seu programa de acomodação de refugiados e outras 90 mil serão admitidas este ano. aos combates travados entre a milícia Talibã e outras facções políticas. ORIENTE MÉDIO • Os refugiados palestinos chegam a 3,6 milhões. Um terço deles vive em campos construídos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza, na Jordânia, no Líbano e na Síria. LIBÉRIA E SERRA LEOA • Guerras civis geraram ondas de imigração de um país para outro. Centenas de pessoas fugiram de Serra Leoa desde o início de 2000, após os conflitos entre guerrilheiros e soldados da ONU. ARMÊNIA • Quase todos os 229 mil refugiados na Armênia cruzaram a fronteira para escapar dos combates no Azerbaijão. Outros provêm da Chechênia e da Geórgia. CANADÁ • Nos últimos cinco anos, o Canadá abrigou cerca de 50 mil refugiados (sobretudo do Sri Lanka, do Irã e da Somália) e recebe em torno de 25 mil novos pedidos por ano. GUATEMALA • Após décadas de sublevação política, quase todos os 45 mil refugiados guatemaltecos retornaram do México. O programa do governo para a reintegração enfrenta o desafio de decidir quem é dono de propriedades que foram abandonadas até 20 anos atrás. COLÔMBIA • Combates entre as forças do governo e guerrilheiros obrigaram o deslocamento interno de cerca de 1,5 milhão de civis nos últimos anos. De cada 40 colombianos, um teve de deixar sua casa. Organização Mundial de Comércio O que está em Jogo na OMC A Rodada do Milênio, que começa em novembro próximo, em Seattle (EUA), traz a oportunidade da redução dos subsídios e dos protecionismos ao setor agrícola e melhoria do acesso dos produtos brasileiros no mercado internacional. Cerca de dois terços das importações mundiais de produtos agrícolas são realizadas por países desenvolvidos protecionistas. Entre o início da Rodada Uruguai e o início da Rodada do Milênio houve uma deterioração nos níveis do protecionismo mundial. A OCDE estima que os subsídios totais ao produtor atingiram, em 98, US$ 362 bilhões/ano, contra US$ 320 bilhões no período 1986-1988. O agronegócio responde por 32% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro (cerca de US$ 250 bilhões/ano), 38% da pauta de exportações (US$ bilhões/ano) e mais de 40% da população economicamente ativa. O Brasil enfrenta um preocupante desequilíbrio na balança de pagamentos. Para reverter esse quadro, é necessário exportar mais. A meta de US$ 100 bilhões em exportações até 2003 (US$ 44 bilhões no agronegócio) depende das negociações na OMC. Para ter uma idéia da importância da Rodada do Milênio, vale citar alguns exemplos de práticas protecionistas dos principais parceiros comerciais do Brasil. O açúcar e o fumo brasileiros estão limitados nos EUA a reduzidas quotas de importação. O suco de laranja paga um imposto de US$ 432/t para entrar nos EUA. O peito de frango paga 78% de imposto para entrar na Europa, e a pequena quota de 7,1mil t obtida no Gatt não é respeitada. Por causa de um surto de peste suína controlado há mais de 20 anos, o Brasil não consegue exportar esse tipo de carne para a Europa e para os EUA. Quando não são proibidas, as exportações agroindustriais brasileiras estão sujeitas a tarifas elevadas, reduzidas quotas de importação ou ao mecanismo da escalada tarifária. As palavras de ordem da agricultura na maioria dos países desenvolvidos são preços de sustentação administrados pelos governos, restrições às importações, barreiras técnicas (sanitárias, de qualidade, e agora ambientais e sociais), formação de estoques públicos, ajudas diretas aos produtores, salvaguardas especiais, compras governamentais e comércio dominado por monopólios públicos e privados. Fechando o ciclo da proteção, os excedentes são exportados por meio de abundantes subsídios e créditos governamentais. Cartas na mesa Tudo indica que o Brasil e o Grupo de Cairns irão se pautar pelas seguintes propostas: 1- Radicalização na eliminação dos subsídios à exportação. Essa posição parte do princípio de que é inaceitável a prática de transferir os elevados custos da proteção dos países desenvolvidos para os agricultores de países competitivos como o Brasil. 2- Avanço sensível na questão do acesso a mercados. Espera-se uma sensível redução dos picos e escaladas tarifárias. 3- Redução dos subsídios domésticos, de forma a eliminar as distorções de comércio provocadas por esse tipo de protecionismo. Em 1947, 23 países assinaram o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), visando estabelecer normas e procedimentos de conduta para o comércio internacional de mercadorias. Dali para frente, a estrutura de funcionamento do Gatt se baseou em rodadas periódicas de negociações multilaterais. A oitava e última dessas rodadas, a Rodada do Uruguai, ocorreu entre 1986 e 1993, sendo que desde então o Gatt se transformou na Organização Mundial de Comércio (OMC). A Rodada Uruguai trouxe novas reduções tarifárias nos bens industriais, aumentando a exposição dos países ao livre comércio. Dos temas tratados, o mais polêmico foi o protecionismo agrícola e seus impactos negativos sobre o comércio. Em abril de 1994, 123 países assinaram em Marrakech, na conclusão da Rodada Uruguai, um acordo sobre agricultura com vigência de nove anos. Pela primeira vez, a agricultura passou a contar com regras de conduta, disciplinas e procedimentos para solucionar disputas comerciais. Isso significou a fixação de um teto para a escalada de subsídios que vinha ocorrendo. Os subsídios agrícolas foram enquadrados dentro de limites máximos permitidos, além da fixação de níveis mínimos de acesso aos mercados dos países mais ricos. Ocorreu também alguma redução nos subsídios à exportação e no apoio doméstico aos produtores, em relação aos níveis do final dos anos 80. Mas a expectativa de eliminação total dos subsídios foi frustrada. O Acordo Agrícola manteve formas desleais de comércio nas commodities agrícolas, praticamente mantendo os subsídios vigentes no início dos anos 90. O acordo acabou oficializando a maior parte das políticas protecionistas e dos subsídios praticados pelos países desenvolvidos, principalmente pelos EUA e pela EU. Petróleo "Escureceu" A Baía da Guanabara Talvez você more na praia, comooutros 36 milhões de brasileiros. Com certeza come peixe, camarão ou mexilhões de vez em quando ou curte férias à beira-mar. Não importa qual a sua relação com o Oceano Atlântico - o certo é que a qualidade de suas águas afeta, e muito, sua qualidade de vida. Apesar disso, em geral ninguém dá importância à poluição dos oceanos. Tanto é que o litoral brasileiro recebe mais de 3 mil toneladas diárias de dejetos, sobretudo esgotos e efluentes industriais, e ninguém fala nada. Mas essa história começou a mudar em 18 de janeiro. Todos os jornais deram: um duto avariado da PETROBRÁS permitiu que 1,3 milhões de litros de óleo contaminassem o maior cartão postal do país, a Baía de Guanabara. Além de ser multada em R$51 milhões com base na lei dos crimes ambientais, a empresa teve de distribuir cestas básicas e indenizações para mais de 600 pescadores que produziam 1 tonelada de pescado por dia e agora perderam seu ganha-pão. No total, seus prejuízos devem chegar à R$110 milhões. Vazamento de óleo da PETROBRÁS, na Baía da Guanabara, causa o maior desastre ambiental marítimo da história brasileira. Muito da punição se deve à pressão dos cidadãos. Primeiro, foi o sindicato dos funcionários da PETROBRÁS, que lembrou que já havia alertado a empresa sobre a fragilidade do duto. Depois foram os ambientalistas, que formaram forças-tarefas para limpar centenas de aves recobertas de petróleo. O Ministério Público carioca pediu (mas não conseguiu) o fechamento da Refinaria Duque de Caxias, origem do acidente e responsável por 14% do refino de petróleo nacional. A pressão não foi em vão: em propaganda paga em todos os jornais, a empresa admitiu: "A PETROBRÁS não tem desculpa". Tanta repercussão é inédita no país. Já os acidentes são muito comuns. Nos últimos 30 anos, houve cerca de 150 vazamentos associados ao Terminal Marítimo Almirante Barroso, em São Sebastião, no litoral norte paulista, por falhas nos dutos, falta de dispositivos de segurança nas embarcações ou problemas na manutenção dos navios. Em abril do ano passado, seis praias do município foram afetadas por um derramamento de petróleo de um emissário da PETROBRÁS. Na época, o presidente da companhia, Philippe Reichstul, prometeu que esse tipo de impacto ambiental nunca se repetiria. A própria PETROBRÁS foi responsável pelo maior acidente industrial da história do Brasil - um vazamento seguido de explosão em Vila Socó, Cubatão (SP), em 1984, que matou 98 pessoas. Também esteve envolvida no maior acidente da Baía de Guanabara, só não foi maior porque ocorreu na entrada da Baía. Mesmo assim, contaminou varias praias da zona sul do Rio de Janeiro. Acidentes envolvendo a estatal do petróleo podiam ser contados às dezenas nas décadas de 1970 e 1980. Em 1978, por exemplo, o navio liberiano Brasilian Marina, contratado pela PETROBRÁS, derramou 6 mil metros cúbicos de óleo nas praias de São Sebastião. Nos anos de 1990, porém, tornaram-se mais raros. Só que o aumento dos volumes de petróleo manipulados e do tamanho dos petroleiros acabaram ampliando os riscos. Não que a contaminação dos oceanos seja uma exclusividade da estatal brasileira. Na véspera do último Natal, o petroleiro Erika, fretado pela empresa franco-belga Totalfina, recobriu 400 quilômetros da costa da Bretanha, na França. O maior derramamento de petróleo de que se tem notícia - 42 mil toneladas espalhadas no Alasca, em março de 1989 - foi obra do petroleiro Exxon-Valdez, da multinacional americana Exxon. Para minimizar o desastre, a empresa já gastou mais de US$2,5 bilhões nesses dez anos. O prejuízo não é só financeiro. O petróleo mata ou debilita peixes, aves, moluscos, vegetação costeira - a maioria das formas de vida que encontra pela frente. Bancos de corais levam décadas até recobrar-se totalmente, porque o óleo inibe sua capacidade reprodutiva. O óleo adere às asas das aves, impedindo-as de voar, contamina seu sistema digestivo. A mancha também muda o fluxo alternado de água doce ou salgada que produz a riqueza dos mangues. As plantas menores já não conseguem crescer e as árvores, com as raízes sufocadas, podem perder suas folhas. Com isso, os crustáceos que se alimentam de folhas decompostas passam apuros. Dez anos após a catástrofe do Exxon-Valdes, a Alasca ainda não se recuperou. Até hoje o mar deixa uma marca oleosa nas rochas. As orcas têm dificuldade para se reproduzir e os leões-marinhos nascem e morrem mais jovens. No caso do acidente francês do mês passado, há quem estime que mais de 300 mil aves já morreram. Ainda é cedo para prever todas as conseqüências do derramamento no Rio, mas sabe-se que o óleo atingiu 1434 hectares da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, a reserva mais importante da Baía de Guanabara. Talvez ela leve mais dez anos para se recuperar, como o Alasca. Azar do caranguejo-uçá, cuja época de reprodução coincidiu com a do acidente. Um relatório do IBAMA, a agência ambiental federal, diz que é possível que a espécie tenha se extinguido com o óleo. Mangue, onde tudo começa O mangue é um dos melhores caldos de cultura que existem. Típico das costas tropicais, forma-se nos fundos de baías e estuários, ambientes onde a maré, misturada à água doce quase parada, favorece os depósitos de sedimentos e detritos orgânicos. Com essa abundância de nutrientes, é a incubadeira favorita de muitas espécies de peixes, camarões, caranguejos e moluscos. Estes, por sua vez, atraem gaivotas, guarás, capivaras e outros animais que buscam alimento. Uma das poucas espécies de árvores se repetem em todos os mangues brasileiros, do Amapá até o sul de Santa Catarina. Entre as mais comuns está a Rhizophora mangle, famosa pelas raízes que saem do tronco, fazendo com que pareça com um candelabro invertido. Outras espécies desenvolvem pneumatóforos, raízes que crescem de baixo para cima e afloram acima do nível das águas. Tanto os pneumatóforos quanto as raízes da Rhizophora têm pequenos poros, as lenticelas, que ajudam a planta a respirar. Nas áreas mais protegidas do vento crescem também orquídeas e bromélias. Fundamentais para a manutenção dos estoques de pesca e de toda a fauna aquática, os mangues são preservados por leis estaduais e federais, que proíbem a formação de aterros, os desmatamentos e outros tipos de ocupação. Eles também são importantes por impedir a erosão da costa, atingida por ventos e marés, Por fim, ajudam a filtrar e depurar a água dos rios, que costuma carregar nitratos e fosfatos em excesso, resíduos de fertilizantes arrastados pela chuva. Apesar de seu valor, os mangues são bastante ameaçados pela extração madeireira, a ocupação imobiliária, a aquacultura e os derramamentos de óleo. RELIGIÕES MONOTEÍSTAS (crêem em um só Deus. Judaísmo, cristianismo e islamismo são as três grandes religiões monoteístas) ISLAMISMO FUNDAÇÃO: Península Arábica, pelo profeta Muhammad (570- 632). O nome da religião vem de “Islam”, que em árabe, significa submissão a Deus MAIS DE 1,3 BILHÃO DE ADEPTOS DOUTRINA: baseia-se no livro sagrado Alcorão e no atos, ditos e ensinamentos de Muhammad. Os muçulmanos crêem num único Deus (Allah), onipotente, que criou a natureza por meio de um ato de misericórdia. Consciente da debilidade moral da humanidade, Deus enviou profetas à Terra. Adão foi o primeiro e recebeu o perdão divino (o islamismo não aceita a doutrina do pecado original). Muhammad é considerado o último profeta enviado por Deus. Os muçulmanos crêem nos profetas anteriores a ele, que incluem Jesus Cristo OS MUÇULMANOS SEGUEM CINCO PILARES FUNDAMENTAIS: 1. Testemunhar que “Não há deus senão Deus, e Muhammad é o mensageiro de Deus” 2. Orar cinco vezes em direção a Meca - berço do islamismo e lugar sagrado 3. Pagar o tributo, Zakat, que corresponde a 2,5% da renda anual do muçulmano, para caridade 4. Jejuar no mês de Ramadã, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre aalvorada e o anoitecer 5. Fazer uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, para aqueles que têm condições. HIERARQUIA: não há LITURGIA: rezam cinco vezes ao dia em direção a Meca. Quando possível, a oração deve ser feita na mesquita NOME DO TEMPLO: mesquita PRINCIPAIS RAMOS/DENOMINAÇÕES: sunitas e xiitas CRISTIANISMO FUNDAÇÃO: Oriente Médio, por Jesus Cristo, início da era cristã CERCA DE 1,9 BILHÃO DE ADEPTOS DOUTRINA: segue a palavra e o exemplo de Jesus Cristo, filho de Deus, que sacrificou sua vida na cruz pela humanidade. A doutrina se baseia na ressurreição de Cristo, na mensagem da fraternidade e na promessa de salvação e vida eterna. Há várias denominações. Dos cerca de 1,9 bilhão de cristãos, cerca de 1 bilhão são católicos, majoritários no Brasil. No país, destacam-se também as igrejas protestantes pentecostais CATOLICISMO - HIERARQUIA PAPA - considerado o sucessor do apóstolo Pedro, que seria o primeiro papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Para o catolicismo, a autoridade papal provém diretamente de Jesus Cristo, por intermédio de Pedro CARDEAL - mais alto dignitário da Igreja Católica depois do papa. Quando o papa morre, os cardeais se reúnem em conclave (assembléia fechada) para eleger seu sucessor BISPO - considerado sucessor dos apóstolos; responsável, com o papa, pela administração de uma diocese (união de paróquias) PADRE - todo batizado que recebeu ordenação sacerdotal. Responsável por uma paróquia ou por serviços da igreja LITURGIA: a celebração principal é a missa (na Igreja Católica, refere-se à celebração da eucaristia) NOME DO TEMPLO: Igreja PRINCIPAIS RAMOS: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Armênia, Igreja Católica Caldéia (Iraque, Síria, Líbano e Egito), Igreja Greco-Melquita, Igreja Maronita (Líbano) PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: • NATAL - dia em que se comemora o nascimento de Jesus JUDAÍSMO FUNDAÇÃO: Oriente Médio, por Abraão, por volta do séc. 17 a.C. CERCA DE 13 MILHÕES DE ADEPTOS DOUTRINA: a Torá, livro sagrado do judaísmo, contém a vontade de Deus expressa por meio de preceitos (mitzvot) que os homens devem seguir. A Torá é formada por cinco livros, o Pentateuco. O Telmud (estudo, em hebraico), criação dos rabinos, expande as interpretações judaicas. Os judeus têm a convicção de ser o povo eleito e acreditam num Deus único. A crença tradicional judaica afirma que Deus vai enviar à Terra um “Mashiach” (messias, em hebraico) HIERARQUIA: não há LITURGIA: rezam três vezes ao dia: de manhã, à tarde e ao anoitecer. Como sinal de respeito a Deus, cobrem a cabeça para orar, com chapéu ou com um solidéu (kipá) NOME DO TEMPLO: sinagoga PRINCIPAIS RAMOS/DENOMINAÇÕES: ortodoxos, conservadores, reformistas e liberais PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: • ROSH HASHANÁ - Ano Novo judaico, comemorado nos dias 1 e 2 do mês judaico Tisherei (geralmente setembro ou outubro). A contagem do calendário judaico começa na simbólica criação do mundo. O ano litúrgico termina com quatro dias de jejum em memória da destruição dos templos judaicos, em 586 a.C. e em 70 d. C. • IOM KIPUR - dia do perdão, que é uma das festas mais importantes do judaísmo • SUKOT (tabernáculo) - comemora os 40 anos durante os quais o povo judeu viveu no deserto • HANUKAH (dedicação) - comemora o triunfo dos mavabeus. É a festa das luzes • PESSACH - a Páscoa judaica, que comemora a saída do povo judeu do PRINCIPAIS COMEMORAÇÕES: • RAMADÃ - mês sagrado em que Muhammad recebeu a primeira revelação divina. É o nono mês do calendário muçulmano (lunar), que começa em 622 d.C., com a ida do profeta Muhammad de Meca para Medina. Do amanhecer ao pôr-do- sol, os muçulmanos não podem comer nem beber e adotam a abstinência sexual. O Eid al fitr celebra o fim do jejum realizado durante o Ramadã • EID AL ADHA - A festa do sacrifício. Comemora o sacrifício que Deus exigiu de Abraão, para testar sua fé. Os muçulmanos acreditam que seu filho Ismael ia ser morto, mas foi poupado por Deus LUGARES SANTOS: Meca, Medina (Arábia Saudita), Jerusalém PAÍSES EM QUE É MAIS IMPORTANTE: Países árabes, Irã, Indonésia, Paquistão, Turquia Cristo • QUARESMA - Os 40 dias que vão da Quarta-Feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa, destinados à penitência (arrependimento por falta cometida) • SEMANA SANTA - período que celebra a instituição da eucaristia, a morte de Jesus e sua ressurreição • PÁSCOA - celebra a ressurreição de Cristo LUGARES SANTOS: Jerusalém, Belém, Nazaré, Roma PAÍSES EM QUE É MAIS IMPORTANTE: Itália, Brasil, Polônia, México, Filipinas Egito, onde eram escravos • SHAVUOT (Pentecostes) - celebra o momento em que Deus entregou a Torá, no monte Sinais, ao povo de Israel LUGARES SANTOS: Jerusalém, Hebron PAÍSES EM QUE É MAIS IMPORTANTE: Israel, EUA PRINCIPAIS RELIGIÕES Taliban - O Vandalismo dos Fanáticos saiba mais em:Islamismo e Afeganistão Desde que instalaram um regime medieval no Afeganistão, há cinco anos, os integrantes da milícia do Taliban - nome originário de um movimento de estudantes islâmicos - tomam decisões de arrepiar os cabelos até dos mais ferrenhos seguidores de Maomé. Na semana passada, Mohamed Omar, que se autoproclamou emir do Afeganistão e é o líder da milícia, decidiu que todas as estátuas do país deveriam ser destruídas. Esse súbito surto de iconoclastia passaria despercebido se o Afeganistão não tivesse um acervo riquíssimo de monumentos budistas, herança do período pré-islâmico, anterior ao ano 1000, quando a região era centro de peregrinação. Entre os alvos da maluquice, estão as duas estátuas gigantes de Buda, em Bamiyan, nos arredores da capital Caboul. Esculpidas na rocha há mais de 1.500 anos, elas medem 37 e 53 metros de altura e estão entre as maiores estátuas conhecidas de Buda. Omar, que por lá é conhecido como "mulá" (professor), deu a ordem, e imediatamente soldados começaram a circular pelo país com caminhões carregados de explosivos e lança-foguetes à caça das imagens. As primeiras estátuas destruídas foram retiradas das 6.000 peças do museu de Cabul. Países com grande comunidade budista, como o Japão, a Tailândia, a Índia, e organismos como a Unesco protestam em vão. "Estamos apenas destruindo pedras", Omar justificou. Desde que se instalou no governo, o Taliban transformou o país num inferno. Execuções sumárias, amputações públicas e festivais de chibatadas acontecem em estádios de futebol lotados. As meninas são obrigadas a parar de estudar aos 8 anos. As mulheres vivem cobertas por um manto, o burqa, que esconde até os olhos, e chegam a levar uma surra quando são apanhadas conversando com estranhos. Já os homens têm de vestir camisolões e são forçados a usar barba. O Afeganistão tornou-se o país da proibição. Televisão, música, fotografia e tudo que desvie a atenção de Deus é ilegal. Em meio a tantos absurdos, o Taliban acabou abrigando o sunita Osman bin Laden, terrorista acusado de planejar os atentados às http://www.maurinto.pro.br/atualidades/isla.htm http://www.maurinto.pro.br/atualidades/afeganistao.asp embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, em 1998. Apesar de pedidos de extradição, ele continua como um convidado de honra e, por isso, o país enfrenta um embargo internacional que privou os afegãos de quase toda ajuda humanitária, essencial numa nação devastada por duas décadas de guerra civil. Apesar de o Taliban controlar 90% do território, a comunidade internacional - à exceção de Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes - ainda não o reconhece como governo legítimo do Afeganistão. Enfrentando a pior seca das últimas três décadas, a agricultura do país está em frangalhos. Mais de 3 milhões de famintos se espremem em campos de refugiados nos vizinhos Paquistão e Irã. Dentro do país, as Nações Unidas estimam que 1 milhão de afegãos estejam à beirade ser dizimados pela fome. Há duas semanas, numa tentativa desesperada de agradar aos governos ocidentais, o Taliban anunciou o extermínio dos campos de papoula - o Afeganistão produz 75% do ópio mundial que, transformado em heroína, abastece o mercado europeu e o americano. Acabar com a maior fonte de renda do Estado parece ter sido um suicídio econômico que faz a destruição de estátuas parecer muito mais uma tentativa de chamar a atenção para a penúria do país. Mas transformar o passado em pó não vai melhorar a imagem do Taliban e a tendência é isolar ainda mais o Afeganistão. Rompantes de icnoclastia pontilharam a História. Em seus primórdios, o cristianismo, por exemplo, fez tudo o que pôde para acabar com toda a arte considerada pagã, inclusive grega. Mais recentemente, os espanhóis arrasaram as culturas pré- colombianas em nome de Deus e, durante a Revolução Francesa, estátuas da Catedral de Notre-Dame foram decapitadas pelos revolucionários. O que dá um tom assustador à turma do Taliban é pulverizar objetos de arte de tamanha importância em pleno século XXI, acabando com a última riqueza do país: seu passado. Venezuela O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e membros da oposição trocaram ontem acusações e insultos, na véspera de uma marcha contra o governo. Caracas viveu ontem um clima de agitação e tensão, com mobilização de tanques e soldados nas ruas. A marcha pretende pedir a realização de um referendo para chamar eleições antecipadas ainda neste ano. O mandato de Chávez vence em 2007. A oposição quer dar um prazo de dez dias a Chávez para apresentar uma saída institucional à atual crise política. "A oposição anuncia uma marcha. Mas não deve se equivocar achando que vai nos atropelar, que vai dar um golpe por trás da marcha", advertiu Chávez em um discurso para militares da reserva "As Forças Armadas estão alertas, e o povo está alerta." No fim de semana, Chávez acusou a oposição de tramar um golpe para tirá-lo do poder. Nos últimos dias, agentes do governo realizaram buscas em casas de opositores suspeitos de conspiração, incluindo oficiais militares. "Não há força na Terra que possa parar nossa revolução% afirmou o presidente. Em 11 de abril, Chávez foi tirado do poder por um golpe cívico-militar, mas retornou dois dias depois, graças à ação de simpatizantes civis e militares leais a ele. O principal temor agora é a repetição dos distúrbios ocorridos no dia do golpe, em manifestação contra o governo que deixou pelo menos 17 mortos e dezenas de feridos. Prazo O presidente da Fedecámaras, principal associação empresarial do país, Carlos Fernández, um dos organizadores da marcha de hoje, disse que a oposição dará a Chávez um prazo até o dia 21 para encontrar uma saída para a crise e dar uma resposta ao pedido de eleições antecipadas. "Se não houver uma resposta em dez dias, automaticamente se ativarão as outras ações que têm de ser levadas a cabo", afirmou Fernández. "A marcha não é para derrubar ninguém", disse. A Fedecámaras e a CTV (Confederação de Trabalhadores da Venezuela, principal central sindical) anunciaram uma greve geral conjunta para este mês, ainda sem data definida. A Fedecámaras pediu ontem às empresas filiadas que liberem seus funcionários para participar da marcha sem descontar o dia de trabalho. Para Fernández, se houver violência durante a marcha, ela será "provocada pelo governo, porque é o governo que quer que haja enfrentamentos na sociedade". Em meio a rumores de golpe e de uma possível declaração de estado de sítio, as Forças Armadas intensificaram a segurança em Caracas, incluindo o deslocamento de tanques para proteger o palácio presidencial de Miraflores, no centro da cidade. O destacamento de blindados se propõe a "reforçar a segurança do palácio presidencial”, segundo o inspetor do Exército, general Melvin López Hidalgo, por conta de "investigações dos órgãos de segurança do Estado que detectaram fatos considerados de conspiração". Efetivos da Guarda Nacional e da policia militar foram destacados na última semana para patrulhar as ruas de Caracas por causa de uma greve da Policia Metropolitana, subordinada ao prefeito da região metropolitana de Caracas, Alfredo Pena, adversário político de Chávez. Os opositores a Chávez, incluindo dezenas de oficiais militares que participaram do golpe de abril, afirmam que o presidente está implementando na Venezuela um regime comunista no estilo cubano. "Isto é uma ditadura disfarçada de democracia", afirmou o general Enrique Medira, um dos oficiais dissidentes. Ele e outros dois militares acusados pelo golpe de abril foram beneficiados ontem por uma decisão da justiça que suspendeu os conselhos militares que os investigavam. Para analistas, presidente infla o poder da oposição Para analistas venezuelanos, o presidente Hugo Chávez aumenta as ameaças de golpe de Estado para "endurecer" com a oposição. Luis Vicente León, diretor do instituto de pesquisas Datanálisis, afirma que a estratégia do governo é amplificar e massificar o caso superestimando a potência golpista da oposição. "E conveniente [para Chávez] dividir os venezuelanos entre chavistas e golpistas. Ele se coloca na posição de vítima e manda para o exterior a mensagem de que a oposição de Venezuela é toda golpista. Com isso, poderia tomar atitudes drásticas sem parecer um ditador." A respeito da paralisação de hoje, León diz que "vai ser imensa", mas crê que o governo venha a ser hábil o bastante para não a repelir com violência "Quantas horas se pode marchar? Se o governo não intervier, ela logo se dissolverá." O sociólogo Tulio Hernández, diretor do Observatório de Cultura Contemporâneo de Caracas e colunista do jornal "El Nacional", afirma que a oposição é "totalmente heterogênea" e a divide em um setor "institucional", majoritário, e um setor minoritário que busca o golpe. Para Hernández, "um setor da oposição está gestando um golpe de Estado há muito". "Esses opositores se reúnem com os `comacates' [comandantes, capitães e tenentes], que têm um projeto político e militar. É um setor minoritário, mas com muito dinheiro e poder", diz. León diz não acreditar na importância de uma mediação internacional, como a do secretário-geral da OEA, César Gavíria, e a do Centro Carter. "Chávez recebe [essas mediações] como estratégia política, para demonstrar que está disposto a dialogar. Mas ele não está." Hernández afirma que tanto o governo quanto a oposição buscam ganhar terreno à espera do referendo revogatório previsto para o ano que vem. Esse instrumento constitucional serve para ratificar ou revogar mandatos de cargos públicos e não tem ainda data certa para acontecer. A QUALIDADE DE VIDA NO MUNDO África ÁGUA PURA PARA O MUNDO ATUALIDADES Brasil fica em 105 em mortalidade infantil Cresce a distância entre ricos e famintos Crise energética, racionamento, apagão Economia Informal Estação Orbital MIR FARC Febre Aftosa Globalização Globalização1 Quanto a renda dos 10% mais ricosé maior do que a dos 10% mais pobres IUGOSLÁVIA O drama dos refugiados Organização Mundial de Comércio Petróleo RELIGIÕES MONOTEÍSTAS Taliban Venezuela