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Terapia Nutricional no HIV e na AIDS Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br Conceito ❖ Perda da imunidade celular com supressão dos linfócitos T - CD4. Infecções oportunistas, tumores, complicações neurológicas. Agente etiológico: HIV (Human Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) Meios de transmissão: Sangue, sêmen, fluído pré-seminal, fluído vaginal, leite materno e outros fluídos que contenham sangue. Podem transmitir o HIV: Fluído cerebroespinhal, líquido sinovial e o líquido amniótico. Saliva, lágrimas e urina não contêm HIV suficiente para a infecção!!! Os principais reservatórios da infecção são o Sistema Nervoso Central e o Trato Gastrointestinal. Diagnóstico ❖Os testes realizados são: Teste imunoenzimático (ELISA): mais utilizado em razão de sua sensibilidade, especificidade, praticidade, baixo custo e facilidade de automação, podendo ser por: -Imunofluorescência indireta: utilizado em laboratórios de pesquisa clínica, principalmente; -Imunoeletrotransfência (Western blot): técnica de escolha para confirmação do ELISA, pelo volume de informações que fornece e pela relativa objetividade do resultado. Controle laboratorial da infecção ❖Os testes realizados são: Quantificação da carga viral: possibilita o acompanhamento e a determinação da velocidade de debilitação do sistema imunológico do paciente. O objetivo do tratamento antirretroviral é a negativação da carga viral/indetectabilidade (valores acima 10.000 cópias por bDNA ou 20.000 cópias por PCR/Nasba são consideradas elevadas); Quantificação de subpopulações de linfócitos: contagem de linfócitos T auxiliares CD4 e T supressores CD8. A redução relativa (ou principalmente absoluta) de T CD4 está associada ao aparecimento de infecções oportunistas. Estágios da Infecção pelo HIV ❖ Período aparente de estado de latência: • Pode durar em torno de 8 a 10 anos. • 40-90% das pessoas desenvolvem uma síndrome aguda com sintomas gripais caracterizada por febre, mal-estar, cefaléia, mialgia, síndrome da linfadenopatia, úlceras orais, artralgia, perda de apetite e peso, faringite e erupção cutânea que podem durar de poucos dias a 01 mês. A carga viral e extremamente alta e os indivíduos apresentam-se bastante suscetíveis à infecções. Até que a replicação do HIV reduza novamente as células CD4+ e aumente o risco de Infecções Oportunistas. Estágios da Infecção pelo HIV ❖ Estágio inicial da doença → Poucos sintomas perceptíveis (HIV assintomático). ❖ Contagem de células CD4 > 500 células / mm³ ❖ Declínio da contagem de CD4 de 50 células/mm³ por ano ❖ Sintomatologia: -Dermatites e linfadenopatia. -Alterações subclínicas: Diminuição da massa magra sem perda de peso, deficiência de vitamina B12 e susceptibilidade a patógenos oriundos da água e dos alimentos. ❖ Estágio intermediário da doença → É quando os primeiros sintomas aparecem (HIV sintomático). ❖ Contagem de células CD4 entre 200 e 500 células/mm³ ❖ Sintomatologia: -Candidíase oral e vaginal, neuropatia periférica, displasia cervical, herpes zoster e febre. -Febre, sudorese, problemas cutâneos, fadiga e outros sintomas que não são considerados definidores da AIDS. -Pode ocorrer também declínio no status nutricional ou na composição corporal. Estágios da Infecção pelo HIV ❖Estágio final de doença→ AIDS sintomático ❖Diagnóstico reservado a indivíduos com pelo menos uma das condições clínicas bem definidas e com ameaça de vida associada à imunossupressão induzida pelo HIV. ❖Contagem de células CD4< 200 células/mm³ Estágios da Infecção pelo HIV Complicações 1 – Infecções oportunistas: ❖ Comuns por bactérias, fungos e protozoários ou vírus. ❖ Causam freqüentemente ◼ febre, ◼ diarréia, ◼ má absorção, ◼ perda de peso ❖ Devem ser prevenidas e controladas no indivíduo imunodeficiente. ❖ Podem levar a depleção nutricional ◼ aumento das necessidades metabólicas ◼ diminuição da ingestão protéico-calórica. 2 - Doença Maligna → Determinantes da AIDS para um indivíduo HIV. ❖ Sarcoma de Kaposi → Doença maligna das células mononucleares periféricas Nódulos púrpura na pele, membranas mucosas ou linfonodos ou por todo GI. ▪ Lesões de SK na cavidade oral e esôfago Dor e dificuldade de mastigação, deglutição, náuseas e vômitos ▪ Lesões no TGI Diarréia e obstrução intestinal. Complicações 2 - Doença Maligna ❖ Linfomas → Podem envolver o intestino delgado. Má absorção, diarréia, ou obstrução intestinal. Complicações Complicações 3 - Doenças Neuromusculares 4 - Doença Hepática por HIV ❖ Hepatite C (HCV) → Considerada, atualmente, como uma infecção oportunista de HIV. Causa predominante de morte por HIV/AIDS. Indivíduos que apresentam simultaneamente HIV e HCV evidenciam curso mais rápido da AIDS e de óbito. 5 - Tuberculose (TB) e Doenças Pulmonares Complicações 6 - Nefropatia associada ao HIV 7 - Distúrbios Gastrointestinais ❖ Enteropatia da AIDS → diarréia crônica persistente na ausência de patógenos entéricos identificáveis. Atrofia de vilosidades e testes anormais de função do intestino delgado. Tratamento Médico Terapia Anti-Retroviral (TAR) ❖ Objetivo: Prevenção da replicação viral, suprimindo o vírus ao nível mais baixo possível e assim a progressão da doença por HIV. Utilização de diferentes drogas que agem em vários estágios de replicação do HIV. Associação de, pelo menos 2 agentes anti-retrovirais ) É necessário ao menos 95% de adesão à terapia medicamentosa para que ela apresente a eficácia adequada. 1 só droga não suprime a atividade viral e não é recomendada. ❖ Terapia Anti-Retroviral (TAR) Efeitos GI são os mais precoces: ▪ Náuseas, vômitos, desconforto abdominal; ▪ Neuropatia periférica, tonturas e efeitos sobre o SNC. Efeitos adversos comuns no início do tratamento incluem: ▪ Febre e sudorese noturna; ▪ Náuseas, anorexia, perda de peso, diarréia; ▪ Outros: Disestesia, cefaléia grave, sintomas vaginais, sinusite, problemas oculares, tosse, falta de ar, “sapinho”, e dor oral. Tratamento Médico Tratamento Médico ❖ Inibidores da Transcriptase Reversa → Bloqueiam a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo o RNA viral em DNA, inibindo a replicação do vírus. Exemplos: Zidovudina (AZT), didanosina, zalcitabina, lamivudina, estavunida, nevirapina, delavirdina. Tratamento Médico ❖ Inibidores da Protease → Agem no último estágio da formação do HIV impedindo a ação da enzima protease, fundamental para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV. Exemplos: Ritonavir, indinavir, saquinavir, nelfinavir. ❖ Terapia Anti-Retroviral (TAR) Terapias anti-HIV potentes (inibidores de proteases): Obesidade, resistência à insulina, DM2, hipercolesterolemia, pancreatite, hipertrigliceridemia e lipodistrofia. Tratamento Médico Os suplementos geralmente recomendados para essas condições são: w-3 , ácido alfa - lipoico e L-carnitina Dolutegravir Inibidor de integrase (INs) Estratégias para minimizar os EC dos medicamentos antirretrovirais Estratégias para minimizar os EC dos medicamentos antirretrovirais Considerar NPT quando ingestão alimentar baixa por 07 dias ou com vômito intratável. Estratégias para minimizar os EC dos medicamentos antirretrovirais Estratégias para minimizar os EC dos medicamentos antirretrovirais Estratégias para minimizar os EC dos medicamentos antirretrovirais Modelos de Subnutrição: ❖ Desnutrição protéico-calórica (DPC) → Decorrente de ingestão alimentar e/ou má absorção e que com a oferta calórica promove-se aumento do peso e anabolismo; (Dan) ❖Wasting Syndrome (Síndrome Consumptiva ou Síndrome da emaciação pelo HIV) → Complicação que pode ocorrer em todos os estágios da infecção pelo HIV (é diagnóstica para AIDS nos indivíduos HIV positivos em que não foi identificada outra causa para os sintomas). Subnutrição e AIDS Definição deSíndrome Consuptiva: - Perda de peso não intencional de 10% ou mais do peso usual; - Diarréia (> 02 evacuações líquidas por > 30 dias), - Fraqueza crônica, - Febre por mais de 30 dias intermitente ou constante e - Perda de massa celular corpórea. ATENÇÃO! Deve-se monitorizar as alterações a fim de identificar dados preocupantes relativos à emaciação e ao peso: • peso < 90% do peso Ideal ou IMC < 18,5 kg/m²; • perda de peso > 10% do peso anterior a doença; • perda de peso > 5% nos últimos 6 meses. Subnutrição e AIDS Sintomas Causa Recomendações Perda de peso • Inadequada ingestão calórica • Má absorção • Elevação do Gasto energético • perda de peso usual > 5% já morbi- mortalidade Adequações da dieta oral, uso de suplementos ou TNE. Indicação da terapia Nutricional • Perda de peso > 5% em 3 m ou • Perda de MCC >5% em 3 m e • Redução do IMC para < 18,5 Kg/m² Anorexia Deficiência de vitamina A, B6 ou Zn Medicações (Uso de AZT → ageusia) Ação das citocinas Distúrbios neuropsiquiátricos (depressão, isolamento social, perda da vontade de viver) Anormalidades endócrinas (insuficiência da adrenal, causada por citomegalovírus causa apetite e perda de peso, mas a terapia com corticóide reverte anorexia e promove peso) Conseqüência da RT e QT Avaliação Nutricional e cálculo ingestão nutricional Elaborar cardápio com fracionamento e volume Usar estimulantes de apetite, se necessário Verificar necessidade de suplementos orais e TNE Ver outras dicas em terapia nutricional Subnutrição e AIDS Sintomas Causa Recomendações Alterações Cavidade Oral e Esofágica • Candidíase Oral → dor, odinofagia, diafagia, disgeusia • Herpex simples vírus, citomegalovírus (CMV) → disfagia odinofagia • Herpes-zóster → dor unilateral, erupção vesicular • Criptosporidiose → disfagia • Periodontite → destruição óssea • Gengivite → halitose, sangramento gengival • Úlcera esofágica --. odinofagia • Lesões de sarcoma de Kaposi, Linfoma Não-Hodgin → disfagia, obstrução • Disgeusia → deficiência nutricional • Drogas • Produção excessiva de muco • Falta de salivação Considerar NE quando lesão oral impedir alimentação por 03 dias Considerar NPP (7-10 dias) em pacientes com úlceras esofágicas, hospitalizados, que não podem passar sonda Considerar Gastrostomia endoscópica em pacientes domiciliares ou para períodos de jejum > 10 dias. Subnutrição e AIDS Sintomas Causa Recomendações Má absorção • Radioterapia, Terapia medicamentosa • Infecção TGI, Hipoalbuminemia • Correlaciona-se com grau de supressão imune e com mudanças no IMC • Monitorar e repor albumina sérica, que se baixa, pode contribuir para piora da diarréia. Subnutrição e AIDS Sintomas Recomendações Xerostomia (boca seca) • Utilizar alimentos umedecidos ou servidos com molho • Ingerir líquidos durante e entre as refeições • Realizar boa higiene oral • Considerar uma terapia profilática anti-fúngica • Mastigar gomas de mascar sem açúcar ou balas de menta Dificuldade de respiração • Usar alimentos concentrados em nutrientes e energia e fáceis de serem ingeridos Subnutrição e AIDS Sintomas Recomendações Fadiga • Sono, relaxamento e exercícios adequados • Dieta adequada, especialmente ricos B12, A, C, folato caroteno e zinco • Evitar o uso de cafeína, álcool, fumo e drogas • Evitar estresse e fazer tratamento para ansiedade e depressão • Identificar e tratar as possíveis causas da anemia Perda de massa celular corpórea • Corrigir a deficiência de testosterona • Exercício de resistência • Considerar uso de agentes anabólicos • Amenizar os sintomas associados: identificar os alimentos que exacerbam e melhoram Subnutrição e AIDS Diarréia → sintoma GI inicial em AIDS e pode estar associada a: • Anormalidades nas vilosidades • Alterações na barreira mucosa Subnutrição e AIDS Subnutrição e AIDS Subnutrição e AIDS Microbiota, probióticos e HIV/AIDS Subnutrição e AIDS Microbiota, probióticos e HIV/AIDS Subnutrição e AIDS Subnutrição e AIDS Medicações utilizadas na síndrome consumptiva da AIDS Estimuladores de apetite •Acetato de megestrol •Dronabinol Supressores de citocinas •W3 •Pentoxifilina •Talidomida Agentes anabolizantes •GH •IGF-1 •Esteróides anabolizantes (nandrolona e oxandrolona) Subnutrição e AIDS ❖ Utilizar os métodos convencionais de avaliação nutricional ❖ Não usar CTL e teste cutâneo de sensibilidade retardada → funções prejudicadas ❖ Avaliação da massa celular por bioimpedância (observar ângulo de fase) → fator prognóstico para morbidade e mortalidade no estágio inicial da doença. ❖ Características: ◼ Mulheres perdem + gordura que massa magra durante estágios iniciais e avançados da consumpção/emaciação, ◼ Homens perdem > quantidades de massa corpórea magra e poupam gordura corpórea. Avaliação Nutricional no HIV e na AIDS Avaliação Nutricional no HIV e na AIDS ❖ Medidas Úteis: ▪ Peso e altura ▪ Circunferências da cintura, quadril e pescoço ▪ Cálculos de massa Magra (PCT e CMB) ▪ Massa celular corpórea (BIA) → avaliar ângulo de fase (5 a 15º) ▪ Avaliar redistribuição de gordura corporal através da CC ❖Intervenções para corrigir a inadequada ingestão oral de nutrientes: 1) Orientação nutricional; 2) Uso de orexígenos e 3) Uso de suplementos orais. Objetivo → manter e recuperar o peso e a massa magra corporal, que requer: (1) eliminar ou amenizar os efeitos deletérios do agente infeccioso; (2) fornecer ampla ingestão calórica nutricional; e (3) realizar quantidade suficiente de exercício físico Terapia Nutricional no HIV e na AIDS Recomendação Estágio / Atividade de doença Estágio Inicial de Doença HIV Assintomático Estágio Intermediário de Doença HIV Sintomático ou com necessidade de ganho de peso Estágio Avançado de Doença e/ou AIDS (CD4<200) Estágio Avançado de Doença com desnutrição grave Obesidade Energia (kcal/kg) 30 – 35kcal/kg PA 35 - 40kcal/kg PA 40 – 50kcal/kg PA Iniciar com 20kcal/kg PA, aumentar gradualmente 20 – 25 kcal/kg PAj Proteínas (g/kg) 1,1 – 1,5g/kg PA 1,5 – 2,0g/kg PA 2,0 – 2,5g/kg PA Aumentar gradualmente Utilizar PAj para cálculo das recomendações Lipídeos (% VCT) 20 – 35% VCT CHO (% VCT) 45 – 65% VCT Fibras 25 – 30g/dia Pontos importantes: Usar TCM, em casos de má absorção; Administrar -3 pode melhorar a função imunológica; Paciente com dislipidemia, seguir recomendações para esta patologia; Se DM seguir recomendações específicas para esta patologia; Líquidos e eletrólitos, recomenda-se 30 a 35 ml/Kg (atentar-se aos quadros de diarreia, náusea, vômito, febre prolongada e sudorese noturna). Terapia Nutricional no HIV e na AIDS Recomendações de micronutrientes para pacientes soropositivos Aspectos práticos para segurança alimentar de pacientes soropositivos ❖ A ênfase na higiene de mãos é indispensável para evitar as infecções oportunistas; ❖ Orientar o pacientes sobre a importância de higiene oral adequada; ❖ A água deve ser mineral e filtrada quando não for possível, deve ser fervida e clorada; ❖ Os legumes, verduras e frutas devem ser lavadas em água corrente e depois deixadas de molho em solução clorada por cerca de 15 minutos; ❖ Carnes cruas ou mal passadas e peixes crus devem ser evitados. Terapia Nutricional no HIV e na AIDS ❖Descrita nos anos 90 como complicação da Terapia antirretroviral, ainda sem definição de caso; ❖Taxas de prevalência variam de 8 a 83%; ❖Inicialmente associada aos Inibidores de Protease (mais comum) e depois aos Inibidores da Transcriptase Reversa; Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV ❖Nova face: estigma, discriminação, abandono de tratamento, isolamento social; ❖Prováveis Causas: o HIV, a TARV, tempo de infecção, estilo e hábitos de vida, alimentação, predisposição genética. ❖Principais agentes envolvidos com a lipodistrofia são: Estavudina e Zidovudina. Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV ❖Síndrome complexa:▪ Alterações metabólicas ▪ Alterações anatômicas ❖Alterações de composição corporal: ▪Medidas de CC, CQ e RCQ, CB, C busto e C pescoço, além de peso, devem ser realizadas a cada 3 a 6 meses. ▪BIA: útil para identificar emaciação, mas não é útil na identificação de redistribuição de gordura (lipodistrofia). Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV ▪ Lipohipertrofia: acúmulo de gordura nas mamas, na região dorsocervical (giba), abdome (dentro ou fora). ❖Alterações anatômicas Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV ❖Alterações anatômicas ▪Lipoatrofia: perda do tecido gorduroso subcutâneo na face, glúteos, membros superiores e inferiores, com diminuição de massa muscular e veias aparentes. ▪ Aumento do LDL-colesterol e VLDL-colesterol, triglicerídeos (especialmente no uso de ritonavir); ▪Diminuição de HDL-colesterol; ▪Hiperglicemia e resistência insulínica; ▪Alterações de pressão arterial; ❖Alterações metabólicas Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV ▪ Baixas concentrações de testosterona sérica em mulheres e homens; ▪Alterações no metabolismo ósseo (perda óssea, osteopenia e osteoporose) → atribuídos a pouca massa corporal, definhamento, nutrição precária, uso de corticóide e deficiência hormonal, além da própria terapia antiretroviral. ▪Necrose avascular ou osteonecrose → atribuídos à hiperlipidemia, abuso de álcool, pancreatite, uso de corticóide e hipercoagulabilidade. ❖Alterações metabólicas Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia no HIV Paciente H. C. S., 48 anos, sexo masculino. Internado na enfermaria de DIP, com história de diarréia há três semanas, perda de peso intensa nos últimos seis meses e febre diariamente. Diagnosticado há 7 anos HIV+. Refere dores de cabeça, dores abdominais, cólicas e náuseas. Possui baixa ingestão alimentar por via oral. Refere perda de peso de 23kg nos últimos 6 meses. Há duas semanas, em virtude de lesões na cavidade oral, está aceitando apenas alimentos bem cozidos, na forma de purê/papa, em pequena quantidade. Refere dor ao deglutir alimentos sólidos, por isso prefere alimentos mais pastosos. Nos últimos 15 dias tem se sentido mais cansado e reduziu suas atividade habituais. Ao exame: - Verifica-se proeminência óssea, com perda de tecido muscular, com clavícula exposta; - Apresenta exposição dos arcos costais e redução de panturrilha (CP 26cm); - Apresenta edema em MMIIs; - EDA: monolíase esofagiana por infecção por CMV; - Em uso de lamivudina, tenofovir, DTG, aciclovir, sulfametoxazol e trimetropina. 1) Com base no relato anterior, qual o resumo clínico do paciente? 1) Com base no relato anterior, qual o resumo clínico do paciente? Paciente apresenta síndrome consumptiva, pois possui PP>10%, febre e diarréia. A perda de peso pode ter sido agravada pela infecção por CMV ou pelo agravamento da doença. 2) Com base na avaliação clínica, qual a terapia nutricional indicada para o paciente? 2) Com base na avaliação clínica, qual a terapia nutricional indicada para o paciente? Embora baixa, o paciente apresenta viabilidade de via oral, logo, pode-se manter essa via. Sugere-se, para alcance das necessidade e por baixa aceitação via oral, utiliza concomitantemente a TNE. 3) Qual a recomendação adequada de calorias e energia para o paciente? 3) Qual a recomendação adequada de calorias e energia para o paciente? Trata-se de um paciente com sídrome consumptiva, em estágio avançado de doença. Sugere-se o fornecimento de no mínimo 40kcal/kg de PA e no mínimo 2,0g ptn/kg PA. 4) Pelas medicações em uso, quais efeitos nutricionais/metabólicos devemos ficar atentos? 4) Pelas medicações em uso, quais efeitos nutricionais/metabólicos devemos ficar atentos? Tenofovir/Lamivudina → risco de esteatose hepática, náuseas, vômitos e diarréia Atentar-se à VO e, em casos de má absorção, usar TCM 4) Pelas medicações em uso, quais efeitos nutricionais/metabólicos devemos ficar atentos? Sulfametoxazol / Trimetropina / Aciclovir Aumentar a ingestão hídrica (1,5 – 2,5L), verificar o consumo de folato e atentar-se às funções hepáticas FIM DA AULA
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