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Questão 548422: O "pulo do gato" para acertar essa questão é perceber que o paciente em tela possui diagnóstico de granulomatose eosinofílica com poliangiite (síndrome de Churg-Strauss) — uma vasculite que acomete artérias de pequenos e médios calibres, além de microvasos. Uma das principais características dessa doença é a sua associação com a rinite alérgica (presente em 70%) e também com pólipos nasais. A asma de início na idade adulta com eosinofilia também tem forte ligação com a doença. O laboratório pode evidenciar a presença de IgE elevada e p-ANCA positivo. Muito parecido com o caso da questão, não é mesmo?! Em uma fase mais tardia, pode surgir infiltração eosinofílica no pulmão, trato gastrointestinal e até mesmo no miocárdio. A fase vasculítica, marcada por uma vasculite sistêmica necrosante, passa a dominar o quadro após, pelo menos, três anos do surgimento da asma. Existe, inclusive, uma associação do surgimento da vasculite com o uso de um antileucotrieno (ex.: montelucast) — letra B incorreta. O tratamento desta doença é feito com prednisona nos casos leves e prednisona + ciclofosfamida nos casos mais graves. Não está indicada a polipectomia nasal e nem o uso de tiotrópio — letras D e E incorretas. A pHmetria de 24h deveria ser feita se estivéssemos suspeitando de uma asma com esofagite de refluxo como mecanismo perpetuador. Porém, vimos que esse não é o diagnóstico do caso e, além disso, o autor da questão foi enfático em dizer que não há DRGE — letra A incorreta. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548423: Sem dúvida, a hipótese diagnóstica mais provável dessa jovem é de PTT. As manifestações clínicas típicas compõem uma pêntade, presente em 40% dos casos: febre, alterações neurológicas, IRA, plaquetopenia por consumo e anemia hemolítica microangiopática (o Coombs direto é negativo porque não há componente autoimune associado). Na PTI, encontramos plaquetopenia “e mais nada”; a trombastenia de Glanzmann se apresenta como diátese hemorrágica moderada a grave em crianças < 5 anos por deficiência da glicoproteína IIb/IIIa (defeito da hemostasia primária); a síndrome de Bernard-Soulier cursa com plaquetas gigantes à hematoscopia e sangramentos menos intensos que na trombastenia de Glanzmann; a deficiência do fator XIII é um distúrbio da coagulação que não apresenta alterações nos exames laboratoriais, já que é uma molécula que só “funciona” in vivo. Resposta: (A). ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548426: Pessoal, vamos lá: em primeiro lugar, esta paciente não preenche critério para PBE (< 250 neutrófilos/mm3 no líquido ascítico). Existe uma piora significativa na função renal. Já podemos então diagnosticar SHR neste caso? Não, pois ela não preenche os critérios diagnósticos vigentes, que são: - Doença hepática aguda ou crônica com insuficiência hepática avançada e hipertensão portal. - Creatinina sérica > 1,5 mg/dl (recentemente, a definição de aumento ≥ 0,3 mg/dl em 48h ou ≥ 50% em sete dias passou a vigorar, em consonância com as recomendações das diretrizes das Sociedades de Nefrologia). - Ausência da melhora da creatinina sérica após pelo menos dois dias de retirada de diuréticos e expansão volêmica com albumina (1 g/kg/dia até o limite de 100 g/dia). - Ausência de causa aparente, entre elas: choque, infecção bacteriana, uso recente ou atual de drogas nefrotóxicas e ausência de sinal ultrassonográfico sugestivo de obstrução ou doença parenquimatosa renal. - Hematúria < 50 hemácias por campo de maior aumento e proteinúria < 500 mg/dia. Atentem particularmente ao terceiro critério. É necessário suspender os diuréticos, repor albumina e aguardar dois dias, o que ainda não foi feito neste caso. Cabe ressaltar que apenas uma minoria dos pacientes cirróticos que apresentam azotemia possui de fato a SHR, sendo a etiologia mais comum uma LRA pré-renal. Logo, no momento não podemos fechar o diagnóstico de SHR! E lesão renal aguda? Podemos! Segundo a classificação da AKIN, teríamos uma LRA estágio II (aumento da Creatinina em 2-3 vezes o valor basal OU débito urinário < 0,5 ml/kg/h durante mais de 12h). A melhor abordagem para esta paciente também está descrita na opção C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548427: Estamos diante de um paciente com hemorragia digestiva alta de provável causa varizes esofagogástricas. Nessa situação, a conduta inicial seria a ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA associada à utilização de vasoconstritor esplâncnico (terlipressina) e EDA. Como o paciente é cirrótico e possui ascite, também devemos realizar a profilaxia de PBE com antibióticos (ceftriaxona). Gabarito: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548430: Pacientes com angina pectoris devem ter o "duplo-produto" (FC x PA) controlados. Logo, na hora de escolher um anti-hipertensivo devemos evitar drogas que aumentem a frequência cardíaca. Das citadas, a que mais se associa à taquicardia reflexa e a hidralazina, um poderoso vasodilatador arterial periférico. Resposta: B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548431: Questão que aborda conceitos sobre o tratamento medicamentoso da angina estável. Letra A: O grande efeito dos nitratos é creditado à vasodilatação sistêmica, com redução do retorno venoso e das pressões de enchimento ventricular, reduzindo, assim, a demanda miocárdica de O2. Eles também revertem a tendência vasoconstritora do segmento coronariano comprometido pela aterosclerose, sendo eficazes contra o vasoespasmo. São usados rotineiramente para alívio sintomático imediato ou profilaxia imediata da angina, melhorando inclusive a tolerância ao esforço (INCORRETA). Letra B: Os betabloqueadores são benéficos nos pacientes coronariopatas, pois otimizam o gasto energético ao reduzirem a contratilidade miocárdica (inotropismo negativo) e a frequência cardíaca (cronotropismo negativo) e aumentam a perfusão de áreas isquêmicas ao prolongarem o tempo da diástole. Além disso, reduzem a pressão arterial ao diminuir a pós-carga nos indivíduos hipertensos. Todos os betabloqueadores parecem ter benefício na doença isquêmica estável, visando a uma FC em 55-60 bpm em repouso e dando preferência ao metoprolol, carvedilol e bisoprolol na presença de insuficiência cardíaca. Eles também diminuem a mortalidade e ocorrência de infarto não fatal em pacientes com infarto prévio (CORRETA). Letra C: O uso recente de inibidores da PDE-5 são contraindicações absolutas ao uso de nitratos, com risco de hipotensão grave devido ao efeito vasodilatador de ambas as drogas (INCORRETA). Letra D: Todo portador de coronariopatia deve receber Ácido Acetilsalicílico (AAS) 75-162 mg/dia, salvo contraindicações. O AAS, ao inibir a agregação plaquetária, reduz a chance de IAM em até 35% nesses pacientes (INCORRETA). Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548434: Em 25 de janeiro de 2010, o FDA-Food and Drug Administration, órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, anunciou que o medicamento sibutramina não deve ser prescrito para pacientes com história de doenças cardiovasculares tais como infarto, angina, arritmias, AVC, insuficiência cardíaca ou na presença de hipertensão descontrolada.Esta medida se baseou nos dados iniciais do estudo SCOUT - Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial que envolveu mais de 10.000 pacientes obesos, acima de 55 anos com diabetes, história de cardiopatia ou outros fatores de risco cardiovascular por um período de seis anos. O objetivo era avaliar os efeitos da sibutramina neste perfil de pacientes. A ocorrência de eventos graves como infarto, AVC, parada cardíaca e morte no grupode pacientes em uso de placebo (cápsulas sem medicamento) foi de 10% enquanto no grupo que usava sibutramina foi de 11,4%. Embora pareça uma diferença pequena, ela é considerada estatisticamente significativa. Esta diferença foi relevante apenas em pacientes com história de doenças cardiovasculares. Resumindo: Não devemos usar sibutramina em pacientes cardiopatas. Portanto, nosso gabarito é a letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548435: Observe que a paciente apresenta um quadro muito sugestivo de insuficiência adrenal: fadiga, perda ponderal, hipotensão ortostática, anorexia… Mas, cuidado! O autor nos induz ao erro quando diz que se trata de uma paciente no pós-parto - nestes casos, logo tendemos a pensar na síndrome de Sheehan, uma apoplexia hipofisária que ocorre de forma secundária a um sangramento excessivo durante o parto. Porém, existe uma informação valiosa que nos permite descartar totalmente essa hipótese: a presença de hiperpigmentação cutânea. Lembre-se de que é o aumento do ACTH que promove essa hiperpigmentação! Logo, estamos diante de uma insuficiência adrenal primária e não secundária (letras B e C incorretas). Certo, mas porque não pensar em hemocromatose? Veja: a hemocromatose é uma doença marcada pela sobrecarga de ferro nos órgãos e tecidos. O quadro clínico, portanto, é marcado pelos 6 “H”: Hepatomegalia, Hiperglicemia, Hiperpigmentação, Hipogonadismo, Heart (coração) e “Hartrite”. Bem diferente do que o autor descreve no enunciado, não é mesmo?! Portanto, resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548437: Quadro clássico de crise de ausência típica, condição caracterizada por episódios súbitos e breves de perda da consciência sem perda do tônus postural. A consciência é retomada de maneira igualmente súbita, sem que haja manifestações pós-ictais. Habitualmente, se iniciam na infância (faixa etária entre 4 e 8 anos) e se manifestam no eletroencefalograma com complexos "ponta-onda" de 3 Hz bilaterais e simétricos (ou seja, em todas as derivações ao mesmo tempo), sobrepostos a um traçado de base normal. Em termos de tratamento, são consideradas drogas de primeira linha o ácido valproico, a etossuximida e a lamotrigina. Como alternativa, podemos usar o clonazepam. Analisando as alternativas, a droga menos indicada para o caso seria a gabapentina. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548441: O índice de risco cardíaco revisado, proposto por Lee em 1999, utiliza não só o tipo de cirurgia, mas também aspectos clínicos do paciente para avaliar o seu risco cardiovascular cirúrgico. São consideradas variáveis no IRCR, cada uma valendo um ponto: (1) Cirurgias de alto risco (vascular, intraperitoneal ou torácica); (2) Doença coronariana (IAM prévio, angina, teste de estresse positivo); (3) Insuficiência cardíaca (ortopneia, presença de B3 ou crepitações em bases ao exame físico, congestão à radiografia de tórax); (4) Doença cerebrovascular (história de AVE ou AIT); (5) Diabetes mellitus insulinodependente; (6) Creatinina pré-operatória > 2mg/dl (doença renal crônica). Até um fator presente = baixo risco; Dois ou mais fatores de risco sem angina ou ICC limitante = risco intermediário; Dois ou mais fatores de risco, mas com angina ou ICC classe funcional 3 ou 4 = risco alto. Resposta: "A dosagem de creatinina representa um dos parâmetros a ser avaliado pelo índice". ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548447: Na colecistectomia convencional, o paciente é apropriadamente anestesiado e preparado. Depois será realizada uma incisão subcostal direita (Kocher) ou uma incisão na linha média, para que assim se tenha a exposição adequada com o auxílio de retratores, já que é essencial obter uma boa visualização da vesícula biliar, triângulo de Calot e ductos biliares. Depois que o cirurgião identificar as estruturas hepáticas, a vesícula biliar é apreendida com pinças e manipulada para uma melhor visualização. O ducto cístico é primeiro a ser identificado e dividido entre hemoclips, assim como a artéria cística. A vesícula biliar é removida usando eletrocauterização ou bisturi harmônico, e após a remoção o leito é inspecionado para identificar e corrigir qualquer sangramento ou vazamento de bile pelos ductos de Luschka. O abdômen é então fechado. A colangiografia cirúrgica ou a exploração do ducto biliar comum vai depender dos fatores associados a cálculos do ducto biliar comum, como bilirrubina elevada e ducto biliar comum dilatado (mais de 8 mm).3 Se a vesícula biliar estiver tensa e distendida pela inflamação é realizada uma drenagem com uma agulha de descompressão antes de iniciar o caso. Os ductos de Luscka são uma variação anatômica: ductos biliares medindo 1-2 mm de diâmetro que estão tipicamente situados dentro da fossa da vesícula biliar, no aspecto inferior do lobo hepático direito, sendo ou um ducto solitário ou uma rede de múltiplos dúctulos interconectantes. Podem drenar tanto para árvore biliar intra-hepática (conectados através de ductos subsegmentares no fígado) ou extra-hepática (conectado através do ducto hepático comum ou direito). Com relação às outras incisões citadas nas alternativas: - Incisão de Pfannenstiel: é uma incisão transversal abaixo do umbigo, permitindo acesso ao abdome e, principalmente, à pelve. Muito utilizado em cesarianas, por garantir um bom acesso e esteticamente aceitável, já que se situa em um local facilmente encoberto. - Incisão de McBurney: é a mais usada para acessar o apêndice cecal na apendicectomia aberta. Trata-se de uma incisão oblíqua, perpendicular à linha imaginária que une a cicatriz umbilical à crista ilíaca anterossuperior, contendo o ponto de McBurney, de comprimento variando de 5 a 10 cm, conforme espessura do panículo adiposo. - Incisão de Rocky-Davis: trata-se de uma incisão transversa, realizada a cerca de 2 cm abaixo da cicatriz umbilical, na linha médio-clavicular, com cerca de 5 cm de extensão. Pode ser uma forma de iniciar a apendicectomia aberta. Resposta: letra E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548456: O warfarin é um anticoagulante oral que bloqueia a etapa dependente de vitamina K na síntese de determinados fatores de coagulação, mais precisamente os fatores II (protrombina), VII, IX e X (conhecidos como vitamina K dependentes). Sua anticoagulação é controlada pelo tempo de protrombina, padronizado internacionalmente na forma de INR (ou RNI). Indivíduos anticoagulados após um episódio de trombose venosa profunda geralmente apresentam INR entre 2 e 3. Antes de cirurgias eletivas, o warfarin deve ser suspenso por cinco dias no pré-operatório devido a sua meia-vida prolongada (36 a 42 horas). Após este período devemos solicitar um novo INR; caso este valor seja ≤ 1,4, a cirurgia eletiva pode ser realizada. Mas vamos ver o que aconteceu... A conduta descrita no enunciado foi correta, mas quando o INR foi solicitado após cinco dias de interrupção, o INR ainda permaneceu elevado, com um valor de 1,9... O que devemos fazer? Como não estamos lidando com uma cirurgia emergencial, não há necessidade de correção imediata do INR com a infusão de plasma fresco congelado; nessa situação o paciente correria os riscos de receber um hemoderivado, sem necessidade... Nesse caso, o correto é a administração de vitamina K, com intuito de aumentar o pool de fatores vitamina K dependentes. A ampola de 1 ml da vitamina contém 10 mg/ml. A administração pode ser subcutânea ou intramuscular. Muitos serviços administram o conteúdo da ampola (ou apenas metade, ou seja, 0,5 ml) por via oral. Quando o INR é > 1,5, textos americanos recomendam o uso de baixas doses por via oral (1 a 2 mg), com solicitaçãodo INR no dia seguinte. Caso a administração seja parenteral, uma nova checagem do INR pode ser feita após seis horas. Como há prolongamento do INR, devemos evitar as injeções intramusculares. Dessa forma, a opção correta é a D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548460: O termo genitália ambígua, ou genitália atípica (que é um termo mais atual), descreve uma situação na qual não é possível a caracterização de uma genitália externa como sendo feminina ou masculina. A principal condição que leva ao desenvolvimento de uma genitália atípica sem gônadas palpáveis é a hiperplasia adrenal congênita. Nesta desordem, ocorre uma deficiência enzimática que prejudica a síntese de cortisol (com ou sem o prejuízo na síntese de mineralocorticoides). Os precursores destas vias metabólicas se acumulam e são desviados para a síntese de androgênios. Tal processo pode ter início ainda durante a vida intrauterina e promover a virilização de uma genitália feminina. A principal forma desta condição está relacionada com a deficiência da enzima 21-hidroxilase, que participa tanto da via de síntese do cortisol quanto dos mineralocorticoides. Há diversos graus de gravidade desta deficiência. Na forma clássica, perdedora de sal, a deficiência é máxima e, partir da segunda semana de vida, a criança manifesta-se com vômitos e desidratação, com as típicas alterações relacionadas à falta de aldosterona (hiponatremia e hipercalemia). O tratamento na fase aguda é a reposição hídrica e de hidrocortisona, com ação glicocorticoide e mineralocorticoide. Em relação às demais opções, temos o seguinte: As desordens nos receptores de androgênios podem levar ao desenvolvimento de genitália atípica, mas não cursam com as demais alterações descritas. A deficiência da enzima 11-beta-hidroxilase também leva à hiperplasia adrenal congênita, mas não há falta de aldosterona – pelo contrário, há excesso de mineralocorticoides. Além disso, é uma causa muito menos frequente. A deficiência de 17-hidroxilase é outra causa de hiperplasia adrenal congênita, porém rara. Nesta forma há alterações na função adrenal e também gonadal; ocorre excesso de mineralocorticoides, com hipertensão, e também infantilismo sexual, pelas alterações nas gônadas. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548466: Estamos diante de um lactente de dois anos com febre, dor abdominal e sibilância, além de outros comemorativos. Nesse caso, precisamos lembrar da toxocaríase. O quadro típico é uma criança entre os dois e sete anos, com antecedentes pessoais de pica e geofagia e contato com cachorros em casa. Os sinais e sintomas clássicos estão associados com a migração larvar pulmonar e hepática, incluindo dor abdominal, anorexia, febre, tosse, sibilância e hepatomegalia. Laboratorialmente existe eosinofilia, habitualmente superior a 2000 células por mm3, leucocitose e hipergamaglobulinemia. Um dado muito importante que corrobora para a hipótese é a descrição de granulomas hepáticos. A leucemia eosinofílica crônica é caracterizada quando se observa evidência de expansão clonal, inclusive com aumento do número de mieloblastos. A presença de eosinofilia na ausência de fator desencadeante e sem evidência de clonalidade em paciente com lesão orgânica é denominada síndrome hipereosinofílica - o que não é o caso desse paciente. Ascaridíase é uma infecção causada pelo Ascaris lumbricoides. Infecções leves podem ser assintomáticas. Os sintomas iniciais são pulmonares (tosse, sibilos); mais tarde, ocorrem sintomas gastrointestinais, com cólicas ou dor abdominal decorrentes da obstrução do lúmen gastrintestinal (intestinos ou ductos biliares ou pancreático) por vermes adultos - que também não é o caso apresentado. Esquistossomose é a infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em contato com águas contaminadas. Os parasitas infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato geniturinário. Sintomas agudos são dermatite, seguida após várias semanas por febre, calafrios, náuseas, dor abdominal, diarreia, mal-estar e mialgia. E, por fim, não há dados para pensarmos em tuberculose disseminada. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548470: Vamos analisar as alternativas: A letra A está errada; o ecocardiograma deve ser solicitado ainda na maternidade ou estar agendado para quando o recém-nascido receber alta, visto que 50% das crianças apresentam cardiopatias, mesmo sem ausculta de sopros cardíacos. A mais comum é o defeito do septo atrioventricular total. Caso o primeiro exame esteja normal não é necessário repeti-lo. A letra B está correta; a função tireoideana deve ser avaliada ao nascimento (triagem neonatal), aos 6 e aos 12 meses e, em seguida, anualmente. Existe um risco de 1,4% de hipotireoidismo congênito e 14% a 66% ou mais de hipotireoidismo ao longo da vida. A letra C está errada; o cariótipo não é obrigatório para o diagnóstico da SD, mas é fundamental para orientar o aconselhamento genético da família. No último documento da SBP de 2020 (DIRETRIZES DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN), encontramos o seguinte "Em caso de suspeita clínica de SD deve-se sempre solicitar o exame confirmatório pelo estudo citogenético (cariótipo) e encaminhar a família para aconselhamento genético com médico geneticista." A letra D está errada; na verdade o hemograma é o exame recomendado ao nascimento (não mielograma). O exame tem a função de afastar alterações hematológicas como reações leucemoides, policitemia, leucemia e doença mieloproliferativa transitória, que acomete 5% a 10% das crianças com SD. O hemograma deve ser realizado aos 6 e 12 meses de vida e anualmente ao longo da vida. A letra E está errada; as avaliações de acuidade auditiva e visual deverão ser realizadas aos 6 e aos 12 meses e, após essa idade, de forma anual. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548471: A displasia do desenvolvimento do quadril compreende um espectro de imaturidade do desenvolvimento dessa articulação - a apresentação clínica pode variar desde uma displasia leve até luxação franca. O rastreamento desta condição, através das manobras de Barlow e Ortolani, é obrigatório durante o acompanhamento de um recém-nascido. Se houver alteração, a recomendação é que seja realizado o ultrassom da articulação, o exame de escolha para a confirmação diagnóstica. Vamos analisar cada afirmativa, aproveitando para recordar como são feitas as manobras citadas e aprender sobre alguns sinais que podem apontar para o diagnóstico desta condição: a) INCORRETA. A descrição das manobras está invertida. A manobra de Ortolani verifica se o quadril já está luxado - o examinador faz uma abdução da perna e tração da coxa para cima e, na presença de um "click", o teste é considerado positivo, pois significa que o quadril estava luxado e com a manobra, retornou para o acetábulo. A manobra de Barlow serve para mostrar se o quadril é luxável - o examinador faz adução da coxa e força-a para baixo. Na presença de instabilidade articular, o quadril irá luxar, ou seja, a cabeça femoral deslizará para fora do acetábulo. b) INCORRETA. O sinal de Galeazzi, também chamado de sinal de Allis, consiste na diferença de altura dos joelhos quando a criança está em decúbito com as coxas e os joelhos fletidos. O lado acometido apresenta altura mais baixa do joelho. c) INCORRETA. O sinal de Trendelenburg é encontrado em crianças mais velhas e é caracterizado por desvio do tronco para o lado afetado e queda do quadril para o lado oposto quando a criança fica em pé apoiado apenas no membro do lado afetado. d) CORRETA. Conforme explicado na alternativa A, a manobra de Ortolani mostraque o quadril está luxado mas é redutível, enquanto a manobra de Barlow mostra que o quadril é luxável. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548475: A banca abordou de forma bem típica uma condição bastante comum na prática pediátrica: a bronquiolite viral aguda. Para chegar ao diagnóstico, basta que você organize seu raciocínio da seguinte forma: trata-se de uma criança com uma infecção respiratória aguda que acomete o trato respiratório inferior, como indicado pela presença de taquipneia (como não há estridor, não há doença nas grandes vias de condução extrapleurais). O principal diagnóstico diferencial infeccioso nesses casos, nessa faixa etária, é entre a pneumonia bacteriana e a bronquiolite viral aguda. O diagnóstico de asma, indicado na letra B, deve ser considerado diante da presença de episódios repetidos de sibilância, principalmente se associados a outros fatores de risco, como dermatite atópica, história familiar de asma e rinite alérgica. A broncodisplasia pulmonar, lembrada na letra D, é uma doença que acomete recém-nascidos prematuros, com tempo de oxigenoterapia prolongado, mas não há relato de que essa criança tenha apresentado problemas respiratórios desde o seu nascimento. A traqueobronquite, hipótese na letra E, costuma ser complicação de laringotraqueíte, e não há história prévia de rouquidão ou estridor. Assim, de fato, o diagnóstico diferencial principal é entre as duas condições já mencionadas. A presença da sibilância é o grande marcador clínico usado para o diagnóstico da bronquiolite viral aguda. A infecção da mucosa bronquiolar causa edema, acúmulo de muco e restos celulares no lúmen do bronquíolo, promovendo a redução do calibre e o surgimento dos sibilos. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548484: A questão descreve uma paciente de 47 anos, com diagnóstico prévio de carcinoma epidermoide de colo uterino, ainda sem tratamento, que evolui com crise hipertensiva e aumento importante dos níveis de creatinina. A ultrassonografia de vias urinárias revelou dilatação ureteral bilateral acentuada. A nossa principal hipótese diagnóstica é a obstrução ureteral secundária ao tumor de colo uterino avançado. Nesse contexto, devemos lembrar que a presença de hidronefrose classifica a doença como estádio IIIB. A melhor conduta nesses casos é a radioterapia associada à quimioterapia. Embora a cirurgia exclusiva tenha a vantagem de preservar a função ovariana e vaginal, a quimiorradiação posterior à cirurgia aumenta a morbidade. Por isso, recomenda-se a quimiorradiação como tratamento primário. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548488: Temos uma paciente com incontinência urinária com exame urodinâmico evidenciando perda de pressão à manobra de Valsava de 20cmH2O. Letra A: incorreta. A bexiga neurogênica é a condição na qual ocorrem contrações não inibidas (CNI) consequentes à lesão neurológica associada. Nestas situações, ocorrem disfunções do arco reflexo sacral, do córtex cerebral e/ou de outros centros neurológicos fundamentais ao controle voluntário e involuntário da atividade vesical, e isso determina CNI seguidas de relaxamento do esfíncter uretral, de forma abrupta e involuntária. A alteração da pressão de perda à manobra de Valsalva não caracteriza a bexiga neurogênica. Letra B: correta. A pressão de perda consiste na pressão intravesical que leva à perda de urina pela uretra ao esforço, sugerindo qual a pressão que a uretra suporta (pressão intrauretral). Quando a pressão de perda for menor que 60 cmH2O, fica caracterizado o defeito esfincteriano intrínseco, forma mais grave da incontinência urinária de esforço. Assim, como há descrição de pressão de perda de 20 cmH2O, valor menor do que 60, temos defeito esfincteriano. Letra C: incorreta. Valores de pressão de perda à manobra de Valsalva superiores a 90 cmH2O sugerem hipermobilidade do colo vesical, o que indica que o esfíncter uretral está íntegro. Portanto, como há descrição de pressão de perda de 20 cmH2O, valor menor do que 60, temos defeito esfincteriano, não hipermobilidade uretral. Letra D: incorreta. A Hiperatividade Detrusora (HD) é uma condição eminentemente urodinâmica determinada por contrações involuntárias do detrusor, desencadeada espontaneamente ou em resposta a estímulos, durante a fase de enchimento vesical. A HD não provoca alteração da pressão de perda à manobra de Valsalva. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548490: Vamos avaliar as afirmativas a respeito da fisiologia normal do ciclo menstrual. Letra A: incorreta. O hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotro- fina (GnRH) que regula a liberação tanto do hormônio folículo estimulante (FSH) quando do hormônio luteizante (LH). Letra B: incorreta. O estradiol caracteriza-se por níveis séricos baixos na fase folicular inicial (início de cada ciclo menstrual) com rápida elevação na fase folicular tardia, até um pico no meio ciclo, que ocorre 24h antes do pico de LH. Letra C: correta. A fase inicial do crescimento folicular envolve respostas que não dependem da regulação hormonal. O mecanismo regulador do crescimento parece se encontrar no próprio ovário. A transformação de um folículo do pool em repouso (primordial) para o pool em crescimento parece depender de trocas de sinais entre óvulo/células da granulosa/células da teca e das interações com a matriz extracelular e fatores de crescimento. Essa fase parece ser independente de FSH porque não existem receptores de FSH no folículo primordial. Letra D: incorreta. As células da teca, externas ao folículo e que também se proliferam, produzem os primeiros esteroides da cascata, ou seja, progesterona e androgênios, pelo estímulo do LH. Os androgênios, por sua vez, entram nas células da granulosa por difusão e, por ação da enzima aromatase, se convertem em estradiol pelo estímulo do FSH. Assim, o FSH estimula ação da aromatase, que converte os androgênios produzidos pela teca em estradiol e estrona. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548494: Essa questão descreve uma gestante apresentando amniorrexe há 3 dias, elevação da frequência cardíaca (apesar de ainda não haver taquicardia), febre e leucocitose com desvio à esquerda. A principal hipótese diagnóstica é, portanto, de corioamnionite, que é uma indicação absoluta de interrupção da gestação independentemente da idade gestacional pelos riscos maternos e fetais. A conduta adequada consiste em internação hospitalar, antibioticoterapia e interrupção da gestação, preferencialmente por via vaginal, para não disseminar a infecção pela cavidade peritoneal. Não há a possibilidade de conduta conservadora nem mesmo tempo para realização de corticoterapia. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548500: A questão descreve uma gestante com 23 semanas apresentando dor na perna esquerda há três dias, edema deste membro com assimetria em relação ao outro e hiperemia. Estes dados sugerem uma trombose venosa profunda (TVP), que possui um risco aumentado durante a gestação em comparação com pacientes não gestantes. Dentre as afirmativas, a única errada é aquela sobre a warfarina, pois ela ultrapassa a placenta e deixa o feto também anticoagulado, com risco de sangramento intraútero e até mesmo óbito fetal. O anticoagulante de eleição na gravidez é a heparina, preferencialmente a de baixo peso molecular. Utilizamos normalmente a enoxaparina 1mg/kg a cada 12h para terapia anticoagulante inicial, que deve ser iniciada prontamente na suspeita clínica enquanto se aguarda o doppler ouduplex scan de membros inferiores. Este exame é de baixo custo e possui alta acurácia para este diagnóstico, sendo o primeiro a ser solicitado. Caso não seja conclusivo, é possível solicitar angiotomografia ou angiorresonância magnética. A dosagem do D-dímero não é recomendada na gestação pois ele aumenta fisiologicamente na gravidez. Resposta: os warfarinicos são os medicamentos de eleição, sendo a primeira escolha na anticoagulação empírica nessa suspeita clínica. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548507: Vamos analisar essa questão com base na lista atual das doenças e agravos de notificação compulsória, presente na Portaria nº 3.418, de 31 de agosto de 2022. Letra A: correta. A leishmaniose visceral é de notificação semanal; a doença Meningocócica e outras meningites são de notificação imediata e o acidente por animal peçonhento é de notificação imediata. Letra B: incorreta. A leptospirose é de notificação imediata; a disenteria por E. coli não é de notificação compulsória e o acidente por animal peçonhento é de notificação imediata. Letra C: incorreta. Os casos de dengue (independente da prova do laço) são de notificação semanal; a cardiopatia chagásica não é de notificação compulsória e a toxoplasmose em idoso não é de notificação compulsória. Na verdade, a toxo gestacional e congênita é que é de notificação compulsória. Ambas, de forma semanal. Letra D: incorreta. A doença mão-pé-boca não é de notificação compulsória; a doença Meningocócica e outras meningites são de notificação imediata e a violência contra o idoso é de notificação semanal. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548509: Questão puramente conceitual. Vamos analisar cada alternativa, para adequar conforme a definição apresentada no enunciado. Letra A: incorreta. O termo citado não é contemplado nos principais documentos do ministério da saúde. Letra B: incorreta. A notificação compulsória imediata, compreende a periodicidade de notificação a ser realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível; Letra C: correta. O conceito de notificação compulsória negativa está correto: representa a comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória. Letra D: incorreta. A notificação compulsória semanal deve ser realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo. Letra E: incorreta. Compreende a notificação ser realizada conforme o modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548512: A transição demográfica e epidemiológica resultando no envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida significa crescente incremento relativo das condições crônicas. A crise contemporânea dos sistemas de saúde caracteriza-se pela organização da atenção em sistemas fragmentados voltados para a atenção às condições agudas, apesar da prevalência de condições crônicas, e pela estrutura hierárquica e sem comunicação fluida entre os diferentes níveis de atenção. Nesse sentido, é mister avaliarmos a situação do Brasil e o perfil da situação de saúde vigente caracterizado pela chamada “tripla carga de doenças”, em que há presença concomitante das doenças infecciosas e carenciais, das causas externas e das doenças crônicas. A solução para o SUS consiste em restabelecer a coerência entre a situação de saúde de tripla carga de doenças e o sistema de atenção à saúde em prática, pela implantação de redes de atenção à saúde bem estruturadas e organizadas. Tanto é assim que uma das diretrizes do SUS e da RAS operacionalizadas na AB é a própria “ordenação da rede”. Resposta: letra E. Outros autores ainda atualizaram essa definição, dizendo que a “tripla carga de doenças” envolve, ao mesmo tempo: uma agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva; o desafio das doenças crônicas e de seus fatores de riscos, como o tabagismo, o sobrepeso e a obesidade, a inatividade física, o estresse e a alimentação inadequada; e o forte crescimento da violência e das causas externas. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548517: Vamos analisar o desenho do estudo citado no enunciado: "Um grupo de pesquisadores pretende avaliar a associação entre tabagismo e episódios de pneumonia bacteriana entre adultos em certa comunidade. " Trata-se de um estudo observacional onde não há intervenção. "decidem acompanhar toda a população adulta de uma pequena cidade e registrar todos os casos de pneumonia bacteriana ao longo de um ano." Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, ou seja, os observadores acompanham os pacientes ao longo do tempo. "A informação sobre a exposição ao tabaco será obtida através de um questionário, o qual será enviado por correio antes do início do estudo." Trata-se de um estudo individuado onde cada indivíduo é analisado. Portanto, estamos diante de um estudo: individuado, observacional e longitudinal prospectivo, mais conhecido como estudo de coorte. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548519: Para acertar essa questão, que tal relembrarmos de um trecho da lei nº 8.142: “Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária; III - plano de saúde; IV - relatórios de gestão; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.” Resposta: letra E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548419: Sabemos que, se tratando de efeito adverso relacionado ao uso de estatinas, a miotoxicidade sempre recebe destaque. No entanto, em menos de 0,1% dos pacientes é que se observa miopatia grave, e esta, quando ocorre, geralmente tem alguma outra condição predisponente por trás, como hipotireoidismo, doenças neuromusculares, uso concomitante de outras drogas (bloqueadores dos canais de cálcio, fibratos...) e exercício físico extenuante. Assim, um paciente que é usuário crônico de estatinas e que após uma prática de atividade física intensa evoluiu com mialgias,"urina escura" (provavelmente à custa de mioglobinúria) e retenção de escórias nitrogenadas, provavelmente desenvolveu uma rabdomiólise. A injúria renal aguda ocorre por conta da lesão tubular direta causada pela mioglobina (que funciona como uma nefrotoxina), que também promove obstrução do lúmen tubular, culminando em necrose tubular aguda (o que é sugerido pelo sódio urinário > 40). Alternativa A correta. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548420: Paciente diabético, hipertenso, arteriopata, e portador de doença renal crônica queixa-se de dor óssea — o diagnóstico mais provável é osteodistrofia renal: observe o aumento do paratormônio, o fósforo aumentado e o cálcio iônico baixo. Lembre-se de que o efeito deflagrador dessa condição é a queda do cálciocirculante, motivada pela hiperfosfatemia e pela deficiência de vitamina D, que impede a adequada absorção intestinal de cálcio. O tratamento é feito justamente revertendo tais alterações, utilizando quelantes do fósforo, como o sevelâmer ou sais de cálcio — ficamos entre B e C... Observe, na imagem da esquerda — radiografia da mão — o chamado tumor marrom, que pode ser prevenido utilizando-se os referidos quelantes. Na imagem da direita se vê o achado conhecido como calcinose tumoral urêmica, que pode ser precipitada pela utilização de sais de cálcio. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548421: Vamos aproveitar esta questão para revisar o acometimento articular da artrite psoriásica! E ela está baseada na Portaria Conjunta nº 16, de 17 de novembro de 2020, que aprovou o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da artrite psoriática. Temos aqui o trecho que respondia a questão: “Artrite periférica: Dor e aumento de partes moles ou derrame articular em articulações periféricas ou alterações radiológicas, independentemente do método utilizado (RX, US, TC ou RM). Cinco subtipos clássicos de acometimento articular são descritos: oligoarticular (quatro ou menos articulações e geralmente em distribuição assimétrica); poliarticular (cinco ou mais articulações, podendo ser simétrico e semelhante à artrite reumatoide); distal (articulações interfalângicas distais das mãos, pés ou ambos, geralmente ocorrendo com outros subtipos); artrite mutilante (artrite destrutiva com reabsorção óssea acentuada ou osteólise); e acometimento axial”. (letras B, C, D e E: CORRETAS) Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548424: De forma geral, a anticoagulação de indivíduos com DRC cujo clearance de creatinina é superior a 30 ml/min não difere da população geral. A partir desse valor, há um problema: como os novos anticoagulantes orais (NOAC) têm, em sua maioria, metabolização renal, distúrbios funcionais do rim podem tornar seus efeitos imprevisíveis. Assim, o uso dessas drogas não é tão seguro... Alguns estudos já avaliaram a varfarina nesse contexto. Aparentemente, trata-se da droga mais segura nessa circunstância. Por isso, é a preferência para esses indivíduos. Dizer que os NOAC são contraindicados pode ser precipitado, mas não há muitos estudos que comprovem sua segurança. Caso optemos por alguma destas medicações mais recentes, a escolha recai sobre o apixaban, já que possui menor “dependência” do rim. Já o dabigatran deve ser evitado “a todo custo”, já que grande parte do seu clearance se dá através do rim. Dessa forma, a melhor resposta é, de fato, a letra (B). ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548429: A questão traz paciente que preenche critérios para caso suspeito de FEBRE MACULOSA, ou seja, indivíduo que apresenta febre de início súbito, cefaleia, mialgia e que tenha relatado história de picada de carrapatos, e/ou tenha tido contato com animais domésticos e/ou silvestres, e/ou tenha frequentado área de transmissão de febre maculosa, nos últimos 15 dias. Temos uma pista epidemiológica para contato com carrapatos pela história de múltiplas picadas em membros inferiores após acampamento em região de trilha e cachoeira! Outra definição de caso suspeito, de acordo com o Ministério da Saúde, é qualquer pessoa que apresente febre de início súbito, cefaleia e mialgia, seguidas de aparecimento de exantema maculopapular, entre o segundo e o quinto dias de evolução, e/ou manifestações hemorrágicas. A febre maculosa, denominação utilizada para as riquetsioses no Brasil, é uma doença infecciosa febril aguda causada por riquétsias transmitidas por carrapatos, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas, até formas graves com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa brasileira, causada pela Rickettsia rickettsii, é a riquetsiose mais prevalente e reconhecida. Novas riquetsioses, também causadoras de quadros clínicos da febre maculosa, têm sido confirmadas em diversas regiões do País Todo caso suspeito de febre maculosa requer notificação compulsória e investigação por se tratar de doença grave. Um caso pode significar a existência de um surto, o que impõe a adoção imediata de medidas de controle. O método sorológico mais utilizado para o diagnóstico das riquetsioses (padrão-ouro) é a reação de imunofluorescência indireta (Rifi). Em geral, os anticorpos são detectados a partir do sétimo até o décimo dia de doença. Os anticorpos IgM podem apresentar reação cruzada com outras doenças (dengue, leptospirose, entre outras), portanto devem ser analisados com critério. Já os anticorpos IgG aparecem pouco tempo depois dos IgM, e são os mais específicos e indicados para interpretação diagnóstica. Deve-se coletar a primeira amostra de soro nos primeiros dias da doença (fase aguda), e a segunda amostra de 14 a 21 dias após a primeira coleta. A presença de aumento de quatro vezes nos títulos de anticorpos, observado em amostras pareadas de soro, é o requisito para confirmação diagnóstica pela sorologia (LETRAS C e D INCORRETAS). A partir da suspeita de febre maculosa, a terapêutica com antibióticos deve ser iniciada imediatamente, não se devendo esperar a confirmação laboratorial do caso. A droga de escolha para o tratamento, é a DOXICICLINA, na dose de 100 mg, de 12 em 12 horas, por via oral ou endovenosa, a depender da gravidade do caso, devendo ser mantida por 3 dias após o término da febre (LETRA B INCORRETA). Não é recomendada a antibioticoterapia profilática para indivíduos assintomáticos que tenham sido recentemente picados por carrapatos, uma vez que dados da literatura apontam que tal conduta poderia, entre outras consequências, prolongar o período de incubação da doença. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548432: Temos um paciente com sintomas respiratórios compatíveis com tuberculose pulmonar. Organizando a investigação deste paciente: o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) é o método de escolha sempre que disponível. A baciloscopia também é uma ferramenta diagnóstica importante, mas geralmente coletamos pelo menos duas amostras, uma na primeira consulta e outra na manhã seguinte (deve ser o método de escolha na ausência do teste rápido). Para a população geral, a investigação é feita inicialmente apenas com o teste rápido; em caso de positividade deste, a cultura com TSA (Teste de Sensibilidade Antimicrobiana) será necessária. Na suspeita de TB com TRM-TB negativo e persistência do quadro clínico, também se deverá realizar cultura e TSA. No caso de populações mais vulneráveis (em situação de rua, privados de liberdade, indígenas, profissionais de saúde, contatos de tuberculose drogarresistente e pessoas vivendo com HIV), a investigação é feita, desde o início, com o teste rápido MAIS a cultura com TSA. Reparem que nosso paciente é contactante de uma pessoa que abandonou o tratamento, o que pode configurar risco de resistência! Além disso, devemos solicitar radiografia de tórax em busca de imagens sugestivas de atividade de TB, como cavidades, nódulos, consolidações, massas, processo intersticial (miliar), derrame pleural e alargamento de mediastino (ou mesmo de sequelas). Devemos ainda oferecer o teste anti-HIV a todos os pacientes com diagnóstico de tuberculose, o que é explicado pela grande associação entre estas doenças. O paciente deve ser orientado quanto ao uso de máscara cirúrgica – a máscara de tecido foi uma estratégia de exceção durante a pandemia de COVID-19, enquanto a N-95 deve ser usada por profissionais de saúde que o atendem, não pelo paciente. Nunca se esqueça de investigar contactantes para tuberculose latente ou tuberculose ativa. Resposta: letra C. ht tp s://t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548433: Em suma, o paciente do caso apresenta um quadro arrastado de: 1- Úlcera cutânea: o acrônimo PLECT reúne dermatoses que podem cursar com lesões úlceroverrucosas e inclui Paracoccidioidomicose, Leishmaniose tegumentar, Esporotricose, Cromomicose e Tuberculose cutânea. 2- Pneumopatia: tosse seca e radiografia com infiltrado reticulo-nodular difuso, semelhante à uma tuberculose pulmonar. 3- Sintomas constitucionais: astenia e regular estado geral. Somando todos esses dados, fica evidente que a principal hipótese é a paracoccidiodomicose! Aliás, guarde sempre o vínculo cerebral: a paracoccidioidomicose costuma se apresentar de forma semelhante tuberculose pulmonar em um paciente proveniente da zona rural. Para que não fique nenhuma dúvida, o autor foi ainda mais enfático ao colocar a presença de células leveduriformes com brotamento em roda de leme na análise histopatológica da lesão. Sempre que o enunciado descrever o aspecto anatomopatológico em "roda de leme", lembre do paracoco como agente causador! Outro dado interessante que a questão trouxe: o paciente encontra-se hipotenso, com hiponatremia e hipercalemia. Isso porque a paracoccidioidomicose pode acometer as adrenais do paciente, gerando um quadro de insuficiência adrenal primária (doença de Addison)! Nesta condição, a glândula perde a capacidade de secretar tanto glicocorticoides, quanto mineralocorticoides (hipoasldosteronismo). A consequência é a perda renal de sal, justificando os achados supracitados. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548436: Paciente jovem com quadro viral respiratório de início há 14 dias, evolui com tetraparesia flácida, ascendente, arreflexa com comprometimento da musculatura respiratória. O enunciado nega que existam alterações de continência urinária, fecal ou pressórica, o que fala contra a possibilidade de disautonomia associada. De acordo com a historia de uma infecção viral prévia e o quadro clínico neurológico apresentado, não fica muita dúvida que este paciente apresenta um quadro de síndrome de Guillain Barré, que é uma polirradiculoneurite aguda. Dados que fortalecem o diagnóstico são o achado de dissociação proteíno-citológica no líquor (aumento de proteína com celularidade normal) e uma eletroneuromiografia com padrão desmielinizante ou axonal (Letra C correta). Nas miopatias, o curso clínico tende a ser de uma fraqueza proximal, simétrica, progressiva e os reflexos costumam estar presentes (Letra A incorreta). Na mielite transversa temos um nível sensitivo bem definido e não é incomum termos retenção urinária ou constipação associados, além de sinais de disautonomia (Letra B incorreta). Por fim, a neuropatia do doente crítico ocorre em pacientes que permanecem internados por longos períodos em terapia intensiva ou que apresentem quadros clínicos graves (sepse, falência multiorgânica) (Letra D incorreta). Resposta: Letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548438: O Delirium é um distúrbio agudo, transitório e geralmente reversível da cognição e do nível de consciência, caracterizado pelo aspecto flutuante e com marcada desatenção pelo paciente. Muito comum em idosos, pode ser causado por quase qualquer distúrbio orgânico, procedimentos cirúrgicos, uso de fármacos, confinamento em unidade de internação, entre outros. No caso acima, o fator precipitante foi um quadro infeccioso pulmonar. O tratamento do delirium consiste principalmente na correção da causa e remoção de fatores agravantes, cuidados de suporte como orientação temporo-espacial frequente (informar data, hora e local), permitir uso de óculos e dispositivos auditivos para manutenção dos sentidos, entre outros. Quando presente, pode também ser necessário tratar a agitação, para proteçnao da equipe e do próprio paciente, evitando acidentes. As medicações de escolha nesse caso são da classe dos antipsicóticos, que tem ação sedativa aguda. O principal representante da classe, e amplamente disponível nos serviços hospitalares, é o haloperidol. É importante lembrar que o uso de benzodiazepínicos deve ser evitado nesse caso, pois podem agravar o estado confusional. Não há indicação para anti-depressivos ou anticolinesterásicos no delírium. Resposta letra C ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548442: Estamos diante de um paciente com dor anal após evacuações com estrias de sangue no papel de início há 4 semanas. Além disso, relata constipação há 8 semanas e fezes endurecidas. Nesse caso, devemos pensar em fissura anal! A fissura anal é uma das doenças anorretais benignas mais comuns e uma das causas mais comuns de dor anal e sangramento anal. Geralmente começam com um rompimento do anoderma na metade distal do canal anal. O rasgo então desencadeia ciclos de dor anal recorrente e sangramento, o que leva ao desenvolvimento de uma fissura anal crônica em até 40% dos pacientes. A cirurgia é reservada para pacientes que falham no tratamento conservador. Pacientes que não estão em risco de desenvolver incontinência fecal podem ser submetidos à esfincterotomia lateral interna, que é considerada o tratamento mais eficaz para a fissura anal. Agora vamos analisar as demais alternativas! Letra A: incorreta. A marca clínica de uma hemorroida interna é a presença de sangramento vivo, não doloroso, com protrusão intermitente do mamilo hemorroidário. Letra B: incorreta. A hemorroida externa usualmente não causa sintomas; lembre-se de que ela não se apresenta com sangramento, pois o plexo hemorroidário externo é recoberto por epitélio escamoso. Durante a higiene da região perianal, alguns pacientes se queixam de irritação local, prurido, às vezes dor discreta, ou sensação incômoda de tecido redundante. A condução das hemorroidas externas não é cirúrgica e os procedimentos ambulatoriais não são indicados para as hemorroidas externas. O evento inflamatório que complica as hemorroidas externas é a trombose. O quadro clínico é de congestão, edema e dor acometendo o plexo hemorroidário externo. A dor é aguda, latejante ou em queimação, de intensidade crescente e associada à sensação de plenitude anal. Letra C: incorreta. As fissuras anais podem ser secundárias à doença de Crohn, mas essa doença se caracteriza por dor abdominal, diarreia, perda de peso, anemia e fadiga. Letra D: correta. Como vimos, a principal hipótese diagnóstica é a fissura anal. Letra E: incorreta. A RCU, assim como a doença de Crohn pode apresentar hematoquezia, mas não se manifesta com dor anal. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548443: A questão deseja saber qual é a conduta frente a uma paciente de 24 anos com IMC de 32 kg/m2, que vem à consulta com um médico cirurgião e deseja realizar cirurgia bariátrica. Vamos analisar as alternativas! Letras A e D: incorretas. As indicações cirúrgicas seguem as recomendações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da resolução nº 2.172/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em relação ao IMC, as indicações clássicas sempre foram um IMC maior do que 40 kg/m2 ou maior do que 35 kg/m2 na presença de comorbidades ocasionadas ou agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada de forma eficaz. Além dessas indicações, de acordo com o CFM, é importante que exista falência de tratamento clínico da obesidade por, pelo menos, dois anos. Letra B: correta. Essa resolução do CFM também reconheceu a cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, com IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, sem resposta ao tratamento clínico convencional. Contudo, para que o procedimento seja autorizado é necessário quea indicação cirúrgica seja feita obrigatoriamente por dois endocrinologistas, mediante parecer fundamentado atestando a REFRATARIEDADE ao tratamento clínico otimizado com uso de antidiabéticos orais e/ou injetáveis e com mudanças no estilo de vida. Nesse caso, a melhor orientação seria iniciar medidas clínicas para a perda de peso, como deita e atividade física. Letra C: incorreta. Apesar da cirurgia metabólica ser indicada para pacientes acima de IMC 30 kg/m2 na presença de diabetes mellitus tipo 2, a resolução nº 2.172/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM) preconiza que essa cirurgia só pode ser indicada para pacientes entre 30 e 70 anos. Letra E: incorreta. O médico cirurgião não deve realizar o procedimento, apesar da vontade da paciente, pois ela não se enquadra nas recomendações da SBCBM nem da resolução do CFM. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548444: Entre as alternativas, estão os quatro músculos componentes do manguito: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular. Agora, qual será – dentre eles – o músculo envolvido? A rotação interna do ombro é função do músculo subescapular, ação que pode ser avaliada pela manobra de Gerber Vejamos as demais alternativas... Letra A: incorreta. O redondo menor não é protagonista de um movimento, atual como auxiliador dos demais músculos do manguito, especialmente na rotação externa do ombro auxiliando o subescapular no movimento. Letra B: incorreta. O músculo supraespinhal faz abdução do ombro. Letra C: incorreta. O infraespinhal faz rotação externa do ombro. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548445: Antes de mais nada, a classificação de Stanford divide a dissecção aórtica em dois tipos: tipo A (67%): a dissecção envolve a aorta ascendente (tipos I e II de DeBakey); tipo B (33%): a dissecção é limitada à aorta descendente (tipo III de DeBakey). O paciente típico é um homem com mais de 50 anos de idade e o quadro se caracteriza por dor torácica muito intensa, geralmente localizada na região anterior e/ou na região interescapular. Este é o achado mais comum, embora a insuficiência aórtica possa ocorrer pelo envolvimento da valva aórtica, ocorre em mais da metade das dissecções ascendentes (C INCORRETA). Hemopericárdio e tamponamento cardíaco costuma ser a principal causa de óbito na dissecção aórtica aguda, devido à ruptura da aorta para o interior do saco pericárdico. Entretanto, trata-se de uma complicação mais vista na dissecção tipo A (A INCORRETA). O ecocardiograma transesofágico é o exame preferido nos pacientes instáveis hemodinamicamente, enquanto a RM e a TC podem ser métodos para pacientes estáveis. A aortografia, usada durante muitos anos como principal método diagnóstico, é um exame muito invasivo e utilizada basicamente nos casos de forte suspeita diagnóstica com os testes não invasivos (ETE, RM, TC) negativos ou inconclusivos (D INCORRETA). O tratamento cirúrgico está sempre indicado nas dissecções envolvendo a aorta ascendente (Stanford A), bem como nas dissecções “Stanford B” complicadas, caracterizadas por propagação da dissecção, dor contínua, sinais de ruptura iminente ao exame de imagem e comprometimento dos ramos aórticos principais. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548446: Evisceração de alças através de defeito paraumbilical nos remete a malformação de parede abdominal chamada gastrosquise. A gastrosquise é uma fenda que envolve toda a espessura da parede abdominal sem envolver o cordão umbilical. Invariavelmente, o defeito é localizado no lado direito do cordão umbilical. Alças intestinais e outros órgãos abdominais podem protruir através desta abertura, sem apresentar membrana peritoneal recobrindo o conteúdo exteriorizado, o que a diferencia da onfalocele. A gastrosquise pode ser diagnosticada por meio da ultrassonografia a partir da 12° semana de gestação. Seu principal diagnóstico diferencial é a onfalocele. A principal diferença entre as duas condições é o fato de esta última apresentar uma associação mais frequente com anomalias cromossômicas e outras malformações, o que modifica a conduta e aconselhamento pré-natal em cada caso. A onfalocele é uma herniação do conteúdo abdominal no interior da base do cordão umbilical. Trata-se de um saco recoberto por peritônio, sem pele, e o reparo cirúrgico deve ser imediato. A diástase do músculo reto abdominal é uma condição que ocorre quando há a separação dos músculos reto abdominal em qualquer localização ao longo da linha alba. Já a hérnia umbilical é um deslocamento anormal de tecido pela parede abdominal atrás da cicatriz umbilical. Por fim, a persistência do conduto onfalomesentérico decorre da não involução do ducto onfalomesentérico e resulta na fixação tubular persistente entre o íleo e a parede abdominal. A absorção incompleta do ducto onfalomesentérico resulta nas anomalias mais comuns do trato gastrointestinal. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548448: Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A história familiar de neoplasias das vias biliares é um dado de exterma importância na hora de considerar uma colecistectomia profilática. Letra B: correta. Em profissionais que realizarão missões marítimas ou aeroespaciais prolongadas, podemos considerar a colecistectomia profilática também, mesmo na ausência de sintomas. Letra C: incorreta. Apenas 20% a 30% dos pacientes com cálculos que são assintomáticos desenvolverão sintomas dentro de 20 anos. Letra D: incorreta. Os pacientes com colelitíase assintomática e presença de anemia hemolítica, como a anemia falciforme, por exemplo, deverão ser submetidos à colecistectomia profilática. Esses pacientes têm uma taxa extremamente alta de formação de cálculos pigmentares e a colecistite pode precipitar uma crise falcêmica. Letra E: incorreta. Em pacientes assintomáticos com cálculos > 2,5 cm, existe um risco aumentado para câncer de vesícula e também devemos realizar a colecistectomia. Vamos aproveitar para relembrar outras indicações de colecistectomia nos pacientes assintomáticos: 1. Vesícula em porcelana; 2. Pólipos de alto risco (idade > 60 anos, > 1 cm, crescimento documentado na USG seriada); 3. Cálculos grandes (> 2,5 cm); 4. Pólipo associado a cálculos; 5. Vesículas com anomalia congênita; 6. Doença hemolítica (ex: anemia falciforme). Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548449: Vamos aproveitar essa questão para relembrar alguns fatores que inibem a cicatrização: Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548450: Vamos analisar as alternativas: I- Correto. A definição de via aérea definitiva é a presença de uma sonda endotraqueal com balonete (“cuff”) insuflado, conectada a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida de oxigênio, e mantida em posição por meio de fixação apropriado. II - Correto. A presença de lesões vasculares cervicais podem cursar com hematomas importantes, que se não reconhecidos de imediato, podem cursar com insuficiência respiratória. Devem ser reconhecidos imediatamente, explorados e os pacientes devem receber via aérea definitiva o mais breve possível. III- A presença de queimaduras em vias aéreas, incluindo queimaduras extensas em região de pescoço devem ser manejadas com via aérea definitiva, de preferência tubo endotraqueal, para evitar edema de vias aéreas e insufici~encia respiratória aguda grave. IV- Incorreta. A cricotireoidostomia por punção é uma via aérea provisória, indicada para uso por no máximo 30 minutos, período em que consegue fornecer uma ventilaçãoe oxigenação razoável. Alternativa B está correta. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548452: Das técnicas citadas, a única que pode ser utilizada na correção de uma hérnia femoral é a de McVay. Esta técnica consiste na sutura do tendão conjunto no ligamento de Cooper através da abertura da parede posterior, ocluindo assim orifícios herniários femorais. Resposta: C ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548454: O autor apresenta um paciente com esofagite erosiva e úlcera duodenal visualizada por endoscopia e propõe duas etiologias para o quadro, a síndrome de Zollinger Ellison e a síndrome de Verner-Morrison. A síndrome de Zollinger Ellison caracteriza-se pela presença de um tumor, geralmente localizado no pâncreas, associado a neoplasia endócrina múltipla tipo I em 20% dos casos, em que há hiperprodução de gastrina, o que resulta em aumento da secreção de ácido clorídrico e úlceras pépticas em 95% dos casos. A síndrome de Verner-Morrison, no entanto, manifesta-se clinicamente por diarreia aquosa, hipocalemia e acloridria, ocorrendo em tumores produtores de peptídeos vasoativos (VIPomas). Gabarito: Alternativa B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548455: Questãozinha batida em prova, hein, pessoal? Vamos lembrar os sinais citados nas alternativas, todos sugestivos de apendicite aguda: - Sinal de Dunphy: dor na fossa ilíaca direita, que piora com a tosse (A certa). - Sinal de Rovsing é a dor em fossa ilíaca direita quando se realiza pressão sobre a fossa ilíaca esquerda (B errada). Sua origem reside no choque da onda de ar deslocada pela manobra contra o apêndice inflamado. - Sinal de Lenander consiste na diferença entre as temperaturas retal e axilar, que alcança um valor maior que 1ºC (C errada). - Sinal de Markle consiste na pesquisa da dor em choque — pede-se ao paciente que fique na ponta dos pés e depois solte o corpo sobre os calcanhares. O movimento da parede abdominal pode levar à localização da dor pelo paciente (D errada). - Não existe um "sinal de Alvarado" (E errada). Resposta: A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548457: Qual deve ser a nossa conduta frente a um quadro de contusão pulmonar? Devemos sempre nos preocupar com a dor e a função ventilatória, por isso, os pilares para o tratamento são: momitorização, analgesia, seja com opioides ou até mesmo bloqueio intercostal e oferecer oxigênio. Logo, gabarito letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548458: A succinilcolina é um bloqueador neuromuscular despolarizante e de ação ultracurta. Justamente por causa dessa rápida reversibilidade de ação (1 minuto), o que ocorre através da metabolização por estearases plasmáticas, essa droga é muito utilizada em situações de estomago cheio e intubação em sequência rápida (sem ventilação prévia). Dentre os feitos colaterais da succinilcolina, destacam-se a hipercalemia e a elevação das pressões intraocular e intracraniana, o que fazem dela uma contraindicação em pacientes hipercalêmicos, como a paciente nefropata em questão, bem como em pacientes com glaucoma de ângulo fechado e hipertensão intracraniana. Resposta certa: C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548461: Fazer diagnóstico de asma em uma criança de três anos não é uma tarefa fácil, mas a banca já facilitou a nossa vida e indicou esta hipótese. Diante de uma criança com menos de 5 anos que apresenta episódios frequentes de sibilância, com uso de beta dois agonista de curta duração mais do que duas vezes por semana, sintomas noturnos, limitação das atividades, já podemos considerar o início do tratamento de manutenção, que é feito pela etapa 2 com corticoide inalatório em dose baixa, por pelo menos três meses. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548462: Questão bastante difícil... Foi colocada aqui propositalmente, para que você se familiarize com alguns conceitos mais específicos da pediatria. Vamos avaliar cada afirmativa: Opção A: correta. Talvez a recomendação aí descrita tenha causado surpresa. O tratamento da sepse tem como pilar o início precoce da antibioticoterapia empírica - se não houver sinais de choque, pode ser iniciada em até 3 horas do reconhecimento do quadro. Se houver sinais de choque, deve ser iniciada ainda na primeira hora de atendimento. Esta é a recomendação que vem descrita no documento citado pela banca no enunciado. Opção B: incorreta. O tratamento empírico inicial é com droga de amplo espectro, mas assim que o agente e o perfil de sensibilidade forem identificados, devemos ajustar o antibiótico para o menor espectro possível. Opção C: incorreta: Idealmente, as culturas devem ser colhidas antes do início da antibioticoterapia - desde que isso não atrase o início do tratamento, implicando em pior prognóstico. Opção D: incorreta. Quando não houver disponibilidade de cuidados intensivos, a administração de volume deve ser mais cautelosa - se não houver hipotensão, não devemos fazer a reposição volêmica em bôlus, mas iniciar oferta hídrica de manutenção. Se houver hipotensão, devemos administrar bolus de cristaloide, 10-20 mL/kg, até no máximo 40 mL/kg. Nos serviços de saúde onde há a disponibilidade de cuidados intensivos (UTI pediátrica) podemos administrar bolus de cristaloide balanceado, 10-20 mL/kg, até no máximo 40-60 mL/kg, quando houver alteração na perfusão, com ou sem hipotensão. Opção E: incorreta. Diante de um choque séptico refratário a volume, as drogas vasoativas de escolha são epinefrina ou norepinefrina. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548464: Temos uma criança de um ano com anemia, reticulocitose, além de edema e dor em mãos. Quadros como esse devem nos chamar a atenção para a síndrome mão-pé, complicação clássica da anemia falciforme. Nessa situação, ocorre polimerização das hemácias na medula óssea, levando à congestão sanguínea e extravasamento de líquidos dos vasos locais – o edema se forma pelo fato de o osso ainda ser poroso (a síndrome mão-pé ocorre, tipicamente, em indivíduos entre um e três anos, faixa etária em que os ossos não estão “100% calcificados”). A leucocitose e a plaquetopenia são manifestações que podem ocorrer em diversas complicações da anemia falciforme e não apontam quadro infeccioso ou neoplásico associado. E as outras alternativas? Esferocitose: nessa condição, o paciente desenvolve hemólise crônica por déficit de alguma proteína do citoesqueleto do eritrócito. Com isso, a célula não consegue se deformar adequadamente, ficando mais suscetível à ação dos macrófagos esplênicos. O quadro clínico típico é de uma criança com esplenomegalia e hipercromia (a hemoglobina fica mais “concentrada” em uma célula de área menor). Talassemia: como sabemos, as síndromes talassêmicas podem se apresentar com gravidades variáveis. Na beta major, por exemplo, o paciente desenvolve hemólise significativa e, na minor, não há manifestações clínicas... De qualquer forma, não esperamos síndrome mão-pé nessa condição. Hemoglobinopatia C: indivíduos com essa condição se apresentam com quadro de hemólise leve, com HCM elevado (a hemácia é mais desidratada) e VCM reduzido. À hematoscopia, podemos observar cristais de hemoglobina – algumas áreas das hemácias ficam mais “vermelhas”, refletindo acúmulo desse pigmento ali. Também não cursa com síndrome mão-pé. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548469: Esse adolescente de 13 anos tem um quadro clínico sugestivode monucleose, caracterizado pela presença de febre há 7 dias, alterações em orofaringe como petéquias no palato, faringite exsudativa e edema de pálpebra (sinal de Hogland) acompanhado de adenomegalia cervical anterior e posterior. Junto a isto apresenta hepatoesplenomegalia corroborando ainda mais com o diagnóstico de mononucleose. A banca também descreveu uma erupção maculopapular que é o tipo de exantema mais encontrado nos quadros de mononucleose. De qualquer forma, esses são os comemorativos clássicos da síndrome de mononucleose infecciosa, que tem na infecção pelo vírus Epstein-Barr sua principal etiologia. A alteração hematológica característica das síndromes mono-like é a linfocitose absoluta (>4500 linfócitos/ mm³) ou relativa (>50%) com presença de linfócitos atípicos (>10%) no esfregaço periférico de sangue. A difteria cursa com uma membrana branca-acinzentada fortemente aderida às tonsilas. O paciente não preenche critérios suficientes para o diagnóstico de doença de Kawasaki. Infecção pelo adenovírus geralmente causa a febre faringoconjuntival e faringite estreptocócica não cursa com hepatoesplenomegalia e nem com edema periorbitário. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548472: O eritema tóxico neonatal é uma erupção cutânea benigna e autolimitada que pode ocorrer em até 60% dos recém nascidos a termo. É caracterizado por vesículas, pápulas e pústulas de até 3 mm de diâmetro, com halo eritematoso ao redor das lesões, que acometem a face e o tronco e em geral poupa as regiões palmar e plantar. O diagnóstico é clínico mas a avaliação complementar com o teste de Tzank (coloração do conteúdo das lesões) revela a presença de eosinófilos. Não há indicação de tratamento específico, já que o quadro tem resolução espontânea. A infecção por herpes cursa com lesões vesiculares e presença de outros sintomas sistêmicos, sendo uma infecção grave no período neonatal (alternativa A incorreta). O impetigo bolhoso caracteriza-se por infecção por estafilococos, que causa vesículas e bolhas flácidas com paredes finas. No período neonatal, esta infecção costuma causar lesão na região de fraldas (alternativa B incorreta). A melanose pustular transitória cursa com vesículas e pústulas desde o nascimento, que se rompem em 24 -48 horas e deixam máculas hiperpigmentadas com descamação. (alternativa D incorreta). Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548473: A descrição dos achados na ectoscopia indica a presença de uma celulite. O grande desafio nestes casos é a distinção entre duas condições: celulite orbitária (ou pós-septal) e a celulite periorbitária (ou pós-septal). Ambas podem ser complicações de um episódio de sinusite bacteriana aguda (a provável causa dos “dez dias de sintomas gripais” descritos no enunciado). A celulite periorbitária se distingue da orbitária por não cursar com manifestações de acometimento orbitário, apenas com inflamação palpebral (há acometimento somente dos tecidos pré-septais, localizados anteriormente ao septo orbital). Na celulite orbitária, há acometimento orbitário de fato, com envolvimento da musculatura e tecido gorduroso. Isso é evidenciado por alteração visual, dor e limitação à mobilização ocular e eventual proptose, ausentes neste caso. O prognóstico de ambas as condições é bem distinto; a celulite periorbitária é um quadro menos graves, enquanto a orbitária pode levar à perda visual. É aceito que as crianças com o quadro periorbitários sejam acompanhadas ambulatorialmente; os agentes etiológicos incluem os causadores da sinusite, como pneumococo, mas também Staphylococcus aureus. Há diversos esquemas descritos na literatura, como o uso de amoxicilina-clavulanato (o esquema será sempre determinado pelo perfil de resistência local). Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548476: Vamos analisar as alternativas sobre aleitamento materno. A letra A está incorreta; o leite posterior tem maior concentração de gordura. Esta gordura é que provê o maior aporte energético do leite e, por este motivo, é tão importante permitir que a criança permaneça em cada mama pelo tempo necessário. O leite anterior é rico em proteínas do soro e lactose. A letra B é a alternativa correta; o leite humano possui uma série de fatores imunológicos específicos e não específicos, conforme citados na afirmativa. A letra C está incorreta; a IgA secretória é a principal imunoglobulina no leite humano. Outras, como IgG e IgM, também estão presentes. E, por fim, a letra D está incorreta; alguns dos fatores de proteção podem ser totalmente ou parcialmente inativados pelo calor. É por esse motivo que costumamos dizer que o leite pasteurizado não tem o mesmo valor biológico que o leite cru. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548477: A criança apresentada pela banca tem características clínicas de uma intolerância à lactose. Nesse quadro, há uma má absorção de lactose por uma menor quantidade da enzima lactase, levando ao surgimento de uma série de manifestações. Como essa criança não consegue digerir a lactose, ela não conseguirá absorver a lactose e terá um acúmulo desta no tubo digestivo, o que aumenta a osmolaridade intraluminal e a criança apresentará diarreia após o consumo de leite. Além disso, essa lactose chegará intacta às porções do tubo digestivo e será fermentada e resultará em gases (resultando em distensão abdominal e flatulência excessiva) e ácidos orgânicos (fezes mais ácidas e hiperemia na região perianal). O quadro pode ser causado por uma deficiência de lactase primária (redução ou ausência de lactase genética) ou por uma deficiência de lactase secundária (ocorre nas doenças de mucosa do delgado). A primária engloba duas formas clínicas principais: a deficiência primária de lactase adquirida, ou deficiência ontogenética de lactase, e a deficiência congênita de lactase, que é uma condição rara. Na ontogenética, há uma redução na atividade da lactase com o passar dos anos: há declínio regular, que inicia na idade pré-escolar e se completa antes da adolescência. Sendo assim, as manifestações aparecerão após ingestão de uma maior quantidade de lactose. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 548481: Temos uma paciente de 5 anos com queixa de corrimento abundante há 30 dias. Ao exame físico, apresenta hímen íntegro, corrimento branco, fluído, sem odor, consistência mucoide, pH 4,2, teste das aminas negativo, ausência de lesões em vulva. A vulvovaginite inespecífica refere-se à inflamação dos tecidos da vulva e da vagina, onde não se identifica um agente principal. É importante ressaltar que na criança é mais comum se encontrar uma vulvite sem o comprometimento da mucosa vaginal. O quadro clínico caracteriza-se por: leucorreia de aspecto variável; prurido vulvar; ardência vulvar; escoriação, hiperemia e edema de vulva; disúria e polaciúria; sinais de má higiene. O diagnóstico é feito a partir de anamnese cuidadosa, que levanta a suspeita diagnóstica. A investigação se inicia pela coleta de material da vagina, através de sonda de nelaton acoplada a uma seringa, para realização de exame a fresco com SF a 0,9% e teste com hidróxido de potássio a 10% (uma gota da secreção vaginal uma gota de KOH) e bacterioscópico (Gram). Assim, diante do exposto pela questão, com descrição de leucorreia sem odor, com consistência mucoide, pH vaginal 4,2 e teste das aminas negativos, temos uma vulvovaginite inespecífica. Vamos às alternativas. Letra A: incorreta. Conforme descrito acima, o quadro clínico descrito pela questão é compatível com vulvovaginite inespecífica. Além disso, repare que o hímen é descrito
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