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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNESP 
Exasiu 
Prof. Fernando Andrade 
Caderno de Propostas 
Propostas modelo VUNES: autorais, unesp e outras bancas Exasiu 
estretegiavestibulares.com.br 
EXTENSIVO 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 2 
Sumário 
APRESENTAÇÃO 6 
1. PROPOSTAS AUTORAIS MODELO UNESP 7 
Tema 1 : Redes sociais 7 
Tema 2: Fake News 9 
Tema 3: Pandemia 11 
Tema 4: Cultura do Cancelamento 13 
Tema 5: Os jovens e o retorno ao mundo pré-pandemia Autoral modelo Fuvest 
2020(Fernando Andrade) 16 
Tema 6: Negacionismo Autoral 2020 17 
Tema 7: Ódio que existe na sociedade brasileira 18 
1.2 Comentário 21 
Tema 1: Redes sociais 21 
Tema 2: Fake News 24 
Tema 3: Pandemia 27 
Tema 4: Cancelamento 29 
Tema 5: Os jovens e o retorno ao mundo pré-pandemia Autoral modelo Fuvest 
2020(Fernando Andrade) 32 
Tema 6: Negacionismo 35 
Tema 7: Ódio que existe na sociedade brasileira Autoral modelo Fuvest 2020 
(Fernando Andrade) 37 
2. PROPOSTAS DOS ANOS ANTERIORES UNESP 2010-2020 39 
Proposta 1: (UNESP 2020) Carro, novo cigarro? 39 
Proposta 2: (UNESP 2019) Consumo 40 
Proposta 3: (UNESP 2018 - Final do Ano) Porte do armas 41 
Proposta 4: (Enem 2018 – Meio do ano) Voto facultativo 43 
Proposta 5: (UNESP 2017 – Final do ano) A riqueza de poucos 44 
Proposta 6: (UNESP 2017 – Meio do ano) Prisão especial para portadores de diploma
 45 
Proposta 7: (UNESP 2016 – MEIO DO ANO) Estatuto da família 46 
Proposta 8: (UNESP 2016 – FINAL DO ANO) Imagens trágicas 47 
Proposta 9: (UNESP 2015 – meio do ano) Redução da menoridade penal 49 
Proposta 10: (UNESP 2015 – Final do ano) O legado da escravidão 50 
Proposta 11: (UNESP 2014 – final do ano) Corrupção 52 
Proposta 12: (UNESP 2014 – meio do ano) Violência contra as mulheres 53 
2.2 Comentário 54 
Proposta 1: UNESP 2020 54 
Proposta 2: UNESP 2019 57 
Proposta 3: UNESP 2018 – Final do ano 58 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 3 
Proposta 4: UNESP 2017 – Final do ano 59 
Proposta 5: UNESP 2017 Final do ano 63 
Proposta 6: UNESP 2017 Meio do Ano 66 
Proposta 7: UNESP 2016 – MEIO DO ANO 69 
Proposta 8: UNESP 2016 – FINAL DO ANO 73 
Proposta 9: UNESP 2015 – meio do ano 74 
Proposta 10: UNESP 2015 – Final do Ano 75 
Proposta 11: UNESP 2014 78 
Proposta 12: UNESP 2014 – meio do ano 80 
3. PROPOSTAS POR NÚCLEOS TEMÁTICOS 84 
3.1 QUESTÃO SOCIAL 84 
1.(UNESP 2018) Liberação do porte de armas 84 
2. (UNESP/ 2015)Legado da escravidão e preconceito contra negros no Brasil 85 
3. (FAMEMA 2018 ) Atletas transexuais 87 
4. (UEA 2018) Trabalho escravo 88 
5. (Famerp 2019)Obrigatoriedade da vacinação 89 
6. (Autoral 2020/ Wagner Santos) Formação identitária de grupos minoritários 90 
7. (Autoral – Modelo UNESP/ Wagner Santos) Apropriação cultural 92 
8. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 93 
9. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 94 
10. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do trabalho 96 
11. (Autoral 2020/ UNESP) Coronavírus 97 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 99 
13 .(Famerp 2018) Fracasso de lei de cotas para deficientes 100 
14.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 102 
3.1.1 Comentário – Questão social 103 
1. (UNESP 2018) Liberação do porte de armas 103 
2. (UNESP/ 2015)Legado da escravidão e preconceito contra negros no Brasil 104 
3. (FAMEMA 2018) Atletas transexuais 107 
4. (UEA 2018) Trabalho escravo 108 
5. (Famerp 2019) Obrigatoriedade da vacinação 110 
6. (Autoral 2020 Wagner Santos) Formação identitária de grupos minoritários 111 
7. (Autoral – Modelo UNESP/ Wagner Santos) Apropriação cultural 112 
8. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 113 
9. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 115 
10. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do trabalho 118 
11. (Autoral 2020/ UNESP) Coronavírus 120 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 123 
13. (Famerp 2018) Fracasso da lei de cotas para deficientes 127 
14.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 130 
3.2 ÉTICA 134 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 4 
15. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão moderna 134 
16. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 135 
17 . (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 136 
18 . (Autoral 2020 Wagner Santos) Depressão na adolescência 137 
19. (FAMERP 2017) Selfies 138 
20. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o câncer 140 
21. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da argumentação nas redes 
sociais 141 
22.( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 142 
23. (Unifesp 2019) Eutanasia 143 
24. (UNIFESP 2018) Redes sociais 144 
25. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 145 
26. (Autoral 2020) Linchamento virtual 146 
27. (UEA 2017) Zoológicos 149 
28. (UEA 2015 ) A adoção de crianças por casais homossexuais deve ser proibida? 150 
29.( UNIFESP 2020) Vestimentas religiosas no esporte 151 
30 . (FAMECA 2011) Relação médico-paciente 152 
3.2.1 Comentário – Ética 153 
15. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão moderna 153 
16. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 155 
17. (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 156 
18. (Autoral/ Wagner Santos) Depressão na adolescência 157 
19. (FAMERP 2017) Selfies 158 
20. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o câncer 161 
21. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da argumentação nas redes 
sociais 164 
22. ( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 167 
23. (Unifesp 2019) Eutanasia 171 
24. (UNIFESP 2018) Redes sociais 172 
25. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 174 
26. (Autoral 2020) Linchamento virtual 178 
27. (UEA 2017) Zoológicos 179 
28. (UEA 2015 ) A adoção de crianças por casais homossexuais deve ser proibida? 183 
29.( UNIFESP 2020) Vestimentas religiosas no esporte 186 
30. (FAMECA 2011) Relação médico-paciente 189 
3.3 Educação 192 
31.( FAMECA 2019) Obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia 192 
32. (FAMERP 2020) Homeschooling 194 
33. (Autoral) O uso das novas tecnologias na educação 195 
34. (FAMERP 2015) Simplificação de livros clássicos 199 
3.3.1 Comentário – Educação 200 
31.( FAMECA 2019) Obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia 200 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 5 
32. (FAMERP 2020) Homeschooling 202 
33. (Autoral) O uso das novas tecnologias na educação 204 
34. (FAMERP 2015) Simplificação de livros clássicos 206 
3.4 .Representação do Mundo 210 
35. (Autoral) Importância das Ciências Humanas no século XXI 210 
36. (Autoral 2020 ) Um mundo por imagens na época da manipulação midiática 212 
37. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2019) Telenovelas e compromisso com a 
realidade 215 
3.4.1. Comentários – Representação do mundo 216 
35. (Autoral) Importância das Ciências Humanas no século XXI 216 
36. (Autoral 2020 ) Um mundo por imagens na época da manipulação midiática 217 
37. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2019) Telenovelas e compromisso com a 
realidade 220 
3.5 Tecnologia 221 
38. (Autoral/Wagner Santos ) Estelionato virtual Autoral 221 
39.( UESB 2019) Ciência e Tecnologia: acesso, benefícios e malefícios 222 
40. (Faculdade Cásper Líbero 2018) Negacionismo em relação à internet 223 
3.5.1 Comentários – Tecnologia 225 
38. (Autoral/Wagner Santos ) Estelionato virtual Autoral 225 
39.( UESB 2019) Ciência e Tecnologia: acesso, benefícios e malefícios 226 
40. (Faculdade Cásper Líbero 2018) Negacionismo em relação à internet 229 
3.6. Meio Ambiente 231 
41. (Autoral) Ativismo ambiental 231 
42.( FAMECA 2017) Agrotóxicos 233 
3.6.1 Comentários – Meio ambiente 234 
41. (Autoral)Ativismo ambiental 234 
42.( FAMECA 2017) Agrotóxicos 235 
3.7 . Política 236 
43. (Autoral) Intervenção do Estado na dinâmica social e vigilância do indivíduo 236 
44. (Autoral/ Wagner Santos ) Democratização da Cultura 238 
45. (Autoral/ Wagner Santos) Participação política do jovem no século XXI 240 
46. (IME 2017/2018 modificada ) Possibilidades e limites da ação política e moral 242 
47. (UNIFESP 2017) Voto nulo 244 
48. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2017) Quadro de desesperança política 
brasileira 245 
49. (Autoral) Questão indígena 248 
3.7.1 Comentários - Política 252 
43. (Autoral) Intervenção do Estado na dinâmica social e vigilância do indivíduo 252 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 6 
44. (Autoral/ Wagner Santos ) Democratização da Cultura 253 
45. (Autoral/ Wagner Santos) Participação política do jovem no século XXI 254 
46. (IME 2017/2018 modificada ) Possibilidades e limites da ação política e moral 254 
47. (UNIFESP 2017) Voto nulo 256 
49. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2017) Quadro de desesperança política 
brasileira 259 
49. (Autoral) Questão indígena 262 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 264 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
Olá! 
Como parte do material, disponibilizamos um número grande de propostas de redação, a 
maioria já dadas e outras inéditas. Você pode aproveitar esse material e escrever à vontade. 
Incialmente, você encontrará propostas autorais modelo UNESP, depois 12 últimas propostas da 
UNESP e, em seguida, propostas de vários vestibulares elaboradas pela VUNESP, separadas por temas. 
Todas comentadas. 
As atualizações serão periódicas. Cada nova atualização trará mais propostas. 
Bora lá, corujinha sangue nos olhos e caneta na mão. 
Boa escrita. 
Fernando Andrade 
 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 7 
1. Propostas autorais modelo UNESP 
Tema 1 : Redes sociais 
“O crescente poder político exercido pelas plataformas digitais é como uma arma carregada em cima da 
mesa na nossa frente.” 
(Francis Fukuyama, sobre o perigo das redes sociais na política. Disponível em , 
Fukuhttps://mail.uol.com.br/?xc=4ba00d676d35a7f5de81a4f182fba69f#/webmail/0//INBOX/page:4/M
TIzNDI acessado em 15.12.2020), 
 
Na perspectiva de uma teoria da democracia, a esfera pública tem que reforçar a pressão exercida pelos 
problemas, ou seja, ela não pode limitar-se a percebê-los e a identificá-los, devendo, além disso, 
tematizá-los, problematizá-los e dramatizá-los de modo convincente e eficaz, a ponto de serem 
assumidos e elaborados pelo complexo parlamentar. E a capacidade de elaboração dos próprios 
problemas, que é limitada, tem que ser utilizada para um controle ulterior do tratamento dos problemas 
no âmbito do sistema político. 
(HABERMAS, Jurgen. Direito e Democracia: entre facticidade e validade. v.2. Rio de Janeiro: Tempo 
Brasileiro, 2011.) 
 
 
A Internet e as redes sociais se apresentavam, naquele contexto, com um enorme potencial democrático, 
na medida em que permitiram empoderar cidadãos, sustentar vínculos de solidariedade e viabilizar a 
afirmação de um novo fórum de deliberação. 
(...) 
Alguns anos depois, no entanto, o cenário se alterou e se deteriorou de forma significativa. As redes 
sociais se converteram em um espaço marcado pela polarização e pelo extremismo, no qual o livre fluxo 
de comunicação é constantemente corrompido por “ruídos” que, muitas vezes, obstam qualquer forma 
efetiva de diálogo e de entendimento. Entre esses, destaca-se a proliferação de notícias falsas, incentivada 
pelo modelo de negócios predominante na rede, segundo o qual quanto mais atenção – isto é, cliques e 
visualizações – uma página obtém, maiores são seus retornos financeiros, pouco importando a qualidade 
e a confiabilidade dos conteúdos publicados. Como consequência, o que era visto como uma fonte de 
renovação da democracia se tornou, também, uma ameaça ao seu adequado funcionamento. 
(Disponível em https://revista.internetlab.org.br/a-democracia-frustrada-fake-news-politica-e-
liberdade-de-expressao-nas-redes-sociais/, acessado em 15.12.2020). 
 
A cada ano que passa, esse desafio torna-se mais urgente. O Facebook foi originalmente projetado para 
conectar amigos e familiares – e tem se destacado nisso. Mas como um número sem precedentes de 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 8 
pessoas expressa seu pensamento político através de redes sociais, elas estão sendo usadas de maneiras 
imprevistas com repercussões sociais que nunca tinham sido antecipadas. 
Em 2016, nós do Facebook demoramos muito para reconhecer como pessoas mal intencionadas estavam 
abusando da nossa plataforma. Estamos trabalhando diligentemente para neutralizar esses riscos agora. 
(...) 
Notícias falsas 
Mas a interferência estrangeira não é o único meio de corromper uma democracia. Reconhecemos que 
as mesmas ferramentas que dão mais voz às pessoas podem às vezes ser usadas, por qualquer pessoa, 
para espalhar boatos e desinformação. Existe um debate ativo sobre o quanto do nosso consumo de 
informações é corrompido por notícias falsas – e quanto isso influencia o comportamento das pessoas. 
Mas mesmo um punhado de histórias deliberadamente enganosas pode ter consequências perigosas. 
(...) 
Assédio político 
Ao mesmo tempo em que queremos que o Facebook seja um lugar seguro para que as pessoas se 
expressem politicamente, precisamos garantir que ninguém seja intimidado ou ameaçado por seus 
pontos de vista. 
Para tornar as coisas mais complexas, os próprios governos às vezes se envolvem na intimidação. Em um 
país que visitamos recentemente, um cidadão informou que, depois de ter publicado um vídeo criticando 
as autoridades, a polícia o visitou para verificar se ele estava em dia com o fisco. 
(https://about.fb.com/br/news/h/questoes-complexas-quais-efeitos-as-redes-sociais-tem-sobre-a-
democracia/) 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, 
redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: As redes 
sociais na democracia: renovação ou ameaça? 
 
 Instruções: 
A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma
padrão da língua portuguesa. 
Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de 
redação. 
Dê um título a sua redação. 
 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 9 
Tema 2: Fake News 
Texto I 
 
Antes da internet, já havia um debate nas democracias constitucionais sobre a repressão ou não 
ao chamado "discurso do ódio". Há diferentes regulações mundo afora. 
(...) 
A internet deu ao problema uma outra dimensão. Além dos discursos ofensivos a grupos sociais 
específicos, que ficaram mais graves por causa da velocidade e do alcance de sua propagação, 
entrou no radar dos democratas a existência de campanhas deliberadas de manipulação do 
debate com o uso de notícias falsas. 
Não é simplesmente uma discussão sobre o conteúdo mentiroso do discurso. A mentira faz parte 
da vida e, portanto, da política. Há diversos casos na história política de boatos que foram 
determinantes em processos eleitorais. O que se vê, agora, é mais grave: uma ação 
profissionalizada que utiliza a mentira disseminada na internet como instrumento para 
manipulação do debate público. Isso se faz no contexto de uma sociedade na qual há uma enorme 
disponibilidade de informações colhidas nas redes sociais sobre as preferências e os 
comportamentos dos cidadãos. O simples fato de existirem ataques massivos a partidos e 
candidatos, desinformando eleitores, já deslegitima os processos eleitorais. Mas, em muitos 
casos, os ataques são direcionados a destruir a legitimidade dos procedimentos democráticose 
de instituições fundamentais para a democracia. 
(disponível em https://www.conjur.com.br/2020-jun-26/gustavo-santos-fake-news-democracia , 
acessado em 10.09.2020) 
 
TExto II 
O que desejamos punir na internet? 
Falta de clareza sobre o que é crime e o que é liberdade de expressão pode nos levar a fragilizar direitos 
que não deveríamos relativizar 
Fake news não é crime, no Brasil. Me surpreendi com a quantidade de pessoas escrevendo, em 
relação ao inquérito conduzido pelo Supremo, coisas do tipo “então pode sair mentindo por aí?”. 
De um ministro do Supremo escutei que era preciso separar fatos de opiniões. 
A preocupação das pessoas em relação a essas coisas é perfeitamente legítima. O mesmo vale 
para o discurso de ódio. 
Não foram poucas as pessoas que li dizendo coisas do tipo “então vale ofender, atacar 
instituições, dizer qualquer coisa?”. É crime um deputado dizer, como consta do despacho do 
ministro Alexandre de Moraes, que o Supremo tem “atacado o Estado de Direito e a vontade 
popular”? 
Seria crime, na mesma linha, associar o governo ao “nazismo” e dizer que o grupo que está no 
poder deseja implantar uma “abjeta ditadura militar”? 
Essas perguntas incomodam porque mexem com a paixão política, um tipo de mal contra o qual, 
depois de um bom tempo lendo sobre política, desconheço remédio eficaz. 
(...) 
(disponível emhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernando-schuler/2020/06/o-que-desejamos-punir-na-internet.shtml, acessado em 
10.09.2020) . 
 
t.me/CursosDesignTelegramhub
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/inquerito-no-stf-mira-operadores-de-ataques-aliados-de-bolsonaro-e-financiadores-entenda.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2020/05/celso-de-mello-compara-brasil-a-alemanha-de-hitler-e-diz-que-bolsonaristas-querem-abjeta-ditadura.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernando-schuler/2020/06/o-que-desejamos-punir-na-internet.shtml
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 10 
 
 
TExto II 
 
 
 
(Disponível em https://alpinocartunista5.wixsite.com/alpino/charges , acessado em 10.09.2020) 
 
 
Texto IV 
 
10 pontos-chave para entender o projeto de lei das fake News 
 
Nexo Jornal , 27/07/2020 
(...) 
Como o projeto pretende lidar com notícias falsas no WhatsApp? 
Por meio do armazenamento de dados de mensagens enviadas a vários usuários. Se você enviou 
uma determinada mensagem no WhatsApp para diversos usuários ou listas de transmissão e pelo 
menos outros cinco usuários enviaram a mesma mensagem também de forma coletiva, e ela foi 
então recebida por pelo menos mil outros usuários, o projeto diz que fica caracterizado o 
encaminhamento em massa. Se tudo isso acontecer dentro de um período de 15 dias, os dados 
dessa cadeia de mensagens, de quem enviou e de quem recebeu, ficarão armazenados pelas 
empresas de tecnologia por um período de três meses. Isso não vale para mensagens individuais. 
O conteúdo da mensagem não ficará armazenado, apenas seus metadados (usuário, data e 
horário da mensagem enviada). Esses dados guardados só poderão ser acessados mediante 
ordem judicial para servirem como prova para um processo criminal. Usuários poderão ter que 
provar para as empresas a sua identidade por meio de documento em casos de denúncias. 
O projeto fere a privacidade de quem usa os serviços de mensagens? 
t.me/CursosDesignTelegramhub
https://alpinocartunista5.wixsite.com/alpino/charges
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 11 
A entidade Coding Rights, que atua na área de direitos digitais, afirma que no caso da guarda de 
mensagens de serviços como WhatsApp e Telegram, uma quantidade significativa de usuários 
poderá ter seus dados armazenados, bastando para isso uma simples denúncia de 
comportamento ilegal. Esses dados ficam então sujeitos a diversas situações, como vazamentos 
ou seu uso para fins políticos. “Todas as mensagens que tiverem uma circulação maior nos 
aplicativos de mensagens serão consideradas suspeitas a priori e rastreadas, sem que haja um 
indício de ilegalidade”, afirmou em nota a entidade. 
O projeto fere a liberdade de expressão? 
O texto da proposta enfatiza a garantia de “liberdade de expressão, comunicação e manifestação 
do pensamento”. Mas, para muitos analistas, a possibilidade de haver rastreamento de 
mensagens do WhatsApp constitui em si um fator indireto de cerceamento de manifestações e 
pode estimular a autocensura. “E se o grupo envolver discussão sobre questões de gênero e as 
pessoas estiverem, de forma legítima, reticentes por terem identidades evidenciadas, pois 
poderiam ser alvo de discriminação no emprego ou mesmo de ataque físico?”, sugeriu David Kaye, 
relator especial das Nações Unidas para a proteção da liberdade de expressão, ao jornal Folha de 
S.Paulo. Além disso, para alguns especialistas, a previsão de mais situações em que as redes 
sociais podem remover conteúdo sem notificar o usuário e sem ordem judicial também pode ser 
danoso à liberdade de expressão. 
(Disponível emhttps://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/07/27/10-pontos-chave-para-entender-o-projeto-de-lei-das-fake-news , 
acessado em 10.09.2020). 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Controle das fake News representam cerceamento da liberdade do indivíduo? 
Tema 3: Pandemia 
Texto 1 
Nem ‘obra de Satanás’ nem ‘castigo de Deus’: a pandemia é oportunidade 
(...) 
A partir disto, Smith explica que os coronavírus são zoonóticos, ou seja, são transmitidos entre animais e 
pessoas. Ele recorda que o surto atual teria origem na cidade chinesa de Wuhan, com ligação com o 
Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, e que não está claro exatamente de qual criatura 
selvagem o vírus pode ter se originado. Porém, o sociólogo apresenta uma crítica: esta questão esconde 
uma das raízes da nossa crescente vulnerabilidade a pandemias, que é a perda de habitat de certos 
animais. 
E. G. Smith reflete que a nossa atual sociedade de mercado está baseada na necessidade capitalista de 
um crescimento do lucro sem fim. É esta lógica que leva empresas e empreendedores a se confrontarem 
com a vida selvagem na busca do lucro, forçando animais a entrarem no habitat remanescente em 
declínio ou no próprio mercado. E é exatamente este contato próximo e repetido que permite que os 
micróbios que vivem nos corpos dos animais atravessem para o nosso próprio habitat. Quando isso 
acontece, esses micróbios podem se transformar em patógenos (organismos causadores de doenças) 
humanos mortais. 
Tomar conhecimento e refletir sobre este processo é fundamental não só para o presente mas para o 
futuro. Por que chegamos a estas crises? Por que somos submetidos coletivamente a riscos de morte? 
(...) 
t.me/CursosDesignTelegramhub
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/07/projeto-de-lei-das-fake-news-avanca-rapido-sem-considerar-privacidade-diz-relator-da-onu.shtml
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 12 
(https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/nem-obra-de-satanas-nem-castigo-de-deus-a-
pandemia-e-oportunidade/) 
 
Texto 2 
Atila Iamarino: ‘Após o coronavírus, o mundo não voltará a ser o que era’ 
(...) 
Outro mundo 
Por diversas vezes durante o programa, Atila afirmou que o mundo deve mudar após a pandemia. 
No curto, médio e longo prazo. As alterações passam desde o trato à ciência e prevenção, a até 
novas relações de trabalho. “De imediato, até tomarmos a vacina, teremos que tomar 
precauções. Nesse meio tempo, as pessoas vão mudar. Tem pais e mães convivendo mais com os 
filhos. Convivemos com um problema de alguém do interior da China. O mundo vai ser mais 
diferente mas espero que seja mais unido”, disse. 
Mais adiante, após o fim do pico de contágio, a preocupação com o retorno da pandemia deve 
ser de grande relevância. “Todo mundo vai ter queusar máscara por uns bons meses. A indústria 
tem que se adequar.” Agora, na ascensão do novo coronavírus, os equipamentos deve ser 
direcionados, na sua totalidade, aos profissionais da saúde, defende Atila. Mas, de acordo com a 
possibilidade, todos deverão adotar o hábito de usar máscaras. 
Já sobre o mundo do trabalho, Atila defende uma mudança de postura em relação ao tratamento 
dos cidadãos. “Não tem como retomar o que existia antes. Precisamos nos adequar a uma nova 
economia e ao trabalho remoto”, disse, em uma defesa do conhecido home office. 
As relações afetivas tendem a seguir o mesmo caminho. A tecnologia de comunicação deve 
passar a ter, cada vez mais, o objetivo de aproximar. “Mesmo virtual, espero uma constância 
maior (dos relacionamentos). Tem muita gente descobrindo que poderia trabalhar de 
casa. Ensino à distância pode ser mais aplicado. Espero que renovemos a esperança na ciência e 
na mídia. Estamos redescobrindo a real importância disso, de saber do vizinho.” 
(https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2020/03/atila-iamarino-apos-o-coronavirus-o-
mundo-nao-voltara-a-ser-o-que-era/) 
 
Texto 3 
Coronavírus reforça preconceito contra minorias religiosas e étnicas no mundo 
O Globo 21.04.2020 
Um documento da Human Rights Watch, publicado na semana passada, aponta que crimes de 
discriminação e ódio relacionados à doença têm como alvo estrangeiros e visitantes da diáspora negra 
nos Camarões, indianos muçulmanos e do Nordeste do país, além de várias minorias religiosas no 
mundo. Na Europa, centenas de milhares de ciganos estão sendo excluídos de medidas de prevenção e 
contenção da doença. O mesmo ocorre no Paquistão com cristãos e hindus, frequentemente tratados 
como cidadãos de segunda classe. Na Ásia, a discriminação e estigmatização se voltaram agora contra os 
africanos que vivem na China, especialmente na província de Guangdong, no Sudeste do país, conhecida 
como Little Africa. 
Muitas vezes, o discurso de ódio e preconceito é destilado pelos próprios governantes, caso da Hungria, 
Estados Unidos e Índia. 
— O racismo e a discriminação estimulados pelos líderes são especialmente desleais. Nos EUA, a 
retórica focada em rotular o vírus como "chinês" ou "de Wuhan" coincidiu com um aumento nos crimes 
de preconceito contra americanos asiáticos. O líder da Hungria, Viktor Orbán, usa o coronavírus para 
atacar imigrantes e abastecer a xenofobia, chegando a dizer a funcionários do governo húngaro que há 
t.me/CursosDesignTelegramhub
https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/nem-obra-de-satanas-nem-castigo-de-deus-a-pandemia-e-oportunidade/
https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/nem-obra-de-satanas-nem-castigo-de-deus-a-pandemia-e-oportunidade/
http://www.ihu.unisinos.br/597033
http://www.ihu.unisinos.br/597204
http://www.ihu.unisinos.br/597121
http://www.ihu.unisinos.br/597272
http://www.ihu.unisinos.br/597272
http://www.ihu.unisinos.br/565643
http://www.ihu.unisinos.br/597486
http://www.ihu.unisinos.br/585594
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 13 
uma ligação entre imigrantes e o vírus. Na Índia, a hashtag Corona Jihad viralizou depois que membros 
do partido no poder fizeram essa conexão — explicou ao GLOBO Akshaya Kumar, diretora de gestão de 
crises da Human Rights Watch. 
(https://oglobo.globo.com/mundo/coronavirus-reforca-preconceito-contra-minorias-religiosas-etnicas-
no-mundo-24383553) 
 
Texto 4 
MORTES E RENOVAÇÃO: COMO A PESTE NEGRA MUDOU O CENÁRIO DA EUROPA 
 
Isso gerou uma mudança a longo prazo nas relações de trabalho na Europa. Conhecendo as 
possibilidades de melhoria, os trabalhadores sentiram quando os senhores começaram a voltar 
com os velhos hábitos do mundo medieval, na medida que a população se recuperava. A 
consequência disso foi drástica: um aumento considerável nas revoltas campesinas ganhou vida 
no final do século 14. 
Isso possibilitou o estabelecimento permanente das melhorias e das liberdades dos trabalhadores 
do campo, que já haviam presenciado o esvaziamento das cidades maiores no momento da peste. 
Outra consequência da tragédia foi a fragilização da moral da Igreja, que não conseguiu conter a 
peste, mesmo se dizendo portal de comunicação com o divino. Até Deus saiu como vilão na 
situação de sofrimento e inúmeras mortes. 
Além disso, com a morte de diversos padres, haviam locais na Europa em que simplesmente não 
realizavam mais cultos. Segundo Lucien Febvre (historiador francês ligado à Escola dos Annales) 
em O Problema da Incredulidade no Século XVI, foi justamente a partir do século 15 que tornou-
se possível compreender a existência de um ateísmo, algo inconcebível nos séculos anteriores. 
 
Já sofrendo com o preconceito religioso, as populações judaicas passaram a ser usadas como bode 
expiatório naquele momento. Acusadas de envenenarem a água e rogar pragas contra os cristãos 
(devido aos hábitos de higiene melhores, os judeus tiveram uma mortalidade menor na Peste), 
muitos foram agredidos ou até mesmo executados. O antijudaísmo cresceu muito na Europa 
quatrocentista, gerando massivas migrações para o leste. 
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/como-peste-negra-mudou-o-cenario-da-
europa.phtml 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Pandemia: É possível algum aprendizado ético? 
Tema 4: Cultura do Cancelamento 
INSTRUÇÃO: Leia os textos a seguir: 
 
Texto 1 
 
O movimento hoje conhecido como "cultura do cancelamento" começou, há alguns anos, como 
uma forma de chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. Seria 
uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou 
figuras públicas. 
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https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-gramado-10-curiosidades-sobre-europa-brasileira.phtml
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 14 
Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e Facebook, presencia um ato que 
considera errado, registra em vídeo ou foto e posta em sua conta, com o cuidado de marcar a 
empresa empregadora do denunciado e autoridades públicas ou outros influenciadores digitais 
que possam amplificar o alcance da mensagem. É comum que, em questão de horas, o post 
tenha sido replicado milhares de vezes. 
(Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-53537542 , acessado em 04.12.2020). 
Texto 2 
Qual limite entre a crítica e o linchamento virtual? 
 
 
 
 
A advogada Thais Menezes afirma que os prejuízos da cultura do cancelamento são os danos à honra e à 
imagem dos usuários que sofrem com o linchamento, além de, muitas vezes, invadir uma área que é 
restrita à atuação das polícias e órgão envolvidos, como a Polícia Civil e o Ministério Público, o que pode 
causar até mesmo interferências indesejadas no procedimento investigativo. 
(...) 
Ashley pensa que existe um ponto positivo no cancelamento para pessoas que cometem crimes reais, 
como no caso da blogueira Luisa Brasil, que foi explicitamente racista no Instagram e estava ganhando 
mais visibilidade e seguidores, mas depois de sofrer com esse banimento virtual, a sua conta foi 
excluída. Ela acrescenta que é um dos pontos negativos é quando usuários, que publicam uma opinião, 
sem preconceitos, diferente da maioria, são julgados e apedrejados por simplesmente não pensar igual. 
(...) 
 
A pesquisadora Gabriela de Almeida, membro do projeto Redes Cordiais, que combate a desinformação 
e o discurso de ódio nas redes sociais, explica, em entrevista à Agenda, que o cancelamento ocorre a 
partir de uma frase mal elaborada ou de uma opinião baseada em equívocos, em que uma pessoa pode 
ser atacada de uma forma devastadora, sem que haja o menor espaço para diálogo, revisão de atitudes 
ou abertura para reflexões mais sérias acerca do que houve de fato.“Essa cultura caminha lado a lado com o discurso de ódio, quando se nega a aceitar diversidade de 
trajetórias e de ideias, e se apoia em uma tática de exclusão e julgamento, o que pode trazer 
consequências assombrosas para a sociedade e pode criar relações cada vez mais tóxicas. Cancelar e 
silenciar um sujeito não fará com que aquela opinião se dissolva, pelo contrário, pode até mesmo 
provocar uma onda de desinformação e ódio”, declara. 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 15 
 
(disponível em https://www.agendartecultura.com.br/noticias/limite-critica-linchamento-virtual/, 
acessado em 04.12.2020). 
 
Texto 3 
A cultura do cancelamento: O que era valioso passou dos limites? 
(...) 
A Rolling Stone Brasil conversou com Yuri Busin, mestre e doutor em Neurociência Cognitiva pela 
Universidade Presbiteriana Mackenzie, e Beatriz Barbosa Fejgelman, psicóloga clínica formada na 
Unesp, especialista em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e 
psicanalista do grupo Divam, para entender como a liberdade de expressão proporcionada pela internet, 
uma ferramenta valiosa, foi distorcida ao longo dos anos e se transformou na cultura do cancelamento. 
(...) 
 Origem do cancelamento 
A origem da cultura do cancelamento não possui um marco exato. Contudo, a 
revista Time relaciona essa mobilização online com o movimento #MeToo, que utilizou as redes 
sociais para unir vítimas de assédio e abuso sexual, em 2017. 
As denúncias virtuais ganharam visibilidade mundial e foram transformadas em acusações reais. 
O cineasta Harvey Weinstein foi acusado por mais de 80 mulheres por crimes sexuais e foi 
sentenciado a 23 anos de prisão, em março de 2020. 
Além disso, é possível identificar o movimento de “chamar atenção”, a chamada call-out culture, 
que foi tema de textos de opinião do The Guardian e do New York Times, em 2019. Segundo o 
veículo britânico, uma versão da cultura de “chamar atenção” fora da internet já existe há muito 
tempo e foi responsável por revelar injustiças sociais de grupos marginalizados. 
Porém, a mesma ferramenta passou a ter um significado diferente quando foi transferida para o 
universo digital. O jornal define esse movimento nas redes sociais como uma ação simples: 
“Alguém faz algo errado, as pessoas avisam e a pessoa evita fazer isso de novo no futuro”. 
Beatriz relembrou a eficiência da cultura de “chamar atenção” no Brasil ao citar a reformulação 
do posicionamento da marca Skol, que sofreu inúmeras críticas depois de sugerir que as mulheres 
deixassem o “não” em casa para celebrar com carnaval de 2015. 
“O cancelamento pode ser utilizado de diversas formas”, disse a especialista a psicóloga. 
“Cancelar uma marca, como foi com a Skol, trouxe mudanças muito positivas, em que 
reconstruíram toda a propaganda da marca, parando de usar o corpo nu das mulheres em frente 
às telas e usando a força de trabalho intelectual para refazer o marketing.” 
Ela completa: “Claro que toda essa mudança também vem de uma lógica capitalista, a qual, ao 
ver que as mulheres também são consumidoras da marca, abraça os ideais feministas ainda como 
meio para vendas e lucro”. 
(Disponível em https://rollingstone.uol.com.br/noticia/cultura-do-cancelamento-o-que-era-valioso-
passou-dos-limites/, acessado em 04.12.2020). 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
Com base na leitura dos textos apresentados e de outras que já tenha feito sobre o assunto, escreva um 
texto dissertativo que deverá ter o seguinte título: 
A cultura do cancelamento: recurso valioso ou expressão do ressentimento? 
Sua redação deverá ser redigida em prosa e obedecer aos padrões da norma culta do português do 
Brasil. 
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https://rollingstone.uol.com.br/noticia/racismo-e-homofobia-nova-serie-da-netflix-expoe-hollywood-antes-do-movimento-metoo/
https://rollingstone.uol.com.br/noticia/harvey-weinstein-e-condenado-23-anos-de-prisao-por-estupro-e-abuso-sexual/
https://rollingstone.uol.com.br/noticia/harvey-weinstein-e-condenado-23-anos-de-prisao-por-estupro-e-abuso-sexual/
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 Caderno de Proposta 16 
Tema 5: Os jovens e o retorno ao mundo pré-pandemia Autoral 
modelo Fuvest 2020(Fernando Andrade) 
Artigo: Jovens não querem retorno ao mundo pré-pandemia 
Em debates organizados por comitê da Universidade Columbia, juventude de 10 países acredita que 
surto de Covid-19 é uma oportunidade de mudar suas comunidades e nações para melhor 
Vishakha Desai, Laura Neitzel e Darlene Dubuisson – 24/06/2020 - 08:00 / Atualizado em 24/06/2020 - 
13:02 
 
NOVA YORK — Noventa jovens de 18 a 26 anos, de dez países (Brasil, Emirados Árabes, Estados Unidos, 
Índia, Jordânia, Líbano, Singapura, Tunísia, Turquia e Quênia), participaram de uma série de debates 
online durante a quarentena organizada pelo Comitê sobre Pensamento Global da Universidade 
Columbia, de Nova York. As conversas fazem parte da pesquisa “A juventude em um mundo em 
transformação”. Nas discussões, os jovens compartilharam angústias e incertezas. Um tema recorrente 
foi que eles não querem o retorno ao mundo pré-coronavírus e acreditam que a pandemia é uma 
oportunidade de mudar suas comunidades e nações para melhor. 
Para a juventude dos países desenvolvidos, o momento atual é o de choque com uma situação de 
profunda instabilidade: “Estamos habituados à certeza, como podemos normalizar a incerteza?”, 
questiona o estudante americano Silas Swanson. Para seus colegas nas nações do Sul Global, as 
turbulências são conhecidas: "Para a juventude turca, o futuro sempre foi incerto. Esta pandemia 
apenas acrescentou mais uma camada de dúvidas. Sempre tivemos medo de nos formarmos com a 
economia em declínio", diz a estudante Cansu Ceylan. 
Disponível em https://oglobo.globo.com/mundo/artigo-jovens-nao-querem-retorno-ao-mundo-pre-pandemia-24494999 , acessado em 
25/06/2020 
 
Esse artigo expressa a ideia de alguns jovens como se fosse de toda uma geração. Você concorda com 
ele? Como você avalia, em relação a esse tema, o jovem que hoje chega ao vestibular? Situados, em sua 
maior parte, na faixa etária que vai dos dezesseis aos vinte e um anos, esses jovens desejam o retorno 
ao estado pré-pandemia? Desejam algo diferente? São capazes de aproveitar essa oportunidade? Ou 
encaram os efeitos da pandemia com pessimismo? 
Para tratar desse tema, você poderá, por exemplo, identificar as principais virtudes ou os defeitos que 
eventualmente essa jovem geração apresente; indicar quais são os valores que, de fato, ela julga mais 
importantes e opinar sobre eles. Você poderá, também, considerá-la quanto à formação intelectual, 
identificando, aí, os pontos fortes e as possíveis deficiências. Poderá, ainda, observar qual é o grau de 
respeito pelo outro, de consciência social, de companheirismo, de solidariedade efetiva, de 
conformismo ou de inconformismo que essa geração manifesta. 
Refletindo sobre aspectos como os acima sugeridos, escolhendo entre eles os que você julgue mais 
pertinentes ou, caso ache necessário, levantando outros aspectos que você considere mais relevantes 
para tratar do tema proposto, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, apresentando argumentos que 
deem consistência e objetividade ao seu ponto de vista. 
 
 
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https://oglobo.globo.com/mundo/artigo-jovens-nao-querem-retorno-ao-mundo-pre-pandemia-24494999
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 Caderno de Proposta 17 
Tema 6: Negacionismo Autoral 2020 
(Autoral/ inédita) 
Considere as seguintes informações como texto de apoio para a proposta de redação que se segue. 
 
“A intrusão do tipo de transcendência que denomino Gaia faz existir no seio de nossas vidas um 
desconhecido maior, e que está aí para ficar. É o que, aliás, talvez seja mais difícil de conceber: não 
existe futuro previsível em que ela [Gaia] nos restituirá a liberdade de ignorá-la; não se trata de ‘ummau momento que vai passar’, seguido de uma forma qualquer de happy end no sentido pobre de 
‘problema resolvido’. Não estamos mais autorizados a esquecê-lo. Teremos que responder sem cessar 
por aquilo que fazemos face a um ser implacável, surdo às nossas justificações” 
 (Isabelle Stengers, Au temps des catastrophes: résister à la barbarie qui vient. Paris: La Découverte, 2009, 
 
“E, no entanto, basta abrir os jornais ou ligar a TV para perceber o grau de esquizofrenia que acomete 
hoje nossa sociedade, e como esse consenso científico estranhamente não gerou um consenso da 
opinião, ou ao menos não gerou uma consciência da real gravidade da situação que estamos vivendo. 
Enquanto os cientistas (inclusive pesquisadores brasileiros de instituições com alta legitimidade 
científica) falam em um aumento de 4 a 6 º C na temperatura do planeta até o fim deste século , aqui 
“embaixo”, por trás da enxurrada de campanhas publicitárias das empresas que cada vez mais usam e 
abusam da maquiagem verde, limitamo-nos a discutir reciclagem de lixo e outras medidas 
proporcionalmente insignificantes, e o governo se empenha em destruir, pouco a pouco, a legislação 
ambiental construída a duras penas ao longo de décadas, difamando os ambientalistas como 
“ecochatos” e acusando-os de querer atrasar o desenvolvimento do país em nome de suas fantasias de 
mundos impossíveis. Boa parte da esquerda ainda considera a preocupação com o meio-ambiente um 
luxo tipicamente burguês, ou se vê obrigada, muito a contragosto vale dizer, a “domesticar” a questão 
ambiental de modo a fazê-la caber dentro de seus esquemas cosmológicos clássicos, de conteúdo 
fortemente antropocêntrico e messiânico.” 
(Disponível em http://culturaebarbarie.org/sopro/n70scribd.pdf, consultado em 21.02.2019) 
 
Negacionismo 
nome masculino 
1.atitude de quem afirma que algo não é verdadeiro ou não existe 
2.rejeição da validade de conceitos apoiados por consenso científico ou empiricamente verificáveis 
3.HISTÓRIA. posição de quem nega a existência de um facto documentado ou de quem propõe 
interpretações não fundamentadas de fenómenos históricos já estudados; revisionismo 
(disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/negacionismo, consultado em 
21.02.2019) 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 18 
 
Arte: Mariana Rudzinski 
(disponível em http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2017/08/o-que-ha-de-real-no-negacionismo/, 
consultado em 21.02.2019) 
 
Cientistas protestam contra conferência de negacionistas no Porto 
Mais de 60 cientistas e trabalhadores em Ciência expressam o seu protesto pelo facto da Universidade 
do Porto “promover uma conferência que vem favorecer a desinformação”6 de Setembro de 2018, 13:1 
 “A conferência “Basic science of a Changing climate”, que vai decorrer esta sexta-feira e sábado na 
Faculdade de Letras da Universidade do Porto (UP), levou um grupo de personalidades ligadas à Ciência 
a escrever uma carta aberta de protesto dirigida ao reitor da Universidade do Porto (clique para ler o 
documento). Os signatários condenam o encontro “organizado por um conhecido lobby negacionista 
das alterações climáticas, o autodenominado ‘Independent Comittee on Geoethics’” e defendem que a 
universidade “deve escrutinar os eventos que organiza e promover o conhecimento baseado em 
Ciência”. 
(PÚBLICO , 6 de Setembro de 2018) 
 (disponível em https://www.publico.pt/2018/09/06/ciencia/noticia/cientistas-escrevem-carta-aberta-sobre-
conferencia-de-negacionistas-no-porto-1843220#gs.Fqo6P09a, consultado em 21.02.2019) 
 
Estes textos apresentam notícias e opiniões sobre a reação negacionista frente ao possível aquecimento 
global. 
Como todo movimento social, esse fenômeno pode ser entendido como expressão de dilemas que a 
sociedade contemporânea enfrenta. O que essa polêmica revela sobre os paradoxos e encruzilhadas em 
que a humanidade se encontra? Que tipo de visão de mundo o negacionismo revela? Quais interesses? 
Com que seriedade a geração atual encara tal discussão? 
Redija uma dissertação em prosa, na qual você interprete e discuta esse fenômeno, considerando os 
aspectos mencionados no parágrafo anterior e, se quiser, também outros aspectos que julgue 
relevantes. Procure argumentar de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre o assunto. 
 
Tema 7: Ódio que existe na sociedade brasileira 
Texto I 
 
O fato mais singular, numa massa psicológica, é o seguinte: quaisquer que sejam os 
indivíduos que a compõem, sejam semelhantes ou dessemelhantes o seu tipo de vida, 
suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o simples fato de se terem 
transformado em massa os torna possuidores de uma espécie de alma coletiva. Esta 
alma os faz sentir, pensar e agir de uma forma bem diferente da que cada um sentiria, 
pensaria e agiria isoladamente. Certas ideias, certos sentimentos aparecem ou se 
transformam em atos apenas nos indivíduos em massa. A massa psicológica é um ser 
provisório, composto de elementos heterogêneos que por um instante se soldaram, 
exatamente como as células de um organismo formam, com a sua reunião, um ser novo 
que manifesta características bem diferentes daquelas possuídas por cada uma das 
células. 
(Le Bon, Gustave. Apud FREUD, Sigmund, A descrição de Le Bon da mente grupal 
 In.: Psicologia das Massas e a Análise do eu, São Paulo: Editora Schwartz, 2011, p. 12.) 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 19 
 
Texto II 
O Brasil, visto como pacífico, no qual buscam felicidade imigrantes de diversas origens, tornou-se 
campo minado. Lugar perigoso para quem ousa exercer o direito à liberdade de opinião. Há feridos e 
mortos por pensar diferente, não concordar com radicalismos políticos. E não fica só nisso, a barbárie já 
alcança diferenças religiosas, de gênero, de cor e por aí vai a inconsciência quanto ao direito do próximo. 
Fomos divididos em dois grupos: contra e a favor. E se perguntarmos de que ou quem, os 
militantes nem saberão dizer. A tecnologia, criada para aproximar pessoas pelos telefones celulares, é 
utilizada para acirrar ânimos, promover discórdia, gerar conflitos. Jogar uns contra outros. Todos os dias 
recebemos vídeos de pessoas sendo ofendidas, agredidas, acuadas por suas posições ideológicas. 
(Folha de São Paulo ,22/09/2019, “Cultura do ódio) 
 
Texto III 
 
Como funciona o maior grupo de propagação de ódio na internet brasileira, que lucra com misoginia, 
racismo e homofobia 
Além de apostar em conteúdos que geram indignação, 
eles costumam mirar em personalidades com fama na rede. 
 
Além da superfície de imagens fofas e curtidas, a internet cultiva o ódio. Rede narcísica, estimula um 
novo personagem: o troll. É aquele usuário que provoca e enfurece outras pessoas, com comentários 
injustos, ignorantes e, muitas vezes, criminosos. O objetivo do troll é provocar a ira dos outros 
internautas — e, se possível, ganhar algum dinheiro de modo fácil. Os trolls se alimentam da atenção que 
atraem e se valem de qualquer coisa para tal. Talvez, por isso, esta reportagem possa não ser uma boa 
ideia, exceto pelo fato de que precisamos falar sobre esse novo Kevin. 
É um monstrinho digital à moda do personagem da escritora americana Lionel Shriver. O Kevin*, de 
Shriver, é aquela criança mimada que aprende que a violência é um método aceitável e simples para 
obter o que quer. O Kevin digital o emula nas redes sociais e, principalmente, em fóruns privados de 
discussão. 
[...] 
Os trolls estão transformando as mídias sociais e painéis de comentários em um gigante recreio de 
adolescentes malcriados, repetindo epítetos raciais e misóginos, definiu uma reportagem recente da 
revista Time. Uma pesquisa que a publicação cita mostrou que 7 em cada 10 jovens sofreram algum tipo 
de assédio por meio da internet. Um terço das mulheres já se disse perseguida on-line. Um estudo de 
2014publicado no periódico de psicologia Personality and Individual Differences constatou que 5% dos 
usuários da internet que se identificaram como trolladores obtiveram pontuação extremamente alta em 
traços obscuros de personalidade: narcisismo, psicopatia, maquiavelismo e, principalmente, sadismo. E 
não pense que isso não ocorre em sua vizinhança. 
 
* Referência ao livro “Precisamos falar sobre Kevin”, de Lionel Shriver, que conta a história da mãe de um 
menino que comete um massacre em uma escola. A história é vista da perspectiva dessa mãe. 
 
Trecho retirado de Daniel Salgado, Igor Mello e Marcella Ramos, 02/07/2018. Disponível em: 
<https://epoca.globo.com/sociedade/noticia/2018/06/como-funciona-o-maior-grupo-de-propagacao-de-
odio-na-internet-brasileira-que-lucra-com-misoginia-racismo-e-homofobia.html> Acesso em: 18 abr.2019. 
 
Texto IV 
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https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/09/polarizacao-politica-e-uma-perda-de-tempo-diz-irene-ravache.shtml
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 20 
 
 
Os textos acima apresentam ideias sobre ódio que divide a sociedade brasileira. Com base nesses textos e 
outras informações e reflexões que você julgue adequadas redija uma dissertação em prosa no qual você 
análise e discuta o sentido desse fenômeno. 
Artigo: Jovens não querem retorno ao mundo pré-pandemia 
Em debates organizados por comitê da Universidade Columbia, juventude de 10 países acredita que 
surto de Covid-19 é uma oportunidade de mudar suas comunidades e nações para melhor 
Vishakha Desai, Laura Neitzel e Darlene Dubuisson – 24/06/2020 - 08:00 / Atualizado em 24/06/2020 - 
13:02 
 
NOVA YORK — Noventa jovens de 18 a 26 anos, de dez países (Brasil, Emirados Árabes, Estados Unidos, 
Índia, Jordânia, Líbano, Singapura, Tunísia, Turquia e Quênia), participaram de uma série de debates 
online durante a quarentena organizada pelo Comitê sobre Pensamento Global da Universidade 
Columbia, de Nova York. As conversas fazem parte da pesquisa “A juventude em um mundo em 
transformação”. Nas discussões, os jovens compartilharam angústias e incertezas. Um tema recorrente 
foi que eles não querem o retorno ao mundo pré-coronavírus e acreditam que a pandemia é uma 
oportunidade de mudar suas comunidades e nações para melhor. 
Para a juventude dos países desenvolvidos, o momento atual é o de choque com uma situação de 
profunda instabilidade: “Estamos habituados à certeza, como podemos normalizar a incerteza?”, 
questiona o estudante americano Silas Swanson. Para seus colegas nas nações do Sul Global, as 
turbulências são conhecidas: "Para a juventude turca, o futuro sempre foi incerto. Esta pandemia 
apenas acrescentou mais uma camada de dúvidas. Sempre tivemos medo de nos formarmos com a 
economia em declínio", diz a estudante Cansu Ceylan. 
Disponível em https://oglobo.globo.com/mundo/artigo-jovens-nao-querem-retorno-ao-mundo-pre-pandemia-24494999 , acessado em 
25/06/2020 
 
Esse artigo expressa a ideia de alguns jovens como se fosse de toda uma geração. Você concorda com 
ele? Como você avalia, em relação a esse tema, o jovem que hoje chega ao vestibular? Situados, em sua 
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https://oglobo.globo.com/mundo/artigo-jovens-nao-querem-retorno-ao-mundo-pre-pandemia-24494999
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 Caderno de Proposta 21 
maior parte, na faixa etária que vai dos dezesseis aos vinte e um anos, esses jovens desejam o retorno 
ao estado pré-pandemia? Desejam algo diferente? São capazes de aproveitar essa oportunidade? Ou 
encaram os efeitos da pandemia com pessimismo? 
Para tratar desse tema, você poderá, por exemplo, identificar as principais virtudes ou os defeitos que 
eventualmente essa jovem geração apresente; indicar quais são os valores que, de fato, ela julga mais 
importantes e opinar sobre eles. Você poderá, também, considerá-la quanto à formação intelectual, 
identificando, aí, os pontos fortes e as possíveis deficiências. Poderá, ainda, observar qual é o grau de 
respeito pelo outro, de consciência social, de companheirismo, de solidariedade efetiva, de 
conformismo ou de inconformismo que essa geração manifesta. 
Refletindo sobre aspectos como os acima sugeridos, escolhendo entre eles os que você julgue mais 
pertinentes ou, caso ache necessário, levantando outros aspectos que você considere mais relevantes 
para tratar do tema proposto, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, apresentando argumentos que 
deem consistência e objetividade ao seu ponto de vista. 
1.2 Comentário 
 
Tema 1: Redes sociais 
Tema e proposta 
O tema “As redes sociais na democracia: renovação ou ameaça?” leva o candidato a refletir sobre o 
papel inicial das redes sociais, de estabelecer contato mais próximo entre as pessoas, fortalecer os laços 
entre parentes e amigos, e o que ela, de fato, transformou-se: espaço de exposição de fake News, de 
polarização política e de disseminação de preconceitos e de discursos de ódio. Essa discussão é muito 
atual, até porque, durante a pandemia, as redes sociais foram a maneira mais segura de se manter 
contato com os conhecidos e parentes e ganharam mais importância ainda no cotidiano. 
No entanto, não se pode deixar de considerar o uso político que elas ganharam nas eleições norte-
americanas, quando a campanha à presidência de Donald Trump usou-as como forma de catapultar os 
votos do republicano por meio da interferência dos algoritmos da Cambridge Analytica em uma 
estratégia cuja lisura ainda está em questão. Também é possível reconhecer seu uso na última 
campanha eleitoral brasileira à presidência, quando Jair Bolsonaro fez sua divulgação por meio das 
redes sociais. Seus apoiadores foram responsáveis por divulgar muitas fake News a respeito do seu 
adversário, numa clara postura antidemocrática. 
Diante dessas informações, vejamos a seguir algumas possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
• As redes sociais são um elemento de renovação, porque promovem a democracia na 
medida que permitem o diálogo entre pessoas com as mais diferentes orientações 
políticas. 
• As redes sociais são uma ameaça à democracia, na medida em que não promovem um 
diálogo saudável entre as pessoas, mas sim a polarização política. 
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 Caderno de Proposta 22 
 
A partir das informações elencadas no quadro, percebe-se que você pode abordar o tema por diferentes 
e variadas perspectivas. Tudo vai depender da resposta que você der para a pergunta temática, que 
constituirá a sua tese. Caso você reconheça que as redes sociais representam uma renovação à 
democracia, você poderia trabalhar exemplos que demonstrem isso, ou discutir as causas desse 
processo, ou as consequências disso. Já se você considera que as redes sociais representam uma 
ameaça à democracia, será necessário mostrar como e por que isso ocorre, bem como refutar os 
argumentos daqueles que pensam ao contrário. 
Como você deve ter percebido, existem muitos caminhos para a reflexão sobre esse tema, então caberá 
a você escolher um deles. Escolhido o caminho, o próximo passo é elaborar o projeto do seu texto. Nele 
você delineia brevemente o esqueleto do texto, definindo qual será a sua tese e quais serão os 
argumentos que você irá usar para defendê-la. Considere em seu projeto que se trata de um texto de 30 
linhas, o que deve ser suficiente para elaborar quatro ou cinco parágrafos. O primeiro é a introdução; os 
centrais são o desenvolvimento da sua argumentação; o último é a conclusão. Na introdução, espera-se 
que você apresente e contextualize o tema e já defina a sua tese. Também é possível já dar algum 
indício do seu percurso argumentativo, o que orienta muito bem a leitura do seu texto e dificulta que 
você se perca durante a escrita, porque já ficou explicitado o que você irá abordar na sua argumentação. 
A argumentação ocupa o centro do texto ecada argumento deve ocupar um parágrafo. Procure usar 
repertório – exemplos, dados estatísticos, citações, fatos históricos – para enriquecer seu argumento e 
auxiliar a sua defesa da tese. No entanto, não basta apenas citá-los, é preciso estabelecer a conexão 
entre a informação trazida e o tema que está sendo discutido. É preciso que o repertório traga luz ao 
que está sendo exposto, que contribua para a tarefa de justificar a sua tese e evidenciar por que ela é 
defensável e legítima em relação ao que está sendo debatido. 
O último parágrafo é a conclusão, e nela espera-se que você reafirme sua tese e retome seus 
argumentos brevemente, fechando o raciocínio elaborado no texto. Não se espera que você elabore 
uma proposta de intervenção, como no ENEM, e nem isso é aconselhável, porque muitas vezes o tema 
nem permite que se construa uma. Assim, a conclusão por síntese é a mais indicada. 
 
Coletânea de textos 
O primeiro texto é uma frase de Francis Fukuyama, filósofo nipo-americano, que ressalta o crescente 
poder político exercido pelas plataformas digitais e focaliza o perigo disso. 
O segundo texto é um trecho do filósofo Jürgen Habermas que trata da forma como a esfera pública 
deve tratar os problemas sob a perspectiva de uma teoria da democracia. Além de percebê-los e 
identificá-los, ela deve tematizá-los, problematizá-los e dramatizá-los para que sejam assumidos e 
elaborados pelo complexo parlamentar. 
O terceiro texto é um trecho de um artigo da revista Internetlab e destaca o inicial potencial 
democrático das redes sociais como novo fórum de deliberação e seu posterior declínio nesse aspecto, 
transformando-se em espaço de polarização e extremismos. 
O quarto texto é um trecho de um artigo sobre as redes sociais que fala especificamente sobre o intuito 
inicial do Facebook de agregar parentes e amigos e sobre o uso abusivo de que ele tem sido vítima – 
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 Caderno de Proposta 23 
como notícias falsas, assédio político. De acordo com o artigo, a empresa está tentando neutralizar tais 
abusos. 
 
Tese e argumentos possíveis 
De acordo com o posicionamento escolhido em relação ao tema, você irá compor uma tese que explicite 
esse posicionamento. Uma vez escolhida e redigida a tese, é hora de escolher quais são os melhores 
argumentos para defendê-la. Na primeira seção do comentário desta proposta, foram dadas algumas 
sugestões de teses que poderiam ser escolhidas, o que não esgota as suas possibilidades. Lembre-se de 
que a ideia chave nessa escolha é o fato de que as informações selecionadas de fato comprovem a sua 
tese, mostrem por que ela se justifica no mundo atual, por que ela se legitima em nossa sociedade. 
São elencadas a seguir algumas ideias que podem ser usadas como base para os seus argumentos. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de exemplos, dados estatísticos, citações de especialistas ou escritores, podem ser referências 
• É inegável o poder de comunicação e disseminação de informações que as redes 
sociais têm, o que é muito importante para divulgar causas relevantes à comunidade. 
Isso pôde ser visto na Primavera Árabe entre 2010 e 2012, na organização de 
manifestações pelo aumento do preço dos transportes no Brasil em 2013. 
• O uso das redes sociais nas campanhas eleitorais se consolidou nas últimas campanhas 
eleitorais presidenciais norte-americanas (Obama, Trump) e na última brasileira (Jair 
Bolsonaro). No entanto, isso não significa que todos os procedimentos adotados são 
lícitos ou válidos. É necessário problematizar esse tema e definir regras claras para esse 
uso, com responsabilização para quem as descumprir. 
• De acordo com Habermas, os problemas devem ser tematizados e dramatizados para 
que ganhem relevância e visibilidade perante os parlamentares. Assim, as redes sociais 
são um espaço que pode ser utilizado para essa finalidade, pois elas possuem grande 
capilaridade na sociedade e isso pode ser usado com fins de conscientização sobre 
aquilo de que a sociedade precisa. 
• Existe um risco muito sério de que as redes sociais se tornem fonte de fake News com 
vistas a prejudicar certos setores políticos e privilegiar outros. É preciso que haja um 
esforço das plataformas para identificar e neutralizar tais fake News, bem como deve 
haver alguma espécie de esforço legislativo para tornar crime a divulgação delas. 
• As redes sociais têm potencial para se tornarem um fórum de discussão política, desde 
que se garanta que elas sejam um espaço de pluralidade de opiniões e 
posicionamentos. Também é necessário se garantir que elas não sejam o ponto de 
partida para intimidação ou ameaças por conta das opiniões emitidas nelas. 
• A excessiva polarização e extremismos não contribuem para a democracia, ao 
contrário, ameaçam-na. Ao ocorrerem nas redes sociais, eles diminuem a possibilidade 
de diálogo, tão necessário num ambiente democrático. 
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 Caderno de Proposta 24 
de séries, filmes, livros que você tenha lido e que se articulem à ideia que você está desenvolvendo. 
Lembre-se que, desde que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de 
referências externas são muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e 
possibilitar uma nota mais alta. 
 
Tema 2: Fake News 
Comentário. 
 A proposta tem uma estrutura tradicional, uma coletânea composta de 3 textos, uma charge e 
um tema explícito, diante do qual, não restam dúvidas sobre o que se deve dissertar: fake News. Aliás, 
traz à tona a recente discussão sobre limitar a internet ou não. A proposta é polêmica, ou seja, gira em 
torno de um assunto diante do qual se pode concordar ou discordar. Normalmente, nesses temas 
polêmicos, há uma terceira via: concordar ou discordar em partes. Isso não se aplica ao controle da fake 
News, porque obviamente qualquer proposta de controle tende a ser parcial, ninguém é louco de 
propor uma lei que restrinja toda e qualquer informação falsa. Trata-se de um formato bastante 
comum no vestibular da UNESP. 
 A coletânea 
 O primeiro texto permite considerar o contexto, no qual a discussão sobre como controlar as 
fake News se dá. A disseminação dos discursos de ódio e a polarização social em que vivemos parecem 
esgarçar o tecido social, sem que possamos prever o que surgirá desse clima de guerra de uma facção 
contra outra. Se apenas fosse o caso de disseminação de mentiras, saberíamos lidar com isso, pois foi 
uma constante na história política da humanidade. Mas estamos lidando com um instrumento poderoso 
de potencialização do fluxo de informação e com profissionais que se valem dos recursos tecnológicos 
para disseminar propositalmente mentiras como forma de manipular comportamentos, difamar pessoas 
e deslegitimar processos eleitorais. 
 A charge, nesse caso, nos lembra que a mentira profissional é semelhante as falsas informações 
dadas por pessoas comuns. Nós mentimos nas redes sociais, pois a rede nos permite uma virtualidade 
que se associa aos nossos desejos. Uma lei que limitasse as fake News, limitaria também a liberdade 
individual. 
 O texto 4, deixa claro o imbróglio. O recente projeto de lei determina que o Whats App 
mantenha durante 15 dias as informações sobre mensagens enviadas de forma maciça. Ora, há dois 
problemas aí. O primeiro é que a plataforma teria direito de guardar informações sobre os usuários e, 
claro, elas poderiam ser acessadas. O segundo é que tal regra poderia levar à intimidação. É importante 
frisar que tal texto da coletânea é exemplificativo, ou seja, não se pede para que o aluno discuta o 
projeto de lei, mas sim que discuta se o fenômeno da fake News deve ser combatido ou não. 
 O segundo texto é bastante provocador. Ele nos lembra que ao aprovar uma lei de fake Newsnão se aprova um conteúdo, mas uma forma. Ou seja, tanto quem espalha mentiras como a de que o PT 
teria distribuído “chupeta de piroca”, quanto quem acusa o governo de ser nazista seriam apanhados 
pela lei. Embora o autor do texto não chegue a mencionar, vale a pena lembrar, que toda regra legal 
deve ser para todos e deve ser generalizante, daí a dificuldade de promulgar uma lei, pois mesmo 
sabendo-se o que se deseja coibir, os meios para isso podem ser mais amargos do que a coisa em si. 
 Nesse caso, vale ressaltar que a coletânea ajuda a problematizar a questão, oferece pouco 
subsídio para o desenvolvimento argumentativo. 
 Encaminhamentos possíveis 
 Tese: Sim, o controle das fake News representa cerceamento da liberdade. 
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 Caderno de Proposta 25 
▪ Liberdade de expressão significa que o indivíduo pode dizer o que pensa, não importa o 
conteúdo do pensamento, uma lei que cerceie qualquer tipo de liberdade de expressão pode ser 
usada contra jornalistas, por exemplo. 
▪ Se a ofensa for criminosa, o autor pode ser punido por injúria, não é preciso uma lei específica 
para fake News. 
▪ A própria sociedade acabará por regular os exageros. 
▪ Qualquer meio de controlar a opinião, significa trilhar o cominho do autoritarismo, mesmo que 
seja por uma causa justa. 
▪ Mentir nunca foi uma contravenção, a disseminação até poderia ser, mas é difícil separar quem 
dissemina informações porque acredita nelas daqueles que disseminam para ter algum tipo de 
vantagem. 
▪ No regime democrático, nenhuma ideia vale mais do que outra, cada um pode acreditar no 
quiser e divulgar suas ideias, contanto que não sejam apologias à violência. 
Tese: Não, o controle das fake News não cerceia a liberdade. 
▪ Normalmente, quem se vale de robôs e dissemina fake News são pessoas contrárias à liberdade 
democrática; controlar as fake News significa proteger a democracia , ou seja, proteger o único 
regime que defende a liberdade de fato. 
▪ A proposta do congresso nacional de punir o compartilhamento maciço é uma forma de 
restrição, mas que não atinge as ideias, afinal se pune o ato de disseminar e não o conteúdo do 
que é enviado. 
▪ Segundo Jurgën Habermas, filósofo, a democracia só funciona quando os agentes são capazes de 
apresentar suas ideias de forma sincera; as fake News sabotam a democracia; trata-se de 
sabotar o princípio de liberdade de expressão. 
▪ Divulgar fake News significa atentar contra o direito do indivíduo a informação, manipulado por 
informações falsas, o sujeito não é livre. 
 
Para entender mais 
3. Desinformação e riscos à democracia 
 
Hannah Arendt afirmou em entrevista dada em 1974 que, "se todo mundo sempre mentir para 
você, a consequência não é que você vai acreditar em mentiras, mas sobretudo que ninguém 
passe a acreditar mais em nada”[7]. A filósofa política falava tendo em vista as experiências 
totalitárias do século 20, em que a propaganda ideológica estatal tinha como base a manipulação 
do sentido de realidade das pessoas. No entanto, a reflexão cabe perfeitamente ao momento 
atual. 
A desinformação retira a capacidade de discernir o real do irreal, gerando um ambiente de 
crescente desconfiança e descrença. Como agir sem um substrato de realidade? Como tomar 
decisões adequadas sem a capacidade de discernir o real do irreal? 
(...) 
5.2. Estratégias regulatórias 
ALguns países no mundo estão editando leis especificamente voltadas ao combate à 
desinformação. Citarei alguns casos emblemáticos e a abordagem brasileira. 
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http://interessenacional.com.br/2019/07/11/fake-news-desinformacao-e-liberdade-de-expressao/#_ftn7
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 Caderno de Proposta 26 
 
A União Europeia optou por não adotar regulamentação sobre o tema. No contexto do bloco, o 
que existe é um sistema de autorregulação, no qual as plataformas digitais e as empresas de 
publicidade estabelecem para si normas de conduta. Assim, no final de 
2018, Google, Twitter, Facebook e Mozilla apresentaram um código de conduta, com o qual se 
comprometem, por exemplo, a implementar medidas e ferramentas que auxiliem o usuário a 
priorizar e identificar informações autênticas. 
Não obstante, alguns países do bloco optaram por adotar medidas regulatórias. Nesse sentido, a 
Alemanha aprovou, em 2017, lei que confere grande responsabilidade às plataformas digitais pela 
disseminação de notícias falsas ou de discursos de ódio. Dentre as principais obrigações previstas 
na lei, consta a determinação de que as redes sociais e as plataformas de compartilhamento de 
vídeo criem sistemas de denúncia pelos próprios usuários. Os conteúdos manifestamente ilegais 
devem ser removidos no prazo de 24 horas, a contar da reclamação ou de determinação judicial, 
sob pena de multa de até 50 milhões de euros. 
A França aprovou, no final de 2018, lei de combate à desinformação mirando o período eleitoral, 
a qual também obriga as plataformas digitais a criar um sistema de denúncias. Ademais, exige-se 
transparência por parte dessas plataformas quanto aos algoritmos utilizados. 
No Reino Unido, o Parlamento Britânico divulgou um relatório em julho de 2018 propondo 
medidas para combater a desinformação, dentre elas a instituição de um código de ética para as 
plataformas on-line que determine a remoção de conteúdos danosos a partir de denúncias dos 
usuários e a adoção de medidas para o aumento da transparência das plataformas frente aos 
usuários e ao Poder Público[16]. O relatório servirá de base a um projeto de lei, o qual será 
apresentado ao parlamento após consulta pública sobre as propostas formuladas. 
(Disponível em http://interessenacional.com.br/2019/07/11/fake-news-desinformacao-e-liberdade-de-expressao/ , acessado em 
04.12.2019.) 
 
Entenda os principais pontos sobre o projeto de lei das fake news 
Deputados pretendem ajustar ou retirar propostas do Senado que geraram controvérsia 
Por Agência O Globo 
Publicado em: 04/08/2020 às 22h00Alterado em: 04/08/2020 às 21h35access_timeTempo de leitura: 4 
min 
Após o Senado aprovar no fim de junho o projeto de lei de combate às fake news, a Câmara dos 
Deputados passou a analisar o tema. Desde meados de julho, parlamentares e especialistas 
conduzem debates virtuais para discutir pontos controversos do projeto. Segundo o presidente 
da Casa, Rodrigo Maia, a intenção é criar um texto “melhor” do que o aprovado pelos senadores. 
Veja aqui alguns tópicos controversos em discussão do projeto. 
 
Origem rastreada 
Segundo o texto aprovado pelo Senado, aplicativos de mensagens terão que armazenar por pelo 
menos três meses os registros de envios que alcancem mais de mil usuários. Entidades criticam o 
fato de que pessoas não envolvidas na cadeia de desinformação, como jornalistas, pesquisadores 
e parlamentares, terão os dados guardados. A identificação dos responsáveis pelos disparos 
dependerá de ordem judicial. 
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http://interessenacional.com.br/2019/07/11/fake-news-desinformacao-e-liberdade-de-expressao/#_ftn16
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 Caderno de Proposta 27 
Na Câmara, deputados já discutem a alteração ou a retirada total do artigo que determina o 
armazenamento desses registros. Um grupo de parlamentares avalia que o texto aprovado pelo 
Senado indica uma previsão “muito ampla” para a manutenção desses dados nos servidores. 
Identificação de usuários 
Redes sociais vão poder requisitar a identidade de usuários, caso haja denúncia ou indício de 
desrespeito à lei, uso de robôs e contas falsas. A principal crítica é que esse tópico vai na 
contramão da Lei Geral de Proteção de Dados, que estabelece um princípio de coleta mínima de 
dados para uma finalidade específica, sem identificação em massa e indistinta de usuários. A 
Câmara pretende derrubar esse ponto do projeto. 
Controle do conteúdoPublicações poderão ser deletadas imediatamente quando envolverem crimes (como em casos 
de pornografia infantil) ou em situações em que houver “dano imediato de difícil reparação”. 
Entidades sugerem que podem ocorrer violações à liberdade de expressão, uma vez que se trata 
do reforço do controle das plataformas sobre o conteúdo publicado. 
Robôs fora da rede 
Contas com comportamento robotizado deverão ser excluídas quando a automatização não 
estiver informada com clareza às plataformas e aos usuários. Os mecanismos para identificar 
comportamentos incompatíveis com a ação humana caberão às empresas. Pesquisadores creem 
que a medida pode esbarrar em diagnósticos incompletos, devido a complexidade da análise, e 
punir usuários reais. 
(Disponível em . https://exame.com/brasil/entenda-os-principais-pontos-sobre-o-projeto-de-lei-das-fake-news/, acessado em 10.09.2020) 
Tema 3: Pandemia 
A proposta de redação gira em torno de um tema bastante debatido: quais as consequências 
duradouras da pandemia? A questão pode ser respondida sob perspectivas diferentes. Solicita-se que o 
candidato expresse sua opinião sobre a ética. Como seres humanos, sairemos dessa catástrofe 
melhores? Não se trata apenas de uma tentativa de prognosticar o futuro, mas antes, a resposta dada 
na redação deve revelar uma percepção mais ou menos otimista em relação ao homem. Além disso, 
permite ao autor do texto mostrar para a banca seu repertório em relação à atualidade, uma vez que 
várias notícias sobre o comportamento das pessoas já indicam qual deve ser o resultado ético de se 
passar por essa experiência. 
 O tema explícito, “Pandemia? É possível algum aprendizado ético?”, trazia de imediato o desafio 
de se entender o que significaria “ético”. Não se tratava de um grande problema, pois a leitura da 
coletânea já indicava o recorte de significado da palavra. Em outras palavras, perguntava-se se as 
pessoas adotaram outros valores ou outros estilos de vida. “Ética” nesse sentido pode ser pensado 
como comportamento intersubjetivo que promova melhores relações entre as pessoas. 
A coletânea 
 O primeiro texto traz à baila a questão ambiental. O nosso estilo de vida, consumista ao excesso, 
pode ser um dos fatores que levaram à pandemia. Isso significa que uma mudança do jeito de agir não é 
só desejável como necessária. Nesse aspecto, economia e ética se associam. É porque vivemos num 
sistema que necessita economicamente do consumo crescente que nosso jeito de viver acaba por ter 
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 Caderno de Proposta 28 
consequências ambientais. Esse texto permite pensar se é possível uma outra forma de agir dentro de 
parâmetros econômicos tão restritos. 
 A opinião de Átila Iamarino, no segundo texto, era assertiva, vivemos em outro mundo. Houve 
mudanças e elas serão perenes. Primeiro, a pandemia exigiu o cuidado com o outro, algo que pode ser 
visto nos rostos, já que o uso de máscara não é para a própria proteção, mas para não contaminar o 
próximo. As pessoas começaram a trabalhar em casa, as relações humanas começaram a ter destaque 
seja pela proximidade com aqueles que habitam o lar, seja pela necessidade de contatos, que, durante 
a pandemia, tornaram-se virtuais. O autor manifesta otimismo em relação à afetividade que, para ele, 
ganhou novo destaque. 
 O terceiro texto vai na contramão do otimismo do texto anterior. A pandemia reforçou 
estereótipos de preconceitos. Até mesmo governos não só toleraram como estimularam a xenofobia a 
partir da ligação de estereótipos com o vírus. 
 Por fim, o último texto, histórico, permite a comparação com o que ocorreu no passado. A 
peste negra, na Idade Média, mudou valores e comportamentos de forma definitiva. 
Teses 
 De saída, sempre é bom partir das formas mais simples de tese. A formato de polêmica, velho 
conhecido de quem pratica Unesp, permite as 3 respostas de saída. 
 
 Lógico que é possível variação, considerando circunstâncias variadas ou sendo mais ou menos 
enfático na formulação da tese. Por exemplo, é possível dizer que não haverá aprendizado ético e que 
sairemos piores do que quando entramos nessa pandemia. 
Encaminhamentos possíveis: 
Haverá aprendizado ético 
- A pandemia fez as pessoas perceberem a importância do coletivo; mesmo que sejam consumistas, 
essa mudança de valores pode se traduzir em ações de valorização das relações intersubjetivas. 
- O mantra de que cada um deve buscar seus próprios interesses foi abalado, ficou claro que, em casos 
como o de uma pandemia, a solução deve ser coletiva. 
- A importância da mídia tradicional alterou a forma como as pessoas encaravam a informação; na 
pandemia, aprenderam a ter mais cuidado com a informação (cuidado com esse argumento, pois se for 
explorado eticamente, pode desviar do tema). 
- O uso de máscaras deixou claro que deve haver mais preocupação com os outros e esse hábito deixará 
marcas na forma como nos relacionaremos com o outro. 
- A pandemia gerou uma crise que engoliu regimes de extrema-direita que promoviam um tipo de 
comportamento marcado pela agressividade. 
- A valorização de políticas públicas para benefício de muitos, como a revalorização do SUS, vai frear o 
neoliberalismo exacerbado que promovia a apatia com o espaço público. 
 
Não haverá aprendizado ético 
Sim, haverá aprendizado ético
Não, os costumes, as coisas voltarão a ser como eram 
antes
Haverá alguma mudança circunstancial, mas não 
duradoura
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 Caderno de Proposta 29 
- A divisão política que assola o mundo e vários países tornou a discussão ética uma marca de posturas 
políticas; qualquer possível reflexão ética foi sufocada pela política. 
- As necessidades econômicas vão continuar a ser as mesmas depois da pandemia, o que levará as 
pessoas a continuarem consumistas e egocêntricas. 
- O fato de que o vírus foi utilizado para reforçar posturas xenófobas mostra que a mudança de 
paradigma de comportamento não acontecerá. 
- Não houve uma real reflexão sobre a necessidade de mudança ética; o próprio exemplo dos países 
mostrou isso; não houve coordenação conjunta, cada nação teve que procurar sua resposta. 
- Uma coisa simples como a imposição de uso de máscaras ou o distanciamento social foi alvo de 
polêmicas e ações autoritárias por parte dos Estados. Isso demonstra que o cidadão comum não mudou 
sua perspectiva em relação ao coletivo. 
 
Haverá mudança circunstancial, mas não duradoura 
 No caso dessa tese, podem-se mesclar argumentos de um e de outro lado. Por exemplo, é 
possível dizer que “as pessoas estão usando máscaras nesse momento, como símbolo da preocupação 
com o outro, pois a emergência sanitária exige isso, mas que, passado o surto, essa marca vai 
desaparecer assim como a máscara no rosto”. 
 Observe que esse argumento mesclado que dei como exemplo no parágrafo anterior termina 
com uma frase “retórica”, “isso vai desaparecer assim como a máscara no rosto”. Em um tipo de 
redação sobre o futuro, essa forma de argumentar pode parecer tentadora e pode ser utilizada, mas é 
bom lembrar que nessa frase não há recursos argumentativos de fato a não ser o jogo de linguagem. 
 Isso significa que você precisa de um raciocínio ou um fato que possa dar força à afirmação de 
que a preocupação com o outro vai desaparecer como a máscara. Por exemplo, podem-se mencionar 
que muitos já usam a máscara por ser exigência estatal, ou seja, a preocupação com o próximo vem de 
fora para dentro e não o contrário. Isso não muda comportamentos. 
Repertório 
 As ideias sugeridas anteriormente partiram da observação dos fatos, da coletânea e até do 
senso comum. A seguir vou destacar algumas outras ideias que merecem consideração ou até 
pesquisa. 
 História 
 A história da gripe espanhola pode ser interessante, inclusive porque ela não deixou marcas 
significativas no comportamento ético.Sociologia 
 Quando se fala de comportamento ético que envolva algum tipo de solidariedade, o conceito de 
solidariedade orgânica de Durkheim sempre é operacional. Vivemos em uma sociedade em que as 
pessoas exercem funções especializadas, dependem umas das outras, mas não percebem isso, são 
insensíveis em relação ao outro. Vale a pena entender melhor esse conceito. 
 Filosofia 
 Considerar um dos conceitos de “ética” em filosofia sempre ajuda a iniciar um argumento. Por 
exemplo, para Kant, o princípio moral se traduz pela máxima, “age tendo a humanidade como fim e não 
como meio”. A pandemia exigiu que nos preocupássemos com cada pessoa, porque só assim todos 
seriam preservados. 
 
Tema 4: Cancelamento 
O tema “A cultura do cancelamento: recurso valioso ou expressão do ressentimento” propõe uma 
reflexão muito atual. O ato do cancelamento está muito em voga atualmente e resume-se a expor e 
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 Caderno de Proposta 30 
excluir uma pessoa dos contatos ou das redes sociais quando esse alguém age de forma contrária aos 
seus valores ou profere alguma ideia ou pensamento em discordância com o que se pensa ou com os 
valores sociais mais disseminados. Têm sido canceladas atualmente pessoas públicas, como artistas, 
políticos e celebridades do mundo virtual, como digital influencers. 
Diante dessas informações, vejamos a seguir algumas possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, percebe-se que você pode abordar o tema por diferentes 
e variadas perspectivas. Tudo vai depender da resposta que você der para a pergunta temática, que 
constituirá a sua tese. Caso você reconheça que a cultura do cancelamento é um recurso valioso, você 
poderia trabalhar exemplos que demonstrem isso, ou discutir as causas dessa atitude, ou as 
consequências dela. Já se você considera que a cultura do cancelamento é uma expressão do 
ressentimento, será necessário mostrar que ela é inútil como forma de as pessoas se entenderem 
mediante o diálogo e só serve mesmo como forma de extravasar os sentimentos contra aquele que 
ousou se posicionar em desacordo com os valores e as ideias de um outro alguém. Nesse sentido, pode 
até ser pensada como uma espécie de revanchismo. 
Como você deve ter percebido, existem muitos caminhos para a reflexão sobre esse tema, então caberá 
a você escolher um deles. Escolhido o caminho, o próximo passo é elaborar o projeto do seu texto. Nele 
você delineia brevemente o esqueleto do texto, definindo qual será a sua tese e quais serão os 
argumentos que você irá usar para defendê-la. Considere em seu projeto que se trata de um texto de 30 
linhas, o que deve ser suficiente para elaborar quatro ou cinco parágrafos. O primeiro é a introdução; os 
centrais são o desenvolvimento da sua argumentação; o último é a conclusão. Na introdução, espera-se 
que você apresente e contextualize o tema e já defina a sua tese. Também é possível já dar algum 
indício do seu percurso argumentativo, o que orienta muito bem a leitura do seu texto e dificulta que 
você se perca durante a escrita, porque já ficou explicitado o que você irá abordar na sua argumentação. 
A argumentação ocupa o centro do texto e cada argumento deve ocupar um parágrafo. Procure usar 
repertório – exemplos, dados estatísticos, citações, fatos históricos – para enriquecer seu argumento e 
auxiliar a sua defesa da tese. No entanto, não basta apenas citá-los, é preciso estabelecer a conexão 
entre a informação trazida e o tema que está sendo discutido. É preciso que o repertório traga luz ao 
que está sendo exposto, que contribua para a tarefa de justificar a sua tese e evidenciar por que ela é 
defensável e legítima em relação ao que está sendo debatido. 
O último parágrafo é a conclusão, e nela espera-se que você reafirme sua tese e retome seus 
argumentos brevemente, fechando o raciocínio elaborado no texto. Não se espera que você elabore 
uma proposta de intervenção, como no ENEM, e nem isso é aconselhável, porque muitas vezes o tema 
nem permite que se construa uma. Assim, a conclusão por síntese é a mais indicada. 
Coletânea de textos 
• A cultura do cancelamento é um recurso valioso, pois através do cancelamento se 
sinaliza a uma pessoa que ela ultrapassou os limites ao agir ou se expressar e que, por 
isso, ela precisa se retratar e rever os seus atos e valores. 
• A cultura do cancelamento contribui com o autoaprendizado, porque permite que as 
pessoas ajam em conformidade com a liberdade de expressão e sejam reprimidas caso 
extrapolem, o que lhes permite aprimorarem suas condutas. 
• A cultura do cancelamento nada mais é do que a expressão do ressentimento, pois 
através dela se informa de maneira dolorosa ao outro que alguém se magoou com sua 
atitude ou suas palavras, não permitindo o diálogo sobre o ocorrido. 
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 Caderno de Proposta 31 
O primeiro texto, do site da BBC, é uma artigo que explica a origem da cultura do cancelamento e sua 
intenção original, de dar visibilidade a causas como justiça social e preservação ambiental. Seria uma 
forma de forçar atitudes políticas de marcas ou pessoas públicas. Também se explica a dinâmica do ato: 
um usuário de redes sociais flagra um ato ou mensagem em desacordo com seus valores e a registra, 
por foto ou vídeo, e a posta em sua conta, com o cuidado de marcar os envolvidos, como empresas ou 
pessoas, autoridades públicas e outros influenciadores digitais. Em pouco tempo, o post é disseminado 
milhares de vezes. Em seu argumentação, você poderia, por exemplo, analisar se a intenção original da 
cultura do cancelamento é mantida ou se alterou na atualidade. 
O segundo texto é um artigo que discute o limite entre cancelamento e linchamento virtual. Quando 
ocorre linchamento virtual, a consequência é que a pessoa sofre danos à sua honra e imagem. No 
entanto, vê-se um aspecto benéfico no cancelamento quando a pessoa em questão cometeu crimes 
reais, como racismo. Já ele é danoso quando a pessoa foi cancelada apenas por expressar uma opinião 
diferente daquela dos demais, sem que haja preconceito no que ela diz. Também se relata a hipótese de 
a cultura do cancelamento atrapalhar as investigações sobre crimes reais que tenham sido cometidos, 
além de ela se intrometer naquilo que é próprio da atuação da Polícia e do Ministério Público. Além 
disso, a cultura do cancelamento, por não permitir o diálogo, a retratação, a revisão do que foi dito, 
caminha lado a lado com os discursos de ódio. 
O terceiro texto aponta a possível origem da cultura do cancelamento com o movimento #MeToo, que 
usou as redes sociais para unir vítimas de assédio e abuso sexual, em 2017. No entanto, ela se altera 
quando migra para o universo digital. São dados exemplos, como o da Skol, que fez uma propaganda 
inadequada às mulheres no Carnaval de 2015 e “recebeu num puxão de orelha” através do 
cancelamento, o que permitiu à empresa rever a sua propaganda e repensar a sua imagem. 
Tese e argumentos possíveis 
De acordo com o posicionamento escolhido em relação ao tema, você irá compor uma tese que explicite 
esse posicionamento. Uma vez escolhida e redigida a tese, é hora de escolher quais são os melhores 
argumentos para defendê-la. Na primeira seção do comentário desta proposta, foram dadas algumas 
sugestões de teses que poderiam ser escolhidas, o que não esgota as suas possibilidades. Lembre-se de 
que a ideia chave nessa escolha é o fato de que as informações selecionadas de fato comprovem a sua 
tese, mostrem por que ela se justifica no mundo atual, por que ela se legitima em nossa sociedade. 
São elencadas a seguir algumas ideias que podem ser usadas como base para os seus argumentos. 
 
 
• Ao retirar a possiblidade de uma pessoa se justificar por suas palavras ou seus atos, a 
cultura do cancelamento abole o diálogo como forma de resolução de problemas, o 
que éuma atitude inaceitável e pouco racional. 
• A cultura do cancelamento chama a atenção para discursos inadequados e 
convenientes em uma sociedade plural, o que é uma oportunidade para se discutir o 
que é ou não aceitável em uma comunidade digital. 
• Os indícios de discursos de ódio podem ser visualizados e banidos com mais facilidade 
através da cultura do cancelamento, visto que todos os usuários de uma rede social 
podem chamar atenção para eles e apontá-los como inaceitáveis. 
• A exposição que existe quando alguém é cancelado obriga que as pessoas sejam mais 
cautelosas ao se expressarem nas redes sociais, visto que precisam ser atentar à 
pluralidade de visões que existem nelas. 
• A cultura do cancelamento impede a expressão legítima das opiniões dos usuários das 
redes sociais já que todos temem se cancelados. 
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https://rollingstone.uol.com.br/noticia/racismo-e-homofobia-nova-serie-da-netflix-expoe-hollywood-antes-do-movimento-metoo/
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 Caderno de Proposta 32 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de exemplos, dados estatísticos, citações de especialistas ou escritores, podem ser referências 
de séries, filmes, livros que você tenha lido e que se articulem à ideia que você está desenvolvendo. 
Lembre-se que, desde que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de 
referências externas são muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e 
possibilitar uma nota mais alta. 
 
Tema 5: Os jovens e o retorno ao mundo pré-pandemia Autoral 
modelo Fuvest 2020(Fernando Andrade) 
Proposta e tema 
Em meio à pandemia e à instabilidade que ela apresenta, a proposta traz, para o palco de 
discussão, a visão dos jovens acerca do que é o mundo em meio a esse momento e como ele pode 
influenciar o futuro da sociedade como um todo. Para que essa análise seja efetiva, será necessário 
como apresenta a proposta, avaliar o jovem no mundo atual. Quais as perspectivas desse jovem e de 
que maneira ele se comporta em um mundo em modificação? Essas duas perguntas, ainda que feitas 
em conjunto, são essenciais para sua construção textual, independente do lado para o qual caminhe sua 
tese, que discutiremos em outro ponto de nossa análise. 
Comece sua reflexão acerca do tema pensando em como se dão as relações interpessoais nos 
dias de hoje. Temos uma relação verdadeiramente empática? As pessoas conseguem realmente se 
colocar no lugar umas das outras para realmente se importarem com elas? Essas são as perguntas 
iniciais para a construção de um pensamento de defesa de seu ponto de vista. Perceba que, ao falarmos 
de modificações sociais, obviamente falamos de colocações relacionadas, essencialmente, às formas 
como essas relações interpessoais têm acontecido na chamada Modernidade Líquida (que eu, por 
exemplo, prefiro à ideia de uma pós-modernidade). 
Nesse cenário, por exemplo, surge a necessidade de se discutir a configuração da atual 
juventude, chamada de Millenium, em que os aspectos de conexão via rede são essenciais. Esse ponto, 
inclusive, foi bastante modificado pela pandemia. Antes, as pessoas viam os contatos virtuais como 
possibilidades de diminuição da importância do contato físico. Hoje, em meio ao afastamento social tão 
importante para o controle da contaminação, a internet se configura como uma saída para que os 
contatos continuem existindo e as pessoas vençam a distância de seus amigos e entes queridos. É uma 
mudança interessante essa. 
Merece destaque, além do que apresentamos antes, como possibilidade de discussão em seu 
texto, as modificações já sentidas pelo meio ambiente em dois momentos distintos: o primeiro, 
relacionado ao isolamento nos países mais industrializados, revela que o meio ambiente passou por um 
momento de desaceleração da poluição, com melhoria em índices que sempre foram assustadores, tais 
como os de poluição por gases tóxicos, também chamados de gases de efeito estufa. Em um segundo 
momento, com a retomada da produção industrial em países que já controlaram a epidemia, um 
aumento considerável de emissão de poluição para a atmosfera. Como demonstração desses dois 
momentos, destacamos a poluição atmosférica de São Paulo capital, diminuída sensivelmente com o 
isolamento da população, e a volta, aos canais de Veneza, de uma série de espécies marinhas que não 
conseguem habitar tais canais, dada a poluição das águas. Esses dois exemplos servem para a 
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 Caderno de Proposta 33 
demonstração da primeira realidade. Para a segunda, destacamos o retorno à produção na China, que, 
segundo especialistas, duplicou a quantidade de poluição jogada na atmosfera quando conseguiu 
controlar a epidemia de Coronavírus. 
Esses exemplos e as discussões propostas conseguem evidenciar a necessidade de modificação 
do mundo, apregoada pelos jovens entrevistados. Não temos como achar que as coisas serão as 
mesmas no chamado pós-pandemia, que também tem sido, com constância, entendido como “novo 
normal”. Inclusive, essa ideia relacionada ao novo normal é excelente para sua construção de texto, 
dado que é um tema muito atual e uma discussão que tem se configurado como muito profícua. Essa 
nova normalidade, entendida como apresentado a seguir, torna-se cada vez mais palpável, 
principalmente a partir do momento em que pensamos o que se vivencia no mundo. 
 
 
 
Texto motivador 
A proposta apresenta um único texto motivador, que serve para gerar as perguntas de reflexão 
apresentadas durante a construção da proposta. Perceba que o texto é uma demonstração de que a 
pandemia mudou a forma como as pessoas observam o mundo e como pensam que devem ser os novos 
comportamentos em um momento pós-pandêmico, como apresentado no próprio texto. Perceba que a 
ideia é a construção de um pensamento que inclui, essencialmente, os jovens e a forma como esses 
veem o mundo. Como informações principais do texto, temos: 
 
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 Caderno de Proposta 34 
 
 
Teses possíveis 
Como aponta o sensacional professor Fernando Andrade (um lorde inglês) na construção da 
proposta, seu posicionamento pode variar conforme a sua visão de mundo e de expectativas em meio a 
tantas pressões e mudanças na forma de observar as relações interpessoais. Assim, compreendemos 
algumas possibilidades de tese, com outras variações que vocês podem encontrar, dependendo do 
caminho que queiram seguir, essencialmente, dividido em dois: 
 
• A possibilidade de construção de um mundo melhor no pós-pandemia. 
✓ Nesse caso, você pode variar a quantidade de modificações, centrando-se, por exemplo, nas 
relações interpessoais ou nas relações entre os seres humanos e o mundo. 
✓ Você pode, inclusive, torcer para uma modificação plena, em um “novo normal”, em que os 
problemas anteriores sejam resolvidos de forma completa. 
✓ Nesse caso, você deverá levar em consideração a forma como as pessoas se comportam umas com 
as outras em momentos normais. 
 
• A necessidade de retornarmos ao ponto de pensamento anterior à pandemia. 
✓ Essa é uma tese mais complicada de se tratar, visto que analisa uma sociedade mais voltada para 
si, com forte marcação do egocentrismo e do egoísmo. Essa é a sociedade com a qual convivemos 
em todos os momentos. 
 
Argumentos possíveis e repertórios exemplificativos 
Apresentamos a seguir, algumas indicações de argumentação que servirão como direcionadoras 
para sua argumentação. Não queremos, claro, apresentar essas ideias como verdades absolutas ou 
como formas de pensamento reducionistas. São ideias que podem ajudar vocês na definição, inclusive, 
da tese a ser seguida, dado que recomendamos sempre que sua escolha argumentativa leve em 
consideração seus melhores argumentos.Dessa forma, é importante pensar que temos uma variedade 
grande de pensamentos a serem discutidos. 
Destacamos, claro, que vocês sempre se lembrem de que, principalmente em um tema como 
esse, recheado de pensamentos ligados diretamente ao senso comum e às opiniões pessoais, é 
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 Caderno de Proposta 35 
necessário fundamentar de forma clara a sua argumentação, para evitar que seus argumentos não 
sejam entendidos como mera especulação (nome que damos para argumentos que não conseguem ser 
comprovados por meio de repertório). Passemos à sugestão de argumentos e de repertórios. 
 
 
 
Tema 6: Negacionismo 
Nessa proposta, foram selecionados 4 textos verbais e um não verbal como estímulo para se pensar o 
tema: “a reação negacionista frente ao possível aquecimento global”. Após a seleção, observavam-se 
três parágrafos nos quais era possível compreender o tema e o recorte exigido pelo elaborador da 
proposta. 
Os primeiros fragmentos expressavam, de forma diferente, o descontentamento com a maneira de lidar 
com a questão ambiental. O primeiro, de cunho mais poético, fazia uma advertência, retomando a 
mitologia grega cuja deusa, Gaia, era a própria personificação do nosso planeta. Segundo a autora, não 
podemos ignorar o globo em que vivemos, não há final feliz sem incluir em nossos projetos o cuidado 
com Gaia. Não estaríamos sequer autorizados a nos esquecermos desse perigo ambiental que nos 
espreita. 
O segundo texto dava detalhes de como ocorre esse esquecimento. O fragmento partia da tese de que 
nossa atitude diante do aquecimento global é esquizofrênica. Temos consciência da catástrofe que se 
avizinha, mas adotamos ações inócuas como lutar pela reciclagem de lixo, algo que pouco altera a 
marcha da devastação, basta observar que os governos têm afrouxado as leis ambientais. 
O texto visual fechava esse grupo de fragmentos que pareciam ter a finalidade de sensibilizar o leitor 
para a gravidade do problema: o planeta derrete-se diante de uma lupa que aquece sua superfície. 
Os textos restantes consideravam a outra parte do tema: o negacionismo. Havia um fragmento com a 
definição da ideia, “rejeição da validade de conceitos apoiados por consenso científico”, que se 
associava com a notícia de que houve, na cidade do Porto, um encontro de cientistas que negavam a 
existência do fenômeno. 
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 Caderno de Proposta 36 
Na sequência dos textos da coletânea, o examinador apresentava o tema explicitamente e enumerava 
perguntas que serviam de baliza para o recorte temático desejável. Uma das estratégias possíveis seria a 
de responder a cada pergunta, tentando elaborar uma tese. 
 Perguntas e possíveis respostas/sugestões de teses e encaminhamentos 
 Veja que maravilha! O examinador incluiu questões. Vamos fazer um exercício de respondê-las 
rapidamente: 
 - O que essa polêmica revela sobre os paradoxos e encruzilhadas em que a humanidade se 
encontra? Encontramo-nos numa encruzilhada entre o crescimento econômico e a preservação 
ambiental, esse é um dos paradoxos. 
 - Que tipo de visão de mundo o negacionismo revela? Revela uma preocupação com o lucro; e 
uma mentalidade mais imediata, supõe-se que tudo possa ser resolvido no futuro. 
 - Quais interesses? Econômicos (grandes corporações precisam de matéria prima), políticos (os 
governos dependem da estabilidade econômica), sociais (uma limitação da matéria prima levaria a uma 
crise social). 
 - Com que seriedade a geração atual encara tal discussão? Uma seriedade parcial: enquanto 
tema genérico, não há quem não defenda a preservação ambiental, mas quando isso começa a afetar o 
dia a dia, as pessoas desconsideram na prática o discurso teórico de condenação. 
 Óbvio que há outras possibilidades de respostas. Mas tentei mostrar para você que, a partir das 
respostas, começa a despontar uma tese e um encaminhamento argumentativo. A título de exemplo, 
vou considerar duas possibilidades de formulação de tese e de projeto de desenvolvimento textual. 
 Tese 1: O negacionismo é uma reação irracional ao risco de crise econômica 
 Argumentos: não é simplesmente uma maldade de gente que quer destruir a terra; a agressão ao 
meio ambiente tem como causa a necessidade crescente de matéria prima; sem matéria prima o 
crescimento econômico mundial entra em colapso (exemplo, crise do petróleo de 1973); o processo é 
irracional: a tragédia será maior no futuro. 
 Tese 2: O negacionismo é criticado de forma hipócrita, pois execram-se aqueles que 
publicamente negam o aquecimento global, mas cotidianamente cada um de nós nega o aquecimento 
nas ações mais simples. 
 Argumentos: Trump, que nega o aquecimento, é duramente criticado; ele teve apoio de parcela 
da população que aceita suas ideias sem dizê-las publicamente; o cidadão que hoje critica o 
negacionismo consome produtos que estão ameaçando o planeta (considerar a importância do 
petróleo); o estilo de vida atual deveria ser totalmente reformulado; é possível? 
 Essas duas teses seguem o caminho da tentativa de compreender o fenômeno. Lógico que você 
poderá enveredar pela condenação do negacionismo, se bem que, convenhamos, depois de perceber as 
causas, a tarefa fica um pouco mais difícil, mas encare o desafio, tente provar algo como: o 
negacionismo é uma ação inconsequente e quase suicida por parte da humanidade. 
 
 
 
Você deve ter observado que, ao ler as paráfrases da coletânea nos comentários de encaminhamento, 
as ideias de tese ou de desenvolvimento de texto surgiam quase espontaneamente. Se você percebeu 
isso - você que somente leu -, imagine o que eu percebi, uma vez que eu elaborei as paráfrases! 
FICA A DICA 
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 Caderno de Proposta 37 
É surpreendente que o simples exercício de colocar em palavras o que eu entendi do texto já 
desencadeou processos mentais que me permitiram relacionar informações. 
Então fica a dica: diante de um tema obscuro ou diante de uma situação em que faltam ideias, pegue a 
caneta e comece a parafrasear a coletânea, isso pode ajudá-lo. 
Tema 7: Ódio que existe na sociedade brasileira Autoral modelo 
Fuvest 2020 (Fernando Andrade) 
Inicialmente, percebemos que os textos motivadores são essencialmente ligados à construção de ódio 
em grupo, ou, ainda, de disseminação do ódio da forma mais fácil hoje em dia: a internet. O primeiro 
texto argumenta que o comportamento do grupo sempre se sobressai em meio à sociedade, com a busca 
pelo homogêneo, ainda que em uma sociedade sempre heterogênea. É interessante perceber que a 
construção desse primeiro texto nos coloca na construção psíquica dos grupos, o que nos leva à relação 
entre a disseminação do ódio e o agrupamento das pessoas em torno do mesmo pensamento. 
No segundo texto, por sua vez, temos uma análise interessante sobre como o comportamento da 
sociedade brasileira se constrói hoje: de forma polarizada. A proposta discute o posicionamento mais 
comum do cidadão brasileiro nos últimos tempos, a polarização de pensamentos, como se só houvesse 
duas possibilidades ideológicas na sociedade, a esquerda e a direita. 
O texto 3 trata de um ponto muito interessante quando o assunto é construção e disseminação de 
discursos de ódio: a liberdade que a internet permite à colocação de ideias. Trollar os outros é visto como 
uma coisa positiva e, além disso, estimulada, por ser engraçada e divertir o público. Há muitos humoristas 
que se utilizam desse expediente para construírem suas carreiras, principalmente ao trollar os famosos. O 
perigo desse tipo de comportamento é, sem dúvida, a possiblidade de geração de violência e, muitas 
vezes, do chamado linchamento virtual, em que o processo de linchamento ocorre no meio virtual. 
Por fim, o texto 4 apresenta uma tirinha que discute, de forma bastante interessante,a facilidade de 
expressão de ideias quando estamos por trás de um monitor ou uma tela de celular. A problematização 
ali trazida diz respeito à coragem garantida pelo anonimato da internet, bem como por meio do não 
contato físico. Esta discussão consegue ligar-se à proposta no texto 3. 
Diante disso, percebe-se que há uma problematização interessante na coletânea de textos, com o 
indicativo de que a disseminação desse tipo de discurso precisa ser combatida, visto ser um processo que 
pode gerar violência tanto dentro da internet quanto fora dela. Vamos discutir, então, possibilidades de 
visão do tema, para, em seguida, apresentarmos alguns argumentos possíveis dentro desse tema. 
A forma de comportamento ideológico do brasileiro nos últimos tempos precisa ser levada em 
consideração na escrita da redação, porque, de uma forma geral, temos percebido que a polarização de 
pensamentos, conhecida como a divisão entre direita e esquerda, acaba em casos de disseminação de 
ódio. De forma geral, encaixam-se no pensamento de esquerda aqueles que têm certo pensamento 
social, enquanto na direita ficam os liberais (em diversos níveis) que têm preocupação econômica. Tal 
divisão é antiga e remonta à Revolução Francesa, na qual houve a tentativa de construção do populismo 
por meio dessa divisão de social versus econômico. De forma mais ampla, há possibilidade de divisão em 
vários outros níveis ideológicos, visto que somente essa divisão bipolar causa construção de discursos de 
ódio. 
Vale ressaltar, ainda, que muitos têm escondido determinados discursos preconceituosos nos discursos 
polarizados. Aí reside o problema: preconceitos foram transformados em ideologias e isso torna o 
combate muito mais complexo e difícil, visto que é necessário que as ideologias sejam respeitadas. Dessa 
forma, vale a discussão, no texto, desse ponto: de que maneira devemos observar os preconceitos? 
Como ideologias ou como formas reprováveis de ver o outro? 
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 Caderno de Proposta 38 
Outro ponto interessante de ser tratado é a liberdade que a internet, também chamada de “terra sem-
lei”, garante aos disseminadores de ódio. O palco de julgamento e de exposição virtual é pouco 
controlado e sem uma regulamentação efetiva. Se analisarmos a partir de um pressuposto do 
pensamento de Durkheim, é possível classificarmos a internet como uma anomia, uma vez que a ausência 
de regulamentação própria e clara impede que os discursos de ódio sejam combatidos. É comum 
encontrarmos comentários extremamente preconceituosos com relação a algumas publicações. 
Além disso, se tomarmos a ideia daquele que trolla como um acontecimento normal e esvaziado de 
significado, podemos pensar como os discursos de poder, como Foucault afirma em sua obra, enraízam-
se na base social a partir de uma repetição constante e disseminação aceita por todos. Esse enraizamento 
torna-se ainda mais perigoso quando há um esvaziamento de significados nos discursos de ódio: a 
brincadeira esvazia a maldade do discurso e isso faz com que ele seja constantemente repetido e 
defendido, ainda mais em meio a discussões como a de liberdade de expressão. 
Por fim, antes de partirmos para os argumentos, vale analisar duas características possíveis dentro da 
internet: a facilidade de anonimato, com a criação possível de perfis fakes e a liberdade de falar o que 
quer na segurança da internet. Ali, não há confronto físico possível. 
 
• A necessidade de afirmação de pensamentos pouco aceitos socialmente leva ao agrupamento de 
pessoas que apresentam a mesma ideia (aqui é possível citar o pensamento de Hannah Arendt, 
sobre Banalização do mal, no qual a filósofa apresenta a ideia de que, em contextos de massificação 
de pensamento, as pessoas agem ainda que sem acreditar exatamente naquilo. A ideia se 
fundamenta no pensamento de que nem todos os nazistas agiram de forma maldosa e monstruosa 
por necessariamente serem maus, mas por serem motivados pelo contexto de maldade da 
sociedade). 
• Os preconceitos, geradores de ódio, têm sido apresentados de forma ideológica, com o objetivo de 
validar o pensamento (ou seja, se é parte de um processo ideológico, podemos pedir respeito à 
nossa liberdade de expressão. A Alteridade é comprometida em busca da homogeneização). 
• A liberdade de expressão trazida pela internet é assustadora e pode contribuir para a disseminação 
de pensamentos sem julgamento. 
• O discurso virtual termina por incentivar e legitimar problemas violentos no mundo físico, uma vez 
que há uma tendência a misturar a vida física com a virtual. 
• Prega o não respeito à diversidade, fato que pode sempre construir problemas entre grupos. 
• É considerado um crime no Brasil, a partir do Marco Civil da Internet, mas é de difícil punição, uma 
vez que a internet serve, também, como esconderijo para esse tipo de cidadão. 
• A intolerância extrapola a diferença mais simples, chegando à intolerância de gênero, homofobia, 
problemas políticos – como a polarização –, religião e raça. 
• Como não há uma aceitação daquilo que é diferente, corre-se o risco de entrarmos em um processo 
de eugenia, ou seja, de limpeza étnica ou relacionada à diferença em questão, qualquer que seja 
ela (a eugenia trabalha com um escalonamento das etnias fundamentado na genética. Esse fato 
pode levar a uma tentativa de limpeza dos considerados menos importantes que os que estão no 
topo da escala). 
• Difere-se da opinião por ser uma construção social e, preferencialmente, aceita socialmente. 
• Construções históricas são bastante interessantes de serem citadas como fundamentação, assim 
como as construções relacionadas ao conservadorismo. 
 
 
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 Caderno de Proposta 39 
2. Propostas dos anos anteriores UNESP 2010-2020 
 
Proposta 1: (UNESP 2020) Carro, novo cigarro? 
 
 
 
Texto 4 
Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba que priorizou o transporte coletivo na capital 
paranaense, chamou o carro de “cigarro do futuro”: “Você poderá continuar a usar, mas as pessoas se 
irritarão por isso.” Depois de décadas em que o modelo curitibano, que privilegia corredores de ônibus, 
vem sendo copiado no exterior, é ainda lentamente que ganha adeptos no Brasil, com a adoção de 
corredores e ciclovias e a discussão de limitar, no Plano Diretor de São Paulo, a oferta de vagas de 
garagem. O escritor e empresário australiano Ross Dawson tem opinião parecida à de Lerner: “Um dia as 
pessoas vão olhar para trás e se perguntar como era aceitável poluir tanto, da mesma forma como hoje 
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 Caderno de Proposta 40 
pensamos sobre o tempo em que cigarro era aceito em restaurantes, aviões e lugares fechados.” Nos 
EUA, o carro perde espaço não apenas como meio de locomoção, mas também como objeto de desejo e 
expressão de um certo modo de vida. Demografia e economia, além da questão ambiental, fazem com 
que menos jovens tirem carteira de motorista e cidades invistam em sustentabilidade para atrair 
moradores. 20% dos jovens americanos entre 20 e 24 anos de idade não têm hoje habilitação — e o 
mesmo vale para 40% dos americanos de 18 anos. Em ambos os casos, o número de jovens que não 
dirigem dobrou entre 1983 e 2013, segundo estudo da Universidade de Michigan. (Raul Juste Lores. “O 
declínio de uma paixão”. Folha de S.Paulo, 29.06.2014. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 O carro será o novo cigarro? 
 
Proposta 2: (UNESP 2019) Consumo 
 
 
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 Caderno de Proposta 41 
 
 
Texto 4 
Nós somos consumidores agora, consumidoresem primeiro lugar e acima de tudo. Para todas as 
dificuldades com que nos deparamos no caminho trilhado para nos afastar dos problemas e nos 
aproximar da satisfação, nós buscamos as soluções nas lojas. Do berço ao túmulo, somos educados e 
treinados a tratar as lojas como farmácias repletas de remédios para curar ou pelo menos mitigar todas 
as doenças e aflições de nossas vidas particulares e de nossas vidas em comum. Comprar por impulso e 
se livrar de bens que já não são atraentes, substituindo-os por outros mais vistosos, são nossas emoções 
mais estimulantes. Completude de consumidor significa completude na vida. 
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós?, 2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 Compro, logo existo? 
 
 
Proposta 3: (UNESP 2018 - Final do Ano) Porte do armas 
A maioria dos brasileiros segue contrária à ampliação do porte de armas de fogo. Segundo recente 
pesquisa Datafolha, 56% dos entrevistados se disseram contrários ao porte legal estendido a todos os 
cidadãos. 
Sancionado em 2003, o Estatuto do Desarmamento, criado para controlar o uso de armas no país, é 
constantemente alvo de críticas por não ter contribuído para a redução da criminalidade. Especialistas 
em segurança pública, porém, dizem o contrário. 
(“Maioria no país segue contrária à ampliação do porte legal de armas”. www1.folha.uol.com.br, 
07.01.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
Imagine um país onde qualquer pessoa com mais de 21 anos pudesse andar armada na rua, dentro do 
carro, nos bares, festas, parques e shoppings centers. Em um passado não muito distante, esse país era 
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 Caderno de Proposta 42 
o Brasil. Até 2003, aqui era possível, sem muita burocracia, comprar uma pistola ou um revólver em 
lojas de artigos esportivos, onde as armas ficavam em prateleiras na seção de artigos de caça, ao lado de 
varas de pesca e anzóis. 
Mas, de acordo com os indicadores da época, os anos em que a população podia se armar para 
teoricamente “fazer frente à bandidagem” não foram de paz absoluta, mas de crescente violência, 
segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Para 
conter o avanço das mortes, foi sancionado, em 2003, o Estatuto do Desarmamento, que restringiu 
drasticamente a posse e o acesso a armas no país. Atualmente a taxa de homicídios está em 29,9 
assassinatos por 100.000 habitantes, o que pressupõe que o desarmamento não reduziu drasticamente 
os homicídios mas estancou seu crescimento. 
O tema é sensível, uma vez que um grupo de deputados e senadores quer voltar para os velhos tempos, 
quando era possível comprar armas com facilidade. O tema ganha eco também em alguns setores da 
sociedade que enxergam no direito de se armar – e a reagir à violência — uma possibilidade de “salvar 
vidas”. 
Daniel Cerqueira, pesquisador do IPEA, explica que uma grave crise econômica ocorrida durante a 
década de 1980 ampliou a desigualdade social e foi um dos fatores responsáveis pelo aumento das taxas 
de homicídio. “No meio desse processo, as pessoas começaram a comprar mais armas. Isso fez com que 
o ciclo de violência se auto-alimentasse. Quanto mais medo as pessoas sentem e mais homicídios 
ocorrem, mais elas se armam. Quanto mais se armam, mais mortes temos”, afirma. Ele destaca que, ao 
contrário do que frequentemente se diz, a maior parte dos crimes com morte não são praticados pelo 
“criminoso contumaz”, e sim “pelo cidadão de bem que, em um momento de ira, perde a cabeça”. 
Nem todos concordam com Cerqueira. “As pessoas se sentiam mais seguras naquela época”, afirma 
Benê Barbosa, um dos mais antigos militantes pró-armas do Brasil. De acordo com Barbosa, nos anos de 
1990 deveria haver “aproximadamente meio milhão de pessoas armadas em São Paulo, e você não 
tinha bangue-bangue nas ruas”. Para ele, o Estatuto do Desarmamento “elitizou” a posse de armas, ao 
instituir a cobrança de taxas proibitivas. 
 
(Gil Alessi. “Como era o Brasil quando as armas eram vendidas em shoppings e munição nas lojas de 
ferragem”. http://brasil.elpais.com, 31.10.2017. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Devemos liberar as armas? Sim. 
“O direito à autodefesa é pilar de uma sociedade livre e democrática. No Brasil, os bandidos continuam 
a ter acesso livre às armas de fogo e o cidadão fica à mercê dos criminosos.” Denis Rosenfield (professor 
de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). 
Devemos liberar as armas? Não. 
“Voltar a armar a sociedade é um fator de risco para o aumento das mortes violentas no país. O uso de 
armas deve ser restrito às forças policiais.” José Mariano Beltrame (ex-secretário de Segurança Pública 
do Estado do Rio de Janeiro). 
 
(“Devemos liberar as armas?”. https://epoca.globo.com, 24.04.2015. Adaptado.) 
 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
Liberar o porte de armas de fogo a todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil? 
 
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 Caderno de Proposta 43 
 
Proposta 4: (Enem 2018 – Meio do ano) Voto facultativo 
Texto 1 
 Um levantamento do Instituto Datafolha divulgado em maio de 2014 apontou que 61% dos eleitores 
são contrários ao voto obrigatório. O voto obrigatório é previsto na Constituição Federal – a participação 
é facultativa apenas para analfabetos, idosos com mais de 70 anos de idade e jovens com 16 e 17 anos. 
 Para analistas, permitir que o eleitor decida se quer ou não votar é um risco para o sistema eleitoral 
brasileiro. A obrigatoriedade, argumentam, ainda é necessária devido ao cenário crítico de compra e 
venda de votos e à formação política deficiente de boa parte da população. 
 “Nossa democracia é extremamente jovem e foi pouco testada. O voto facultativo seria o ideal, 
porque o eleitor poderia expressar sua real vontade, mas ainda não é hora de ele ser implantado”, diz 
Danilo Barboza, membro do Movimento Voto Consciente. 
 O sociólogo Eurico Cursino, da Universidade de Brasília (UnB), avalia que o dever de participar 
das eleições é uma prática pedagógica. Ele argumenta que essa é uma forma de canalizar conflitos 
graves ligados às desigualdades sociais no país. “A democracia só se aprende na prática. Tornar o voto 
facultativo é como permitir à criança decidir se quer ir ou não à escola”, afirma. 
 Já para os defensores do voto não obrigatório, participar das eleições é um direito e não um 
dever. O voto facultativo, dizem, melhora a qualidade do pleito, que passa a contar majoritariamente 
com eleitores conscientes. E incentiva os partidos a promover programas eleitorais educativos sobre a 
importância do voto. 
(Karina Gomes. “O voto deveria ser facultativo no Brasil?”. www.cartacapital.com.br, 25.08.2014. Adaptado.) 
 
Texto 2 
 Há muito tempo se discute a possibilidade de instauração do voto facultativo no Brasil. Mas são 
diversos os fatores que travam a discussão. 
 Atualmente, é a Lei no 4737/1965 que determina o voto como obrigatório no Brasil, além dos 
dispositivos e penas a quem não comparece ao pleito. Com a imposição, o país segue na tendência 
contrária ao resto do mundo. Estudo divulgado pela CIA, que detalha o tipo de voto em mais de 230 
países no mundo, mostra que o Brasil é um dos (apenas) 21 que ainda mantém a obrigatoriedade de 
comparecer às urnas. 
 Para Rodolfo Teixeira, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), a atual 
descrença na classe política pode levar a uma grave deserção do brasileiro do processo eleitoral. O 
jurista Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral e membro da comissão de reforma políticada OAB 
de São Paulo, concorda e acredita que o eleitor brasileiro ainda é “deficitário” do ponto de vista de 
educação política, sem ser maduro o suficiente para entender a importância do voto: “Se [o voto 
facultativo] fosse implementado hoje, mais da metade dos eleitores não votaria. Isso é desastroso”, 
afirma. 
 O cientista político e professor da FGV-Rio Carlos Pereira pensa diferente. O especialista acredita 
que as sete eleições presidenciais depois do fim da ditadura militar mostram que o momento 
democrático do Brasil está consolidado. O voto facultativo seria mais um passo a uma democracia plena. 
 “O argumento de que o eleitor pobre e menos escolarizado deixaria de votar parte de um 
pressuposto da vitimização. É uma visão muito protecionista”, diz Pereira. “O eleitor mais pobre tem 
acesso à informação e é politizado: ele sabe quanto está custando um litro de leite, uma passagem de 
ônibus, se o bairro está violento, se tem desemprego na família. É totalmente plausível que ele faça um 
diagnóstico e decida em quem votar e se quer votar.” 
(Raphael Martins. “O que falta para o Brasil adotar o voto facultativo?”. http://exame.abril.com.br, 01.08.2017. Adaptado.) 
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 Caderno de Proposta 44 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O voto deveria ser facultativo no Brasil? 
 
Proposta 5: (UNESP 2017 – Final do ano) A riqueza de poucos 
PROVA UNESP 2017 
TEXTO 1 
 A distribuição da riqueza é uma das questões mais vivas e polêmicas da atualidade. Será que a 
dinâmica da acumulação do capital privado conduz de modo inevitável a uma concentração cada vez 
maior da riqueza e do poder em poucas mãos, como acreditava Karl Marx no século XIX? Ou será que as 
forças equilibradoras do crescimento, da concorrência e do progresso tecnológico levam 
espontaneamente a uma redução da desigualdade e a uma organização harmoniosa da sociedade, como 
pensava Simon Kuznets no século XX? 
(Thomas Piketty. O capital no século2014. Adaptado.) 
 
 TEXTO 2 
 Já se tornou argumento comum a ideia de que a melhor maneira de ajudar os pobres a sair da 
miséria é permitir que os ricos fiquem cada vez mais ricos. No entanto, à medida que novos dados sobre 
distribuição de renda são divulgados*, constata-se um desequilíbrio assustador: a distância entre 
aqueles que estão no topo da hierarquia social e aqueles que estão na base cresce cada vez mais. 
 A obstinada persistência da pobreza no planeta que vive os espasmos de um fundamentalismo do 
crescimento econômico é bastante para levar as pessoas atentas a fazer uma pausa e refletir sobre as 
perdas diretas, bem como sobre os efeitos colaterais dessa distribuição da riqueza. 
 Uma das justificativas morais básicas para a economia de livre mercado, isto é, que a busca de lucro 
individual também fornece o melhor mecanismo para a busca do bem comum, se vê assim questionada 
e quase desmentida. 
* Um estudo recente do World Institute for Development Economics Research da Universidade das 
Nações Unidas relata que o 1% mais rico de adultos possuía 40% dos bens globais em 2000, e que os 
10% mais ricos respondiam por 85% do total da riqueza do mundo. A metade situada na parte mais 
baixa da população mundial adulta possuía 1% da riqueza global. 
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós?, 2015. Adaptado.) 
 
 TEXTO 3 
 Um certo espírito rousseauniano parece ter se apoderado de nossa época, que agora vê a propriedade 
privada e a economia de mercado como responsáveis por todos os nossos males. É verdade que elas 
favorecem a concentração de riqueza, notadamente de renda e patrimônio. 
 Essa, porém, é só parte da história. Os mesmos mecanismos de mercado que promovem a 
disparidade – eles exigem certo nível de desigualdade estrutural para funcionar – são também os 
responsáveis pelo mais extraordinário processo de melhora das condições materiais de vida que a 
humanidade já experimentou. 
 Se o capitalismo exibe o viés elitista da concentração de renda, ele também apresenta a vocação 
mais democrática de tornar praticamente todos os bens mais acessíveis, pelo aprimoramento dos 
processos produtivos. Não tenho nada contra perseguir ideias de justiça, mas é importante não perder a 
perspectiva das coisas. 
(Hélio Schwartsman. “Uma defesa da desigualdade”. Folha de S.Paulo, 14.06.2015. Adaptado.) 
 
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 Caderno de Proposta 45 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira? 
 
Proposta 6: (UNESP 2017 – Meio do ano) Prisão especial para 
portadores de diploma 
 
Texto 1 
 Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade [...]. 
 (Constituição da República Federativa do Brasil. www.planalto.gov.br) 
 
Texto 2 
Art. 295. Serão recolhidos [...] a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos 
a prisão antes de condenação definitiva: 
I. os ministros de Estado; 
II. . os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus 
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; 
III. . os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias 
Legislativas dos Estados; 
IV. IV. os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; V. os oficiais das Forças Armadas e os militares dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
V. os magistrados; VII. os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
VI. VIII. os ministros de confissão religiosa; 
VII. IX. os ministros do Tribunal de Contas; 
VIII. X. os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado [...]; 
IX. XI. os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 
(Código de Processo Penal. www.planalto.gov.br) 
 
Texto 3 
 A prisão especial, no Brasil, é um instituto que visa favorecer algumas pessoas levando-se em 
consideração os serviços prestados à sociedade. Esta diferenciação é garantida apenas durante o 
período em que aguardam o resultado de seu julgamento. Se condenadas, são transferidas da prisão 
especial para a prisão comum. Esse tema suscita uma polêmica que divide tanto a opinião pública 
quanto os políticos e legisladores. 
 A defesa do privilégio da prisão especial para portadores de diploma é feita por autores como 
Basileu Garcia, ex-professor da Faculdade de Direito da USP, que diz merecer maior consideração 
pública as pessoas que, “pela sua educação [leia-se: portadores de diploma], maior sensibilidade devem 
ter para o sofrimento no cárcere”. Também Arthur Cogan, ex-procurador de justiça, considera que a 
prisão especial “não afronta a Constituição, já que a todos os cidadãos estão abertos os caminhos que 
conduzem à conquista das posições que dão aos seus integrantes a regalia de um tratamento sem o 
rigor carcerário”, ou seja, o autor parece entender que no Brasil quaisquer pessoas, sem exceção, têm 
condições de, se pretenderem, cursar uma faculdade. 
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http://www.planalto.gov.br/
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 Caderno de Proposta 46 
(Valquíria Padilha e Flávio Antonio Lazzarotto. “A distinção por trás das grades: reflexões sobre a prisão especial”. 
https://sociologiajuridicadotnet.wordpress.com. Adaptado.) 
Texto 4 
 A desigualdadesocial se manifesta de diversas formas. A prisão especial para quem tem diploma é 
uma das mais descaradas. Afinal, se duas pessoas cometem o mesmo crime, mas uma delas estudou 
mais, esta poderá ficar em uma cela especial, separada dos demais presos até condenação em 
definitivo. 
 O artigo 5o da Constituição Federal diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza’’. Mas, na prática, a legislação brasileira confere o privilégio de não ficar em cárcere 
comum para alguns grupos. Em certos casos, como juízes e delegados de polícia, por exemplo, isso faz 
sentido. Em outros, como os portadores de diploma de curso superior, não. 
 Quem teve acesso à educação formal desfruta de direitos sobre quem foi obrigado, em 
determinado momento, a escolher entre estudar e trabalhar. Ou que, por vontade própria, 
simplesmente optou por não fazer uma faculdade. Afinal de contas, só o pensamento limitado é capaz 
de considerar alguém superior por ter um bacharelado ou uma licenciatura. 
(Leonardo Sakamoto. “Eike Batista, cela especial e o Brasil que discrimina por anos de estudo”. 
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br, 30.01.2017. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Prisão especial para portadores de diploma: afronta à Constituição? 
 
Proposta 7: (UNESP 2016 – MEIO DO ANO) Estatuto da família 
 
Texto 2 
O que é o Estatuto da Família? 
É um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. O texto desse projeto tenta definir o que 
pode ser considerado uma família no Brasil. Ou seja, o projeto propõe regras jurídicas para definir quais 
grupos podem ser considerados uma família perante a lei. 
(“O que é o Estatuto da Família?”. www.cartacapital.com.br, 25.10.2015. Adaptado.) 
 
 
Texto 3 
Projeto de Lei no 6583, de 2013 (Estatuto da Família). Para os fins desta Lei, define-se família como o 
núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou 
união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. (Anderson 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 47 
Ferreira [deputado federal pelo PR]. “Projeto de Lei no 6583/2013”. www.camara.gov.br, 16.10.2015. 
Adaptado.) 
 
Texto 4 
 O Estatuto da Família veio num momento bastante oportuno. Nunca a principal instituição da 
sociedade e o matrimônio foram tão atacados como nos dias atuais. Basta ver crianças e adolescentes 
sendo aliciados para o mundo do crime e das drogas, a violência doméstica, a gravidez na adolescência, 
os programas televisivos cada vez mais imorais e violentos, sem falar na visível deturpação do conceito 
de matrimônio e na banalização dos valores familiares conquistados há décadas. Tudo isso repercute 
negativamente na dinâmica psicossocial do indivíduo. 
 O Estatuto da Família não deveria causar tanto alvoroço no que se refere ao conceito de família. 
A definição não é minha e de nenhum parlamentar. É a Carta Constitucional que, assim, restringe sua 
composição. Não tem nada a ver com preconceito ou discriminação. 
(Sóstenes Cavalcante [deputado federal pelo PSD]. “Estatuto da Família é base para sociedade mais 
justa, fraterna e desenvolvida”. http://congressoemfoco.uol.com.br, 08.10.2015. Adaptado.) 
 
 Texto 5 
 A ONU no Brasil disse estar acompanhando “com preocupação” a tramitação, no Congresso Nacional, 
da Proposição Legislativa que institui o Estatuto da Família, especialmente quanto ao conceito de família 
e “seus impactos para o exercício dos direitos humanos”. 
 Citando tratados internacionais, a ONU afirmou ser importante assegurar que outros arranjos 
familiares, além do formado por casal heteroafetivo, também sejam igualmente protegidos como parte 
dos esforços para eliminar a discriminação: “Negar a existência destas composições familiares diversas, 
para além de violar os tratados internacionais, representa uma involução legislativa”. 
(“Brasil: ONU está preocupada com projeto de lei que define conceito de família”. 
http://nacoesunidas.org, 27.10.2015.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O conceito de família proposto pelo Estatuto da Família: discriminação contra outros arranjos 
familiares? 
 
 
 
 
Proposta 8: (UNESP 2016 – FINAL DO ANO) Imagens trágicas 
UNESP 2016/1 
 
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 Caderno de Proposta 48 
 
Texto 1 
Um dos traços característicos da vida moderna é oferecer inúmeras oportunidades de vermos (à 
distância, por meio de fotos e vídeos) horrores que acontecem no mundo inteiro. Mas o que a 
representação da crueldade provoca em nós? Nossa percepção do sofrimento humano terá sido 
desgastada pelo bombardeio diário dessas imagens? 
Qual o sentido de se exibir essas fotos? Para despertar indignação? Para nos sentirmos “mal”, ou seja, 
para consternar e entristecer? Será mesmo necessário olhar para essas fotos? Tornamo-nos melhores 
por ver essas imagens? Será que elas, de fato, nos ensinam alguma coisa? 
Muitos críticos argumentam que, em um mundo saturado de imagens, aquelas que deveriam ser 
importantes para nós têm seu efeito reduzido: tornamo-nos insensíveis. Inundados por imagens que, no 
passado, nos chocavam e causavam indignação, estamos perdendo a capacidade de nos sensibilizar. No 
fim, tais imagens apenas nos tornam um pouco menos capazes de sentir, de ter nossa consciência 
instigada. 
(Susan Sontag. Diante da dor dos outros, 2003. Adaptado.) 
Texto 2 
Quantas imagens de crianças mortas você precisa ver antes de entender que matar crianças é errado? 
Eu pergunto isso porque as mídias sociais estão inundadas com o sangue de inocentes. Em algum 
momento, as mídias terão de pensar cuidadosamente sobre a decisão de se publicar imagens como 
essas. No momento, há, no Twitter particularmente, incontáveis fotos de crianças mortas. Tais fotos são 
tuitadas e retuitadas para expressar o horror do que está acontecendo em várias partes do mundo. Isto 
é obsceno. Nenhuma dessas imagens me persuadiu a pensar diferentemente do modo como eu já 
pensava. Eu não preciso ver mais imagens de crianças mortas para querer um acordo político. Eu não 
preciso que você as tuite para me mostrar que você se importa. Um pequeno cadáver não é um símbolo 
de consumo público. 
(Suzanne Moore. “Compartilhar imagens de cadáveres nas mídias sociais não é o modo de se chegar a um cessar-
fogo”. www.theguardian.com, 21.07.2014. Adaptado.) 
Texto 3 
A morbidez deve ser evitada a todo custo, mas imagens fotográficas chocantes que podem servir 
a propósitos humanitários e ajudar a manter vivos na memória coletiva horrores inomináveis 
(dificultando, com isso, a ocorrência de horrores similares) devem ser publicadas. 
(Carlos Eduardo Lins da Silva. “Muito além de Aylan Kurdi”. http://observatoriodaimprensa.com.br, 08.09.2015. 
Adaptado.) 
Texto 4 
Diretor da ONG Human Rights Watch, Peter Bouckaert publicou em seu Twitter a foto do menino 
sírio de 3 anos que se afogou. Ele explicou sua decisão: “Alguns dizem que a imagem é muito ofensiva 
para ser divulgada. Mas ofensivo é aparecerem crianças afogadas em nossas praias quando muito mais 
pode ser feito para evitar suas mortes.” 
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 Caderno de Proposta 49 
(“Diretor de ONG explica publicação de foto de criança”. Folha de S.Paulo, 03.09.2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?Proposta 9: (UNESP 2015 – meio do ano) Redução da menoridade 
penal 
 
Texto 1 
O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que a redução da 
maioridade penal vai inibir jovens e criminosos: “O jovem de hoje é diferente do jovem de 1940, 
quando essa maioridade penal de 18 anos foi instituída. Agora, ele é bem informado, já 
compreende o que é uma atitude delituosa. Muitos jovens de 16 anos já estão empregados no 
crime organizado. A redução vai inibir os adolescentes e criminosos que aliciam menores.” 
(“Para ex-ministro do STF, redução da maioridade penal diminuiria 
crime”. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.) 
Texto 2 
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a redução da 
maioridade penal, debatida atualmente no Congresso Nacional, não deve diminuir a violência no 
país: “Não vamos dar uma esperança vã à sociedade, como se pudéssemos ter melhores dias 
alterando a responsabilidade penal. Cadeia não conserta ninguém.” 
(“‘Cadeia não conserta ninguém’, diz ministro sobre redução da 
maioridade”. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.) 
Texto 3 
A presunção de que ao adolescente de 16 anos falta o entendimento pleno da ilicitude da conduta 
que pratica podia encontrar justificativa décadas atrás, quando o Brasil era uma sociedade agrária 
e atrasada socialmente. Hoje, com a densificação populacional, o incremento dos meios de 
comunicação e o acesso facilitado à educação, esse adolescente amadurece muito mais rápido. 
O jovem de 16 anos já possui maturidade para votar. E o Código Civil, atento ao fato de que o jovem 
amadurece mais cedo, permitiu a emancipação aos 16 anos de idade. Emancipado, poderá 
constituir família, com os pesados encargos daí decorrentes como manutenção do lar e criação e 
educação da prole. Poderá também constituir uma empresa e gerenciá-la, respondendo, sem 
interferência de terceiros, por todas as obrigações inerentes ao exercício do comércio. 
É notório que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos 
infracionais, sabendo quanto são brandas as medidas passíveis de serem aplicadas a eles. 
Uma das causas da delinquência juvenil é a falta de políticas públicas voltadas à criança e ao 
adolescente. Mas a sociedade não pode esperar indefinidamente que essas políticas sejam 
implementadas. O problema deve ser enfrentado de duas formas: criando políticas sociais de 
trabalho, educação e emprego, mas simultaneamente fazendo jovens entre 16 e 18 anos 
responderem penalmente pelos seus atos. 
(Cláudio da Silva Leiria (promotor de justiça). “Questão de maturidade”. O Estado de S.Paulo, 
05.04.2015. Adaptado.) 
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 Caderno de Proposta 50 
Texto 4 
Confrontado com situações extremas de violência e criminalidade, nas quais há adolescentes 
envolvidos, o Congresso Nacional de novo discute o rebaixamento da idade de responsabilidade 
penal de 18 para 16 anos como uma das soluções para o problema. 
No entanto, leve-se em conta que a maioria esmagadora dos criminosos são jovens entre 19 e 25 
anos e adultos. Atrás do adolescente infrator, há sempre adultos. O núcleo duro da criminalidade 
violenta são organizações comandadas por adultos, que a polícia não consegue desbaratar por 
incompetência na coleta de informações, fraqueza da investigação e por manter, a despeito da 
consagrada impunidade, a concepção sabidamente equivocada de “guerra contra o crime”. 
O rebaixamento da idade penal é um logro que não terá nenhum efeito para aumentar a segurança 
dos cidadãos. Se as instituições brasileiras de tratamento de crianças e adolescentes infratores não 
educam nem regeneram, sendo masmorras disfarçadas apenas pelo nome, trancafiá-los em 
prisões de adultos seria condená-los à tortura, à violência sexual e à solitária. 
Está mais do que na hora de ir além do atual debate relativo ao estabelecimento arbitrário de uma 
idade mínima de responsabilidade pela infração das leis penais. Mas, enquanto não atingirmos essa 
etapa, o esforço do Estado democrático não deve ser de despejar mais e mais adolescentes 
miseráveis, pobres e afrodescendentes no sistema penal de adultos. O esforço deve ser no sentido 
de aperfeiçoar as atuais instituições de tratamento das crianças e adolescentes, para evitar que 
eles, tornados adultos, entrem naquele sistema. 
(Paulo Sérgio Pinheiro (ex-secretário de Estado de Direitos Humanos). “Adolescentes: o elo mais 
fraco”. Folha de S.Paulo, 11.01.2013. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de 
gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A redução da maioridade penal contribuirá para a diminuição da criminalidade no Brasil? 
 
Proposta 10: (UNESP 2015 – Final do ano) O legado da escravidão 
 
Legado da escravidão e preconceito contra negros no Brasil Unesp 2015 
Texto 1 
O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares 
que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram 
abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em 
realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para 
tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias 
sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a 
escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A 
abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser 
uma conquista, se bem que de efeito limitado. 
(Emília Viotti da Costa. A abolição, 2008.) 
Texto 2 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 51 
O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro 
nas 500 maiores empresas do país e lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam 
responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, 
no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seríssimas 
que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as 
empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos 
perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o 
nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial. 
Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a 
escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada 
escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, 
mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a 
maior parte dos pobres é composta por negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor 
distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma 
questão. 
(Ali Kamel. “Não somos racistas”. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.) 
Texto 3 
Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De 
fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma 
fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova 
inconteste de nosso status de povo civilizado. 
(Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. Racismo e antirracismo no Brasil, 1999. Adaptado.) 
Texto 4 
Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país deuma “boa consciência”, 
que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se, de modo genérico e sem 
questionamento, uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é 
sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na 
roupa de alguém outro. 
É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São 
Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados 
disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos 
sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com 
frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, 
como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados. 
(Lilia Moritz Schwarcz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero 
dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 52 
Proposta 11: (UNESP 2014 – final do ano) Corrupção 
 
Texto 1 
Dos 594 deputados e senadores em exercício no Congresso Nacional, 190 (32%) já foram condenados na 
Justiça e/ou nos Tribunais de Contas. 
As ocorrências se encaixam em quatro grandes áreas: irregularidades em contas e processos 
administrativos no âmbito dos Tribunais de Contas (como fraudes em licitações); citações na Justiça 
Eleitoral (contas de campanha rejeitadas, compra de votos, por exemplo); condenações na Justiça 
referentes à lida com o bem público no exercício da função (enriquecimento ilícito, peculato etc.); e 
outros (homicídio culposo, trabalho degradante etc.). 
(Natália Paiva. www.transparencia.org.br. Adaptado.) 
Texto 2 
Nossa tradição cultural, por diversas razões, criou um ideal de cidadania política sem vínculos com a 
efetiva vida social dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidadãos; na prática, que não 
é possível, nem desejável, comportarmo-nos como cidadãos. A face política do modelo de identidade 
nacional é permanentemente corroída pelo desrespeito aos nossos ideais de conduta. 
Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradição democrática na qual somos todos iguais perante a 
lei e onde o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade é uma propriedade inalienável de cada um 
de nós; na realidade, ser brasileiro significa viver em um sistema socioeconômico injusto, onde a lei só 
existe para os pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais são monopólio dos poucos que 
têm muito. 
Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia 
e desesperança. É o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da cultura e não querem 
converter-se ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. Essas pessoas experimentam uma 
notável diminuição da autoestima na identidade de cidadão, pois não aceitam conviver com o baixo 
padrão de moralidade vigente, mas tampouco sabem como agir honradamente sem se tornarem vítimas 
de abusos e humilhações de toda ordem. Deixam-se assim contagiar pela inércia ou sonham em 
renunciar à identidade nacional, abandonando o país. Na segunda maneira, a mais nociva, o indivíduo 
adere à ética da sobrevivência ou à lei do vale-tudo: pensa escapar à delinquência, tornando-se 
delinquente. 
(Jurandir Freire Costa. http://super.abril.com.br. Adaptado.) 
Texto 3 
Se o eleitorado tem bastante clareza quanto à falta de honestidade dos políticos brasileiros, não se pode 
dizer o mesmo em relação à sua própria imagem como “povo brasileiro”. Isto pode ser um reflexo do 
aclamado “jeitinho brasileiro”, ora motivo de orgulho, ora de vergonha. 
De qualquer forma, fica claro que há problemas tanto quando se fala de honestidade de uma forma 
genérica, como quando há abordagem específica de comportamentos antiéticos, alguns ilegais: a 
“caixinha” para o guarda não multar, a sonegação de impostos, a compra de produtos piratas, as 
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 Caderno de Proposta 53 
fraudes no seguro, entre outros. A questão que está posta aqui é que a população parece não relacionar 
seus “pequenos desvios” com o comportamento desonesto atribuído aos políticos. 
(Silvia Cervellini. www.ibope.com.br. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero 
dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
CORRUPÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL: REFLEXO DA SOCIEDADE BRASILEIRA? 
 
 
Proposta 12: (UNESP 2014 – meio do ano) Violência contra as 
mulheres 
Proposta Unesp 2014. 2 
 
"A tolerância da sociedade brasileira à violência sexual contra as mulheres" 
 
 
Texto 1 
O SUS (Sistema Único de Saúde) recebeu em seus hospitais e clínicas uma média de duas mulheres por 
hora com sinais de violência sexual em 2012, segundo dados do Ministério da Saúde. No Brasil, segundo 
o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, um total de 18 007 mulheres 
deram entrada no sistema público de saúde em 2012 apresentando indícios de terem sofrido 
violência sexual. Essas estatísticas funcionam apenas como um indicador, pois não englobam casos de 
violência nos quais a mulher não procurou atendimento médico ou se dirigiu a uma unidade de saúde 
privada. 
(Luis Kawaguti. SUS recebe duas mulheres por hora vítimas de abuso. www.bbc.co.uk/portuguese, 
08.03.2013. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Um em cada quatro brasileiros acredita que se uma mulher usa roupas provocantes merece ser atacada. 
O dado é muito abaixo dos 65% divulgados inicialmente pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada) na pesquisa “Tolerância social à violência contra mulheres”, mas ainda é alarmante: 58,5% dos 
entrevistados afirmam que se as mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros. O 
estudo ganhou destaque na mídia e levou a um intenso debate sobre a violência sexual contra mulheres 
no Brasil. 
(Lilia Diniz. O estupro na mídia. www.observatoriodaimprensa.com.br, 17.04.2014.) 
 
 
Texto 3 
O importante é que o debate não se limite à questão do vestuário feminino. A mulher como objeto e a 
fabricação de um pseudoerotismo no qual engajam-se os meios de comunicação e publicitários, há pelo 
menos uma geração, estão criando valores e distorções existenciais que vão na contramão do que se 
entende como civilização. A mulher sensual está hoje em anúncios de apartamentos, automóveis, 
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 Caderno de Proposta 54 
viagens, comida, bebida e até em diplomas universitários. Nesta midiatização do sexo e coisificação da 
mulher pode estar a incubadora da furiosa onipotência que intoxica o comportamento masculino. 
(Alberto Dines. A imagem tóxica. www.observatoriodaimprensa.com.br, 15.04.2014. Adaptado.) 
 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero 
dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A tolerância da sociedade brasileira à violência sexual contra mulheres 
 
2.2 Comentário 
Proposta 1: UNESP 2020 
A banca da UNESP apresentou um tema bastante próximo dos jovens adultos que chegam ao vestibular. 
Quando faz 18 anos, o jovem se vê confrontado com a seguinte questão “tirar ou não tirar carta de 
habilitação?” Antenada com os movimentos sociais que mostram uma mudança de perspectiva da nova 
geração em relação ao automóvel, a Banca solicitouque o candidato fizesse um texto dissertativo-
argumentativo sobre o tema explícito: “O carro será o novo cigarro?” 
 Havia quatro textos motivadores. O primeiro, um fragmento do “Manifesto do Futurismo” 
(1918), apresentava uma visão bastante positiva do automóvel. Nele, Marinetti afirmava que o carro 
representava uma nova beleza, exaltando a aparência, a sonoridade e até mesmo os resíduos tóxicos 
(“hálito explosivo). 
 O texto seguinte era um poema de Carlos Drummond sobre o carro. Nele, o eu lírico tematizava 
o vínculo de dependência que o homem estava criando com o carro. A pergunta “a vida parou/ ou foi o 
automóvel?” sugere que o ritmo de vida do homem é determinado pela máquina. A questão do poeta 
ganhou significados mais contundentes quando, nas décadas de 70 e 80, as grandes cidades começaram 
a ter problemas com mobilidade devido ao grande número de veículos circulando no espaço público. 
 O texto 3 levava ao extremo o problema já sugerido pelo que se lia no poema de Drummond. 
Tratava-se de uma charge. No primeiro quadrinho, observava-se a representação de um 
congestionamento de veículos. Essa imagem se contrapunha-se ao terceiro quadrinho, no qual se 
observavam poucas pessoas utilizando um metrô quase vazio. No quadrinho do meio, era possível ler 
um comentário a essa situação: “a superfície era quase ocupada por carros, pedestres só podiam 
circular por debaixo da terra. 
 Essa charge de 2016 tinha o seguinte título: “Quadrinhos dos anos 10”. Era como se alguém que 
estivesse vivendo no final do século XXI comentasse com espanto e curiosidade como os homens vivam 
no começo da década de 2010. 
 O texto 4 fechava o recorte temático com um fragmento de um artigo de opinião cujo título era “ 
O declínio de uma paixão”. O articulista defendia a tese de que o carro não desperta mais a atenção da 
nova geração e que, no futuro, pode ter o mesmo destino do cigarro, que um dia foi considerado um 
objeto de desejo e hoje é demonizado. Ele acompanhava o argumento de Jaime Lerner, ex-prefeito de 
Curitiba, que chamou o carro de “cigarro do futuro”. 
 
Teses possíveis (ideias a serem defendidas) 
 A proposta em forma de pergunta não deixava muitas alternativas de resposta a não ser estas 
três: 
 - O carro será o nosso cigarro de amanhã, pois.... 
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 Caderno de Proposta 55 
 - O carro não será o novo cigarro, pois, apesar, dessa tendência, ele vai ser usado como é usado 
hoje. 
 - Não será o novo cigarro, pois a tendência é que haja um equilíbrio em relação ao uso do 
automóvel. 
Pressupostos 
 Há dois implícitos nessa proposta que deveriam ser percebidos pelo aluno. Primeiramente, o 
candidato deveria interpretar a metáfora. O cigarro foi símbolo de status durante boa parte do século 
XX. No último quartel do século, começou-se a associar a substância aos efeitos negativos à saúde. Leis 
foram aprovadas que autorizavam sanções aos fumantes. O paralelo entre carro e cigarro supõe que o 
destino do automóvel será o mesmo. 
 A outra questão que surge quase como decorrência lógica do tema é: por quê? Quais são as 
causas do aparente declínio do prestígio do carro. Nesse ponto, seria possível já pensar em respostas 
para isso, o que nos levaria para o brainstorm necessário para pensar em uma tese completa. 
Exemplo de mapa mental do Brainstorm (ideias possíveis) 
 
Percurso mais simples (implícito à coletânea) 
 Para o candidato que não tivesse muito tempo para fazer a redação ou que estivesse sem ideias, 
haveria a possibilidade de acompanhar o percurso argumentativo implícito no diálogo entre os textos da 
coletânea. 
 Há uma sequência temporal. O primeiro texto, de 1909, manifesta uma perspectiva apologética 
do carro. Os seguintes apontam para os problemas que o uso do carro acarretam e o último apresenta o 
declínio. Veja, você poderia fazer uma introdução com a tese de que o carro seria, sim, o cigarro do 
futuro. Depois disso você poderia seguir esse percurso histórico. Não precisa se preocupar com a 
questão da originalidade. Os exemplos que você apresentaria para comprovar os danos causados pelo 
uso do carro seriam autorais. 
 Encaminhamentos possíveis e exemplificativos 
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 Caderno de Proposta 56 
 Vale sempre lembrar que há várias possibilidades de desenvolvimento da tese. Seguem alguns 
como possibilidades. 
 Tese: O carro é o cigarro de amanhã. 
 - A emissão de CO2 afeta a saúde do planeta como o cigarro afetava a saúde do indivíduo; 
 - A economia compartilhada tornou o carro próprio quase desnecessário; 
 - Os jovens tendem a encarar os celulares ou a tecnologia digital como status de modernidade e 
não mais o automóvel; 
 - O carro necessita de cuidados que a jovem geração não quer dispensar 
 - O carro tornou-se sinônimo de imobilidade urbana. 
 Tese: O carro não é, e nunca será o cigarro de amanhã 
 -Diferentemente do cigarro, o carro tem um caráter utilitário que nunca poderá ser descartado; 
 - A tendência é de que o carro movido a combustível fóssil seja substituído pelo carro elétrico; 
 - A indústria automobilística representa uma parte importante da economia mundial e, 
portanto, não vai ser suprimida; 
 - A queda do número de habilitações por parte dos jovens significa apenas que eles estão 
transferindo a tarefa de dirigir para profissionais especializados, não houve diminuição significativa na 
frota que, esse sim, seria um indicador de que o carro vai ser algo ultrapassado. 
 Tese: O carro não tem mais o prestígio de antigamente, mas nada indica que haverá uma sanção 
moral e uma sanção legal em relação ao uso do carro. 
 - O cigarro sofre sansão moral e legal, o carro não; 
 - É possível que, no futuro, haja alguma desvalorização em relação ao uso do carro, mas não será 
como ocorre como o cigarro, pois o carro tem um valor utilitário inegável. 
 - O carro pode ser substituído no futuro como sonho de consumo, mas seu valor utilitário vai se 
manter. 
 - A questão da poluição pode ser resolvida com avanços tecnológicos que permitam ao carro se 
valer de energia limpa; 
 - A questão da mobilidade pode ser contornada, seja pela estagnação do aumento da população, 
seja por projetos urbanísticos que têm permitido ampliar o leque de opções de transportes. 
 Repertório 
Alguns conceitos de outras áreas do conhecimento poderiam ser utilizados, mas sempre tendo bastante 
cuidado de conciliar o conceito com a resposta que deveria ser dada ao tema. 
Fato social (sociologia): fatos sociais são valores, normas, formas de comportamento e 
estruturas sociais que exercem um grande poder sobre os indivíduos por serem coercitivos 
culturalmente. O candidato poderia dizer que “fumar cigarro” já foi um fato social, coercitivo, pois as 
pessoas se viam confrontadas com ter que fumar e sentiam-se pressionadas a isso; hoje o fato social 
mudou. O indivíduo se sente pressionado a não fumar, há sanções contra esse ato. Algo similar pode 
acontecer com o carro, e parece que estamos vivendo esse momento de transição. 
 Fetiche (mercadoria capitalista): Dentro da lógica capitalista toda mercadoria tem uma espécie de 
vida útil. Quanto há saturação da mercadoria ou ela deixa de dar tanto lucro como antigamente, ela 
tende a ser substituída por outra. O capitalismo se revoluciona a si mesmo. Nesse sentido, o carro pode 
tornar-se uma mercadoria obsoleta no futuro. 
 Revolução Industrial: Pode-se usar a revolução industrial como substituta da analogia com o 
cigarro. Aquelas fábricas fumegantes foram substituídas por outros modos de produção. Assim como 
também a produção industrial sofreu ao longo de dois séculos transformações. Por isso, pode-se esperar 
que, em algum momento, o carro deixe de ter a importância que ele ocupou no século XX. 
 Ditado “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”.Como todo ditado, ele não 
serve para muita coisa, mas seria bem-vindo como frase de efeito para se terminar o texto. No meio do 
texto, como argumento, ele é complicado, é geral demais. A não ser que servisse de mote para explicar 
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 Caderno de Proposta 57 
que o carro foi um bem que foi se transformando num mal. Lembre-se de que generalizações muito 
amplas precisam de sucessivas concretizações para começar a ter efeito argumentativo. 
 
Proposta 2: UNESP 2019 
Em 2109, a Banca da UNESP escolheu textos curtos, mas bastante expressivos sobre o assunto do 
consumo. No primeiro texto visual, uma charge, o personagem lê em um livro que “ninguém vale pelo 
que tem, mas pelo que é”. Diante disso, o protagonista faz um comentário crítico, afirmando que “não 
ter” significa “não existir”. Essa tirinha é interessante, pois coloca em choque as duas ideias do senso 
comum sobre o tema. Afinal, no mundo moderno, a importância social de cada um se dá, em larga 
medida, através da relação entre o indivíduo e suas propriedades: sejam intelectuais sejam físicas. 
 No texto 2, observa-se o mesmo jogo de se colocar em choque duas ideias do senso comum. No 
primeiro quadrinho, um dos personagens contrapõe dinheiro a amor, deixando claro que o sentimento 
é superior ao poder de compra. Segue-se um argumento banal que todos nós já ouvimos: “você compra 
carros com amor?” 
 Esses dois quadrinhos demonstram a insuficiência do senso comum. É muito redutor dizer que 
ser é mais importante que o ter, assim como é falso dizer que só com dinheiro, só comprando, alguém 
pode-se ser feliz. 
 O texto 3 do poeta José Paulo Paes traz a discussão para o plano existencial, subjetivo. O eu lírico 
compara o Shopping Center a uma espécie de plano de vida após a morte, onde andamos pelos 
corredores como almas penadas. Literariamente, o texto nos lembra A Divina Comédia de Dante 
Alighieri, na qual um eu lírico vaga pelo inferno, purgatório e céu e nos dá uma noção do que é a vida 
após a morte. Em Dante, as pessoas sofrem pelos pecados que cometeram na terra. No poema de José 
Paulo Paes, as pessoas pecam e pagam no próprio plano terreno. 
 Algumas ideias são notáveis. O mundo do consumo é o mundo da errância (“vagamos sem 
rumo”) que nos leva ao “castigo eterno”, revelando-se como uma espécie de insatisfação perene (“por 
mais que compremos/ estamos sempre nus). A recompensa ou a alegria surge como uma “Grande 
Liquidação”, mas torna-se corriqueira demais, pois será incapaz de eliminar a roda viva da insatisfação 
do consumidor. 
 Por fim, o texto 4, do sociólogo Zygmunt Bauman, faz um diagnóstico nada redutor da nossa 
realidade. Ele afirma, com razão, que “nós (todos nós) somos consumidores”. Não se trata de um 
defeito moral, algo que deva ser condenado como uma falta de vontade, pois como diz o texto “somos 
educados e treinados” para o consumo. O nosso sentido de vida encontra-se em larga medida na 
compra compulsiva. 
 Segue-se a pergunta que por si só já é instigante, pois é uma paródia da frase de Descartes 
“penso, logo existo”. Se o filósofo inaugurou o pensamento ocidental destacando a importância da 
racionalidade para a existência social, a pergunta provocativa nos faz imaginar que houve um troca de 
parâmetros no mundo contemporâneo. 
 Encaminhamento 
 Obviamente, o primeiro passo para desenvolver esse tema é responder à questão. Podemos 
pensar em 3 posicionamentos: 
 
 Para esse tipo de tese, você deveria considerar a perspectiva social. O texto de Bauman é um 
bom ponto de partida. Fomos treinados para consumir e a relevância social se dá por esse viés. Basta 
observar os esquemas de marginalização do indivíduo. O marginalizado é aquele que não se encaixa no 
sistema produtivo e no sistema de consumo. 
O indivíduo só existe quando consome
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 Caderno de Proposta 58 
 Como exemplo, um traficante que vive à margem no sistema produtivo é facilmente admirado 
quando ostenta objetos invejáveis do consumo. 
 Há várias maneiras de desenvolver essa tese: por exemplificação como fiz no parágrafo anterior; 
por comparação histórica (como se comportavam nossos avós em relação ao consumo); por causas e 
consequências (analisar os efeitos desse modo de vida nos transtornos psíquicos observados na 
contemporaneidade); etc. 
 
 Esse tipo de resposta parte da premissa de que o consumo é uma espécie de alienação de 
valores humanos e que se entregar a esse modo de vida leva a negação da própria felicidade. 
 Apesar de ser uma tese mais próxima do senso comum, ela pode ser bem desenvolvida se você 
conseguir reunir fatos e exemplos significativos para mostrar que o consumismo destrói aquilo que há 
de humano em nós: 
 - A ansiedade intrínseca ao consumo tem efeitos na psiquê dos indivíduos (aumento de 
problemas psiquiátricos); 
 - Índices de satisfação dos mais ricos ou famosos não são superiores aos das pessoas comuns 
(várias pessoas famosas se envolvem com drogas como forma de evasão). 
 - O individualismo próprio da sociedade de consumo contamina as relações sociais; lidamos 
como o outro como se fosse um objeto para o nosso prazer. 
 
 Essa tese é uma tentativa de conciliar as duas posições anteriores. Desenvolva a defesa do 
consumo em um parágrafo e a defesa da restrição ao consumo em outro. A conclusão é que se deve 
procurar um meio termo. 
 A síntese pode desembocar em uma advertência: o problema passa a existir quando o indivíduo 
acredita que a dimensão do consumo se sobrepõe a tudo mais. Nesse ponto, pode-se destacar as 
consequências doentias dessa forma de viver. Obviamente, esse percurso já permite vislumbrar a 
conclusão: é preciso não se deixar levar por esse consumismo próprio da sociedade em que vivemos. 
 
 
 
 
Proposta 3: UNESP 2018 – Final do ano 
Em 2018, a UNESP forneceu 3 textos de apoio e um tema explícito: Liberar o porte de armas de fogo a 
todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil? 
 Os textos eram bastante informativos e possibilitavam ao candidato entrar em contato com 
diferentes opiniões sobre o tema. O primeiro trazia fatos relevantes: a maioria dos brasileiros são 
contra a liberação de armas; o Estatuto do Desarmamento não reduziu a criminalidade; Especialistas 
discordam disso. 
 O texto 2 trazia um histórico do Estatuto. Antes do Regulamento, qualquer cidadão poderia 
andar armado. Esse fato não contribui para a diminuição dos índices de violência. O texto reafirma a 
tese de que também o Estatuto, aprovado em 2003, não diminui substancialmente os índices de 
violência. O pesquisador do IPEA, Daniel Cerqueira, atribuiu os altos índices de violência até 2003 à 
crise de 1980. Para ele, o acesso à arma, na época, retroalimentou a tendência de alta. 
Consumir não é existir
Consumir é somente uma parte da existência. 
Lembre-se essas sugestões não esgotam as possibilidades 
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 Caderno de Proposta 59 
 No último parágrafo do texto, há o depoimento de Benê Barbosa, militante pró-armas. Para ele, 
as pessoas se sentiam mais seguras. 
 Finalmente, o candidato se deparava com duas opiniões contraditórias baseadas em dois 
argumentos não desenvolvidos. A favor da liberação do porte de armas o argumento se pauta no direito 
à autodefesa. Contra a liberação, o ex-secretário da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro 
afirmava que isso seria um fator de risco. 
 
Encaminhamentos Possíveis 
 Primeiramente, pense nas possibilidades de tese. Não há apenas 2, a favor e contra a liberação, 
pois você poderia defender um meio termo, ou seja, uma liberação menos radical, em algumas 
circunstâncias que você indicaria no seu texto. Óbvio que, para isso, você deveria conhecer bem o 
assunto. 
 Os argumentos não são complicados e são até bem conhecidos. 
 A favor do portede armas: 
- Não há prova substancial de que o porte de arma aumente ou diminua os índices de homicídios. 
- O cidadão deve ter o direito de se defender. 
- A proibição é uma ingerência do Estado na vida do cidadão. 
- Pode ser até que o porte não tenha efeito prático para o cidadão, mas tem um efeito psicológico 
importante: o indivíduo se sente mais seguro. 
 Contra o porte de armas: 
-O Estatuto, se não diminuiu o número de homicídios, pelo menos estancou o crescimento do índice de 
mortes. 
-Aumenta-se o risco de acidentes com armas de fogo. 
-O cidadão comum teria que ser muito bem treinado para usar uma arma com propriedade. 
- Aumentaria o número de armas em circulação e, portanto, os criminosos também teriam acesso 
facilitado seja pela forma legal, seja pelo roubo de armas. 
- A restrição de uso de armas de fogo fortalece o poder público e a polícia, quem deve ter o direito de 
uso da violência dentro dos parâmetros legais. 
 Essa enumeração argumentativa não esgota o assunto e você deve ter notado que as ideias não 
são exatamente criativas. Trata-se de um tema comum para o qual os argumentos tanto a favor quanto 
contrários são bem conhecidos. 
 Nesse caso, o diferencial ficará por conta dos fatos, exemplos, raciocínios que você vai usar para 
dar apoio a cada uma dessas sequências argumentativas. Com certeza, numa proposta assim, que beira 
o senso comum, o corretor estará bastante atento à força dos recursos argumentativos, à coerência e à 
coesão. 
 
Proposta 4: UNESP 2017 – Final do ano 
Pensar o tema “O voto deveria ser facultativo no Brasil?” inclui considerar que o Brasil ainda é 
uma nação que precisa crescer muito na educação política de sua sociedade. Sabemos que a democracia 
brasileira é jovem, e que carece ainda de muita luta para a sua manutenção plena. É reconhecendo esse 
fator que se mantém a obrigatoriedade do voto para a maioria do corpo social. Por sua vez, isso leva a 
questionamentos, uma vez que grupos populacionais criticam essa obrigatoriedade em nome da 
liberdade de voto, que não deve ser uma obrigação, mas um direito do cidadão, o qual ele deve decidir 
se quer usufruir. Perante essas informações, elencamos abaixo possibilidades argumentativas que você 
discutir em seu texto. 
 
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 Caderno de Proposta 60 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. É preciso enfatizar, portanto, que um dos pilares dessa temática é a 
necessidade do voto, pois se reconhece que, em um país que teve, após a Ditadura Militar, apenas sete 
eleições, é necessário ainda a obrigatoriedade do voto, posto que a população não tem educação 
política suficiente para entender a importância desse ato. Portanto, esse pode ser um argumento que 
possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de ideias a 
serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
discuta a necessidade da obrigatoriedade do voto; por outro lado, você pode salientar que não deve 
haver obrigatoriedade do voto. Observe que, caso você queira trabalhar a primeira perspectiva, é 
possível recorrer a períodos históricos os quais ainda havia muita venda de voto, o que fortalecia a falta 
de liberdade de voto, como as fraudes eleitorais. Saliente, em seu texto, que a liberdade de voto 
proporcionaria o retorno desse período. Por sua vez, caso você queira trabalhar a segunda perspectiva, 
aponte a liberdade do cidadão em decidir usufruir ou não de um direito. Portanto, votar deveria ser um 
ato de liberdade, não de obrigatoriedade, por ser um direito. Isso levaria ao voto mais consciente. Você 
pode lembrar, em seu texto, que o Brasil se encontra em um pequeno grupo de nações que ainda 
obrigam o cidadão a votar e lhe cobra multa caso se recuse ao ato. Portanto, você tem caminhos 
variados para estar desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que 
melhor se articulem para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Unesp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
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 Caderno de Proposta 61 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
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 Caderno de Proposta 62 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Assim, apresentamos suas ideias 
principais, para facilitar seu entendimento sobre o assunto. 
TEXTO I 
 
 
TEXTO II 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica,fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a obrigatoriedade do voto, como a 
não obrigatoriedade desse voto. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese 
como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita 
articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a 
partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
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 Caderno de Proposta 63 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e 
o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota mais elevada. 
 
 
Proposta 5: UNESP 2017 Final do ano 
 
Pensar o tema “A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?” gera diversos 
questionamentos. Sabemos que grande parte das riquezas está concentrada na mão de poucas pessoas. 
Isso gera uma grande desigualdade social, que encontro tem pessoas vivendo com bilhões de reais, tem 
outras que passam fome. Assim fica o questionamento se realmente essa riqueza está a sociedade 
inteira, uma vez que sabemos que um percentual alto da sociedade passa vive na miséria e passa fome. 
Por outro lado, relata-se a importância desse pequeno quantitativo de pessoas vivendo na riqueza como 
algo fundamental para o desenvolvimento social. Vejamos, a seguir, algumas possibilidades de se 
trabalhar esse tema. 
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 Caderno de Proposta 64 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. É preciso enfatizar, portanto, que pensar que a riqueza de poucos não 
beneficia a todos, mas que representa avanço social é um dos pilares para o desenvolvimento do tema. 
Portanto, esse pode ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, 
apresentando mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou 
discuta que a riqueza de poucos não alcança grande parte da sociedade; por outro lado, você pode 
enfatizar que, apesar de não beneficiar a todos, a riqueza de poucos contribui grandemente para o 
avanço social. Dessa forma, caso você queira trabalhar a primeira perspectiva, saliente a grande 
disparidade de renda, focalize os números de miséria e fome ainda existentes no mundo. Aborde, por 
exemplo, que a riqueza de muitos não alcança essa parte da sociedade, tornando esse discurso uma 
falácia para a manutenção de riqueza dos poucos privilegiados. Por sua vez, caso você queira trabalhar a 
segunda perspectiva, destaque avanços sociais provenientes do livre mercado que facilitarem os meios 
de vida de grande parte das sociedades. Aponte que muitos desses avanços eram impossíveis sem o 
investimento da parcela mais rica da sociedade. Portanto, você tem caminhos variados para estar 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Unesp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
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 Caderno de Proposta 65 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Assim, os textos motivadores discutem 
tanto a disparidade da desigualdade social, quanto a importância dessa para o avanço da humanidade. 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendopossível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto que a riqueza de poucos não alcança 
grande parte da sociedade ou que, apesar de não beneficiar a todos, a riqueza de poucos contribui 
grandemente para o avanço social. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de 
tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que 
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 Caderno de Proposta 66 
possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do 
problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e 
o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota mais elevada. 
 
 
 
 
Proposta 6: UNESP 2017 Meio do Ano 
 
Pensar o tema “Prisão especial para portadores de diploma: afronta à Constituição? Inclui pensar tanto 
o respeito ao previsto na carta magna brasileira, quanto à desigualdade latente em nosso país. Não é 
novidade que se vive em um país que deter direito também é deter privilégios. Portanto, quando 
pensamos a prisão especial para quem tem diplomas, equiparamos essa garantia de direito à 
manutenção de privilégios de uma classe específica, em contraposição a outra camada social que não 
teve o mesmo provento. Assim, o que se reafirma é a manutenção das desigualdades, que vai de 
encontro ao previsto na Constituição brasileira, que garante a igualdade para todos. 
Vejamos, a seguir, algumas possibilidades de se trabalhar esse tema. 
 
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 Caderno de Proposta 67 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. É preciso enfatizar, portanto, que a manutenção da desigualdade social 
é um dos pilares para se trabalhar o tema, uma vez que oferecer prisão diferenciada para certos grupos 
sociais só reafirma a disparidade entre as classes. Portanto, esse pode ser um argumento que possibilite 
um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de ideias a serem 
desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou 
discute que a prisão especial é reafirmação de desigualdade; por outro lado, você pode discutir a 
afronta que isso causa à Constituição. Observe que, caso você queira trabalhar a primeira perspectiva, 
saliente o grau de desigualdade existente em nosso país. Aponte, assim, que essa regalia aos 
diplomados apenas aumenta a distância entre as classes, e procura reafirmar que uns são melhores que 
os outros. Por sua vez, caso você queira trabalhar a segunda perspectiva, ressalte que a Constituição é a 
lei maior brasileira. Dessa forma, outras leis não poderiam ultrapassar o que está assegurado nela, 
representando tanto uma afronta, quanto uma forma de burlar a lei, para angariar privilégios às 
camadas mais abastadas da sociedade. Mas é importante também que você saiba que pode tratar dos 
dois fatores. Portanto, você tem caminhos variados para estar desenvolvendo seu texto, basta se 
apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem para desenvolver uma 
argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Unesp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
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 Caderno de Proposta 68 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Assim, eles discutem tanto a importância 
de garantir o previsto na Constituição, quando ela destaca o direito de igualdade, mas também retratam 
a importância da regalia a portadores de diplomas. 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de suaredação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
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 Caderno de Proposta 69 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto que a prisão especial é reafirmação 
de desigualdade, quanto que ela afronta a Constituição. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza 
o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse 
problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da 
existência do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa 
existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e 
o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota mais elevada. 
Proposta 7: UNESP 2016 – MEIO DO ANO 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
Pensar o tema “O conceito de família proposto pelo Estatuto da Família: discriminação contra outros 
arranjos familiares?” inclui considerar diversos arranjos familiares. O conceito de que família 
necessariamente tem que ser estruturada na presença de um homem e uma mulher tem se modificado 
ao longo dos tempos. Não é novidade que milhares de mulheres cuidam de seus filhos sem a presença 
de um pai. Esse é um fato que coloca em questão a noção de família, em vista de que mesmo sem a 
presença do homem, a relação mãe e filho não deixa de ser familiar. Ademais, cada vez mais as pessoas 
seguem vidas solos. Por conseguinte, um outro arranjo familiar também está se destacando no Brasil, 
que é a formação familiar de casais gays que adotam crianças. Portanto, há, cada vez mais, uma 
heterogeneidade no construto da palavra família, o que, às vezes, suscita discussões, e, no caso da visão 
tradicional, representa preconceito contra outros arranjos familiares. Vejamos, a seguir, algumas 
possibilidades de se trabalhar esse tema. 
 
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 Caderno de Proposta 70 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. É preciso enfatizar, portanto, que o preconceito contra a diversidade de 
arranjos familiares é o pilar dessa temática, pois é, especialmente, em torno dele que reside a 
resistência social contra a heterogeneidade de tipos sociais no país. Assim, para que seu texto tenha 
consistência, é interessante salientar essas problemáticas evidenciadas no quadro, para gerar uma tese 
que respeite a diversidade. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
se dispõe a falar dos preconceitos gerados em torno da diversidade de arranjos familiares, no 
pressuposto da existência de uma família tradicional; por outro lado, você pode defender que já existe 
no Brasil um avanço considerável no que concerne à aceitação dos variados tipos de família, o que 
possibilita transferir para a Constituição de forma mais prática. Observe que, caso você queira se 
dedicar a falar do primeiro argumento, é possível apontar a formação patriarcal religiosa da sociedade 
brasileira, reforçada pelo ideal de família tradicional, constituída por marido, esposa e criança, pregado 
pela Igreja, como fator determinante da manutenção de preconceitos. Por outro lado, caso você queira 
trabalhar a segunda perspectiva, é possível exemplificar com a aceitação da sociedade brasileira a 
diferentes arranjos familiares, destacando tanto a presença da mãe solteira, como de casais 
homossexuais. Portanto, você tem caminhos variados para estar desenvolvendo seu texto, basta se 
apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem para desenvolver uma 
argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Unesp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
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 Caderno de Proposta 71 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
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 Caderno de Proposta 72 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentamcaminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Assim, eles discutem o conceito de 
família, ligado a uma visão muito tradicional, que inclui pai, mãe e filho. Também salienta a importância 
da discussão desse tema em um momento em que o mundo está tão conturbado. 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto os preconceitos gerados em torno da 
diversidade de arranjos familiares, quanto a existência um avanço considerável no que concerne à 
aceitação dos variados tipos de família. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de 
tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que 
possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do 
problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e 
o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota mais elevada. 
 
 
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 Caderno de Proposta 73 
Proposta 8: UNESP 2016 – FINAL DO ANO 
Em 2016, a Banca da VUNESP ofereceu como subsídio ao candidato uma imagem e 4 textos. Seguia-se a 
pergunta explícita: Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de 
sensibilização? 
Para começar a refletir sobre a proposta, a Banca disponibilizou 3 imagens trágicas e que marcaram o 
mundo contemporâneo. A primeira, de 1972, apresentava uma menina atingida por Napalm; a segunda 
foto exibia uma menina sudanesa em pele e osso, sendo observada por um abutre como se ele estivesse 
simplesmente esperando a menina morrer (foto de 1993); a última, mais recente, de 2015, difundia a 
imagem do menino sírio que morreu afogado e foi encontrado em uma praia da Turquia, vítima de um 
naufrágio de uma embarcação repleta de refugiados. 
As imagens são significativas, pois, pelo menos as duas primeiras geraram reações mundiais que de 
alteraram de algum modo a realidade. A foto da menina atingida pela Napalm teve papel importante na 
proibição do uso da arma em 1980. A foto da menina sudanesa gerou ações de combate à fome. A 
dúvida surge em relação à última, qual a reação que ela realmente provocou? 
O texto 1 faz esse tipo de questionamento, acrescentando uma possível causa para o efeito de 
banalização: a proliferação de imagens desgasta nossa percepção da crueldade. O texto 2 vai na mesma 
direção e acrescenta mais um fator, as mídias sociais. Além disso, o autor declara que a imagem é óbvia 
por si mesma, matar uma criança é errado, ou seja, a foto não altera a percepção do indivíduo. 
Na contramão dos dois textos anteriores, o texto 3, de Carlos Eduardo Lins da Silva, apela para a função 
da memória coletiva. A foto, como documento que pode ser acessado, serve como peça acusatória para 
uma sociedade insensível. Apagar essa imagem significa apagar o incômodo. 
No texto 4, a reportagem da Folha destaca o motivo que levou o diretor da ONG Human Rights Whatch 
a defender a divulgação da foto: o caráter ofensivo da imagem deve se traduzir em repúdio ao próprio 
fenômeno e levar as pessoas a fazerem muito mais para evitar as mortes. 
Encaminhamentos possíveis 
1) A publicação da imagem banaliza o sofrimento e não produz efeitos substanciais. 
Argumentos 
-vivemos em uma sociedade do espetáculo; 
- imagem como consumo (argumento do texto 1) ; 
- tragédia como entretenimento; 
- A imagem no ambiente das novas mídias (texto 2); 
- a própria história da foto do menino sírio, pois o crescimento dos movimentos xenófobos anti-
imigração mostram que a influência da imagem foi reduzida. 
2) A publicação da foto sensibiliza 
- As outras duas fotos sensibilizaram a opinião pública; 
- A imagem causa impacto (uma imagem vale mais do que mil palavras); 
- A imagem serve como memória (aí pode-se inclusive apelar para a importância das fotos do nazismo). 
- Em um mundo cheio de imagens, abdicar das imagens é abdicar da luta (texto 4). 
3) A publicação das imagens banalizam mas continuam tendo o potencial de sensibilizar 
Esse tipo de argumento faz uma espécie de síntese sem deixar de manifestar um ponto de vista, já que, 
obviamente, por essa tese, as imagens continuam tendo um efeito de sensibilizar, talvez com potencial 
de conscientização menor, mas ainda seriam importantes. 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 74 
O tema da sociedade do espetáculo, da cultura de massa e da indústria cultural é muito interessante e 
serve como base para vários temas de dissertação. Trata-se também de um tópico de Sociologia e 
Filosofia com alta incidência na primeira e na segunda fases da UNESP. Sendo assim, vale a pena 
pesquisar esses tópicos e tentá-los incluir na sua redação. 
Os autores que desenvolveram melhor esses assuntos foram: Guy Debord, Walter Benjamin e Theodor 
Adorno. 
 
 
 
 
 
Proposta 9: UNESP 2015 – meio do ano 
Tema e proposta 
O tema apresentado propõe a construção de uma dissertação-argumentativa, em que será 
defendida uma das teses que serão apresentadas mais à frente. Sua defesa, claro, deverá ser feita por 
meio de argumentos que se combinem com a tese. Importante destacar que, de posse de um tema tão 
complexo, é necessário que seus argumentos sejam extremamente fundamentados, por meio de base 
argumentativa, que, hoje, é mais conhecida como repertório, depois do ENEM. 
O tema em sim, que trata da redução da maioridade penal no país, é extremamente 
contemporâneo e polêmico, principalmente porque as pessoas se dividem, hoje, em dois grupos, 
essencialmente, o daqueles que são contra e o daqueles que são a favor, polarizadamente. Dessa 
maneira, é importante que você pondere bastante com relação à sua escolha de tese e, claro, de 
argumentos. Como é um tema que trata de seres humanos e punição, diretamente, é interessante notar 
que há sempre perigo de ferirmos os direitos humanos. Ainda que isso não seja motivo de anulação da 
sua redação, é comum que a nota de argumentação caia substancialmente quando esse desrespeito 
ocorra. 
Assim, organize suas ideias antecipadamente, posicionando-se diante da pergunta que é o tema. 
Ah sim, vale sempre destacar que, como o tema está em forma de pergunta, é necessário que vocês a 
respondam de maneira indireta, sem ser “sim ou não”, ou sem qualquer referência a ela. O tema deve 
ser apresentado e sua tese será a resposta à pergunta do tema. Pense bastantenisso antes mesmo de 
escrever. 
 
 
Teses e argumentos possíveis para o tema 
A construção de um tema em forma de pergunta é muito interessante, porque as teses ficam 
bastante diretas. Assim, seu posicionamento poderá ser: 
 
01. A redução auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Adolescentes de 16 e 17 anos, na proposta de redução para os 16 anos, já têm 
discernimento para responder pelo que faz, sabendo o que faz e porque faz. 
• Há grande apoio popular à redução, por pressão social e de aumento na criminalidade. 
• O fato de só poderem permanecer presos por 3 anos aumenta a sensação de impunidade 
para os adolescentes e jovens, fato que amplia a vontade de cometer crimes. 
• As medidas de redução são muito comuns em outros países, como os Estados Unidos e a 
Nova Zelândia. 
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 Caderno de Proposta 75 
• O ECA, apesar de ser um documento interessante, é insuficiente para resolver o problema 
da violência cometida por menores. 
• Os crimes cometidos antes dos 18 anos não configuram “reincidência” após os 18, fato que 
atrapalha a análise de vida do criminoso. 
• Com um maior rigor nas punições e consequente redução, temos que os menores serão 
menos aliciados pelos traficantes, por exemplo. 
 
02. A redução não auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Sabe-se que educar é melhor do que punir, como provam os estudiosos. 
• A redução da maioridade será muito prejudicial para as classes mais pobres. 
• O sistema prisional é conhecido, de maneira correta, como “escola do crime”, visto que 
não garante a reinserção dos ex-detentos na sociedade. 
• O sistema carcerário, sobrecarregado, seria ainda mais prejudicado com a entrada desses 
jovens nos presídios. 
• Apesar de países com maioridade inferior a 18 anos, a maior parte dos países mantém a 
maioridade em 18 anos. 
• Há um processo protetivo e educativo na idade da maioridade e na existência do ECA. 
 
Sempre gosto de destacar que esse são argumentos que podem servir de direcionamento para o 
que você escreverá, bem como os repertórios apresentados a seguir. Sabemos, inclusive, que este 
costuma ser um problema de início para vocês, visto que arrumar argumentos costuma ser muito 
complicado na produção de um texto. 
 
Repertórios 
• Aproximadamente 85% da população brasileira é favorável à redução, segundo pesquisa 
do Datafolha. 
• Os crimes hediondos correspondem a cerca de 20% dos crimes cometidos por menores, 
que são encabeçados por crimes mais leves ou relacionados ao tráfico de drogas. 
• A população pobre e preta é afetada de forma mais direta por qualquer modificação 
relacionada a crimes no país, visto corresponder a 75% dos presos em presídios no país. 
• Há um fortalecimento de discurso das classes dominantes nesse caso, visto que, ainda que 
os criminosos sejam cidadãos brasileiros também com direitos, somente a segurança da 
classe dominante será defendida com essa redução. 
• O pensamento egocêntrico, segundo Bauman, torna-se cada vez mais presente na 
sociedade pós-moderna. Há uma necessidade de cuidar-se exclusivamente, independente 
dos outros. 
• No Brasil, são 600 mil presidiários para 350 mil vagas nas cadeias. 
• A Constituição garante o cuidado e a proteção especial para os menores de 18 anos. 
 
 
Proposta 10: UNESP 2015 – Final do Ano 
Essa proposta de cunho social solicitava que o candidato refletisse sobre a questão do racismo no Brasil. 
A partir de uma coletânea de textos, a banca solicitava que o candidato produzisse uma redação de 
gênero dissertativo sobre o seguinte tema explícito: O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO 
CONTRA NEGROS NO BRASIL. 
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 Caderno de Proposta 76 
 No geral, os textos apresentavam um recorte temático interessante e delimitado a dois fatores: o 
preconceito ainda existente nos dias de hoje e há déficit de emancipação econômica. Para fazer uma 
leitura mais atenta, fiz um mapa mental tentando apreender as ideias principais que serviram de 
parâmetro para os textos da coletânea. 
 
O texto 1 ressaltava, basicamente, o fato de que a libertação dos escravos não havia encerrado a grande 
vergonha da escravidão, pois a liberdade jurídica não significou liberdade de fato. Os outros três textos 
discutiam o racismo “enrustido” do brasileiro. 
 O mais enigmático dos textos é o segundo. Nele, o autor destaca que algo que parece ser 
manifestação da “democracia racial” é justamente o seu contrário. Numa pesquisa entre as 500 maiores 
empresas do país sobre o número de funcionários negros, 27% não tinham registro de raça nos 
departamentos de RH. À primeira vista, essa despreocupação racial dá a entender que não há nenhuma 
restrição racista. Na prática ocorre o contrário. Bem documentados, os dados sobre os negros 
mostrariam “os horrores da escravidão”. Não documentar significa apagar dos registros as injustiças 
sociais, reafirmando a ideia falsa de que no Brasil não existe ódio racial. 
 O texto 3 vai nessa direção, afirmando que o racismo no Brasil é tabu. A palavra “tabu” é 
utilizada no sentido de ser um tema do qual não se fala, para que se tenha a impressão de que ele não 
existe. 
 Finalmente, o texto 4 critica fortemente o senso comum de que o racismo no Brasil é mais 
humano e brando. Segundo Lilia Schwarcz, essa postura configuraria a tentativa de manifestar uma “boa 
consciência”. Para provar o quanto somos racistas e o quanto nos enganamos, ela cita uma pesquisa na 
qual 97% dos brasileiros dizem que não são racistas e 98% dizem conhecer alguém racista. Ou seja, a 
conta não fecha. 
Esboço 
Tema: O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL. 
Com esse tema, a UNESP direcionou a redação. Não deixou espaço para uma polêmica em que seria 
possível se posicionar a favor ou contra. 
Ideias do senso comum sobre o assunto: 
✓ Não há preconceito de forma descarada no Brasil; 
✓ O problema no Brasil não é ser negro, mas ser pobre; 
✓ A escravidão já foi há muito tempo, nós não temos nada a ver com isso; 
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 Caderno de Proposta 77 
✓ Todo negro é uma vítima da escravidão; 
✓ Piadas sobre negro. 
Legado social (situação dos negros) Preconceito 
✓ Depois da escravidão, os negros 
não receberam apoio 
(emancipação econômica); 
✓ Demora para reconhecimento dos 
direitos dos negros no que diz 
respeito à educação; 
✓ A polícia detém, com frequência, 
mais negros do que brancos; 
✓ Há uma relação entre cor da pele 
e pobreza no Brasil; 
✓ O aspecto físico do negro ainda é 
considerado inferior. 
✓ A negação do racismo é um racismo às 
avessas; 
✓ Em nome da democracia de raça no 
Brasil, deixou-se pouco espaço para a 
luta por direitos, como ocorreu nos 
EUA; 
✓ Perduram xingamentos em que nivelam 
o negro a animais; 
✓ Enraizou-se, na cultura brasileira, uma 
certa tolerância para com a crueldade 
com o outro, já que as relações entre 
brancos e negros, até a escravidão, 
eram pautadas pela violência permitida. 
Possibilidades de intertexto/referência histórica/repertório: 
✓ A estatística apresentada pela Lilia; 
✓ Rui Barbosa queimou os arquivos para não pagar indenizações aos senhores; hoje, apagamos 
registros para não percebermos que o preconceito existe; 
✓ A escola pública só se tornou universal no Brasil depois da década de 50, até então, o acesso do 
negro à educação era bastante restrito; 
✓ Comparação entre a situação dos negros no Brasil e a situação dos negros nos EUA; 
✓ Citação da Constituição, que prevê que todos os homens são iguais perante a lei; 
✓ Os negros são mais abordados em batidas policiais e o número de presidiários negros e pardos é 
maior do que a porcentagem que eles representam no total da população; 
✓ A cena de Memórias Póstumas de Brás Cubas, na qual Brás Cubasbrinca de cavalinho com o menino 
Prudêncio, um filho de escravos negros que vivia na casa. 
 
Tese (resumo do que você irá defender no seu texto): 
Novamente, trata-se um tema que leva o candidato a fazer uma redação expositiva. Na medida do 
possível, tente transformá-la em argumentativa. Lembre-se de que você deve usar as palavras-chave do 
tema na tese. 
Exemplos: 
✓ A negação do racismo é um legado da escravidão que não conseguimos apagar; 
✓ São dois os legados vergonhosos que permanecem no Brasil, no que diz respeito aos negros: a 
situação econômica e social de boa parcela deles, como também o preconceito. 
✓ O racismo no Brasil, legado da Escravidão, não é explícito, mas existe; 
✓ Etc. 
 
Elabore a sua tese e pense nos argumentos. Bom texto. 
Argumento 1: 
_____________________________________________________________________________ 
Fatos, exemplos, 
citações______________________________________________________________________ 
Argumento 2: 
_____________________________________________________________________________ 
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 Caderno de Proposta 78 
Fatos, exemplos, citações:_______________________________________________________ 
Proposta 11: UNESP 2014 
 
Em 2014, a banca da UNESP ofereceu 3 textos-estímulo e um tema explícito: CORRUPÇÃO NO 
CONGRESSO NACIONAL: REFLEXO DA SOCIEDADE BRASILEIRA? 
A partir da leitura dos três textos, fiz o mapa mental abaixo. 
 
 Novamente, estamos diante de uma proposta direcionada. A pergunta, de certa forma, é 
respondida pela coletânea, da qual se deduz que a culpa da corrupção na política é do próprio brasileiro, 
pois o cidadão comum seria tão desonesto quanto os políticos em geral. Claro que essa resposta 
direcionada poderia ser negada, mas você precisaria de bons argumentos para tanto. 
Esboço 
Tema: CORRUPÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL: REFLEXO DA SOCIEDADE BRASILEIRA? 
Ideias do senso comum sobre o assunto: 
✓ Todo político é ladrão; 
✓ Brasileiro gosta do jeitinho, é malandro; 
✓ Eles (os políticos) fazem o que querem; 
✓ No Brasil só tem ladrão. 
 
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 Caderno de Proposta 79 
A corrupção não é reflexo da sociedade 
brasileira, a malandragem política é 
algo muito próprio. 
A corrupção é reflexo da sociedade brasileira 
✓ O tipo de corrupção do Congresso 
Nacional é bem diferente do que se 
observa no dia a dia; 
✓ O malandro é um tipo que precisa “se 
virar” para sobreviver; o político tem 
regalias, não precisaria de 
subterfúgios para ter uma vida boa; 
✓ A corrupção da política decorre de 
uma empáfia cultural própria dessa 
classe política. 
✓ O brasileiro é hipócrita porque condena o 
outro, mas também age com 
malandragem; 
✓ O político, imbuído da cultura do jeitinho, 
se comporta no Congresso da mesma 
maneira que o indivíduo comum; 
✓ Na sociedade brasileira, na prática, não se 
respeita a cidadania, o que leva os 
congressistas a terem um comportamento 
similar. 
 
Possibilidades de intertexto/referência histórica/ repertório: 
✓ Definição de jeitinho brasileiro; 
✓ Definição de Estado de Direito; 
✓ Casos de corrupção na política recente; 
✓ Lava Jato; 
✓ Anticorrupção como bandeira da última eleição (intolerância do brasileiro à corrupção política); 
✓ Estudo do homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda. 
 
Tese (resumo do que você irá defender no seu texto): 
Tese 1: A corrupção política não é reflexo direto da sociedade brasileira, pois a malandragem do 
cidadão comum é uma forma de sobrevivência, enquanto a malandragem do político tem a ver com a 
ideia de tirar proveito de uma situação social já privilegiada. 
Tese2: A corrupção política é reflexo de uma sociedade que, na prática, desdenha da cidadania. 
Tese 3: A corrupção política é facilitada pela disseminação do “jeitinho brasileiro”, mas vai 
além, pois o poder político tem mais atribuições do que o cidadão comum. 
 Essas são amostras de tese. Há outras possibilidades. 
 A partir da tese, você deve apontar os 2 argumentos que poderiam 
sustentá-los. 
 
Argumento 1: 
_____________________________________________________________________________ 
Fatos, exemplos, 
citações______________________________________________________________________ 
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 Caderno de Proposta 80 
Argumento 2: 
_____________________________________________________________________________ 
Fatos, exemplos, citações:_______________________________________________________ 
 
 
 
Proposta 12: UNESP 2014 – meio do ano 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “A tolerância da sociedade brasileira à violência sexual contra mulheres” nos leva a refletir 
acerca de um problema muito caro à nação brasileira. Não é novidade que vivemos em uma sociedade 
patriarcal. Em vista disso, como em tempos remotos a maioria as mulheres ficavam em casa cuidando 
lar e o marido saiu para trabalhar, elas passaram a ser objeto desses homens, sujeitas ao destino que 
eles lhe ofereciam. Essa herança criou raízes para o machismo, ou seja, a visão da mulher como produto 
de um homem, relegada a objeto sexual e sua posse: caso não obedecesse, estavam sujeitas à violência 
masculina. Em vista disso, com a luta pela liberdade, a mulher passou a lutar contra essas violências, por 
sua vez, como fruto de uma sociedade machista, ela é rechaçada por essa sociedade, ouvindo que a 
culpa das violências sexuais sofridas dela, ação que surge como dificultadora da resolução do problema. 
 
 
Vejamos, a seguir, o que abarca o tema. 
 
 
 
Percebam que o tema pode ser trabalhado a partir de variadas perspectivas. Um caminho possível 
para o desenvolvimento de seu texto é argumentar acerca da manutenção da cultura machista, que 
objetificou a mulher como produto sexual do homem. Isso leva a população a colocar a culpa da violência 
sexual na vítima, pois foi ela que não se vestiu adequadamente, não é o homem que carrega a patologia. 
 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou 
discuta a objetificação da mulher como emblema para diminuição das violências sexuais; por outro lado, 
você pode discutir a criação da cultura do estupro. Assim, na primeira perspectiva, você pode discutir 
como a mulher virou símbolo sexual. Isso é fruto da objetificação, posto que ela, juntamente aos 
produtos vendidos, é a forma de atrair pessoas para determinado local. Assim, reafirma-se que o 
consumidor terá acesso a um produto específico, mas também terá o objeto sexual mulher como um 
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 Caderno de Proposta 81 
brinde. Essa visão fortalece as violências sexuais, pois desumaniza a mulher. Por sua vez, na segunda 
perspectiva, pode-se abordar que a sociedade normalizou o estupro como algo comum. Diante disso, 
não é o homem que precisa ser cuidado e educado a respeitar as mulheres, são elas que necessitam ter 
cuidados para não serem estupradas, pois isso é algo normal. Esse olhar para o problema é que 
perpetua a manutenção das violências. Portanto, você tem caminhos variados para estar desenvolvendo 
seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem para desenvolver 
uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Unesp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos acima, 
é amplo, e apresentar a sua tese. É interessante mostrar, logo antes de argumentar, qual o seu caminho 
opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda que seja 
um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato comele ela primeira 
vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você costuma se 
perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos argumentos na cabeça, 
indique, logo na introdução, os argumentos e, como diria Marília Mendonça, seja fiel a eles. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem, bem desenvolvido acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil 
de desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
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 Caderno de Proposta 82 
Por fim, concluímos o texto, retomando o tema, reiterando a tese e fechamos o raciocínio que o 
texto estabeleceu. É importante não acrescentar informações novas na conclusão, que não tenham sido 
discutidas na sua argumentação. 
 
Coletânea de textos 
Busque utilizar os textos da coletânea como direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, 
vocês apresentam a ideia de que não podem ler os textos motivadores porque ocorrem essencialmente 
dois problemas: ou vocês descobrem que todos os argumentos que têm estão colocados nos textos; ou 
sentem uma incontrolável necessidade de usar aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. 
Para resolver isso, só treinando muito a produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, 
treine mais um pouco. Escrever nós realmente aprendemos escrevendo. 
Assim, os textos motivadores da coletânea apresentam ideias que contribuem para o 
desenvolvimento de seu texto. Portanto, deixamos essas ideias abaixo para facilitar sua escrita. 
 
 
 
 
 
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 Caderno de Proposta 83 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar a objetificação da mulher como emblema 
para diminuição das violências sexuais; ou discutir a criação da cultura do estupro. Lembramos a você, 
ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se 
descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, 
construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor 
de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e 
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 Caderno de Proposta 84 
o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação, embora você possa perfeitamente 
tirar uma nota elevada usando apenas o repertório da coletânea, desde que bem articulado ao seu projeto 
de texto. 
 
3. Propostas por núcleos temáticos 
 
3.1 QUESTÃO SOCIAL 
1.(UNESP 2018) Liberação do porte de armas 
Proposta 1 
(Unesp 2018) Texto 1 
 
A maioria dos brasileiros segue contrária à ampliação do porte de armas de fogo. Segundo 
recente pesquisa Datafolha, 56% dos entrevistados se disseram contrários ao porte legal estendido a 
todos os cidadãos. 
Sancionado em 2003, o Estatuto do Desarmamento, criado para controlar o uso de armas no 
país, é constantemente alvo de críticas por não ter contribuído para a redução da criminalidade. 
Especialistas em segurança pública, porém, dizem o contrário. 
(“Maioria no país segue contrária à ampliação do porte legal de armas”. www1.folha.uol.com.br, 
07.01.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
Imagine um país onde qualquer pessoa com mais de 21 anos pudesse andar armada na rua, 
dentro do carro, nos bares, festas, parques e shoppings centers. Em um passado não muito distante, 
esse país era o Brasil. Até 2003, aqui era possível, sem muita burocracia, comprar uma pistola ou um 
revólver em lojas de artigos esportivos, onde as armas ficavam em prateleiras na seção de artigos de 
caça, ao lado de varas de pesca e anzóis. 
Mas, de acordo com os indicadores da época, os anos em que a população podia se armar para 
teoricamente “fazer frente à bandidagem” não foram de paz absoluta, mas de crescente violência, 
segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Para 
conter o avanço das mortes, foi sancionado, em 2003, o Estatuto do Desarmamento, que restringiu 
drasticamente a posse e o acesso a armas no país. Atualmente a taxa de homicídios está em 29,9 
assassinatos por 100.000 habitantes, o que pressupõe que o desarmamento não reduziu drasticamente 
os homicídios mas estancou seu crescimento. 
O tema é sensível, uma vez que um grupo de deputados e senadores quer voltar para os velhos 
tempos, quando era possível comprar armas com facilidade. O tema ganha eco também em alguns 
setores da sociedade que enxergam no direito de se armar – e a reagir à violência — uma possibilidade 
de “salvar vidas”. 
Daniel Cerqueira, pesquisador do IPEA, explica que uma grave crise econômica ocorrida durante 
a década de 1980 ampliou a desigualdade social e foi um dos fatores responsáveis pelo aumento das 
taxas de homicídio. “No meio desse processo, as pessoas começaram a comprar mais armas. Isso fez 
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 Caderno de Proposta 85 
com que o ciclo de violência se auto-alimentasse. Quanto mais medo as pessoas sentem e mais 
homicídios ocorrem, mais elas se armam. Quanto mais se armam, mais mortes temos”, afirma. Ele 
destaca que, ao contrário do que frequentemente se diz, a maior parte dos crimes com morte não são 
praticados pelo “criminoso contumaz”, e sim “pelo cidadão de bem que, em um momento de ira, perde 
a cabeça”. 
Nem todos concordam com Cerqueira. “As pessoas se sentiam mais seguras naquela época”, 
afirma Benê Barbosa, um dos mais antigos militantes pró-armas do Brasil. De acordo com Barbosa, nos 
anos de 1990 deveria haver “aproximadamente meio milhão de pessoas armadas em São Paulo, e você 
não tinha bangue-bangue nas ruas”. Para ele, o Estatuto do Desarmamento “elitizou” a posse de armas, 
ao instituir a cobrança de taxas proibitivas. 
 
(Gil Alessi. “Como era o Brasil quando as armas eram vendidas em shoppings e munição nas lojas 
de ferragem”. http://brasil.elpais.com, 31.10.2017. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Devemos liberaras armas? Sim. 
“O direito à autodefesa é pilar de uma sociedade livre e democrática. No Brasil, os bandidos 
continuam a ter acesso livre às armas de fogo e o cidadão fica à mercê dos criminosos.” Denis Rosenfield 
(professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). 
Devemos liberar as armas? Não. 
“Voltar a armar a sociedade é um fator de risco para o aumento das mortes violentas no país. O 
uso de armas deve ser restrito às forças policiais.” José Mariano Beltrame (ex-secretário de Segurança 
Pública do Estado do Rio de Janeiro). 
 
(“Devemos liberar as armas?”. https://epoca.globo.com, 24.04.2015. Adaptado.) 
 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
Liberar o porte de armas de fogo a todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil? 
 
 
2. (UNESP/ 2015)Legado da escravidão e preconceito contra negros 
no Brasil 
Texto 1 
O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares 
que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram 
abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em 
realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para 
tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias 
sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a 
escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A 
abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser 
uma conquista, se bem que de efeito limitado. 
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 Caderno de Proposta 86 
(Emília Viotti da Costa. A abolição, 2008.) 
Texto 2 
O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro 
nas 500 maiores empresas do país e lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam 
responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, 
no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seríssimas 
que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as 
empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos 
perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o 
nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial. 
Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a 
escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada 
escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, 
mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a 
maior parte dos pobres é composta por negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor 
distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma 
questão. 
(Ali Kamel. “Não somos racistas”. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.) 
Texto 3 
Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De 
fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma 
fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova 
inconteste de nosso status de povo civilizado. 
(Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. Racismo e antirracismo no Brasil, 1999. Adaptado.) 
Texto 4 
Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma “boa consciência”, 
que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se, de modo genérico e sem 
questionamento, uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é 
sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na 
roupa de alguém outro. 
É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São 
Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados 
disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos 
sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com 
frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, 
como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados. 
(Lilia Moritz Schwarcz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero 
dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
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 Caderno de Proposta 87 
O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL 
3. (FAMEMA 2018 ) Atletas transexuais 
Texto 1 
 Primeira jogadora transexual a atuar na Superliga feminina, Tifanny Abreu marcou 39 pontos em 
um mesmo jogo nesta terça-feira (30.01.2018) e quebrou o recorde da principal competição nacional de 
vôlei – que antes pertencia a Tandara, com 37 pontos. Tal fato atiçou ainda mais o questionamento 
sobre a permissão de atletas trans atuarem em esportes de alto rendimento. 
 Ao entrar em quadra por uma liga profissional, Tifanny carrega com ela a representatividade de 
toda uma minoria social, que busca abrir oportunidades de inserção em vários âmbitos da sociedade, 
inclusive no mercado de trabalho. Então não seria diferente no esporte, que vem se profissionalizando 
cada vez mais nas últimas décadas. 
(Maíra Nunes. “Caso Tifanny: Proibir transexuais no esporte é solução?”. http://blogs.correiobraziliense.com.br, 
31.01.2018. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Aos 33 anos, Tifanny Pereira de Abreu é a primeira transexual a disputar a Superliga feminina de 
vôlei. Mas, depois de completar a transição de gênero, incluindo duas cirurgias de mudança de sexo, e 
ser liberada pela Comissão Nacional Médica (Conamev) da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a 
atacante do Bauru (SP) tem a condição feminina discutida. Isso porque a ciência ainda não é capaz de 
determinar quanto tempo o corpo precisaria para se adaptar à nova realidade, com testosterona 
compatível ao corpo de uma mulher. É por esta razão que João Granjeiro, coordenador da Conamev, 
responsável pela liberação da atleta para a disputa da competição mais importante do vôlei nacional, 
acredita que Tifanny não deveria atuar entre as mulheres: “Ela nasceu homem e construiu seu corpo, 
músculos, ossos, articulações com testosterona alta. Nenhuma mulher, a não ser que tenha usado 
testosterona de origem externa ao organismo, conseguiria formar o mesmo corpo. É só olhar para a 
atleta, alta e muito forte.” 
(Carol Knoploch e João Pedro Fonseca. “Médicos que liberaram Tifanny acham que ela não deveria atuar 
no feminino”. https://oglobo.globo.com, 03.01.2018. Adaptado.) 
Texto 3 
O espaço conquistado de maneira íntegra por mulheres no esporte está em jogo. Tenho orgulho de ser 
herdeira dos valores que construíram a civilização ocidental, a mais livre, próspera, tolerante e plural da 
história da humanidade. Este legado sociocultural único permitiu que nós mulheres pudéssemos 
conquistar nosso espaço na sociedade, no mercado e nos esportes. A verdade mais óbvia e respeitada 
por todos os envolvidos no esporte é a diferença biológica entre homens e mulheres. Se não houvesse, 
por que estabelecer categorias separadas entre os sexos? O combate ao preconceitocontra transexuais 
e homossexuais é uma discussão justa e pertinente. A inclusão de pessoas transexuais na sociedade 
deve ser respeitada, mas essa apressada e irrefletida decisão de incluir biologicamente homens, 
nascidos e construídos com testosterona, com altura, força e capacidade aeróbica de homens, sai da 
esfera da tolerância e constrange, humilha e exclui mulheres. 
(Ana Paula Henkel. “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional”. https://politica.estadao.com.br, 16.01.2018. 
Adaptado.) 
Texto 4 
Para uma transexual entrar no mercado de trabalho, é uma verdadeira via crucis. Elas enfrentam 
preconceito, desconfiança e muita rejeição. Mas o desafio pode ser ainda pior para aquelas que sonham 
em seguir carreira como atleta. O esporte ainda é muito fechado para a diversidade sexual e poucas 
esportistas chegam ao nível de alto rendimento. De acordo com a pesquisadora Joanna Harper, do 
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 Caderno de Proposta 88 
Providence Portland Medical Center, nos Estados Unidos, “terapia hormonal para mulheres trans 
normalmente envolve um bloqueador de testosterona e um suplemento de estrógeno. Quando os níveis 
do ‘hormônio masculino’ se aproximam do esperado para a transição, a paciente percebe uma 
diminuição na massa muscular, densidade óssea e na proporção de células vermelhas que carregam o 
oxigênio no corpo”, diz Joanna. Ainda conforme pontuou a especialista, enquanto isso, o estrógeno 
aumenta as reservas de gordura, principalmente nos quadris. Juntas, essas mudanças levam a uma 
perda de velocidade, força e resistência — todos componentes importantes de um atleta. Durante a 
terapia hormonal, Tifanny perdeu toda a potência e explosão. Se saltava 3,50 m quando homem, agora 
pula, no máximo, 3,25m. 
(Juliana Contaifer. “Afinal, atletas transexuais têm mais força que as jogadoras cisgênero?”. 
www.metropoles.com, 11.03.2018. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Atletas transexuais devem participar de esportes competitivos sob o novo gênero? 
4. (UEA 2018) Trabalho escravo 
UEA/ 2019 
Texto 1 
O Ministério da Economia divulgou a atualização do cadastro de empregadores que tenham submetido 
trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como lista suja do trabalho escravo. A lista 
denuncia pela prática do crime 187 empregadores, entre empresas e pessoas físicas. No total, 2375 
trabalhadores foram submetidos a condições análogas à escravidão. A maioria dos casos está 
relacionada a trabalhos praticados em fazendas, obras de construção civil, oficinas de costura, garimpo 
e mineração. 
A legislação brasileira atual classifica como trabalho análogo à escravidão toda atividade forçada 
desenvolvida sob condições degradantes ou em jornadas exaustivas. Também é passível de denúncia 
qualquer caso em que o funcionário seja vigiado constantemente, de forma ostensiva, por seu patrão. 
Outra forma de escravidão contemporânea reconhecida no Brasil é a servidão por dívida, que ocorre 
quando o funcionário tem seu deslocamento restrito pelo empregador sob alegação de que deve 
liquidar determinada quantia de dinheiro. 
(Bruno Bocchini. “Atualização da lista suja do trabalho escravo tem 187 empregadores”. 
https://agenciabrasil.ebc.com.br, 03.04.2019. Adaptado.) 
Texto 2 
A lista de empregadores flagrados utilizando trabalho análogo ao escravo no Brasil é considerada pela 
ONU um modelo de combate à escravidão contemporânea em todo o mundo. 
A partir da chamada “lista suja”, empresas e bancos públicos que assinaram o Pacto Nacional pela 
Erradicação do Trabalho Escravo podem negar crédito, empréstimos e contratos a empresários que 
usam trabalho análogo ao escravo. 
“A lista é simplesmente um instrumento de transparência da ação do Estado, que tem a obrigação de 
fiscalizar e garantir direitos trabalhistas”, afirma Mércia Silva, do Instituto Pacto Nacional para a 
Erradicação do Trabalho Escravo (Inpacto). “A lista suja combate o trabalho escravo, mas, mais do que 
isso, é um instrumento de gerenciamento de risco para a atividade econômica brasileira, porque 
ninguém quer se associar a empresas que usam trabalho análogo à escravidão”, disse o cientista político 
Leonardo Sakamoto. “Não é uma questão de ‘bondade’ do mercado. A empresa que foi flagrada com 
trabalho escravo pode estar sofrendo um processo grande e pode nem ter dinheiro no futuro para 
quitar empréstimos que venha a tomar, se for condenada a pagar milhões. Era necessário que o 
mercado brasileiro tivesse um instrumento para garantir esse controle”, afirma Sakamoto. 
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 Caderno de Proposta 89 
(Camilla Costa. “Para que serve a ‘lista suja’ do trabalho escravo?”. www.bbc.com, 06.04.2015. Adaptado.) 
Texto 3 
Para o presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal, Pedro Foltran, a função da lista 
suja do trabalho escravo é intimidar empresas. As empresas afirmam que são incluídas na lista depois de 
um suposto flagrante autuado pelos fiscais do governo e alegam que não têm a oportunidade de se 
manifestar no processo, o que viola seu direito à ampla defesa. 
(“‘Lista do trabalho escravo’ serve para intimidar, diz presidente do TRT-10”. https://conjur.com.br, 06.03.2017. 
Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Lista suja do trabalho escravo: entre a proteção aos trabalhadores afetados e o direito de defesa das 
empresas. 
 
5. (Famerp 2019)Obrigatoriedade da vacinação 
Texto 1 
O sarampo era considerado uma doença erradicada no Brasil desde 2016, quando a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) identificou que o país estava há um ano sem registro de casos do vírus. Mas 
isso mudou em 2018: boletins recentes da entidade advertem que está em curso um surto da doença, 
altamente contagiosa e que pode levar à morte crianças pequenas ou causar sequelas graves. 
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou haver alto risco de retorno da poliomielite em pelo menos 
312 cidades brasileiras. A doença era considerada erradicada na América do Sul desde 1994, após 
décadas provocando milhares de casos de paralisia infantil. A preocupação com a pólio se dá pelo fato 
de que, embora não tenha havido casos recentes no Brasil, identificou-se um registro da doença na 
vizinha Venezuela e a circulação do vírus em outros 23 países do mundo nos últimos três anos. 
Os alertas acima colocam em evidência doenças que estavam controladas graças à vacinação em massa, 
mas que ameaçam provocar estragos na saúde pública brasileira caso a imunização sofra baixas. “Por 
não termos mais contato com algumas doenças infecciosas, a percepção é que elas deixaram de existir e 
que a vacinação é inútil. Mas poucas intervenções da medicina foram tão eficazes como as vacinas, 
capazes de erradicar doenças que antes matavam muitas pessoas”, avalia o pesquisador do Serviço de 
Bacteriologia do Instituto Butantan, Paulo Lee Ho. 
(Laís Modelli. “Sarampo, pólio, difteria e rubéola voltam a ameaçar após erradicação no Brasil”. 
www.bbc.com, 07.07.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo, com os 
principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm ganhando força no país grupos que se 
recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. 
Esses movimentos “antivacina” estão sendo apontados como um dos principais fatores responsáveis por 
um recente surto de sarampo na Europa, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. No Brasil, 
os grupos, principalmente de pais, são impulsionados por meio de páginas temáticas em redes sociais 
que divulgam, sem base científica, supostos efeitoscolaterais das vacinas. 
Os pais também trocam informações sobre como não serem denunciados (por exemplo, não informar 
aos pediatras sobre a decisão de não vacinar os filhos) e compartilham estratégias que eles acreditam 
que garantiriam a imunização das crianças de forma alternativa, com óleos, homeopatia e alimentos. 
(Fabiana Cambricoli e Isabela Palhares. “Grupos contrários à vacinação avançam no país; movimento 
preocupa Ministério da Saúde”. https://noticias.uol.com.br, 22.05.2017. Adaptado.) 
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 Caderno de Proposta 90 
 
 
Rio de Janeiro, início do século XX. Uma cidade com cerca de 700 mil habitantes e graves problemas 
urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, toneladas de lixo nas ruas, cortiços superpovoados. Um 
ambiente propício à proliferação de várias doenças, o Rio era conhecido pelos imigrantes que aqui 
aportavam como “túmulo de estrangeiros”. 
Texto 3 
Nessa época, Oswaldo Cruz criou as Brigadas Mata-
Mosquitos, formadas por grupos de funcionários do 
Serviço Sanitário que, acompanhados de policiais, 
invadiam as casas – e tinham até mesmo autoridade para 
mandar derrubá-las nos casos em que as considerassem 
uma ameaça à saúde pública – para desinfecção e 
extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. 
Para acabar com os ratos, transmissores da peste 
bubônica, ele mandou espalhar raticida pela cidade e 
tornou obrigatório o recolhimento do lixo pela população. 
E, finalmente, para erradicar a varíola, lançou a vacinação 
obrigatória, medida que se tornou o estopim de uma 
revolta da população. Apesar das divergências estatísticas, 
sabe-se que a Revolta da Vacina foi o maior motim da 
história do Rio de Janeiro. 
(Rio de Janeiro. Secretaria Especial de Comunicação Social. 
1904 – Revolta da Vacina. A maior batalha do Rio, 2006. 
Adaptado.) 
Com base em seus conhecimentos e nos textos 
apresentados, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o 
tema: 
Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a doenças e o respeito às escolhas 
individuais 
 
 
6. (Autoral 2020/ Wagner Santos) Formação identitária de grupos 
minoritários 
Texto 1 
Turbante, dreadlocks, cocar, desenhos tradicionais. Símbolos culturais e estéticos que, se por um 
lado ajudam a compor o imaginário de nação miscigenada, também carregam seu valor simbólico de 
resistência dentro da comunidade na qual estão inseridos. No palco dos sincretismos, diversos atores e 
culturas se misturam, não sem provocar polêmica e discussões que muitas vezes não arranham mais 
que a superfície da questão. 
Enquadra-se aí o debate sobre “apropriação cultural”, tema que vem dividindo opiniões desde 
que sites e jornais repercutiram o caso de uma garota branca que teria sido repreendida por duas 
mulheres negras porque usava um turbante. 
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 Caderno de Proposta 91 
A educadora e pesquisadora de dinâmicas raciais Suzane Jardim afirma que, toda vez que 
emerge, essa discussão é erroneamente deslocada para o âmbito do “purismo cultural”, na qual apenas 
os responsáveis pela criação de um determinado elemento teriam autorização de utilizá-lo. 
Longe disso, o que está em jogo segunda ela é a forma como se dá a interação entre grupos 
historicamente marginalizados e seus antagonistas – relação que seria marcada por “preconceito, 
exclusão, etnocentrismo, poder e capitalismo”. 
“Vemos a diferença sistêmica entre os que usam esses elementos como adorno e os que usam 
por princípio, religião ou resgate de uma identidade”, diz Jardim. “Quando falam em cultura, os negros 
se referem muito mais a resistência e racismo do que à origem dos elementos, propriamente”. 
Disponível em: revistacult.uol.com.br. Acesso em: 23/07/2019. 
 
Texto 2 
Há algum tempo, havia uma preocupação em relacionar a questão da identidade à nacionalidade 
do indivíduo. Era importante impor um laço de pertencimento ao território onde o sujeito se 
encontrava. Para este não havia necessidade, pois sabia que pertencia àquele lugar, ali estavam suas 
origens e suas relações sociais que eram concentradas no domínio da proximidade. Não havia dúvidas 
quanto à veracidade de sua nacionalidade. 
Mas, com o nascimento do Estado moderno, surgem mudanças e o indivíduo, que antes 
mantinha uma relação de proximidade, começa a ser deslocado daquele lugar ao qual pertencia. Um 
bom exemplo das transformações ocorridas está na revolução dos transportes, que propiciaram uma 
rápida expansão dos territórios. Dessa forma, com o desenvolvimento das regiões e a consequente 
legitimação da nação, o problema da identidade seria visto de forma positiva e as pessoas assim 
admitiriam sua nacionalidade/identidade. 
Nesse sentido, podemos observar que, desde o início, a identidade nacional foi vista como um 
marco da soberania do Estado. Por muitas vezes, para se mantê-la, mesmo que incompleta, fazia-se um 
esforço gigantesco e usava-se uma pequena dose de força para que a nacionalidade fosse protegida. 
Vale salientar que as identidades consideradas “menores” só seriam aceitas se não violassem a lealdade 
nacional, pois o Estado detinha o poder e nada poderia estremecê-lo. Atualmente, podemos perceber 
que muitas foram as mudanças ocorridas. As preocupações contemporâneas transcenderam a simples 
(se podemos assim dizer) questão da identidade nacional. Na sociedade pós-moderna, temos assistido a 
uma profusão de transformações, principalmente no campo das relações interpessoais, fazendo com 
que haja mudanças no comportamento dos sujeitos. 
Segundo Bauman (2005), a “identificação” se torna cada vez mais importante para os indivíduos 
que buscam desesperadamente um “nós” a que possam pedir acesso. As “novas” relações começam a 
interferir em nossas construções cotidianas, nossas práticas sociais, como forma de entendimento do 
mundo. Com isso, as identidades, antes consideradas seguras e estáveis, começam a fragmentar-se. 
Tudo o que somos e pensamos advém de nosso contato com o mundo. Nesse sentido, um “eu” 
verdadeiro, um sujeito singular não é possível no contexto da pós- modernidade, pois seria determinado 
por uma série de situações, seria um simulacro de um sujeito real. Hall (2005) aponta que as velhas 
identidades, que por tanto tempo estabilizaram a vida social, estão em declínio, fazendo surgir novas 
identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como sujeito unificado. Não há mais 
uma identidade una, centralizada, mas um sujeito plural, heterogêneo. Dessa forma, ao refletirmos 
sobre a questão do sujeito na era da globalização, vislumbramos carências, dúvidas e urgências, 
presentes nesse indivíduo, perdido em suas inseguranças, com a necessidade emergencial de pertencer 
a algum lugar. Será esse um colapso do sujeito moderno? Uma crise de identidade? Como observa 
Mercer (1990, p. 43), “a identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo 
que se supõe como fixo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza”. 
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 Caderno de Proposta 92 
(Sheila da Silva Monte. A IDENTIDADE DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES. ITABAIANA: 
GEPIADDE, Ano 6, Volume 12/jul-dez de 2012.) 
 
A partir dos textos acima, que têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade 
padrão da língua escrita, um texto dissertativo-argumentativo que verse acerca do seguinte tema: 
 
A construção identitária das minorias e grupos de exclusão no Brasil do século XXI 
 
Em seu texto: 
• Defina minorias e grupos de exclusão; 
• Aborde as práticas sociais que auxiliam na construção da identidade das minorias e dos 
grupos de exclusão. 
 
7. (Autoral – Modelo UNESP/ Wagner Santos) Apropriação cultural 
Texto 1 
Turbante, dreadlocks, cocar, desenhos tradicionais. Símbolos culturaise estéticos que, se por um 
lado ajudam a compor o imaginário de nação miscigenada, também carregam seu valor simbólico de 
resistência dentro da comunidade na qual estão inseridos. No palco dos sincretismos, diversos atores e 
culturas se misturam, não sem provocar polêmica e discussões que muitas vezes não arranham mais 
que a superfície da questão. 
Enquadra-se aí o debate sobre “apropriação cultural”, tema que vem dividindo opiniões desde 
que sites e jornais repercutiram o caso de uma garota branca que teria sido repreendida por duas 
mulheres negras porque usava um turbante. 
A educadora e pesquisadora de dinâmicas raciais Suzane Jardim afirma que, toda vez que 
emerge, essa discussão é erroneamente deslocada para o âmbito do “purismo cultural”, na qual apenas 
os responsáveis pela criação de um determinado elemento teriam autorização de utilizá-lo. 
Longe disso, o que está em jogo segunda ela é a forma como se dá a interação entre grupos 
historicamente marginalizados e seus antagonistas – relação que seria marcada por “preconceito, 
exclusão, etnocentrismo, poder e capitalismo”. 
“Vemos a diferença sistêmica entre os que usam esses elementos como adorno e os que usam 
por princípio, religião ou resgate de uma identidade”, diz Jardim. “Quando falam em cultura, os negros 
se referem muito mais a resistência e racismo do que à origem dos elementos, propriamente”. 
 
Disponível em: revistacult.uol.com.br. Acesso em: 23/07/2019. 
 
Texto 2 
Ultimamente tem se falado muito sobre apropriação cultural nas redes sociais. Textos e mais 
textos sobre o tema, discussões, muitas vezes infrutíferas, e esvaziamento de conceitos. Sim, acredito 
que é necessário se discutir essa questão com seriedade, porém, sem intransigências e desonestidade. 
Há colunistas, por exemplo, escrevendo que apropriação cultural não existe, e por outro lado, pessoas 
colocando a responsabilidade nos indivíduos, ignorando as questões estruturais. Acredito que ambos os 
caminhos são equivocados. 
Precisamos entender como o sistema funciona. Por exemplo: durante muito tempo, o samba foi 
criminalizado, tido como coisa de “preto favelado”, mas, a partir do momento que se percebe a 
possibilidade de lucro do samba, a imagem muda. E a imagem mudar significa que se embranquece seus 
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 Caderno de Proposta 93 
símbolos e atores para com o objetivo de mercantilização. Para ganhar dinheiro, o capitalista coloca o 
branco como a nova cara do samba. 
Por que isso é um problema? Porque esvazia de sentido uma cultura com o propósito de 
mercantilização ao mesmo tempo em que exclui e invisibiliza quem produz. Essa apropriação cultural 
cínica não se transforma em respeito e em direitos na prática do dia a dia. Mulheres negras não 
passaram a ser tratadas com dignidade, por exemplo, porque o samba ganhou o status de símbolo 
nacional. E é extremamente importante apontar isso: falar sobre apropriação cultural significa apontar 
uma questão que envolve um apagamento de quem sempre foi inferiorizado e vê sua cultura ganhando 
proporções maiores, mas com outro protagonista. 
 
Disponível em: https://azmina.com.br/. Acesso em: 23/07/2019. 
 
A partir dos textos acima, que têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade 
padrão da língua escrita, um texto dissertativo-argumentativo que verse acerca do seguinte tema: 
 
Apropriação cultural: soma de culturas ou violência cultural? 
 
8. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 
Texto 1 
O Brasil vive uma nova epidemia de sífilis, uma doença sexualmente transmissível que parecia 
existir, para a maior parte da população, apenas nos livros de história. A doença, causada por uma 
bactéria, pode levar a problemas de fertilidade e até a morte, se não tratada. 
O Ministério da Saúde divulgou dados recentes mostrando que o número de pessoas infectadas 
no Brasil aumentou 32,7% entre 2014 e 2015 e algumas mudanças comportamentais ajudam a entender 
porque a bactéria voltou a assustar. 
Os jovens de 13 a 15 anos estão se protegendo menos na hora do sexo, segundo um 
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, 75% dos entrevistados 
usaram preservativo em sua última relação sexual. No ano passado, apenas 66% fizeram uso da 
camisinha. 
Para reverter esse quadro, será preciso investir mais do que em campanhas que elucidem sobre 
os perigos do sexo sem camisinha, mas que contemplem a prevenção nas diferentes formas de exercer a 
sexualidade. A camisinha, seja masculina ou feminina, ainda é o único método contraceptivo capaz de 
impedir a transmissão de DSTs. “Os adolescentes estão transando e não há nada que os impeça. O 
objetivo é apostar em conhecimento, e não no medo, como foi feito anos atrás”, diz Lena Vilela, 
educadora sexual. As campanhas de prevenção devem focar nas novas formas de exercer a sexualidade, 
dando abertura para que as pessoas possam discutir abertamente com seus médicos seus 
comportamentos e as melhores formas de se prevenir. 
(Bruna de Alencar. “Por que o Brasil vive uma epidemia de sífilis?”. www.epoca.globo.com, 01.11.2016. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Ricardo Luba, na década de 70, o Brasil também passou 
por uma epidemia de sífilis semelhante a que estamos vendo agora devido à liberação sexual e aos 
valores que foram contestados na época. Para ele, a falta de cuidado consigo mesmo é algo muito 
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 Caderno de Proposta 94 
enraizado na mentalidade dos brasileiros. Isso rebate conceitos preconceituosos, tanto é que pessoas 
do mais alto nível intelectual também podem contrair, devido à negligência com o próprio corpo, algo 
que vem acontecendo com homens e mulheres ao redor do mundo. 
O principal fator é a falta do uso de preservativo associado a um comportamento de risco, que 
implica na rotatividade de parceiros e parceiras. Não há problema em ter uma vida sexual agitada desde 
que você se proteja e faça exames de rotina com certa regularidade. Quando descoberta no estágio 
primário, a sífilis pode ser tratada com uma dose única de penicilina benzatina intramuscular. O 
problema maior começa a surgir quando o diagnóstico não é feito rapidamente. 
(Débora Stevaux. “5 perguntas para entender a epidemia de sífilis no Brasil”. www.claudia.abril.com.br, 21.04.2017. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Segundo a médica colaboradora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Nemora Barcellos, o 
esgotamento do impacto das campanhas de uso de preservativos e da sua ampla disponibilização 
parece ser um dos fatores do agravamento dos casos de sífilis. Para ela, a principal forma de prevenção 
é o uso de preservativos no ato sexual. Por outro lado, a implicação do desabastecimento de penicilina 
afeta a evolução individual da doença e a possibilidade de cura, já que o tratamento correto e completo 
também é considerado uma forma eficaz de controle, pois interrompe a cadeia de transmissão. Além 
disso, o tratamento de ambos os parceiros é muito importante na prevenção para impedir que ocorra a 
reinfecção, garantindo que o ciclo seja interrompido. 
Para a médica, o histórico de prática sexual sem uso de preservativos deve ser investigado com 
seriedade em consultas, seja na atenção básica, seja com especialistas da área de ginecologia ou 
urologia. A existência de testes rápidos para sífilis facilita muito a investigação. 
(Marina Wentzel. “Como se proteger da epidemia de sífilis no Brasil?”. www.bbc.com, 24.09.2016. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A epidemia de sífilis no Brasil é resultado do comportamento dos jovens ou de problemas do sistema 
de saúde? 
 
9. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 
 
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 Caderno de Proposta 95 
 
 
Texto 2 
Tema bastante controverso, a redução da maioridade penal vem conquistando um número cada 
vez maior de adeptos, que, pressionados pela sensação generalizada de insegurança, veem a sua 
implantação como a única solução imediatamente possível para a diminuição da criminalidade praticada 
por menores. 
Vige desde o século XIX a teoria de que crianças e adolescentes não possuiriam o 
desenvolvimento intelectual e psicológico completo, necessário e essencial para a responsabilização 
criminal nos termos do Código Penal. Considerando-se as transformações ocorridas na sociedade, em 
que os jovens têm maior acesso às informações e participam de forma cada vez mais autônoma das 
diversas relações sociais, ter-se-ia por indispensável o conhecimento daquilo que é ou não lícito. Tanto é 
assim, que o Código Civil prevê a capacidade relativa da pessoa com 16 anos completos, permitindo-lhe 
casar, continuar atividade empresária já iniciada, dispor de seu patrimônio em testamento, ser 
emancipado, dentre outras hipóteses. Além disso, a Constituição Federal autoriza que os menores 
púberes (com 16 anos) possam exercer o direito de voto. Ora, seria inconcebível pressupor a capacidade 
intelectiva para tais atos e sustentar que os jovens infratores não possuem plena consciência dos atos 
ilícitos porventura cometidos. 
A impunidade, certamente, é a causa principal da ocorrência, cada vez maior, de atos ilícitos 
entre os adolescentes. Certos de que se capturados sofrerão restrição de liberdade por não mais de 03 
anos, os jovens infratores se sentem atraídos por essa vantagem. A impunidade, além de constranger, 
desrespeitar e violar os direitos das vítimas de crimes cometidos por menores infratores, incentiva a 
prática de novos crimes, bem como a formação de novos infratores. 
 
Izabelle Rhaissa F. Moreira. “Argumentos favoráveis à redução da maioridade penal”. https://jus.com.br, fevereiro de 2017. Adaptado. 
 
Texto 3 
“Se prisão resolvesse alguma coisa, nós deveríamos ser um país muito mais seguro”, comenta 
Rafael Custódio, coordenador do programa de justiça da ONG Conectas Direitos Humanos. O sistema 
prisional brasileiro atravessa problemas históricos, como a superlotação e o alto índice de reincidência 
criminal. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, um em cada quatro condenados volta a 
cometer crimes. Nesse cenário, Custódio aponta que inserir menores de idade no sistema penal adulto 
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 Caderno de Proposta 96 
contribuiria para que a violência aumentasse ao invés de diminuir. “O Brasil criou um sistema carcerário 
que viola direitos, não recupera ninguém e só produz mais violência. Diante dessa realidade, nós 
queremos trazer os adolescentes para essa lógica? Não faz sentido”. 
Heloisa de Souza Dantas, mestre em Psicologia Comunitária pela Michigan State University, 
também afirma que a redução da maioridade penal não é o caminho para combater a violência. Além de 
investimentos em educação e saúde, a psicóloga defende que a sociedade deve mudar o tratamento 
dado a esse assunto. “É um país que precisa olhar os adolescentes como seus filhos e não como 
inimigos”. Sobre o debate acerca do assunto, a psicóloga acha que está se formando uma “cortina de 
fumaça” que desvia as atenções do problema real. A maioria dos atos infracionais cometidos por jovens 
estão relacionados ao tráfico de drogas, enquanto crimes hediondos representam um número menor. 
Souza aponta que um investimento maior em inteligência policial ajudaria a pegar os “peixes grandes” 
do tráfico de drogas ao invés de manter a política de encarceramento em massa, que não tem ajudado a 
reduzir os índices de violência no Brasil. 
 
Natália Silva. “Os riscos da redução da maioridade penal”. www.cartacapital.com.br, 08.11.2018. Adaptado. 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A redução da maioridade penal pode colaborar para a diminuição da violência no Brasil? 
 
10. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do 
trabalho 
Texto 1 
Nem só de grupos, influenciadores e jogos vivem os aplicativos. Com a queda do número de 
vagas formais no mercado de trabalho, as pessoas vêm buscando novas fontes de renda e trabalhar para 
aplicativos de serviços é uma delas. Se, por um lado, as novas plataformas propiciam um espaço para 
que as pessoas possam obter rendimentos, por outro, geram também questões inerentes ao século XXI, 
sobre transformação das relações de trabalho, qualidade de vida e saúde. 
No novo modelo, o trabalhador tem mais autonomia sobre seu processo produtivo e horários de 
trabalho. Para isso, no entanto, muitos abrem mão de direitos garantidos pela CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho), como o décimo terceiro salário e as férias e, em muitos casos, abdicam até mesmo 
dos finais de semana. O fenômeno já é conhecido como “uberização do trabalho” e está sendo estudado 
por áreas que vão do direito às ciências sociais. 
(Mariana Ceci. “Autônomos usam aplicativos para driblar crise financeira no RN”. http://tribunadonorte.com.br, 19.05.2019. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Uma massa de 5,5 milhões de profissionais brasileiros já trabalha para ou com aplicativos, 
segundo a Associação Brasileira Online to Offline, que representa as empresas do setor. Se esses 
trabalhadores fossem considerados empregados formais, grupos como Uber, iFood ou Rappi seriam os 
maiores do país em número de funcionários. 
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 Caderno de Proposta 97 
O Diretor da associação, Marcos Carvalho, contesta, no entanto, a tese defendida por muitos 
atualmente de que haja vínculo trabalhista entre esses profissionais e as empresas. Segundo ele, “o 
profissional tem total autonomia e flexibilidade para definir sua jornada de trabalho de acordo com o 
que for conveniente, sem ter que prestar nenhuma satisfação com relação ao horário ou à forma como 
ele vai realizar entregas, por exemplo. São pessoas que possivelmente estariam com grandes 
dificuldades de ter uma fonte de renda. Isso mostra o impacto de inclusão social desses trabalhos num 
momento de tanta fragilidade econômica como o que estamos tendo no país.” 
(Guilherme Balza. “Brasil já tem mais de 5 milhões trabalhando para aplicativos”. https://cbn.globoradio.globo.com, 05.06.2019. 
Adaptado.) 
 
Texto 3 
As empresas responsáveis pelos aplicativos afirmam que apenas fazem a “ponte” entre as partes, 
as quais trabalham de forma autônoma e com liberdade de acordo com sua disposição e necessidades 
— um argumento frequente em tempos de “uberização” do trabalho. Mas, para especialistas, não é 
bem assim. “Este modelo de trabalho se apoia no discurso do empreendedorismo, na ideia de você não 
ter patrão e poder fazer o seu próprio horário”, afirma Selma Venco, socióloga do Trabalho e professora 
da Unicamp. Segundo ela, este “discurso neoliberal camufla a real situação, que é a de precarização não 
apenas nas relações de trabalho, mas também nas condições de vida. Há uma superexploração do 
trabalhador, pois ele terá que trabalhar uma jornada de 14 ou 15 horas para ter um ganho mínimo, ou 
seja, irá além dos limites físicos para poder sobreviver. E sem nenhuma proteção, nenhum direito 
associado a isso.” 
(Gil Alessi. “Jornada maior que 24 horas e um salário menor que o mínimo, a vida dos ciclistas de aplicativo em SP”. 
https://brasil.elpais.com, 13.08.2019. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
“Uberização”: entre a autonomia do trabalhador e a perda de direitos trabalhistas 
 
11. (Autoral 2020/ UNESP) Coronavírus 
TextoI 
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 Caderno de Proposta 98 
 
Disponível em https://www.agazeta.com.br/charge/charge-do-amarildo-panico-boliche-e-o-coronavirus-0320, acessado em 
12.10.2019. 
 
Texto II 
Folha de São Paulo, 28/03/2020 
Pandemia leva a guerra estúpida entre 'arautos da vida' e 'campeões da economia' (Demétrio Magnoli) 
Em nome da coerência, a conta da crise precisa chegar às grande fortunas 
Economia é vida: inexiste a alternativa de proteger a saúde pública às custas do 
desligamento indefinido da produção e do consumo. O humanismo com vista para o mar é tão 
nocivo quanto o negacionismo que nasce do desprezo pela ciência. 
Além de indivíduos com espessos colchões financeiros, há profissionais de empresas que 
adotaram o home office, empregados de setores que seguem funcionando, funcionários públicos 
estáveis. 
Desses estratos brotam torrentes incontroláveis de humanismo. Vidas não têm preço, valem 
qualquer sacrifício do vil metal, explicam-nos os que não sacrificarão seus empregos ou meios de 
sobrevivência. Mas, apesar deles, economia é vida. 
Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-
arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml , acessado em 12.10.2019. 
 
Texto III 
El país (28/03/2020): OCDE calcula que cada mês de confinamento tira dois pontos do PIB 
O organismo calcula que a Espanha será uma das economias mais afetadas 
Conforme a pandemia de coronavírus avança, a OCDE traça um panorama cada vez mais sombrio 
para a atividade. Segundo seus cálculos, por cada mês de confinamento as economias sofrerão uma 
perda de aproximadamente dois pontos percentuais do PIB. A conta é a seguinte: o PIB de uma 
semana é aproximadamente 2% do de todo o ano (52 semanas). Se este cair 25% durante quatro 
semanas, então estão se esfumando dois pontos do PIB ao mês. 
(disponível em https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-
confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html, acessado em 30.03.2020). 
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https://www.agazeta.com.br/charge/charge-do-amarildo-panico-boliche-e-o-coronavirus-0320
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2020/03/herdeiro-do-giraffas-perde-cargo-na-rede-apos-video-sobre-desemprego-no-coronavirus.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/03/advogado-reclama-que-funcionarios-fazem-home-office-com-pijama-e-olho-remelento.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-03-27/evolucao-dos-casos-de-coronavirus-no-brasil.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/noticias/pib/
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
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 Caderno de Proposta 99 
 
Nesse ano, a crise do coronavirus trouxe à tona uma antiga dicotomia entre economia e vidas humanas. 
Dentro desse contexto e com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva 
um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Crise do coronavirus: entre a economia e a saúde. 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 
TEXTO I 
 Num restaurante de classe média, pessoas torcem o nariz e pagam a conta antecipadamente, sem 
concluir a refeição, porque na mesa ao lado senta-se um casal negro, com uma filha e um filho 
adolescentes. Ninguém comenta ou reclama de que se trata de uma demonstração criminosa de 
racismo, não comprovável, mas evidente. A adolescente discriminada põe-se a chorar e pede aos pais 
para irem embora também. A família comemorava ali o 14º aniversário dela. 
 Uma mulher decide sair de um casamento infeliz e pede a separação. O marido, que certamente 
também não está feliz, recusa qualquer combinação amigável e quer uma separação litigiosa. As duas 
filhas moças tomam o partido do pai, como se de repente a mãe que delas cuidara por mais de vinte 
anos tivesse se transformado em alguém desprezível, irreconhecível e inaceitável. Nenhuma das duas 
lhe pergunta os seus motivos; ninguém deseja saber de suas dores; nenhuma das duas jovens mulheres 
lhe dá a menor chance de explicação, o menor apoio. Parece-lhes natural que, diante de um passo tão 
grave da parte de quem as criara, educara, vestira, acarinhara e acompanhara devotadamente por toda 
a vida, fosse negado qualquer apoio, carinho e respeito. 
 Os casos se multiplicam, são muito mais cruéis do que estes, existem em meu bairro, em seu 
bairro. Nossa postura diante do inesperado, do diferente, raramente é de atenção, abertura, escuta. 
Pouco nos interessam os motivos, o bem, as angústias e buscas, direitos e razão de quem infringe as 
regras da nossa acomodação, frivolidade ou egoísmo. Queremos todos os privilégios para nós, a 
liberdade, a esperança. Para os outros, mesmo se antes eram muito próximos, queremos a imobilidade, 
a distância. Cassamos sem respeitar os seus direitos humanos mais básicos. A intolerância, que talvez 
não conste no índex das religiões mais castradoras, é com certeza um feio pecado capital. Do qual talvez 
nenhum de nós escape, se examinarmos bem. 
(Lya Luft. Veja, 15.12.2004. Adaptado.) 
 
TEXTO II 
 Entrevista com Zilda Márcia Gricoli, historiadora e diretora-executiva do Laboratório de Estudos da 
Intolerância da Universidade de São Paulo (USP), que investiga e discute o tema em todas suas 
vertentes. 
Qual a proposta do Laboratório de Estudos da Intolerância? 
 Trata-se de um centro multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP) que investiga todos os 
dilemas da intolerância, seja ela política, religiosa, cultural, sexual. Incluímos também o que chamamos 
de tolerância ao intolerável: prostituição infantil e massacres de populações indígenas e de rua, por 
exemplo. Trabalhamos ainda com os direitos dos animais. Refletindo sobre a forma como os homens os 
tratam, descobrimos como eles agem em relação aos seres humanos. Faremos um grande seminário 
sobre o assunto, aberto ao público. 
Dê exemplos da intolerância no Brasil, 
Não toleramos o pobre, por exemplo. Pobre é lixo, não queremos ver, queremos jogá-los fora. Pode ser 
índio, negro, branco. Em São Paulo, há praças que contam com o banco “antimendigo”, com braçadeiras 
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 Caderno de Proposta 100 
especiais, que não permitem que ninguém durma ali. Gradearam chafarizes para que a população não 
tome banho. Tudo para “limpar” a cidade dos pobres. Como se eles fossem responsáveis pela sujeira. 
É possível desenvolver a tolerância? 
Sim. A intolerância é totalmente cultural. A cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da 
espécie. Ela tem esse objetivo, que é a proteção da vida, e não a destruição. A autonomia cultural não 
pode ir além da vida humana. Quando a cultura se apropria da negação do outro, é preciso uma 
intervenção. 
(http://planetasustentavel.abril.com.br. Adaptado.) 
 
 Texto III 
 Fascismo, comunismo, nazismo e todos os outros ismos totalitários produziram ao longo dos 
tempos algumas das mais pavorosas cenas de intolerância perpetradas pelo homem contra alguém que 
ele julga diferente. “Fogueiras, patíbulos,decapitações, guilhotinas, fuzilamentos, extermínios, campos 
de concentração, fornos crematórios, suplícios dos garrotes, as valas dos cadáveres, as deportações, os 
gulags, as residências forçadas, a Inquisição e o índex dos livros proibidos”, descreveu o jurista italiano 
Italo Mereu, são algumas das mais bárbaras manifestações de ódio adotadas por quem julga “possuir a 
verdade absoluta e se acha no dever de impô-la a todos, pela força”. A praga da intolerância só atinge 
esse patamar de perversidade quando um outro valor já não vigora mais há muito tempo: a democracia. 
É mais ou menos assim que as coisas funcionam. Aniquila-se a democracia em nome de um ideal 
revolucionário que promete semear a liberdade e o fim da opressão dos mais fracos. Essa é a promessa, 
mas o que se colhe jamais é a libertação, apenas abuso e intolerância. Numa primeira fase, o abuso é 
interno e concentrado contra os inimigos políticos do regime. Depois, todos se tornam inimigos em 
potencial e até a delação de vizinhos vira uma arma de controle social. Na fase seguinte, surgem as 
guerras contra os inimigos externos. 
(Amauri Segalla. Veja, 16.04.2003. Adaptado.) 
 
Com base nas informações e reflexões dos textos apresentados – ou, ainda, agregando a eles outros 
elementos que você julgar pertinentes –, redija uma dissertação em prosa e em norma padrão sobre o 
seguinte tema: 
A intolerância em xeque 
 
13 .(Famerp 2018) Fracasso de lei de cotas para deficientes 
TEXTO I 
 A Lei de Cotas para Deficientes (Lei no 8.213/91) determina um percentual (de 2% a 5% das 
vagas no quadro de efetivos) para empresas, a partir de 100 funcionários, contratarem pessoas com 
deficiência. Apesar de ter completado 25 anos de vigência, a Lei não alcança nem a metade da meta 
estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Isso gera questionamentos sobre quais são 
as dificuldades para que sejam feitas as contratações, uma vez que há vagas disponíveis. 
 Uma das barreiras a ser ultrapassada é a forma como as companhias entendem a 
contratação de pessoas com deficiência. A principal desculpa para não empregar é a de que não são 
encontrados profissionais qualificados para as oportunidades oferecidas. Entretanto, segundo o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem quase três milhões de pessoas com 
deficiência no país com ensino superior, sendo que muitos possuem mestrado e doutorado. Outro 
ponto em discussão é a maneira pela qual as empresas estabelecem os parâmetros de contratação. 
Muitas, inclusive, exigem qualificações que não condizem com a realidade salarial. 
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 Caderno de Proposta 101 
 É claro que a admissão da pessoa com deficiência exige adaptações para cada caso. “Cabe às 
empresas encontrar a forma mais adequada de incluir o funcionário no quadro de empregados”, diz 
Mizael Conrado de Oliveira, medalhista paralímpico na categoria futebol de cinco, para cegos, e 
presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil de 
São Paulo (OAB SP). 
 Parte significativa das companhias acredita que a contratação de colaboradores com 
deficiência implica gastos exorbitantes em acessibilidade física e tecnologia assistiva, fato que pode ser 
rebatido com exemplos de companhias que conseguiram adequar instalações sem comprometer seu 
orçamento, conforme informação do secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade 
Reduzida, Cid Torquato Júnior. De acordo com o secretário, o Brasil conta cada vez mais com ampla 
diversidade de recursos, inclusive tecnológicos, que auxiliam as pessoas com deficiência em suas 
atividades. “Muitos deles são gratuitos ou de baixo custo, caso de alguns softwares leitores de tela”, 
pondera. (Jornal do Advogado. “Lei de Cotas para Deficientes está longe de atingir metas”. 
www.oabsp.org.br, 12.04.2017. Adaptado.) 
 
TEXTO II 
 Passados 25 anos de vigência da Lei de Cotas para Deficientes, o que temos para festejar é o 
nosso sonho de que um dia a realidade social possa ser perfeita. As pessoas com deficiência não devem 
ser destinatárias de atos de caridade, mas de políticas públicas e privadas que lhes garantam a 
dignidade humana. 
 O não cumprimento das cotas definidas pela Lei tem acarretado a aplicação de multas 
injustas às empresas, mas não é fácil cumprir a lei por conta da ineficiência das ações estatais. Um 
exemplo: é comum que uma empresa, depois de enfrentar todas as dificuldades para selecionar um 
empregado com deficiência, ainda assim não possa contratá-lo pelo fato de não existir um serviço de 
transporte público nas imediações da empresa que seja adaptado às necessidades da pessoa com 
deficiência. E a multa sancionada pelo não cumprimento da cota é fixada contra o empresário. 
 As empresas enfrentam muita burocracia: provar, por laudo, a deficiência do empregado; 
adotar um programa de acompanhamento para garantir a integração ao ambiente de trabalho; não 
poder contratar trabalhadores com um único tipo de deficiência – por exemplo, contratar apenas cegos 
seria discriminação às outras deficiências; não poder exigir experiência anterior, porque existe um 
débito social com o trabalhador com deficiência; idem quanto à escolaridade; prover as adequações 
físicas, sendo que as entrevistas, por exemplo, precisam estar aparelhadas com os meios necessários – 
intérprete de sinais, testes em braile etc. 
O não atendimento a essas exigências, assim como o não cumprimento das cotas, pode ser 
punido com multas pesadíssimas e a negativa de emprego pode ser considerada crime. Temos uma lei 
atrasada, cujo ideal jamais foi alcançado em 25 anos. Não só as ações oficiais de políticas inclusivas são 
irrisórias, como temos um sistema apto a sancionar empresas, mas inapto a sancionar o maior devedor 
social: o Estado. 
 
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O fracasso da lei de cotas para deficientes: negligência das empresas ou falha do Estado? 
 
 
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 Caderno de Proposta 102 
 
14.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 
IMPOSTOS SOBRE GRANDES FORTUNAS 
 
TEXTO I 
O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é um imposto previsto na Constituição brasileira de 1988, mas 
ainda não regulamentado. Trata-se de um tributo federal que, por ainda não ter sido regulamentado, não 
pode ser aplicado. Uma pessoa com patrimônio considerado grande fortuna pagaria sobre a totalidade de 
seus bens uma porcentagem de imposto. Em determinados projetos de lei apresentados no Senado 
Federal, as alíquotas previstas são progressivas, ou seja, quanto maior o patrimônio, maior a 
porcentagem incidente sobre a base de cálculo. No Brasil, políticos e economistas divergem se o IGF é um 
instrumento eficaz de arrecadação ou de diminuição da concentração de renda e de riqueza. 
(“Imposto sobre Grandes Fortunas”. http://pt.wikipedia.org. Adaptado.) 
 
Texto II 
Sempre que o governo se vê acuado, a discussão sobre o IGF volta à baila, sob o argumento de que o 
“andar de cima” precisa ser mais taxado. De acordo com uma proposta do Psol, seriam taxados em 1% 
aqueles que têm patrimônio entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões. A taxação aumentaria para 2% para 
aqueles cujos bens estejam estimados entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Para quem tem entre R$ 10 
milhões e R$ 20 milhões, a taxação prevista é de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, a mordida será 
de 4%. E para os felizardos que têm acima de R$ 50 milhões, a cobrança será de 5%. 
 Trocando em miúdos, todo aquele que, por ventura, adquira um patrimônio acima de 2 milhões de reais 
será punido anualmente com alíquotas progressivas, que variarão de 1 a 5%. Seu crime? Poupar e investir 
a renda, no lugar de consumi-la.Sim, pois “fortuna” nada mais é do que o estoque de riqueza que alguém 
acumula ao longo do tempo, resultado da poupança e/ou da transformação desta em capital 
(investimento). 
Como a renda no Brasil já é fortemente taxada, caso aprovem essa aberração, estaremos diante de um 
caso típico de bitributação, pois a fortuna é a renda (já tributada originalmente) não consumida 
transformada em ativos (financeiros e não financeiros). Sem falar que os ativos imóveis já são taxados 
anualmente através do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do ITR (Imposto sobre a Propriedade 
Territorial Rural). Ademais, taxar o patrimônio é absolutamente contraproducente para a economia do 
país. Será mais um desincentivo à poupança e ao investimento, vale dizer, menos produção, menos 
empregos, menos riqueza. 
(Rodrigo Constantino. “Tributando a poupança”. www.veja.abril.com.br, 05.03.2015. Adaptado.) 
 
Texto III 
A estrutura tributária brasileira faz com que as camadas menos favorecidas economicamente sejam as 
mais oneradas pela tributação no Brasil. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea), os 10% mais pobres da população mobilizam 32% da sua renda no pagamento de 
impostos, enquanto os 10% mais ricos gastam apenas 21%. 
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 Caderno de Proposta 103 
A auditora Clair Hickmann explica por que isso não deveria ocorrer: “Há alguns princípios básicos de 
justiça fiscal que estão na Constituição. Um dos princípios consagrados é o da capacidade contributiva – 
ou seja, cada cidadão tem que contribuir para o financiamento fiscal de acordo com seu poder aquisitivo 
e econômico –, mas isso não acontece no Brasil. Outro princípio muito importante é o da progressividade, 
que significa: quanto maior a renda, maior a alíquota.” 
Justamente para modificar esse quadro de desigualdade é que surgem as propostas de taxação das 
grandes fortunas. “A CUT tem defendido o imposto sobre grandes fortunas porque é preciso desonerar a 
classe trabalhadora e onerar aqueles com maior capacidade de pagamento”, pontua o também 
economista Miguel Huertas, da Central Única dos Trabalhadores. 
 Cabe ressaltar que uma maior taxação sobre bens e propriedades não é exatamente uma pauta “de 
esquerda”. “Muitos reclamam de impostos no Brasil, mas eles na realidade são baixos quando 
comparados com os EUA, Reino Unido ou Alemanha”, disse o economista francês Thomas Piketty. “Em 
muitos países extremamente ricos, a taxação sobre a riqueza é maior do que a taxação sobre o consumo, 
e são países capitalistas que são mais competitivos que o Brasil”, afirmou. 
(Anna Beatriz Anjos e Glauco Faria. “A desigualdade traduzida em impostos”. www.revistaforum.com.br. 
Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O Imposto sobre Grandes Fortunas é uma injustiça com os mais ricos? 
 
 
3.1.1 Comentário – Questão social 
 
1. (UNESP 2018) Liberação do porte de armas 
 Em 2018, a UNESP forneceu 3 textos de apoio e um tema explícito: Liberar o porte de armas de 
fogo a todos os cidadãos diminuirá a violência no Brasil? 
 Os textos eram bastante informativos e possibilitavam ao candidato entrar em contato com 
diferentes opiniões sobre o tema. O primeiro trazia fatos relevantes: a maioria dos brasileiros são 
contra a liberação de armas; o Estatuto do Desarmamento não reduziu a criminalidade; Especialistas 
discordam disso. 
 O texto 2 trazia um histórico do Estatuto. Antes do Regulamento, qualquer cidadão poderia 
andar armado. Esse fato não contribui para a diminuição dos índices de violência. O texto reafirma a 
tese de que também o Estatuto, aprovado em 2003, não diminui substancialmente os índices de 
violência. O pesquisador do IPEA, Daniel Cerqueira, atribuiu os altos índices de violência até 2003 à 
crise de 1980. Para ele, o acesso à arma, na época, retroalimentou a tendência de alta. 
 No último parágrafo do texto, há o depoimento de Benê Barbosa, militante pró-armas. Para ele, 
as pessoas se sentiam mais seguras. 
 Finalmente, o candidato se deparava com duas opiniões contraditórias baseadas em dois 
argumentos não desenvolvidos. A favor da liberação do porte de armas o argumento se pauta no direito 
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 Caderno de Proposta 104 
à autodefesa. Contra a liberação, o ex-secretário da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro 
afirmava que isso seria um fator de risco. 
 
Encaminhamentos Possíveis 
 Primeiramente, pense nas possibilidades de tese. Não há apenas 2, a favor e contra a liberação, 
pois você poderia defender um meio termo, ou seja, uma liberação menos radical, em algumas 
circunstâncias que você indicaria no seu texto. Óbvio que, para isso, você deveria conhecer bem o 
assunto. 
 Os argumentos não são complicados e são até bem conhecidos. 
 A favor do porte de armas: 
- Não há prova substancial de que o porte de arma aumente ou diminua os índices de homicídios. 
- O cidadão deve ter o direito de se defender. 
- A proibição é uma ingerência do Estado na vida do cidadão. 
- Pode ser até que o porte não tenha efeito prático para o cidadão, mas tem um efeito psicológico 
importante: o indivíduo se sente mais seguro. 
 Contra o porte de armas: 
-O Estatuto, se não diminuiu o número de homicídios, pelo menos estancou o crescimento do índice de 
mortes. 
-Aumenta-se o risco de acidentes com armas de fogo. 
-O cidadão comum teria que ser muito bem treinado para usar uma arma com propriedade. 
- Aumentaria o número de armas em circulação e, portanto, os criminosos também teriam acesso 
facilitado seja pela forma legal, seja pelo roubo de armas. 
- A restrição de uso de armas de fogo fortalece o poder público e a polícia, quem deve ter o direito de 
uso da violência dentro dos parâmetros legais. 
 Essa enumeração argumentativa não esgota o assunto e você deve ter notado que as ideias não 
são exatamente criativas. Trata-se de um tema comum para o qual os argumentos tanto a favor quanto 
contrários são bem conhecidos. 
 Nesse caso, o diferencial ficará por conta dos fatos, exemplos, raciocínios que você vai usar para 
dar apoio a cada uma dessas sequências argumentativas. Com certeza, numa proposta assim, que beira 
o senso comum, o corretor estará bastante atento à força dos recursos argumentativos, à coerência e à 
coesão. 
2. (UNESP/ 2015)Legado da escravidão e preconceito contra negros 
no Brasil 
Essa proposta de cunho social solicitava que o candidato refletisse sobre a questão do racismo 
no Brasil. A partir de uma coletânea de textos, a banca solicitava que o candidato produzisse uma 
redação de gênero dissertativo sobre o seguinte tema explícito: O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O 
PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL. 
 No geral, os textos apresentavam um recorte temático interessante e delimitado a dois fatores: o 
preconceito ainda existente nos dias de hoje e há déficit de emancipação econômica. Para fazer uma 
leitura mais atenta, fiz um mapa mental tentando apreender as ideias principais que serviram de 
parâmetro para os textos da coletânea. 
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 Caderno de Proposta 105 
 
O texto 1 ressaltava, basicamente, o fato de que a libertação dos escravos não havia encerrado a grande 
vergonha da escravidão, pois a liberdade jurídica não significou liberdade de fato. Os outros três textos 
discutiam o racismo “enrustido” do brasileiro. 
 O mais enigmático dos textos é o segundo. Nele, o autor destaca que algo que parece ser 
manifestação da “democracia racial” é justamente o seu contrário. Numa pesquisa entre as 500 maiores 
empresas do país sobre o número de funcionários negros, 27% não tinham registro de raça nos 
departamentos de RH. À primeira vista, essa despreocupaçãoracial dá a entender que não há nenhuma 
restrição racista. Na prática ocorre o contrário. Bem documentados, os dados sobre os negros 
mostrariam “os horrores da escravidão”. Não documentar significa apagar dos registros as injustiças 
sociais, reafirmando a ideia falsa de que no Brasil não existe ódio racial. 
 O texto 3 vai nessa direção, afirmando que o racismo no Brasil é tabu. A palavra “tabu” é 
utilizada no sentido de ser um tema do qual não se fala, para que se tenha a impressão de que ele não 
existe. 
 Finalmente, o texto 4 critica fortemente o senso comum de que o racismo no Brasil é mais 
humano e brando. Segundo Lilia Schwarcz, essa postura configuraria a tentativa de manifestar uma “boa 
consciência”. Para provar o quanto somos racistas e o quanto nos enganamos, ela cita uma pesquisa na 
qual 97% dos brasileiros dizem que não são racistas e 98% dizem conhecer alguém racista. Ou seja, a 
conta não fecha. 
Esboço 
Tema: O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL. 
Com esse tema, a UNESP direcionou a redação. Não deixou espaço para uma polêmica em que seria 
possível se posicionar a favor ou contra. 
Ideias do senso comum sobre o assunto: 
✓ Não há preconceito de forma descarada no Brasil; 
✓ O problema no Brasil não é ser negro, mas ser pobre; 
✓ A escravidão já foi há muito tempo, nós não temos nada a ver com isso; 
✓ Todo negro é uma vítima da escravidão; 
✓ Piadas sobre negro. 
Legado social (situação dos negros) Preconceito 
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 Caderno de Proposta 106 
✓ Depois da escravidão, os negros 
não receberam apoio 
(emancipação econômica); 
✓ Demora para reconhecimento dos 
direitos dos negros no que diz 
respeito à educação; 
✓ A polícia detém, com frequência, 
mais negros do que brancos; 
✓ Há uma relação entre cor da pele 
e pobreza no Brasil; 
✓ O aspecto físico do negro ainda é 
considerado inferior. 
✓ A negação do racismo é um racismo às 
avessas; 
✓ Em nome da democracia de raça no 
Brasil, deixou-se pouco espaço para a 
luta por direitos, como ocorreu nos 
EUA; 
✓ Perduram xingamentos em que nivelam 
o negro a animais; 
✓ Enraizou-se, na cultura brasileira, uma 
certa tolerância para com a crueldade 
com o outro, já que as relações entre 
brancos e negros, até a escravidão, 
eram pautadas pela violência permitida. 
Possibilidades de intertexto/referência histórica/repertório: 
✓ A estatística apresentada pela Lilia; 
✓ Rui Barbosa queimou os arquivos para não pagar indenizações aos senhores; hoje, apagamos 
registros para não percebermos que o preconceito existe; 
✓ A escola pública só se tornou universal no Brasil depois da década de 50, até então, o acesso do 
negro à educação era bastante restrito; 
✓ Comparação entre a situação dos negros no Brasil e a situação dos negros nos EUA; 
✓ Citação da Constituição, que prevê que todos os homens são iguais perante a lei; 
✓ Os negros são mais abordados em batidas policiais e o número de presidiários negros e pardos é 
maior do que a porcentagem que eles representam no total da população; 
✓ A cena de Memórias Póstumas de Brás Cubas, na qual Brás Cubas brinca de cavalinho com o menino 
Prudêncio, um filho de escravos negros que vivia na casa. 
 
Tese (resumo do que você irá defender no seu texto): 
Novamente, trata-se um tema que leva o candidato a fazer uma redação expositiva. Na medida 
do possível, tente transformá-la em argumentativa. Lembre-se de que você deve usar as palavras-chave 
do tema na tese. 
Exemplos: 
✓ A negação do racismo é um legado da escravidão que não conseguimos apagar; 
✓ São dois os legados vergonhosos que permanecem no Brasil, no que diz respeito aos negros: a 
situação econômica e social de boa parcela deles, como também o preconceito. 
✓ O racismo no Brasil, legado da Escravidão, não é explícito, mas existe; 
✓ Etc. 
 
Elabore a sua tese e pense nos argumentos. Bom texto. 
Argumento 1: 
_____________________________________________________________________________ 
Fatos, exemplos, 
citações______________________________________________________________________ 
Argumento 2: 
_____________________________________________________________________________ 
Fatos, exemplos, citações:_______________________________________________________ 
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 Caderno de Proposta 107 
3. (FAMEMA 2018) Atletas transexuais 
Em 2018, a FAMEMA solicitou que o candidato discorresse sobre o tema explícito: Atletas transexuais 
devem participar de esportes competitivos sob o novo gênero? Para isso, a Banca ofereceu 4 excertos 
como apoio para a reflexão. 
 O primeiro texto narra o recorde de uma jogadora transexual, ela conseguiu marcar 39 pontos 
em um mesmo jogo. Tal fato atiçou o questionamento sobre permissão de atletas trans atuarem nos 
esportes, e, ao mesmo tempo, deu visibilidade a um grupo normalmente marginalizado, pois o fato 
poderia abrir oportunidades de inserção de pessoas trans no esporte. O segundo texto explica melhor a 
polêmica. Tifany, a jogadora, ainda não estaria nos níveis hormonais em que uma mulher se encontra, 
portanto, seria injusto que ele participasse em competições femininas. 
 O texto 3, era uma “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional” de Ana Paulo Henkel. Nela, 
Henkel demonstrava respeito pela pauta de luta dos transexuais, mas afirmava que a inclusão de 
alguém que tinha originalmente corpo e hormônio masculinos humilhava as jogadoras. Por fim, o último 
texto da coletânea esclarecia como realiza-se a transformação. Atualmente, é possível medir a taxa de 
hormônios e fazê-los atingir a taxa média do que se espera para uma mulher, isso traz consequências. 
No caso da Tifany, ela teve alteração na densidade óssea, na musculatura e na proporção de células 
vermelhas. Ela perdeu potência e explosão. 
Teses possíveis 
 Esse é um tipo de proposta que permite uma variação de resposta muito pequena. Há três 
possibilidades: 
 1. As atletas transexuais devem participar de esportes competitivos. 
 2. As atletas transexuais não devem participar de esportes competitivos. 
 3. As atletas transexuais podem participar, mas.... 
Argumentos possíveis (entre outros) 
 Primeira tese: as atletas transexuais devem participar 
 - O controle hormonal permite que o trans tenha o mesmo nível de hormônio que uma mulher 
ou um homem. 
 - A participação de uma trans nessa área tão exclusiva poderia abrir portas para os transgêneros 
na luta pelo reconhecimento. 
 - No próprio esporte, desde a década de 80, tornou-se comum o uso de substâncias que 
potencializam a capacidade dos atletas; ora, uma atleta trans poderia ser equiparada a um atleta que 
usa anabolizantes, prática comum no esporte. 
 - Não se trata de má-fé; o atleta quer apenas ser reconhecido, não se vale de alguma vantagem 
física por malandragem. 
 - O que uma trans manifesta, um nível hormonal alterado e musculatura um pouco mais robusta, 
também é encontrado em mulheres; ou seja, ela não está acima do espectro feminino. 
 Segunda tese: as atletas transexuais não devem participar 
 - Por mais que o indivíduo use hormônios e os estabilize, a formação inicial de homem deixa 
marcas que faz com que o atleta tenha vantagens diante de outras mulheres. 
 - Naturalmente, as mulheres têm taxas de explosão muscular e de força mais baixas que as dos 
homens, por isso foi criada uma categoria só para elas. 
 - A necessidade constante de bloqueadores de testosterona indica que o corpo, no que diz 
respeito ao seu funcionamento, mantém características masculinas. 
 - Como a condição feminina é mantida artificialmente, jamais se poderá saber qual seria, de fato, 
as potencialidades do atleta se ele nascesse mulher. 
 Terceira tese: As atletas transexuais deveriam participar, mas... 
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 Caderno de Proposta108 
 Nesse caso, seria importante destacar em quais circunstâncias isso seria possível. Pode-se pensar 
que não haveria restrições... 
-quando a transição do gênero fosse do masculino para o feminino; 
- se houvesse acompanhamento médico constante que avaliasse os níveis hormonais; 
- para os esportes que não exigissem explosão ou potência de forma significativa, como tênis de 
mesa, tiro, esgrima etc... 
 Obviamente haveria muitas outros encaminhamentos argumentativos. 
Repertório 
 A questão da sexualidade e da transexualidade 
As recentes discussões sobre sexualidade poderiam ser incluídas no texto implícita ou 
explicitamente. 
 Acredita-se, atualmente, que a identidade sexual desenvolve-se a partir de dois fatores: um 
fisiológico, seus órgãos genitais; e pela posterior orientação sexual. Não se deve usar a expressão 
“opção sexual”, pois a criança, a partir de dois anos, começa a manifestar que talvez ela não aceite sua 
determinação fisiológica. Ora, na infância, uma criança não poderia escolher, ou seja, não se trata de 
uma “opção”, palavra que dá a entender que o indivíduo escolheu conscientemente sua sexualidade. 
 No caso de transsexuais, a pessoa apresenta uma discordância entre o seu sexo biológico e o seu 
senso de pertencer a um determinado gênero. 
 Cultura versus natureza 
 Quem não aceita as outras formas de orientação sexual, normalmente se apegam a ideia de que 
existe uma sexualidade natural. A existência dos órgãos genitais expressaria isso. Essa é uma tese 
complicada, pois não temos provas de que isso é verdadeiro, já que, se apenas a genitália bastasse, não 
haveria tanta variação de desejos sexuais. 
 A tese contrária, a de que a orientação sexual não se reduz ao dado da natureza, encontra apoio 
em Freud, por exemplo, o pai da psicanálise. O alemão observou que diferentemente dos animais, a 
sexualidade humana não se restringe à genitália, aos fins reprodutivos e nem ao coito simplesmente. 
 Outra ideia interessante que poderia ser utilizada é a dos existencialistas, e, entre eles, a de 
Jean-Paul Sartre, para quem a existência precede a essência. Isso significa que o homem não tem 
determinações biológicas (essência), ele se produz como homem nas suas práticas e nas suas escolhas. 
Um trans nasce com seu sexo biológico, mas isso nada significa, pois como ele vai lidar com isso é que 
determinará o que ele de fato será. 
4. (UEA 2018) Trabalho escravo 
 O estilo da proposta da UEA segue o modelo já consagrado da banca VUNESP, uma coletânea 
média e instruções com tema explícito. Nesse caso, o candidato foi convidado a refletir sobre o tema 
explícito: “Lista suja do trabalho escravo: entre a proteção aos trabalhadores afetados e o direito de 
defesa das empresas.” 
 Uma das grandes dificuldades em relação a esse tema se relaciona à falta de conhecimento em 
relação ao tema. O que é escravidão moderna? O que é lista suja? Como isso funciona? A coletânea 
fornecia dados para que o aluno se inteirasse da questão. 
 O texto 1 era bastante informativo. Traduzia a prática análoga a escravidão em números: 187 
empregadores estão na lista suja, 2.375 trabalhadores foram submetidos a tais condições e são 5, as 
áreas em que se observa esse tipo de trabalho: fazenda, construção civil, oficina de costura, garimpo e 
mineração. 
 Além disso, o texto define o que é trabalho análogo à escravidão, uma atividade forçada exercida 
sob condições degradantes e jornadas exaustivas. Classifica-se da mesma forma a servidão por dívida. 
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 Caderno de Proposta 109 
 Já o texto seguinte esclarecia o que era lista suja. Trata-se de um registro de empresas que se 
valeram desse tipo de trabalho. Há consequências para quem tem o seu nome inserido nessa lista. Não 
receberá qualquer aporte de bancos públicos e nem poderá negociar com estatais. Além disso, outras 
empresas, que precisam manter o bom nome diante do consumidor, não vão querer vincular seus 
produtos a fornecedores que se valem do trabalho análogo ao escravo. Trata-se de um mecanismo de 
transparência. 
 Nessa polêmica, fica difícil defender as empresas, ainda mais que a Banca não oferece muitos 
detalhes dos problemas que as empresas podem enfrentar. No texto 3, há uma declaração vaga das 
empresas de que, depois da suposta autuação, não têm a oportunidade de se manifestar nos autos. 
Teses possíveis 
 Esse é um tipo de proposta bastante comum nessa banca. O candidato fica entre dois extremos 
podendo admitir uma situação intermediária de conciliação. 
1. A lista suja deve ser defendida, pois protege os trabalhadores afetados. 
2. A lista suja é injusta em relação às empresas. 
3. A lista suja deve ser mantida, mas a inclusão das empresas só pode ocorrer depois de 
meticulosa averiguação. 
Argumentos 
 A tese a favor das empresas é mais difícil de defender, e os argumentos possíveis foram 
assinalados na coletânea: não se permite uma defesa ampla, pois o nome do possível infrator já é 
listado nesse cadastro logo depois do flagrante. Pode-se, talvez, apelar para o livre mercado ou para o 
fato de que tal lista suja acaba tornando a situação do empresário que deseja regularizar sua situação 
muito difícil. 
 Os argumentos a favor dos trabalhadores são mais consistentes e permitem abertura para uso 
do repertório. Na relação entre trabalhador e empregado, obviamente, o segundo, por não ter os meios 
de produção (Marx), submete-se ao empregador numa situação de desigualdade de reconhecimento de 
diretos fundamentais. 
 A prática de escravidão, sempre se pautou pelo uso do indivíduo como sendo um objeto para 
manipulação. Ideia que vai contra todos os parâmetros de direitos reconhecidos inclusive pela legislação 
brasileira. Pode-se citar Kant, que afirma ser totalmente antiético tratar um outro ser humano como 
meio e não como um fim. Outra estratégia consiste em explorar o que foi a escravidão no Brasil, só que, 
nesse caso, é preciso cuidado para não dar a impressão de que a escravidão daquela época “é a mesma” 
que podemos encontrar no Brasil de hoje. 
 Outro veio argumentativo passa pela configuração do Liberalismo dada pelos contratualistas. 
Hobbes, por exemplo, entendia o Estado como regulador de contratos entre as partes 
(empresas/empresas ou empresas/pessoas). Ora, um contrato exige que as duas pessoas sejam livres. 
Sendo assim, a escravidão remete a uma fase pré-contratualista e pré-capitalista. O hábito é 
francamente antimoderno. 
 Quanto à argumentação desses empresário de que não teriam direito à defesa, basta lembrar 
que a inclusão no cadastro só ocorre depois da atuação dos fiscais. Não há registros de ações desse tipo 
tenham sido fraudulentas. Quando os fiscais conseguem um mandato para realizar a operação, já há 
provas suficientes de que os trabalhadores estejam vivendo sob péssimas condições. 
 A terceira via permite a produção de um texto mais equilibrado, mas não necessariamente 
melhor. Tudo vai depender da organização textual e do repertório que você consegue inserir na sua 
redação para torná-la mais interessante. 
 Pode-se defender os direitos dos trabalhadores e, no final, apresentar alguma ressalva a favor 
dos empresários. Conceder que lhes seja permitido um prazo maior de defesa, por exemplo. 
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 Caderno de Proposta 110 
5. (Famerp 2019) Obrigatoriedade da vacinação 
A banca trouxe 3 textos de apoio e a frase tema “Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a 
doenças e o respeito às escolhas individuais”. Essa frase tema traz os dois direcionamentos entre os 
quais os candidatos devem escolher para confeccionar seu texto. Seu posicionamento deve ficar claro 
pela argumentação da dissertação. 
O texto 1 discute o retorno de ocorrências de várias doenças que haviam sido consideradas erradicadas 
há anos. Por fim, no último parágrafo, o texto destaca que uma possívelcausa desse retorno seja o 
descuido da população com a vacinação, já que as pessoas consideraram desnecessário vacinar-se se as 
doenças em questão “não existem” mais. Nesse caso, é um texto que oferece mais argumentos para 
aqueles candidatos que escolherem defender a importância das vacinas como métodos eficientes de 
prevenção de doenças. 
Aqui, é possível expandir a argumentação levando-se em conta a contradição entre a disseminação de 
informação atualmente e a concentração de informação em alguns nichos específicos, como a área da 
medicina. 
Apesar da internet e de toda a informação disponível, conhecimentos acerca de saúde foram 
democratizados a todos? É importante tomar muito cuidado aqui com “lugar de fala”, pois a realidade 
de miséria e falta de acesso a direitos básicos ainda é recorrente em parte do Brasil, então, atente-se 
para não fazer generalizações que façam seu texto perder credibilidade. 
Mais uma expansão argumentativa poderia estar na discussão a seguir: 
Se há uma quantidade tão imensa de informações disponíveis, as informações corretas ou de qualidade 
perdem espaço e visibilidade no fluxo intenso de banalidades e acabam não atingindo o público. 
Quantas vezes você está rolando o feed do facebook ou do instagram e só vê superficialidades? Será 
que se houvesse alguma informação relevante sobre saúde (aviso do ministério da educação ou da 
saúde, por exemplo) não passaria despercebida? 
O inverso também pode ser refletido: será que o grande acesso à informação fez com que mais pessoas 
fossem informadas? O exemplo do preservativo talvez seja algo que se encaixe nessa linha de raciocínio. 
Lembrando sempre de atentar para não fugir do tema nas discussões. 
Já o texto 2 discute a questão da vacinação especificamente no Brasil. Apesar de possuir um sistema de 
vacinação admirado por todo o mundo, o país sofre retaliações de parcela da população que acredita se 
tratar de uma espécie de plano governamental que prejudicaria a saúde do povo. O texto explicita como 
existem grupos defensores desse pensamento e sua organização elaborada para se ajudarem, tanto a 
não serem pegos pelas autoridades quanto para encontrarem alternativas às vacinas, visto por eles 
como nocivas. 
O principal ponto a ser percebido e discutido nesse texto, em termos de sociedade, seria a relação do 
brasileiro com a figura da autoridade. Em geral, a população não dá muito crédito aos órgãos públicos e 
suas autoridades e representantes políticos. Para fundamentar esse ponto de vista, é possível utilizar o 
ciclo vicioso em que os processos geralmente são ineficientes no serviço público, o que faz com que as 
pessoas procurem não os utilizar (talvez preferindo o meio privado) e acomodem-se com essa situação, 
aceitando-a; e aí, sem cobrança/fiscalização/demanda, o serviço público também se acomoda. Você já 
ouviu alguém dizer que "no serviço público ninguém trabalha?", pois então. E existe também o outro 
lado da moeda, em que a pergunta é "você sabe com quem está falando?". 
O texto 3 funciona como uma sumarização das ideias anteriormente discutidas. Ele mostra que são 
antigos a desconfiança da vacinação e o pensamento de que talvez haja algum prejuízo por trás. Além 
disso, ele reforça a desinformação da população. Por último, aqui é possível discutir (e usar a alusão 
histórica para fundamentar) como a falta de informação gera medo do desconhecido e atitudes por 
vezes extremas, como mostrado pelo texto. 
Encaminhamentos possíveis: 
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 Caderno de Proposta 111 
1) Fundamentando-se nas manifestações de especialistas da área da saúde sobre o enorme efeito 
benéfico das vacinas, não se vacinar é uma forma de se arriscar a contrair doenças outrora 
consideradas erradicadas. 
Argumentos: 
- Argumentos de autoridades médicas; 
- Estatísticas que afirmam o retorno de doenças que estavam erradicadas. 
2) Embora a liberdade individual seja defendida por lei, escolher não se vacinar ou não vacinar seus 
filhos não se trata apenas de uma decisão individual, visto que afeta a coletividade em que se está 
inserido. 
Argumentos: 
- Conceito de democracia representativa, em que os representantes escolhidos, em teoria, tomam 
decisões em benefício de uma maioria; 
- Dado que vivemos em sociedade, se uma parcela não se vacina, corre o risco de haver 
contaminação interna. 
3) Visto que se trata de uma decisão que demanda a ingestão de componentes não 
naturais/químicos, vacinar-se torna-se uma decisão individual sobre como cuidar do próprio 
corpo. 
Argumentos: 
- Liberdade de escolha individual; 
- (é um caminho argumentativo um pouco mais trabalhoso) Analogia com as grávidas que recusam 
anestesia total ou parcial ao darem a luz, a fim de não contaminar o filho com nenhuma substância 
não natural. 
6. (Autoral 2020 Wagner Santos) Formação identitária de grupos 
minoritários 
Nessa proposta, será necessário construir um texto dissertativo-argumentativo, também 
conhecido como dissertação-escolar. Nesse texto, você precisará tomar um posicionamento sobre o 
tema que, como podemos perceber, é um pouco mais complicado, ainda que extremamente 
interessante. O tema trata de uma das discussões comuns para o momento atual: como os grupos de 
exclusão e minorias se definem em uma sociedade massificada. 
Esse ponto é a origem de seu texto: você deverá olhar para o momento atual e ver como esses 
grupos se comportam socialmente, principalmente no que constrói sua identidade. Nesse ponto, é 
interessante que você pense no que é a identidade em meio à massificação social, no sentido de que 
todos acabam apresentando as mesmas formas de comportamento, muito influenciadas, por exemplo, 
pela organização econômica da sociedade e suas formas de relação pessoal. Aqui, você pode usar e 
abusar da teoria de Modernidade Líquida de Bauman, por exemplo, visto que ele apresenta as 
modificações que vêm ocorrendo, nos últimos anos, com relação às relações humanas em meio ao que 
ele entende como uma sociedade líquida. 
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 Caderno de Proposta 112 
Vale destacar, ainda, que seu texto deve apresentar dois elementos já pedidos pela própria 
banca: a definição de minorias e grupos de exclusão, entendidos como aqueles grupos que não têm seus 
direitos respeitados e cumpridos em meio à sociedade; bem como a apresentação das práticas sociais 
que auxiliam na construção identitária desses grupos. Acreditamos que o primeiro conceito pode, 
facilmente, fazer parte de sua introdução, visto que ela fica extremamente interessante quando 
apresenta contextualização e não aborda diretamente sua tese. O segundo elemento pode aparecer ou 
em seu desenvolvimento, como fundamentação para seus argumentos, ou em sua conclusão, em que 
você apresentaria o conceito como retomada das ideias apresentadas. 
Não se esqueça de que, ainda que essa redação não seja uma redação para o ENEM, é 
interessante que você fundamente suas ideias, seus argumentos, sempre por meio de repertório que 
seja pertinente às suas ideia, para que elas não fiquem pairando, por assim dizer, no senso comum. Essa 
é uma dica que se aplica a todas as suas construções argumentativas: use repertório para fundamentar 
suas ideias. 
Seguindo o que a proposta pede, você produzirá uma redação que será bem avaliada na correção 
feita. 
7. (Autoral – Modelo UNESP/ Wagner Santos) Apropriação cultural 
A redação da Unesp, aplicada na segunda fase desse vestibular, organizado pela Vunesp, tem um 
valor importante para a composição de nota (28% da nota total) e apresenta sempre um tema em forma 
de pergunta, com um tema atual e, na maior parte das vezes, mais polêmico. Dessa forma, tentamos 
reproduzir, aqui, o que você encontrará na hora de sua prova, apresentando um tema de importância 
social, em forma de pergunta e com uma boa variedade de opções de argumentação, para podermos 
avaliara sua capacidade de organização de ideias e de organização textual. Esse, inclusive, é o principal 
objetivo de uma redação escolar, como chamamos esse tipo de dissertação que são cobradas em 
vestibulares. 
O tema, então, é bastante transversal, visto que, ao falarmos sobre apropriação cultural, 
passamos, necessariamente, por temas como o racismo e a condição do negro no país. Em uma nação 
que “bate no peito” para dizer que vivemos uma democracia racial, determinada apenas pelo esforço 
dos envolvidos, vemos que determinados símbolos da cultura negra, em especial, são vistos de maneira 
diferente quando utilizados por pessoas de etnias diferentes. Por exemplo, uma negra que utiliza um 
turbante pode ser – e é – muitas vezes muitas vezes entendidas como uma afronta à sociedade. Por 
outro lado, uma mulher branca usando um turbante pode ser entendida como alguém que 
“homenageia” outra etnia. 
Olhando a partir de uma outra perspectiva, é possível entender que a utilização de símbolos 
pode ser vista como fruto de uma construção cultural miscigenada. Esse é um caminho possível, claro, 
que não necessariamente será fácil de entender, principalmente quando pensamos que os símbolos são 
esvaziados ao serem utilizados por aqueles que não estão envolvidos culturalmente com os próprios 
símbolos. É o que vejo, por exemplo, com o uso constante de fantasias de índios em escolas e durante o 
carnaval, momentos em que a simbologia das penas e da ausência de roupas não é considerada um 
aspecto religioso e, principalmente, cultural. Esse é um bom exemplo comparativo para a sua 
construção textual. 
Dessa forma, pensar em uma apropriação cultural, em um país como o nosso, pode ser difícil, se 
levarmos em consideração a apropriação, bem como pode ser uma saída para a discussão dessa 
miscigenação na cultura. É inegável que o verdadeiro brasileiro é uma mistura de raças (hoje, já 
chamamos de raça porque consideramos a completude da etnia com os aspectos culturais), contudo é 
mais complicado entendermos que há, realmente, uma configuração miscigenada em nossa cultura, 
visto que os símbolos são ressignificados ao serem utilizados de forma mais ampla. 
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8. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 
O tema toca em um assunto de enorme preocupação social: o retorno da sífilis como um 
problema de saúde sério. Os fatores que levam a esse retorno são muito controversos e se tornam o 
tema dessa redação, visto que o tema, em forma de pergunta, apresenta duas das possíveis motivações 
para que a epidemia aconteça. Segundo especialistas, há uma diminuição absurda no número de 
pessoas que usam a camisinha, principalmente com relação aos jovens. Além disso, temos um sistema 
de saúde exemplar em muitos aspectos – como os de atendimento de toda a população – e precário em 
muitos outros, principalmente com o desvio constante de verbas para a saúde. 
Segundo o tema, você pode escolher um desses dois caminhos para a tese, apesar de 
entendemos que pode haver um equilíbrio entre eles. Ou seja, você pode colocar “na conta” dos jovens 
que não se protegem a culpa pela maior parte das contaminações; pode dizer que isso é culpa do 
sistema de saúde, principalmente pela falta de prevenção e de tratamento, dado o desabastecimento de 
penicilina que, volta e meia, assola o país; ou, ainda, pode dividir a culpa. Os jovens, descuidados, ao 
buscarem tratamento não o encontram e, sem se curar, dão continuidade ao ciclo de contaminação 
entre outros jovens. 
Um dos seus argumentos, ou caminho argumentativo, é trabalhar com a necessidade de que o 
Estado, ainda que não seja o completo culpado pelo problema, tem como principal função cuidar dos 
seus cidadãos, como afirmam Aristóteles e Hobbes em momentos diferentes. Como os textos indicam, o 
arrefecimento das campanhas governamentais de conscientização dos jovens é um dos problemas que 
afeta diretamente a transmissão dessa doença. Além disso, podemos entender que a enorme discussão 
acerca da disciplina de “orientação sexual” nas escolas atrapalha um momento em que os jovens 
poderiam aprender sobre as formas de prevenção não somente à sífilis, problema mais específico, como 
a todas as demais doenças sexualmente transmissíveis. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
Por fim, sua conclusão, a partir do tema trazido na proposta, não combina com uma proposta de 
intervenção, que vocês têm usado com cada vez mais frequência, por apresentar uma fórmula que 
auxilia vocês na escrita. Recomendamos que, aqui vocês usem uma conclusão no estilo clássico, com 
retomada de tese em seu início, reafirmando o que você defendeu; e resumo dos argumentos. Se, ainda 
assim, vocês decidirem ir para o “lado” da proposta, muito cuidado para não ferir nenhum direito 
garantido pela legislação brasileira ou que fira os direitos humanos. 
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 Caderno de Proposta 114 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
 
 
Coletânea de textos 
Na coletânea de textos dessa proposta, temos textos extremamente diretos e que corroboram 
nossa ideia de que a epidemia é uma relação que conjuga o descaso governamental e o comportamento 
preocupante dos jovens brasileiros. Atente-se para o fato de que o tema fala diretamente dos jovens, a 
parcela atualmente mais afetada pela epidemia. 
 
 
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 Caderno de Proposta 115 
 
 
Teses e caminhos argumentativos 
Como apresentei antes, nesse caso, com a construção da pergunta, ainda que essa só indique 
duas possibilidades de resposta, entendemos que há uma terceira, mais lógica, de que a culpa da 
epidemia é uma mistura de culpas, visto que somente o governo não consegue resolver e causar o 
problema, e que o comportamento dos jovens pode ser influenciado pelo governo, por meio de 
campanhas. Tente, assim, construir uma argumentação que seja condizente com essa ideia. A seguir, 
apresentamos alguns argumentos que podem servir como ponto de partida de seu texto. 
 
 
 
 
9. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 
Tema e proposta 
O tema apresentado propõe a construção de uma dissertação-argumentativa, em que será 
defendida uma das teses que serão apresentadas mais à frente. Sua defesa, claro, deverá ser feita por 
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 Caderno de Proposta 116 
meio de argumentos que se combinem com a tese. Importante destacar que, de posse de um tema tão 
complexo, é necessário que seus argumentos sejam extremamente fundamentados, por meio de base 
argumentativa, que, hoje, é mais conhecidacomo repertório, depois do ENEM. 
O tema em sim, que trata da redução da maioridade penal no país, é extremamente 
contemporâneo e polêmico, principalmente porque as pessoas se dividem, hoje, em dois grupos, 
essencialmente, o daqueles que são contra e o daqueles que são a favor, polarizadamente. Dessa 
maneira, é importante que você pondere bastante com relação à sua escolha de tese e, claro, de 
argumentos. Como é um tema que trata de seres humanos e punição, diretamente, é interessante notar 
que há sempre perigo de ferirmos os direitos humanos. Ainda que isso não seja motivo de anulação da 
sua redação, é comum que a nota de argumentação caia substancialmente quando esse desrespeito 
ocorra. 
Assim, organize suas ideias antecipadamente, posicionando-se diante da pergunta que é o tema. 
Ah sim, vale sempre destacar que, como o tema está em forma de pergunta, é necessário que vocês a 
respondam de maneira indireta, sem ser “sim ou não”, ou sem qualquer referência a ela. O tema deve 
ser apresentado e sua tese será a resposta à pergunta do tema. Pense bastante nisso antes mesmo de 
escrever. 
 
Coletânea de textos 
É interessante notar que a coletânea de textos apresenta dois textos bastante posicionados 
contra a redução da maioridade, no caso, a charge e o último texto; e um texto posicionado a favor da 
redução, com viés de análise dos direitos e respeito às vítimas. Com relação ao posicionamento 
contrário à redução, temos a charge, que é o texto mais “pesado”, por assim dizer, porque inclui a classe 
social na discussão; e o texto 3, que aponta evidências científicas para a não redução. A favor do 
processo de redução, temos o texto 2, que apresenta a ideia de que as vítimas, nessa relação, não estão 
sendo respeitadas. A seguir, como já é praxe, apresentamos um pequeno resumo dos textos. 
 
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 Caderno de Proposta 117 
 
 
Não se esqueça de não usar os textos que, necessariamente, são somente motivadores, sem que 
sejam copiados de forma alguma. 
 
Teses e argumentos possíveis para o tema 
A construção de um tema em forma de pergunta é muito interessante, porque as teses ficam 
bastante diretas. Assim, seu posicionamento poderá ser: 
 
03. A redução auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Adolescentes de 16 e 17 anos, na proposta de redução para os 16 anos, já têm 
discernimento para responder pelo que faz, sabendo o que faz e porque faz. 
• Há grande apoio popular à redução, por pressão social e de aumento na criminalidade. 
• O fato de só poderem permanecer presos por 3 anos aumenta a sensação de impunidade 
para os adolescentes e jovens, fato que amplia a vontade de cometer crimes. 
• As medidas de redução são muito comuns em outros países, como os Estados Unidos e a 
Nova Zelândia. 
• O ECA, apesar de ser um documento interessante, é insuficiente para resolver o problema 
da violência cometida por menores. 
• Os crimes cometidos antes dos 18 anos não configuram “reincidência” após os 18, fato que 
atrapalha a análise de vida do criminoso. 
• Com um maior rigor nas punições e consequente redução, temos que os menores serão 
menos aliciados pelos traficantes, por exemplo. 
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 Caderno de Proposta 118 
 
04. A redução não auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Sabe-se que educar é melhor do que punir, como provam os estudiosos. 
• A redução da maioridade será muito prejudicial para as classes mais pobres. 
• O sistema prisional é conhecido, de maneira correta, como “escola do crime”, visto que 
não garante a reinserção dos ex-detentos na sociedade. 
• O sistema carcerário, sobrecarregado, seria ainda mais prejudicado com a entrada desses 
jovens nos presídios. 
• Apesar de países com maioridade inferior a 18 anos, a maior parte dos países mantém a 
maioridade em 18 anos. 
• Há um processo protetivo e educativo na idade da maioridade e na existência do ECA. 
 
Sempre gosto de destacar que esse são argumentos que podem servir de direcionamento para o 
que você escreverá, bem como os repertórios apresentados a seguir. Sabemos, inclusive, que este 
costuma ser um problema de início para vocês, visto que arrumar argumentos costuma ser muito 
complicado na produção de um texto. 
 
Repertórios 
• Aproximadamente 85% da população brasileira é favorável à redução, segundo pesquisa 
do Datafolha. 
• Os crimes hediondos correspondem a cerca de 20% dos crimes cometidos por menores, 
que são encabeçados por crimes mais leves ou relacionados ao tráfico de drogas. 
• A população pobre e preta é afetada de forma mais direta por qualquer modificação 
relacionada a crimes no país, visto corresponder a 75% dos presos em presídios no país. 
• Há um fortalecimento de discurso das classes dominantes nesse caso, visto que, ainda que 
os criminosos sejam cidadãos brasileiros também com direitos, somente a segurança da 
classe dominante será defendida com essa redução. 
• O pensamento egocêntrico, segundo Bauman, torna-se cada vez mais presente na 
sociedade pós-moderna. Há uma necessidade de cuidar-se exclusivamente, independente 
dos outros. 
• No Brasil, são 600 mil presidiários para 350 mil vagas nas cadeias. 
• A Constituição garante o cuidado e a proteção especial para os menores de 18 anos. 
 
10. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do 
trabalho 
Tema e proposta 
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 Caderno de Proposta 119 
O tema é bastante atual e se mostra necessário para a discussão na sociedade, principalmente porque 
temos um país em que a crise econômica é extremamente presente, acompanhada de um número 
recorde de desempregados que encontram, na chamada economia informal, a sua forma de sustento e 
sobrevivência. Aproveitando-se desse problema, as empresas de aplicativos crescem pelo mundo, 
colocando em questão uma série de direitos e de ideias antigas sobre o trabalho. 
Para muitos, esse momento é criado pela própria ideia neoliberal que promete combater o problema. 
Seria mais ou menos o seguinte: criamos o problema e prometemos resolvê-lo. É essa a ideia desses 
“salvadores da pátria” que são os aplicativos, tanto os de entrega e compras, quanto os de aluguel de 
carros e casas. A proposta é que você lucre com a sua capacidade, colocando em xeque os seus direitos 
e prometendo uma enorme liberdade, pensando no momento em que você monta seu horário e dias 
em que quer trabalhar. 
Seu texto, em meio a essa discussão, deverá apresentar um posicionamento, claro, visto tratar-se de um 
texto dissertativo argumentativo. Por isso, você deve acrescentar, em sua introdução, a sua tese, 
demonstrando o que será defendido por você durante a redação. Assim, você deverá apresentar 
argumentos que comprovem que você está defendendo uma ideia lógica, que pode ser defendida. Por 
fim, não é interessante apresentar uma proposta de intervenção, como vocês têm feito com muita 
frequência. É importante que você termine sua redação retomando suas ideias. 
 
Coletânea de textos 
Nessa coletânea de textos, temos uma relação ampla para o tema, fazendo com que o pensamento dos 
candidatos seja extremamente amplo também na escrita. Dessa forma, percebemos que devemos 
considerar as diferentes formas de pensar esse assunto. Ainda mais porque há uma possibilidade de 
pensarmos no meio do caminho das duas formas apresentadas, afinal, temos aspectos importantes dos 
dois lados de pensar, seja a favor da uberização, seja contra ela. 
 
 
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 Caderno de Proposta 120 
 
Tese, argumentos e repertórios 
Da forma como o tema se apresenta, percebemos a possibilidade de somente duas colocações: a 
uberização como um processo ruim, ainda que “vendendo” a ideia de que o trabalhador élivre para 
trabalhar somente quando e como quiser; e a ideia de que a uberização garante essa liberdade e que 
isso é muito mais importante que ter direitos trabalhistas garantidos, como acontece nos empregos 
regidos pela chamada CLT. 
Há, ainda uma opção de colocar as ideias dos dois misturados, mostrando que a uberização tem fatores 
positivos e negativos. nesse caso, basta que você una as ideias mais interessante dos dois elementos 
colocados a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
11. (Autoral 2020/ UNESP) Coronavírus 
 
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 Caderno de Proposta 121 
Tema e proposta 
O tema apresentado propõe a construção de uma dissertação-argumentativa, em que será 
defendida uma das teses que serão apresentadas mais à frente. Sua defesa, claro, deverá ser feita por 
meio de argumentos que se combinem com a tese. Importante destacar que, de posse de um tema tão 
complexo, é necessário que seus argumentos sejam extremamente fundamentados, por meio de base 
argumentativa, que, hoje, é mais conhecida como repertório, depois do ENEM. 
O tema em si, Crise do coronavirus: entre a economia e a saúde, coloca em choque os dois 
elementos de discussão mais severa nesse momento no mundo, a economia e a saúde colocadas frente 
a frente em um contexto de pandemia que pede isolamento social como forma de não crescimento da 
epidemia. Países que demoraram demais a propor o isolamento social, como a Itália, hoje apresentam 
um volume de mortes absurdo, percentualmente falando. Outros, como os EUA, que também 
demoraram a admitir a existência e a seriedade da pandemia, hoje são o epicentro do vírus. 
Independente do caminho que você escolher, sempre coloque em sua cabeça que é um 
argumento muito complicado aquele que fala sobre vidas valerem menos do que a economia. É uma 
equação muito complicada, pensar que poucas mortes são aceitáveis, desde que não tenhamos um 
colapso financeiro. Leve em consideração, também, que os incentivadores da não quarentena completa 
são aqueles que mais acumulam capital, ou seja, as grandes fortunas não querem deixar de ser grandes. 
 
Coletânea de textos 
Nossa coletânea de textos apresenta dois pensamentos opostos, exatamente para não direcionar 
o pensamento de vocês. Desses, antes do resumo, destaco a charge que trabalha com a relação entre a 
morte e o vírus. Esse é o cerne da discussão. Os contrários à economia como foco nesse momento, 
trabalham com a ideia de que as mortes causadas pelo vírus não são em volume absurdo, 
principalmente no Brasil, fato que pode justificar a relação de não parar o país. 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis (já trazendo alguns repertórios) 
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 Caderno de Proposta 122 
Ao analisarmos de forma lógica a relação proposta no tema, encontramos três teses possíveis. 
Uma que coloca a economia acima do resto; outra que coloca a saúde acima de tudo; e, por fim, nossa 
tese preferida, que é a que busca o equilíbrio entre os dois casos. Claro que, a título de argumentação, 
apresentaremos os argumentos a favor e os contra, visto que, para a tese que prega o equilíbrio, basta 
pegar os melhores argumentos de cada um. 
Vamos ver a seguir essa relação. 
 
 
 
 
 
Como dito na introdução dessa seção, para a nossa tese preferida, aquela que aponta a 
necessidade de cuidar do problema sem, necessariamente, frear a economia, você pode aproveitar-se 
de argumentos dos dois lados. Entenda que sua posição, seja ela qual for, deve ser objetiva e centrada. 
É necessário que tenhamos clareza da sua defesa durante a escrita. 
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 Caderno de Proposta 123 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “A intolerância em xeque” nos leva a refletir sobre um problema muito caro ao Brasil. 
Nosso país comporta uma miscigenação muito ampla, também é fruto de muita desigualdade. Esses 
fatos geram muito preconceito na sociedade, e a intolerância acaba sendo o reflexo dessa desordem 
social. Culturalmente um país em que a separação entre as classes é evidente, o Brasil amarga a posição 
de ser composto por um povo que quer dominado e que ver os outros como dominados. Percebe-se isso 
nas relações entre brancos e negros, homens e mulheres, estrangeiros e nativos, criando uma cadeia de 
intolerância que impossibilita a convivência pacífica entre os povos. 
Portanto, em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. Assim, um caminho para você desenvolver seu texto é pensar que a 
intolerância é gerada exatamente pelo sentimento de superioridade de certos grupos sobre outros. 
Assim, eles se sentem na possibilidade de manifestar seu sentimento oprimindo o outro. Portanto, esse 
pode ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando 
mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
fale que a intolerância se deve à tentativa de manutenção de poder de grupos sobre outros; por outro 
lado, você pode falar que ela causa o preconceito e a segregação de grupos sociais. Dessa forma, caso 
você queira focalizar a primeira premissa, saliente, por exemplo, que grupos dominantes se veem 
superiores a outras classes sociais. Isso faz com que eles se vejam melhores que o restante da população 
e passem a segregar essas outras pessoas. Por outro lado, caso você queira focalizar a segunda 
perspectiva, saliente, por exemplo, as discriminações por motivo de cor, por religião, por poderes 
aquisitivos diferenciados. Tudo isso leva a confrontos e também a coerção social, mortes. Portanto, você 
tem caminhos variados para está desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as 
ideias que melhor se articulem para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela UNIFESP, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
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 Caderno de Proposta 124 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos,fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
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 Caderno de Proposta 125 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, o texto motivador fala das 
diferenças no conceito de amizade, que antes representava proximidade, e nos dias atuais, devido à 
ascensão das redes sociais, representa um maior número, porém com um maior distanciamento entre 
as pessoas. 
 
TEXTO I 
 
 
TEXTO II 
 
 
 
TEXTO III 
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 Caderno de Proposta 126 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a tentativa de manutenção da 
supremacia de uma classe sobre a outra, quanto os preconceitos gerados pela intolerância. Lembramos 
a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de 
se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, 
literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar 
argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
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 Caderno de Proposta 127 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
 
13. (Famerp 2018) Fracasso da lei de cotas para deficientes 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “O fracasso da lei de cotas para deficientes: negligência das empresas ou falha do 
Estado?” nos convida a pensar um problema que nunca foi solucionado no Brasil: a inserção de 
deficientes no mercado de trabalho. Sabemos que nosso país conta com uma infraestrutura precária 
para a atender deficientes. Esse artefato elementar para a concretização da inclusão desse grupo social 
na sociedade reflete diretamente o descaso das variadas esferas sociais no concerne ao trato de pessoas 
deficientes. Assim, como a sociedade não conseguiu oferecer o mínimo para essas pessoas, que é o 
direito de ir e vir, alcançar postos de trabalho se situa em uma distância ainda muito maior. Tudo isso 
reflete a despreocupação dos órgãos governamentais em criar políticas que facilitem a inclusão, bem 
como o desinteresse das empregas em facilitar o acesso do deficiente ao mercado de trabalho. Assim, 
mesmo que exista uma lei que garanta uma porcentagem de vagas a essas pessoas, esse direito ainda é 
negado. Em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
A partir das 
informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir de variadas 
perspectivas. Assim, percebemos que o preconceito é um dos maiores implicadores no que concerne à 
inserção do deficiente no mercado de trabalho, o que acaba causando o distanciamento dessas pessoas 
dos espaços, seja trabalhista, seja educativo. Portanto, esse pode ser um argumento que possibilite um 
desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de ideias a serem 
desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponte que o preconceito é um dos fatores principais para que as empresas não contratem funcionários 
que apresentem algum tipo de deficiência; por outro lado, você pode salientar que o descaso do 
governo é o elemento principal da falta de empregabilidade de pessoas deficientes. Veja que, caso você 
queira desenvolver seu texto a partir da segunda perspectiva, você pode argumentar que a falta de 
• O preconceito contra os deficientes, ao achar que eles vão produzir 
menos que outros funcionários. 
• A precária política de inclusão social deixa os deficientes à margem da 
sociedade; 
• A falta de estrutura dos espaços para deficientes dificulta o acesso 
dessas pessoas aos diferentes ambientes. 
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 Caderno de Proposta 128 
estrutura nos espaços representa a ausência de inclusão social, que impossibilita o trânsito dessas 
pessoas, deixando-as à margem da sociedade. Se o deficiente não tem como transitar, ele também não 
possui condições de ir atrás de qualificação, de ir atrás de um emprego. O suporte governamental, 
portanto, falha profundamente no acolhimento desse grupo social e se torna o principal responsável 
pela não respeitabilidade da lei pelas empresas. Portanto, você tem caminhos variados para está 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela FAmerp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seuprojeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
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 Caderno de Proposta 129 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A Lei de Cotas para Deficientes determina um 
percentual (de 2% a 5% das vagas no quadro de 
efetivos) para empresas, a partir de 100 
funcionários, contratarem pessoas com 
deficiência; 
• A lei não alcança a meta prevista pelo MTE. 
• A principal desculpa para não empregar é a de 
que não são encontrados profissionais 
qualificados. 
• Existem quase três milhões de pessoas com 
deficiência no país com ensino superior, sendo 
que muitos possuem mestrado e doutorado. 
• As empresas oferecem salários menores para 
deficientes. 
• Parte significativa das companhias acredita que 
a contratação de colaboradores com deficiência 
implica gastos exorbitantes em acessibilidade 
física e tecnologia assistiva. 
 
• As pessoas com deficiência não 
devem ser destinatárias de atos 
de caridade, mas de políticas 
públicas e privadas que lhes 
garantam a dignidade humana. 
• O não cumprimento das cotas 
definidas pela Lei tem 
acarretado a aplicação de 
multas injustas às empresas, 
mas não é fácil cumprir a lei por 
conta da ineficiência das ações 
estatais. 
• As empresas enfrentam muita 
burocracia. 
• Temos uma lei atrasada, cujo 
ideal jamais foi alcançado em 25 
anos. 
• Temos uma lei atrasada, cujo 
ideal jamais foi alcançado em 25 
anos. 
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 Caderno de Proposta 130 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto o preconceito ainda existente aos 
deficientes, como também pode focar na ineficácia do Estado para possibilitar a inclusão desse grupo 
social. Quando você utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se 
descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, 
construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor 
de comprovar essa existência. 
 
14.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “O Imposto sobre Grandes Fortunas é uma injustiça com os mais ricos?” nos põe em confronto 
com um grande dilema. Está claro que todo cidadão brasileiro paga imposto, e não são poucos. Por sua 
vez, independente da renda desses cidadãos, a porcentagem de impostos é a mesma. Mas, ao se 
comparar as rendas, sabemos que quanto menor ela é, mais imposto se recai sobre o cidadão, uma vez 
que o montante o qual ela é retirada é menor, levando à constatação de que quanto mais pobre, mais 
imposto se paga. Entretanto, mesmo por morarmos em um país o qual o valor dos impostos é 
considerado relativamente alto, cobrar além do cidadão, independente do valor de sua fortuna, é visto 
como uma injustiça social que, inclusive, pode atrapalhar o desenvolvimento econômico do país. Em 
posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
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 Caderno de Proposta 131 
 
 
 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir de 
variadas perspectivas. Assim, em seu texto, você pode trabalhar a perspectiva favorável, devido à 
arrecadação, ou mesmo apontar ser uma injustiça social fazer com que o cidadão pague mais um tipo de 
imposto. A escolha de uma dessas perspectivas, por trazer intrínseco um problema, pode ser uma 
argumentação que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais 
possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponta que a cobrança de impostos sobre grandes fortunas representa um benefício social, uma vez que 
o governo pode arrecadar mais para investir em benfeitorias; por outro lado, você pode argumentar que 
isso representa uma injustiça social, uma vez que essas pessoas já pagam impostos, assim como qualquer 
cidadão. Assim, caso você queira apontar como problemática que se deve taxar as grandes fortunas, 
pode utilizar, por exemplo, o argumento de que, se o governo taxar os mais ricos, pode diminuir os 
impostos que recaem sobre os mais pobres. Isso contribuiria para a diminuição das desigualdades sociais, 
em vista de que sobraria mais renda para as populações mais carentes. Por sua vez, se em sua 
argumentação você preferiu falar sobre a injustiça social que recai na taxação, uma possibilidade seria 
discutir que se o indivíduo é mais taxado, menos ele investe em ações que tragam retorno para a 
economia do país, devidoà diminuição de seu capital. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela FAmerp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas é importante para a 
arrecadação do país, podendo promover outros benefícios sociais. 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas é injusta à população, 
uma vez que essas pessoas já pagam, normalmente, impostos; 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas pode representar, mais 
ainda, o alargamento das desigualdades, em vista da separação mais 
clara das classes. 
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 Caderno de Proposta 132 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e consistente 
para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar recorrer a ideias 
que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos acima, 
é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, elemento 
fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de texto, o leitor, 
na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista sobre ele, o que você 
irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de argumentar, qual o 
caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda 
que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele pela 
primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos argumentos 
na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao longo da sua redação. Isso 
facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar seus 
argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
 
 
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 Caderno de Proposta 133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
• O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é um 
imposto previsto na Constituição brasileira de 
1988, mas ainda não regulamentado. 
• Uma pessoa com patrimônio considerado grande 
fortuna pagaria sobre a totalidade de seus bens 
uma porcentagem de imposto 
• No Brasil, políticos e economistas divergem se o 
IGF é um instrumento eficaz de arrecadação ou 
de diminuição da concentração de renda e de 
riqueza. 
 
• Sempre que o governo se vê acuado, a 
discussão sobre o IGF volta à baila, sob o 
argumento de que o “andar de cima” precisa 
ser mais taxado. 
• Trocando em miúdos, todo aquele que, por 
ventura, adquira um patrimônio acima de 2 
milhões de reais será punido anualmente 
com alíquotas progressivas, que variarão de 1 
a 5%. Seu crime? Poupar e investir a renda, 
no lugar de consumi-la. 
• Como a renda no Brasil já é fortemente 
taxada, caso aprovem essa aberração, 
estaremos diante de um caso típico de 
bitributação, pois a fortuna é a renda (já 
tributada originalmente) não consumida 
transformada em ativos (financeiros e não 
financeiros 
• taxar o patrimônio é absolutamente 
contraproducente para a economia do país. 
Será mais um desincentivo à poupança e ao 
investimento, vale dizer, menos produção, 
menos empregos, menos riqueza. 
 • A estrutura tributária brasileira faz com 
que as camadas menos favorecidas 
economicamente sejam as mais 
oneradas pela tributação no Brasil. De 
acordo com estudo do Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os 
10% mais pobres da população 
mobilizam 32% da sua renda no 
pagamento de impostos, enquanto os 
10% mais ricos gastam apenas 21%. 
• Cada cidadão tem que contribuir para o 
financiamento fiscal de acordo com seu 
poder aquisitivo e econômico –, mas 
isso não acontece no Brasil. Outro 
princípio muito importante é o da 
progressividade, que significa: quanto 
maior a renda, maior a alíquota.” 
 
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 Caderno de Proposta 134 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto as benesses em se taxar as grandes 
fortunas, quanto os malefícios sociais desse ato. Quando você utiliza o argumento de tese como um 
problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular 
causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir 
disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
 
3.2 ÉTICA 
15. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão 
moderna 
Texto 1 
Cerca de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo estão sujeitas a alguma forma de escravidão 
moderna. A estimativa é do relatório Índice de Escravidão Global 2016, da Fundação Walk Free, 
divulgado em maio deste ano. Segundo o último relatório, de 2014, cerca de 35,8 milhões de pessoas 
vivem nessa situação. 
A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire dela sua 
liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão está o trabalho 
forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência ou ameaça. Este é 
um crime oculto que afeta todos os países, por isso é preciso o envolvimento dos governos, da 
sociedade civil, do setor privado e da comunidade para proteção da população vulnerável. A pobreza e a 
falta de oportunidades são fatoresdeterminantes para o aumento da vulnerabilidade à escravidão 
moderna. 
(Andreia Verdélio. “Escravidão moderna atinge 45,8 milhões de pessoas no mundo”. 
www.agenciabrasil.ebc.com.br, 30.05.2016. Adaptado.) 
Texto 2 
“Desenvolvemos nossos produtos com o objetivo de atender mulheres que valorizam a sofisticação, o 
requinte e o conforto sempre com um olhar contemporâneo”, dizem peças publicitárias de uma marca 
de roupas femininas. Mas uma investigação do Ministério do Trabalho e Emprego sugere que esse 
objetivo possa estar sendo cumprido com ajuda da exploração de trabalho escravo. Cinco trabalhadores 
bolivianos foram encontrados em uma pequena oficina de confecção, cuja produção era 100% destinada 
à marca. Sem carteira assinada ou férias, eles trabalhavam e dormiam com suas famílias em ambientes 
com cheiro forte, onde camas eram separadas de máquinas de costura por placas de madeira e plástico. 
Os salários desses trabalhadores eram de R$ 6,00, em média, por roupa costurada. Segundo o 
Ministério, a empresa, cujas peças podem custar mais de R$ 500,00 nas lojas, recusou-se a pagar os 
direitos trabalhistas dos resgatados. 
Conforme o relatório da fiscalização, “no modelo adotado nesse núcleo fabril, não havia qualquer 
limitação de jornada, sendo inexistentes os limites, inclusive de espaço físico entre a vida fora e dentro 
do trabalho”, afirmam os auditores do Ministério. “Esta jornada, agravada pelo ritmo intenso, pelo nível 
de dificuldade, detalhamento e concentração exigido no trabalho de costura de peças de vestuário e 
pela remuneração por produção, leva os trabalhadores ao esgotamento físico e mental.” 
(Ricardo Senra. “Fiscalização flagra trabalho escravo e infantil em marca de roupas de luxo em SP”. 
www.bbc.com, 20.06.2016. Adaptado.) 
Texto 3 
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 Caderno de Proposta 135 
É preciso entender o porquê da existência de trabalho escravo em pleno 2016. São muitos os fatores e, 
entre eles, está o estilo de consumo que se tem perpetuado nos dias de hoje. Tomemos como exemplo 
o sujeito que, no Pará, cata e vende castanhas a R$ 5,00 o quilo, produto que, nas cidades grandes, é 
vendido a R$ 40,00 o quilo, na lojinha de produtos orgânicos. Ou as lojas de roupas que, muito embora 
vendam seus produtos por preços exorbitantes, pagam R$ 5,00 às costureiras para cada peça feita. 
Como desconfiar de que esses produtos têm origem em trabalho escravo contemporâneo? Em que 
medida o consumidor, indivíduo pensante, coopera para a manutenção desses trabalhadores em 
situações análogas à escravidão? 
Talvez a sociedade precise refletir mais sobre o produto que consome. Não dá mais para continuar a 
transferir a responsabilidade desse problema tão grave ao outro. Devemos parar de responsabilizar só o 
empresário e o empregador, sem parar para pensar em toda a cadeia que alimenta e colabora para a 
perpetuação desse crime. Esse problema é social. É de todos nós e de cada um de nós. Está na hora de 
sermos mais responsáveis pelos problemas que assolam nossa sociedade, que estão mais próximos da 
nossa vida do que podemos imaginar e que, ainda que inconscientemente, acabamos por alimentar. 
(Flávia Guth. “Sociedade precisa assumir a responsabilidade pelo trabalho escravo”. 
www.metropoles.com, 19.06.2016. Adaptado.) 
Texto 4 
Campanhas para não consumir produtos de determinadas lojas ou marcas foram lançadas nas redes 
sociais. Mas como funciona: você deve deixar de comprar aqui para fazê-lo em outro lugar porque sua 
consciência manda? Certo. Mas, em alguns meses, mais uma denúncia acontece; dessa vez, é a outra 
marca que explora as pessoas, e o consumidor se vê, mais uma vez, tendo que mudar seu destino de 
compra. Quer dizer, então, que cabe ao cliente punir as empresas acusadas de trabalho escravo? Não 
deveria caber ao governo e às outras empresas? Ou à fiscalização relacionada a essa prática? Será que 
as leis não deveriam ser mais duras e a fiscalização mais certeira? 
É tão absurdo quanto horrendo saber que pessoas trabalham em situações sub-humanas, mas não cabe 
ao consumidor ser o fiscal nem o promotor dessas ações de combate. Ele deve, sim, denunciar quando 
houver suspeita, claro. Mas, além disso, combater o trabalho escravo é ou deveria ser de total 
responsabilidade do Estado e das empresas e marcas. Algumas delas estão tomando medidas proativas 
para abordar a escravidão em sua cadeia de abastecimento, no âmbito do Plano Nacional pela 
Erradicação do Trabalho Escravo. As empresas utilizam uma lista suja para identificar os fornecedores 
com evidência de escravidão. Empresas de abastecimento identificadas nessa lista não são elegíveis 
para crédito financeiro e enfrentam sanções econômicas e jurídicas. Ou seja, os esforços parecem 
aumentar, mas ainda precisa melhorar muita coisa. 
(“Trabalho escravo: a culpa é de quem?”. www.consumidormoderno.com.br, 13.05.2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma--padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “O papel do consumidor no 
combate à escravidão moderna”. 
16. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 
Texto 1 
Uma pesquisa mundial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 
mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino 
médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de violência em escolas: 12,5% dos 
professores ouvidos no país disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo 
menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados. 
A pesquisadora Rosemeyre de Oliveira, da PUC-SP, atribui a violência nas escolas à impunidade dos 
estudantes. “O aluno que agride o professor sabe que vai ser aprovado. Pode ser transferido de colégio 
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 Caderno de Proposta 136 
– às vezes é apenas suspenso por oito dias”, diz. “Os regimentos escolares não costumam sequer prever 
esse tipo de crime. Aí, quando ele ocorre, nada acontece.” 
(Luiza Tenente e Vanessa Fajardo. “Brasil é #1 no ranking da violência contra professores: entenda os 
dados e o que se sabe sobre o tema”. g1.globo.com, 22.08.2017. Adaptado.) 
Texto 2 
A presidente-executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, acredita que o primeiro passo 
para diminuir as agressões contra os professores é reconhecer que a escola sozinha não é capaz de 
prevenir a violência. “Muitas vezes, essa é a referência em casa, na comunidade. É preciso trabalhar a 
cultura de paz na escola, motivar a solução não violenta de conflitos. Qualquer violência escolar não é 
um problema só da educação.” 
Para a coordenadora executiva da Comunidade Educativa (Cedac), Roberta Panico, esse tipo de violência 
é uma reprodução do que ocorre fora da escola, mas há outro tipo de agressão praticada pela escola 
contra o aluno, da qual pouco se fala. “A sociedade está mais violenta. Ir para uma escola suja, 
quebrada, não aprender o que deveria, isso também é violência.” 
(Maiza Santos. “Brasil é campeão em atos violentos de alunos contra professores”. www.em.com.br, 
23.08.217. Adaptado.) 
Texto 3 
No contexto escolar, a partir do conjunto de regras que ditam os comportamentos e as relações – 
incluído aí o exercício da autoridade por parte do professor – desenvolvem-se sentimentos, atitudes e 
percepções variadas acerca da própria escola, que podem, muitas vezes, levar a desinteresse, 
indisciplina e atos de violência por parte dos alunos. Esses reclamam que os próprios adultos infringem 
as regras e que há abuso de poder por parte das instituições, que impõem regras sem margens de 
defesa ou possibilidades de contestação por parte dos jovens. 
Por outro lado, os professores sugerem que a estrutura familiar e a falta de sintonia entre escola e 
família em relação ao papelque desempenham na formação do aluno contribuem para a incidência de 
agressões. Segundo os docentes, a violência contra o professor é um reflexo da classe social a que 
pertencem os alunos, das comunidades em que estão inseridos, da família da qual fazem parte e das 
mídias a que têm acesso. 
(Kátia dos Santos Pereira. “Violência contra os professores nas escolas”. www2.camara.leg.br, maio de 
2016. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A violência contra o professor é consequência de regras escolares impostas aos alunos 
de forma autoritária ou reflexo de uma sociedade violenta? 
 
17 . (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 
Texto 1 
Atitudes machistas de torcedores na Copa do Mundo de 2018 na Rússia geraram polêmicas com a 
divulgação de vídeos em que mulheres são constrangidas ao repetirem palavras ofensivas em idiomas 
que não conhecem. 
O caso que gerou maior repercussão no país envolve um grupo de brasileiros que, sob pretexto de 
ensinar cantos de torcida, fez com que uma jovem repetisse palavras que remetessem ao órgão sexual 
feminino. Ela sorri e repete animada. 
A jurista e ativista russa Alena Popova fez um abaixo-assinado on-line para denunciar a atitude dos 
torcedores brasileiros. Segundo ela, a petição pode ser usada pelo governo russo para uma possível 
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 Caderno de Proposta 137 
punição. Popova diz que os torcedores poderiam ser punidos com uma multa por humilhar 
publicamente a honra e a dignidade da mulher russa e por violar a ordem pública. 
(“Vídeos machistas de torcedores na Rússia se espalham pela web e causam revolta”. 
https://g1.globo.com.br, 19.06.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
O jornalista âncora do RedeTV News, Boris Casoy, causou grande polêmica ao comentar o vídeo 
machista de brasileiros, gravado durante a Copa do Mundo de 2018 na Rússia: “O que esses turistas 
fizeram é reprovável, mas tudo isso não passa de uma molecagem que não é inédita, uma cafajestagem 
de péssimo gosto. Nada comparável a um crime. Portanto, nada justifica o linchamento desses 
moleques, que está circulando pelo Brasil inteiro como se tivessem cometido o pior crime do mundo. 
São apenas moleques e cafajestes”, avaliou Casoy. 
(Leandro Mendonça. “Boris Casoy causa polêmica ao defender brasileiros de vídeo de assédio na Copa 
do Mundo”. https://minutolivre.com, 20.06.2018. Adaptado.) 
Texto 3 
]O ambiente virtual favorece a formação de aglomerações espontâneas que se dedicam tanto a castigar 
pessoas específicas quanto a atacar grupos sociais. 
Em seu livro “Is Shame Necessary?” (“A vergonha é necessária?”, ainda sem tradução no Brasil), a 
professora Jennifer Jacquet enxerga o lado positivo do fenômeno. Segundo ela, o constrangimento 
público facilitado pela tecnologia pode ser útil para que a sociedade civil exponha autoridades e 
empresas, reprovando ações que considere nocivas. 
 “A punição pela exposição pública age não apenas para desestimular um indivíduo a repetir 
comportamentos, mas para sinalizar à sociedade que um comportamento não é apropriado”, reforça a 
professora. 
(Walter Porto. “Redes sociais empoderam indivíduos, mas viram nova praça de linchamento”. 
www1.folha.uol.com.br, 24.04.2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A exposição de autores de comportamentos machistas na internet contribui para 
desestimular tais comportamentos? 
 
18 . (Autoral 2020 Wagner Santos) Depressão na adolescência 
Texto I 
Depressão na adolescência (Drauzio Varella) 
Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na 
mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que 
caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente 
irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a 
performance escolar. (...) 
A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de 
ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos. 
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o 
risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, 
caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, ideias de 
grandeza e comportamentos de risco. 
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 Caderno de Proposta 138 
Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. 
Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: 
depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes. 
Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais 
comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos 
estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira 
infância também aumentam o risco. 
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a 
natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Uma 
classe de antidepressivos conhecida como a dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina 
(fluoxetina, paroxetina, citalopran, etc.) é considerada como de primeira linha no tratamento em 
crianças e adolescentes e os estudos mostram que 60% respondem bem a esse tipo de medicação, que 
apresenta menos efeitos colaterais e menor risco de complicações por “overdose” do que outras classes 
de antidepressivos. 
(https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/depressao-na-adolescencia/. Fragmento) 
 
Texto II 
 
 
Considerando as ideias apresentadas no texto e outras que julgar importantes, redija uma dissertação 
em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: como os jovens devem lidar com as 
mudanças em sua vida para tentar evitar a depressão? 
 
Instruções: 
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma culta da língua portuguesa. 
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível, e não ultrapasse o limite de 30 linhas. 
• Dê, se achar necessário, um título à sua redação. 
 
19. (FAMERP 2017) Selfies 
Texto 1 
O respeitabilíssimo Dicionário Oxford, o mais extenso da língua inglesa, anunciou que um novo 
verbete passaria a figurar em suas páginas: selfie, que reúne o substantivo “self” (eu, a própria pessoa) e 
o sufixo “-ie”. Eis sua definição: “Fotografia que alguém tira de si mesmo, em geral com smartphone ou 
webcam, e carrega em uma rede social.” 
(Rafael Sbarai. “Selfie é a nova maneira de expressão e autopromoção”. veja.abril.com.br, 23.11.2013. Adaptado.) 
 
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https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiyzaKVu-3bAhWCTJAKHa-ZAUoQjRx6BAgBEAU&url=https://matematicaeafins.com.br/blog/2018/05/03/atualidades-xxiv-2018-depressao-entre-adolescentes-e-suicidio-entre-adolescentes-e-na-populacao-em-geral/&psig=AOvVaw1Unu9XFNB4KMEcfetMiIiY&ust=1529969610476827
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Caderno de Propostas 
 
 Caderno de Proposta 139 
Texto 2 
O professor de psicologia da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, Keith Campbell, 
sugere que um dos motivos que nos fazem amar selfies é porque elas são uma forma de expressão 
criativa. Ele afirma que a selfie é uma variação moderna dos autorretratos dos artistas. 
As selfies também nos permitem exercer um nível de controle maior sobre como os outros nos 
enxergam online, e isso é um grande apelo. Graças às câmeras doscelulares localizadas na frente, 
podemos tirar inúmeras fotos de nós mesmos até conseguir a imagem que nos mostra exatamente 
como queremos – uma imagem a qual nos sentimos felizes de compartilhar com o mundo online. 
Curioso notar que uma pesquisa sugere que essa “auto representação seletiva” pode na verdade 
aumentar nossa autoestima e confiança. 
E os benefícios potenciais da selfie não param aí. As selfies têm uma característica espontânea e 
íntima que vem mudando a maneira com que documentamos, compartilhamos e celebramos eventos. 
Quando encontramos uma celebridade, não buscamos mais um autógrafo impessoal, nem precisamos 
usar cartões postais para dividir as memórias de uma viagem bacana. Pelo contrário, capturamos esses 
momentos únicos e compartilhamos com nossos amigos imediatamente. A Dra. Andrea Letamendi 
explica que “psicologicamente, podem haver benefícios em se compartilhar selfies porque essa prática 
está impregnada em nossa cultura e é uma maneira de se interagir socialmente com outros.” 
(“O que seu selfie diz sobre você? A ciência por trás da nossa obsessão”. www.shutterstock.com. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Na mitologia grega, Narciso era conhecido por sua beleza, mas, ao ver-se refletido nas águas de 
uma fonte, apaixonou-se por si mesmo. E, em busca desse amor impossível, fundiu-se consigo mesmo e 
sucumbiu na própria imagem. Trazendo para o atual contexto, podemos ver o narcisismo nas 
tecnologias, principalmente com o uso das redes sociais e as tão faladas selfies, que não estariam 
ligadas apenas à intenção de se expor, através de um autorretrato, mas também a uma busca pelo 
elogio e pelo olhar do outro para ser admirado, reconhecido e, assim, amado. 
O que é muito discutido atualmente é se toda essa exposição e busca revela um sintoma da 
sociedade, cada vez menos interessada nas relações de fato e reais, à medida que apenas investe na 
proliferação de imagens, que não necessariamente traduzem o sentido real, ou seja, se o indivíduo de 
fato está feliz e bem. Mas essa busca por ser admirado e amado, de modo tão instantâneo, traduz os 
reais sentimentos? E, ao final, o indivíduo que terá muitas curtidas e elogios realmente se sentirá 
melhor? 
Dessa forma, cada vez mais as relações se tornam superficiais, ou seja, quando o indivíduo está 
realmente em contato com o outro, pouco expõe o que deseja, sente, pensa, já que está tão voltado 
para a sua selfie. 
(“O narcisismo na contemporaneidade: o mal-estar da era das selfies”. http://lounge.obviousmag.org, setembro de 2014. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, de 
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o seguinte tema: 
Selfies: mecanismo de interação social ou narcisismo em excesso? 
 
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 Caderno de Proposta 140 
20. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o 
câncer 
Texto 1 
A decisão de Angelina Jolie de remover um órgão para prevenir a incidência de câncer gerou 
repercussão mundial mais uma vez, lançando luz sobre a solução indicada por especialistas para os 
casos de quem apresenta mutação no gene BRCA1. Angelina, que perdeu a mãe, a avó e a tia para a 
doença, retirou as mamas (mastectomia) em 2013 e, recentemente, fez cirurgia para a remoção de 
ovários e trompas de Falópio (tubas uterinas). Patricia Prolla, professora de Genética da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da Rede Nacional de Câncer Familial, ressalta que 
a decisão da atriz em nada tem a ver com exagero ou automutilação: “O que ela está fazendo é alertar 
para um risco muito alto e está tentando desmistificar uma conduta que é agressiva, mas necessária.”. 
(“Entenda a mutação do gene de Angelina Jolie”. http://zh.clicrbs.com.br, 27.03.2015. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Segundo o Dr. Antonio Luiz Frasson, mastologista do Hospital Albert Einstein, tumores nas 
mamas associados à mutação do gene BRCA1 afetam mulheres mais jovens, justamente uma faixa etária 
na qual alguns métodos de rastreamento, como a mamografia tradicional, podem se revelar menos 
eficientes. O rastreamento familiar e os exames moleculares permitem identificar se há suscetibilidade 
hereditária a mutações. Quando confirmada a mutação genética, particularmente do gene BRCA1, a 
mastectomia é, sim, um eficiente recurso preventivo. 
(“Mastectomia profilática: fazer ou não?”. www.einstein.br, 12.06.2013. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Uma mulher com alto risco para câncer de mama pode optar por não fazer a mastectomia 
preventiva. Uma alternativa é redobrar o acompanhamento das mamas, partindo para exames de 
rastreamento, como ultrassom e mamografias, em intervalos de tempos mais curtos, por exemplo. O 
objetivo, nesse caso, é identificar o câncer numa fase muito precoce e iniciar o tratamento adequado a 
partir desse diagnóstico. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, se a doença for 
detectada em estágio inicial, a chance de cura chega a 90%. 
(“Mastectomia preventiva: cirurgia”. www.minhavida.com.br. Adaptado.) 
Texto 4 
A cirurgia de retirada dos ovários, das trompas e das mamas não é a única forma de prevenir o 
câncer nesses locais. Uma alimentação equilibrada, aliada a exercícios físicos e a um rigoroso 
acompanhamento médico, pode evitar o crescimento de tumores e impedir a mutilação. “A retirada dos 
órgãos diminui em 90% a possibilidade de a mulher ter a doença, mas não a extingue por completo”, 
afirma Reynaldo Augusto Machado Júnior, ginecologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. 
Outro agravante da retirada dos ovários é a menopausa precoce, que pode trazer sintomas depressivos, 
osteoporose desencadeada pela perda de massa óssea e queda na libido. A reposição hormonal pode 
ajudar a evitar esses sintomas, mas, por ter potencial cancerígeno, também aumenta a chance de 
desenvolver outros tipos de câncer. 
(“Cirurgia de Angelina para evitar câncer leva à menopausa e queda da libido”. http://noticias.uol.com.br, 24.03.2015. Adaptado.) 
 
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 Caderno de Proposta 141 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
Remoção de órgãos saudáveis para evitar o câncer: prevenção necessária ou conduta exagerada? 
 
21. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da 
argumentação nas redes sociais 
TEXTO I 
As pessoas não estão prontas para opiniões nas redes sociais 
A “liberdade” das redes sociais é algo interessante de discutir. Conversando com um colega de 
profissão, por meio de um aplicativo de uma rede social, é claro, falávamos sobre as pessoas 
expressarem suas opiniões nas redes sociais. Que fique claro que, em minha# , isso é bom! Mas claro 
que estou Opinião sendo “educado” em dizer “expressar suas opiniões”, pois, muitas vezes, eles 
impõem suas opiniões e mais, transformam a liberdade de expressão em “discurso de ódio”. Grande 
número de participantes das discussões perde, rapidamente, a capacidade de “argumentação” e passa 
para grosseria. [...] A democracia tem sido posta em prática nas todos redes sociais os dias. O grande 
problema, em minha opinião, não é a liberdade democrática expressa em postagens curtas, longas, 
imagens ou textos, como este texto, publicado em redes sociais, mas sim, a falta de prática democrática 
nos discursos/textos.[...] Lendo algumas postagens e suas discussões, chego à seguinte conclusão: a 
prática da argumentação inteligente é uma importante maneira de expressar a liberdade de opinião e 
entender que a liberdade começa na capacidade de interpretar e respeitar a opinião do outro, até 
porque, isso tudo que escrevi, é a minha opinião. 
Especialistas garantem que estudar a arte de convencer os outros virou necessidade não só para 
quem quer persuadir, mas tambémpara não ser enrolado pela conversa alheia. Uma boa argumentação 
abre portas. É no que se acredita desde a Antiguidade, quando as primeiras técnicas retóricas foram 
criadas para convencer e persuadir o público de uma ideia que, independentemente de ser verdadeira, 
é eloquente. Numa era de informação global, no entanto, em que comunicar está na base das relações 
pessoais e profissionais, estar familiarizado com as principais formas de convencimento virou um trunfo 
de mão dupla: quem sabe a importância de convencer alguém saberá também não cair tão fácil na 
primeira lábia de um interlocutor. "Num mercado altamente competitivo e em acelerada mudança, a 
habilidade de comunicar ideias e convencer as pessoas da necessidade de mudanças é essencial. Nestas 
circunstâncias, o domínio das técnicas de persuasão cria um diferencial valioso", diz Jairo Siqueira, 
consultor em criatividade e negociação. [...] Mestre em estudos literários pela Unesp, o linguista Victor 
Hugo Caparica lembra que mesmo as relações interpessoais são, em última análise, relações 
interdiscursivas. Ou seja: na maior parte do tempo, estamos argumentando em maior ou menor grau 
com as pessoas que nos cercam, influenciando e sendo por elas influenciados. 
Disponível em: http://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2016/06/as-pessoas-nao-estaoprontas-para-opinioes-nas-redes-sociais-
00993347.html. Acesso em: 06 set. 2016. Adaptado 
 
TEXTO II 
A Arte de Argumentar 
 Todos nós teríamos muito mais êxito em nossas vidas, produziríamos muito mais e seríamos 
muito mais felizes, se nos preocupássemos em gerenciar nossas relações com as pessoas que nos 
rodeiam, desde o campo profissional até o pessoal. Mas para isso é necessário saber conversar com 
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 Caderno de Proposta 142 
elas, argumentar, para que exponham seus pontos de vista, seus motivos e para que nós também 
possamos fazer o mesmo. 
 Segundo o senso comum, argumentar é vencer alguém, forçá-lo a submeter-se à nossa 
vontade. Definição errada! [...] Seja em família, no trabalho, no esporte ou na política, saber argumentar 
é, em primeiro lugar, saber integrar-se ao universo do outro. E também obter aquilo que queremos, mas 
de modo cooperativo e construtivo, traduzindo nossa verdade dentro da verdade do outro. 
In: ABREU, A.S. A Arte de Argumentar: gerenciando razão e emoção. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 1999, p. 10. Fonte da imagem: Revista 
Língua. Ano 8. N. 88, 2013, p. 7 
 
TEXTO III 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
Diante da inquestionável necessidade de domínio da argumentação na vida em sociedade – seja 
nas redes sociais ou em outras situações de interlocução –, construa um texto dissertativo-
argumentativo que apresente seu ponto de vista sobre o papel da argumentação nas redes sociais, em 
tempos em que a exposição intensa na web é uma constante. Sustente seu posicionamento com 
argumentos relevantes e convincentes, articulados de forma coesa e coerente. Dê um título ao texto. 
Seu trabalho será avaliado de acordo com os seguintes critérios: espírito crítico, adequação do texto ao 
desenvolvimento do tema, estrutura textual compatível com o texto dissertativo-argumentativo e 
emprego da modalidade escrita formal da língua portuguesa. 
22.( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 
Texto I 
Em 2013, o Brasil chegou ao primeiro lugar no ranking dos países que mais faziam cirurgias 
plásticas no mundo. Segundo a mais recente pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica 
Estética, o Brasil realizou 1,22 milhão de procedimentos em 2015. O Brasil está agora em segundo lugar 
no ranking, superado apenas pelos Estados Unidos que, em 2015, registraram 1,41 milhão de cirurgias. 
(Mariana Lenharo. “Cai número de plásticas no Brasil, mas país ainda é 2o no ranking, diz estudo”. 
http://g1.globo.com, 27.08.2016. Adaptado.) 
Texto II 
Que modelo de mulher é a Barbie, que reinou por mais de meio século como um ideal feminino a 
ser atingido? Um que não existe. E não é que Barbie não exista por ser linda demais, inatingível para 
pobres mortais com seus genes imperfeitos, mas sim por ser bizarra demais, uma arquitetura que 
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 Caderno de Proposta 143 
literalmente não para em pé. Graças a sua cinturinha, Barbie só teria espaço para acomodar metade de 
um rim e alguns centímetros de intestino. Como o pescoço é duas vezes maior do que o de uma mulher e 
15 centímetros mais fino, ela não teria como manter a cabeça erguida. Andar, só como um quadrúpede. 
(Eliane Brum. “Quem precisa da Barbie, tenha o corpo que tiver?”. http://brasil.elpais.com, 01.02.2016. 
Adaptado.) 
Texto III 
 Sabe-se que há riscos para a pessoa que faz uma cirurgia plástica. Podem ocorrer infecções, 
sangramentos, perfuração de órgãos e hematomas. Além disso, não são raros casos de morte na sala 
cirúrgica ou por complicações posteriores. Por que essa incessante busca pelo corpo perfeito, à custa de 
bisturi e sangue? A mídia tem uma grande influência sobre seu público. Homens e mulheres comuns 
estão cercados de anúncios que utilizam modelos esteticamente perfeitos. Numa guerra contra o 
espelho, há pessoas que não aceitam sua imagem fora do padrão estético vigente. Assim, não bastam 
academias de ginástica, dietas, cosméticos e salões de beleza. É preciso cortar a própria carne. Tudo bem 
quando isso é feito de forma responsável e conforme o mais alto grau de profissionalismo. Contudo, a 
recorrência ao bisturi para alterar a aparência é um problema quando se torna obsessão. Na mitologia 
grega, Procusto era um malfeitor que capturava viajantes para fazê-los caber numa espécie de leito de 
ferro. Se fossem maiores que o leito, cortava-lhes pedaços a golpes de machado. Se menores, os esticava. 
Metaforicamente, eu prefiro não caber no leito de Procusto. 
(Márcio Chocorosqui. “À procura do corpo perfeito”. http://lounge.obviousmag.org. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O excesso de cirurgias plásticas em uma sociedade de padrões estéticos opressores impostos pela mídia 
23. (Unifesp 2019) Eutanasia 
Texto 1 
A morte continua sendo um tabu. Por isso não falamos dela. Mas quando perguntamos às pessoas se 
têm medo da morte, elas costumam responder que, na verdade, têm medo do sofrimento. Da dor física, 
claro, mas também da dor psicológica de ter que continuar vivendo em condições insuportáveis. “Sinto-
me preso numa jaula”, dizia Fabiano Antoniani, um tetraplégico italiano que vivia prostrado desde que 
sofreu um grave acidente, em 2014, que o deixou sem visão nem mobilidade. Sabia que ainda podia 
viver bastante tempo, porque o organismo de um homem forte de 40 anos pode aguentar muito, mas 
não queria seguir assim. No final de fevereiro, Antoniani foi à Suíça – o único país, entre os seis nos 
quais a eutanásia (a ajuda ao suicídio) está legalizada, que admite estrangeiros. Ele mesmo, com um 
movimento dos lábios, acionou o mecanismo que introduziu o coquetel da morte em sua boca. 
A perspectiva de uma longa e penosa deterioração faz com que muitos cidadãos queiram decidir, por si 
sós, quando e como morrer. Nas palavras de Ramón Sampedro (tetraplégico espanhol que recorreu em 
vão aos tribunais para que o ajudassem a morrer), existe o direito à vida, mas não a obrigação de viver a 
qualquer preço. Este é o princípio no qual se baseiam os que propõem a despenalização da eutanásia. 
Ter acesso a uma morte medicamente assistida significaria uma extensão dos direitos civis. 
Romper o tabu da morte exige poder falar com naturalidade dela. A regulamentação da eutanásia 
precisa de uma deliberação informada, distante dos apriorismos e dos sectarismos ideológicos. Sempre 
haverá opositores porque consideram que as pessoas não podem dispor

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