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A_TUTELA_DA_PERSONALIDADE_JURIDICA_DO_NASCITURO_EM_ANGOLA_convertidos

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UNIVERSIDADE LUEJI A´NKONDE 
FACULDADE DE DIREITO 
 
 
 
 
A TUTELA DA PERSONALIDADE JURÍDICA DO NASCITURO EM 
ANGOLA: ARTIGO 66º Nº1 DO CÓDIGO CIVIL. 
 
 Autores: 
 Abrão Muachi da Rosa Tito 
 Alberto Segunda Eduardo Tchitocota 
 André Teteca Hitxica Cangagi 
 Bruno Simão Africano 
 Pensamento Cariata 
 
 Docente: Pedro Munzemba, MSc. 
 
CURSO: DIREITO, 2 º ANO 
PERÍODO: LABORAL 
SALA: 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHITATO 2022 
 
 
 
ÍNDICE 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1 
DELIMITAÇÃO DO TEMA ........................................................................................ 1 
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 1 
OBJECTO DE ESTUDO .............................................................................................. 1 
CAMPO DE ACÇÃO ................................................................................................... 1 
OBJECTIVOS DO ESTUDO ....................................................................................... 1 
a) Objectivo Geral ...................................................................................................... 1 
b) Objectivo Específico: .............................................................................................. 1 
JUSTIFICAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................... 2 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ANTECEDENTES DO TEMA ................................. 2 
A VIDA EM SEU CONCEITO JURÍDICO .................................................................. 2 
CONCEPTUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ...................................... 2 
CONCEPTUALIZAÇÃO DO NASCITURO ................................................................ 3 
O PROBLEMA DE NASCITURO ............................................................................... 3 
AS TEORIAS ACERCA DA PERSONALIDADE JURIDICA ...................................... 3 
TEORIA NATALISTA (Adoptada em Angola - artigo 66° nº 1 do Código Civil) ............. 3 
TEORIA CONDICIONALISTA .................................................................................. 4 
TEORIA CONCEPCIONISTA .................................................................................... 5 
DIREITO COMPARADO ............................................................................................ 6 
a) Direito Português ................................................................................................. 6 
b) Direito Francês .................................................................................................... 7 
c) Direito Argentino ................................................................................................. 7 
d) Direito Italiano .................................................................................................... 7 
e) Direito Espanhol .................................................................................................. 7 
DIREITOS DO NASCITURO NA FASE INTRAUTERINO ....................................... 8 
a) Direito à vida ...................................................................................................... 8 
b) Direito à integridade física............................................................................... 9 
c) Direito à imagem ................................................................................................ 9 
d) Direito à alimentos .......................................................................................... 9 
METODOLOGIA: ..................................................................................................... 10 
TIPO DE INVESTIGAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DA OPÇÃO PELO TIPO DE 
INVESTIGAÇÃO ...................................................................................................... 10 
-TAREFAS E PROCEDIMENTOS/MÉTODOS ......................................................... 10 
-POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 11 
INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS ......................................................... 11 
INSTRUMENTO DE TRATAMENTO DE DADOS ................................................... 11 
CONCLUSÃO............................................................................................................ 11 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 12 
 
 
 
1 
 
 INTRODUÇÃO 
 
A temática em questão é realmente muito complexa e polémica, visto que em muitos 
ordenamento juridicos (incluindo o nosso) levanta-se muito essa problemática (a personalidade 
jurídica do nascituro) que encontram-se bastante vaga e carecendo de uma revisão urgente. É 
nesta senda que a nossa abordagem vai cingir, falando sobre a tutela da persolidade jurídica do 
nascituro em Angola: Artigo 66º nº1 do Códico civil, onde veremos inicialmente o conceito 
jurídica da vida, isto é, como a ordem pública define e fundamenta efectivamennte o bem 
jurídico (vida), sequencialmente verá-se os conceitos de vários autores no que cerne os conceito 
de personalidade jurídica e do nascituro pois é importante saber os conceito dos mesmo para o 
entendimento do tema. 
 
Por conseguinte, vai se abordar também sobre a problemática do nascituro, assim como as 
teorias da personalidade jurídica, teorias estas que abordam de como adquire-se a 
personalidade, na sequência sobre as teorias vera-se a adoptada no ordenamento jurídico 
angolano de acordo com o artigo 66º nº1 do Codigo Civil , e posteriormente faremos um estudo 
comparado com os diferentes ordenamentos jurídicos que adoptaram diferentes teorias. E 
finalmente, fechar-se a abordagem falando sobre os direitos do nascituro na fase intrauterina. 
 
 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Quanto ao espaço, o nosso tema delimita-se em Angola e na actualidade. 
 
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
 Será que no âmbito civil do ordenamento jurídico angolano protege-se os direitos inatos dos 
nascituros? 
 
OBJECTO DE ESTUDO; 
 Direitos inatos do nascituro que carecem de protecção jurídica civil. 
 
CAMPO DE ACÇÃO; 
 O nosso cinge-se no âmbito do Direito Civil, que segundo a teoria da qualidade do 
sujeito defini-se como um conjunto de normas jurídica que regulam as relações entre os 
particulares ou entre estes e o Estado ou outros entes públicos, mas que venha despido de 
seu poder de autoridade, tornando-se como um particular. (Silva, 2018) e concretamente no 
Instituo da Pessoa física ou singular 
 
OBJECTIVOS DO ESTUDO 
a) Objectivo Geral: 
- Fazer entender que o nascituro tem personalidade jurídica. 
b) Objectivo Específico: 
 - Sugerir a alteração imediata do artigo 66º nº. 1 do Codigo Civil; 
- Relacionar as características humanas ao nascituro. 
 
 
2 
 
JUSTIFICAÇÃO DO ESTUDO 
Segundo vários doutrinadores a proteção dos nascituros ou reconhecimento da sua 
persoanlidade é uma temática de grande importância no estudo do Direito Civil e, por isso, não 
nos cansamos de pregar a prevalência de um Direito Civil amparado na protecção dos direitos 
do nascituro em questões patrimonialista. Aqui, nesta abordagem a visão é personalista 
ganhando relevo no estudo das questões atinentes ao nascituro, ou seja, aos direitos intrínsecos 
a ela como direitos do feto à vida, à saúde, à alimentação, ao respeito, à dignidade, proteçãopenal garantindo-lhe o direito de nascer e outros; E também pela necessidade de introduzir no 
campo dos embates filosóficos, reflexão para uma reformulação dos princípios da lei civil 
angolana no sentido de alterar a regra relactiva ao início da personalidade do nascituro. 
 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ANTECEDENTES DO TEMA 
 
A VIDA EM SEU CONCEITO JURÍDICO 
 
 Segundo (Bertonceli, 2017) toda pessoa tem personalidade e capacidade jurídica, para que 
possa se relacionar com o meio em que vive e exercer seus direitos na vida civil. A vida é o 
maior bem a ser tutelado, e dela decorre os demais direitos de personalidade (direito ao corpo, 
à integridade física, à imagem, ao nome, etc.), ou seja, a vida antecede a própria personalidade. 
Sem vida humana não existe direitos, nem fundamentos, quanto mais direitos de personalidade. 
A palavra vida é um termo muito complexo, em seu conceito jurídico, a vida civil é a soma das 
atividades exercidas pela pessoa, na qual possui todas as faculdades atribuídas ao ser humano, 
tendo início com o nascimento com vida. 
 
 Para se abordar o tema em questão sobre a tutela da personalidade do nascituro é necessário 
conceptualizar o que seja a personalidade jurídica, bem como o conceito de nascituro, devido 
ao facto destas temática serem fundamentais para o entendimento do tema. 
 
CONCEPTUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 Para ser titular autónomo de direitos e obrigações ou de situações jurídicas. A personalidade 
jurídica, é defenida em fórmula sobre a qual recai largo consenso, consiste na aptidão uma 
qualidade: a qualidade de ser pessoa. É uma qualiade que o direito se limita a constatar e 
respeitar e que não pode ser ignorada ou recusado. É um dado extrajurídico que se impõe ao 
Direito (Silva, 2018). 
 
 De acordo ainda com Gagliano e Filho citado por (Oliveira) a Personalidade Jurídica para 
a Teoria Geral do Direito Civil é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair 
obrigações, ou em outras palavras, é o atributo necessário para ser sujeito de direito. 
 
 Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Pode 
ser definida como aptidão genérica para adquerir direitos e contrair obrigações ou deveres na 
ordem civil. É pressuposto para a inserção e actuação da pessoa na ordem jurídica. (Oliveira). 
 
 
3 
 
CONCEPTUALIZAÇÃO DO NASCITURO 
 
 De acordo com Sidou citado por (Arruda, 2020) palavra nascituro teve origem a partir do 
termo latino nasciturus, e conforme o direito civil, e conforme o direito civil, é o ser humano 
desde a concepção até o nascimento com vida, cujos direitos a lei põe a salvo. 
 
 Já o nascituro de acordo com Sílvio de Salvo Venosa citado por (Brito, 2018) o nascituro 
é o ser humano já concebido, que se encontra no ventre materno por nascer. 
 
 O termo nascituro significa aquele que há de nascer. E o ente que já foi gerado ou concebido, 
mas ainda não nasceu, embora tenha vida intrauterina e natureza humana… O nascituro é o 
titular de direitos de personalidade: vida, honra, imagem, etc. Tem direito à filiação, direito de 
ser contemplado por doação ou por testamento (legado ou herança)… (Cunha, 2015) 
 
O PROBLEMA DE NASCITURO 
 
 Depois dos conceitos apresentados anteriormente, pode se concluir o conceito de nascituro 
como sendo o ser humano que se encontra temporaraiamente entre a concepção e o 
nascimento. 
 
 Assim sendo, será meio incorreto dizer que o nascituro é um ser que está em 
desenvolvimento, visto que o desenvolvimento do ser humano é algo contínuo o qual só se 
interrompe no momento em que cessa a personalidade jurídica nos termos do artigo 68º do 
Código Civil Angolano. 
 
AS TEORIAS ACERCA DA PERSONALIDADE JURIDICA 
 
 Neste capítulo serão apresentados o conceito e as características da personalidade jurídica 
e o seu surgimento, bem como outros conceitos correlatos àquele necessários a elucidação do 
tema, quais sejam a personalidade civil, a capacidade de fato e a capacidade de direito. 
 
 Serão analisadas também as principais correntes doutrinárias que tratam do assunto, quais 
sejam, a corrente natalista, a corrente concepcionista e a corrente da personalidade 
condicionada. Além disso, serão abordados os conceitos gerais de cada uma, bem como as suas 
particularidades e divergências doutrinárias. 
 
TEORIA NATALISTA (Adoptada em Angola - artigo 66° nº 1 do Código Civil) 
 
 A Teoria Natalista é a que se encontra fundamentada pelo artigo 66° número 1 do Código 
Civil, segundo a qual a aquisição da personalidade se dá a partir do nascimento com vida. Com 
isso o nascituro possuí mera expectativa de direito (Oliveira). 
 
 
4 
 
 Afirmam os natalistas que antes de nascer não é homem o fruto do corpo humano e não tem 
personalidade jurídica. Todavia, no período que decorre entre a concepção e o nascimento, 
existe uma expectativa de personalidade, por isso é punido o aborto provocado. 
 
 De acordo com esta corrente, o nascituro não pode ser considerado pessoa, já que o Código 
Civil determina que para adquirir a personalidade jurídica é necessário o nascimento com vida. 
O nascituro não possui direitos, nem personalidade jurídica, mas mera expectativa de direitos. 
Ainda conforme Tartuce citado por (Arruda, 2020) , os adeptos a esta teoria partem de uma 
interpretação literal da lei, trazendo por conclusão que o nascituro não pode ser considerado 
pessoa. O grande questionamento existente dentro desta teoria é: se o nascituro não pode ser 
considerado uma pessoa, ele seria então um objeto, uma coisa? Depreende-se que para os 
natalistas a resposta para essa pergunta seria positiva, partindo-se da premissa que enquanto no 
ventre materno não há que se falar em personalidade. 
 
 Críticas contra essa teoria, vez que um ser com actividades de natureza (batimentos 
cardíacos, actividade encefálica e motora) não deve ser considerado uma coisa. Outra crítica 
acerca da referida teoria é que ela nega ao nascituro até os direitos fundamentais relacionados 
a sua personalidade, quais sejam, o direito à vida, à investigação de paternidade, aos alimentos, 
ao nome e até à imagem. Toda a negativa vai contra vários dispositivos que garantem tais 
direitos aos ainda não nascidos, presentes no Código Civil, sendo este mais um motivo para 
que a corrente não seja aplicada (Arruda, 2020). 
 
 Esta teoria encontra um grande número de adeptos, defendendo que certos direitos só 
poderão ser exercidos por aqueles que já existam. Percebese então que o Código Civil resguarda 
direitos ao nascituro, bem como poderá usufruir os mesmos com o nascimento com vida 
(Oliveira). 
 
TEORIA CONDICIONALISTA 
 
 A teoria da personalidade condicional sustenta personalidade jurídica do nascituro, desde 
sua concepção, mas sob a condição de que este nasça com vida. Ou seja, a aquisição de certos 
direitos ocorrerá em forma de condição suspensiva, isto é, se o nascido nascer com vida, sua 
personalidade retroage ao momento da concepção (Bertonceli, 2017). 
 
 O nascituro, segundo essa teoria, não é sujeito de direito, embora mereça proteção legal, 
tanto no plano civil como criminal. Essa proteção se explica, pois há nele uma personalidade 
condicional que surgirá em sua plenitude com o nascimento com vida, e será extinguida caso o 
feto não viver (Bertonceli, 2017). 
 
 Segundo Tartuce citado por (Arruda, 2020), essa corrente apresenta uma problemática, pois 
ela é apegada a questões patrimoniais, deixando de lado os apelos de direitos pessoais ou da 
personalidade face ao nascituro. Afirma ainda que, os direitos da personalidade não podem estar 
sujeitos a condição, termo ou encargo, como determina a corrente. 
 
 Ao condicionar os direitos do nascituro ao nascimento com vida, a referida teoria está 
admitindo que existe apenas mera expectativa dedireitos, assim como na corrente natalista. O 
 
5 
 
que era para ser uma teoria mista, acaba se esbarrando, quiçá confundindo com a teoria retro 
mencionada (Arruda, 2020). 
 
 Considerar o nascituro como pessoa desde sua concepção, vai contra o conceito de “pessoa” 
empregado pelo ordenamento jurídico. E guardar os direitos do nascituro ao seu nascimento, 
apoia a ideia empregada pelo Código Civil Brasileiro e Português, o qual a personalidade se 
adquire com o nascimento com vida (Bertonceli, 2017). 
 
 Dizer que o nascituro é pessoa, mas condicionar seus direitos com o nascimento, passa a 
ideia de que ele não é pessoa. Se pessoa fosse, não precisaria que seus direitos fossem guardados 
para quando nascessem, pois, já seriam seus em sua plenitude, apenas se extinguiram com a 
eventual morte ao nascer (Bertonceli, 2017). 
 
TEORIA CONCEPCIONISTA 
 
 A teoria concepcionista defende que a personalidade começa antes do nascimento e que 
com a concepção já deve ser segurado os interesses do nascituro. No entanto, mesmo nessa 
corrente, o nascituro titulariza somente direitos personalíssimos e os de personalidade, ficando 
os de conteúdo patrimonial aguardando o nascimento com vida (Bertonceli, 2017). 
 
 Segundo a escola concepcionista, a personalidade civil do homem começa a partir da 
concepção, tendo o nascituro direitos, deve ser considerado pessoa, uma vez que só a pessoa é 
sujeito de direitos, e só pessoa tem personalidade jurídica (Bertonceli, 2017). 
 
 Esta teoria, tem como entendimento que o nascituro possui os mesmos direitos e deveres 
de uma pessoa natural, e que, o nascimento é apenas mais uma continuação da vida, dando ao 
nascituro essa proteção como pessoa, estaria protegendo-o de maneira mais completa 
(Bertonceli, 2017). 
 
 Para os que defendem esta teoria, entendem que não seja justo que os direitos do nascituro 
fiquem sempre condicionados ao nascimento com vida. Ou seja, “Segundo a teoria 
concepcionista, o nascituro tem personalidade jurídica desde a concepção, podendo figurar, 
então como sujeito de direitos e deveres possuindo a mesma natureza que a pessoa natural. Este 
entendimento assenta em base antológica e biológicas. Do ponto de visa ontológico, atribuir ao 
nascituro a mesma natureza de pessoa implica em protegê-lo da forma mais completa possível, 
considerando o seu significado e o valor ontológico da vida humana. Biologicamente, é possível 
constatar que inexiste dúvidas sobre a existência de vida no ente que está a nascer, pois o 
nascimento é apenas um, dentre os passos naturais para a continuação dessa vida, sendo 
possível a identificação de que a vida se processa no exato momento conceptivo” (Bertonceli, 
2017). 
 
 Em síntese, a teoria concepcionista é a mais moderna, e pode ser a única considerada que 
não afronta o direito à vida. Esta teoria alega que a personalidade do homem começa desde o 
momento da concepção, sendo que, desde tal momento, o nascituro é considerado pessoa, 
assim, teria seus direitos legalmente assegurados (por ser detentor de personalidade jurídica). 
Vale relembrar que havendo vida, há personalidade (Arruda, 2020). 
 
6 
 
 
 No que se refere, aos direitos patrimoniais, pode-se afirmar que: 
 
 Personalidade – que não se confunde com capacidade – não é condicional. Apenas certos 
efeitos de certos direitos, isto é, os direitos patrimoniais materiais, como a herança e a adoção, 
dependem do nascimento com vida. A plenitude da eficácia desses direitos fica resolutivamente 
condicionada ao nascimento sem vida. O nascimento com vida, enunciado positivo de condição 
suspensiva, deve entender-se, ao reverso, como enunciado negativo de uma condição 
resolutiva, isto é, o nascimento sem vida, porque a segunda parte do artigo 66º do Código Civil 
bem como outros de seus dispositivos reconhecem direitos (não expectativas de direitos) e 
estados ao nascituro não do nascimento com vida, mas desde a concepção. O nascimento com 
vida aperfeiçoa o direito que dele dependa, dandolhe integral eficácia, na qual se inclui sua 
transmissibilidade. Porém, posse dos bens herdados ou doados ao nascituro pode ser exercida, 
por seu representante legal, desde a concepção, legitimando-o a perceber as rendas e os frutos, 
na qualidade de titular de direitos subordinado à condição resolutiva (Arruda, 2020). 
 
 Mesmo que para a corrente concepcionista o nascituro tenha personalidade e seja 
considerado um sujeito de direitos, há que se observar que este não possui capacidade de fato, 
ou seja, não possui aptidão para exercer pessoalmente os atos da vida civil, o que enseja que 
este seja devidamente representado (Arruda, 2020). 
 
DIREITO COMPARADO 
 
 O Direito Comparado é uma disciplina jurídica que tem por objecto a comparação de 
Direitos, ou seja, o estudo comparativo sistemático de diferentes ordens jurídicas – por norma, 
ordens jurídicas estaduais –, com vista a identificar as semelhanças e as diferenças existentes 
entre essas ordens jurídicas e a explicar as razões que presidem às semelhanças e às diferenças 
encontradas (Arruda, 2020). 
 
 Sendo assim, uma análise simplificada na legislação de Portugal, França, Argentina, Itália 
e Espanha será feita afim de verificar qual a corrente é seguida majoritariamente em cada um. 
Quanto ao conceito de direito comparado, observa-se o seguinte: 
 
a) Direito Português 
 
 O Código Civil Português de 1867 exigia para o início da personalidade o nascimento com 
vida e a forma humana. Portanto, observa-se que o referido código adotava o que chamamos de 
Teoria Natalista (Arruda, 2020). 
 
 Na doutrina portuguesa, quando se fala em nascimento, a palavra tem um significado 
puramente fisiológico. Consiste, basicamente, em um indivíduo sair do (Arruda, 2020). 
 
 O código vigente em Portugal, datado de 1966, segue o mesmo entendimento do código 
anterior, uma vez que o artigo 66 dispõe que a personalidade adquire no momento do 
 
7 
 
nascimento completo e com vida. Além disso, conforme SEMIÃO citado por (Arruda, 2020), 
os direitos que a lei reconhece ao nascituro dependem de seu nascimento. 
 
b) Direito Francês 
 
 Sengundo PUSSI citado por (Arruda, 2020), O Código Civil Francês não aborda de maneira 
expressamente o início da personalidade jurídica, mas os artigos existentes já servem de base 
para as posições doutrinárias. Para alguns, a personalidade jurídica do nascituro inicia-se do 
nascimento com vida, desde que esta tenha viabilidade (mínimo de aptidão física para viver), o 
que retoma a teoria natalista; já para outros, tanto o nascer com vida, como ser viável seriam 
condições para a eficácia dos direitos, o que no caso daria ensejo a personalidade condicional. 
 
c) Direito Argentino 
 
 O Código Civil Argentino determina que a personalidade jurídica do nascituro começa com 
a concepção. Em seu artigo 54 reconhece que o nascituro tem personalidade jurídica, contudo, 
este é declarado absolutamente incapaz. Dessa forma, o nascituro é equiparado aos menores 
impúberes, aos ausentes e aos surdos-mudos que não saibam expressar por escrito. Nesse 
sentido, observa-se que o Direito Argentino adotou a teoria concepcionista, sendo a situação do 
nascituro condicionada a uma situação resolutória, sendo que em nosso direito e em demais 
países estaria subordinada a um evento suspensivo, PUSSI citado por (Arruda, 2020). 
 
d) Direito Italiano 
 
 O Código Civil vigente na Itália é datado de 1942, e em seu artigo primeiro já dispõe acerca 
do nascituro. Conforme leciona PUSSI citado por (Arruda, 2020), a base para proteção do 
nascituro encontra-se no artigo 1º do citado Código ao prever que a capacidade jurídica se 
conquista no momento do nascimento, e que a ele são subordinados os direitos que a lei 
reconhece a favor do concebido. Ainda de acordo com PUSSI citado por (Arruda, 2020),existe 
uma contradição na legislação italiana entre o Código Civil e a própria Constituição Federal 
visto que esta, apesar de não ter um dispositivo específico falando a respeito, é afirmativa ao 
determinar que a vida é tutelada a partir da concepção. Dessa maneira, esta contradição poderia 
ser sanada de duas formas: dilação da capacidade jurídica, de modo que abranja o ser humano 
a partir da concepção; ou uma redução da capacidade jurídica, de modo que assegure a 
igualdade entre sujeitos já nascidos quanto às relações jurídicas inter privadas, de forma a não 
prejudicar os direitos fundamentais da pessoa (vida, dignidade, saúde). 
 
 Portanto, pode-se interpretar que a teoria natalista não é manifestada de uma forma expressa 
no Código Civil italiano, uma vez que não afirma ser a personalidade jurídica adquirida no 
momento do nascimento, mas sim a capacidade jurídica segundo RIBEIRO citado por (Arruda, 
2020). 
 
e) Direito Espanhol 
 
 Influenciado pelo Direito Romano, bem como francês, o Código Civil Espanhol é datado 
de 1889 e merece atenção especial os artigos 29 e 30. Além do nascimento com vida, faz-se 
 
8 
 
necessários a forma humana e a viabilidade. Este último requisito baseia-se num critério 
meramente legal, qual seja, o do decorrer de 24 horas após o nascimento. 
O Código Civil espanhol estabelece, em seu art. 29, que o início da personalidade é determinado 
pelo nascimento, além disso, fixa em seu artigo seguinte os requisitos necessários para que uma 
pessoa se considere nascida, sendo eles: possuir forma humana e viver 24 horas depois de seu 
nascimento. ALBERTON citado por (Arruda, 2020). 
 
 
 
 
DIREITOS DO NASCITURO NA FASE INTRAUTERINO 
 
 A vida intrauterino é um ambiente interativo e estimulante ao desenvolvimento do bebê. O 
útero materno proporcina a criança vinvência multi-sensorias muito ricas e importantes para a 
sua adaptação após o nascimento. O bebê nesta é capaz inclusive de responder a estimulos do 
mundo externo. 
 
a) Direito à vida 
 
 O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, é um pré-requisito à 
existência de todos os demais direitos que são resguardados ao nascituro. Tal direito é 
o primeiro dos direitos fundamentais que prevê a atual Constituição da República de 
Angola conforme dispõe os artigos 30º « O Estado respeita e protege a vida da pessoa 
humana, que é inviolável» 
 
 A ordem jurídica assegura o direito à vida de todo e qualquer ser humano, antes 
mesmo do nascimento. Contudo ninguém pode ser privado de sua vida, por isso, o actual 
Código Penal pune a prática do aborto (Artigo 154º). O Direito à Vida, conforme 
Carlos Alberto Bittar citado por (Oliveira): Estende-se a qualquer ente trazido a lume 
pela espécie humana, independentemente do modo de nascimento, da condição do ser, 
de seu estado físico ou de seu estado psíquico”. Basta que se trate de forma humana, 
concebida ou nascida natural ou artificialmente in vitro, ou por inseminação, não 
importando, portanto: fecundação artificial, por qualquer processo; eventuais 
anomalias físicas ou psíquicas, de qualquer grau; estados anormais: coma, letargia ou 
de vida vegetativa; manutenção do estado vital com o auxílio de processos mecânicos, 
ou outro daí por que questões de morte aparente e da ressurreição posterior devem ser 
resolvidas, à luz do Direito, sob a égide da extinção ou não, da chama vital, 
remanescendo a personalidade enquanto presente e, portanto, intacto o direito 
correspondente. [...]. (BITTAR, 1999, p.67). 
 
 Portanto, o direito à vida deve ser protegido tanto no ventre materno quanto ao 
nascer. A vida é o direito mais precioso do ser humano. O ordenamento jurídico traz 
direitos que não podem ser violados e o aborto é uma dessas violações que são 
reprimidas através de penalizações. Segundo Alexandre de Moraes: A penalização do 
 
9 
 
aborto (Código Penal Angolano, art. 154º) corresponde à proteção da vida do nascituro, 
em momento anterior ao seu nascimento. 
 
b) Direito à integridade física 
 
 Segundo o Oliveira citado por (Arruda, 2020) O nascituro é pleno titular desse 
direito, assim como à vida, sendo garantido o direito ao feto de se desenvolver de forma 
sadia e sem danos, o que é um verdadeiro dever do Estado promover medidas para sua 
proteção, objetivando à viabilização para seu nascimento saudável, bem como a 
prevenção, diagnóstico e tratamento de eventuais patologias que ele possa vir a 
enfrentar no período gestacional. Porém, a gestante também deve colaborar para uma 
gestação saudável, fazendo um acompanhamento adequado para o bom 
desenvolvimento do feto. 
 
 Pode-se dizer que a integridade física está correlacionada com o direito à vida, pois 
por se encontrar em situação de vulnerabilidade, qualquer ato de ofensa ao bem-estar 
do nascituro pode o levar a morte. (Arruda, 2020) 
 
c) Direito à imagem 
 
 Segundo Gonçalves citado por (Arruda, 2020) Assim como os direitos alhures 
mencionados, o direito à imagem consta do rol do (artigo 79º do Código Civil) no 
sentido comum da palavra, imagem é a representação pela pintura, escultura, fotografia, 
filme, etc. de qualquer objeto, e também da pessoa humana. 
 
 Dessa forma, no que tange ao nascituro, este encontra o seu direito ferido quando da 
utilização da imagem de ultrassonografia, que permite a visualização do feto, a qual 
deve ser expressamente autorizada a sua divulgação ou captação pelo representante 
legal (Arruda, 2020). 
 
d) Direito à alimentos 
 
 Conforme preleciona Flávio Tartuce citado por (Vieira, 2015) Os alimentos são 
prestações devidas a quem não pode provê-las pelo próprio trabalho, estando 
fundamentados em relação de parentesco, casamento ou união estável, (nos termos dos 
artigos 247º e seguintes do Código da Familia Angolano). O pagamento dos alimentos 
visa à pacificação social, estando amparado nos princípios da dignidade da pessoa 
humana e da solidariedade familiar, ambos de índole constitucional. Ao se 
reconhecer o pagamento de alimentos ao nascituro, temos a consagração de sua 
dignidade, o que é um caminho sem volta. Dessa forma, não temos dúvida de que o 
nascituro tem direito a esses alimentos. 
 
 O dever de dar o alimentos ao filho ainda não nascido, tem o mesma natureza dos 
deveres que os pais têm em relação aos filhos já nascidos, ou seja, a de proteção integral. 
(Vieira, 2015) 
 
 
10 
 
 Segundo Chinelato e Almeida citado por (Vieira, 2015) O direito a alimentos, nesse 
sentido, tem por finalidade assegurar a manutenção e a sobrevivência do nascituro no 
ventre materno, possibilitando o desenvolvimento regular do feto, com vistas ao 
nascimento com vida. Em outras palavras, “[...] ao nascituro são devidos, como direito 
próprio, alimentos em sentido lato –alimentos civis –para que possa nutrir-se e 
desenvolver-se com normalidade, objetivando o nascimento com vida”. 
 
 Os alimentos gravídicos fixados perdurarão até o nascimento da criança e 
compreendem as despesas do período da gravidez até o parto, incluindo alimentação 
especial, assistência médica e psicológica, exames, despesas com o parto e tudo mais 
que a gestante vier a precisar. O médico indica o que a gestante necessita para ter uma 
gravidez sadia. O rol não é taxativo, porquanto, o Juiz, ao seu critério, pode estabelecer 
outras despesas. 
. 
 Existem outros direitos do nascituros, mas segundo os vários doutrinadores estes 
são aqueles que devem ser respeitado na fase intrauterina e também por serem inatos ao 
ao mesmo, ou seja, são aqueles que basta apenas ser pessoa para os adquiri-los 
automaticamente. 
 
METODOLOGIA: 
TIPO DE INVESTIGAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DA OPÇÃO PELO TIPO DE 
INVESTIGAÇÃO 
 
 O paradigma da investigação é qualitativa porque este tipo de pesquisa visa interpretar 
e compreender os fenómenose os objectos, buscando a singularidade e não necessariamente 
a generalidade, e é mais subjectiva. 
 
 Os tipos de investigação utilizadas neste trabalho são: 
a) Jurídico-descritivo: utiliza-se do procedimento analítico de decomposição de um 
problema jurídico em seus diversos aspectos, relações e níveis. Próprio das pesquisas 
compreensivas (por isso, jurídicocompreensivas ou jurídico-interpretativas); 
 
b) Jurídico-comparativo: identificação de similitudes e diferenças de normas e instituições 
em dois ou mais sistemas jurídicos ou comparações dentro de um mesmo sistema, entre 
institutos jurídicos até antinômicos ou contraditórios, para descobrir e sanar falhas 
sistêmicas ou buscar transformações importantes na esfera teóricoargumentativas. 
 
-TAREFAS E PROCEDIMENTOS/MÉTODOS 
 
 O método de abordagem utilizado é dedutivo porque é aquele que parte da 
generalização e quer confirmá-la na particularidade, ou seja, visa particularizar um dado 
fenómeno que é duma realidade geral em que qual o pesquisador observa o fenómenon e o 
estuda num âmbito particular. 
 Quanto ao procedimento, o tipo de investigação utilizadas são: 
 
11 
 
a) Bibliográfico porque consiste no levantamento de publicações para identificar a opinião 
de autores diferentes sobre o assunto que se está pesquisando; 
b) Documental (secundária) porque faz-se com documentos já análisados, objectivando a 
reelaboração. 
 
-POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
 Mediante a esse estudo, no que tange a população e amostra teve-se como entrevistados 
os estudantes, funcionários e docentes da Faculdade de Direito da Universidade Lueji 
A’Nkonde participarando 38 pessoas, que subdividem-se em 25 (65,79%) do sexo 
feminimo e 13(34,21%) do sexo masculino. Onde 100% do sexo feminino concordaram que 
o nascituro tem personalidade jurídica e nesta mesma senda deve-se revogar o art. 66º nº 1 
do Código Civil e no mesmo afã 10 (75%) pessoas do sexo masculino também concordam 
que o nascituro tem personalidade jurídica e que o mesmo artigo deve ser alterado. De um 
modo geral 91% concordaram que o nascituro é pessoa e automaticamente este artigo deve 
ser revogado e 8% discordaram. 
 
INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS 
 
 No que diz respeito a recolha de dados foi designado entrevista como recolha de dados 
no qual o mesmo foi aplicado de maneira sigilosa e incógnita tendo sido adequadamente 
protegida essa mesma informação aos entrevistados. De realçar que entrevista foi feita de 
forma particular para que outros não fossem influêncidos na resposta. 
 
INSTRUMENTO DE TRATAMENTO DE DADOS 
 
 Quanto ao tratamento de dados utilizou-se as tecnícas de entrevista aberta porque o 
pesquisador deixa o entrevistado falar apartir de peguntas organizadas com antecedência, 
mas que podem mudar, dependendo das informações prestadas pelo entrevistado no evoluir 
da entrevista. 
 
CONCLUSÃO 
 
 Após uma profunda análise da tematica em questão chegamos a conclusão que no 
cenário jurídico actual da norma do artigo 66º nº1 do Código Civil Angolano, em face aos 
vários aspectos dos direitos da personalidade jurídica do nascituro, verifica-se um paradoxo, 
conforme demonstrado nos capítulos anteriores, o nascituro é aquele que foi concebido e 
está prestes a nascer. 
 
 Com o reconhecimento do respeito à dignidade humana nos termos da actual 
Constituição da República de Angola nos seus artigos 1º e 31º , passam a ter um sentido 
humanista e não meramente uma coisa, seria uma blasfêmia negar que o nascituro é uma 
pessoa, e logo um sujeito de direitos ainda no ventre materno, pois diante de toda a temática 
 
12 
 
actual que tende para uma protecção cada vez maior da pessoa humana, bem como 
valorização do princípio da dignidade da pessoa humana, não haveria que se falar que o 
bebê prestes a nascer não é humano, e logo não possui direitos. 
 
 Em que pese as normas legais vigentes e entendimentos doutrinários diversos quanto à 
proteção do nascituro, conclui-se que o simples facto de existir atribui ao homem a aptidão 
de ser titular de direitos e, a isso, é dado o nome de personalidade. Portanto, não há 
consistência jurídica na afirmação de que o nascituro somente com o nascimento com vida 
adquire personalidade jurídica, isto é, passa ser sujeito de direitos e ou obrigações, 
principalmente de direitos, portanto é possível ultimar pela necessidade de introduzir no 
campo dos embates filosóficos, reflexão para uma nova, actual e condizente reformulação 
dos princípios da lei civil angolana no sentido de alterar a regra relativa ao início da 
personalidade do nascituro de teoria natalista para concepcionista afim de estar em 
conformidade com a Constituição. 
 
“O direito não vive apenas pelas 
pessoas, vive para as pessoas’’ 
José de Oliveira Ascensão 
 
 
 
 
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