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Brasília-DF. AtividAdes de dinAmizAção dos serviços em BiBliotecAs especiAlizAção: docênciA em BiBlioteconomiA Elaboração Alzemi Machado Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 5 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7 UNIDADE I SERVIÇOS E PRODUTOS ...................................................................................................................... 13 CAPÍTULO 1 PRINCIPAIS SERVIÇOS E PRODUTOS OFERECIDOS AOS USUÁRIOS ............................................ 13 CAPÍTULO 2 SERVIÇOS OFERECIDOS NA BIBLIOTECA ESCOLAR .................................................................. 16 CAPÍTULO 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÂO ............................................................................ 20 CAPÍTULO 4 PESQUISA ESCOLAR ............................................................................................................. 23 UNIDADE II ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR .................................................................................................. 28 CAPÍTULO 1 PROMOVENDO A AÇÃO CULTURAL ....................................................................................... 28 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 42 ANEXO .............................................................................................................................................. 45 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Ação cultural e educativa em bibliotecas escolares Em conformidade com as Diretrizes estabelecidas pela IFLA/UNESCO (2005, p.15), compete às esferas de âmbito nacional e local estabelecer programas voltados ao desenvolvimento da biblioteca escolar, mediante as seguintes ações. » Desenvolver e publicar padrões e diretrizes nacionais (e locais) para as bibliotecas escolares. » Indicar modelos de bibliotecas, para demonstrar a “melhor prática”. » Estabelecer comitês de biblioteca escolar, em níveis nacional e local. » Definir uma estrutura formal de cooperação entre bibliotecas escolares e bibliotecas públicas, em níveis nacional e local. » Iniciar e oferecer programas de treinamento profissional ao bibliotecário escolar. » Prover financiamento para projetos da biblioteca escolar, tais como campanha de leitura. » Iniciar e financiar projetos de pesquisa relacionados à atividades e ao desenvolvimento da biblioteca escolar. Além dessas ações, as Diretrizes (p.16) recomendam que a biblioteca escolar deve desenvolver uma série de atividades diversificadas, tendo como “função-chave” o cumprimento da missão e da visão da escola, objetivando atender, ainda, todos os usuários potenciais da comunidade escolar, satisfazendo as necessidades informacionais específicas do seu público-alvo e pensando na “estreita colaboração” com os membros da comunidade escolar, composta por bibliotecários, diretores, supervisores, orientadores, chefes de departamento, professores (da primeira série até o nível médio), equipe de apoio e estudantes, dando ênfase ao papel do diretor da escola, que exerce uma função de “ líder pedagógico e figura-chave na criação de um ambiente para a implementação do programa escolar, devendo reconhecer a importância dos serviços efetivos da biblioteca escolar e estimular o seu uso.” Para Moro e Estabel (2012, p. 2), além dos profissionais envolvidos no projeto político-pedagógico da escola, outros componentes devem estreitar a relação biblioteca/escola. Os recursos humanos da comunidade escolar deverão fazer parte das ações do planejamento cultural da biblioteca, como pais, avós e outros familiares dos alunos e pessoas da comunidade, os quais, muitas vezes, são excelentes fontes pessoais de informação da cultura local e comunitária em que está inserida a escola. Além das fontes pessoais, pode-se contar com as instituições que 8 fazem parte do contexto escolar, do bairro, da cidade, sejam elas educacionais ou culturais, com a finalidade de integrar a ação cultural numa participação efetiva conjunta.As entidades empresariais também podem fazer parte, construindo parcerias para execução das atividades previstas que necessitem de recursos financeiros. As atividades voltadas para subsidiar o ensino-aprendizagem, principalmente, na complementação dos conteúdos curriculares, e que requerem a utilização racional dos recursos disponíveis na biblioteca, devem estar focadas na utilização de estratégias conjuntas pelo bibliotecário e a equipe pedagógica, razão pela qual a biblioteca deve ser entendida e utilizada como um espaço cultural e de formação escolar. Apesar de sabermos da importância de todos os membros da comunidade escolar, entretanto, o professor é peça chave no processo de dinamização da biblioteca, como enfatiza Silva (1989, p.30). Sem a participação – ativa e constante – dos professores, a dinamização da biblioteca escolar dificilmente será viabilizada na prática. Isso porque são os professores os responsáveis pelo planejamento do ensino, o que, direta ou indiretamente, repercute na distribuição do tempo acadêmico dos alunos. Uma condição básica para a produção da leitura é a disponibilidade de tempo. Desta forma, caso os professores não prevejam, com a devida regularidade, visitas coletivas e /ou consultas pessoais dos alunos à biblioteca, a dinamização da leitura em muito perderá em termos de alcance, qualidade e resultados. Da mesma forma, essa ação conjunta dos membros da biblioteca e da equipe pedagógica estende- se, também, na realização de eventos especiais ou de cunho cultural, tais como: exposições de artes plásticas, filatelia, numismática, feira de livros, apresentações literárias e musicais, encontro com escritores locais, lançamento de livros, documentários, apresentações folclóricas, datas comemorativas nacionais e locais, oficinas, encenações teatrais, fantoches, hora do conto e outras atividades que estimulem o interesse e o gosto pela leitura e que possam ampliar a formação e o desenvolvimento cultural. Essa diversificação de atividades, denominada “ação cultural” é, segundo Sanchés Rodrigués (1984 apud OLIVEIRA e ZEN, 2007, p. 4), é um conjunto de técnicas sociais que, baseadas na pedagogia participativa, tem por finalidade promover práticas e atividades voluntárias que, com a ação ativa dos indivíduos, desenvolve-se em grupo ou comunidade determinada e manifesta-se nos diferentes âmbitos do desenvolvimento da qualidade de vida. Trata-se, portanto, de um processo que implica mudanças internas no indivíduo. Nesse sentido, a “ação cultural” objetiva atuar na educação e na transformação do indivíduo, estimulando a capacidade criativa, mudanças comportamentais e de transformação social, além de propiciar o acesso à cultura por parte da comunidade. Para Oliveira e Zen (2007, p.5), as bibliotecas são instituições que oferecem informações em forma de livros e de outros suportes, enquanto as demais instituições culturas referem-se a 9 outros tipos de acervo, especializados em diferentes formas de acesso à arte e à cultura. Tratam-se, portanto, de organizações que, embora diferentes, se complementam, uma vez que todas se constituem em locais onde o consumo, a criação e a ação cultural se manifestam em plenitude. No Brasil, onde o número de instituições culturais especializadas é reduzido, as bibliotecas têm sua responsabilidade cultural aumentada, ao desempenhar esse papel social importante de desenvolver a formação cultural do país. Coelho Neto (1989), respeitado intelectual, chama atenção para as diferenças conceituais referentes aos termos “ação cultural”, “fabricação cultural” e “animação cultural”. A fabricação é um processo com início determinado, um fim previsto e etapas estipuladas que devem levar ao fim preestabelecido. A ação, de seu lado, é um processo com início claro e armado, mas sem fim especificado e, portanto, sem etapas ou estações intermediárias pelas quais se devam, necessariamente, passar – já que não há um ponto terminal ao qual se pretenda ou espere chegar. Na fabricação, o sujeito produz um objeto, assim como o marceneiro faz um pé torneado. Na ação, o agente gera um processo, não um objeto. O objeto pode até resultar de todo o processo, mas não se pensou nele quando se deu início ao processo, e nisso está toda diferença. (COELHO NETO, 1989, p.12-13) A “animação cultural” é definida pela ação do sujeito, ou seja, aquele que cria, que anima, que parte a ação. “Ele é o sujeito e os outros são meros objetos” (p.16). A principal função do animador cultural é divertir o público. Para Cabral (1989, p. 27), a “ação cultural” deve estar voltada, principalmente, para: » que os indivíduos não sejam apenas receptores, mas sujeitos da criação cultural; » a elaboração da cultura com o povo e não para o povo; » facilitar a utilização de instrumentos adequados ao desenvolvimento da capacidade criadora dos indivíduos; » a desalienação da cultura e a busca de uma identidade cultural; » a democratização da cultura. Assim, a “ação cultural” é vista como um fértil terreno de atuação, possibilitando uma gama de atividades que poderão ser desenvolvidas pelos profissionais que atuam nas bibliotecas públicas e escolares, estendendo-se, também, nas bibliotecas comunitárias e nos centros culturais. Jara (1981 apud CABRAL,1999, p.42) observa que, nas atividades de ação cultural, aplica-se uma variedade de técnicas e instrumentos, todos, porém, em conformidade com os interesses dos grupos envolvidos e das condições estruturais e de recursos no âmbito de cada escola/comunidade. A autora sugere: múltiplas possibilidades para tornar o processo educativo dinâmico e criativo, tais como os códigos visuais (lâminas, fotografias), os códigos auditivos 10 (canções, programas de rádio), os códigos audiovisuais (cinema, televisão) e os códigos vivenciais ( dinâmica de grupos, jogos, exercícios de comunicação etc.). Atualmente, com as novas tecnologias de comunicação e informação, a variedade tornou-se bem maior, pois os recursos computacionais oferecem uma gama infinita de sofwares que possibilitam manipular símbolos, criar imagens, trabalhar materiais gráficos, escanear textos, consultar bibliotecas virtuais etc. Sabe-se, no entanto, que nem todas as escolas já podem contar com tais equipamentos, o que restringe, sem dúvida, seu uso mais amplo e democrático. Outro aspecto importante ao se definir a “ação cultural” na biblioteca escolar está relacionado ao termo “cultura”, que tem sofrido, ao longo dos anos, diversas revisões. Favero (1983, p.78) elabora um conceito de cultura, tendo como referência a abordagem antropológica-cultural. Cultura é tudo o que o homem acrescenta à natureza; tudo o que não está escrito no determinismo da natureza e que aí é incluído pela ação humana. Distinguem-se na cultura os seus produtos: instrumentos, linguagem, ciência, a vida em sociedade; e os modos de agir e pensar comuns a uma determinada sociedade, que tornam possível a criação da cultura. Para Silva (1986), entretanto, é importante definir novas práticas dos profissionais que atuam nas bibliotecas e nas escolas. Os bibliotecários começam a se mobilizar no sentido de redescobrir e dar mais ênfase à dimensão educativa de suas práticas e, o que, talvez, seja mais importante, acionar a sua imaginação criadora no sentido de elaborar programas para o desenvolvimento do gosto pela leitura e para a formação integral do leitor. A descoberta de novas funções – inserindo-se aí uma preocupação mais incisiva com os problemas da leitura – ainda serve para aproximar os bibliotecários dos professores, por meio de diálogos mais frequentes, geradores de propostas conjuntas. (SILVA,1986, p. 73) Côrte e Bandeira (2011, p.15) ressaltam as características e competências que devem possuir os integrantes da biblioteca e, em especial, o bibliotecário escolar. » Ter habilitação em Biblioteconomia, conforme a Lei no 4.084/1962. » Ser um investigador permanente. »Possuir atitudes gerenciais proativas. » Possuir espírito crítico e bom senso. » Ser participativo, flexível, inovador, criativo. » Facilitar a interação entre os membros da comunidade escolar. » Possuir capacidade gerencial e administrativa. » Possuir capacidade de comunicação e relacionamento interpessoal. 11 » Saber que a informação é imprescindível à formação do aluno. » Dominar as modernas tecnologias da informação. » Estar em constante questionamento. » Estar atualizado na sua área de atuação. » Ter consciência de que o usuário é deu fim último. » Saber que a informação é imprescindível à formação do cidadão. » Reconhecer sua profissão como importante e necessária para a sociedade. » Reconhecer-se como um agente da transformação social, » Ser um leitor crítico que distingue, no momento da seleção e da indicação de livro, a literatura infantil e juvenil que é de qualidade. A figura do “promotor, agente cultural e/ou ativador cultural”, definido por Carmo e Souza (2000), é constituído por um elemento humano considerado imprescindível, recaindo sobre ele, a responsabilidade de promover a promoção e ação cultural, bem como o papel de articulador político e cultural entre o corpo diretivo da escola, a equipe pedagógica, os alunos, os pais, os membros da comunidade, as instituições estudantis, o conselho escolar, as instituições local, nacional, internacional etc. Para os autores (2000, p. 90), o promotor cultural “promoverá interpenetrações dos fatores de um mesmo fenômeno: educação cultural e cultura educacional”, consolidando, assim, a proposta denominada – “a revolução das vontades” – em que é apresentada a construção de uma nova escola: a “escola da cidadania”. Corroborando com o ponto de vista dos autores referenciados, a biblioteca escolar surge, então, como uma das possibilidades para desenvolver ações voltadas à ação cultural, transformando esse espaço não apenas informativo, mas, sobretudo, de convivência e articulação cultural. Caberá aos profissionais que atuam na biblioteca incorporar novas funções e novos papéis: o de ser educador e agente cultural, tornando, efetivamente, o espaço biblioteca num ambiente dinâmico, motivador e estimulador para a comunidade. A transformação desse espaço ultrapassa a função de depositária de informações já produzidas, mas, sobretudo, permite que os sujeitos passem a produzir e incorporar novos conhecimentos e novas informações. CABRAL, Ana Maria Rezende. Ação cultural: possibilidades de atuação do bibliotecário. Disponível em: <htpp://gebe.eci.ufmg.br/dowloads/106.pdf.>. Acesso em: 12 abr. 2012. ___________. Ação cultural bibliotecária: aspectos revelados pela prática. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1989. Dissertação (Mestrado). UFMG. 1989. COELHO NETO, José T. O Que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense. 1988, 96 p. 12 ______. O Que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1980.109 p. CÔRTE, Adelaide Ramos; BANDEIRA, Suelena Pinto. Biblioteca escolar. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2011. 176 p. FAVERO, O (org.) Cultura popular e educação: memória dos anos 60. Rio de Janeiro: Graal, 1983. FLUSSER, V. A Biblioteca como um instrumento de ação cultural. R. Esc. Bibliotecon. UFMG. Belo Horizonte, v.12, n. 2. p. 145-169, set. 1983. ______. O Bibliotecário animador: considerações sobre sua formação. R. Esc. Bibliotecon. UFMG. Belo Horizonte, v. 9, n. 2. p. 131-138, set. 1980. GARCIA, Edson Gabriel (org.). Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola. [198-?]. 108 p. MORO, Eliane L. da Silva; ESTABEL, Lizandra Brasil. Ação cultural na biblioteca escolar. Disponível em: <htpp://www.echos.ufrgs.br/bibliotec/conteudos/T_a_ cultural.htm>. Acesso em: 12 abr. 2012. SILVA, Ezequiel T. da. Leitura na escola e na biblioteca. Campinas: Papirus,1986. 115 p. ______. Biblioteca escolar: quem cuida. In: GARCIA, Edson Gabriel (Org.). Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, [198-?] p. 27-33. UNESCO/IFLA. Manifesto Unesco/IFLA para a biblioteca escolar. 2000. Disponível em: <htpp://www.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese_brazil>. pdf. Acesso em: 16 dez. 2009. (Tradução para o português de Neusa Dias de Macedo). ______. Diretrizes da IFLA/UNESCO para a biblioteca escolar. 2005. (Tradução para o português (Brasil) do original inglês The IFLA/UNESCO School Library Guidelines. Disponível em: <htpp://www..ifla.org/VII/s11/pubs/sguide02.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2005. Tradução para o português de Neusa Dias de Macedo e Helena Gomes de Oliveira. VIANNA, Márcia Milton; CAMPELLO, Bernadete; MOURA, Victor Hugo Vieira. Biblioteca escolar: espaço de ação pedagógica. Belo Horizonte: EB/UFMG, 1999. Objetivos » Propor ações que estimulem o planejamento e o uso continuo dos serviços e dos recursos existentes nas bibliotecas escolares. » Ampliar a formação continuada dos profissionais que atuam nas bibliotecas e unidades escolares, contribuindo para uma maior interação e o aperfeiçoamento do processo pedagógico. » Propor e desenvolver atividades voltadas para ação cultural na biblioteca escolar. http://www.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese_brazil 13 UNIDADE ISERVIÇOS E PRODUTOS CAPÍTULO 1 Principais serviços e produtos oferecidos aos usuários Uma série de fatores vai definir e influenciar os serviços/produtos disponibilizados numa biblioteca escolar. A existência de recursos humanos em número suficiente e com qualificação técnica, os recursos financeiros, a qualidade e a organização do acervo, espaços físico, mobiliário e equipamentos adequados, integração entre os membros da comunidade escolar, constituem-se em alguns fatores que interferem diretamente na qualidade dos serviços oferecidos ao corpo de usuários da biblioteca escolar. Entretanto, a utilização de estratégias aplicadas no contexto escolar pode influenciar decisivamente a aproximação usuário/biblioteca, alicerçando na construção de leitores potenciais e satisfazendo as suas necessidades informacionais. Sanches Neto (1995 apud VIANA; CARVALHO; SILVA) ressalta a importância e a necessidade do uso de “artimanhas mercadológicas”, para motivar a frequência à biblioteca, como, por exemplo, criar vitrines [...] levando, assim, o livro para fora da biblioteca (para os lugares onde os alunos ficam quando não estão em aula). Expor o livro (como um produto) e levá-lo até ao aluno são estratégias sugeridas por esse autor. Para Carvalho (1981, p 22-29), o estímulo ao leitor deve ser feito por meio dos serviços oferecidos, implicando na mudança de comportamentos na escola e fora dela. Aprendendo a usar a biblioteca, o jovem estará recebendo lições de comportamento democrático, estará adquirindo responsabilidade para com o uso de coisa pública, ao mesmo tempo em que se dá conta das obrigações e do comportamento adequado dentro de um grupo, aprendendo a trabalhar em equipe e a respeitar os gostos e direitos dos outros. Nas concepções previstas no Manifesto da Unesco/Ifla (2000, p. 2), os serviços devem ser “oferecidos igualmente a todos os membros da comunidade escolar, a despeito de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua e status profissional e social”, bem como seguir os “preceitos da Declaração Universal de Direitos e Liberdade do Homem [...] e não deve estar sujeito a nenhuma forma de censura ideológica, política, religiosa, ou a pressões comerciais”. 14 UNIDADE I │ SERVIÇOS E PRODUTOS O mesmo Manifesto (p.3), recomenda que a biblioteca ofereça serviços efetivos e responsáveis, devendo agir da seguinte forma. » Formular política própria para os serviços de biblioteca, definindo objetivos, prioridades e serviços de acordo com o currículo da escola. » Aplicar padrões profissionais na organização e manutenção da biblioteca escolar. » Prover acessos a serviços e à informação a todos os membros da comunidade escolar, e funcionar dentro do contexto da comunidade local. » Incentivar a cooperação entreprofessores, gestores experientes na área escoar, administradores, pais, outros bibliotecários e profissionais da informação e grupos interessados da comunidade. Supervisão e Avaliação é outro aspecto contemplado no Manifesto da Unesco/Ifla (2000, p.5), como forma de garantir o supervisionamento contínuo e estabelecer parâmetros que permitem verificar o desempenho dos serviços. Estudos estatísticos devem ser levados a efeito periodicamente, a fim de identificar tendências. Deve ser feita uma avaliação anual que inclua as principais áreas do plano de ação, para verificar se as seguintes questões estão sendo atendidas. » As finalidades e os objetivos estabelecidos na biblioteca, do programa escolar e da escola. » As necessidades da comunidade escolar. » As necessidades de mudanças à medida que vão surgindo. » O provimento adequado dos recursos. » O custo benefício. Todavia, faz-se necessário estabelecer na avaliação de desempenho alguns Indicadores (de Uso, de Recursos, de Pessoas, de Qualidade, de Custo e Comparativos), o que permitirá monitorar e avaliar o cumprimento dos objetivos previstos. Indicadores de Uso » Empréstimos por membros da comunidade escolar (especificado tanto por estudante quanto por membro da equipe da escola) » Total de visitas à biblioteca por estudante e por membro da equipe da escola » Empréstimo por item do acervo (i. e., rotatividade dos recursos) » Empréstimos por hora (durante e após o horário das aulas) » Consultas de referência por membros da comunidade escolar (especificadas por estudante e por membro da equipe da escola) » Uso de computadores e de fontes de informação on-line 15 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I Indicadores de Recursos » Acervo total de livros por membro da comunidade escolar » Provisão de terminais/computadores pessoais por membro da comunidade escolar » Provisão de computadores com acesso on-line por membro da comunidade escolar Indicadores de Pessoas » Proporção de pessoal da biblioteca, considerado em equivalência de tempo integral, por membro da comunidade escolar » Proporção de pessoal da biblioteca, considerado em equivalência de tempo integral, por uso da biblioteca Indicadores de Qualidade » Pesquisas de satisfação do usuário » Grupos focais » Atividades de consulta Indicadores de Custo » Custos unitários de funções, serviços e atividades » Custos de pessoal por função (ex.: empréstimo de livros) » Custos totais da biblioteca por membro da comunidade escolar » Custos totais da biblioteca expressos em porcentagem sobre o total do orçamento escolar » Custos de meios de comunicação expressos em porcentagem sobre o total de custos da biblioteca Indicadores Comparativos » Comparar os dados estatísticos da biblioteca com serviços bibliotecários oferecidos por outras escolas de dimensão e características similares (benchmarking). (DIRETRIZES DA IFLA/UNESCO, 2000,p.6) 16 CAPÍTULO 2 Serviços oferecidos na biblioteca escolar A seguir, apresentamos alguns serviços/produtos que devem ser oferecidos aos membros da comunidade escolar. Programa de formação e orientação de usuários Programa e orientação voltados para a formação permanente de educação de seus usuários por meio de orientação e treinamento no uso de seus serviços. Utilização de catálogos físicos e automatizados. » Explicação dos sistemas utilizados na classificação do acervo e do arranjo dos materiais na estante. » Uso do computador para pesquisa e consulta e dos recursos disponíveis na Internet. » Orientações de como efetuar uma pesquisa bibliográfica; » Utilização correta dos materiais de referência (guias, enciclopédias, dicionários gerais e especializados etc.). » Atividades práticas de como elaborar uma referência bibliográfica, normalização de documentos, resumo etc., principalmente, para os alunos do Ensino Médio. » Noções de conservação e preservação dos acervos. Essa atividade poderá ser feita na biblioteca (com divisões de turmas) ou em um outro ambiente (auditório, sala de aula). » Palestra com os professores e alunos versando sobre direitos e deveres, horário de funcionamento, regimento interno, empréstimo de materiais, agendamentos de atividades no espaço biblioteca etc. Cabe ressaltar, que as atividades devem ser programadas em conjunto com os professores/equipe pedagógica e planejadas para acontecer a partir do início do ano letivo. Serviço de informação comunitária Visa a oferecer serviços de informação de interesse comunitário nas áreas de saúde, educação, cultura, transporte público, legislação, assistência social, emergência e defesa civil etc. Deve estabelecer parcerias junto aos setores públicos e privados, nos seguintes eixos. 17 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I » Saúde – divulgação de campanhas de vacinação, saúde bucal, doenças sexualmente transmissíveis, esclarecimentos sobre dengue etc. » Cultura – divulgação sobre eventos na comunidade (apresentações musicais, teatrais, lançamentos de livros, oficinas e cursos etc.). » Segurança – telefones e contatos da Guarnição de Bombeiros, Polícia Militar, Delegacias, defesa Civil, SOS Criança, Conselho Tutelar etc. » Assistência Social – divulgações sobre Bolsa-Família, Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, leis de proteção social, CRAS etc. » Trabalho – contatos com o Serviço Nacional de Empregos (SINE), inscrições de concursos públicos, bolsa de emprego, agências, documentação, cursos profissionalizantes, auxílio desemprego etc. » Educação – vagas disponíveis em creches e escolas, ONGs que desenvolvem atividades de educação complementar, cursos de Educação de Jovens e Adultos, Pro- Jovem, bolsas etc. Divulgando as novas aquisições na biblioteca Voltado para a divulgação aos usuários de qualquer material (bibliográfico ou não bibliográfico) adquirido pela biblioteca, pode ser feito por meio de expositores colocados próximo à entrada da biblioteca ou na área de circulação. Cartazes podem ser fixados nos murais da escola, paredes ou no quadro de avisos da biblioteca. Necessário que sejam bem elaborados, objetivando chamar a atenção dos usuários. Outra forma de divulgação consiste na elaboração de uma lista e encaminhá-la nas salas de aula, ao corpo diretivo e pedagógico, aos pais, ou enviá-lo por e-mail para aqueles que possuem correio eletrônico. Caso a escola ou a biblioteca possua uma página na Internet, deverão ser postadas as informações referentes aos serviços e produtos oferecidos pela biblioteca escolar. Os murais são, também, espaços que ajudam a divulgar os serviços e as atividades programadas, bem como informações voltadas ao interesse comunitário. Avisos gerais, anúncios, campanhas de interesse público e comunitário, reportagens veiculadas em jornais e revistas, fotografias etc., poderão ser fixados junto ao mural. Um outro veículo informativo elaborado pela equipe da biblioteca é o jornal ou boletim. Além de divulgar os serviços/produtos e as atividades desenvolvidas, sugere-se a inclusão de seções voltadas à leitura, à cultura, ao meio ambiente, à memória etc. Importante meio de veiculação da produção escolar,principalmente, de textos de alunos e professores, poderá ser em formato físico (impresso) ou on-line. 18 UNIDADE I │ SERVIÇOS E PRODUTOS Serviço de ouvidoria Serviço muito utilizado em diversas instituições públicas e privadas, que objetiva identificar a satisfação de seus clientes e usuários. É um serviço que permite a comunicação dos usuários da biblioteca, permitindo a avaliação e a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Conforme Côrte e Bandeira (2011, p.114), por ele os usuários podem: sugerir, criticar, elogiar, enfim, valer-se de seu direito de cidadão. Pode ser feito por qualquer meio de comunicação: pessoalmente, por telefone, por carta enviada à administração da biblioteca ou formulários colocados em urnas ou caixas de sugestões e reclamações. Para conferir a credibilidade à ouvidoria,é necessário que a biblioteca responda a toda e qualquer manifestação, mostrando ao usuário interesse pelas questões levantadas e a vontade de resolvê-las. Consulta local e empréstimo domiciliar Na grande maioria das bibliotecas escolares, o acesso dos usuários ao acervo é livre, ou seja, possibilita que os usuários tenham contato direto com os materiais organizados. É o chamado livre acesso. Impedir o acesso do público frequentador é uma forma de restringir o acesso às informações, tendo reflexos no crescimento intelectual, educacional e cultural dos educandos. Para Carneiro da Silva (1989, p.9): biblioteca toda arrumadinha, com tudo sempre no lugar, toda bonitinha é mau sinal! Ou melhor, é sinal de que não é constantemente usada; é sinal de que não é ‘fuçada’ por seus leitores e, portanto, não está desempenhando a sua principal função, qual seja, disseminar as informações contidas em seu acervo. Não queremos dizer com isso que a desorganização deve ser instaurada. Muito pelo contrário. Após o uso do material retirado da estante, ele deve ficar sob a mesa, e somente o profissional da biblioteca pode devolvê-lo ao local de origem, até mesmo porque todo o material consultado é registrado para fins estatísticos. Num Brasil de enormes desigualdades, é na escola que se inicia o primeiro e, às vezes, o único contato com materiais voltados à leitura e à pesquisa. Se existir biblioteca escolar, é ela quem deve propiciar e estimular o maravilhoso contato com o mundo da leitura e da informação. Da mesma forma se aplica em relação ao serviço de empréstimo domiciliar, permitindo que os usuários levem para casa materiais relacionados ao seu estudo ou ao lazer. É necessário que se estabeleça no Regimento Interno quais os materiais que poderão ser emprestados, bem como os prazos de devolução. Geralmente, as obras de referência (dicionários, enciclopédias, atlas, bibliografias etc.), jornais, revistas, entre outras, não são emprestadas, servindo como material de consulta local, ou utilizadas em sala de aula sob responsabilidade do professor. 19 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I Quando determinada obra tem muita demanda, que pode ser um romance, um livro de poesia, autoajuda, ou mesmo didático, utiliza-se o serviço de reserva de obras, seguindo o critério cronológico da solicitação pelo usuário. O empréstimo entre bibliotecas é um serviço que a ampliar o acervo da biblioteca, atendendo a uma necessidade por parte do usuário. Funciona da seguinte forma: o usuário solicita o empréstimo de determinado material não disponível na biblioteca da sua escola. O bibliotecário ou o responsável pela biblioteca efetua contato com bibliotecas congêneres parceiras instaladas em seu entorno, solicitando o material selecionado e emprestando ao leitor, anotando o prazo de devolução. 20 CAPÍTULO 3 Serviço de referência e informação Podemos dizer que, nas grandes e portentosas bibliotecas, a referência é considerada um serviço especial, enquanto que nas pequenas, toda ela funciona como um Serviço de Referência e de Informação. Referência pode ser definida como o seguinte. Termo que se aplica à relação entre a biblioteca e o usuário, em busca de uma informação; é a orientação que o pessoal da biblioteca pode oferecer ao usuário para que ele encontre a resposta procurada em seu estudo ou pesquisa ou, se a biblioteca não dispuser de meios para lhe oferecer essa resposta, deve- lhe indicar onde poderá obtê-la, seja por meio dos serviços de outra biblioteca ou instituição congênere, seja por meio de consulta à Internet. Tudo deve ser tentado para proporcionar ao leitor a resposta desejada ou o caminho para chegar a ela (BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p.93) Em síntese, o Serviço de Referência serve para orientar e localizar as solicitações dos usuários. Numa biblioteca escolar, subsidia os alunos na elaboração de suas obrigações escolares, possibilitando, também, o desenvolvimento de hábitos de pesquisa, mediante a utilização de diversas fontes de informação e recursos complementares, além de estimular hábitos de leitura. De fundamental importância nesse serviço, o bibliotecário de referência: [...] deve contar com bibliotecário familiarizado com o acervo, com a escola e com os direitos e deveres dos usuários, porque ele é o elo entre os leitores e o acervo bibliográfico. [...] Esse serviço também é responsável pela imagem da biblioteca e, portanto, uma das características dos funcionários desse setor é a habilidade para lidar com o público, ou seja, simpatia, paciência, compreensão, e vontade de ajudar. [...] O bibliotecário responsável pelo serviço de referência deve procurar sempre capacitar os alunos no uso da biblioteca e de seu acervo. É importante que o leitor tenha intimidade com a biblioteca e sinta-se parte dela. Além de sua atenção para com os compromissos escolares, deve estar atento para sugerir livros e outros materiais apropriados a cada faixa etária, respeitando o gosto e temperamento de cada leitor. Quanto aos professores, o bibliotecário deve ter o compromisso de mantê-los atualizados na literatura de sua área de atuação e colaborar no planejamento de atividades para os alunos, relacionadas com os serviços prestados pela biblioteca. (CÔRTE; BANDEIRA, 2011, p.106). Ainda segundo Côrte e Bandeira (2011, p.106-108), o bibliotecário de referência deverá estar capacitado para orientar os usuários nas seguintes consultas. » Consultas de caráter administrativo e de orientação espacial. 21 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I » Consultas sobre autor/título e usos dos catálogos manuais ou informatizados. » Consultas de localização de fatos. » Consultas de localização de materiais. » Consultas mutáveis. » Consultas de pesquisas. » Consultas inesperadas. Quadro 1 – Constituem-se etapas do processo de referência, conforme Grogan (2001) e Figueiredo (1992) Personagens da Etapa Denis Grogan Nice Figueiredo 1 – Usuário 1 – O PROBLEMA (pergunta) 2 – Usuário 2 – A NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO (conhecimento prévio) 3 – Usuário + Bibliotecário 3 – A QUESTÃO INICIAL (descrição do problema) 1 – SELEÇÃO DA MENSAGEM 4 – Usuário + Bibliotecário 4 – A QUESTÃO NEGOCIADA (entrevista) 2 – NEGOCIAÇÃO 5 – Usuário + Bibliotecário 5 – A ESTRATÉGIA DE BUSCA (onde e o que consultar) 3 – ESTRATÉGIA DE BUSCA 6 – Bibliotecário 6 – O PROCESSO DE BUSCA (busca da informação) 4 – BUSCA 7 – Bibliotecário + Usuário 7 – A REPOSTA (recuperação da informação) 5 – SELEÇÃO DA RESPOSTA 8 – Bibliotecário 8 – A SOLUÇÃO (resposta à pergunta) 6 – RENEGOCIAÇÃO Quadro 2 – Alguns tipos de questões e fontes de informação QUESTÕES FONTES Acontecimentos mundiais e nacionais Almanaque, recortes de jornais Assuntos bem atuais Recortes de jornais Assuntos bem genéricos Enciclopédias Assuntos com mais profundidade Dicionários ou enciclopédias especializadas Biografias Enciclopédias, dicionários biográficos Localização de pessoas, organizações Diretórios, listas telefônicas Lugares, países Almanaques anuais, atlas, dicionário geográfico Palavras (definição, em outras línguas, como usar) Dicionários linguísticos Fonte : Biblioteca Nacional, 2000, p. 94. As bibliotecas escolares que dispõem de acesso à Internet podem utilizar o Serviço de Referência Virtual. Iniciado eletronicamente e, em algumas vezes, em tempo real, disponibiliza aos usuários a utilização de computadores ou outras tecnologias da Internet, para se comunicarem com bibliotecários, sem a necessidade da presença física. Podem utilizar canais de comunicação 22 UNIDADE I │ SERVIÇOS E PRODUTOS que incluem chat por videoconferência, voz sobre IP, e-mail, mensagens instantâneas, telefone etc. No quadro abaixo, estão exemplificados alguns serviços com base manual e informatizado. Quadro 3 – Exemplos de serviço de referência e informação do manual ao informatizado Tipo de serviço Manual. Como acontece Informatizado ou virtual.Como acontece Fornecimento de documentos Circulação Consulta ao acervo Empréstimos entre bibliotecas Fornecimento de cópias Entrega de material no balcão Pesquisa em linha do acervo da biblioteca Fornecimento de cópias em linha Empréstimo entre bibliotecas Entrega de material via e-mail Prestação de auxílio bibliográfico Localização do material Verificação de referências Levantamentos bibliográficos Serviço de mensagens pela Internet Localizar, indicar ou encaminhar ao usuário por e-mail o material solicitado Formulários em linha para solicitação de levantamento bibliográfico Serviço de alerta Exposições Lista de novas aquisições Divulgação de novos serviços e produtos oferecidos pela biblioteca Divulgação de cursos oferecidos Boletins informativos em linha Alerta eletrônico no sítio da biblioteca Lista de novas aquisições em linha Lista de duplicatas em linha Formulário para solicitação de novas aquisições em linha Orientação ao usuário Guia bibliográfico Visitas orientadas Treinamento de usuários Orientação bibliográfica Normas de uso da biblioteca no sítio Fonte: Figueiredo, Nice (1996), citado por Carvalho, Lidiane dos Santos (2010), com adaptações. 23 CAPÍTULO 4 Pesquisa escolar A pesquisa escolar é uma das atividades desenvolvidas na escola e que, ao longo de décadas, tem gerado muitas discussões. Destacados autores, como Milanesi (1986), Carneiro da Silva (1995), entre outros, enfatizam que, com a introdução da Reforma do ensino, na década de 1970, foi introduzida a “pesquisa escolar”, objetivando desenvolver novas abordagens de ensino e aprendizagem, contudo, essas mesmas escolas não estavam suficientemente preparadas para atender esta demanda escolar. Pesquisar implica, necessariamente, em ter em seu alcance diversas fontes de informações, sejam elas bibliográficas ou não, ficando sob o encargo da biblioteca, a orientação dos seus usuários, colocando os seus recursos informacionais à disposição, além de sugerir ou indicar leituras, permitindo, assim, as condições condizentes para a complementação dos trabalhos escolares ou não. Entretanto, sem bibliotecas e acervos diversificados, aliado ao fato de que grande parcela do professorado da época (e com reflexos até os dias de hoje) herdou uma formação pedagógica em que essa nova modalidade de ensino e aprendizagem não se fez presente, quer na sua vivência discente, quer na sua formação profissional, o resultado foi e continua desastroso: pesquisa virou cópia de obras de referência (enciclopédias, manuais, almanaques etc.) e, num requinte de tecnologia, reprodução na íntegra do assunto a ser pesquisado nos sítios disponibilizados via Internet. Todavia, ressaltam-se os esforços empreendidos por muitos bibliotecários, professores, especialistas e entidades de classe, que se vêm destacando no sentido de modificar essa realidade no âmbito das escolas brasileiras, tais como: propostas e alteração de currículos na formação de professores e bibliotecários; realização de encontros, conferências e seminários, em que são debatidos e apresentados relatos de pesquisas e experiências sobre a temática. Para Silva (2012, p. 3), alguns fatores justificam a falta de intimidade da escola com a pesquisa. Um deles é que o sistema de ensino que forma o aluno e que, obviamente, formou o professor, ou seja, as mesmas dificuldades (deficiência) e/ou qualidades que o ensino tiver, provavelmente, o aluno herdará. Assim, se a pesquisa não foi um elemento presente na escola básica do professor, é provável que ele pouco incentive, sendo o modelo de pesquisa a ser utilizado o último mais recente que teve, ou seja, o da faculdade. No cotidiano escolar, podemos encontrar o modelo de pesquisa que, em muitos aspectos, assemelha-se ao modelo universitário. Esse modelo pode até ser compatível aos alunos maiores, que têm autonomia e maturidade escolar, entretanto, mas não é o indicado para os menores, pois ainda necessitam de acompanhamento próximo, tanto do professor quanto do bibliotecário escolar, para estruturar sua pesquisa, para identificar as fontes apropriadas ao assunto. Assim, para os alunos do Ensino Fundamental, há muito que ser feito nesse aspecto, pois falta clareza nos procedimentos a serem usados na escola, inclusive a concepção de pesquisa que a escola tem. 24 UNIDADE I │ SERVIÇOS E PRODUTOS Em estudo realizado por Neves (2000) que investigou a questão da pesquisa escolar a partir dos alunos da 4a série1 do Ensino Fundamental, além de identificar o desempenho dos diversos componentes que fazem parte da relação ensino-aprendizagem (alunos, professores, bibliotecários e equipe da biblioteca), a autora destacou uma série de situações que demonstraram a “inadequação do processo em relação aos objetivos a serem atingidos”, entre os quais destacamos os seguintes. 1. A dependência dos alunos no momento de selecionar as fontes de informação; essas lhe são entregues sempre pelo bibliotecário ou atendentes, havendo um comportamento passivo dos alunos, diferentemente de quando buscam leituras recreativas, ocasião em que eles próprios se dirigem às estantes, para escolher o livro que desejam ler. 2. A utilização de uma única fonte; assim que encontram um texto que contém de forma direta e objetiva o tópico da pesquisa, os alunos se dão por satisfeitos. 3. Cópia dos textos que são considerados significativos para os propósitos dos trabalhos; ‘não foi observado um momento de discussão, no sentido de levantar as ideias principais e promover a síntese e a crítica do texto lido. A discussão que ocorre, na maioria das vezes, é para decidir até onde o texto deverá ser copiado. 4. A pesquisa é quase sempre feita em grupos e o pessoal da biblioteca auxilia na medida em que seja possível atender a determinado número de grupos que chegam concomitantemente à biblioteca. Além de entregar os materiais aos alunos, os atendentes os orientam para que leiam, resumam e citem as fontes consultadas, sem, entretanto, acompanhar o processo até o final. 5. O trabalho resultante (quase sempre um texto escrito), ao qual o professor atribui um conceito, não é avaliado sob a ótica do processo e nem há retorno dos resultados para o pessoal da biblioteca. (NEVES, 2000 apud CAMPELLO, B. [200-?], p. 17-18). Em suas considerações finais, a pesquisadora destacou a necessidade de melhorar a relação sala de aula e biblioteca, estabelecendo uma interatividade entre os seus elementos, no caso, professores, bibliotecários e equipe da biblioteca, pois “a prática da pesquisa bibliográfica, nos últimos vinte e sete anos, não vem contribuindo para que o aluno da escola fundamental desenvolva competências, para a busca independente de informações, como estratégia para a aprendizagem formal e informal, então, esta prática precisa ser repensada”. (NEVES, 2000, p. 161) A falta de conhecimento do acervo da biblioteca por parte do professor é um dos fatores que acabam prejudicando o desenvolvimento das atividades relacionadas à pesquisa. Estabelecer uma frequência contínua à biblioteca, se inteirar sobre o acervo, repassar orientações aos membros da biblioteca quanto ao tipo de tarefa repassada ao aluno, constituem-se estratégias que irão facilitar o cumprimento dos objetivos traçados. 1 Atual 5o 25 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I Como forma de qualificar e orientar o trabalho do professor, cabe ao bibliotecário apresentar as diversas fontes disponíveis em relação à área de cobertura do assunto. Na ausência de acervo significativo, poderá, ainda, buscar a complementação mediante contato com outras bibliotecas e utilizar recursos em base de dados eletrônicos. O importante nesse processo é que professores e bibliotecários façam um planejamento prévio, elaborando conjuntamente as atividades e definindo as estratégias para a sua consecução. No sentido de orientar o aluno na realização da pesquisa, sugere-se, de acordo com Côrte e Bandeira (2011, p.122-123), que o profissionalbibliotecário adote os seguintes procedimentos. » Identificar o aluno: série, idade e o objetivo do trabalho. » Levar o aluno a entender com segurança o assunto que pretende estudar. » Verificar se está claro, para o aluno, o que o professor solicitou. » Levar o aluno a entender a amplitude da exigência do professor. » Conscientizar o aluno sobre a importância da pesquisa a ser realizada. » Motivar o aluno a se aprofundar na busca da informação. » Fornecer meios para ampliar as possibilidades de busca. » Levar o aluno a identificar na biblioteca os livros e outros materiais sobre o assunto. » Acompanhar a seleção dos documentos a serem lidos, de acordo com o tempo disponível e as características do trabalho. » Incentivar o aluno a não copiar, mas escrever com suas próprias palavras, a ideia transmitida pela fonte consultada. » Resumir os documentos lidos. » Buscar ilustrações se for o caso. » Verificar o prazo de conclusão do trabalho. » Zelar pela apresentação final do trabalho. » Lembrar ao aluno que todo trabalho escolar deve obedecer a regra de apresentação, no que concerne à autoria, à introdução, ao desenvolvimento, à conclusão e à bibliografia consultada. Em relação às pesquisas na Internet, devem seguir os mesmos procedimentos adotados na pesquisa manual. Entretanto, algumas medidas devem ser tomadas em relação à seleção prévia de alguns sítios e endereços eletrônicos; a restrição ou liberação de acesso e como selecionar os textos a serem utilizados, bem como o total controle em relação ao acesso a sítios inapropriados ou com informações desatualizadas. 26 UNIDADE I │ SERVIÇOS E PRODUTOS Instalar filtros de acessos a conteúdos, bloqueio de envio de informações pessoais, limitação de tempo de uso, entre outras, são medidas que visam a garantir segurança e controle, pois a Internet no espaço escolar tem a função educativa e cultural. É importante acrescentar que os professores e a equipe da biblioteca tenham formação permanente, pois só assim estarão familiarizados com os progressivos recursos tecnológicos. Na sequência, são disponibilizados alguns endereços eletrônicos com conteúdo educativo que podem ser acessados sem nenhum custo adicional. » http://www.klickeducacao.com.br – Portal educativo. » http://revistaescola.abril.com.br – Revista em formato eletrônica com ênfase na educação. » http://objetoseducaionais2.mec.gov.br – Repositório do Ministério da educação em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Rede Latino-Americana de Portais Educacionais e a Organização dos Estados Ibero-Americanos. Disponibiliza livre acesso em diferentes formatos (áudio, vídeo, software educacional etc.). » http://www.bussolaesclar.com.br – Reúne temas e desdobramentos em diversas áreas do conhecimento, além de informações sobre o Brasil. » http://www.dominiopublico.gov.br – Biblioteca virtual do Ministério da Educação com acesso a obras literárias, artísticas, científicas. » http://www.biblio.com.br/ – Biblioteca de literatura virtual portuguesa. Disponibiliza diversos gêneros literários de autores brasileiros e portugueses. » http://www.eci.ufmg.br/gebe/index.php?m=P – Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar/Escola de Ciência da Informação da UFMG. Reúne pesquisadores e estudantes voltados ao ensino, à pesquisa e extensão e à função educativa da biblioteca escolar. Disponibiliza uma base de dados (LIBE) com textos sobre a biblioteca escolar brasileira. » http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/ – Reúne textos voltados à educação brasileira. – Quais os serviços oferecidos na biblioteca da sua escola? – Quais os horários em que a biblioteca é mais frequentada? – Quais os procedimentos adotados em relação ao empréstimo domiciliar? – Existe Serviço de Ouvidoria? Em caso afirmativo, como funciona? – Na sua biblioteca é desenvolvido algum programa de orientação ao usuário? – Há uma relação interativa entre professor e equipe da biblioteca em relação às pesquisas escolares? Explique. http://www.klickeducacao.com.br/ http://revistaescola.abril.com.br/ http://objetoseducaionais2.mec.gov.br/ http://www.bussolaesclar.com.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.biblio.com.br/ http://www.eci.ufmg.br/gebe/index.php?m=P http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/ 27 SERVIÇOS E PRODUTOS │ UNIDADE I – Como os recursos da Internet são utilizados na biblioteca. – Como é feita a avaliação de desempenho dos serviços na sua biblioteca? São estabelecidos alguns indicadores? CAMPELLO, Bernadete. A função educativa da biblioteca escolar no Brasil: perspectivas para o seu aperfeiçoamento. Disponível em <http://gebe.eci.ufmg.br// dowloads/ENANO54.pdf.> Acesso em: 9 abr. 2012. CARVALHO, Maria da Conceição. Internet e pesquisa escolar. In. Campello, Bernadete et al. A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p. 33-36. NOGUEIRA, Natalina. Orientações de como fazer bons trabalhos escolares. Disponível em: <http://www.scribd.com.doc/27745832/ORIENTACOES-DE-COMO- FAZER-BONS-TRABALHOS-ESCOLARES.> Acesso em: 31 ago. 2010. NEVES, Iara C. Bitencourt. Pesquisa escolar nas séries iniciais do ensino fundamental: bases para um desempenho interativo entre sala de aula e biblioteca escolar. 2000. Tese (Doutorado em Ciência da Informação e Documentação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo. KUHLTHAU, Carol. Como usar a biblioteca na escola: um programa de atividades para o ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. SILVA, Rovilson José da. Desafios da relação pesquisa, escola e biblioteca escolar. Disponível em: <http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=425>. Acesso em: 9 abr. 2012. http://gebe.eci.ufmg.br//dowloads/ENANO54.pdf http://gebe.eci.ufmg.br//dowloads/ENANO54.pdf http://www.scribd.com.doc/27745832/ORIENTACOES-DE-COMO-FAZER-BONS-TRABALHOS-ESCOLARES http://www.scribd.com.doc/27745832/ORIENTACOES-DE-COMO-FAZER-BONS-TRABALHOS-ESCOLARES http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=425 28 UNIDADE IIATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR CAPÍTULO 1 Promovendo a ação cultural Lembramos que todas as atividades requerem um planejamento mínimo. O ideal é que o planejamento contemple atividades que possam ser desenvolvidas no decorrer do ano letivo (semanal, mensal, bimestral, semestre etc.). Algumas atividades são realizadas com os recursos existentes na biblioteca e na escola. Outras atividades que necessitam de investimentos financeiros (locação sonorização, equipamentos, cenários, decorações, cachês etc.) deverão ter detalhamento de todas as etapas, inclusive, com propostas de um “Plano B”, estabelecendo outras alternativas, caso a ideia inicial não possa ser executada. Não podemos esquecer de que imprevistos fazem parte do contexto. Parte dos recursos deve ser obtida junto ao órgão em que a escola/biblioteca tenha vinculação administrativa (a Secretaria de Educação do município ou do Estado) e às Associações de Pais e Mestres (APPs). Entretanto, a biblioteca deve começar a dispor de outras alternativas, tais como o envolvimento com empresas, comércio, ONGs do entorno comunitário, e por meio da Associação de Amigos da Biblioteca, que poderá ser fundada, e que tenha, entre seus diretores, pessoas representativas da comunidade. Ao programar a atividade cultural, Pimentel (2007, p.78) destaca alguns aspectos. » O calendário cultural. » O perfil cultural da comunidade escolar. » A qualidade do evento e sua relação com a leitura. » O tempo de duração que não poderá ser extenso e deverá obedecer a um cronograma preestabelecido, para não prejudicar o bom funcionamento da biblioteca. » O horário adequado à atividade. » A frequência ou a repetição de apresentação de uma mesma atividade. » Os recursos para a realização do evento, desde mesas, cadeiras, microfone, TV, vídeo etc. » A divulgação. Um relatório de avaliação deve ser feito para cada atividadeprogramada, identificando pontos positivos e negativos e, quando possível, fazer em conjunto com os participantes. 29 ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR │ UNIDADE II O calendário cultural é um instrumento bastante utilizado nas escolas brasileiras. É constituído de datas, pessoas e fatos decorrentes da história brasileira, sendo assim, objeto de comemoração. A seguir, uma proposta de calendário cultural que deverá ser adaptado conforme os componentes culturais e históricos de cada região. Calendário de datas comemorativas Janeiro Fevereiro 1. Dia do Ano Novo Dia da Confraternização Universalização 4. Nascimento de Casimiro de Abreu – poeta 5. Criação da 1ª tipografia no Brasil 6. Dia de Reis 7. Dia da Liberdade dos Cultos 14. Dia dos Enfermos 20. Dia de São Sebastião – aniversário da cidade do RJ Nascimento de Euclides da Cunha Dia do Farmacêutico 21. Dia Mundial da Religião 24. Dia da Previdência Social Dia da Constituição 25. Criação dos Correios no Brasil Dia do Carteiro Aniversário da cidade de São Paulo 30. Dia da saudade Dia do Portuário 5. Autorização da 1ª tipografia brasileira em Salvador Dia do Dactilocopista 7. Dia do Gráfico 18 a 23. Semana Nacional Contra o Álcool 21. Dia da conquista de Monte Castelo pela FEB 23. Dia do Boticário 27. Dia do Agente Fiscal da Receita Federal Geralmente, no mês de fevereiro, acontece o Carnaval, considerado a maior festa da cultura popular brasileira. Março Abril 1. Dia do Turismo 2. Dia Nacional do Turismo 3. Dia do Metereológico Criação do Estado do Amazonas 4. Dia do término da Guerra do Paraguai 7. Dia os Fuzileiros Navais 8. Dia Internacional da Mulher 12 a 19. Semana Nacional da Biblioteca 14. Dia Nacional da Poesia Dia Nacional do Vendedor de Livros Nascimento de Castro Alves 15. Dia do Circo 19. Dia da Escola 21. Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial 23. Dia Mundial da Meteorologia 27. Dia do Teatro Última semana: semana da Merenda escolar 1. Dia da Abolição da Escravatura dos Índios Dia da Mentira 2. Dia Internacional do Livro Infantil 6 a 12. Semana do Leite 7. Dia do Médio Legista Dia Mundial da Saúde 8. Dia Mundial de Combate ao Câncer 15. Dia do Desenhista 18. Dia do Livro Dia de Monteiro Lobato 19. Dia do Índio 20. Dia do Diplomata 21. Dia de Tiradentes Data da transferência da Capital Federal para Brasília Dia do Café 22. Dia do Descobrimento do Brasil Dia da Comunidade Luso-Brasileira 22 a 28. Semana da Educação 23. Dia do Escoteiro 27. Dia da Empregada Doméstica 30. Dia do Ferroviário – Inauguração da 1ª Estrada de Ferro no Brasil 30 UNIDADE II │ ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR Maio Junho 1. Dia Internacional do Trabalho Nascimento do escritor José de Alencar 5. Dia Nacional das Comunicações Dia do Expedicionário 5 a 10. Semana de Osório 8. Dia do Artista Plástico 10. Dia do Campo 12. Dia da Inauguração do telégrafo no Brasil 2° Domingo. Dia das Mães 12 a 20. Semana da Enfermagem 13. Dia da Abolição da Escravatura no Brasil Dia da Imprensa Criação da Biblioteca Nacional 15. Dia do Assistente Social 24. Dia do Detento Dia do Vestibulando 25. Dia do Trabalhador Rural Dia da Indústria Dia do Massagista 5. Dia da Ecologia – Dia Mundial do Meio ambiente 7. Dia da Liberdade de Imprensa 10. Dia do Divino Espírito Santo 11. Dia do Educador Sanitário Dia da Marinha e da Batalha Naval do Riachuelo 12. Dia dos Namorados Dia do Correio Aéreo Nacional 18. Dia do Imigrante Japonês 21 a 27. Semana Nacional do Livro 24. Dia da Comunidade Britânica 25. Dia do Imigrante 26. Dia da Telefonista 29. Dia dos Pescadores Julho Agosto 1ª Semana. Prevenção contra incêndios Semana Nacional da Educação 1. Dia dos Bancários Dia do Hospital 2. Dia dos Bombeiros 4. Dia Internacional do Cooperativismo 8. Dia do Panificador 15. Dia Nacional dos Clubes 16. Dia do Comerciante 19. Dia do Futebol 20. Dia Internacional do Amigo 22 a 28. Semana da agricultura 25. Dia do Escritor Dia do Motorista 26. Dia da Vovó 28. Dia do Agricultor 1 a 31. Mês do Folclore 2° Domingo: Dia dos Pais 1. Dia do Selo 3. Dia do Tintureiro 5. Dia do Carteiro Dia Nacional da Saúde 11. Dia dos Garçons Dia Internacional da Logosofia Dia do Direito – Dia do Advogado e Magistrado Dia do Estudante 12. Dia Nacional de Artes 13. Dia do Economista 18 a 25. Semana do Exército 19. Dia Mundial da Fotografia 19 a 23. Semana do Livro Escolar 21 a 28. Semana Nacional da Criança Excepcional 22. Dia Nacional do Folclore 24. Dia dos Artistas 25. Dia do Soldado brasileiros 31 ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR │ UNIDADE II Setembro Outubro 1 a 7. Semana da Pátria 5. Dia da Amazônia 6. Dia do Alfaiate Dia do Barbeiro e Cabeleireiro 7. Dia da Proclamação da Independência do Brasil – Dia da Pátria 8. Dia Internacional da Alfabetização 9. Dia do Veterinário Dia do Administrador de Empresas 10. Dia da Imprensa 13. Dia do Agrônomo 18 a 23. Semana da Comunidade 21. Dia da Árvore Dia do Radialista – Dia do Rádio 22. Dia da Juventude 27. Dia dos Anciãos 28. Dia da Lei do Sexagenário e da Lei do Ventre Livre 30. Dia da Secretária 1° Domingo. Dia do Prefeito e dos Municípios 1. Dia do Agente Comercial Dia do Viajante Comercial e representante comercial 3. Dia do Dentista 4. Dia Internacional dos Animais 4 a 10. Semana de Proteção aos Animais 7. Dia do compositor 12 a 18. Semana da Criança 12. Dia da Criança Dia do Descobrimento da América Dia da Padroeira do Brasil Dia do Mar Dia do Engenheiro Agrônomo 15. Dia do Professor 17 a 23. Semana da Aeronáutica 18. Dia do Médico 19 a 25. Semana Nutricionista 23. Dia de Santos Dumont – Dia do Aviador 23 a 29. Semana do Livro 24. Dia das Nações Unidas 28. Dia do Funcionário público 29. Dia Nacional do Livro 30. Dia do Comerciário Novembro Dezembro 1 a 8. Semana do Urbanismo 1. Dia de Todos os Santos 2. Dia de Finados 4. Dia Mundial do Rádio Amado Dia do Inventor 5. Dia da Cultura 10. Dia do Trigo 11. Dia do Armistício da 1ª Guerra Mundial 14. Dia dos Bandeirantes Dia Nacional da Alfabetização 15. Dia da Proclamação da República 19. Dia da Bandeira 20. Dia da Consciência Negra 21. Dia da Homeopatia 22. Dia da Música 25. Dia Universal do Doador de Sangue 26. Dia do Ministério público 28. Dia do Soldado Desconhecido Última Semana: Semana de prevenção contra Acidentes de Trabalho 2. Dia Nacional do Samba Dia Pan-Americano da Saúde 4. Dia Nacional da Propaganda Dia do Trabalhador em minas de carvão 5. Fundação da Cruz Vermelha Brasileira 6 a 13. Semana da Marinha brasileira 8. Dia Nacional da Família – Dia da Justiça 10. Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos 11. Dia do Engenheiro e do Arquiteto 13. Dia do Marinheiro Dia do Deficiente Visual 15. Dia do Jornaleiro 21. Dia do Atleta 25. Dia de Natal 28. Dia do Salva-Vidas Dia da Marinha Mercante 31. Véspera do Ano-Novo 32 UNIDADE II │ ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR A partir do calendário, podemos planejar atividades de alcance cultural e educativo, como, por exemplo, na semana alusiva ao Folclore (agosto), uma série de atividades podem ser realizadas (apresentações de grupos locais folclórico e para-folclórico, palestras, pesquisa junto ao acervo das manifestações de cada região, biografia dos principais folcloristas brasileiros, exibição de documentários, dramatizações sobre as lendas e mitos, depoimentos de integrantes de grupos, exposições etc.), pois engloba uma variedade de manifestações de norte a sul do Brasil, envolvendo o seguinte. » Mitos e Lendas: como a Mula-Sem-Cabeça, do Saci-Pererê, do Boitatá etc. » Músicas: de roda, de cantiga, modas de viola, serenatas, instrumentos musicais, como o agogô, o cavaquinho, o reco-reco, ochocalho, a maraca, o pandeiro, a sanfona, o tamborim, o berimbau etc. » Festas: como o Carnaval, as festas juninas, a Iemanjá, o Divino Espírito Santo. » Danças: quadrilhas, fandango, frevo, lundu, jongo, maculelê, batuque. » Jogos, brincadeiras e atividades lúdicas: como a víspora, o correio elegante, o truco, a cabra-cega, o pau de sebo, o pião, o palitinho, o estilingue, a peteca, as pipas, o esconde-esconde, a bola de gude e outros mais. » Tradições orais: como trava-línguas, adivinhações, histórias e anedotas. » Artes e Artesanatos: como a cerâmica, as rendas, a cestaria, as máscaras, a arte plumária indígena, o trabalho com couro, madeira, metais, a literatura de cordel etc. » Ritos e Crenças: como as defumações, a malhação de Judas, as procissões, as benzedeiras, o uso de talismãs e amuletos, simpatias etc. » Técnicas de subsistência: como, por exemplo, as relacionadas ao garimpo, à pesca, à agricultura, ao pastoreio. (HOELTGEBAUM, 1995, p. 46) Na semana do livro e da biblioteca, devem-se planejar atividades envolvendo escritores locais, tais como: palestras, lançamento de livros, pesquisas dirigidas sobre determinado(s) autor(es), troca de livros entre os usuários e franqueada à comunidade, contações e dramatizações de histórias, vídeos etc. . IMPORTANTE: Temos que tomar cuidado ao planejar as ações escolares, pois não podem ser feitas tendo como base apenas as datas festivas presentes no calendário escolar e, assim, ficar reproduzindo, numa sequência de anos letivos, as mesmas atividades sem sentido. A principal função do planejamento é antecipar situações, para favorecer a aprendizagem. Por isso, as atividades devem estar a serviço do currículo escolar e do aprimoramento cultural. O momento de planejar envolve elementos relacionados à pesquisa, reflexão e tomada de decisão. Para sua elaboração, devemos refletir se as ações da escola estão levando à aprendizagem dos alunos, 33 ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR │ UNIDADE II para mantê-las ou mudá-las. Reflita e justifique a necessidade de continuarem acontecendo, e quais os valores que merecem ser destacados. No momento da reflexão, torna-se importante saber por que a escola e a biblioteca continuam a comemorar determinadas datas. Atividades que estimulem a memória local Tem como objetivo desenvolver, principalmente, com professores das disciplinas de História e Geografia, pesquisas voltadas à memória do bairro, que poderá acontecer por meio de entrevistas com antigos moradores, ex-estudantes, ex-diretores, lideranças comunitárias abordando aspectos sociais, culturais, ambientais, históricos etc. Materiais coletados, como fotografias, filmes, objetos, cartas, e outras fontes, serão registrados e catalogados visando a criar um acervo específico na biblioteca sobre a memória local. Atividade de prevenção, conservação e restauração do acervo Permite repassar por meio de palestras, vídeos e oficinas, noções de conservação preventiva dos acervos, identificando os principais agentes causadores da deterioração dos acervos documentais (brocas, cupins, páginas quebradiças, fungos etc.). Sugere-se a realização de exposição de livros danificados pela ação humana, como, por exemplo, com páginas riscadas, rasgadas, manchadas (água, baton, chocolate etc.), dobradas, costuras danificadas, falta de páginas, de capas etc., que poderá ser por meio de materiais danificados existente no acervo da biblioteca. Algumas bibliotecas realizam oficinas de encadernação e de pequenos reparos, ofertando, inclusive, vagas para os alunos. Trata-se de uma boa estratégia visando à educação dos usuários. A seguir, recomendações dirigidas aos usuários da biblioteca, objetivando orientar quanto aos princípios de preservação. » Manter sempre as mãos limpas. » Usar ambas as mãos ao manusear gravuras, impressos, mapas etc. sobre superfície plana. » Não permitir a entrada de alimentos e bebidas em local onde haja acervo. » Não fumar onde haja guarda de papéis ou outros materiais inflamáveis, evitando possíveis incêndios. » Não umedecer os dedos com saliva para folhear as publicações. O papel guardará um depósito de ácidos e de bactérias que, por mínimo que seja, prejudicará o material, com o tempo. » Não apoiar livros em superfícies irregulares. 34 UNIDADE II │ ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR » Não deixar o livro aberto com a lombada para cima e nem com objetos entre as páginas. » Não usar canetas a tinta ou esferográficas para tomar anotações. Um descuido qualquer poderá produzir na obra uma mancha indelével. Use apenas lápis. Quando tiver de tomar notas, nunca escreva tendo livros e documentos como apoio. Eles ficarão marcados. » Jamais dobrar o papel, pois uma dobra, com o tempo, se torna uma ruptura. Por isso, não guarde mapas e outros papéis de grande tamanho dobrados ou em gavetas pequenas. Existem móveis apropriados para esse tipo de material. » Não prender as páginas com clipes de metal ou grampeá-las, pois os mesmos enferrujam ou marcam as páginas. » Ter controle quanto ao uso de colas plásticas (PVA), devido ao seu teor de acidez, que, por muitas vezes, geram manchas comprometedoras. Optar sempre que possível pelo uso da cola metilcelulose. » Nunca usar fitas adesivas em virtude da composição química da cola. Com o tempo, a cola que penetra nas fibras de papel desencadeia uma ação ácida irreversível. A fita perde seu poder de adesão e o papel fica manchado. As colas reversíveis e neutras, como a metilcelulose, são as ideais. » Não deixar dentro dos livros marcadores coloridos: cedo ou tarde a sua tinta se desprenderá e manchará o papel. » Jamais colocar gravuras, impressos, documentos diretamente uns sobre os outros, pois eles podem se colar ou permitir que os componentes químicos migrem de um para o outro. Separe cada folha, por papel neutro. » Evitar enrolar documentos, gravuras etc. O ideal é confeccionar embalagens – pastas ou portfólio – nas medidas necessárias com material neutro. » Nunca apoiar os cotovelos sobre os volumes de médio e grande porte durante as leituras ou pesquisas. Esse procedimento acarreta uma pressão nas costuras dos cadernos e nas lombadas que pode provocar o rompimento e desmembramento dos cadernos dos volumes. Nos livros colados (sem costura), o risco é maior. Recomenda-se o uso de um atril, quando o volume a ser consultado for de médio ou grande porte. » Nunca efetuar marcas nos livros, seja com grafites, tintas ou dobras nas partes superiores ou inferiores das folhas. Existem marcadores de páginas especialmente criados para esse fim. » Não retirar um livro da estante puxando-o pela borda superior da lombada, mas sempre pelo meio, deslocando para dentro os livros laterais. Evidentemente, para que isso seja possível, é necessário que haja folga entre os livros. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 105-107). 35 ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR │ UNIDADE II Atividades estímulo à leitura: hora do conto Atividade voltada, principalmente, para o público infantil, ajudando a estabelecer laços de aproximação com a biblioteca e o seu acervo. Requer um bom planejamento (faixa etária do público, material a ser trabalhado e relacionado com a faixa etária da criança, duração da estória, qualidades do contador, tais como boa dicção, interpretação, paciente, preparação do ambiente etc.). Pode ser acompanhada de fantoches, músicas, expressões mímicas etc. e prever atividades complementares: pinturas e desenhos referentes à estória narrada, nova versão da estória, palavras cruzadas literárias etc. Sarau e varal literário Apresentação de declamações poéticas com acompanhamento musical é sempre estimulante e envolvente. Devem-se aproveitar os talentos existentes na escola (alunos, professores e funcionários que escrevem poesias ou tocam instrumentos), que, muitas vezes, não são valorizados e estimulados. Podemos utilizar, ainda, livros do acervo de literatura, principalmente, poesias, e envolver atividadescom o conteúdo das obras e a divulgação do autor. Outra atividade pode ser a declamação de versos de compositores (rap, cancioneiro popular etc.). Conversas com escritores Está aí uma boa ideia para envolver e divulgar os escritores junto ao público. Realizar um café com literatura proporcionará estabelecer interatividade entre o escritor e o leitor, em que alguns aspectos serão discutidos, tais como: o conteúdo da obra ou do conjunto das obras, a trajetória literária, a importância do ato de escrever etc. No planejamento da atividade, recomenda-se a leitura dos livros do autor existentes na biblioteca, o que enriquecerá o debate. Feira de livros Constitui-se numa atividade que requer planejamento específico. Devem-se selecionar as editoras que participarão, definir percentuais de desconto para o público e os valores financeiros que retornarão para a biblioteca. Na feira, poderá ser criado um estande para troca de livros (duplicatas da biblioteca), contribuindo para aumentar o acervo da biblioteca. As feiras de livros constituem- se em excelentes espaços para conhecimento das publicações mais recentes, bem como os novos suportes (CD-ROM, DVDs, e-books etc.). Recomenda-se realizar lançamentos de livros e, também, conversas com os escritores (mediante palestras, mesa-redonda etc.). Clubes de Leitura Constituídos por pessoas que se reúnem a fim de trocar opiniões sobre determinados livros ou temas específicos. Professores de português e de literatura brasileira são peças-chave na constituição desses grupos. 36 UNIDADE II │ ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR Podem-se organizar atividades como, por exemplo, uma semana da poesia, período dedicado a algum autor de expressão local ou nacional, divulgando a produção literária, as mesas-redondas, os filmes etc. Concursos literários Podem ser de poesias, crônicas, contos etc. Servem para estimular a produção literária e a divulgação do jovem produtor cultural. Deve-se prever premiação aos participantes e, se possível, publicá-las em forma de livros impressos. Teatro de fantoche Gênero teatral voltado, principalmente, ao público infantil. Requer técnica especial, tanto para a confecção dos bonecos quanto para a interpretação. Tem forte apelo educativo e lúdico, pois facilita a expressão, desenvolve espírito de colaboração e o senso crítico. Exposições É um excelente recurso para a divulgação do trabalho na biblioteca. Para Antunes (2000, p.128), no planejamento dessas atividades, devem ser considerados alguns aspectos. » Tema: a eficiência da exposição dependerá, basicamente, da seleção dos temas. Eles podem girar em torno dos aspectos educativos, recreativos, artísticos, culturais, históricos etc. É importante que coincidam com eventos que se realizem tanto na escola quanto na comunidade, comemorações de acontecimentos e atividades programadas em torno de assuntos atuais. Os materiais variam entre fotografias, gravuras, pinturas, trabalhos manuais, textos, murais ou uma mistura de vários deles. » Local: é importante considerar o ambiente e a decoração dada a cada uma das exposições, de modo que alcancem a atenção do público e aumentem a assistência. Deverão ser realizadas num local de fácil aceso ao público. » Público: como esse tipo de atividade constitui uma das formas de maior acesso à comunidade , é necessário conhecer seus interesses, suas necessidades e inquietudes, cuidando para que os temas sejam interessantes. Essas atividades devem ser articuladas em conjunto com professores de diversas disciplinas (história, geografia, artes português e literatura e outras) e alunos, que poderão colaborar cedendo parte da produção escolar (trabalhos escolares fetos individualmente ou em grupos). Deve-se estimular que os pais ou qualquer pessoa integrante da comunidade apresentem trabalhos, desde que tenha relação com o tema selecionado. A duração da exposição merece atenção dos promotores. O ideal é que não ultrapasse mais de quinze dias. 37 ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR │ UNIDADE II Apresentação de peças teatrais e espetáculos musicais » Teatro: a apresentação teatral é uma atividade que promove e desenvolve a capacidade de expressão e de compreensão de textos, atuando diretamente no combate à timidez, agregando elementos importantes na formação cultural do indivíduo e dos grupos. Podem ser resultados de trabalhos desenvolvidos na escola, ou mediante convites a grupos locais. Muitas cidades promovem festivais de teatro em sua região, e a escola pode ser um dos locais selecionados para as apresentações. Por isso, o responsável pela biblioteca e o professor de artes deve procurar os responsáveis pela coordenação do festival (geralmente, promovidos pelas Secretarias de Cultura ou Fundação Cultural do município, SESC etc.) e demonstrar interesse pelos espetáculos. » Música e Dança: promover a apresentação de grupos ou artistas regionais constitui uma atividade importante e muito valorizada, divulgando os valores locais e estimulando a participação de outras pessoas na iniciação musical. A biblioteca, como espaço cultural, deve promover a apresentação de bandas, corais, grupos e intérpretes da cultura popular e das tradições folclóricas. » Ciclo de Filmes: o ideal é projetar filmes (nacional ou estrangeiro) adaptados de obra existente no acervo. Depois de cada sessão, deve ser feito um debate sobre o conteúdo do filme. » Palestras Educativas: devem-se estabelecer temas atuais ou conforme a necessidade da comunidade. Assuntos como meio ambiente, patrimônio histórico, drogas, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros, devem ser amplamente discutidos junto à comunidade. » Gincanas: além de proporcionar integração entre as classes, as gincanas culturais constituem-se importantes meios para estimular o uso da biblioteca. Construindo outras atividades Devido à riqueza educativa, cultural e informacional existente na biblioteca, outras atividades podem ser construídas no dia a dia escolar. Barreto (2012, p. 5-6) lista uma série de atividades que podem ser desenvolvidas mediante parceria entre o professor e o responsável pela biblioteca, tais como as seguintes. » Conhecendo o acervo da biblioteca: os alunos vão à biblioteca escolar e lá são recebidos pelo encarregado. Ele, tal qual um guia turístico, apresenta as seções de livros e indica pelo menos um exemplo de cada gênero, a fim de aguçar a curiosidade do usuário para os diferentes tipos de texto. Essa atividade proporciona ao usuário conhecer o acervo da biblioteca e auxilia a exploração do espaço durante o ano letivo. » Quem procura acha: nessa atividade, o professor distribui algumas indicações de leituras, respeitando o sistema de catalogação, e solicita que os alunos as encontrem nas estantes. Isso promove autonomia aos usuários. 38 UNIDADE II │ ATIVIDADES NA BIBLIOTECA ESCOLAR » Deu rato na biblioteca: os alunos são instigados pelo encarregado da biblioteca a achar livros antigos (de gêneros variados: romance, contos, crônicas, poesia, livros de arte, bibliografias etc.). Com os livros nas mãos, os usuários farão uma pesquisa mais aprofundada sobre a época em que aquele livro foi escrito, bem como seu autor e a obra. O resultado pode ficar registrado depois num mural dentro da biblioteca. Quem sabe sua biblioteca não possui um livro raro que será descoberto ou redescoberto pelos alunos? Essa atividade proporciona a valorização do acervo como um todo e possibilita a prática da pesquisa. » Troca-troca literário: os alunos de uma turma levam livros de literatura usados e trocam com colegas de outra turma. O troca-troca é mediado pelo encarregado da biblioteca, que organiza o desenvolvimento da atividade. O educador poderá, antes da sessão da troca, fazer uma pequena introdução sobre a importância da atividade. Isso possibilita a socialização dos alunos e de suas leituras. » Na caixa-postal: o professor solicita que os alunos escrevam cartas com teor crítico a respeito
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