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GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 1 2 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR QUESTÃO URBANA E PROBLEMAS URBANOS REFORMA URBANA, TRANSPORTE, ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E GENTRIFICAÇÃO A Reforma Urbana é um conjunto de políticas públicas e ações de readequação das cidades visado um melhor ordenamento do espaço urbano, democratizando suas estruturas e garantindo o seu acesso para as camadas economicamente inferiores da sociedade. Trata-se de uma perspectiva de melhorar a forma com que a cidade funciona para disponibilizar estruturas básicas em regiões periféricas, reaproveitar espaços subutilizados e ampliar as políticas de mobilidade urbana. A ideia de Reforma Urbana surge, no Brasil, como resposta a problemas urbanos que se acumulavam enquanto políticas desconectadas eram incapazes de resolvê-los. A reforma urbana: • Não se limita a uma remodelação do espaço físico; • É uma reforma social estrutural; • Promove o desenvolvimento socioespacial das cidades; Objetivos Específicos da Reforma Urbana: • Coibir a especulação imobiliária; • Reduzir o nível de disparidade socioeconômica- espacial intra-urbana; • Democratizar ao máximo possível o planejamento e a gestão do espaço urbano. Instrumentos para a implementação da reforma urbana: • Políticas e leis definidoras do território; • Democratizar o orçamento e o planejamento; Exemplos de Políticas Nacionais: • Estatuto da Cidade; • Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU), Política Nacional; de Desenvolvimento Regional e a Política Nacional de Ordenamento Territorial. Exemplos de Políticas Locais: • Plano diretor; • Lei de uso e ocupação do solo (LOUS); • Lei da ortoga onerosa, IPTU progressivo, usucapião, concessão do direito real de uso; • Zoneamentos (zoneamentos ambientais, socio- econômicos e patrimônio histórico); GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR 3 Exemplos de zoneamentos urbanos Outras políticas locais de intervenção urbanas com desdobramento territorial, exemplos: • Políticas ambientais, econômicas, de saúde e promoção social; • Políticas de democratização do orçamento e planejamento participativo; • Política de subsídios do transporte público. Exemplos de espaços democráticos para • Conselhos municipais e metropolitanos de trânsito, transporte e mobilidade urbana; • Conselhos municipais de saúde, habitação, saneamento ambiental e educação; • Comitês de acessibilidade; • Comitês de bacias hidrográficas. Quem planeja ou produz a cidade? Segundo o professor Roberto Lobato Correia, são: A. Os proprietários dos meios de produção, sobretudo as grandes indústrias; B. Os proprietários fundiários; C. Os promotores imobiliários; D. O estado; E. Os grupos sociais excluídos. O planejamento urbano afeta a forma como nos deslocamos. E também o tempo que gastamos nesses deslocamentos. A centralização de serviços como escolas, hospitais, comércio, bem como, oportunidades de trabalho e opções de lazer apenas em bairros centrais O planejamento urbano afeta o quanto gastamos para nos deslocar na cidade. Se a cidade cresce sem planejamento, o espraiamento urbano gera uma cidade distante, dispersa e desconectada. O planejamento urbano afeta a segurança. A diversidade de usos nos bairros diz respeito à oferta de possibilidades: comércio, bares e restaurantes, prédios residenciais, oportunidades de trabalho e demais serviços urbanos. O planejamento urbano afeta a equidade. O acesso a um imóvel depende do valor desse imóvel, do terreno e da área onde está localizado. Esse valor é determinado em função de fatores como a especulação imobiliária. O planejamento urbano afeta a capacidade de prevenção a eventos extremos. As mudanças climáticas são uma realidade. Fenômenos extremos, como tempestades e furacões, devem se tornar cada vez mais frequentes e intensos. Tanto a prevenção quanto a capacidade e agilidade de resposta de uma cidade diante dessas ocorrências depende, antes de tudo, do planejamento urbano. Mais sobre o assunto assista: ventos extremos e desastres socioambientais em ambientes urbanos https://youtu.be/33cHMelqKGg 4 GEOGRAFIA COM HEITOR SALVADOR Alguns dos principais problemas urbanos: • Desigualdades e segregação socioespacial; • Moradias Precárias; • Violência Urbana; • Especulação imobiliária; • Saneamento ambiental; • Resíduos sólidos; • Déficit habitacional; • Poluição atmosférica; • Impermeabilização dos solos; • Carência de espaços verdes. A gentrificação: O termo refere-se a processos de mudança das paisagens urbanas, aos usos e significados de zonas antigas e/ou populares das cidades que apresentam sinais de degradação física, passando a atrair moradores de rendas mais elevadas. Os “gentrificadores” (gentrifiers) mudam-se gradualmente para tais locais, cativados por algumas de suas características - arquitetura das construções, diversidade dos modos de vida, infraestrutura, oferta de equipamentos culturais e históricos, localização central ou privilegiada, baixo custo em relação a outros bairros -, passando a demandar e consumir outros tipos de estabelecimentos e serviços inéditos. Leitura complementar: A questão é urbana, estúpido! https://diplomatique.org.br/ e-a-questao-urbana-estupido/ Anotações: