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Profa. Elisângela Kvint UNIDADE II Empreendedorismo e Plano de Negócios Nesta unidade, você estudará a elaboração do modelo de negócio – Canvas, bem como suas etapas, podendo aplicar esse modelo em um futuro empreendimento ou ser o orientador na elaboração de um novo negócio. Veremos: Modelo de Negócios – Canvas; Canvas – nove blocos; Canvas – padrões de modelos de negócios; Estratégias para elaboração – Canvas; Construção do modelo de negócios; e Integração do Canvas com o Plano de Negócios. Apresentação Fonte: http://academiawashington.com.br/wp- content/uploads/2017/09/estudo.jpg Segundo Osterwalder e Pigneur (2010), “um Modelo de Negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização”. Desta forma, o Modelo de Negócios apresenta uma sintetização das funções principais de uma empresa em um quadro único de fácil leitura e interpretação: “[...] o modelo descreve a lógica de criação do negócio, quer dizer, mostra que o raciocínio e a interconexão das partes fazem sentido. Nesse ponto, deverá ser muito bem explorada a questão da entrega e captura de valor. A entrega diz respeito à forma de recebimento da oferta pelo cliente e a captura do valor refere-se à possibilidade de receber o retorno de como o cliente está percebendo o que está sendo entregue” (SEBRAE, 2013, p. 13). Modelo de negócios – Canvas Fonte: https://www.isdi.education/sites/def ault/files/noticias/modelos_de_nego cio_listado_0.png Osterwalder e Pigneur (2010) nos informam que, para a criação do Quadro do Modelo de Negócios, precisamos seguir três passos importantes: Imprimir o quadro em um pôster; Colocar o pôster em uma parede; e Desenhar o seu Modelo de Negócios. O quadro do modelo de negócios sugerido segue uma tendência de inovação que o empreendedor do século XXI precisa compreender e abraçar devido às novas realidades impostas pelo mundo globalizado, competitivo e disruptivo que vivemos atualmente. Canvas – Modelo de negócio (Business Model Generation) O empreendedor iniciará seu processo de elaboração do Modelo de Negócios considerando o quadro conforme idealizado por Osterwalder e Pigneur (2010) e que vemos abaixo: Canvas – Modelo de negócio (Business Model Generation) Fonte: adaptado de: OSTERWALDER e PIGNEUR (2010, p. 18). Parcerias principais Atividades- chave Proposta de valor Relacionamento com cliente Segmento de clientes Recursos principais Canais Estrutura de custos Fontes de receita Podemos perceber os nove blocos do Quadro do Modelo de Negócios (Canvas) com diferentes cores para facilitar a compreensão de cada bloco e de suas funcionalidades. Não há uma regra determinada para a utilização das cores em cada em dos blocos. A cartilha do Sebrae (2013) sobre o Quadro do Modelo de Negócios (Canvas) ainda nos fornece outras opções em relação ao uso das cores: Cores diferentes para comparar os modelos de ideias diferentes; Cores diferentes para cada estágio (Ciclo de Vida, por exemplo) da empresa; Testar novas formas de uso das cores em seu Quadro. Canvas – Modelo de negócio (Business Model Generation) A proposta de valor é a razão de existir da sua empresa – o que chamamos de “missão”. Nesse instante, o empreendedor deve ter trabalhado alguns dados e informações que ele pode verificar no mercado por diversos meios: sítios e vídeos na internet sobre o assunto, pesquisas efetuadas por ele ou por algum órgão ou instituto, verificação das necessidades dos clientes etc. Com isso, ele terá a resposta para o questionamento principal – O que vou fazer? Proposta de valor Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 21). Proposta de valor O que? O valor percebido pelos clientes pode ser medido tanto pela qualidade que o produto ou serviço oferecem, como por quesitos quantitativos: Qualidade: o cliente necessita de um produto ou serviço que apresente características que o diferenciem dos demais, tais como: design, qualidade, status, experiência do cliente, novidade, flexibilidade etc. Quantidade: o cliente necessita, nesse caso, de valores quantitativos para a escolha, tais como: preço, velocidade de entrega, facilidade de encontrar o produto ou serviço etc. Proposta de valor Fonte: https://econexao.com.br/wp- content/uploads/2019/02/Selo-de-qualidade.png). Nesse bloco, o empreendedor deve saber responder uma pergunta básica: “Para quem?” a empresa irá ofertar seus produtos e serviços. Há uma ligação íntima entre a proposta de valor e o segmento de clientes, uma vez que os dois são complementares: O que vou fazer e para quem vou fazer – as respostas a essas duas questões devem estar juntas, pois seu valor só terá razão para um segmento de clientes, bem como seus clientes devem saber reconhecer a proposta de valor que sua empresa oferece. Em resumo, devemos saber que clientes queremos encontrar para o novo negócio. Segmentos de clientes Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 25). Segmento de clientes Para quem? Na escolha pelo cliente, vemos diversos tipos de segmentação no mercado: Segmentos de clientes – público-alvo Fonte: autoria própria Tipo de segmentação Descrição Mercado de massa Tenta atingir o maior número de clientes possíveis, buscando um produto ou serviço em massa que seja escalável. Nicho de mercado Atende clientes específicos e especializados. Segmentado A empresa pode escolher um segmento de clientes para atendimento. Também pode escolher criar segmentos por classe, separando-os no atendimento, na oferta de produtos ou serviços. Diversificado Possui um número grande de clientes com diversas necessidades por meio da entrega de diversos produtos e/ou serviços. Exemplos: Marketplaces como o caso do Mercado Livre, Americanas, Magalu, Amazon, entre outros. Plataforma multilateral (ou mercado multilateral) Modelos de negócios que visam a atender dois tipos de segmentos de clientes com o mesmo produto ou serviço. Exemplo: segmento de cartões de débito e crédito ou os vales alimentação e refeição. Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta. Em relação ao modelo de negócios, podemos dizer que: I. Apresenta uma sintetização das funções principais de uma empresa em um quadro único de fácil leitura e interpretação. II. O quadro do modelo de negócios sugerido segue uma tendência de inovação que o empreendedor do século XIX precisa compreender e abraçar devido às novas realidades impostas pelo mundo globalizado. III. Descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) Apenas II e III. Interatividade Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta. Em relação ao modelo de negócios, podemos dizer que: I. Apresenta uma sintetização das funções principais de uma empresa em um quadro único de fácil leitura e interpretação. II. O quadro do modelo de negócios sugerido segue uma tendência de inovação que o empreendedor do século XIX precisa compreender e abraçar devido às novas realidades impostas pelo mundo globalizado. III. Descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) Apenas II e III. Resposta Neste terceiro bloco, o empreendedor precisa saber como será a comunicação com seu segmento de clientes para que possa apresentar, divulgar e vender seus produtos e serviços dentro de sua proposta de valor. Os canais que devem ser verificados neste item do Canvas são relacionados à comunicação, e também à distribuição e à venda. Podemos dizer que em Canais ainda temos que responder “Para quem?” a empresa deseja vender, verificando qual a melhor forma de comunicação. Canais Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 25). Canais Paraquem? Comunicação Conforme quadro abaixo, vejamos os tipos de canais e os exemplos de negócios: Canais – tipos Tipos de canais Exemplos de negócios Parceiros Indiretos – Distribuidores Fornecedores de combustíveis Parceiros Indiretos – Lojas parceiras Lojas de venda de celulares que fornecem a linha; Estante Virtual, loja na internet que reúne mais de 1000 sebos brasileiros Parceiros Indiretos – Atacados Fornecedores de grãos Parceiros Diretos – Equipe de Vendas Natura; Avon Parceiros Diretos – Loja Lojas de comércio em geral Parceiros Diretos – Web Loja na internet, Extra; Pão de Açúcar; Livrarias online Fonte: SEBRAE (2013, p. 28 e 29). No bloco Canais do Canvas, que devem ser consideradas a comunicação, a distribuição e a venda do produto/serviço aos clientes escolhidos na segmentação. Assim, podemos afirmar que os canais possuem cinco fases: Conhecimento: a comunicação da empresa para os clientes para que ela fique conhecida e possa efetuar suas vendas; Avaliação: mais uma vez a comunicação eficiente que também saiba transmitir a proposta de valor da organização; Compra: os canais disponibilizados para compra do produto/serviços pelo cliente: lojas físicas, lojas virtuais, parceiros etc.; Entrega: a chegada do produto ao cliente após a compra, utilizando canais próprios ou de parceiros para distribuição; Pós-venda: o suporte para o cliente por meio dos mais diversos meios de atendimento que são disponibilizados. Canais O terceiro bloco da parte de clientes nos auxilia a responder à questão: “Para quem?”. Neste bloco, veremos como a empresa deve efetuar o relacionamento com os seus clientes, que é parte fundamental para a atuação da empresa no mercado e para sua sobrevivência, pois tem vínculo direto com a conquista do cliente, a manutenção desse cliente (pela fidelização, encantamento e/ou sucesso do cliente) e a ampliação das vendas durante as fases do ciclo de vida do empreendimento. Relacionamento com clientes Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 29). Relaciona- mento com clientes Para quem? Atração No quadro abaixo, veremos os tipos de relacionamentos possíveis para o empreendimento: Relacionamento com clientes Relacionamento Definição Exemplos Assistência pessoal Interação humana, seja no ponto de venda, call center ou e-mail Serviços de TV a cabo Assistência pessoal dedicada Interação humana, com representantes inteiramente dedicados a grupos de cliente Bancos com gerente específico para orientar os clientes conforme perfil Self-service Cliente realiza o serviço por ele mesmo Restaurante que serve a quilo; Internet Banking Serviços automatizados Recursos de automação para que o cliente obtenha o produto ou serviço Máquinas de venda; Caixas eletrônicos; Streamings (Netflix) Comunidades Comunidades online para envolver clientes em torno de um produto ou de problemas que o produto resolve Clube Nespresso; Pão de Açúcar Mais Cocriação Busca o envolvimento do cliente para a criação/desenvolvimento de produtos e serviços Site de venda de camisetas em que os clientes criam seu próprio desenho Youtube Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 30). Alguns empreendedores podem se utilizar do que é chamado de “Mapa da Empatia”. Essa ferramenta ajuda na análise de clientes, uma vez que permite “desenvolver uma compreensão melhor do ambiente, dos seus comportamentos, das suas preocupações e aspirações” (Osterwalder e Pigneur, 2010, p. 131), em que são consideradas: O que o cliente sente e pensa – desejos e necessidades O que o cliente vê – o mercado e a sociedade O que o cliente escuta – influência da mídia, de amigos etc. O que o cliente diz e faz – comportamento, status, atitudes. Relacionamento com clientes Fonte: adaptado de: https://cargox.com.br/wp-content/uploads/2017/08/Entenda-a- import%C3%A2ncia-do-relacionamento-com-clientes-para-a-sua-empresa.jpg Relacionamento com o cliente No quinto bloco do modelo de negócio, vamos ter início em um dos dois quesitos financeiros que fazem parte do Canvas: a receita. Veremos como devem ser pensadas pelo empreendedor as formas de receita que o empreendedorismo terá com a venda de produtos e serviços que são disponibilizados para os clientes escolhidos na segmentação. Fontes de receita Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 31). Fontes de receita Quanto vou ganhar? Devemos lembrar que, neste momento, estamos verificando receitas e não o lucro da empresa. Para se obter o lucro, devemos chegar ao final do nosso Canvas e também preencher o bloco do “quanto vou gastar?”. A diferença entre esses dois blocos é que trará a lucratividade – um dos principais objetivos de qualquer empreendimento. Lucro = Receitas – Despesas ou Lucro = Quanto vou ganhar – Quanto vou gastar Fontes de receita Quadro: Fontes de Receita – Tipos. Fontes de receita – tipos Fontes de receita Definição Exemplos Vendas de recursos Mais conhecida e ainda a mais utilizada – relação direta com o cliente Comércio (lojas físicas ou virtuais) Pagamento pelo uso Uso de um produto por tempo determinado contra pagamento Serviço de entrega; Hospedagem (hotel ou Airbnb); Jogos online; Locação de automóveis Assinaturas Uso contínuo de um determinado serviço por um período de tempo TV a cabo; Sites de música; Streamings Aluguel – Leasing – Empréstimo Direito exclusivo semelhante ao pagamento pelo uso Hospedagem de sites; Aluguel de roupas e fantasias Licenciamento O produto ou serviço deve ser utilizado sem sofrer alterações Programas de computador Comissões / Corretagem Serviços de intermediação executados em prol de todas as partes envolvidas Corretores de imóveis; Corretoras de câmbio e de valores Anúncios Terceiro que utiliza seu espaço para divulgar produtos ou serviços Jornais; Revistas; Sites de pesquisa Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 32). Considerando as estratégias de competição por custo/preço, qualidade ou nicho, temos os seguintes mecanismos de precificação a serem levados em conta pelo empreendedor: Precificação fixa: preços variam conforme dados numéricos e estatísticos. Exemplos: preços de lista (fixos), preços de acordo com o volume comprado e preço conforme a característica do produto ou serviço (artigos de luxo terão valor de mercado muito superior). Precificação dinâmica: preços possuem maior variação porque estão vinculados às condições do mercado em que estão inseridos. Exemplos: preços de barganha (negociação entre partes), preço conforme oferta e demanda (mercado em tempo real – produtos nas feiras-livres) e leilões. Fontes de receita Fonte: https://www.facileme.com.br/wp-content/uploads/2017/05/fontes-de-receitas-1.png O empreendedor precisa saber como será a comunicação com seu segmento de clientes para que possa apresentar, divulgar e vender seus produtos e serviços dentro de sua proposta de valor. O bloco do Canvas que trabalha esses critérios é: a) Proposta de valor. b) Segmento de clientes. c) Canais. d) Relacionamento com clientes. e) Fontes de receita. Interatividade O empreendedor precisa saber como será a comunicação com seu segmento de clientes para que possa apresentar, divulgar e vender seus produtos e serviços dentro de sua proposta de valor. O bloco do Canvas que trabalha esses critérios é: a) Proposta de valor. b) Segmento de clientes. c) Canais. d) Relacionamento com clientes. e) Fontes de receita. Resposta A partir do momento que o empreendedor criou a sua proposta de valor e escolheu seus clientes, há necessidade da elaboração de toda a estrutura da empresa para que seja possível atender aos clientes conforme planejado. Podemos dizer que os recursos principais são as necessidades que o empreendimento precisa ter para vender aos clientes. Recursos principais Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 33). Recursos principais Como fazer? Os recursos principaisdevem ser “atividades mais importantes que a empresa deve fazer de forma constante para que o Modelo de Negócios funcione corretamente” (PEREIRA, 2012, p. 16). Esses recursos podem ser: Próprios: recursos adquiridos pela empresa para que auxiliem nas mais diversas atividades; Alugados: recursos contra pagamento de aluguel, empréstimo ou leasing e que serão utilizados no empreendedorismo; e Parceiros-chave: recursos utilizados de parceiros que auxiliam na venda de produtos e serviços. Recursos principais Fonte: https://www.oficinadanet.com.br/imagens/post/13308/canvas-recursos.jpg Recursos principais Ainda podemos classificar os recursos conforme o quadro Recursos Principais – Tipos: Recursos principais – tipos Tipos Exemplos Físico Fábricas, edifícios, veículos, máquinas, Sistemas de Informação (TI), pontos de venda, estoques, logísticas etc. Intelectual Marcas, patentes, registros, banco de dados, conhecimentos particulares e de equipes etc. Humano Colaboradores (funcionários) Financeiro Capital próprio (dinheiro), linhas de crédito (financiamentos), investidores (fundos) etc. Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 34). Ainda na parte de “Como vou fazer?”, veremos o bloco das atividades principais que serão o próximo passo a ser preenchido no Canvas. Aqui teremos quais as ações necessárias para que a empresa funcione. O empreendedor deve ter consciência daquilo que deseja fazer em sua empresa, pois esse será o processo-chave (ou atividade-chave). Todas as demais ações efetuadas nas outras áreas da empresa que não tenham vínculo direto com o core business serão consideradas processos de apoio. Atividades principais Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 33). Atividades- chave Como fazer? Processos-chave As atividades principais podem ser categorizadas como: Atividades principais Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 35). Tipos Definições Exemplos Produção Produção – desenvolvimento, fabricação e entrega de produtos Roupa, calçados, alimentação, automóveis Resolução de problemas Soluções de problemas dos clientes Consultorias, hospitais, prestações de serviço, treinamento, consertos Plataformas/ redes Solução de hospedar atividades para clientes ou prover acesso e comunicação Mercado Livre, UOL, eBay, Microsoft, IBM, provedores de internet Vamos verificar o último bloco vinculado ao “Como fazer?” – as parcerias principais, em que o empreendedor deve inserir seus fornecedores e seus parceiros que auxiliarão o seu empreendimento para alcançar o sucesso esperado. Parcerias principais Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 33). Parcerias principais Como fazer? Fornecedores parceiros O empreendedorismo terá chances de crescer e atingir sua maturidade quanto mais rápidas e mais eficientes forem suas parcerias no mundo dos negócios. Os motivos que as empresas possuem para efetuar uma parceria são: Escala: para tornar seu produto ou serviço “escalável”, ou seja, para que possa atingir um número cada vez maior de clientes, as empresas buscam parcerias que auxiliem desde a questão de fornecimento de matérias-primas até a atuação logística para a chegada do produto ao cliente. Riscos e incertezas: para a redução de riscos e incertezas que os empreendimentos trazem, as parcerias servem para cooperar em um ambiente competitivo. Em alguns casos, vemos empresas concorrentes fazendo alianças estratégicas em alguns segmentos para que possam ser mais competitivas no mercado. Recursos e atividades: para possuir os recursos e executar todas as atividades planejadas, as empresas devem buscar parceiros que auxiliem suas vendas. Exemplo: empresas de cosméticos que possuem vendedores de porta em porta por meio de catálogos, como os casos da Natura, Jequiti e Avon. Parcerias principais Tão importante quanto as definições que o empreendedor precisa ter para projetar o quanto vai ganhar, também precisará saber o quanto vai gastar, ou seja, para criar e manter a estrutura planejada nos três últimos blocos que vimos (recursos principais, atividades-chave e parcerias principais), é fator crítico de sucesso do empreendimento saber o quanto custa para que a empresa possa efetuar seus processos. Estrutura de custos Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 37). Estrutura de custos Quanto vou gastar? Abaixo vemos um quadro dos principais tipos de estruturas de custos que um empreendimento pode ter: Estrutura de custos – tipos Fonte: adaptado de: SEBRAE (2013, p. 38). Tipos Definições Exemplos Custos reduzidos Redução de recursos para redução de preços Lojas de 1,99 Linhas aéreas Low Cost Valor – luxo e conforto Experiência do cliente – valor da marca (intangível) Joias, artigos de luxo Custos fixos Dependência de recursos especializados para o negócio da empresa Fábricas, clínicas Escala de vendas Venda em escala para compensar o preço do produto Cosméticos, produtos de limpeza Grandes clientes Venda para grandes empresas e governos Autopeças Diversidade de produtos Muitos produtos ofertados para somar ganhos Supermercados, lojas de departamento Os recursos principais são as necessidades que o empreendimento precisa ter para vender aos clientes. Em relação aos tipos de recursos principais, podemos classificá-los em: a) Físico, intelectual, humano e financeiro. b) Próprios, alugados e parceiros-chave. c) Produção, resolução de problemas e plataformas/redes. d) Vendas de recursos, pagamento pelo uso e assinaturas. e) Empréstimo, licenciamento, comissões e anúncios. Interatividade Os recursos principais são as necessidades que o empreendimento precisa ter para vender aos clientes. Em relação aos tipos de recursos principais, podemos classificá-los em: a) Físico, intelectual, humano e financeiro. b) Próprios, alugados e parceiros-chave. c) Produção, resolução de problemas e plataformas/redes. d) Vendas de recursos, pagamento pelo uso e assinaturas. e) Empréstimo, licenciamento, comissões e anúncios. Resposta O Modelo de Negócios pode ser elaborado no processo de criação de qualquer empreendimento. Ainda assim, Osterwalder e Pigneur (2010), em seu livro Business Model Generation – Inovação em Modelo de Negócios, apresentam quatro padrões desse modelo: Negócios desagregados; A cauda longa; Plataformas multilaterais; Negócios abertos. Canvas – padrões de modelos de negócios Fonte: adaptado de: https://media.treasy.com.br/media/2018/01/Canvas.jpg Parcerias- chave Atividades- chave Proposi- ções de valor Relacionamento Segmen- tos de clientes Recursos- chave Canais Estrutura de custos Fontes de receita Neste padrão de modelo de negócios, o Canvas é utilizado para avaliar estratégias das empresas que aproveitam sua estrutura e sua organização para atender um maior número e segmentação de clientes, sendo assim compostas por tipos de negócios distintos: relacionamento com clientes, inovação de produtos e negócios de infraestrutura. Negócios desagregados Fonte: adaptado de: OSTERWALDER e PIGNEUR (2010, p. 61). Modelo de Canvas de banco privado utilizado pelas instituições financeiras: Parcerias principais Atividades-chave Proposta de valor Relacionamento com cliente Segmento de clientes Recursos principais Canais Estrutura de custos Fontes de receita Outros fornecedores de produtos Recursos Humanos - especializado Taxas por serviços prestados Famílias e indivíduos ricos Equipes de venda plataformas de transação Relação íntima Gerente Cliente Serviços personalizados de gerenciamento de riqueza Marca Confiança Plataforma Aconselhamento Marketing Gerência de produtos Como vimos no item segmentos de clientes, a cauda longa é um padrão de modelo de negócio que “concentra-se em oferecer um grande número de produtos de nicho, cada um deles com vendas relativamente infrequentes” (Ostervalder e Pigneur, 2010, p.67). A utilização de mercados de nicho crescentes em todas as partes é uma das formas de negócios que adotaram o Canvas para fazer seus modelos de negócios extremamente focados e direcionados aos seus clientes. A cauda longa A cauda longa Fonte: adaptado de: OSTERWALDER e PIGNEUR (2010, p. 61). Parcerias principais Atividades- chave Proposta de valor Relacionamento com cliente Segmento de clientes Recursos principais Canais Estrutura de custos Fontes de receita Fornecedores de conteúdo de nicho Grande escopo de conteúdo de nicho Plataforma Gerenciamento e promoção plataforma Internet Muitos segmentos de nichos Desenvolvimento e gerenciamento da plataforma Vender menos de mais Este padrão também foi estudado no item segmentos de clientes, em que vimos que ele foi criado para unir dois ou mais grupos de clientes. Assim, podemos ter um Canvas que se apresenta com uma ou mais propostas de valor, dependendo do segmento a ser atendido. No exemplo do Google, podemos ter: Plataformas multilaterais Fonte: adaptado de: OSTERWALDER e PIGNEUR (2010, p. 61). Parcerias principais Atividades-chave Proposta de valor Relacionamento com cliente Segmento de clientes Recursos principais Canais Estrutura de custos Fontes de receita 1) Plataforma de busca 2) Busca gratuita 3) Monetização de conteúdo Internet Anunciantes Navegadores da web Geradores de conteúdo Custos da plataforma Anunciantes – Palavras-chave Anúncios direcionados Gerenciamento da plataforma Neste padrão, vemos que as empresas se utilizam de parcerias externas para ampliar suas vendas e aumentar seu número de clientes e, por consequência, sua participação no mercado. Os modelos de negócio abertos também estão vinculados aos processos de pesquisa e desenvolvimento nas empresas, trazendo as inovações para o ambiente empresarial, integrando conhecimento e propriedade intelectual com parceiros. Esse processo de inovação pode ser dividido em dois grandes conjuntos: a inovação de “fora para dentro” e a inovação de “dentro para fora”. Negócios abertos Fonte: adaptado de: OSTERWALDER e PIGNEUR (2010, p. 111). Fechadas Abertas Melhores pessoas trabalham para nós Precisamos trabalhar com as melhores pessoas Se criarmos as melhores ideias na indústria, venceremos Se fizermos o melhor uso das ideias internas e externas, venceremos Devemos controlar o nosso processo de inovação Devemos lucrar com o uso de nossas inovações por outros Vamos estudar quatro epicentros de inovação de um modelo de negócios: A partir dos recursos: inovações podem surgir em empresas que estão iniciando seus processos ou até mesmo em empresas que pretendem ampliar o mix de produtos ou serviços que estão disponíveis aos clientes. A partir da oferta: nesse epicentro de modelo de negócios, o empreendedor verifica a possibilidade de sua proposta de valor ser ampliada para uma nova gama de clientes com possíveis outros canais e formas de atendimento. A partir dos clientes: esse epicentro tem como foco as “necessidades do cliente”, ou seja, busca ampliar o segmento de clientes e aumentar a sua participação no mercado. A partir das finanças: a alteração por meio da inovação ocorrerá nesses casos considerando sempre os mecanismos de preços que irão gerar receita ao empreendimento e/ou à estrutura de custos. Canvas – Estratégias para elaboração As fases do processo de construção do modelo de negócios são: Mobilização: nessa fase, há necessidade de uma definição clara dos objetivos do modelo de negócio: uma nova empresa, um novo produto/serviço, um novo processo, uma alteração em qualquer um desses itens. Compreensão: nessa fase, o empreendedor precisa compreender a necessidade de um estudo detalhado de todo o ambiente, com ênfase no cliente-alvo. Design: nessa etapa, podemos traduzir o conceito para a criação de testes do Canvas, assim podendo visualizar as diversas ideias que surgiram, principalmente após a fase de verificação e estudo aprofundado do mercado e dos clientes. Implementação: agora estamos na fase de dar início ao processo, executando o modelo de negócios escolhido. É importante que a comunicação fique clara e objetiva, tanto interna quanto externamente. Gerenciamento: todo o processo (produto, serviço e negócio) efetuado e implantado deve possuir um gerenciamento contínuo para que possa atingir suas metas intermediárias e seus objetivos nas perspectivas de longo prazo. Processo de construção do modelo de negócios A integração entre o modelo de negócios e o plano de negócios tem se tornado mais comum no mercado, sendo possível perceber uma forma mais estruturada do processo empreendedor. Abaixo, vemos uma tabela simples da correlação entre os dois métodos: Integração do modelo de negócios Canvas com o Plano de Negócios Modelo de negócios – Canvas Plano de negócios Proposta de valor Análise de oportunidade + plano operacional Relacionamento com clientes Plano de marketing Segmentos de clientes Análise de mercado + análise de cliente Canais Plano de marketing Parcerias principais Plano operacional Atividades-chave Plano operacional Recursos principais Plano operacional Estrutura de custos Plano financeiro Fontes de receita Plano financeiro Fonte: livro-texto É fundamental que o empreendedor verifique as oportunidades e as ameaças que o ambiente externo traz para os negócios, também analisando os pontos fortes e os pontos fracos da empresa (Análise SWOT), anteriormente à implantação do negócio ou à operacionalização de uma nova ideia. Por fim, o modelo de negócio necessita de uma estratégia para sua elaboração, sendo importante verificar as forças que atuam direta ou indiretamente no empreendimento: forças da indústria, forças do mercado, tendências principais e forças macroeconômicas. Considerações finais Considerações finais Fonte: adaptado de: https://marketingdeconteudo.com/wp- content/uploads/2016/09/matriz-swot.png Fatores positivos Fatores negativos F a to re s i n te rn o s F a to re s e x te rn o s SWOT FOFA S – Strengths F – Forças W – Weaknesses F – Fraquezas T – Threats A – Ameaças O – Oportunities O – Oportunidades O modelo de negócios pode ser elaborado no processo de criação de qualquer empreendimento. Dentre os padrões de modelo de negócios existentes, encontramos a “cauda longa”, que consiste: a) Em um Canvas que apresenta uma ou mais propostas de valor, dependendo do segmento a ser atendido. b) Na utilização do Canvas para avaliar estratégias das empresas que aproveitam sua estrutura e organização para atender um maior número e segmentação de clientes. c) Nas inovações para o ambiente empresarial, integrando conhecimento e propriedade intelectual com parceiros. d) Na melhoria de ideias e no controle do processo de inovação. e) Na utilização de mercados de nicho crescentes em todas as partes, sendo extremamente focado e direcionado aos seus clientes. Interatividade O modelo de negócios pode ser elaborado no processo de criação de qualquer empreendimento. Dentre os padrões de modelo de negócios existentes, encontramos a “cauda longa”, que consiste: a) Em um Canvas que apresenta uma ou mais propostas de valor, dependendo do segmento a ser atendido. b) Na utilização do Canvas para avaliar estratégias das empresas que aproveitam sua estrutura e organização para atender um maior número e segmentação de clientes. c) Nas inovações para o ambiente empresarial, integrando conhecimento e propriedade intelectual com parceiros. d) Na melhoria de ideias e no controle do processo de inovação. e) Na utilização de mercados de nicho crescentes em todas as partes, sendo extremamente focado e direcionado aos seus clientes. Resposta CARDOSO, V. C. Livro-texto: Empreendedorismo e Plano de Negócios. São Paulo: Editora Sol, 2020. OSTERWALDER, A.;PIGNEUR, Y. Business Model Generation – Inovação em Modelo de Negócios. 1. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2010. PEREIRA, Daniel. O analista de modelo de negócios. São Paulo: Luz Geração Empreendedora, 2012. Disponível em: https://analistamodelosdenegocios.com.br/downloads/ebook-o-analista-de-modelos-de- negocios/. Acesso em: 30 nov. 2020. SEBRAE. Cartilha O Modelo de Negócios: Um caminho para criar, recriar e inovar em modelo de negócios. 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/ES/A nexos/ES_QUADROMODELODENEGOCIOS_16_PDF.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2020. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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