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MANUAL DE HEMATOLOGIA Passo-a-passo para diagnóstico e conduta 1 a edição 2023 Faaaaala, Doc! 💡 Ansioso para começar a usar o seu mais novo Manual de Hematologia da MEDSimple ? Antes, só deixa a gente te mostrar o que ele tem de melhor! ➔ Simples, mas completo! 💙 Doc, como tudo na MEDSimple, a ideia aqui é que você possa encontrar conteúdo de forma simples e didática! Aqui não vai ter textões nem enrolações! Você consegue achar a informação que quer rápido e fácil , principalmente se usar os links de atalho do sumário e ao longo do texto. ➔ Passo-a-passo no fluxo da prática 🧠 Doc, você já estudou muito uma matéria e, depois, quando foi pra clínica, descobriu que estava tudo bagunçado na sua cabeça ? Em parte, isso acontece porque na maioria dos materiais o conteúdo é passado numa ordem lógica, mas que não é a sequência prática de pensamento, usada no consultório. Aqui a ideia é que você siga o fluxo de raciocínio do hospital! Mesmo sendo simples e direto ao ponto, trazemos aqui muito conteúdo sobre mais de dezenas de motivos de consulta e ainda um roteiro para anamnese e exame físico bem feitos! 1 https://docs.google.com/document/d/1lNhIPTJc8R3RciTfByzEdiEIWg_ikLnRhjBAseOcqm4/edit#heading=h.ajnhbqd1xleo 🔹 Primeiro suspeite � 🔹 Depois faça uma investigação direcionada 🔎 🔹 Classifique 🗃 : 🔹 E, então, siga as condutas adequadas, não só de tratamento, mas também de orientação e cuidados com o paciente�! Tudo na forma de passo-a-passo e tópicos! “Ah, mas e a fisiopatologia, farmacologia e outras matérias básicas? Não adianta eu só seguir passo-a-passo sem entender o que estou fazendo! ” Você tem razão, Doc! É por isso que, apesar de o objetivo ser a parte prática de diagnóstico e conduta (voltada para quem já estudou o tema com videoaulas, questões, flashcards e macetes na MEDSimple ) trazemos, pelo meio, algumas dicas e insights para você entender a lógica por trás de cada conduta. ➔ O seu manual para consultar no dia-a-dia 🔎 Você está NA FRENTE DO PACIENTE , e agora? 🚨 O que fazer, que exames pedir? Que orientações dar? O que perguntar? Será que não ficou faltando nada? Doc, sabe quando você chega de paraquedas no internato e está sempre esquecendo alguma coisa? 🪂 2 🔹 Aquela pergunta que você esqueceu de fazer para o paciente 🔹 Um detalhe que você não viu no exame físico 🔹 Ou você não tinha o raciocínio diagnóstico na cabeça 🔹 O paciente já foi embora e você nem lembrou de dar aquela orientação para ele. E o staff tem que ficar te dando puxão de orelha!!! 🤯 É por isso que esse manual foi pensado principalmente para alunos do Ciclo Clínico ao Internato Médico, tanto para consulta no dia-a-dia quanto para dar aquela revisada top nos temas . Estudar por questões, flashcards e macetes é fundamental, mas , às vezes, no nosso dia-a-dia, precisamos de toda a informação num só lugar e acessível 📚 Aqui você tem um guia prático para consultar sempre que quiser e não esquecer nada na hora de atender os pacientes! Legal, né? Então bora começar, Doc! 💪 3 SUMÁRIO Hemograma 7 Anemia 14 Hipoproliferativas 19 Microcíticas 20 Anemia Ferropriva 20 Anemia Sideroblástica 26 Normocítica 29 Anemia de Doença Crônica 29 Aplásica 32 Megaloblástica 34 Hiperproliferativas 39 Microesferocitose hereditária 42 Deficiência de G6PD 47 Doença Falciforme 51 Crise álgica 64 Síndrome torácica aguda 66 Febre no Paciente com Doença Falciforme 69 Crise de Sequestro Esplênico 71 Acidente Vascular Cerebral 73 Talassemia 75 Alfa-talassemia 77 Beta-talassemia 79 Anemia Hemolítica Autoimune 83 Hemoglobinúria Paroxística Noturna 86 Diagnóstico diferencial de Hemólise 89 Série Branca 90 4 Leucemias Agudas 90 Leucemia Mieloide Aguda 93 Leucemia Linfocítica Aguda 98 Leucemias Crônicas 101 Leucemia Mielóide Crônica 101 Leucemia Linfocítica Crônica 106 Linfomas 108 Linfoma de Hodgkin 110 Linfoma Não-Hodgkin 115 Macroglobulinemia de Waldenström 119 Linfoma de Burkitt 120 Linfoma MALT 121 Plaquetas e Coagulação 123 Distúrbios da Hemostasia Primária 123 Púrpura Trombocitopênica Imunológica/Idiopática 127 Púrpura Trombocitopênica-Trombótica 130 Síndrome Hemolítico-Urêmica 132 Distúrbios da Hemostasia Secundária 134 Hemofilias 138 Doença de Von Willebrand 141 Coagulação Intravascular Disseminada 144 Síndromes Mieloproliferativas 149 Policitemia Vera 149 Trombocitemia Essencial 151 Mielofibrose 153 Mieloma Múltiplo 155 Emergências Oncológicas 163 Síndrome de Lise Tumoral 163 Síndrome de Hiperviscosidade 166 5 Síndrome de Veia cava Superior 169 Neutropenia febril pós-quimioterapia 172 Transplante de Células Tronco 177 Hemoterapia 179 Concentrado de Hemácias 184 Concentrado de Plaquetas 185 Plasma 186 Crioprecipitado 187 Reações Transfusionais 188 Imediatas 188 Reação Hemolítica Aguda 189 Reação Febril Não Hemolítica 191 Contaminação Bacteriana 192 Alergia/Anafilaxia 193 Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão 194 Sobrecarga Circulatória Associada à Transfusão 196 Tardias 197 Reação Hemolítica Tardia 197 Doença Enxerto Versus Hospedeiro Transfusional 198 Referências 199 6 Hemograma Hematopoiese Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hematopoiese#/media/Ficheiro:Hematopoiesis_(human)_diagram_pt.svg 7 Órgãos da hematopoese - evolução Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2892377/ Tipos de hemoglobina em diferentes fases Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9541431/ 8 Série vermelha ➜ Eritropoese regulada pela eritropoetina (hormônio produzido pelos rins) conforme oferta de O2 Eritropoese e eritropoetina Fonte: https://www.eritropoetina.com.br/ ■ Hemácias (RBC) (Número de eritrócitos por unidade de volume de sangue total) ➜ Contém cerca de 250 milhões de hemoglobinas ➜ Disco bicôncavo anucleado (atravessa a microcirculação) ➜ Vida média de 120 dias 🔹 4.7 — 6.1 x10 6 /mcL (♂) 🔹 4.2 - 5.4 x10 6 /mcL ( ♀) ■ Hemoglobina (Hb) ➜ Transporta O2 🔹 Liberação de O 2 regulada por mudanças estruturais dependentes da 9 concentração de 2,3-DPG, H + e CO 2 na molécula de Hb 🔹 13,5-17,5 g/dL (♂) 🔹 12-16 g/dL ( ♀) ■ Hematócrito (Ht) 🔹 41-54% (♂) 🔹 35-47% ( ♀) *Normalmente é cerca de 3x a hemoglobina ■ VCM (Ht/RBC)x10 fentolitros ou μm3 🔹 80 - 100 fL 🔹 Normocitose, microcitose, macrocitose ■ RDW (Red cell Distribution Width) 🔹 11,5 -14,5% 🔹 Anisocitose (se aumentado) ■ HCM ((Hb)/ RBC)x 10 pg) 🔹 27-31 pg 🔹 Normocromia, hipocromia, policromasia ■ CHCM (Hb/Ht) x 100 g/dl ou %) 🔹 32-36 g/dL 🔹 Normocromia, hipocromia, policromasia ■ Reticulócitos ➜ Leva 1-2 dias para amadurecer 🔹 50-150 mil 🔹 0,5-2% ➜ Se >2% ➡ corrigir ■ % corrigida = [Ht do paciente]/[Ht padrão para sexo e idade] x [reticulócitos] ➜ Homens = 45% ➜ Mulheres = 40% *Se Ht <30%, dividir por 2 no final 10 *Os valores de referência variam conforme o laboratório Hemácia e hemoglobina Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/respiracao4.php Curva de dissociação de O 2 Fonte: https://www.bibliomed.com.br/bibliomed/books/livro8/cap/fig05-1.htm Leucócitos (células por μL ou mm 3 ) 🔹 Total leucócitos ■ 4.000 a 11.000 (Alguns consideram até 12.000 ou até mais (13.800)) 🔹 Bastonetes ■ até 600 11 🔹 Segmentados ■ 1500-8.000 🔹 Eosinófilos ■ até 550 🔹 Basófilos ■ 0-200 🔹 Linfócitos ■ 1.000-4.800 🔹 Linfócitos atípicos ■ 0-550 🔹 Monócitos ■ até1.000 *Os valores de referência variam conforme o laboratório Distribuição de tipos de leucócitos (porcentagem) Fonte: https://pt.dreamstime.com/percentagem-de-diferentes-tipos-gl%C3%B3bulos-brancos-f%C3%B3rmula-leuc% C3%B3citos-neutr%C3%B3filos-mon%C3%B3citos-linf%C3%B3citos-eosin%C3%B3filos-bas%C3%B3filos-image16 1255265 Plaquetas 🔹 Plaquetas ■ 150.000-450.000 12 Hemograma de pessoa saudável Fonte: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/18/1/voc-sabe-interpretar-um-exame-de-sangue 13 Anemia ➜ Diminuição nos níveis de hemoglobina total circulante ➜ Causas: 🔹 Diminuição do volume plasmático 🔹 Hemólise 🔹 Deficiência de nutrientes ■ Ferro ■ Ácido fólico ■ Cobalamina 🔹 Hereditárias ■ Doença falciforme ■ Talassemias 🔹 Alteração da produção ■ Medula ■ Eritropoese ➜ Leva a aumento compensatório da 2,3-DPG Etapas da eritropoese Fonte: https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/11/eritropoiese.html 14 Curva de dissociação de O 2 Fonte: https://www.bibliomed.com.br/bibliomed/books/livro8/cap/fig05-1.htm ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Palidez ■ Mucosas ■ Leito ungueal 🔹 Fadiga , astenia, irritabilidade 🔹 Cefaleia 🔹 Dor em MMII 🔹 Unhas quebradiças e rugosas ( coiloníquia ) ■ ↓hemoglobina ➡ ↓oxigênio nos tecidos 🔹 Queilite angular , glossite 🔹 Alterações cardiovasculares ■ Sopro sistólico (mais audível no ápice) ■ Pulsos amplos ■ Taquicardia ■ ↓Tolerância a exercícios 🔹 Angina, confusão mental (idosos) 15 Palidez da conjuntiva ocular para pacientes conforme níveis de hemoglobina (compare o aro posterior e anterior da conjuntiva) Fonte: https://www.grepmed.com/images/4197/conjunctival-comparison-pallor-comparison-physic alexam Palidez da conjuntiva ocular para paciente com e sem anemia (compare o aro posterior e anterior da conjuntiva - perda da delimitação na anemia) Fonte: https://www.grepmed.com/images/15116/conjunctival-anemia-clinical-physicalexam-pallor *Se hemólise = icterícia ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 16 🔹 Hemograma 🔹 ↓Hb e ↓Ht (anemia ) ■ Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) ■ Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ✔ Classificação 🗃 : Gravidade 🔹 Leve ➡ até 10 g/dL 🔹 Moderada ➡ <10 g/dL 🔹 Severa ➡ <7 g/dL Tamanho das hemácias ( VCM ) 🔹 Microcítica ■ <80 fL 🔹 Normocítica ■ 80 - 100 fL 🔹 Macrocítica ■ >100 fL Coloração das hemácias ( CHCM/HCM ) 🔹 Hipocrômica ■ <27 pg 🔹 Normocrômica ■ 27-31 pg 🔹 Hipercrômica ■ >31 pg Produção de hemácias ( reticulócitos ) 🔹 Hipoproliferativas ■ <50.000 / <2% (valor corrigido) 17 🔹 Hiperproliferativas ■ >150.000 / >2% (valor corrigido) 18 Hipoproliferativas ➜ Sem aumento de reticulócitos 🔹 <50.000 🔹 OU porcentagem corrigida <2% (Se >2%, corrigir antes de definir se é hipo ou hiperproliferativa) ■ % corrigida = [Ht do paciente]/[Ht padrão para sexo e idade] x [reticulócitos] 🔹 Homens = 45% 🔹 Mulheres = 40% *Se Ht <30%, dividir por 2 no final 19 Microcíticas Anemia Ferropriva ➜ Principal causa de anemia no mundo ➜ Anemia secundária a deficiência de ferro 🔹 Armazenamento de ferro (3-4 g) em: ■ Hemoglobina e mioglobina (65%) ■ Ferritina (20%) nos tecidos 🔹 Fígado 🔹 Baço 🔹 Medula óssea 🔹 Músculo esquelético 🔹 Sistema reticulo-endotelial ■ Transferrina Metabolismo do ferro Fonte: http://ddcnovasprespectivas.blogspot.com/2013/04/metabolismodo-ferro-sincroniaperfeita.html 20 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Baixo nível socioeconômico 🔹 Faixa etária 🔹 Lactentes a partir de 6 meses ■ Até o 5° mês ainda tem estoques de ferro (RN a termo) 🔹 Adolescentes , gestantes 🔹 Dieta pobre em ferro 🔹 Não consumo de carne e vísceras 🔹 Causas de deficiência de absorção ➜ Absorção ocorre no duodeno/jejuno proximal e necessita de pH ácido 🔹 Cirurgia bariátrica 🔹 Gastrite atrófica 🔹 Enteropatia por glúten 🔹 Perdas por sangramento crônico 🔹 Gastrointestinal 🔹 Uterino Clínica 🔹 Presentes na deficiência de ferro (mesmo sem anemia) 🔹 Astenia 🔹 Dor em MMII 🔹 Unhas quebradiças e rugosas ( coiloníquia ) ■ ↓hemoglobina ➡ ↓oxigênio nos tecidos 🔹 Queilite angular , glossite 🔹 Perversão do apetite ( pica ) 21 ■ Gelo ■ Terra ■ Reboco ■ Tijolo 🔹 Síndrome de Plummer-vison ■ Membrana entre a faringe e esófago (veja mais no Manual MEDSimple de Cirurgia do Aparelho Digestivo) 🔹 Apenas quando anemia : 🔹 Palidez 🔹 Fadiga 🔹 Apatia 🔹 Irritabilidade ➜ Prejuízo no fornecimento de oxigênio aos tecidos 🔹 Alterações cardiovasculares 🔹 Sopro cardíaco 🔹 Taquicardia 🔹 ↓Tolerância a exercícios ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma 🔹 ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) ■ Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) ■ Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) 🔹 ↓VCM ( microcítica ) ■ <80 fL 🔹 ↓HCM e ↓CHCM ( hipocrômica ) ■ HCM <27 pg ■ CHCM <32 g/dL 22 🔹 ↑RDW ( anisocitose ) ■ >14,5% 🔹 ↓reticulócitos (hipoproliferativa) ■ <2% (lembrar de corrigir o valor (ver nas sessões sobre anemias hipo ou hiperproliferativas) 🔹 Leucopenia ■ <4.000 🔹 Trombocitose ➜ Eritropoetina é semelhante à trombopoetina ■ >450.000 🔹 Hemácias em alvo/lápis 🔹 ↓Ferritina (depleção dos estoques de ferro) 🔹 <23 ng/mL (♂) 🔹 <11 ng/mL ( ♀) 🔹 ↓Ferro sérico (deficiência de ferro) 🔹 <65 ng/mL (♂) 🔹 <50 ng/mL ( ♀) 🔹 ↓Saturação de transferrina 🔹 <15-20% 🔹 ↑ CTFL /TIBC (capacidade total de ligação do ferro) 🔹 >240-250 mcg/dL (♂) 🔹 >310 mcg/dL (♀) Investigação etiológica: 🔹 Coagulograma 🔹 Investigar sangramento 🔹 Endoscopia digestiva alta (EDA )/ colonoscopia 🔹 Exame ginecológico Outros: 23 🔹 Mielograma com pesquisa de ferro medular (padrão-ouro) 🔹 Coloração azul de prússia) ✔ Conduta � : 1. Ajustar dieta 🔹 Alimentos ricos em ferro ■ Ferroso (heme) ( Fe 2+ ) ➜ Mais biodisponível (absorvido diretamente no duodeno - digestão pelo pepsinogênio) 🔹 Carnes 🔹 Vísceras ■ Férrico (não heme) ( Fe 3+ ) ➜ Menor biodisponibilidade (precisa ser convertido em ferroso) 🔹 Leguminosas 🔹 Vegetais de folhas verdes 🔹 Associados a facilitadores de absorção: ■ Ácido ascórbico (vitamina C) 🔹 Frutas cítricas ■ Abacaxi ■ Acerola ■ Ameixa, amora ■ Caju ■ Jabuticaba ■ Kiwi, ■ Laranja, limão ■ Morango ■ Tangerina 24 ■ Uva 🔹 Evitar inibidores de absorção junto com a ingestão: ■ Fitatos 🔹 Cereais 🔹 Leguminosas ■ Cálcio e fosfato 🔹 Leite 🔹 Soja 🔹 Ovo 2. Reposição de ferro oral ➜ Mínimo 6 meses 🔹 2-3 mg/kg/dia de ferro elementar ➜ Em jejum e com facilitadores da absorção (ver acima) ■ Sais de ferro ■ Sais férricos ■ Aminoquelatos Efeitos colaterais ❌ 🔹 Náusea 🔹 Diarreia 🔹 Fezes escurecidas 🔹 Gosto amargo na boca 🔹 Escurecimento dos dentes (escovar os dentes após) *Se não tolera ou necessidade de repor mais rapidamente, usar via IV 25 Anemia Sideroblástica ➜ Defeito da produção do grupo heme ➜ Causas: 🔹 Congênita 🔹 Adquirida ■ Síndrome mielodisplásica ■ Deficiência de vitamina B6 (piridoxina) ■ Deficiência de cobre ■ Medicamentos 🔹 Clorafenicol 🔹 Cicloserina 🔹 Isoniazida 🔹 Linezolida 🔹 Pirazinamida ■ Toxinas 🔹 Etanol🔹 Chumbo Hemoglobina e grupamento heme Fonte: http://www.hemoglobinopatias.com.br/hemoglobina/grupo-heme.htm 26 ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Anemia refratária 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM normal ( hipocrômica ) 🔹 <80 fL ■ HCM e CHCM normais ( microcítica ) 🔹 HCM = <27 pg 🔹 CHCM = <32 g/dL 🔹 ↑Ferritina ■ >336 ng/mL (♂) ■ >306 ng/mL ( ♀) 🔹 ↑Ferro sérico (deficiência de ferro) ■ >50 mcg/dL (♂) ■ >140 mcg/dL ( ♀) Confirmação 🔹 ≥15% sideroblastos em anel na medula óssea ■ Eritroblastos com grânulos de ferro acumulados nas mitocôndrias 27 Sideroblastos em anel Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/image/sideroblastos-em-anel-na-anemia-sidero bl%C3%A1stica ✔ Conduta � : Tratamento depende da causa - podendo envolver, por exemplo: 🔹 Suspender medicações causadoras 🔹 Piridoxina (vitamina B6) 🔹 Quimioterapia 🔹 Transplante de medula óssea 28 Normocítica Anemia de Doença Crônica ➜ Inflamação crônica ➡ ↑hepcidina → bloqueia ferroportina e impede liberação dos estoques de ferro → redução da absorção e disponibilidade de ferro ➜ Causas (qualquer doença crônica): 🔹 Insuficiência cardíaca 🔹 Hepatopatias, nefropatias 🔹 Doenças autoimunes 🔹 Neoplasias 🔹 Tuberculose, HIV Metabolismo do ferro e regulação do metabolismo pela hepcidina Fonte: https://www.umc.br/artigoscientificos/art-cient-0075.pdf 29 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sintomas de anemia (ver no capítulo geral de Anemia ) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM normal ( normocítica ) 🔹 80-100 fL ■ HCM e CHCM normais ( normocrômica ) 🔹 HCM = 27-31 pg 🔹 CHCM = 32-36 g/dL *⚠ Com o avanço da doença a anemia se torna microcítica 🔹 Ferritina normal ( ou aumentada - marcador inflamatório) ■ 23-336 ng/mL (♂) ■ 11-306 ng/mL ( ♀) 🔹 ↓Ferro sérico (deficiência de ferro) ■ <65 ng/mL (♂) ■ <50 ng/mL ( ♀) 🔹 ↑VHS e PCR 🔹 ↓Saturação da transferrina 🔹 ↓ CTFL /TIBC (capacidade total de ligação do ferro com a transferrina) ➜ Estoques já adequados 30 ■ 69-240 mcg/dL (♂) ■ 70-310 mcg/dL (♀) *Ferro medular normal ou aumentada ✔ Conduta � : 1. Tratar causa base 2. Considerar eritropoetina 31 Aplásica ➜ Diminuição ou parada da produção de células pela medula óssea 🔹 Substituição de células tronco hematopoéticas por gordura ➜ Causas: 🔹 Congênita 🔹 Adquirida 🔹 Secundária ■ Medicações ■ Radiação ■ Infecções ■ Inseticidas ■ Benzeno ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sintomas de anemia (ver no capítulo geral de Anemia ) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Pancitopenia 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM normal ( normocítica ) 32 🔹 80-100 fL ■ HCM e CHCM normais ( normocrômica ) 🔹 HCM = 27-31 pg 🔹 CHCM = 32-36 g/dL ■ ↓reticulócitos (hipoproliferativa) 🔹 Medula óssea hipoplásica ✔ Conduta � : 1. Ab 🔹 33 Megaloblástica ➜ Atraso na maturação dos eritrócitos por defeito na síntese de DNA gerando núcleo aumentado ➜ Causas: 🔹 Deficiência de vitamina B12 (cobalamina) ➜ Presente em carnes, peixes e laticínios ■ Acoplada ao fator intrínseco no estômago (produzido pelas células parietais da cárdia e fundo gástrico) → absorvida no íleo distal → transcobalamina (transporte para fígado e MO) ■ Metabolismo do DNA 🔹 Transformação da homocisteína em metionina 🔹 E coenzima A em succinil-CoA Causas ■ Veganismo 🔹 Cianocobalamina (B12) está presente em alimentos de origem animal : ■ Carnes ■ Peixes ■ Laticínios 34 ■ Gastrectomia , deficiência de fator intrínseco (gastrite atrófica) ➜ Fator intrínseco (produzido pelas células parietais da cárdia e fundo gástrico) é essencial para a absorção da vitamina B12 ■ Anemia perniciosa (autoimune) ■ Síndromes disabsortivas ■ Tênia do peixe ( diphilobotrium latus ) ■ Medicamentos 🔹 Metformina 🔹 IBPs 🔹 Deficiência de vitamina B9 ➜ Presente em vegetais verdes, fígado e frutas ■ Absorvido no duodeno ■ Transformado pela B12 em tetra-iodo-folato (THF) 🔹 Síntese de DNA 🔹 Transformação de homocisteína em metionina Causas: ■ Baixa ingesta ■ Gestação, lactação ■ Prematuridade ■ Neoplasias ■ Anemia hemolítica ➜ Demanda por produção de hemácias leva a consumo de ácido fólico ■ Doenças inflamatórias 35 🔹 Doença de Crohn ■ Medicamentos 🔹 Anticonvulsivantes 🔹 Metotrexato 🔹 Álcool ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sintomas gerais de anemia (ver no capítulo geral de Anemia ) 🔹 Icterícia leve (hemólise intramedular) 🔹 Perda de peso 🔹 Glossite Se deficiência de B12: 🔹 Neuropatia simétrica ➜ Degeneração cordonal posterior Se deficiência de B9: 🔹 Defeitos do tubo neural (fazer profilaxia nas gestantes) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM aumentado ( macrocítica ) 🔹 >100 fL ■ HCM e CHCM aumentados ( hipercrômica ) 36 🔹 HCM = >31 pg 🔹 CHCM = >36 g/dL 🔹 ↓reticulócitos (hipoproliferativa) ■ <2% (lembrar de corrigir o valor (ver nas sessões sobre anemias hipo ou hiperproliferativas) 🔹 Leucopenia 🔹 Trombocitopenia 🔹 ↓B12 e ↓B9 🔹 ↑Homocisteína , ↑Ácido metilmalônico 🔹 ↑Bilirrubina indireta 🔹 ↑DHL (aumento de >50x ) ➜ Destruição intramedular de megaloblastos (contendo altos níveis de DHL) 🔹 Medula 🔹 Hipercelular (muitas células imaturas - sem maturação do núcleo) 🔹 Neutrófilos hipersegmentados Se deficiência de B12: 🔹 Endoscopia digestiva alta 🔹 Anticorpos (anti-fator intrínseco e anti-células parietais) 🔹 Gastrina sérica Se deificiência de B9 ➡ Testes de má absorção ✔ Conduta � : 1. Tratar causa base 2. Reposição 🔹 Ácido fólico VO 37 🔹 Vitamina B12 IM 🔹 ⚠ Pode ocorrer hipocalemia transitória após reposição (consumo de potássio para produção excessiva de células) ■ Fazer controle de eletrólitos 38 Hiperproliferativas ➜ Ocorre hiperproliferação devido a hemólise ➜ Aumento de reticulócitos 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% ■ Corrigir sempre que >2% 🔹 % corrigida = [Ht do paciente]/[Ht padrão para sexo e idade] x [reticulócitos] ■ Homens = 45% ■ Mulheres = 40% *Se Ht <30%, dividir por 2 no final ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sinais e sintomas de anemia 🔹 Sinais e sintomas de hemólise ■ Icterícia (↑bilirrubina) ■ Esplenomegalia ■ Hematúria (se grande destruição) ➜ Filtração da hemoglobina nos rins ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 39 ➜ Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos ➜ Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% ■ Ver fórmula no início do capítulo ■ ↓ Haptoglobina ➜ Se ligairreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL ✔ Classificação 🗃 : 🔹 Intravascular ➜ Ocorre nos vasos ■ Hemoglobinemia ■ Hemoglobinúria ■ Hemossiderinúria 🔹 Extravascular ➜ Ocorre no sistema reticuloendotelial (baço e fígado) ■ Esplenomegalia ■ Colelitíase 40 Catabolismo da hemoglobina após hemólise Fonte: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2463431 Catabolismo da hemoglobina após hemólise intravascular Fonte: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2463431 41 Microesferocitose hereditária ➜ Doença autossômica dominante ou recessiva ➜ Defeito do citoesqueleto levando a alteração na forma das hemácias (deixam de ser bicôncavas e se tornam mais esféricas ) 🔹 Ficam retidas no baço (não conseguem se deformar adequadamente para passagem pelos vasos) → hemólise extravascular ( baço ) ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 História familiar Clinica 🔹 Hepatomegalia 🔹 Esplenomegalia Complicações 🔹 Crises hemolíticas (mais comum) ■ Icterícia ■ Sintomas de anemia (ver no capítulo geral de anemia ) 🔹 Colelitíase ➜ Devido ao excesso de bilirrubina pela hemólise 🔹 Crises aplásticas 42 ➜ Causadas por infecção das células eritropoeticas por Parvovírus B19 🔹 Crises megaloblásticas ➜ Falta de ácido fólico para suprir demanda aumentada da MO 🔹 Gota 🔹 Úlceras nas pernas ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM aumentado ( macrocítica ) 🔹 >100 fL ■ ↑CHCM ( hipercrômica ) ➜ Microesferócitos são menores e possuem hemoglobina mais concentrada 🔹 >36 g/dL ■ Esfregaço do sangue periférico 🔹 Microesferócitos 43 Microesferócitos no esfregaço do sangue periférico Fonte: http://hemoclass.com.br/mostrar-blog/esferocitos-e-o-hemograma/115 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início da sessão ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL 44 🔹 Diagnóstico diferencial ■ Coombs direto negativo (não é autoimune) 🔹 Teste de fragilidade osmótica ■ Adição de NaCl (aumento da osmolaridade do solvente) → ganho de água pelas hemácias (por osmose) → rompimento da membrana ■ Maior porcentagem de hemólise com menor concentração de NaCl Teste de fragilidade osmótica na esferocitose x normal Fonte: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/5anemia-esferocitose-hered itaria.pdf ✔ Conduta � : Se sintomas 1. Esplenectomia Pré-operatório: 🔹 Vacina antipneumocócica polivalente 🔹 Vacinas antimeningocócica e anti-Haemophilus Influenzae B Pós-operatório 45 🔹 Antibióticos profiláticos pós-esplenectomia 🔹 Heparina profilática 2. Transfusão (se necessário) 3. Colecistectomia (se colelitíase) 46 Deficiência de G6PD (Glicose-6-fosfato-desidrogenase) ➜ Defeito enzimático mais comum do mundo ➜ Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase 🔹 Transformaria o NADP em NADPH (que transformaria a glutationa em glutationa redutase ) ■ Importante para proteção das hemácias do estresse oxidativo ➜ Herança recessiva ligada ao sexo (ligada ao X) 🔹 X □ Y ✔ Rastreamento 🧭: 🔹 Teste de triagem neonatal (teste do pezinho) ampliado Herança ligada ao sexo (ligada ao X) Fonte: https://shiken.ai/biology/sex-linked-traits 47 Ação da G6PD Fonte: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/2018/relatorio_glicose6-fosfato-triagemneonatal_cp30_ 2018.pdf ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sexo masculino 🔹 Sintomas apenas 2 dias após estresse oxidativo : ■ Infecções ■ Ingestão de feijão fava ■ Medicações : 🔹 Nitrofurantoína 🔹 Primaquina 🔹 Dapsona 🔹 Sulfas 🔹 Rasburicase 🔹 Azul de metileno 🔹 Outros Clínica 🔹 Sinais de hemólise 48 ■ Icterícia ■ Sintomas de anemia (ver no capítulo geral de anemia ) 🔹 Hematúria (hemólise intravascular) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ Esfregaço do sangue periférico 🔹 Bite cells 🔹 Corpúsculos de Heinz Bite cells e Corpúsculos de Heinz Fonte: https://www.learnhaem.com/courses/frcpath-morph/lessons/rbc-overview/topic/bite-cells-blister-cells/ e: https://biolider.com.br/exame-de-heinz-corpusculos-de-em-sao-paulo 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos 49 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início da sessão ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise 🔹 Dosagem da atividade de G6PD ✔ Conduta � : 1. Remover desencadeante de estresse oxidativo! 50 Doença Falciforme ➜ Hemoglobinopatia causada por herança codominante ➜ Leva mutação com formação de HbS (hemoglobina Sickle) 🔹 Substituição de adenina por timina → em vez de codificar o ácido glutâmico codifica a valina na posição 6 da cadeia da beta globina ➜ Leva a falcização das hemácia (formato de foice) e sua consequente destruição ( hemólise ) 🔹 ↓pH 🔹 ↓O 2 🔹 Variação de temperatura ➜ Tipos: 🔹 Anemia falciforme (HbSS) 🔹 S Beta talassemia 🔹 Hemoglobinopatia SC 🔹 Hemoglobinopatia SD 51 Herança genética da doença falciforme e mutação Fonte: https://blog.varsomics.com/doenca-falciforme-a-importancia-da-conscientizacao/ e Fonte: https://dex.descomplica.com.br/pos-em-hematologia-e-hemoterapia/interpretacao-e-analise-morfologica-da-serie-vermelha-pos/interpretacao-e-an alise-morfologica-da-serie-vermelha-anemia-falciforme-e-talassemia/explicacao/1 Estrutura da hemoglobina (globinas alfa e beta) na mutação da doença falciforme Fonte: http://hematologados.comunidades.net/anemia-falciforme-fique-por-dentro 52 Alterações nas propriedades fisico-químicas da molécula de HbS Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S EM.pdf ✔ Rastreamento 🧭: 🔹 Teste de triagem neonatal ■ H ipotireoidismo congênito ■ H iperplasia adrenal congênita ■ H emoglobinopatias ( Doença falciforme ) ■ F enilcetonúria ■ F ibrose cística ■ De F iciência de biotinidase 53 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Afrodescendentes ➜ Fator protetor do indivíduo contra a malária Clínica 🔹 Crises vaso-oclusivas dolorosas ➜ Agregação de drepanócitos ocluindo os vasos ➜ Especialmente de 6 meses a 3 anos de idade ■ Dor óssea intensa 🔹 Síndrome mão-pé ■ Dactilite ■ Edema 🔹 Síndrome torácica aguda 🔹 Infecções Causas: ■ Asplenia funcional ➜ Baço do paciente com doença falciforme sofre esplenectomia funcional devido a vaso-oclusões (normalmente até 5 anos de idade) ■ Deficiência da opssonização de bactérias encapsuladas ■ Infarto tecidual (favorece focos de infecção) ■ Defeito do sistema complemento ■ Deficiência dezinco *⚠ Atenção a pacientes com doença falciforme e febre (risco de sepse) 🔹 Priapismo ➜ Veno-oclusão levando a estase e congestão dos corpos cavernosos 54 *se não tratada rapidamente pode levar a disfunção erétil! 🔹 Atraso do crescimento/desenvolvimento 🔹 Manifestações neurológicas ■ AVC isquêmico (80%) ■ AVC hemorrágico (relação com aneurismas) 🔹 Complicações renais ➜ Oclusão da vasa recta ■ Dificuldade de concentração urinária ■ Hematúria ■ Infarto papilar ■ Acidose tubular renal ■ Depuração anormal de potássio 🔹 Crise aplásica ➜ Causadas por infecção das células eritropoeticas por Parvovírus B19 ➡ pausa da maturação de eritroblastos ■ Queda abrupta de Hb e de reticulócitos (na de sequestro esplênico os reticulócitos estão altos) ■ Tratamento = transfusão 🔹 Úlceras de extremidades 🔹 Osteomielite ■ Salmonella spp. 55 Quadro clínico e principais causas de óbito na doença falciforme por faixa etária Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S EM.pdf ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht (anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ VCM normal ( normocítica ) 🔹 80-100 fL ■ HCM e CHCM normais ( normocrômica ) 🔹 HCM = 27-31 pg 🔹 CHCM = 32-36 g/dL ■ Leucocitose ■ Trombocitose ■ Esfregaço do sangue periférico 🔹 Drepanócitos (hemácias em foice) 56 🔹 Corpúsculos de Howell-Jolly 🔹 Células em alvo 🔹 Dacriócitos Parâmetros laboratoriais nas principais doenças falciformes Fonte: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/6xykMK3SWJNQMy8MfG6ZkRk/?lang=pt# Drepanócitos Fonte:https://hematologia.farmacia.ufg.br/p/7041-drepanocitos 57 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta ➜ Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos ➜ Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início da sessão ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL 🔹 Eletroforese de hemoglobina ■ Confirmação do diagnóstico 🔹 Presença de HbS (85-95%) *Ver na parte de classificação as porcentagem de cada hemoglobina ■ Classificação da doença (ver abaixo) 58 Eletroforese de hemoglobinas nas principais doenças falciformes Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2270/2_confirmacao_diagnostica.htm ✔ Classificação 🗃 : Feita pela eletroforese de hemoglobina : 🔹 Padrão FA ➡ sem doença 🔹 Padrão FAS (HbA + HbS) ➡ traço falciforme ■ Não tem doença (apenas carrega o gene em heterozigose) ■ Fazer orientação genética Doença falciforme (presença de pelo menos um alelo codificador de hemoglobina S ):: 🔹 Padrão FSC (HbS + HbC) ➡ doença SC 🔹 Padrão FSD (HbS + HbD) ➡ doença SD 🔹 Padrão FS : 59 ■ Doença SS ( HbS em homozigose) ( anemia falciforme ) ■ S/β 0 talassemia (HbS + perda completa da globina β) ■ HbS associada a persistência hereditária da Hb fetal (PHHF) 🔹 Padrão FSA ➡ S/β + talassemia (HbS + perda parcial da globina β) Genótipos e concentração dos tipos de hemoglobinas nos diferentes tipos de doença falciforme Fonte: https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2022/05/revista-ambiente-academico-v07-n02-artigo07.pdf 60 ✔ Conduta � : 1. Hidroxiuréia (se >3 crises/ano ) ➜ Efeitos ■ ↑Hb fetal (60% dos pacientes) ■ ↑Hemoglobina e VCM, ↓Reticulócitos ■ ↓Moléculas de adesão, ↓Receptores endoteliais, ↓adesão vascular 2. Reposição de ácido fólico ➜ Suprir demanda para produção de hemácias 3. Imunizações 🔹 Bactérias encapsuladas: ■ Haemophilus tipo B ■ Pneumococo ■ Meningococo 🔹 Hepatite B 🔹 Influenza 4. Penicilina profilática (se indicado) ➜ Indicado para 3 meses a 5 anos de idade 🔹 Penicilina G benzatina ■ 50.000 UI/kg/dose a cada 21 dias 🔹 OU penicilina oral ■ Até 15 kg/ 3 anos ➡ 125 mg 2x/dia ■ 15-25 kg/3-5 anos ➡ 250 mg 2x/dia ■ >25 kg ➡ 500 mg 2x/dia *Outra opção: eritromicina 20 mg/kg 2x/dia 5. Doppler transcraniano anual ➜ Detecção de pacientes com risco de 1° AVC 🔹 Dos 2 aos 17 anos 61 🔹 Avalia a velocidade do fluxo sanguíneo no polígono de Willis >200 cm/segundo 🔹 Se detectado risco ➡ inclusão em regime de hipertransfusão 6. Orientar sinais de alarme de eventos agudos ➜ Necessidade de atendimento imediato 🔹 Temperatura >38°C 🔹 Dor que não alivia com medidas habituais 🔹 Sintomas respiratórios agudos 🔹 Dor/distensão abdominal 🔹 Vômitos ou diarreia importantes 🔹 Esplenomegalia 🔹 Aumento de volume articular 🔹 Sinal/sintoma neurológico 🔹 Aumento significativo de palidez, fadiga ou letargia 🔹 Priapismo >3-4h 7. Manejar crises agudas imediatamente (Ver capítulo específicos) 8. Transfusão sanguínea , se: 🔹 Complicações anêmicas graves 🔹 Acidente vascular cerebral 🔹 Pré-operatório de cirurgias com anestesia geral 🔹 Síndrome torácica aguda 🔹 Priapismo Não é necessário em: 🔹 Anemia crônica 🔹 Crises dolorosas não complicadas 🔹 Infecções leves ou moderadas 🔹 Necrose avascular 🔹 Gravidez não complicada 62 🔹 Pequenas cirurgias com anestesia local 9. Considerar transplante de medula óssea 63 Crise álgica Fisiopatologia da vaso-oclusão na anemia falciforme Fonte: https://alleanzahealth.com/the-scourge-of-sickle-cell-disease/ ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: Investigação 🔹 Hemograma 🔹 Dor torácica ➡ RX de tórax, gasometria, hemocultura 🔹 Artrite séptica/osteomielite ➡ punção aspirativa 🔹 Dor nas costas ➡ parcial de urina + urocultura com antibiograma ✔ Conduta � : 1. Internar, se: 🔹 Não melhora após 8h do início da terapia 🔹 Fatores de risco 2. Suporte 64 🔹 Hidratação ⚠ evitar hiper-hidratação (água corporal aumentada - risco de edema pulmonar) 🔹 Repouso 🔹 Aquecer o paciente 🔹 Antiemético 3. Analgesia 🔹 Principais medicações: ■ Dipirona, acetoaminofeno ■ Diclofenaco ■ AAS ■ Codeína, tramadol, morfina 🔹 Outros: ■ Antidepressivos ■ Anticonvulsivantes ■ Antihistamínicos 4. Transfusão sanguínea , se: 🔹 Queda de Hb de >2 g/dL 🔹 Hb <5 g/dL 🔹 Sinais/sintomas decorrentes de anemia 65 Síndrome torácica aguda ➜ Principal causa de óbito na pós-puberdade em pacientes com doença falciforme ➜ Causas: ■ Infecções ■ Hipoventilação/atelectasias ■ Edema pulmonar ■ Broncoespasmo ■ Oclusão vascular ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Doença falciforme + asma (2x mais chance que quando sem asma) 🔹 Fator desencadeante: ■ Infecção respiratória ■ Êmbolo gorduroso ■ Pós-operatório Clínica 🔹 Febre 🔹 Dor torácica 🔹 Taquipneia 🔹 Dispneia 🔹 Tosse 🔹 Alterações de ausculta pulmonar 66 Quadro clínico e principais causas de óbito na doença falciforme por faixa etária Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 ↓Saturação de O 2 🔹 Radiografia de tórax ■ Novo infiltrado pulmonar ✔ Conduta � : 1. Internar 2. Monitorização 3. Oxigênio 🔹 Manter saturação >92% 4. Tratar causa vase 67 🔹 Se bactérias encapsuladas ➡ cefalosporina 🔹 Atípicas ➡ macrolídeos 5. Analgesia ⚠ Cuidar com sedação e depressão respiratória 6. Hidratação(não hiper-hidratar) 7. Antibiótico 🔹 Cobrir germes atípicos e típicos 🔹 Ceftriaxona OU amoxicilina e clavulanato 🔹 + macrolídeo 8. Broncodilatador (se asma) 9. Transfusão , se: 🔹 Piora clínica 🔹 Queda de Hb >2g/dL *Considerar exsanguineotransfusão (mas Hb deve estar >10 g/dL / Ht ≥25%) 10. Fisioterapia respiratória ➜ Prevenir atelectasias 11. Se sem melhora , considerar: 🔹 Óxido nítrico inalatório 🔹 Ventilação mecânica 68 Febre no Paciente com Doença Falciforme Quadro clínico e principais causas de óbito na doença falciforme por faixa etária Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma 🔹 Hemocultura 🔹 RX de tórax 🔹 Parcial de urina, urocultura 🔹 Sorologia para Mycoplasma 🔹 Coprocultura 🔹 Punção lombar 🔹 Mapeamento ósseo, RX de esqueleto, cultura (investigar osteomielite) ✔ Conduta � : 69 1. Internação, se: 🔹 <5 anos (48-72h até resultado das culturas) 🔹 Febre alta (>38,9°C), sinais de toxemia 🔹 Leucócitos >30.000 ou <5.000/mm 3 🔹 Baixa saturação de O 2 🔹 Instabilidade hemodinamica 🔹 Infecção bacteriana invasiva prévia 🔹 Complicações associadas 2. Antibiótico 🔹 Parenteral 🔹 Oral 3. Reavaliação pós-alta 🔹 Em 1 semana (se <5 anos) 70 Crise de Sequestro Esplênico ➜ Retenção de hemácias no interior do baço ➜ Baço do paciente com doença falciforme sofre esplenectomia funcional devido a vaso-oclusões (normalmente até 5 anos de idade) ➜ Mortalidade de 10-15% Quadro clínico e principais causas de óbito na doença falciforme por faixa etária Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 5 meses a 2 anos de idade (75% <4 anos) Clínica 🔹 Dor abdominal 🔹 Esplenomegalia 71 ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Queda aguda/subaguda de Hb 🔹 ↑Reticulocitose ✔ Conduta � : 1. Transfusão de hemácias 2. Esplenectomia *recorrência de 50% 72 Acidente Vascular Cerebral ➜ Mortalidade de 10% ➜ Podem causar sequelas neurológicas e/ou cognitivas ( 60% ) ✔ Rastreamento 🧭: 🔹 Doppler transcraniano anual (dos 2-17 anos) ➜ Detecção de pacientes com risco de 1° AVC 🔹 Avalia a velocidade do fluxo sanguíneo no polígono de Willis >200 cm/segundo 🔹 Se detectado risco ➡ inclusão em regime de hipertransfusão ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Idade mais comum = 2-5 anos de idade 🔹 Manifestações focais (normalmente) Quadro clínico e principais causas de óbito na doença falciforme por faixa etária Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/39506/mod_resource/content/4/Doenca%20Falciforme_S 73 ✔ Conduta � : 1. Exsanguíneo-transfusão parcial 2. Programa de transfusão crônica 🔹 Redução de recorrência em 90% 74 Talassemia ➜ Diminuição/ausência da síntese de cadeias alfa ou beta da hemoglobina 🔹 Defeito de produção da cadeia alfa ➡ alfa talassemia 🔹 Defeito de produção da cadeia beta ➡ beta talassemia Estrutura da hemoglobina Fonte: https://www.indagacao.com.br/2020/05/upe-2020-hemoglobina-do-adulto-humano-e-composta-por-quatro-subunidades-sendo- duas-do-tipo-alfa-codificada-pelo-gene-hba.html ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 75 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ ↓VCM ( microcítica ) 🔹 <80 fL ■ ↓HCM e ↓CHCM ( hipocrômica ) 🔹 HCM <27 pg 🔹 CHCM <32 g/dL ■ RDW normal 🔹 11,5 -14,5% 76 Alfa-talassemia ➜ Mutação dos genes da alfa-globulina 🔹 4 genes ■ Todos afetados ➡ hidropsia fetal (óbito fetal) ■ 3 afetados (só 1 normal) ➡ Hemoglobina H (4 cadeias beta) ■ 2 ou 1 afetados ➡ traço talassêmico Alfa-talassemia Fonte: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1564/Dotto_Fatima_Rosane_Colpo.pdf?sequence=1 ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) 77 ■ ↓VCM ( microcítica ) 🔹 <80 fL ■ ↓HCM e ↓CHCM ( hipocrômica ) 🔹 HCM <27 pg 🔹 CHCM <32 g/dL ■ RDW normal 🔹 11,5 -14,5% ■ Esfregaço do sangue periférico 🔹 Leptócitos (hemácias em alvo ) 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos (ou normal) 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início do capítulo ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise 🔹 Eletroforese de hemoglobina ■ HbA1 ausente ■ HbH (Hb Barts ) 🔹 4 cadeias beta (β) (ocorre quando 3 genes afetados) 78 Beta-talassemia ➜ Mutação dos genes da beta-globulina 🔹 1 gene ■ Homozigose ➡ Beta-talassemia major (óbito fetal) 🔹 Total 🔹 Parcial ■ Heterozigose ➡ Beta-talassemia minor 🔹 Total 🔹 Parcial *Se heterozigoto e assintomático ➡ traço beta-talassêmico (pode ter VCM e HCM baixos, porém sem anemia) Beta-talassemia Fonte: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1564/Dotto_Fatima_Rosane_Colpo.pdf?sequence=1 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 79 🔹 Início do quadro com 3-6 meses 🔹 Hepatoesplenomegalia ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ ↓Hb e ↓Ht ( Anemia ) 🔹 Hemoglobina ➡ <12 g/dL ( ♀) / <13 g/dL (♂) 🔹 Hematócrito ➡ <41% (♂) / <35% ( ♀) ■ ↓VCM ( microcítica ) 🔹 <80 fL ■ ↓HCM e ↓CHCM ( hipocrômica ) 🔹 HCM <27 pg 🔹 CHCM <32 g/dL ■ RDW normal 🔹 11,5 -14,5% ■ Esfregaço do sangue periférico 🔹 Leptócitos (hemácias em alvo ) 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos (ou normal) 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início do capítulo ■ ↓ Haptoglobina 80 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL 🔹 Hiperplasia medular ■ Pode ser vista na radiografia/tomografia de crânio ➡ rarefação do osso por aumento da medula ■ Tendência a osteopenia/osteoporose Hiperplasia da medula óssea Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4498474/mod_resource/content/1/Talassemias.pdf?forcedownload =1 🔹 Eletroforese de hemoglobina ■ ↑HbA2 (α 2 ζ 2 ) ■ ↑HbF (α 2 γ 2 ) Eletroforese de hemoglobinas β-talassemia 81 Fonte: https://www.fciencias.com/2016/05/31/talassemias/ ✔ Conduta � : 1. Transfusão de hemácias (se necessário) 🔹 Podem gerar excesso de ferro (usar quelantes de ferro ) 2. Reposição de ácido fólico ➜ Suprir demanda para produção de hemácias 3. Esplenectomia (se indicado) 4. Considerar transplante de medula óssea (curativo, mas envolve riscos) 82 Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) ➜ Anemia causada por autoanticorpos direcionados aos eritrócitos ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sinais de anemia hemolítica súbita (ver nos capítulos anteriores sobre anemia e hiperproliferação ) Se por anticorpos frios (IgM): 🔹 Acrocianose 🔹 Anemia que pioracom o frio ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos (ou normal) 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início do capítulo 83 ■ ↓ Haptoglobina ■ ↑DHL 🔹 Microesferócitos 🔹 Teste de Coombs direto (+) (teste da antiglobulina humana) ➜ Identifica a presença de anticorpos contra hemácias (por meio de antiglobulina humana) ➜ Positivo em 95% dos casos Teste de Coombs direto Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/11/teste-de-coombs-direto.html *Se AHAI + PTI = Síndrome de Evans ✔ Classificação 🗃 : 🔹 Por anticorpos quentes (IgG) ➜ Aglutinação em temperaturas mais altas ■ Normalmente secundária a outras doenças (ex.: LES) 🔹 Por anticorpos frios (IgM) (crioglobulina) ■ Aglutinação em temperaturas mais baixas ■ Hemólise na circulação periférica 84 ✔ Conduta � : 1. Imunossupressão (corticoide) 85 Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) ➜ Doença rara ➜ Mutação clonal das células tronco da medula óssea 🔹 Mutação PIG-A com redução de GPI (causaria proteção da membrana contra o complemento) 🔹 Deficiência de CD55 e CD59 (proteínas da membrana da hemácia que protegiam contra a ação do complemento 🔹 Leva a agregação plaquetária e coagulação aumentada Destruição de hemácias pelo complemento (normal x hemoglobinúria paroxística noturna) Fonte: https://www.jci.org/articles/view/131647/figure/1 86 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Hematúria pela manhã /madrugada ■ Hemólise no período noturno 🔹 Trombose ■ Intra-abdominal ➡ síndrome de Budd-Chiari ■ Cerebral (AVC) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Pancitopenia 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos (ou normal) 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início do capítulo ■ ↓ Haptoglobina ■ ↑DHL 🔹 Citometria de fluxo ■ Perda de expresão de CD55 e CD59 🔹 Diagnóstico diferencial ■ Coombs direto negativo ✔ Conduta � : 87 1. Reposição de ferro e ácido fólico 2. Anticoagulação (se necessário) 3. Corticoide 4. Eculizumabe (anti-CD5) 5. Considerar transplante de medula óssea (avaliar riscos e benefícios) 88 Diagnóstico diferencial de Hemólise 🔹 Se presença de esquizócitos (indica microtrombos): ■ PTT ■ SHU ■ CIVD Se não ➡ Coombs Direto ■ (+) ➡ AHAI ■ (-) ➡ outras condições 🔹 Doença falciforme 🔹 Talassemias 🔹 Deficiência de G6PD 🔹 Hemoglobinúria Paroxística Noturna 🔹 Esferocitose 89 Série Branca Leucemias Agudas ➜ Proliferação monoclonal de células malignas progenitoras hematopoiéticas com bloqueio da diferenciação celular (diferente das crônicas) 🔹 Mielóides ➡ Leucemia Mieloide Aguda (LMA) ■ Mais comum ■ Maioria adultos 🔹 Linfóides ➡ Leucemia Linfoide Aguda ( LLA ) ■ A mais comum na infância ➜ Letais se não tratadas ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Radiação ionizante ■ Vazamento nuclear 🔹 Alterações cromossômicas ■ Translocações ■ Trissomias ■ Deleções 🔹 Doenças genéticas ■ Anemia de Fanconi ■ Síndrome de Down 90 ■ Neurofibromatose 🔹 Agentes químicos / drogas ■ Benzeno e derivados ■ Agentes alquilantes, fenilbutazona ■ Pesticidas ou agrotóxicos ■ Uso materno de Cannabis 🔹 Vírus ■ Epstein-Barr ■ HTLV-1 ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Leucocitose / leucopenia 🔹 ≥20% de blastos em sangue (confirma diagnóstico de leucemia aguda) 🔹 ⚠ Ausência de blastos na corrente sanguínea não exclui o diagnóstico (pode ser uma fase inicial restrita à MO ➡ leucemia aleucêmica ) 🔹 Neutropenia/ agranulocitose 🔹 Desvio escalonado 🔹 E hiatos leucêmicos (ausência de células intermediárias entre blastos e neutrófilos maduros) ■ Anemia normo cítica e normo crômica ■ Trombocitopenia 🔹 Normalmente <100.000 🔹 Mielograma (aspirado de medula óssea) ➜ Punção com aspirado de medula óssea da parte posterior da crista ilíaca ou do esterno 91 ■ Hipercelularidade - células neoplásicas ■ ≥20% de blastos (OMS) (confirma diagnóstico) 🔹 Se mieloblastos = LMA 🔹 Se linfoblastos = LLA *FAB considera >30% 🔹 Biópsia óssea ➜ Normalmente da crista ilíaca 🔹 Imunofenotipagem ■ Antígenos na superfícia de células sanguíneas 🔹 Citogenética ■ Alterações cromossômicas relacionadas 92 Leucemia Mieloide Aguda ➜ Leucemia aguda mais comum ( 80% das leucemias em adultos) ➜ Proliferação monoclonal de células malignas progenitoras hematopoiéticas mieloides que se tornam incapazes de se diferenciar Linhagem do Mieloblasto Fonte: https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/11/mielopoiese.html e https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/11/mielopoiese.html 93 ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Idade entre 20-60 anos (pico aos 65 anos ) 🔹 Fatores de risco para leucemias agudas (ver no capítulo de leucemias agudas ) Clínica ➜ Evolução aguda (de dias a semanas ) 🔹 Tríade sintomática: ■ Astenia ( anemia ) 🔹 Palidez, fadiga ■ Febre neoplásica ( neutropenia ) 🔹 Infecções ■ Sangramento ( plaquetopenia ) 🔹 Pode ter CIVD 🔹 Consequências da infiltração de órgãos por blastos ■ Hepatomegalia ■ Esplenomegalia ■ Adenomegalia ■ Cloroma (sarcoma granulocítico) ➜ Infiltração da órbita ■ Infiltração gengival ■ Pele ■ Ossos ( dor óssea ) ■ SNC ■ Testículos ■ Ovários *Especialmente linhagens M4 e M5 94 Infiltração gengival e cloroma Fonte: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/207582/000986997.pdf?sequence=1&isAllowed=y e https://link.springer.com/article/10.1007/s12288-018-1033-y/figures/1 🔹 Síndrome de leucostase (se hiperleucocitose) ■ Cefaleia, alterações visuais ■ Rebaixamento do nível de consciência, convulsões ■ Dispneia ➜ Tratamento: leucaférese (alternativa durante falta de recursos: hidroxiureia) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Ver no capítulo de leucemias agudas 🔹 Pode haver bastonetes de Auer ( patognomônico !) na MO ou sangue periférico ➜ Inclusões citoplasmáticas cristalinas formadas por grânulos azurófilos (lisossomos fundidos) 95 Blastos com bastonetes de Auer Fonte: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/274?locale=zh_CN& ✔ Classificação 🗃 : Imunofenotipagem e citogenética ➜ Imunofenotipagem = Citometria de fluxo com anticorpos monoclonais 🔹 M0 ➡ Mínima diferenciação ■ CD13+, CD33+ 🔹 M1 ➡ Blastos indiferenciados ■ CD13+, CD33+, CD11b+, MPO+ 🔹 M2 ➡ Blastos diferenciados ■ DR+, CD34+, CD33+, CD19+ 🔹 M3 ➡ Promielócitos ■ Alta mortalidade (porém bom prognóstico após fase inicial) ■ t(15;17)(q22;q21) ➡ Gene PML (RARα) 🔹 M4 ➡ Mielomonocítica 🔹 M5 ➡ Monocítica 🔹 M6 ➡ Eritroleucemia 96 🔹 M7 ➡ Megacarioblástica ✔ Conduta � : 1. Transfusão (se necessário) 🔹 Na M3 (promielocítica) é comum haver quadro grave de hemorragias (normalmente até 20 dias do início da quimio) 2. Quimioterapia 🔹 Indução 🔹 Consolidação 🔹 Manutenção *⚠Se excesso de blastos em sangue periférico pode ocorrer destruição maciça ➡ síndrome de lise tumoral (prevenir) 3. Procurar Doença Residual Mínima ( DRM ) 🔹 Pedir mielograma com imunofenotipagem (após tratamento) 🔹 Se (-) ➡ sem bastos encontrados 🔹 Se (+) ➡ alguns blastos residuais não eliminados pela quimio Se suspeita de M3 (promielocítica) 4. Ácido transretinoico (ATRA) 🔹 Induz células à maturação *Introduzir já na suspeita se hemorragia no pronto-socorro com blastos * 30-40% de cura (agudas são mais fáceis de tratar que as crônicas) - mas prognóstico depende do tipo, idade, resposta a terapia, etc. 97 Leucemia Linfocítica Aguda ➜ 75-80% das leucemias na infância 🔹 Prognóstico melhor nas crianças ➜ Proliferação monoclonal de células malignas progenitoras hematopoiéticas linfoides que se tornam incapazes de se diferenciar ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 <12 anos (90% dos casos ocorrem na infância) ■ Pico 3-7 anos de idade 🔹 Anormalidade cromossômicas : ■ Síndrome de Down ■ Síndrome de Fanconi ■ Síndrome de Klinefelter 🔹 Fatores de risco para leucemias agudas (ver no capítulo de leucemias agudas ) Clínica 🔹 Tríade sintomática: ■ Astenia ( anemia ) 🔹 Palidez, fadiga ■ Febre neoplásica ( neutropenia ) 🔹 Infecções ■ Sangramento ( plaquetopenia ) 🔹 Pode ter CIVD 🔹 Dor óssea 🔹 Consequências da infiltração de órgãos por blastos ■ Hepatomegalia 98 ■ Esplenomegalia ■ Adenomegalia ■ Cloroma (sarcoma granulocítico) ➜ Infiltração da órbita ■ Infiltração gengival ■ Pele ■ Ossos ( dor óssea ) ■ SNC, síndrome meníngea ■ Testículos ■ Ovários ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Ver no capítulo de leucemias agudas 🔹 Além disso: ■ Radiografia de tórax 🔹 Massa mediastinal ✔ Classificação 🗃 : 🔹 L1 ➡ Pequenos blastos 🔹 L2 ➡ Blastos heterogêneos 🔹 L3 ➡ Blastos vacuolizados (Burkitt) *Classificação com imunofenotipagem e citogenética ✔ Conduta � : 1. Transfusão (se necessário) 2. Quimioterapia 🔹 Altas doses ou associar intratecal 99 ➜ Pegar SNC (“santuário de blastos”) ■ Se não eliminados podem causar recidiva ou agravamento em SNC Fases: 🔹 Indução 🔹 Consolidação 🔹 Manutenção *⚠ Se excesso de blastos em sangue periférico pode ocorrer destruição maciça ➡ síndrome de lise tumoral (prevenir) 3. Considerar radioterapia (especialmente se houver massas) 4. Procurar Doença Residual Mínima ( DRM ) 🔹 Pedir mielograma com imunofenotipagem (após tratamento) 🔹 Se (-) ➡ sem bastos encontrados 🔹 Se (+) ➡ alguns blastos residuais não eliminados pela quimio * 80% de cura nas crianças (no adulto é mais grave) 100 Leucemias Crônicas Leucemia Mielóide Crônica ➜ Causada por translocação genética t(9;22) , levando a formação do cromossomo Philadelphia (Ph) que codifica o oncogene BCR-ABL Translocação (9;22) com formação do cromossomo Philadelphia e oncogene BCR-ABL Fonte: https://www.researchgate.net/figure/The-Philadelphia-chromosome-and-the-BCR-ABL-fusion-The-BCR-AB L-fusion-is-the-molecular_fig6_45578914 Linhagem do Mieloblasto 101 Fonte: https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/11/mielopoiese.html e https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/11/mielopoiese.html ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Anemia normo cítica e normo crômica ■ Leucocitose ( >50.000 /mm 3 ) 🔹 com desvio à esquerda ( todos os estágios de células mieloides - incluindo maduras ) 🔹 Basofilia ■ Plaquetose (às vezes, plaquetopenia) 102 🔹 Com disfunção (tendência a sangramentos ) 🔹 Hiperuricemia 🔹 ↑DHL 🔹 Detecção do gene BCR-ABL Material analisado ■ Sangue periférico ■ Mielograma Métodos: ■ FISH ■ PCR ✔ Classificação 🗃 : 🔹 Fase crônica (mais comum) ■ Sintomas inespecíficos 🔹 Perda de peso 🔹 Sudorese noturna 🔹 Fraqueza 🔹 Anorexia 🔹 Esplenomegalia volumosa 🔹 Desconforto abdominal 🔹 Plenitude precoce 🔹 Fase acelerada ■ Perda de diferenciação das células (mais blastos) Critérios: ■ Leucocitose progressiva, esplenomegalia progressiva ou trombocitose (>1.000.000/μL) não responsivo a tratamento ■ Trombocitopenia (<100.000/μL) não relacionada a efeito colateral do tratamento 103 ■ Presença de 10-19% de blastos no sangue periférico ou medula óssea ■ Basofilia >20% ■ Outras anormalidade genéticas (além do cromossomo Ph) 🔹 Fase blástica (avançada) Critérios ■ Pelo menos 20% de blastos em sangue periférico ou medula óssea ■ Agrupamentos de blastos em medula óssea ■ Tumor extramedular ✔ Conduta � : 1. Inibidores de tirosinoquinase 🔹 Imatinibe (1 a linha) 🔹 Se fase acelerada/blástica ➡ altas doses (ou TMO) 2. Avaliar resposta ➜ Se falha de resposta ➡ trocar medicamento ■ ⚠ Perda de resposta hematológica em qualquer momento é falha de tratamento 🔹 Hematológica ■ Hemograma sem alterações 🔹 Leucócitos <10.000/mm 3 🔹 Ausência de mieloblastos, promielócitos e mielócitos 🔹 Basofilia <6% 🔹 Baço normal 🔹 Plaquetas <450.000 ■ Assintomático 104 🔹 Citogenética ■ Completa ➡ ausência de cromossomos Ph ■ Maior ➡ 0-35% de Ph ■ Menor ➡ 36-95% de Ph 🔹 Molecular ■ Completa ➡ ausência de BCR-ABL ■ Maior ➡ redução de 3 logs (<0,1% de BCR-ABL) Critérios de falha de tratamento para LMC Fonte: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/ykR3dPLCBThTHbGq9btyn5p/?lang=pt#ModalTabletab04 3. Se falha mesmo após troca de medicação ➡ considerar TMO 105 Leucemia Linfocítica Crônica ➜ Leucemia mais comum do adulto ➜ Acúmulo de linfócitos B maduros ➜ Curso mais benigno que as demais doenças hematológicas malignas ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 60-80 anos Clínica ➜ Maioria assintomáticos (diagnóstico em exames de rotina) 🔹 Linfadenopatia cervical, axilar ou inguinal 🔹 Sintomas B 🔹 Imunossupressão (infecções de repetição) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Linfocitose ■ Marcadores de alto risco 🔹 Anemia normo cítica e normocrômica OU anemia hemolítica autoimune 🔹 Plaquetopenia 🔹 ↑DHL 🔹 ↑β2-microglobulina 106 🔹 Imunofenotipagem do sangue periférico (confirmação do diagnóstico) ✔ Classificação 🗃 : 🔹 Estadiamento de Rai Risco baixo: ■ 0 ➡ Linfocitose (sangue ou MO) Risco intermediário: ■ I ➡ Linfadenopatia ■ II ➡ Esplenomegalia e/ou hepatomegalia Risco alto: ■ III ➡ Anemia (Hb <11 g/dL) ■ IV ➡ Trombocitopenia (<100.000/μL) *Linfocitose está presente em todos os estadios 🔹 Estadiamento de Binet Risco baixo: ■ A ➡ acometimento de <3 áreas linfoides ■ B ➡ acometimento de ≥3 áreas linfoides ■ C ➡ Hb <10 g/dL OU plaquetas <100.000 /μL ✔ Conduta � : Se assintomático ➡ expectante (não há cura) Se sintomático 1. Quimioterapia/radioterapia (manejo dos sintomas) 107 Linfomas ➜ Acúmulo de linfócitos malignos nos linfonodos ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Linfonodomegalia de característica maligna ■ Consistência endurecida ■ Aderido a planos profundos, pouca mobilidade ■ Aumento assimétrico ■ Mais de uma cadeia acometida ■ Grandes (>2 cm) ■ Evolução progressiva ■ Localização (não habitual) - Ex.: 🔹 Peritroclear 🔹 Supraclavicular 🔹 Cervical baixo 🔹 Poplíteo 🔹 Outros ■ Indolor, sem eritema (sem sinais flogísticos)🔹 Sintomas B ■ Febre ■ Sudorese noturna profusa ■ Perda ponderal 🔹 Outros (ver nos capítulos específicos) 108 Diferenças entre linfonodo inflamatório e neoplásico Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/58594087/protocolo-linfonodos-adenomegalia 109 Linfoma de Hodgkin ➜ Linfoma de células B com proliferação de células de Reed-Sterberg (ver abaixo) ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 História familiar 🔹 Vírus Epstein-Barr (detectado em >50% dos casos) ■ Principalmente em HIV+ (mal prognóstico) 🔹 Incidência bimodal ■ 20-30 anos ■ 60-70 anos Clínica 🔹 Linfonodomegalia de característica maligna (ver no capítulo de linfomas ) Cadeias mais comuns: ■ Cervicais, supraclaviculares (60%) ■ Inguinal ■ Axilar *Disseminação ordenada para linfonodos contíguos 🔹 Hepatoesplenomegalia 🔹 Prurido intenso (10%) 🔹 Sintomas B ■ Febre ■ Sudorese noturna profusa ■ Perda ponderal 🔹 Dor ao uso de álcool (20%) 110 ■ Muito específico ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Anemia normo cítica e normo crômica ■ Leucocitose 🔹 Neutrofilia 🔹 Eosinofilia 🔹 Linfocitose ■ Pode ter alteração de plaquetas 🔹 ↑DHL ➜ Marcador prognóstico ■ Destruição de células tumorais 🔹 ↑Gamaglobulina, ↑Fibrinogênio 🔹 ↑Ácido úrico 🔹 ↑ PCR, ↑ VHS ■ Marcadores de progressão da doença 🔹 Radiografia de tórax ■ Adenopatia mediastinal indolor (80%), massa mediastinal 🔹 Biópsia excisional do linfonodo ■ Células inflamatórias (99%) ■ Células de Reed-Sternberg /em “olhos de coruja” 🦉 ( patognomônico ) (<1%) ■ Positividade para CD15 e CD30 *⚠ Punção aspirativa pode levar a amostra insuficiente! Tirar linfonodo inteiro 111 Célula de Reed-Sternberg Fonte: https://anatpat.unicamp.br/lamhemo11.html e https://twitter.com/RepasoENARMmx/status/1274447728492326913 🔹 Biópsia de medula óssea (verificar infiltração) 🔹 Exames de imagem ( estadiamento ) ■ TC ■ RNM ■ PET-CT ✔ Classificação 🗃 : Tipo (OMS) 🔹 Clássico ■ Esclerose nodular (mais comum) ■ Celularidade mista ■ Depleção de linfócitos ■ Clássico rico em linfócitos 🔹 Nodular com predomínio de linfócitos Estadiamento de Ann Arbor (TC/RNM/PET-CT) 🔹 Localização ■ Estadio I ➡ apenas 1 região acometida 112 ■ Estadio II ➡ ≥2 regiões ( todas no mesmo lado do diafragma - acima ou abaixo) ■ Estadio III ➡ ≥2 regiões ( algumas acima e outras abaixo do diafragma) ■ Estadio IV ➡ Órgão extra-linfático acometido 🔹 +Qualificações ■ Presença de sintomas B 🔹 A ➡ sem 🔹 B ➡ com sintomas B ■ X ➡ massas nodal ■ E ➡ Comprometimento extra-linfático localizado ■ S ➡ baço acometido Classificação de Ann Arbor Fonte: https://cancerbioucd.wordpress.com/pathology/staging/ IPS ( prognóstico de doença avançada) ➜ 1 ponto para cada critério 🔹 Idade >45 anos 🔹 Sexo masculino 🔹 Albumina sérica <40 g/dL 🔹 Hemoglobina <10,5 mg/dL 113 🔹 Estadio IV 🔹 Leucocitose >15.000 🔹 Leucopenia ≤600/μL ✔ Conduta � : 1. Radioterapia (se indicado) Indicações: 🔹 Estadio I e II 🔹 Massas volumosas 🔹 Tumores mediastinais 🔹 Dor óssea 2. Quimioterapia 🔹 Duração e intensidade variável (conforme subtipo e estadiamento 114 Linfoma Não-Hodgkin ➜ Maioria linfomas de linfócitos B (mas também T e NK) ➜ Grupo de muitas doenças 🔹 Alto grau de malignidade: ➜ Maior chance de cura (60-80%) 🔹 Quimioterapia age em linfomas de multiplicação mais rápida ■ Imunoblástico de células gigantes (LIB) ■ Linfoblástico (LBL) ■ Burkitt, indiferenciado não Burkitt (LCNC) 🔹 Malignidade intermediária ■ Folicular (predomínio de células grandes (LCGF) ■ Difuso 🔹 Células pequenas e segmentadas (LCPD) 🔹 Misto de células pequenas e grandes (LMD) 🔹 Células grandes (LCGD) 🔹 Baixo grau de malignidade ➜ Mínima chance de cura ■ Linfocítico de células pequenas (LLP) ■ Folicular 🔹 Predomínio células pequenas e segmentadas 115 🔹 Misto células pequenas segmentadas e grandes ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Idade de 50-65 anos 🔹 Imunossupressão 🔹 Exposição ■ Pesticidas ■ Radiação ■ Agentes infecciosos 🔹 HIV, HTLV-1 🔹 EBV, HHV-8 🔹 HCV 🔹 H. pyori 🔹 Malária Clínica 🔹 Linfonodomegalia de característica maligna (ver no capítulo de linfomas ) 🔹 Sintomas B ■ Febre ■ Sudorese noturna profusa ■ Perda ponderal 🔹 Hepatoesplenomegalia 🔹 Envolvimento da medula óssea e TGI 🔹 Sintomas respiratórios (se massas mediastinais) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma 116 🔹 ↑DHL ➜ Marcador prognóstico ■ Destruição de células tumorais 🔹 ↑Gamaglobulina (β-2-microglobulina) 🔹 ↑Ácido úrico 🔹 ↑ PCR, ↑ VHS ■ Marcado 🔹 Radiografia de tórax ■ Massa mediastinal ✔ Classificação 🗃 : Estadiamento de Ann Arbor (TC/RNM/PET-CT) ➜ Menos preditora que para o linfoma Hodgkin 🔹 Localização ■ Estadio I ➡ apenas 1 região acometida ■ Estadio II ➡ ≥2 regiões ( todas no mesmo lado do diafragma - acima ou abaixo) ■ Estadio III ➡ ≥2 regiões ( algumas acima e outras abaixo do diafragma) ■ Estadio IV ➡ Órgão extra-linfático acometido 🔹 +Qualificações ■ Presença de sintomas B 🔹 A ➡ sem 🔹 B ➡ com sintomas B ■ X ➡ massas nodal ■ E ➡ Comprometimento extra-linfático localizado ■ S ➡ baço acometido 117 Classificação de Ann Arbor Fonte: https://cancerbioucd.wordpress.com/pathology/staging/ ✔ Conduta � : 1. Quimioterapia ➜ Maior chance de cura nos de alto grau (age em linfomas de multiplicação mais rápida) 🔹 Rituximabe ( Anti-CD20 ) 118 Macroglobulinemia de Waldenström (Linfoma linfoplasmocítico) ➜ Produção aumentada de IgM levando a hiperviscosidade ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Eletroforese de proteínas ■ Aumento de IgM 🔹 Diagnóstico diferencial ■ Mieloma múltiplo 🔹 Incomum ter hepatoesplenomegalia 🔹 Lesões líticas 🔹 Doença renal 119 Linfoma de Burkitt ➜ Linfoma de alto grau ➜ Formas 🔹 Endêmico ➡ África (malária) 🔹 Esporádico (associado ao HIV ) ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Infecções repetidas por malária 🔹 Infecção pelo HIV Clínica 🔹 Grande massa em região da mandíbula 120 Linfoma MALT ➜ Linfoma de baixo grau de células T que acomete o MALT - Tecido Linfóide Associado a Mucosa 🔹 Placas de Peyer ➜ Relacionado com o H. pylori ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sintomas inespecíficos 🔹 Sintomas B ■ Febre ■ Sudorese noturna ■ Perda de peso ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Endoscopia digestiva alta ■ Biópsia e imuno-histoquímica ■ Pesquisa de H. pylori 🔹 Métodos invasivos: ■ Teste de urease ➜ Adicionar ureia à amostra (transformação em amônia com mudança do pH) ■ Biópsia (padrão-ouro) ■ PCR ■ Cultura 🔹 Não invasivo 121 ■ Teste respiratório ➜ Uréia marcada com isótopo estável do carbono-13 (13C-UBT ureia) ■ Sorologia (pode ser cicatriz sorológica) ■ Antígeno fecal ✔ Conduta � : 1. Erradicar H. pylori (não precisa de quimioterapia normalmente) ➜ 14 dias 🔹 C laritromicina ■ 500 mg 12/12h *se refratário, trocar por levofloxacino 500 mg/dia 🔹 + A moxicilina ■ 1g 12/12h *pode ser substituídapor metronidazol ou levofloxacino 🔹 + omeprazol ( I BP) ■ 20 mg 12/12h ➜ Se refratário, adequar esquema e tentar até 3 vezes *Em casos de adenocarcinoma gástrico (ou história familiar da CA gástrico) ou linfoma MALT ➡ tentar mais vezes 122 Plaquetas e Coagulação Distúrbios da Hemostasia Primária ➜ Hemostásia primária ➡ vasocontrição + agregação plaquetária (tampão hemostático) Fatores envolvidos na adesão plaquetária: 🔹 Fator de Von Willebrand (FvW) ➡ plaqueta + colágeno 🔹 GpIb ➡ plaqueta + FvW 🔹 GpIIbIIIa ➡ plaqueta + plaqueta Adesão e agregação plaquetária - fatores envolvidos Fonte: KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p. 123 Hemostasia primária Fonte: KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p. ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sangramentos superficiais ■ Pele ( púrpura ) 🔹 Petéquias (milímetros) 🔹 Equimoses (>2 cm) ■ Mucosa 🔹 Epistaxe 124 🔹 Gengivorragia 🔹 Metrorragia Hematoma, equimose, púrpura e petéquias Fonte: https://medcao.files.wordpress.com/2018/12/TROMBOCITOPENIAS.pdf, , https://healthjade.com/ecchymosis/, http://www.medical-labs.net/difference-between-petechiae-purpura-and-ecchymoses-3256/ , 125 ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Plaquetopenia (<150.000) ■ Outros 🔹 Tempo de sangramento (prolongado) ■ Baixa sensibilidade 🔹 Curva de agregação plaquetária 🔹 Descartar pseudoplaquetopenia ➜ Sangue é colhido no EDTA (tampa roxa) (impede de coagular no tubo) ➡ plaquetas agregadas são contadas como menos plaquetas *Na dúvida ideal é colher no tubo de citrato (anticoagulante, mas agregação menor) 126 Púrpura Trombocitopênica Imunológica/Idiopática (PTI) ➜ Formação de autoanticorpos contra plaquetas 🔹 Destruição no baço ➜ Causas: 🔹 Infantil ➡ idiopática 🔹 No adulto ➡ secundária a outras condições (ver abaixo nos fatores de risco) ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Crianças: ■ IVAS ■ Vacinação 🔹 Em adultos ■ Sexo feminino ■ HIV ■ Hepatites ■ Epstein-Barr ■ LES ■ Doença autoimune ■ Fármacos ■ Gestação Clínica 🔹 Sangramentos superficiais ■ Pele ( púrpura ) 🔹 Petéquias (milímetros) 127 🔹 Equimoses (>2 cm) ■ Mucosa 🔹 Epistaxe 🔹 Gengivorragia 🔹 Metrorragia 🔹 Esplenomegalia (10% na infantil - no adulto não costuma ter) ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Diagnóstico de exclusão ■ Plaquetopenia (sem outros achados) *Pode ter leve anemia devido a sangramentos *Se outras citopenias ou persistência pedir mielograma para diagnóstico diferencial (na PTI = aumento de linhagem megacariocítica) ✔ Conduta � : Se assintomático e plaquetas ≥30.000/μL: 1. Conduta expectante 🔹 Resolução em até 3 meses *Nos adultos cronifica com mais frequência Se sintomático ou plaquetas <30.000/μL : 2. Corticoterapia 🔹 Prednisona 1 mg/kg/dia 🔹 OU dexametasona 40 mg/dia Se resistente, considerar: 🔹 Esplenectomia 🔹 Rituximab 128 🔹 Imunoglobulina humana intravenosa 🔹 Análogos do receptor de trombopoietina *Transfusão de plaquetas apenas em emergências graves (anticorpos iriam destruir as transfundidas) 129 Púrpura Trombocitopênica-Trombótica (PTT) ➜ Deficiência de ADAMTS13 (congênita ou adquirida - autoanticorpos contra a enzima) → Não clivagem de multímeros de fator de Von Willebrand → ↑Adesão plaquetária → embolização e microtrombos → destruição de hemácias na tentativa de passagem → anemia hemolítica microangiopática ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Sexo feminino 🔹 Idade de 20-40 anos Clínica 🔹 Pêntade clássica: ■ T rombocitopenia ■ I nsuficiência renal (mais raro) ■ T emperatura elevada ( Febre ) ■ A nemia hemolítica microangiopática ■ S NC afetado (alterações neurológicas ) 🔹 Confusão 🔹 Convulsão ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 130 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início da sessão ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL 🔹 Esfregaço do sangue periférico ■ Esquizócitos (hemácias danificadas) Esquizócitos em paciente com anemia hemolítica microangiopática Fonte; https://ibapcursos.com.br/20449666-2/ 🔹 ↓ADAMTS13 ✔ Conduta � : 1. Plasmaférese * ⚠ Não transfundir plaquetas (aumento de microtrombos) 131 Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) ➜ Síndrome causada por infecção por E. Coli O157:H7 produtora de toxina Shiga (STEC) → lesão endotelial → microtrombos (especialmente acometendo os rins ) ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � Fatores de risco 🔹 Crianças Clínica 🔹 Sinais de anemia hemolítica microangiopática 🔹 Lesão renal aguda 🔹 Diarreia com disenteria ( E. Coli enterohemorrágica) 🔹 Perda de peso ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Hemograma ■ Anemia ■ Plaquetopenia 🔹 Sinais de hemólise e hiperproliferação ■ ↑Bilirrubina indireta 🔹 Produto da degradação da hemoglobina ■ ↑Reticulócitos 132 🔹 Precursor de hemácias (produção de hemácias pela medula óssea para reposição) 🔹 >150.000 🔹 Ou reticulócitos corrigidos >2% 🔹 Ver fórmula no início da sessão ■ ↓ Haptoglobina 🔹 Se liga irreversivelmente à hemoglobina após a hemólise ■ ↑DHL 🔹 Esfregaço do sangue periférico ■ Esquizócitos (hemácias danificadas) 🔹 Diagnóstico diferencial ■ PTT, mas na PTT temos: 🔹 Adultos 🔹 Febre 🔹 Alterações neurológicas 🔹 ADAMTS13 diminuído ✔ Conduta � : 1. Suporte 2. Considerar hemodiálise (se necessário) 133 Distúrbios da Hemostasia Secundária ➜ Cascata da coagulação ➡ deposição de fibrina sobre o tampão plaquetário (estabiliza o trombo) 🔹 12 fatores (I-XII) ➜ Produzidos no fígado (exceto fator VIII - endotélio ➜ Um fator ativa o outro ■ Via intrínseca 🔹 XII → XI → IX —cofator VII I→ X *IX pode ser ativado também pelo VIIa ■ Via extrínseca 🔹 [ VII + Fator tecidual ] → X ■ Via comum 🔹 X — cofator V → II (trombina) → I (fibrinogênio → fibrina) Hemostasia secundária Fonte: KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p. 134 Cascata da coagulação Fonte: KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p. 135 Cascata da coagulação - Formação dos complexos ativadores Fonte: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5033094.pdf ✔ O que deve levar a suspeitar dessa condição? � 🔹 Sangramentos profundos ■ Hemartrose ■ Sangramento intracraniano ✔ Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎: 🔹 Tempo de protrombina ( TAP ) ➜ Extrínseca + Comum ■ Cálculo do INR 136 🔹 Monitorização de terapia com anticoagulantes orais 🔹 Tempo de tromboplastina parcial ativada ( TTPA ) ➜ Intrínseca + Comum ➜ Monitorização da heparina
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