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NEUROCIÊNCIA-COGNITIVA-E-EMOÇÃO-POSITIVA-2

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1 
 
 
NEUROCIÊNCIA, COGNITIVA E EMOÇÃO POSITIVA 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 4 
Neurociência .................................................................................................. 5 
Neurociência Afetiva ........................................................................................ 7 
 ..................................................................................................................... 7 
Amígdala ...................................................................................................... 7 
Córtex Pré-Frontal (CPF) ............................................................................. 8 
Córtex Cingulado Anterior (CCA) ................................................................. 8 
Ínsula ........................................................................................................... 9 
Pensamentos resultam em comportamento .................................................... 9 
Cognição ....................................................................................................... 11 
Processos mentais ..................................................................................... 12 
Maiores Áreas de Investigação em Psicologia Cognitiva ........................... 13 
Percepção .............................................................................................. 13 
Memória.................................................................................................. 14 
Linguagem .............................................................................................. 15 
Pensamento ........................................................................................... 16 
Psicologia Cognitiva e o Coaching ............................................................. 17 
Exemplos de Psicologia Cognitiva e Aplicações no Dia a Dia ................... 18 
Concentração ......................................................................................... 18 
Comunicação.......................................................................................... 19 
 ............................................................................................................... 19 
Tomada de decisão ................................................................................ 20 
Resolução de problemas ........................................................................ 21 
 ............................................................................................................... 21 
Memória.................................................................................................. 21 
Emoção ......................................................................................................... 22 
Contextualização Histórica e Hipóteses Influentes ........................................ 25 
2 
 
 
Abordagem Biológica / Evolutiva................................................................ 25 
Hipótese de James-Lange ......................................................................... 26 
Hipótese de Cannon-Bard .......................................................................... 27 
Circuito de Papez, Hipótese de MacLean e o sistema límbico ...................... 28 
Teorias e Hipóteses atuais ............................................................................ 28 
Conclusão ...................................................................................................... 31 
Referência ..................................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
Neurociência, cognitiva e emoção positiva 
INTRODUÇÃO 
 
A busca das ciências cognitivas por uma teoria geral da mente não pode ser 
considerada totalmente nova. No decorrer do desenvolvimento da disciplina, a 
pesquisa acompanha os debates em torno de projetos educativos, não apenas no 
plano social, mas também no nível dos indivíduos. 
A abrangência desses fatores e aspectos destacados nesse estudo - permitem 
considerar a expressão “mudança conceitual” insuficiente e restritiva, para o atual 
estado de conhecimentos na área. 
As emoções tradicionalmente são consideradas - estados de consciência 
subjetivos; sentir medo, irritação ou felicidade é ter a percepção de que se está 
usufruindo sendo uma forma específica de experiência tendo consciência desta 
experiência. O tratamento, dentro do modelo Cognitiva - visa 
corrigir erros habituais do pensamento, instrumentalizando o 
paciente a reconhecer padrões de pensamento distorcido e 
comportamento disfuncional. 
Neurociência é a área que se ocupa em estudar o 
sistema nervoso, visando desvendar seu funcionamento, 
estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que sofra. 
Portanto, o objeto de estudo dessa ciência é complexo, sendo 
constituído por três elementos: o cérebro, a medula espinhal e 
os nervos periféricos. Ele é responsável por coordenar todas as atividades do nosso 
corpo, e é de extrema importância para o seu funcionamento como um todo, tanto 
nas atividades voluntárias, quanto nas involuntárias. 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
Neurociência 
 
O cérebro responde, devido à herança primitiva, às gravuras, imagens e 
símbolos. Propiciar ocasiões para alunos expressarem conhecimento através das 
artes visuais, música e dramatizações. 
A neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa. A tarefa 
é explicar o comportamento em termos de atividade cerebral e de um modo geral, 
abrange os estudos científicos que envolvem o sistema nervoso. A Psicopedagogia 
como um estudo de processo da aprendizagem e suas dificuldades, pode ser 
considerada um ramo da Neurociência. Porque ela estará focada no aprender e 
ensinar (irá se construir a partir dos saberes e práticas). Deverá identificar e analisar, 
planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e assim virá um tratamento. 
A Neurociência transita não só por diversos campos, mas por diversos níveis 
dentro de um mesmo campo. Quanto ao nível cognitivo, à neurociência lida com 
questões acerca do modo como as funções psicológicas / cognitivas são geradas 
pelos circuitos neuronais. 
A neurociência entende a cognição social como várias faixas neurais de 
processamento de informações que podem ser recrutadas de diversas formas 
(dependendo das circunstâncias que estão envolvidas) que integram e, que são 
coordenadas pela pessoa, para assim regular o seu comportamento social. Adolhs 
(2003). Esse é um dos caminhospelo qual a neurociência pode ajudar as ciências 
cognitivas. Estudar o sistema nervoso pode parecer relativamente fácil, mas não é. O 
entendimento sobre o funcionamento dos mecanismos de regulação desse órgão tem 
sido um dos maiores desafios da humanidade desde a Antiguidade. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O termo Neurociência surgiu recentemente, em 1970, mas os estudos do 
cérebro humano são de muitos anos atrás, datam desde a filosofia grega, antes de 
Cristo. Isso se deve ao fato de que esse é o órgão mais complexo do corpo humano, 
constituído por milhares de células. 
Os filósofos da Grécia desenvolveram teorias sobre o cérebro através de 
simples observações, já os romanos iniciaram seus estudos dissecando animais. No 
século XVIII, levado pelo Iluminismo, surgiram os estudos mais aprofundados do 
sistema nervoso. 
A teoria da evolução de Charles Darwin também contribuiu significativamente 
para o entendimento da estrutura e funcionamento cerebrais. Mas foi o surgimento de 
tecnologias como o Raio X e a tomografia computadorizada que otimizaram as 
pesquisas na área e inauguraram efetivamente a Neurociência. 
Atualmente, a cibernética também tem oferecido contribuições para essa 
disciplina, principalmente por meio da neurociência computacional. O seu principal 
objetivo é compreender e imitar o funcionamento do sistema nervoso para o 
desenvolvimento de máquinas que auxiliem o ser humano em diversos campos. 
7 
 
 
Neurociência Afetiva 
 
 
Amígdala 
. 
Diversas linhas de pesquisa têm estabelecido que a amígdala, estrutura 
localizada dentro do nosso lobo temporal, como uma das mais importantes regiões 
cerebrais para as emoções. A amígdala tem um papel chave no processamento 
emocional e de sinais sociais das emoções (particularmente para o medo), e no 
condicionamento emocional e consolidação de memórias emocionais. 
Estudos de neuroimagem têm associado a ativação da amigdala à detecção 
emocional e de estímulos biologicamente relevantes. Ela ajuda a guiar a atenção do 
organismo para estímulos com relevância emocional. Em humanos, lesões na 
amigdala podem levar a prejuízos no processamento de rostos e sinais sociais. 
Estudos mais recentes indicam que o processamento de expressões faciais 
emocionais, especialmente o medo, foi particularmente prejudicado em humanos com 
lesões amigdalares. 
A ativação amigdalar a estímulos com conteúdo emocional acontece mesmo 
para aqueles estímulos apresentados por tempo insuficiente para serem registrados 
pela consciência. Ainda, a ativação da amígdala para o medo não é apenas para 
expressões faciais, isso também ocorre com vocalizações emocionais de medo. No 
8 
 
 
entanto, o processamento emocional da amígdala é suscetível ao controle top-
down de reações emocionais. 
 
 
Córtex Pré-Frontal (CPF) 
 
Diferentes regiões do CPF estão envolvidas em funções como planejamento, 
tomada de decisão, controle inibitório e atenção. Estudos de metanálise evidenciaram 
que essas mesmas regiões são ativadas com a exposição de conteúdo emocional. 
Tais regiões são frequentemente associadas ao controle de impulsos emocionais, 
podendo inibir a ativação da amigdala e outras estruturas a estímulos 
emocionalmente relevantes. Alguns pesquisadores sugerem que o CPF ventromedial 
exerce uma função interoceptiva que seria determinante para a percepção emocional 
e tomada de decisão. O córtex orbitofrontal seria determinante para percepção de 
conteúdo emocional, independentemente da valência o estímulo, e para o controle de 
impulsos, sendo fundamental para o controle top-down das reações emocionais. 
 
Córtex Cingulado Anterior (CCA) 
 
O CCA desempenha um papel chave no monitoramento e avaliação 
emocional. Ele integra informações autonômicas, emocionais e atencionais, com 
intuito de regular os estados emocionais e selecionar a resposta mais adequada e as 
prioridades. Ou seja, os neurocientistas contemporâneos veem o CCA como um 
ponto de integração de informações viscerais, atencionais e emocionais, que está 
crucialmente envolvido na regulação afetiva e de outras formas de controle top-down. 
Além disso, alguns autores têm sugerido que o CCA é um componente determinante 
para a experiência emocional consciente e para a representação central da 
estimulação autonômica. Ele monitora conflitos entre o estado funcional do organismo 
e qualquer nova informação que tem potencial de consequências afetivas. Ainda, o 
CCA pode ser subdividido em: Dorsal, com uma função mais cognitiva; e 
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/algo_errado_no_corpo.html
9 
 
 
Rostral/Ventral, com função mais afetiva. A subdivisão afetiva é frequentemente 
ativada com a apresentação de estímulos emocionais. 
 
Ínsula 
 
O córtex insular é uma região relacionada com a consciência de sensações 
corporais e com as experiências emocionais. Ela, além de coordenar respostas a 
estímulos ameaçadores e imprevisíveis, também atua na detecção de nojo e 
percepção de gostos desagradáveis. Além disso, a ínsula tem um papel de 
sinalização que alerta o organismo em situações ameaçadoras. A estimulação da 
ínsula produz sensações consistentes com o nojo e com a consciência de estados 
corporais (e.g., espasmos e formigamentos). 
 
Pensamentos resultam em comportamento 
 
Sabe-se que tanto a emoção quanto os pensamentos resultam em 
comportamento. Portanto, o comportamento humano é dirigido tanto por emoções 
quanto por pensamentos. Para Oliver, emoção é um grupo maior do qual o afeto faz 
parte. E, o estado de humor, segundo o autor, pode ser definido com um estado 
temporário de prazer ou desprazer, podendo apresentar muitas variações, tais como 
irritabilidade ou aborrecimento. 
Segundo Oliver (1997), afeto refere-se ao lado sentimental da consciência, 
sendo uma oposição ao raciocínio. Emoção, por sua vez, inclui ativação, várias 
formas de afeto e interpretações cognitivas de afeto que podem ser descritas de uma 
maneira simples (ex.: raiva, prazer, angústia). 
As emoções, embora incontroláveis, não são espontâneas, elas ocorrem 
devido a um estímulo externo. Muitos autores dizem que os pensamentos, ao 
contrário das emoções, podem ser controlados. Mas discordo – o que pode ser 
controlado são as ações, mas emoções e pensamentos nessa parte se tornam iguais 
10 
 
 
por não as controlar. Pode-se assumir que nada muda na mente, a menos que uma 
emoção seja incitada. 
A emoção é que faz com que a mente se reorganize. Basta saber, agora, como 
as emoções influenciam a cognição (memória, aprendizagem, razão, linguagem) de 
acordo com a sua intensidade e valência.... Nós podemos decidir, até certo ponto, se 
queremos pensar ou não e o que queremos pensar (Damásio, 2001). 
Como podemos observar ele está generalizando, mas é algo que realmente 
tem que se avaliar melhor. Tirando a parte “até certo ponto”, simplesmente liga o 
pensar com o agir. Quando a mente foca algo não é um sentimento é um pensamento, 
e no momento que querer deixar de pensar não conseguirá e será a insistência que 
levará o pensar a se tornar um sentimento. Então não conseguirá até certo momento, 
ou seja, até conseguir esquecer. E quando lembrar - deixará de ser sentimento e 
assim se tornou um pensamento sem a nossa ideia de querer pensar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
Cognição 
 
A psicologia cognitiva surgiu formalmente entre 1950 e 1970, na tentativa de 
investigar os processos mentais subjacentes ao comportamento humano (Anderson, 
2004). A Segunda Guerra Mundial, o computador e a linguística foram as três 
principais influências para o desenvolvimento posterior desse campo de pesquisa. A 
Segunda Guerra Mundial proporcionou financiamento para pesquisas envolvendo 
desempenho humano e atenção, uma pesquisa de natureza prática que não era 
atraente para os behavioristas naquele momento. 
O desenvolvimento dos computadores e da InteligênciaArtificial forneceu um 
modo de pensar metafórico sobre nossa inteligência, sendo o cérebro um “hardware” 
e a mente um “software” nessa ideia (Anderson, 2004). As analogias e utilizações de 
conceitos de computação são facilmente constatáveis na produção de conhecimento 
que surgiu desse novo campo de estudo. 
Talvez a mais importante apropriação tenha sido a do processamento de 
informações, central no entendimento da dinâmica dos processos mentais humanos. 
A partir do trabalho pioneiro de Alan Turing, matemático britânico, os psicólogos 
cognitivistas definiram um “computador” como um conjunto de operações para 
processar informações, sendo possível existir várias formas de construir um 
computador. 
Assim fica claro que a analogia entre a mente e o computador (máquina) não 
é literal e é diferente de uma máquina física. A mente seria uma espécie de software 
ou conjunto de operações que permitem ao ser humano processar informações no 
seu ambiente. O processamento da informação é uma abordagem investigativa da 
cognição humana que analisa como informações são processadas, através de etapas 
como a atenção, a codificação, o armazenamento e a recuperação 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
Processos mentais 
 
Cognição refere-se aos processos mentais, tais como pensamentos e 
significados, produzidos pelo sistema cognitivo. Nela se encontra a percepção, 
aprendizagem, memória, consciência, atenção e inteligência. 
Cognição é o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire 
informação, a trata, a conserva, a explora; designa também o produto mental destes 
mecanismos, quer seja encarado de um modo generalizado quer a propósito de um 
caso particular. Marc Richelle (1976). 
Hoje em dia a ciência cognitiva encontra-se fortemente consolidada em 
departamentos e centros de pesquisa universitários em vários lugares do mundo onde 
se realizam pesquisas interdisciplinares. Este ponto de estudo deixa-se caracterizar 
do seguinte modo: os seres dotados de mente podem, e devem ser adequadamente 
descritos como sistemas cognitivos. 
Um sistema cognitivo é um sistema que possui crenças (ou itens de 
conhecimento) e desejos (ou objetivos). Crenças e desejos são tradicionalmente 
definidos pela Filosofia da Linguagem como atitudes proposicionais. 
Modularidade da mente: ideia de que a mente é uma coleção de componentes 
mais ou menos especializados, entre os quais há fortes conexões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
Maiores Áreas de Investigação em Psicologia Cognitiva 
Percepção 
 
A percepção tem a ver com a captação de e o processamento dessa 
informação. Esses dados podem ser processados por diferentes sentidos. A todo 
momento, você está exposto a estímulos de natureza visual, olfativa, tátil, gustativa, 
auditiva e cenestésica (que se relaciona ao equilíbrio e movimento do corpo). 
Não é difícil concluir que o processamento da cognição está diretamente ligado 
às informações que você recebe por meio sensorial, já que esses estímulos são a 
base da nossa compreensão do mundo. A partir dessa relação entre os estímulos e 
o processo cognitivo, surge a influência sobre o comportamento. 
Quando alguém é enganado por uma ilusão de ótica, por exemplo, o processo 
mental é levado a uma conclusão incorreta devido aos estímulos visuais. Isso é 
explicado pelo fato de que o cérebro busca um reconhecimento de padrões. Os 
estímulos sensoriais são organizados por vários sistemas perceptivos do cérebro, 
para montar um padrão. 
Nesse caso, o que você entende por percepção dos órgãos sensoriais pode 
ser simplesmente uma organização do cérebro para dar conta de padrões 
estabelecidos previamente. A ilusão de ótica ocorre quando o cérebro monta um 
padrão específico diante dos estímulos, mas a realidade contradiz o resultado. 
 
14 
 
 
 
Memória 
 
A memória pode ser definida como a capacidade de registrar, armazenar e 
recordar informações recebidas e processadas pelo seu corpo e cérebro. Talvez a 
memória seja a função mental mais estudada pela psicologia cognitiva, ao lado da 
linguagem e da inteligência. 
Isso pode ser explicado pelo fato de que é relativamente simples solicitar a 
memorização e a recordação de experiências, o que facilita o trabalho de 
pesquisadores e até dos leigos. 
A memória pode ser dívida em três processos: 
 Codificação: capacidade da mente de captar e registrar a informação, 
mantendo-a ativa até ser armazenada 
 Armazenamento: capacidade de reter a informação pelo tempo 
necessário para que possa ser recuperada 
 Reprodução: capacidade de recordar a memória armazenada. 
 
Dentro do campo de estudo da memória, é possível elencar diversas 
classificações, como memória autobiográfica, memória episódica e memória 
sensorial. 
Vale destacar, ainda, o nome dado para a perda de memória: a amnésia. A 
amnésia ocorre quando alguém perde a capacidade 
de armazenar ou recuperar as informações. Em 
geral, esse problema está associado ao 
envelhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Linguagem 
 
A linguagem está relacionada com a capacidade de receber, interpretar e emitir 
informações. Ela também é muito estudada dentro da psicologia cognitiva, porque 
está no campo de interesse de várias ciências, como a antropologia, a sociologia, a 
filosofia e a comunicação. 
A linguagem é tão característica da espécie humana, que é apontada, por 
muitos autores, como a principal diferença para outras espécies. Por meio da da 
linguagem, conseguimos manipular símbolos linguísticos, o que permite a troca de 
informações entre as pessoas. 
De acordo com estudiosos, a habilidade linguística é desenvolvida juntamente 
aos processos cognitivos: na medida em que as funções mentais se desenvolvem, a 
linguagem amplia seus recursos e sua complexidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Pensamento 
 
Finalmente, o pensamento pode ser descrito como a capacidade de 
compreender, formar e organizar ideias. É a habilidade de manipular ideias e 
conceitos mentalmente, criando relações, conexões e oposições a elementos 
provenientes de outras funções mentais, como as descritas acima (percepção, 
memória e linguagem). 
Por essa capacidade de estabelecer conexões, o pensamento está geralmente 
associado à resolução de problemas e tomadas de decisões. Entre os campos de 
estudo do pensamento, é possível destacar a lógica, o raciocínio, a formação de 
conceitos, resolução de problemas, julgamento e tomada de decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
Psicologia Cognitiva e o Coaching 
 
De forma bastante resumida, o coaching pode ser definido como uma 
metodologia de desenvolvimento pessoal e profissional que utiliza procedimentos 
orientados para que indivíduos ou equipes melhorem seu desempenho. 
Com o objetivo de aperfeiçoar a performance e o autoconhecimento, o 
coaching permite entender como pensamos, sentimos, reagimos, aprendemos e 
mudamos, para atingir o objetivo final: a evolução. Em outras palavras, o processo de 
coaching busca reforçar os aspectos positivos do cliente, ressignificar eventos 
negativos e estimular o aperfeiçoamento das suas capacidades. 
É justamente aí que entra a importância de um profissional com domínio sobre 
a psicologia cognitiva. Por meio da conversa, questionamentos e análise do perfil do 
cliente, o coach pode utilizar conceitos da neurociência para tornar a abordagem mais 
eficiente. 
Quando ele entende a maneira como o pensamento é formado e conhece em 
detalhes o processo cognitivo, fica mais fácil identificar fatores que influenciam 
o comportamento do cliente. Esses fatores podem estar relacionados, como já vimos 
neste post, a diferentes áreas de investigação da psicologia cognitiva, como 
percepção, memória, linguagem e pensamento. 
Vale lembrar, ainda, que as estratégias do coaching também estão 
relacionadas ao aprofundamento da autoconsciência do cliente. Por estar relacionada 
ao comportamento, apsicologia cognitiva também tem um papel importante nesse 
exercício de olhar “para dentro”. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
Exemplos de Psicologia Cognitiva e Aplicações no Dia a Dia 
 
Para facilitar ainda mais o seu entendimento de como a psicologia cognitiva 
pode contribuir para o cotidiano, vamos abordar rapidamente cinco exemplos de 
aplicações no dia a dia. 
Acompanhe: 
 
Concentração 
Você coloca uma música nos fones de ouvido, vai para um ambiente 
reservado, desliga o celular, tira o telefone do gancho e, mesmo assim, não consegue 
se concentrar. 
Há dias em que, não importa o que você faça para lidar com o problema, é 
impossível manter o foco no você precisa. Essa dificuldade prejudica o desempenho 
e limita os resultados, além de provocar um imenso desperdício de tempo. A 
psicologia cognitiva ajuda a estudar as razões para a falta de concentração, seja ela 
eventual ou recorrente. 
Isso acontece porque o psicólogo cognitivo busca a raiz do problema, 
explorando eventos, sensações ou percepções que tenham originado a dificuldade 
em manter a mente focada. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Comunicação 
 
Você fica nervoso e começa a suar frio só de pensar em subir em um palco 
com um microfone em mãos para discursar? 
Muitas pessoas têm extrema público. Diante de uma sala ou auditório lotado, 
com toda a atenção sobre você, as mãos ficam trêmulas, a voz falha e a mente não 
ajuda: surgem os brancos: “Onde eu estava? ” 
Esse problema de comunicação também pode ser atenuado com a psicologia 
cognitiva, porque o especialista em cognição saberá encontrar a origem desse trauma 
e trabalhar essa insegurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
Tomada de decisão 
 
Tomar decisões nem sempre é uma tarefa fácil. Seguramente você conhece 
alguém que é indeciso até para escolher o sabor de um pastel. Algumas pessoas 
precisam de ajuda para tomar decisões que parecem muito simples para outras. 
Acabam perdendo muito tempo com essa indecisão e, em alguns casos, 
postergam o momento de definir até que seja tarde demais. A dificuldade em avaliar 
o que pode ser melhor para determinada pessoa, grupo ou empresa também pode 
ser trabalhada com a psicologia cognitiva, porque ela vai a fundo na origem dessa 
indecisão. Como vimos, quando se conhece melhor o processo cognitivo, fica mais 
fácil interpretar tudo que acontece entre a percepção e a ação. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Resolução de problemas 
 
Em momentos de tensão, o cérebro trava, as ideias somem e a solução do 
problema parece distante demais. Certamente você conhece alguém que tem essa 
dificuldade. Resolver problemas exige estabelecer uma série de relações de forma 
rápida, medindo possíveis causas e consequências, para chegar ao melhor conjunto 
de ações. 
Quem sofre com dificuldades de raciocinar sob pressão também pode ser 
beneficiado com a psicologia cognitiva, porque, em muitos casos, uma pequena 
mudança no ponto de vista pode escancarar a melhor decisão. 
 
 
Memória 
 
Só quem já cometeu a gafe de esquecer do nome de uma pessoa importante 
e passar por um constrangimento na vida pessoal ou profissional sabe como o 
problema de memorização pode ser inconveniente. A memorização afeta 
praticamente todas as relações humanas. 
Qual era o nome do cliente com quem você conversou no dia anterior? 
Quando é o seu aniversário de namoro? 
Qual era a resposta para aquela questão na prova? 
Todas essas situações são muito simples e fazem parte do dia a dia, mas 
exigem um esforço de memorização. Para quem tem dificuldades em manter a 
memória em seu lugar (e acessá-la quando necessário), o problema pode alcançar 
22 
 
 
proporções desastrosas. E, em muitos casos, o problema pode ser amenizado com 
psicologia cognitiva, em especial quando acomete alguém em idade ativa. 
 
Emoção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
As emoções podem ser definidas como tendências para ações, as quais 
produzem uma cascata de mudanças fisiológicas (sincronizadas) em resposta a 
algum “gatilho” – seja uma pessoa, um objeto ou um evento. Isto é, as emoções são 
geradas com a ocorrência de um estímulo relevante para o organismo, preparando 
tendências de reações comportamentais automatizadas. 
Assim, muitas das definições de emoções levam em consideração três 
características fundamentais: 
 Tendências de ação; 
 Reações fisiológicas; 
 Experiência subjetiva 
Conforme dito anteriormente, as emoções diferem dos humores. Elas são 
relativamente discretas, de curta duração e direcionadas a um objeto ou evento, 
24 
 
 
enquanto os humores são considerados mais difusos, menos intensos e independem 
de um estímulo ou evento desencadeador. Ou seja, as emoções são reações agudas, 
como a raiva, a tristeza, o medo e a alegria, enquanto a ansiedade, a depressão, a 
irritação (ou “mal humor”) e a felicidade poderiam ser classificados como humores. 
Seja para lidar com estímulos ambientais emocionalmente relevantes, seja 
para comunicar informações sociais, as emoções apresentam diversos 
componentes adaptativos para mamíferos com comportamento social complexo, 
sendo cruciais, até mesmo, para a suas sobrevivências. 
As expressões emocionais têm diversos componentes universais para 
algumas emoções básicas (como a alegria, o medo, a raiva, a tristeza e o nojo). No 
entanto, elas também variam dependendo da cultura em que a pessoa está inserida 
e de características individuais. Algumas teorias atuais enfatizam a avaliação 
cognitiva dos eventos emocionais, assumindo que as emoções são importantes para 
promover a busca por metas. Enquanto outras teorias classificam e organizam os 
estados afetivos em duas dimensões, por sua valência (positiva, emoções 
desencadeadas por estímulos prazerosos; ou negativa, desencadeadas por 
estímulos desagradáveis) e pela sua intensidade de estimulação (baixa ou alta). 
Diversas hipóteses já foram propostas ao longo dos séculos XIX e XX para 
explicar o funcionamento das emoções. Elas foram fundamentais para chegarmos ao 
conhecimento atual que temos sobre o que são e quais as funções das emoções em 
humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
Contextualização Histórica e Hipóteses Influentes 
 
Historicamente dois autores tiveram uma enorme influência sobre os estudos 
subsequentes das emoções: Charles Darwin e William James. Muitas das hipóteses 
levantadas posteriormente buscaram aperfeiçoar ou refutar os achados desses 
pioneiros. 
 
 Abordagem Biológica / Evolutiva 
 
Ao publicar The expression of emotions in man and animals em 1872, Darwin 
inaugurou um campo de pesquisa que busca compreender os papeis adaptativos e 
funcionais das expressões das emoções. Darwin é considerado por muitos cientistas 
o primeiro pesquisador a investigar o papel das emoções e de suas expressões de 
forma sistemática, permitindo a aplicação de uma abordagem empírica e replicável 
para o estudo das emoções. Tal abordagem destacava que os fenótipos emocionais 
podem representar adaptações que foram selecionadas por pressões de fatores 
ambientais, através da eliminação (para ser preciosista, “diminuição do sucesso 
reprodutivo”) dos organismos menos adaptados a tais pressões. 
A expressão da raiva, por exemplo, através de sinais de ameaça e a ocorrência 
de reações agressivas, pode ser considerada uma emoção de alta relevância para a 
sobrevivência de um indivíduo e/ou seu grupo em ambiente natural. 
Duas ideias discutidas por Darwin foram especialmente influentes em longo-
prazo: 
 As emoções humanas são homologas às emoções animais, sendo 
algumas de suas expressões (faciais e corporais) padrões 
comportamentais vestigiais que também podem servir para 
comunicação; 
 As expressões emocionais se manifestam de forma discreta e universal, 
tendo um forte componente transcultural. 
26 
 
 
 
 
Hipótese de James-LangeEsta hipótese foi criada e divulgada por William James (1884), mas 
paralelamente desenvolvida por Carl Lange em 1886, ficando conhecida como 
hipótese James-Lange. Essa abordagem sustentou que as emoções podem ser 
reduzidas a percepção das reações fisiológicas aos estímulos emocionais. Ou seja, 
a premissa básica da proposta é que a excitação fisiológica (corporal) induz a 
experiência emocional. Por exemplo, quando uma pessoa vê um urso em sua frente 
ela corre (aumentando a frequência cardíaca, liberação de adrenalina etc.), por isto 
ela sente medo. Ao perder um ente querido, uma pessoa choraria e, então, ficaria 
triste. 
Sim, para James, você não chora porque está triste, mas está triste porque 
chora. Essa ideia contra intuitiva, um pouco similar ao discutido pelo filósofo Espinoza 
no século XVII, sustentava que a emoção não é mais do que a consequência de 
conjuntos de mudanças corporais que ocorrem em resposta a um evento relevante. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Hipótese de Cannon-Bard 
 
Um dos principais críticos da hipótese de James-Lange foi o fisiologista Walter 
Cannon, que propôs, no início do século XX, sua própria hipótese sobre como as 
emoções funcionam. Cannon observou que as respostas corporais (por exemplo, a 
ação hormonal) são muito lentas para gerar emoções, levando muitos segundos ou, 
até mesmo, minutos. Cannon também observou que as nossas reações fisiológicas 
são bastante gerais, sendo as reações de raiva e de medo, por vezes, bastante 
parecidas. 
Para Cannon e Philip Bard as respostas fisiológicas e as experiências 
emocionais ocorrem simultaneamente, e ambas são determinadas por alterações 
específicas no cérebro. Cannon e Bard foram além e afirmaram a importância da 
região talâmica para as emoções. Para eles, a expressão emocional resulta de 
funções de estruturas hipotalâmicas e a experiência emocional resulta da 
estimulação do tálamo. Ainda, estes autores destacaram que regiões neocorticais 
exercem um controle sobre as respostas emocionais desencadeadas pelo tálamo. Ou 
seja, a inibição ou remoção do neocórtex liberaria o circuito hipotalâmico do controle 
dos impulsos (conhecido como controle top-down). 
 
 
28 
 
 
 
Circuito de Papez, Hipótese de MacLean e o sistema 
límbico 
 
Em 1937 James Papez enfatizou que as emoções não são funções de 
determinadas regiões cerebrais, mas de um circuito. Hipotálamo, corpos mamilares, 
tálamo, córtex cingulado e hipocampo são estruturas interconectadas que, segundo 
Papez, compõem um circuito responsável pela elaboração e expressão emocional. 
Paul MacLean buscou aperfeiçoar o circuito de Papez, o estendendo a áreas do 
septo, giro parahipocampal, amigdala e córtex orbitofrontal. MacLean chamou essa 
organização responsável pelas emoções de sistema límbico. Embora diversas 
estruturas do sistema límbico parecem ter um papel menor do que Papez ou MacLean 
originalmente imaginaram, incluindo o hipocampo e os corpos mamilares, e que 
alguns conceitos anatômicos e funcionais utilizados pelos autores estejam obsoletos, 
as suas teorias foram extremamente influentes para o estudo das bases 
neurobiológicas das emoções. 
 
Teorias e Hipóteses atuais 
 
O estudo das bases evolutivas e biológicas das emoções teve um crescimento 
expressivo na segunda metade do século XX. Aproximadamente um século após a 
precursora publicação de Darwin sobre as emoções, e alguns anos após uma série 
de importantes avanços na teoria sintética da evolução e na genética, Paul Ekman, 
Carroll Izard, Silvan Tomkins, Robert Plutchik e outros cientistas conduziram uma 
série de estudos exploratórios e transculturais sobre o tema. 
Estas pesquisas trouxeram fortes evidências empíricas de que as expressões 
de algumas emoções são universalmente reconhecidas. Estes achados enfatizam 
uma forte base biológica para a expressão e compreensão das emoções em 
humanos. Estas teorias enfatizam que existem algumas emoções básicas (também 
chamadas de discretas), como a alegria, o medo, a raiva, a tristeza e o nojo. Embora 
29 
 
 
não haja um consenso sobre quais (e quantas) seriam tais emoções básicas, esta 
abordagem teórica segue sendo uma das mais influentes no estudo das emoções. 
Por outro lado, achados atuais também sustentam uma versão modificada da 
hipótese de James-Lange. O neurologista Antônio Damásio ajudou a revitalizar a ideia 
central de James, afirmando que feedbacks corporais modulam a experiência 
emocional, denominando tal fenômeno de marcadores somáticos. Os marcadores 
somáticos são reações fisiológicas, tais como alterações na atividade do sistema 
nervoso autônomo, que são associadas com a apresentação de estímulos 
emocionalmente relevantes. 
Esses marcadores permitem uma decisão rápida quando o processamento 
lógico não pode ser utilizado ou é insuficiente para a tomada de decisão. Damásio 
discute importância do córtex pré-frontal (CPF), especialmente o CPF ventromedial, 
para o processamento emocional. Contudo, essa hipótese é, em grande parte, 
baseada apenas em estudos de paciente com lesões, e ainda precisa de 
confirmações futuras. 
Uma das teorias mais influentes atualmente no estudo das emoções, conforme 
mencionado anteriormente, é a teoria da avaliação cognitiva das emoções. Autores 
como Magda Arnold, Richard Lazarus, Klaus Scherer, Stanley Schachter, Nico Frijda 
e Jerome Singer argumentam que a avaliação cognitiva de um determinado evento 
pode determinar a reação emocional que teremos a ele. Deste modo, quando uma 
pessoa é xingada por um desafeto ela pode interpretar aquela ofensa como 
verdadeira e ficar triste ou injusta e sentir raiva. 
Portanto, nós imediatamente e automaticamente avaliamos os estímulos ao 
percebê-los e reagimos emocionalmente a eles. Mesmo dentro dessa abordagem 
explicativa, há diversas vertentes que buscam elucidar como isso de fato ocorre, no 
entanto, tal aprofundamento foge ao escopo deste texto (para mais informações sobre 
o tema veja a lista de referências e sugestões de leitura). Uma das críticas mais 
frequentes a uma parte dessas abordagens cognitivas (não todas) é que elas 
reduzem a importância da base fisiológica das emoções. 
Enquanto diferentes perspectivas são discutidas para explicar o funcionamento 
e a natureza das emoções, os estudos neurocientíficos avançam solidamente nas 
últimas décadas. Assim, cada vez mais tem sido integrado o conhecimento sobre as 
30 
 
 
interações fisiológicas e as avaliações cognitivas para a ocorrência e expressão das 
reações emocionais. 
Apesar dos avanços conseguidos na compreensão do sistema nervoso, ainda 
existem muitas perguntas que permanecem sem resposta a respeito do cérebro e da 
mente. O paradigma do processamento de informação vem-se consolidando, pouco 
a pouco, como referencial teórico dentro da pesquisa em psicologia cognitiva no Brasil 
nos últimos anos. A psicopedagogia tem se esforçado para modelar as atividades 
intelectuais com elementos que interajam numa maneira neurologicamente plausível. 
Esses modelos estão ajudando a mostrar como a cognição pode ser estruturada 
através dos princípios básicos de operação da mente. 
A nossa percepção do mundo é subjetiva, na medida em que percebemos o 
meio que nos rodeia em função dos nossos conhecimentos adquiridos, necessidades, 
interesses, valores, expectativas e experiências passadas. Então a cognição se 
desenvolverá como um processo de mudança de estados e dúvida e incerteza 
(desequilíbrio) a estados de resolução e certeza (equilíbrio) retornando novamente ao 
estado de dúvida que é depois também resolvido. 
Espera-se assim, que a busca por desenvolvimento de pensamentos híbridos 
continue e venha a contribuir para uma melhor compreensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
Conclusão 
Contudo, a efervescência do conhecimento em processo de produção, as 
pesquisas mais recentes e o debate mais atual encontram-se nos periódicos 
científicos.Ora, não só avança o conhecimento, como avançam as tecnologias de 
informação. Por conseguinte, é indispensável que se saiba fazer bom uso destas para 
ter acesso ao conhecimento e manter-se atualizado. 
A psicologia cognitiva é um tema fascinante, e seu estudo leva a descobertas 
valiosas para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. 
Reconhecer a importância do pensamento, do raciocínio e da memorização é 
essencial para quem deseja aperfeiçoar o seu desempenho em qualquer área. 
Conhecer o funcionamento do cérebro humano, saber que as emoções 
participam positivamente do desenvolvimento humano, mas que também pode 
cerceá-lo é uma ferramenta imprescindível aos que lidam com o processo de 
aprendizagem. 
Concluindo, não há como separar o comportamento de sua base biológica. 
Entretanto é importante ressaltar que o sistema nervoso é apenas condição 
necessária para que o comportamento, os pensamentos e sentimentos ocorram. 
Nunca foi e nunca será pretensão da neurociência afirmar que o sistema nervoso seja 
condição suficiente para a emergência de tais processos. 
 Não cabe à neurociência discutir construtos como a consciência e nem 
tampouco tentar solucionar dilemas metafísicos, tais como a possível dualidade 
mente/cérebro, a questão dos equaliza ou a causação psicofísica. A despeito do que 
dizem os críticos da neurociência, esta tem somente um único objetivo: tentar 
compreender o sistema nervoso, e nada mais! O máximo que podemos afirmar é que 
os nossos pensamentos e sentimentos são produtos de estímulos que delineiam e 
modelam o encéfalo, sendo que o ambiente social, atuando sobre um substrato 
genético, é uma poderosa força moduladora para este processo. 
 
 
32 
 
 
 
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