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Enfermagem em saúde da criança e do adolescente Disciplina: Papel do técnico de enfermagem na assistência a saúde da criança e do adolescente Conceitos básicos em pediatria Ms. Emmanoela Paulino Como é a criança que chega para a enfermagem? 3 HISTÓRIA DA PEDIATRIA • Hoje, a Pediatria é vista como um ramo da Medicina que atende o indivíduo durante o período da fecundação à puberdade. • Este atendimento está dividido em duas atividades: • Puericultura que trata da parte de prevenção • Clínica Pediátrica, que é curativa 4 DIREITOS DA CRIANÇA: DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: Em 1924, os direitos da criança foram declarados pela ONU, mas o reconhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos aconteceu em 1959. Objetivando afirmar que toda criança merece uma infância feliz e que possa gozar de direitos e liberdades, essa declaração enunciou os seguintes princípios 5 DIREITOS DA CRIANÇA ❖ A criança gozará de proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidade, a fim de facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social de forma sadia e normal e em condições de dignidade. ❖ Toda criança terá direito a nome e nacionalidade, desde o nascimento; ❖ A criança deve ser protegida contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração; ❖ A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza 6 LEI Nº 8.069 DE 13 DE JULHO DE 1990 DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DÁ OUTR AS PROVIDÊNCIAS Define as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que demandam proteção integral e prioritária por parte da família, sociedade e do Estado. 7 Título I Das Disposições Preliminares • Art. 2º • Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. • Parágrafo único. • Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade 8 Título II Dos Direitos Fundamentais Capítulo I - Do Direito à Vida e à Saúde Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Art. 8º- Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 9 Capítulo II- Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação Título II Dos Direitos Fundamentais 10 • Art. 18- • A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Título II Dos Direitos Fundamentais 11 Considerações do ECA Substituição do termo menor por criança e adolescente Menor - Termo de sentido vago, utilizado para definir a pessoa com menos de 18 anos Esse termo reproduz e endossa de forma subjetiva discriminações arraigadas e uma postura de exclusão social que remete ao extinto Código de Menores. Termo correto é: criança, adolescente, menino, menina, garoto, garota, jovem O CORRETO É CHAMR A PESSOA PELO PRÓPRIO NOME MENOR X CRIANÇA 12 CONCEITOS IMPORTANTES: 13 • Pediatria: É o campo da Medicina que se dedica à assistência ao ser humano em crescimento e desenvolvimento, desde a fecundação até a adolescência. • Neonatologia: é o ramo da Pediatria que atende o recém- nascido, desde a data do nascimento até completar 28 dias; • Puericultura: também denominada de Pediatria Preventiva, é o ramo da Pediatria que cuida da manutenção da saúde da criança e do acompanhamento de seu crescimento e desenvolvimento CONCEITOS IMPORTANTES: 14 Período neonatal: 0 a 28 dias; Infância: de 29 dias a 12 anos - Lactente: 29 dias a 2 anos - Pré – escolar: 2 a 7 anos - Escolar: 7 a 11 anos. Adolescência: de 12 anos a 18 anos CLASSIFICAÇÃO DA INFÂNCIA EM GRUPOS ETÁRIOS 15 CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE • ECA- Estatuto da criança e do adolescente • Regente no Brasil • Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos (11 anos, 11 meses e 29 dias), e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade(completos). 16 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM – NASCIDO Profª. Emmanoela Paulino IMAGEM DA INTERNET Neonatologia • Do latim Ne (o) : Novo • Nat (o) : Nascimento • Logia : Estudo • É o ramo da pediatria que se ocupa das crianças desde o nascimento até 28º dia, quando deixam de ser recém nascido e passa a ser lactente. 18 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO RN (RECÉM-NASCIDO) Idade Gestacional: • RN PRÉ-TERMOIG < 37 SEMANAS • RN A TERMOIG ENTRE 38 E 41 SEMANAS e 6 DIAS • RN PÓS TERMOIG >= 42 SEMANAS 19 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO RN (RECÉM-NASCIDO) Peso Ao Nascer ➢A.I.G (Adequado para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso > 2,5 a 4 kg. ➢P.I.G (Pequeno para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou inferior a 2,5 kg. ➢G.I.G (Grande para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou superior a 4 kg 20 Cheguei, e agora??? 21 Fonte: imagem da internet CUIDADOS APÓS O NASCIMENTO Cuidados IMEDIATOS ao RN Cuidados MEDIATOS ao RN 22 Cuidados IMEDIATOS ao RN São aqueles prestados logo após o nascimento, ou seja, nas duas primeiras horas que sucedem o parto. OBJETIVOS: - Auxiliar o bebê a fazer a transição da vida intra-uterina para a vida extra-uterina - Assegurar a manutenção de sua temperatura corporal - Promover o elo afetivo entre RN – mãe e seus familiares 23 A enfermagem monitora o horário exato do nascimento, após a expulsão completa do bebê. Cuidados IMEDIATOS ao RN 24 Fonte: imagem internet 25Fonte: imagem internet Secagem e Aquecimento Transição do ambiente intrauterino (+-37°C) para ambiente frio e seco da sala de parto propicia perda de calor por evaporação e por convecção. Cuidados IMEDIATOS ao RN 26 Fonte: imagem internet Desobstrução das VAS APENAS QUANDO NECESSÁRIO Envolver o RN com lençol ou campo esterilizado para iniciar a secagem das secreções e aquecimento; Remover mucosidades e sangue com gaze esterilizada da boca, nariz e olhos; Aspirar o RN caso haja grande quantidade de secreção. Aspire delicadamente primeiro a boca e depois o nariz Cuidados IMEDIATOS ao RN 27 Fonte: imagem internet 28 29 cordão umbilical • Observar durante este procedimento a presença normal de duas artérias e uma veia; • Mede cerca de 55 cm. Cuidados IMEDIATOS ao RN 30 Clampeamento do cordão umbilical • Tempo ideal entre 1 e 3 minutos após o nascimento • Clampear 2 a 3 cm do anel umbilical (clampeado e cortado logo após parar de pulsar) Cuidados IMEDIATOS ao RN 31 Limpeza do cordão umbilical • Limpeza comalcool 70% • Cai por volta do 7º dia Cuidados IMEDIATOS ao RN 32 ESCALA DE APGAR Avaliação da Vitalidade do RN – APGAR O índice de Apgar é realizado para avaliar o RN no 1º e 5ºminuto. 1º min– fornece informações indicativas da adaptação inicial do RN à vida extra-uterina; 5º min– avaliação mais clara do estado geral do sistema nervoso central (SNC) do RN Cuidados IMEDIATOS ao RN 33 34 Interpretação dos resultados •de 0 a 3 – Asfixia grave •de 4 a 6 – Asfixia moderada •de 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação Prevenção da oftálmica Confere as ações bactericida para prevenir conjuntivite gonocócica; Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo. Cuidados IMEDIATOS ao RN 35 Cuidados IMEDIATOS ao RN SBP - Orientam o uso: • Povidona a 2,5% (colírio); • Pomada de eritromicina a 0,5% ; • Tetraciclina a 1%. Em razão de sua maior toxicidade, a utilização de nitrato de prata a 1% deve ser reservada apenas em caso de indisponibilidade das outras substâncias. 36 • vitamina K (Kanakion): • A vitamina K é administrada em dose única por via intramuscular • (1mg = 0,1ml), até 2 horas após o nascimento. • A via de escolha é a intramuscular, na região vasto lateral da coxa - face anterolateral da coxa. Vitamina K tem função anti hemorrágica. Cuidados IMEDIATOS ao RN 37 38 Identificação do RN Colocação de pulseiras plásticas: ❖ pulseiras idênticas são colocadas na mãe e no RN, deverá constar nome completo da mãe, registro hospitalar e número da pulseira. Cuidados IMEDIATOS ao RN 39 Identificação do RN Impressão plantar: ❖ por se tratar de um documento legal da maior importância, deve ser realizado com cuidado, já que borrões de tinta impedem a clara visualização das linhas plantares inutilizando a identificação Cuidados IMEDIATOS ao RN 40 Verificar Sinais Vitais Temperatura: pode estar alterada em decorrência da temperatura ambiente, do tipo e quantidade de vestimentas, por alterações infecciosas ou neurológicas. Frequência respiratória: pode-se avaliar por ausculta ou observação direta os movimentos respiratórios durante no mínimo 1 minuto. A frequência normal no RN a termo varia de 30 a 60 inspirações por minuto. Cuidados IMEDIATOS ao RN 41 Verificar Sinais Vitais Frequência cardíaca: pode se alterar dependendo da atividade e estado do RN. A variação normal em RN saudáveis é de 110-160 batimentos/minuto; No pré-termo, geralmente a frequência é mais próxima dos 160 batimentos por minuto. Cuidados IMEDIATOS ao RN 42 Parâmetros de normalidade dos SSVV no RN ❖ Freq. Respiratória: 30/60 Irpm ❖ Freq. Cardíaca: 120/160 bpm ❖ Temperatura: 36 a 37º C ❖ Pressão arterial: entre os 60 e os 90 mmHg para a máxima e entre os 30 e os 60 mmHg para a mínima. Cuidados IMEDIATOS ao RN 43 Medidas Antropométricas PC (Perímetro Cefálico) = +/- 35 cm PT (Perímetro Torácico) = +/- 33 cm Estatura: +/- 48 a 52 cm. Cuidados IMEDIATOS ao RN 44 Cuidados MEDIATOS ao RN: Cuidados MEDIATOS ao RN: São aqueles prestados na Unidade de Internação Pediátrica ou Alojamento Conjunto 46 Cuidados MEDIATOS ao RN: Objetivos: ❖ Vínculo mãe-bebê ❖ Higiene corporal; ❖ Avaliação das capacidades de alimentação; ❖ Avaliação da perda ponderal.; ❖ Exame físico completo. 47 Cuidados MEDIATOS ao RN: Desde o momento do nascimento, o RN normal não deve ser afastado da mãe e o aleitamento precisa ser iniciado o mais precocemente possível. 48 Cuidados MEDIATOS ao RN: • A amamentação deve ser iniciada já na sala de parto ou tão logo as condições clínicas da mãe e do neonato permitam. • A descida do leite (apojadura) frequentemente ocorre entre o segundo e o quinto dia após o nascimento do bebê. • Mas antes da descida do leite, a criança suga um líquido amarelo e grosso chamado colostro. • O colostro é considerado uma vacina natural por suas propriedades imunológicas. 49 Higiene: ➢O banho é realizado aproximadamente 6 horas após o nascimento. • É recomendado que a água esteja entre 36 e 37 graus. ➢ Tenta-se não retirar o material gorduroso esbranquiçado (vérnix caseoso) que recobre a maior parte da pele do recém - nascido, pois ele ajuda a protegê-lo contra a infecção. Cuidados MEDIATOS ao RN: 50 Cuidados MEDIATOS ao RN: 51 Cuidados MEDIATOS ao RN: • A quase totalidade dos recém-nascidos (RN) apresenta perda ponderal nos primeiros dias de vida. • Nos primeiros 2-3dias de vida, RN amamentados exclusivamente perdem, em média, entre 5%-7% do peso do nascimento. • A evolução do peso do recém-nascido, nos primeiros dias de vida, é usada como um indicador da adequação da amamentação. 52 Cuidados MEDIATOS ao RN: • O exame do RN deve ser minucioso, feito em local e condições satisfatórias, incluindo todos os órgãos e sistemas passíveis de serem avaliados clinicamente. Cuidados MEDIATOS ao RN: 53 EXAME FÍSICO NO RECÉM NASCIDOV Prof. Emmanoela Paulino 54 Exame físico neonatal 55 O primeiro exame físico do recém-nascido tem como objetivo: • Detectar a presença de malformações congênitas • Avaliar a capacidade de adaptação do recém-nascido à vida extra- uterina. • O exame físico deve ser realizado com a criança despida, mas em condições técnicas satisfatórias. ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO • Histórico materno: Paridade, antecedentes maternos (uso de drogas, tabagismo, álcool), informações sobre gestações, trabalho de parto e partos anteriores, intercorrências no pré-natal. • Histórico familiar: Enfermidades atuais e significantes em membros da família, consangüinidade. • Histórico neonatal: Ocorrências no pré-parto e sala de parto, Boletim de Apgar, necessidade de reanimação, amamentação. 56 56 • O exame pode ser diferenciado dependendo do tempo de vida do RN. • A avaliação do RN na sala de parto • Roteiro do exame físico mais abrangente que, em geral, pode ser feito a partir de 12 horas de vida. 57 ADAPTAÇAO DO RN • A primeira evacuação consiste no mecônio. • Substância escura-esverdeada e viscosa, que é conteúdo do intestino formado durante a gestação. • Todo recém-nascido deve eliminar o mecônio nas primeiras 24 horas. • Após 2 a 3 dias do nascimento surgem as chamadas "fezes de transição". 58 ADAPTAÇAO DO RN • A primeira urina • produzida por um recém-nascido é concentrada e, freqüentemente, contém substâncias químicas que podem dar às fraldas uma coloração rosa, que não deve ser confundida com sangue. 59 Exame físico neonatal- ASPECTO GERAL: POSTURA : Nas primeiras horas após o nascimento, todo o RN mantém-se encurvado, com os MMSS/II fletidos (+ 72h). 60 60 Exame físico neonatal- PELE Textura e umidade A textura da pele depende muito da idade gestacional. • RN pré-termo extremo possui pele muito fina e gelatinosa; • RN a termo tem pele lisa, brilhante, úmida e fina; • RN pós-termo, pele seca, enrugada, e com descamação acentuada. • Por esse motivo a textura da pele é um dos parâmetros utilizados na avaliação da idade gestacional. 61 Exame físico neonatal- PELE Icterícia neonatal • Cor amarelada da pele decorrente de sua impregnação por bilirrubina. • é achado comum, especialmente nas crianças com idade entre 48 e 120 horas de vida. • Na destruição das hemácias, o componente responsável por carregar o oxigênio, a hemoglobina, é quebrada em partes menores, uma das quais é convertida em bilirrubina 62 FORMAS DE TRATAMENTO • Consiste na exposição da criança a uma fonte de luz. • A luz converte a bilirrubina, impregnada na pele e nas mucosas, em outra substância, que é "incolor" e não acumula no cérebro. Fototerapia 63 Fototerapia-CUIDADOS • Manter o aparelhoem local ventilado • Retirar a roupa do RN e colocar uma máscara de cor escura nos olhos tendo o cuidado de manter suas pálpebras fechadas • Manter uma distância de 45 a 50 cm da fonte de calor 64 Fototerapia-CUIDADOS • Mudar a posição do RN a cada duas horas • Atentar para o estado de hidratação do RN, observar as condições da pele (cor, presença de erupções e queimaduras • Observar as características das eliminações • Fazer controle de peso e temperatura 65 • Presença de Vérnix Caseoso: • Secreção normal da pele, caracterizada por uma película lipóide, a qual se atribui propriedades imunitárias. • Facilita a passagem do feto na hora do parto, e é reabsorvida pela pele nas 48 horas após o parto. Exame físico neonatal- PELE 66 Millium Facial ou sebáceo: • São glândulas sebáceas dilatadas sobre a região frontal e nasal (1º mês). • Está presente em 40% dos RN. • Desaparecem em poucas semanas. Exame físico neonatal- PELE 67 Mancha Mongólica: • é uma mancha de forma irregular, de coloração azulada, localizada na região lombo-sacra ou sacro- glútea que desaparece por volta dos 10 anos • Traduz imaturidade da pele na migração dos melanócitos, relacionada a fatores raciais. • São mais comuns nas raças negra e oriental e regridem nos primeiros anos de idade. • Essa mancha costuma despertar o interesse das mães Exame físico neonatal- PELE 68 Exame físico neonatal - ALTERAÇÕES NA CABEÇA Fontanelas: • São espaços cartilaginosos, quadriláteros encontrados na cabeça através da palpação. • Principal função: facilitar a passagem do feto no canal do parto. 69 Exame físico neonatal - ALTERAÇÕES NA CABEÇA • A Fontanela apresenta-se geralmente pulsátil, acompanhando o ritmo cardíaco. • O exame sistemático do bebê inclui a palpação das fontanelas: • Deprimida, pode indicar desidratação; • Abaulada ou tensa, sem que o bebê esteja chorando, meningite ou hipertensão intracraniana, líquido se acumula na cavidade do crânio. 70 As principais são: • Fontanela Anterior ou Bregma: • em forma de losango 2,5- 4,0 cm, • depois ossificada, antes do 18º mês de vida • Fontanela Posterior ou Lâmbda: • em forma de triangulo, 0,5-1 cm, • habitualmente fechada antes do 2º mês. Fontanela Anterior ou Bregma Fontanela Posterior ou Lâmbda 71 Exame físico neonatal- OLHOS • Ao se examinar os olhos do RN observar simetria, tamanho, forma, posição do olho em relação à órbita, cor e aspecto da conjuntiva, esclera, córnea, íris e pupila, tamanho e inclinação das pálpebras e movimento ocular. • Nas primeiras 48 horas, devido ao uso de nitrato de prata, são comuns o edema palpebral e a presença de pequena quantidade de secreção ocular. 72 Exame físico neonatal- PESCOÇO • Em geral, o RN apresenta pescoço um pouco curto, dificultando a avaliação. • Para examinar essa região é necessário promover rotação, extensão e flexão, testando mobilidade, simetria da musculatura cervical e facilitando a visualização de massas, cistos e bócio. • Por volta dos 3 meses, há sustentação. 73 Exame físico neonatal- PULMÕES • Padrão respiratório e movimento torácico: o ritmo respiratório varia com as fases do sono e atividade do RN. • A frequência respiratória média é de 30 até 60 respirações por minuto 74 Exame físico neonatal- CORAÇÃO • A frequência cardíaca varia entre 120 a 160 batimentos por minuto. • Na ausculta observar frequência, ritmo, intensidade das bulhas cardíacas e sopros. • Pode haver cianose transitória ao chorar ou fazer força 75 Exame físico neonatal- ORGÃOS GENITAIS • Genitália masculina: • Avalia-se tamanho do pênis, posição do meato uretral, prepúcio, posição dos testículos e aspecto da bolsa escrotal. • O comprimento do pênis é variável com a idade gestacional, em média 2,5 cm em RN com 40 semanas • Genitália feminina: • Observa-se tamanho e localização dos grandes e pequenos lábios, clitóris, meato uretral, abertura da vagina e distância anovulvar. 76 Exame físico neonatal- NEUROLÓGICO • O exame neurológico compreende a observação da atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e reflexos do recém-nascidos. • Observam-se os reflexos das seguintes categorias: • Alimentação: sucção, deglutição, protusão da língua. • Postural: moro, marcha, engatinhar, tônus do pescoço. • Proteção: sobressalto, extensão cruzada dos membros inferiores, pestanejar. • Social: pressão plantar 77 Exame físico neonatal- NEUROLÓGICO 78 Exame físico neonatal- NEUROLÓGICO 79 Programa Nacional de Triagem Neonatal Emmanoela Paulino Programa Nacional de Triagem Neonatal • O PNTN tem como objetivo geral, identificar distúrbios e doenças no recém- nascido em tempo oportuno para intervenção adequada; • Garantindo tratamento e acompanhamento contínuo às pessoas com diagnóstico positivo; • Com vistas a reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas. 81 A triagem neonatal é realizada por meio de testes capazes de detectar precocemente um grupo de doenças congênitas e hereditárias, geralmente assintomáticas no período neonatal (até 28 dias do nascimento). Programa Nacional de Triagem Neonatal 82 Programa Nacional de Triagem Neonatal 83 TESTE DO PEZINHO • A coleta é realizada através de um pequeno furo, geralmente no calcanhar e gotinhas de sangue são coletadas em papel filtro especial para análise laboratorial que geralmente demora poucos dias. • Ele deve ser realizado do 3º ao 5º dia de vida . DOENÇAS IDENTIFICADAS Fenilcetonúria, Hipotireoidismo congênito, Doença falciforme e outras hemoglobinopatias, Fibrose cística, 85 • Fenilcetonúria • É um dos erros inatos do metabolismo de herança genética. • O defeito metabólico gerado leva ao acúmulo do aminoácido fenilalanina no sangue. • Apresenta um quadro clínico clássico, caracterizado por atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor (dnpm), deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. DOENÇAS IDENTIFICADAS : 86 • Hipotireoidismo congênito • causada pela incapacidade da glândula tireóide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoideanos, • Que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. • Sem o diagnóstico e tratamento precoce, a criança terá o crescimento e desenvolvimento mental seriamente comprometidos. DOENÇAS IDENTIFICADAS : 87 • Doença falciforme e outras hemoglobinopatias • A Doença Falciforme (DF) é causada por um defeito na estrutura da Hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante, quando exposta a determinadas condições como febre alta, baixa tensão de oxigênio, infecções etc. • O paciente afetado apresenta as seguintes alterações clínicas: anemia hemolítica, crises de dor, insuficiência renal progressiva, acidente vascular cerebral. DOENÇAS IDENTIFICADAS : 88 • Fibrose cística • A Fibrose Cística (FC) ou Mucoviscidose, • afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. • Dentre os demais sintomas podem estar incluídos: dificuldade de ganho de peso, problemas respiratórios, dor abdominal recorrente, icterícia prolongada, e retardo no desenvolvimento somático DOENÇAS IDENTIFICADAS : 89 90 Teste da Orelhinha • O Teste da Orelhinha, ou “exame de emissões otoacústicas evocadas”, • é o método para constatar problemas auditivos nos recém-nascidos. • É rápido, seguro e indolor. • Este exame é feito ainda no hospital, com o nenê dormindo, a partir de 48 horas de vida. 91 92 Teste do olhinho (ou Reflexo vermelho) • É realizado por meio de exame de inspeção e Teste do Reflexo Vermelho na retina (TRV) em recém-nascidos • Visando diagnóstico presuntivo do glaucoma, da catarata congênita e de outros transtornosoculares congênitos e hereditários. • Os exames devem ser realizados até o 5º dia de vida do bebê e a reavaliação pelo menos uma (01) vez até o 1º ano de vida. • Se tratados cedo, esses problemas podem ser revertidos ou atenuados. Se não tratados logos, alguns podem causar cegueira. 93 94 Teste do coraçãozinho • Todo bebê tem direito de realizar o teste de coraçãozinho ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. • O teste é simples, gratuito e indolor. • Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro. 95 Crescimento e desenvolvimento da criança 96 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO O Crescimento (C) e o desenvolvimento (D) , são indicadores da saúde das crianças, por essa razão o acompanhamento desses processos se constitui na ação – eixo da assistência à saúde da criança. 97 Alguns fatores de risco devem ser considerados para o monitoramento do crescimento e do desenvolvimento da criança: ✓ Baixo peso ao nascer; ✓ Baixa escolaridade materna; ✓ Idades maternas extremas (< 19 anos e > 35 anos); ✓ Gemelaridade; ✓ Intervalo intergestacional curto (inferior a dois anos); ✓ Criança indesejada; ✓ Desmame precoce, mortalidade em crianças menores de 5 anos na família; ✓ Condições inadequadas de moradia, baixa renda e desestruturação familiar . CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 98 A criança segue o mesmo padrão de desenvolvimento e maturação Porém... Sua constituição hereditária, cultura e experiências fazem de cada criança um ser distinto. 99 • Aumento físico do corpo, como um todo, ou em suas partes. • Medido em centímetros ou metros. Traduz o aumento do número das células (hiperplasia) e do seu tamanho (hipertrofia). • É quantitativo (tamanho volume e quantidade). CRESCIMENTO 100 • genéticos, • metabólicos • malformações • muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas Fatores intrínsecos • alimentação, • saúde, • higiene, • habitação • cuidados gerais com a criança Fatores extrínsecos CRESCIMENTO FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO 101 Peso Estatura Perímetro cefálico Perímetro torácico Alteração das fontanelas Alterações na proporção corporal e tecidos corporais CRESCIMENTO Referencia-se por: 102 • Avalia o crescimento linear da criança, medindo a criança no sentido longitudinal: Comprimento/Altura. • Centímetros (mais comum em crianças). • Menos variável que o peso. • Idade da criança e gênero. CRESCIMENTO 103 ESTATURA • De 0 até 23 meses, a criança é medida deitada, em superficie plana usando uma régua antropométrica. CRESCIMENTO ESTATURA 104 • A partir de 24 meses • Em pé • Balança plataforma com antropômetro ou antropômetro de parede. CRESCIMENTO ESTATURA 105 ESTATURA 106 1 2 107 • Crianças de 0 a 23 meses - balança pediátrica, que possuem grande precisão com divisões em 10g mas menor capacidade (16kg) e portabilidade; • Crianças a partir de 24 meses - A balança que melhor atende a essas características é a balança plataforma, utilizada para a pesagem de adultos. CRESCIMENTO PESO 108 109 1 2 3 110 Crescimento ▪ Permite avaliar o tamanho da cabeça. ▪ Acompanhamento do PC deve ser feito nas crianças de 0 a 24 meses. ▪ O PC é maior que o perímetro torácico (PT) até aproximadamente os dois anos de idade. ▪ Entre o primeiro e o segundo ano de idade o PC e O PT são iguais. ▪ Posteriormente, o PT ultrapassa o PC em torno de 5 a 7 cm. Perímetro Cefálico - PC 111 112 Crescimento A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com o perímetro craniano (PC). Perímetro torácico (PT) 113 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 114 • Aumento da capacidade do indivíduo em realizar cada vez mais funções, em número e complexidade. • Necessita de maturação, crescimento e aprendizado DESENVOLVIMENTO Desenvolvimento da linguagem Desenvolvimento motor ( ou físico) Desenvolvimento congnitivo (psicológico) Desenvolvimento social e afetivo 115 Desenvolvimento: Desenvolvimento da linguagem: • As crianças nascem com o mecanismo e a capacidade de desenvolver a fala e as habilidades de linguagem. • O gesto procede a fala. • Em todos os estágios do desenvolvimento da linguagem, a compreensão do vocabulário por parte das crianças é maior do que a expressão. 116 Desenvolvimento: Desenvolvimento motor: Refere-se à melhora das habilidades físicas da criança, como: • capacidade de engatinhar, • manter-se em pé, • andar, • correr, • pular • desenhar e escrever, que muitas vezes necessitam que a área mental esteja bem desenvolvida também 117 118 Desenvolvimento: Desenvolvimento cognitivo • A palavra “cognição” remete às habilidades que garantem a capacidade do cérebro de processar informações e obter conhecimentos sobre o mundo. • Sendo assim, ela engloba processos como pensamento, raciocínio, memória, linguagem, atenção, resolução de problemas, entre outros. 119 Desenvolvimento cognitivo • É brincando que a criança elabora os esquemas mentais, isto é, as imagens mentais conduzirão aos conceitos. • As imagens de objetos percebidas, muitas vezes se fixam na memória – é a conceituação. • O bebê é incapaz de representar mentalmente os objetos. É preciso que ele os veja e os apalpe. • Quando os objetos desaparecem do campo de visão, e da preensão, eles deixam de existir para ele. • O pensamento da criança se estrutura a partir de experiências que ela interioriza, pela repetição frequente e por suas semelhanças. 120 Desenvolvimento: Social e afetivo • No começo da vida, a criança brinca com os MMSS e MMII, boca e com todo o corpo. • No decurso das experiências cotidianas, a criança descobre o prazer de se comunicar com os outros. • Para o desenvolvimento adequado, é necessário que a criança tenha oportunidade de fazer sozinha tudo que é capaz. 121 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS EM SUAS DIFERENTES ETAPAS DE VIDA: Recém – nascido ( 0 a 28 dias) e lactente ( 29 dias a 2 anos) • O RN não tem sua personalidade organizada e interage com o meio apenas em função de suas necessidades fisiológicas como fome, sede, frio, etc. • A criança que não tem atendidas essas necessidades pode vir a desenvolver a chamada Carência Afetiva. A criança com carência afetiva apresenta e agarra-se a quem cuida dela. 122 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS EM SUAS DIFERENTES ETAPAS DE VIDA: Pré – Escolar ( 2 a 7 anos): • Desenvolve a linguagem, é observador e faz perguntas. • Fica inseguro quando seus hábitos e rotinas sofrem alguma modificação; • Movimenta-se muito ( anda, corre, sobe, desce,pula). • Seu pensamento orienta-se pela imaginação e pela fantasia. • Para o pré-escolar, a mãe é a fonte de segurança, proteção e ajuda, frente às situações que possam causar angústia ou qualquer tipo de sofrimento. 123 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS EM SUAS DIFERENTES ETAPAS DE VIDA: Escolar ( 7 a 10 anos) : • Nesta etapa, a criança adquire grande independência física e psicológica. • Criatividade e aprendizagem são características marcantes. • Tem noção de tempo e espaço. • Gosta de correr, pular, perseguir, fugir, participar das tarefas dos adultos. • Embora apresente um grau avançado de independência em todos os aspectos, ainda necessita de carícias físicas e afeto. 124 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS EM SUAS DIFERENTES ETAPAS DE VIDA: Adolescente ( de 10 a 20 anos) • Fase de autodefinição e identificação de seu papel imita as pessoas ou ídolos que admira; • Embora esteja em fase de amadurecimento emocional, apresenta, muitas vezes, grande instabilidade. • É ansioso e deprime-se com facilidade; • Gosta de quebrar regras sociais e de contrariara opiniões; • Valoriza , de forma mais acentuada, a imagem corporal, a privacidade e a autonomia. 125 126