Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Compreendendo 
oMundo
Nesta Unidade estudamos as propriedades químicas e 
fisiológicas das principais drogas conhecidas. Vimos a que 
grupos funcionais elas pertencem, suas propriedades e como 
atuam no organismo do indivíduo que se submete a elas.
Usar uma droga implica submissão à substância. De-
pendência é estar subordinado ou sob o domínio de algo 
maior e mais forte que a própria vontade. Significa não 
ter vontade própria ou não ser capaz de impor essa von-
tade a ninguém, nem a si mesmo.
É curioso que o jovem, justamente na idade em que 
deveria estar “proclamando sua independência” resolva 
se submeter a uma ou mais drogas, perpetuan do seu es-
tado de dependência.
Apesar de ser difícil crescer e se impor em uma socieda-
de como a nossa, em que a maioria dos valores encontram-
-se deturpados pela mídia com mensagens como "você só 
será feliz e aceito se tiver o corpo ideal, usar roupas da mar-
ca X ou ter o carro da marca Y", não será nas drogas que os 
jovens vão encontrar a solução. Muito pelo contrário.
Somam-se ainda problemas sociais como desigual-
dade, violência urbana, corrupção, tragédias naturais, 
desemprego, incerteza do futuro; além de problemas fa-
miliares, como brigas, falta de dinheiro, falta de perspecti-
va, falta de opções de lazer. E, então, como escapar do 
traficante com a possibilidade de fuga, de prazer fácil, que 
na fase inicial é oferecido a um custo muito baixo ou até 
como “cortesia”? A resposta é uma só: com informação.
É a informação que nos faz enxergar os verdadeiros 
problemas decorrentes do uso das drogas, e nos faz per-
ceber que essa não é, nem de longe, a solução para os 
problemas.
O álcool, por exemplo, é uma droga lícita que na pro-
paganda é constantemente relacionado a sexo, prazer, 
beleza, alegria, descontração. Mas será que é isso mesmo?
Justamente por ser uma droga lícita e tão incorporada 
a nossa sociedade, é difícil quem já não tenha convivido 
com um alcoólico, seja na própria família ou na vizinhança.
Para onde vai a beleza, o charme, a alegria de alguém 
que “se submete à bebida”? Como fica a família, o empre-
go, a relação com os amigos, a vida de alguém que se vê 
atingido por essa doença? Por que então continuamos a 
acreditar na propaganda do álcool e não nas imagens reais 
que ele nos apresenta?
É assustadora a força da propaganda: “uma mentira 
repetida várias vezes se torna uma verdade”. Não preci-
samos aceitar isso. Uma mentira sempre será uma men-
tira, não importa quantas vezes seja repetida. 
Não é simples viver no nosso mundo. Mas sempre 
existe a possibilidade de mudar o que está errado. Os 
jovens são muito bons em mudar as coisas. Não precisa-
mos aceitar as imposições da mídia. Podemos buscar in-
formação, constatar o que está errado, questionar os 
valores propostos, duvidar, sugerir mudanças. Se um jo-
vem não faz isso, quem vai fazer?
É óbvio que o valor de uma pessoa não está no corpo 
dentro do “padrão de beleza” (irreal), no carro, nas roupas 
ou nos produtos que tem ou utiliza; aliás, o consumismo 
não é uma “qualidade invejável”, é uma verdadeira praga, 
considerado, atualmente, um dos maiores problemas am-
bientais e sociais que temos de enfrentar. Algo a ser com-
batido e não conquistado.
Andar de ônibus é proteger o meio ambiente. É mui-
to ruim andar de ônibus? Então precisamos lutar para 
melhorar o transporte público e não necessariamente 
para comprar um carro.
Prolongar a vida útil de roupas e produtos, evitando 
comprar e descartar desnecessariamente, é ter consciên-
cia ecológica. Se a propaganda diz o contrário é porque 
precisa vender produtos para sobreviver.
Mais uma vez a resposta está na informação, que 
nos esclarece sobre as consequências do consumismo 
exagerado e nos ajuda a fazer escolhas mais saudáveis 
para nós mesmos e para o planeta. Esse será o assunto 
da próxima Unidade.
L
e
n
a
r
 M
u
s
in
/S
h
u
tt
e
r
s
to
c
k
Você não precisa acreditar nas mensagens com valores deturpados propagados pela mídia para encontrar alegria e felicidade.
147
M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_119a147_U2_C05.indd 147 29/04/16 17:30
3UNID
A
D
E
 Consumismo significa comprar sem pensar, comprar por 
comprar, sem precisar, acumular coisas. O “comprador com-
pulsivo” experimenta sensações muito semelhantes às do 
usuário de drogas, o prazer na hora da compra, a euforia de 
possuir algo que de fato ele nem precisava, a extrema ale-
gria que em pouco tempo se transforma em vazio, em an-
gústia e mal-estar que só passa quando o indivíduo volta a 
comprar, e então o ciclo se repete.
 Mas o que os leva a agir desse modo? Por que fazem isso? Com 
certeza a resposta não é simples mas, sem dúvida, a força da 
propaganda se não é a causa é no mínimo o alicerce dessa 
situa ção. A propaganda cria necessidades, impõe atitudes, fra-
giliza nosso bom senso, nos torna reféns do consumismo.
 Você pode pensar: “eu gosto de comprar e tenho dinheiro 
para isso, então, qual é o problema?”. O problema é que isso 
está acabando com nosso planeta, esgotando nossos recur-
sos naturais, saturando os aterros sanitários e lixões, está 
se tornando insustentável. Não vale a pena refletir a respei-
to e mudar de atitude?
Consumismo
148
M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_148a164_U3_C06.indd 148 29/04/16 17:30
C
A
P
ÍT
U
L
O
6 Reações desubstituição
FOI NOTÍCIA!
Consumo 
L
ojas de departamentos de vários andares, 
shopping centers que oferecem todos os ti-
pos de serviços, boutiques finas que servem 
champanhe aos clientes, pequenas lojas que ven-
dem toda sorte de produtos por menos de R$ 2,00.
Há décadas consumir deixou de ser um sim-
ples ato de subsistência para ser identificado com 
uma forma de lazer, de libertação e até mesmo 
de cidadania. Homens e mulheres são levados a 
consumir mesmo sem necessidade, apenas pelo 
simples ato de comprar. Porém o consumo desen-
freado também é uma grande ameaça ao meio 
ambiente.
A finitude dos recursos naturais é evidente, e 
é agravada pelo modo de produção regente, que 
destrói e polui o meio ambiente. O primeiro e mais 
importante limite dessa cultura do consumo, que 
estamos testemunhando hoje, são os próprios 
limites ambientais. 
O planeta não suportaria se cada habitante 
tivesse um automóvel, por exemplo. Nos níveis e 
padrões atuais, o consumo precisa ser modifica-
do em direção a formas mais sustentáveis, tanto 
do ponto de vista social quanto ambiental. 
Dados [recentes] fornecidos pelo Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) 
mostraram que o mundo está consumindo 40% 
além da capacidade de reposição da biosfera (ener-
gia, alimentos, recursos naturais) e o deficit é au-
mentado 2,5% ao ano.
Relatórios da Organização das Nações Unidas 
(ONU) apontam que 85% da produção e do con-
sumo no mundo estão localizados nos países in-
dustrializados que têm apenas 19% da população 
[do planeta]. Os Estados Unidos têm 5% da popu-
lação mundial e consomem 40% dos recursos 
disponíveis. Se os seis bilhões de pessoas usu-
fruíssem o mesmo padrão de vida dos 270 mi-
lhões de americanos, seriam necessários seis 
planetas. [...]
A consequência do consumo desenfreado é, 
principalmente, o fim dos recursos naturais. Para 
suprir a demanda por produtos, é preciso produ-
zir mais produtos. E isso significa consumir mais 
energia, mais combustível, mais madeira, e mi-
nérios – enfim, mais materiais provenientes da 
natureza. 
Por sua vez, essa prática gera mais poluição 
industrial e mais lixo. Quem primeiro sofre com isso 
é o meio ambiente. Os resultados dessa prática são 
logo sentidos pelos homens também. Basta pensar 
na crise de energia por que o mundo vem passando, 
no aumento do preço de certos materiais que já co-
meçam a escassear, na saturação de lixões e ater-
ros sanitários, na poluição e seus efeitos sobre a 
saúde humana.
Mas não é só. O consumismo também agrava a 
pobreza, aumentando a distância entre ricos e po-
bres. Países ricos e altamente industrializados ge-
ralmente exploramos recursos naturais dos países 
mais pobres, que, no entanto, não enriquecem com 
isso (ao contrário, ficam ainda mais pobres)." 
BUENO, Chris. 360 Graus, 1º maio 2012. Disponível em: <http://360graus.terra.
com.br/ecologia/default.asp?did=27177&action=geral>. Acesso em: 9 jan. 2016. 
Você leu uma matéria que mostra os males 
que o consumismo causa à natureza e à 
sociedade, desde a poluição e destruição do 
meio ambiente até o aumento da desigualdade 
e da pobreza. Você sabe como a Química pode 
ser usada para modificar essa situação?
149
M_Reis_Quimica_V3_PNLD2018_148a164_U3_C06.indd 149 29/04/16 17:30

Mais conteúdos dessa disciplina