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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGISCOS DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

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08/08/2023, 14:31 Aspectos epidemiológicos da doença cardiovascular
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03767/index.html# 1/52
Aspectos epidemiológicos da doença cardiovascular
Prof.ª Isabella Christina Diniz de Lemos Venancio
Descrição
Aspectos epidemiológicos da doença cardiovascular, sua relação com o aumento da morbimortalidade e
estratégias de prevenção.
Propósito
A compreensão de que a doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil e no mundo e, em
sua maioria, pode ser prevenida, é importante para a utilização de estratégias comportamentais e de
conscientização para a redução do risco cardiovascular.
Objetivos
08/08/2023, 14:31 Aspectos epidemiológicos da doença cardiovascular
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03767/index.html# 2/52
Módulo 1
Epidemiologia das doenças cardiovasculares
Analisar aspectos epidemiológicos das doenças cardiovasculares.
Módulo 2
Fatores de risco para doenças cardiovasculares
Identificar os fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Módulo 3
Comorbidades associadas às doenças cardiovasculares
Reconhecer as comorbidades associadas às doenças cardiovasculares e relacioná-las com o impacto
epidemiológico.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (s.d.), as doenças cardiovasculares (DCVs) são a
principal causa de mortalidade no mundo, ou seja, mais pessoas morrem anualmente por essa causa
do que por qualquer outra. Estima-se que cerca de 17,9 milhões de pessoas vieram a óbito por
doenças cardiovasculares no ano de 2016, isso representa 31% de todas as mortes globalmente.
No último século, a humanidade passou por uma transição epidemiológica com relação às causas de
óbito, e as doenças infectocontagiosas deixaram de ser a primeira causa de óbito, dando lugar às
doenças crônico-degenerativas. Os fatores clássicos de risco cardiovascular (hipertensão arterial ou
HA, diabetes, dislipidemia, obesidade, e tabagismo) também passaram por mudanças, tendo um
aumento expressivo nas últimas décadas, exceto do tabagismo.
Introdução
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03767/index.html# 3/52
1 - Epidemiologia das doenças cardiovasculares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar aspectos epidemiológicos das doenças
cardiovasculares.
Veremos, a seguir, os novos conceitos que surgiram sobre os fatores de risco, modificando os
clássicos, como os ambientais, comportamentais e ocupacionais. Eles são diretamente
influenciados por condições socioeconômicas das populações e apresentam importante relação
com as causas de morte. Além disso, serão abordadas as intervenções feitas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), para prevenção e controle de doenças cardiovasculares, que reduzem a
morbimortalidade.
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número
e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem
seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
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Morbimortalidade por doenças cardiovasculares
A doença cardiovascular (DCV) tem sido a principal causa de mortalidade desde a década de 1960, sendo
responsável por uma substancial carga de doença no Brasil. Atualmente, constitui o maior custo para a
saúde no mundo, com mais de 17 milhões de mortes por ano, e isso representa metade de todas as mortes
por doença não transmissível; 75% acontecem em países de baixa e média renda. Dessas mortes por DCV,
as principais são os ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, representando aproximadamente
31% de todas as mortes globais. Dentro desse número, 80% são decorrentes de derrames cerebrais e
ataques cardíacos (WHO, 2013).
Freire et al. (2017) corroboram esses dados, apresentando números alarmantes: cerca de 7,4 milhões dos
óbitos ocorrem por DCVs, e 6,7 milhões por acidentes vasculares cerebrais. No continente americano, foram
1,5 milhões de óbitos por DCVs somente no ano de 2000.
No estudo Global Burden of Diseases (GBD, 2017) foram consideradas nove causas mais comuns e globais
de morbidade e morte relacionadas com DCVs:
Algumas patologias, como embolia pulmonar e insuficiência cardíaca, não definem a etiologia que
ocasionou o óbito, portanto, foram redistribuídas para essas causas específicas, segundo o método do
estudo GBD.
Doença cardíaca reumática
Cardiopatia isquêmica
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Doença cerebrovascular
Doença cardíaca hipertensiva
Cardiomiopatia e miocardite
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Fibrilação atrial e �utter
Aneurisma de aorta
Doença vascular periférica
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Saiba mais
A importância das DCVs como causa de morte vem crescendo. Em 1990, as DCVs eram a principal causa de
morte apenas em Portugal e no Brasil, enquanto nos demais países estavam atrás de doenças infecciosas,
como infecções respiratórias e diarreia. Já em 2016, as DCVs também se tornaram a primeira causa de
morte. Entre as causas de DCVs, houve um aumento do índice de morte por cardiopatia isquêmica e uma
redução por cardiopatia reumática, proporcionalmente. Apesar das mortalidades por DCVs estarem em
queda de 1990 a 2016, a queda ocorreu de forma heterogênea entre os países. Devido a isso, as DCVs são
consideradas um grave problema de saúde pública (SBC, 2019).
Esse problema é evidenciado pelo elevado gasto público. O Sistema Único de Saúde (SUS) teve, apenas em
2012, 1.137.024 internações por doenças cardiovasculares e gastou um total de R$2.381.639.909,14 (mais
de dois bilhões de reais!). Além disso, as DCVs são responsáveis por um total de 20% de todas as mortes na
população brasileira acima de 30 anos de idade, sendo o Sul e o Sudeste responsáveis por 73,9% do índice
de morte no Brasil, junto com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), as maiores taxas do país.
Em relação à situação mundial, percebe-se também uma tendência de aumento, principalmente em relação
aos países em desenvolvimento (FREIRE et al., 2017).
Endocardite
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Vimos o quanto as DCVs são importantes de serem abordadas, por serem a principal causa de mortalidade
no Brasil. Esse fato ocasiona grandes ônus para o governo e a necessidade de investimentos estratégicos
na política pública de saúde.
A seguir, conheceremos os custos atribuíveis as DCVs. Esse entendimento é importante para pensarmos no
aprimoramento e na priorização das políticas de prevenção e enfrentamento das DCNTs, além de fortalecer
a defesa de intervenções mais robustas para prevenção dessas doenças, inclusive medidas regulatórias e
fiscais.
Custos do tratamento das doenças cardiovasculares
No Brasil, os custos estimados de DCVs aumentaram em 17% de 2010 a 2015, alcançando 37,1 bilhões de
reais em 2015 (US$9,6 bilhões), incluindo os custos estimados por morte prematura, perdas de
produtividade relacionados à doença e os custos diretos com internações. Os gastos SUS, de 2010 a 2016,
atribuíveis ao diabetes com doenças renais crônicas quase dobraram, passando de US$1,4 milhão para
US$2,6 milhões. Em 2011, os gastos ambulatoriais do SUS e hospitalares com a obesidade chegaram a
US$269,6 milhões, dos quais quase 24% eram atribuíveisà obesidade mórbida. Em 2018, houve 1.829.779
internações no SUS por causas associadas ao diabetes, à obesidade e à hipertensão arterial. Isso
corresponde à aproximadamente 16% do total de internações hospitalares no SUS no período, resultando
em um custo total de R$3,84 bilhões. (NILSON et al., 2020).
Os custos ambulatoriais totais no SUS, com as mesmas doenças, chegaram a R$166 milhões no ano de
2018, e os gastos do Programa Farmácia Popular com medicamentos para diabetes, asma e hipertensão
totalizaram em R$2,31 bilhões. Os custos diretos atribuíveis ao diabetes, à obesidade e hipertensão arterial,
no Brasil, totalizaram R$3,45 bilhões, ou seja, US$890 milhões, considerando gastos do SUS com
medicamentos, hospitalizações e procedimentos ambulatoriais.
Comparando os custos por tipo de gasto no SUS, a maioria se deveu ao
fornecimento de medicamentos a pessoas com obesidade, diabetes e hipertensão
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arterial (58,8%), seguido por hospitalizações (34,6%) e
atendimentos/procedimentos ambulatoriais (6,6%).
Considerando sexo e idade, mais de 70% dos custos foram com pessoas de 20 a 69 anos de idade, e 56%
dos custos totais foram com o sexo feminino. A hipertensão arterial foi responsável por 59% do custo direto
(mais de R$ 2 bilhões por ano), enquanto o diabetes correspondeu a 30%, e a obesidade, a 11%
(desconsiderando os custos de hipertensão e diabetes atribuíveis à obesidade), com pouca variação de
acordo com o sexo. Considerando somente as internações hospitalares, os custos atribuíveis a essas três
doenças somaram 9,8% de todos os gastos com hospitalizações de adultos no país. Cerca de metade dos
custos em saúde no Brasil é financiada pelo governo.
As DCVs são responsáveis pelos maiores gastos com hospitalização no SUS, e
criam o principal número de pensões por incapacidade e maior carga de morbidade
para os pacientes. Em 2015, o gasto estimado direto do setor público com
hospitalizações e consultas para DCVs no Brasil excedeu R$5 bilhões (OLIVEIRA et
al., 2020).
Grande parte dos gastos com tratamento de doenças no SUS, um sistema de saúde gratuito e universal,
concentra-se nos atendimentos hospitalares e ambulatoriais, assim como na dispensação de
medicamentos para controle de doenças crônicas pelo Programa Farmácia Popular. Conhecer os custos
das doenças permite dimensionar a magnitude de sua carga para a economia e para o sistema de saúde,
assim como avaliar o impacto de políticas implementadas e subsidiar a tomada de decisões ao permitir a
comparação da economicidade de distintas medidas.
O custo das internações por doenças cardiovasculares é considerado o maior entre as causas de
internações hospitalares no Brasil, com destaque para as doenças isquêmicas do coração e as doenças
cerebrovasculares. (GUIMARÃES et al., 2015)
Segundo Oliveira et al. (2020), a insuficiência cardíaca e o acidente vascular cerebral (AVC) foram
responsáveis pelos mais altos valores cumulativos reembolsados para procedimentos clínicos, totalizando
R$8,4 bilhões. O total pago pelos procedimentos cirúrgicos foi R$9,5 bilhões, tendo a cirurgia de
revascularização do miocárdio e a angioplastia coronariana como os maiores valores.
A insuficiência cardíaca também lidera o ranking das admissões por DCVs, com 2.862.739 hospitalizações
(131 por 100 mil habitantes), sendo seguida por doenças cerebrovasculares, com 2.042.195 hospitalizações
(93 por 100 mil habitantes), infarto agudo do miocárdio (IAM) e síndrome coronariana aguda (SCA), com
1.461.388 hospitalizações (76 por 100 mil habitantes), e fibrilação atrial, com 321.866 hospitalizações (14,7
por 100 mil habitantes).
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Características das doenças cardiovasculares
Você está familiarizado com os aspectos das doenças
cardiovasculares?
Já sabemos que as doenças cardiovasculares estão no topo da nossa lista das doenças que mais internam,
mais matam no Brasil, mais custeiam para o governo, mesmo comparando com o câncer, doenças
respiratórias, diabetes, entre outras. Por isso, enfatizamos essa informação!
Outro ponto importante são os fatores de risco, que levam ao desenvolvimento ou ao agravamento dessas
doenças cardiovasculares: o excesso de peso e obesidade, desnutrição, hipertensão, diabetes,
sedentarismo, tabagismo, entre outros que abordaremos adiante.
Entre os óbitos por doenças cardiovasculares não transmissíveis (DCNTs), DCVs, câncer, doença respiratória
crônica e diabetes no Brasil em 2010, a principal causa foram as DCVs, com as principais complicações:
cardiopatia isquêmica, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca
(GUIMARÃES, et al., 2015).
Os fatores de risco devem ser analisados em conjunto, pois eles estão interligados e um pode desencadear
o outro. No Brasil, o excesso de peso e a obesidade são fatores de risco importantes para hipertensão e
diabetes, coexistindo, assim, em grande parte dos diabéticos e hipertensos.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, mais de um terço dos diabéticos (37,0%) e dos hipertensos
(36,3%) são obesos. Além disso, 75,2% dos diabéticos e 74,4% dos hipertensos apresentam excesso de
peso no Brasil (IBGE, 2020).
Podemos citar como fatores de risco para tais doenças: hipertensão arterial (HA), tabagismo, diabetes
mellitus (DM), obesidade e sobrepeso, sedentarismo, dieta pobre em vegetais e frutas, dislipidemias, uso de
álcool, estresse psicossocial, e idade acima de 45 anos para homens e 55 anos para mulheres.
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O sedentarismo ganha destaque em relação às DCVs, sendo um dos principais
fatores, além de ser considerado um dos entraves para a saúde pública e
comprometer entre 50 e 80% da população do mundo (FREIRE et al., 2017).
No Brasil, a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta desafios significativos, entre eles o
atendimento ao preceito constitucional da sua universalização, as dimensões continentais do país e a
população de mais de 200 milhões de pessoas. Apesar da complexidade do quadro quanto às transições
epidemiológica e demográfica, elas implicam em mais esforços, com grande impacto no orçamento da
saúde. O aumento das DCNTs representa 72% dos óbitos, dos quais 31,3% são decorrentes de doenças do
aparelho circulatório, 16,3% de câncer, 5,8% de doenças respiratórias e 5,2% de diabetes, fazendo desses
quatros grupos os mais representativos, correspondendo a 75% dos gastos do SUS (CRUZ et al., 2020).
Brant et al. (2017) relataram que as causas de mortalidade por DCVs vêm caindo consideravelmente no
Brasil entre 1990 e 2015, visto que a taxa é muito mais significativa nos seguintes cenários: redução de
39,8% em pacientes do sexo masculino, enquanto entre as mulheres essa redução foi de 41,2%. Entre os
estados, a redução na mortalidade foi mais alta nas regiões Sul e Sudeste e no Distrito Federal (40%), do
que nos estados das regiões Norte e Nordeste. Com isso, percebe-se que o índice de mortes é mais elevado
nas regiões mais pobres do país, onde o acesso à saúde, informação e ao tratamento adequado são mais
escassos. Com o passar dos anos, as taxas tornam-se cada vez mais altas, atreladas à maior adesão, à
comodidade causada pelas tecnologias e pela alimentação rápida, que incluem os fast foods e alimentos
industrializados, por sua praticidade.
Distribuição regional das doenças cardiovasculares
Vamos entender cada região e suas características, ao abordarmos a prevalência das doenças, destacando
as principais diferenças entre as regiões e explicando o impacto nas taxas de mortalidade por doenças do
aparelho circulatório, especialmente porque essas características têm implicaçãodireta no acesso ao
serviço de saúde.
Norte
Compreende sete unidades da federação: Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e
Tocantins. Possui a maior extensão territorial do Brasil. É a segunda região menos populosa,
apresenta a taxa de fecundidade mais elevada e maior taxa de crescimento médio da
população.
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Nordeste
Engloba nove unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. É uma área de enorme concentração de renda, em que a
desigualdade social é evidente.
Centro-Oeste
É composta por três estados — Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás — e pelo Distrito
Federal. É uma região de ocupação mais recente, incentivada pela transferência da capital do
país para Brasília e pelo processo de expansão da fronteira agrícola, que envolve vantagens
governamentais, incentivos fiscais e modernização do processo produtivo.
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Sudeste
Engloba Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. É a região mais
desenvolvida e rica do país, bem como a mais populosa, com maior participação na
economia, maior concentração de indústrias e comércio.
Sul
Inclui os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. É a região mais homogênea
do país, apresenta a menor taxa de fecundidade e maior expectativa de vida. As
desigualdades se refletem na carga de mortalidade, especialmente nas mortes prematuras
atribuíveis a doenças cardiovasculares, que afetam, de maneira desproporcional, a população
pobre.
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O estudo Global Burden of Diseases (GBD, 2017) revela uma redução maior no índice de mortes nas regiões
Sul e Sudeste, em particular nos estados Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro,
que estão entre os mais desenvolvidos do país, e no Distrito Federal, com 40% na redução do índice de
mortalidade. Uma redução pequena na taxa de mortalidade nos estados da região do Nordeste e do Norte,
também é observada.
Baptista et al. (2019), ao analisarem a epidemiologia cardiovascular entre o período de 2001 a 2015,
também observaram um rápido declínio nos índices de morte por DCVs em microrregiões do Sudeste e do
Sul, assim como um declínio menor na região Centro-Oeste. As regiões Nordeste e Norte apresentaram um
aumento nas taxas de mortalidade por DCVs ao longo do tempo, contrário aos achados descritos por outros
autores.
Em 2020, percebemos uma mudança nesse cenário: as DCVs corresponderam a
27,3% do total de mortes, com a maior proporção na região Sudeste e a menor na
região Norte.
Quanto ao tipo da DCV, também foi observada distribuição diferente entre as regiões brasileiras: 32,1% do
total de mortes por DCVs no Brasil foram por doença isquêmica do coração (DIC), e 28,2% foram
responsáveis pelo AVC. A maior proporção de mortalidade por DIC ocorreu nos estados Espírito Santo,
Pernambuco e Mato Grosso do Sul, enquanto a maior proporção de mortes por AVC ocorreu nos estados
Pará, Amazonas e no Distrito Federal (BRANT et al., 2020).
No entanto, a taxa de mortalidade não está só ligada ao nível de desenvolvimento socioeconômico ou na
expectativa de vida ou na qualidade, mas o clima da região também influencia diretamente na mortalidade
por DCVs, onde são observados maior taxa de óbito associada com temperaturas baixas e altas na maioria
das cidades brasileiras e nas regiões do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte.
Agora, entendemos melhor sobre as regiões do Brasil, a prevalência de cada doença cardiovascular
juntamente sobre o panorama da morbimortalidade dentro de cada região, mas por que é importante saber
isso? Ter o conhecimento sobre esse assunto muda as estratégias governamentais de financiamento para
programas estratégicos de prevenção e tratamento mais direcionado, investimentos em medicamentos, em
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profissionais de saúde, em apoio a saúde nos setores primários, secundários e terciários, e esse
conhecimento mudará o número de óbitos e custos, elevados no momento.
O papel da Saúde Pública no Brasil
Observamos até agora as taxas de morbimortalidade, os custos atribuíveis para o tratamento das DCVs, as
características das doenças, analisando em conjunto com os fatores de risco interligados com as DCVs e a
distribuição regional das DCVs. Essa sequência foi importante para conseguirmos abordar um assunto de
extrema importância:
O papel da saúde pública frente a uma doença que tem sido a principal causa de
mortalidade desde a década de 1960, sendo responsável por uma substancial
carga de doença no Brasil, alto impacto socioeconômico, alto custo e elevada taxa
de óbitos.
As doenças cardíacas são fatores limitantes à qualidade de vida e estão diretamente relacionadas a
aspectos sociais, emocionais, financeiros, físicos e de saúde global dos indivíduos. Portanto, ocasiona um
custo elevado na saúde pública e impacto da sociedade, visto que há prejuízo na produtividade no emprego,
limitação funcional nas atividades de vida diária (lavar louça, varrer a casa, jogar o lixo fora, sair
socialmente...), aumento de despesas com o tratamento de saúde e perda do bem-estar. O melhor manejo
das doenças cardíacas ou a prevenção poderia gerar benefícios para melhorar o bem-estar e reduzir os
gastos para a saúde pública reduzindo o impacto com a economia e investimentos em outras áreas.
Entender tudo isso é fundamental para pensar e criar estratégias de programas de saúde pública com o
objetivo de prevenir e tratar os pacientes com DCV. Vamos conhecer alguns programas que foram criados?
Lançado em 1994, é uma importante iniciativa da estratégia nacional para diminuir a mortalidade por
DCVs com base na atenção primária à saúde, cobrindo quase 123 milhões de indivíduos (63% da
população brasileira) em 2015. Entretanto, a despeito dos sucessos, a análise dos cenários futuros
sugere a necessidade urgente de abordar desigualdades geográficas persistentes, financiamento
insuficiente, além de questões relacionadas ao acesso ao cuidado e à sua qualidade (BRANT et al.,
2020).
Programa de Saúde da Família (PSF) 
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Lançado no período de 2013 a 2019, um Plano de Ação, tendo como objetivo prevenir e controlar
esse grupo de doenças. Esse plano destaca a influência dos determinantes sociais no
desenvolvimento das DCNTs, e tem como metas principais: reduzir a mortalidade e a morbidade
evitáveis, minimizar a exposição a fatores de risco e aumentar a exposição a fatores de proteção e
diminuir a carga socioeconômica das DCNT, promovendo bem-estar e reduzindo iniquidades.
Em decorrência do aumento de óbitos, cerca de 73,9% devido as DCNTs, o Brasil publicou, em 2011,
o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNTs) no Brasil 2011-2022, em consonância com o Plano de Ações proposto pela OPAS.
O plano brasileiro contempla prevenção, promoção, e assistência para as quatro principais DCNTs
(cardiovascular, doença respiratória crônica, câncer e diabetes), sendo uma das metas a redução da
taxa de mortalidade precoce – entre os 30 e 70 anos de idade (GUIMARÃES et al., 2015).
O modelo mais estudado no momento é o telemonitoramento, que “se caracteriza pelo acompanhamento
remoto de dados de saúde do local onde o paciente se encontra até um centro especializado de
monitoramento, análise e interpretação, sendo uma das maisimportantes aplicações da telemedicina. Entre
seus principais benefícios, citam-se o aumento na expectativa de vida, desospitalização, diagnóstico
precoce, saúde preventiva, melhor conforto, aumento de horas trabalhadas etc. Sua utilização vem sendo
considerada importante instrumento para enfrentar o crescimento dos custos com as DCNTs pelos
sistemas nacionais de saúde, um dos principais problemas na prestação de serviços de saúde em todo o
mundo” (CRUZ et al., 2020, p. 2).
As DCNTs tornaram-se assunto de importância e preocupação mundial, com previsão de impactos na saúde
estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nas Metas dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio. Toda essa mobilização e preocupação mundial se dá pelo grande reflexo negativo na saúde, com
perda na qualidade de vida, limitação na funcionalidade tanto no trabalho quanto no lazer e meio social,
além das DCNTs serem as principais causas de óbitos no mundo. A ONU tem realizado diversas orientações
aos países para desenvolverem um plano de ação e contingência para prevenir, tratar e desacelerar esse
aumento crescente de morbimortalidade. Dentro desse plano, a atenção básica tem um papel importante na
modificação dos fatores de risco das DCNTs. Por isso, os países buscam diferentes abordagens, dentre as
quais o telemonitoramento, que tem se destacado como um importante instrumento (CRUZ, et al., 2020).
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) 
Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNTs) 
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Aspectos da epidemiologia das doenças
cardiovasculares
Agora, vamos abordar os aspectos principais das doenças cardiovasculares, os desafios para o
investimento na prevenção e tratamento e o papel da saúde pública para reverter o quadro epidemiológico
da doença.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Como vimos, as doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de morte no mundo. Marque a
alternativa que corresponde apenas a DCV.
A
Cardiomiopatia e miocardite, doença cardíaca reumática, doença cerebrovascular,
cardiopatia isquêmica.
B Sedentarismo, obesidade, hipertensão.
C Riscos ocupacionais, baixa demanda nutricional.
D Estresse e ansiedade, hipertensão, dislipidemia, diabetes.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Existem várias doenças cardiovasculares, entre elas, a cardiomiopatia, a miocardite, doença
cerebrovascular, cardiopatia isquêmica e doença reumática. As alternativas: B, C e D estão incorretas
por se tratar de fatores de risco que levam às doenças cardiovasculares. A letra E não são doenças
cardiovasculares, mas sim doenças pulmonares.
Questão 2
Acerca das doenças cardiovasculares, marque a alternativa correta:
E Fibrose cística, DPOC.
A
Entre os óbitos por doenças cardiovasculares não transmissíveis, o câncer ainda é a
principal causa.
B
As principais complicações das doenças cardiovasculares são: cardiopatia isquêmica,
infarto agudo do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e insuficiência
cardíaca.
C
Os fatores de risco devem ser analisados individualmente, pois eles apresentam
particularidades, porém devem ser tratados em conjunto.
D
O índice de mortalidade varia de acordo com a região no Brasil devido a vários fatores,
como: cenário social, qualidade nutricional, hábitos alimentares, qualidade de vida, nível
de atividade física, acesso à saúde, informação e ao tratamento adequado.
E
O índice de mortalidade não é influenciado pela distribuição sociodemográfica ou por
fatores ambientais.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A doença cardiovascular é a principal causa de óbito. O infarto agudo do miocárdio não corresponde à
principal complicação por doenças cardiovasculares e diabetes é um fator de risco que pode
desencadear doenças cardiovasculares, e não o inverso. Os fatores de risco devem ser analisados em
conjunto, pois um pode levar a outro e os índices de mortalidade, como vimos, variam de acordo com
vários fatores.
2 - Fatores de risco para doenças cardiovasculares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os fatores de risco para as doenças
cardiovasculares.
Classi�cação dos fatores de risco
Entre os fatores de risco clássicos (dislipidemia, obesidade, hipertensão, sedentarismo, diabetes, tabagismo
e histórico familiar), a hipertensão arterial e os fatores dietéticos são os mais importantes.
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Os fatores de risco metabólicos (glicemia alta e colesterol alto) têm maior influência na mortalidade
precoce por DCVs. Em relação ao gênero, a obesidade é maior entre as mulheres; já o tabagismo, é
uniformemente maior para os homens, mas é heterogênea entre os países. Fatores de risco ambientais,
como poluição do ar, também mostram heterogeneidade entre os países.
A obesidade é maior entre as mulheres.
O tabagismo atinge mais os homens.
No último século, houve uma transição epidemiológica com relação às causas de óbitos, e as doenças
infectocontagiosas deixaram de ser a primeira causa de óbito, dando lugar às doenças crônico-
degenerativas. Na atualidade, também pode ser observada a mudança do paradigma e alteração desses
fatores de risco clássicos, surgindo novos conceitos sobre fatores de risco ocupacionais, questões étnicas,
sociodemográficas, culturais, comportamentais e dietéticas, apresentando importante relação com as
causas de mortalidade.
As características sociodemográficas, como nível de escolaridade e renda familiar,
têm sido relacionados ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Os
fatores de risco tendem a ocorrer em maior número e frequência nas populações
com pouco acesso à cultura e menor poder econômico, mesmo em países
desenvolvidos.
A abordagem dos fatores de risco cardiovascular, com a avaliação do nível de conhecimento desses fatores
pela população, é o ponto de partida para a prevenção dos problemas, com o estímulo para mudanças de
hábitos de vida.
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Pela medicina baseada em evidências, conseguimos avançar no entendimento e na compreensão das
doenças, nos mecanismos que as envolvem, no prognóstico, diagnóstico e no tratamento mais eficaz,
fundamentado em um alicerce sólido com embasamento teórico, prático e seguro. Mas a preocupação é o
quanto estamos conseguindo usar essas informações na prática na melhoria da saúde dessa população
atingida. Após cinco décadas de entendimento dos fatores relacionados à gênese das doenças cardíacas,
há no mundo uma melhor aplicação desses conhecimentos adquiridos com o controle dos fatores de risco
e a redução da mortalidade por essas causas.
Analisaremos o impacto relativo de cada fator de risco na ocorrência do desfecho, que é a via final dos
fatores para as DCVs, como observado na tabela a seguir, a qual mostra os fatores de risco demográficos,
comportamentais, fisiológicos e ambientais. Conhecendo melhor, saberemos identificar e elaborar formas
para prevenir ou tratar, diminuindo o impacto negativo que as DCVs proporcionam na população atingida.
Vejamos a classificação dos fatores de risco cardiovasculares.
Fatores de risco demográ�cos
Genética;
Idade;
Sexo;
Etnia.
Fatoresde risco comportamentais
Tabagismo;
Inatividade física;
Estresse e ansiedade.
Fatores de risco �siológico
Hipertensão;
Dislipidemia;
Diabetes;
Baixa demanda nutricional;
Obesidade.
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Fatores de risco ambientais
Poluição do ar;
Cenários sociais;
Riscos ocupacionais.
Fatores de risco comportamentais
Tabagismo
O controle do tabagismo no Brasil tem sido considerado modelo, não só pela estratégia preventiva, mas
pelos resultados: o consumo reduziu pela metade quando comparado com as últimas décadas.
O Brasil é considerado um dos países no mundo que mais reduziu a prevalência de
fumantes nos últimos 30 anos.
O uso contínuo do tabaco e seus derivados por longos prazos leva ao aparecimento de doenças crônicas,
que irão se manifestar em torno de 30 anos após o início de seu consumo regular. Como a maioria dos
fumantes tornam-se dependentes da nicotina antes dos 18 anos, as consequências para a saúde são
desastrosas, tendo em vista o longo tempo de exposição do organismo aos componentes deletérios
contidos nos cigarros. Portanto, a prevenção torna-se a peça-chave para essa catástrofe sanitária.
Inatividade física
A atividade física aeróbica regular pode ser benéfica tanto para a prevenção e o tratamento da hipertensão
quanto para diminuir o risco de DCVs e mortalidade. O treinamento aeróbico, a resistência isométrica e
resistência dinâmica reduzem a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em repouso, em
populações gerais. O treinamento de resistência, mas não outros tipos de treinamento, reduz mais a
pressão arterial (PA) em hipertensos. A atividade física regular de menor intensidade e duração reduz
menos a PA nos treinamentos de intensidade moderada ou alta, mas está associada a uma redução de pelo
menos 15% na mortalidade.
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Essa evidência sugere que pacientes hipertensos devem ser aconselhados e ensinados a praticar pelo
menos 30 minutos de exercício aeróbico dinâmico de intensidade moderada (corrida, caminhada, ciclismo
ou natação) de 5 a 7 dias por semana. O desempenho de exercícios resistidos em 2 a 3 dias por semana
também pode ser recomendado (SBC, 2019).
Para benefício adicional em adultos saudáveis, recomenda-se um aumento gradual da atividade física
aeróbica para 300 minutos por semana de intensidade moderada ou 150 minutos por semana de atividade
física aeróbica de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente deles, idealmente com exercício
diário supervisionado.
Estresse e ansiedade
De acordo com os dados do último levantamento do projeto Global Burden of Disease de 2017, evidenciou-
se o elevado impacto dos transtornos mentais na sociedade.
Comentário
Os transtornos de ansiedade representam o grupo de doenças psiquiátricas mais comum no Brasil, de início
precoce e persistentes ao longo da vida, causando importante incapacitação e custo social.
Alguns fatores psicossociais, como o estresse na vida familiar, no trabalho e ansiedade e depressão, assim
como o baixo nível cultural e sócio econômico, aumentam o risco para DCVs e diminuem a adesão ao estilo
de vida saudável e ao tratamento medicamentoso. Por outro lado, a presença da DCV também ajuda na
prevenção e no controle pressórico.
Apesar do conhecimento dos fatores associados à frequência de transtornos de ansiedade, poucos
indivíduos obtêm acesso a alguma forma de tratamento. O impacto deste cenário deve ser levado em conta
no planejamento de saúde pública pelos gestores de políticas sanitárias em saúde mental, de forma a
melhorar o diagnóstico dos transtornos de ansiedade, bem como ampliar o acesso aos tratamentos
oferecidos e criação de políticas públicas.
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Fatores de risco �siológicos
Hipertensão
A hipertensão arterial (HA) é a doença crônica, não transmissível, mais prevalente em todo o mundo,
afetando aproximadamente um terço da população adulta. É um dos mais importantes fatores de risco para
DCVs, em que o indivíduo apresenta muito mais aterosclerose levando ao AVC, doença coronária, infarto,
doença renal e insuficiência vascular periférica.
A HA é uma condição de âmbito multifatorial, englobando fatores sociais,
ambientais e genéticos/ epigenéticos, que têm como característica o aumento
persistente da PA, isto é, PAS maior ou igual a 140 mmHg e/ou PAD maior ou igual
a 90 mmHg, realizando técnica de medição correta e sem administrar medicação
anti-hipertensiva antes.
A HA apresenta como fatores de risco: idade (em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos
apresentam HA), genética, sexo (em ambos os sexos, a frequência de HA aumenta com a idade), ingestão
de sódio e potássio, sobrepeso/obesidade, sedentarismo, fatores socioeconômicos (menor escolaridade e
condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar), álcool e apneia obstrutiva do sono
(BARROSO et al., 2021).
Além dos fatores clássicos mencionados, é importante destacar outros fatores como: os inibidores da
monoaminaoxidase e os simpatomiméticos, como descongestionantes nasais (fenilefrina), antidepressivos
tricíclicos (imipramina e outros), contraceptivos orais, hormônios tireoidianos, anti-inflamatórios não
esteroides, glicocorticoides, ciclosporina, carbenoxolona e liquorice, eritropoietina, drogas ilícitas (cannabis
sativa, cocaína, anfetamina e 3,4-metilenodioximetanfetamina).
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Dislipidemia
As dislipidemias representam importante fator de risco para as DCVs, sendo que a lipoproteína de baixa
densidade colesterol (LDL-c) é o mais relevante fator de risco modificável para DCVs e se associa à redução
proporcional de desfechos da doença, incluindo AVC, infarto do miocárdio e morte.
Como ferramenta diagnóstica, pode ser traçado o perfil lipídico, que se caracteriza por elevação dos
triglicerídeos, elevação dos níveis de LDL pequena e densa, bem como redução do HDL-colesterol,
condições que se somam aos demais componentes para determinar um risco cardiovascular elevado, além
do perímetro de cintura ≥ 90cm, que, somando com as outras avaliações, podem estar associadas a um
risco 3,5 vezes maior de coronariopatia.
A presença de pressão arterial elevada e sobrepeso na infância e na adolescência contribuem,
respectivamente, com possibilidades 3,23 e 3,07 vezes maiores de desenvolvimento de síndrome
metabólica na idade adulta. Essa síndrome também apresenta prevalência elevada e crescente com o
incremento da faixa etária, considerando o envelhecimento marcante da população em diferentes países.
Diabetes
Diabetes mellitus (DM) é um importante e crescente problema de saúde para todos os países.
Mundialmente, o diabetes tornou-se um sério problema de saúde pública, cujas previsões vêm sendo
superadas a cada nova triagem.
O estudo feito pela International Diabetes Federation (2017) estimou que em 2045
o Brasil estará em quinto lugar no ranking, com aproximadamente 20,3 milhões de
pessoas diagnosticadas com diabetes.
O aumento da sua prevalência tem a associação de alguns fatores, como transição epidemiológica,
urbanização, transição nutricional, sedentarismo, sobrepeso, crescimento e envelhecimento da população,
além do aumento da sobrevida dos próprios indivíduos com diabetes (SBD, 2019).
O diabetes está associado à maior utilização dos serviços de saúde, a maiores taxas de hospitalizações,
bem como à elevação da incidência de doenças cerebrovasculares, cardiovasculares, insuficiência renal,
cegueira, e amputações não traumáticas de membros inferiores. Também está associado a outras
morbidades, como:HAS, hanseníase e tuberculose.
A tabela a seguir mostra recomendações e conclusões de estudos sobre o diabetes:
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• A significa estudos experimentais e observacionais de melhor consistência;
• B significa estudos experimentais e observacionais de menor consistência;
• C significa relatos de casos – estudos não controlados;
• D significa opinião desprovida de avaliação crítica, com base em consenso, estudos fisiológicos ou
modelos animais.
Recomendações e conclusões
Grau de
recomendação
A frequência de DM tem assumido proporções epidêmicas na maioria dos
países.
A
Na maior parte dos países em desenvolvimento, a incidência de DM é maior
nos grupos etários mais jovens.
B
A incidência de diabetes tipo 1 está aumentando particularmente na
população infantil com idade inferior a 5 anos.
B
As estatísticas de mortalidade e de hospitalizações por diabetes
subestimam sua real contribuição para óbitos.
B
As doenças cardiovasculares e cerebrovasculares são as principais causas
de óbito em indivíduos com diabetes.
B
Em indivíduos com diabetes, parcela importante dos óbitos é prematura,
ocorrendo quando eles ainda contribuem economicamente para a
sociedade.
C
Na atualidade, a prevenção primária do diabetes tipo 1 não tem base
racional que se possa aplicar à população geral.
B
Intervenções no estilo de vida, com ênfase em uma alimentação saudável e
à prática regular de atividade física, reduzem a incidência de diabetes tipo 2.
A
Rastreamento dos fatores de risco cardiovascular modificáveis em
indivíduos com pré-diabetes e intervenção nesses fatores são ações
recomendadas.
B
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Recomendações e conclusões
Grau de
recomendação
Controle de obesidade e intervenções em hipertensão arterial, dislipidemia
e sedentarismo previnem o surgimento de diabetes tipo 2 e evitam doenças
cardiovasculares.
A
O bom controle metabólico do diabetes previne o surgimento (ou retarda a
progressão) de suas complicações crônicas, principalmente as
microangiopáticas.
B
Indivíduos com tuberculose devem ser monitorados quanto à existência de
diabetes.
A
Indivíduos com diabetes apresentam maior risco de desenvolver
tuberculose.
B
Indivíduos com hanseníase devem ser monitorados quanto à existência de
diabetes
B
Recomendações e conclusões de estudos sobre o diabetes.
SBD, 2019, p. 16-17.
Baixa demanda nutricional e obesidade
A obesidade e o sobrepeso são condições complexas e crônicas, cuja prevalência cresceu muito nas
últimas 4ª a 5ª décadas.
Dados epidemiológicos do DataSUS, levantados em 2011, apontaram para um
aumento de 196% em relação ao levantamento de 2001, em que houve 808
óbitos por obesidade. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, pelo menos
17% da população é obesa devido ao sedentarismo e ao alto consumo de
produtos industrializados.
(MASSAROLI et al., 2018, p. 124)
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No Brasil, em 2014, 17,9% da população eram obesos e 52,4% encontravam-se com sobrepeso. Analisando
um período temporal de 34 anos, a obesidade foi mais prevalente no sexo feminino, aumento de 8 para
16,9% e menos no sexo masculino, aumento de 2,8 para 12,4%. Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar
entre os países com maior prevalência de obesidade e o número de adultos com sobrepeso ultrapassará o
de baixo peso. Não só nos adultos, como também há um aumento do sobrepeso e obesidade infantil,
independentemente da classe social e do sexo, a perspectiva é que se tornem adultos obesos (SBC, 2019).
Fatores de risco demográ�cos e ambientais
Características sociodemográficas, renda familiar, nível de escolaridade têm sido relacionados ao
desenvolvimento de doença cardiovascular. Esses indicadores funcionam como fatores de risco
interdependentes para a ocorrência de doenças. Relações entre taxas de mortalidade e nível
socioeconômico já foram evidenciadas no Brasil e em outros países, demonstrando relação inversa, ou seja,
baixos níveis socioeconômicos estão relacionados a elevadas taxas de mortalidade. Esses fatores de risco
também tendem a ocorrer com maior frequência e maior número em populações com menor poder
econômico e cultural. Mesmo em países desenvolvidos essas associações são relatadas.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (s.d.), mais de três quartos das
mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda.
Vários estudos prospectivos demonstraram que baixo nível socioeconômico, definido como baixos nível
educacional e renda, um emprego de menor status, ou viver em áreas residenciais mais pobres têm
contribuído para o aumento de todas as causas de morte, bem como do risco de mortalidade por DCVs. Das
17 milhões de mortes prematuras (indivíduos com menos de 70 anos) por doenças crônicas não
transmissíveis, 82% acontecem em países de baixa e média renda e 37% são causadas por doenças
cardiovasculares.
Já nos estados e municípios que evidenciam melhoria nos indicadores socioeconômicos e maior
escolaridade, há redução dos óbitos. As reduções nas taxas de mortalidade, em especial com as mortes por
doenças do aparelho circulatório e aumento nos indicadores socioeconômicos apresentam elevada
correlação entre si (SBC, 2019).
Curiosidade
A Pesquisa Nacional de Saúde – PNS (IBGE, 2020), estimou que 6,2% da população brasileira com 18 anos
de idade ou mais referiu diagnóstico médico de diabetes, sendo de 7,0% nas mulheres e de 5,4% nos
homens, com maior taxa de diabetes (9,6%) nos indivíduos com ensino fundamental incompleto ou sem
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instrução. Não foram observadas diferenças com significância estatística na prevalência do diabetes
quanto à etnia.
As mudanças no estilo de vida observadas a partir da segunda metade do século XX, que incluíram
alterações nos hábitos alimentares e a adoção de um estilo de vida sedentário, contribuíram para uma
epidemia em ascensão de doenças crônicas, tais como o diabetes mellitus, a obesidade e a hipertensão
arterial, condições que frequentemente cursam com alterações lipídicas, hipercoagulabilidade e risco
aumentado de doença cardiovascular.
Quanto aos fatores de risco cardíacos ocupacionais, devem ser levados em consideração o ambiente de
trabalho, o tipo de ocupação, as ferramentas de trabalho utilizadas, a carga horária trabalhada, o tempo de
descanso e, se houver, qual é o tempo e local. Alguns ambientes apresentam um nível elevado de estresse e
ansiedade, principalmente aqueles que lidam com metas. Além desse estresse ocupacional, o perfil
socioeconômico representa importante preditor de risco à saúde.
A saúde do trabalhador é um campo importante de estudo, pois ele integra várias
situações/problemas que afetam a saúde, causando graves repercussões,
evidenciando-se como uma questão de saúde pública.
As doenças cardiovasculares são responsáveis, no Brasil, por elevado número de absenteísmos,
afastamentos por invalidez e por pedidos de aposentadoria precoce. Dessa maneira, o ambiente de trabalho
influencia diretamente na saúde como possível causador de estresse psicoemocional, aumentando o risco
de surgimento de doenças cardiovasculares.
Além disso, o tempo de exposição à alta exigência das atividades durante a jornada de trabalho merece uma
atenção especial. As boas práticas de saúde e segurança no trabalho significam importantes aliados no
combate aos acidentes de trabalho, aos fatores de risco e às doenças ocupacionais para as DCVs.
Entretanto, a melhoria contínua dessas práticas representa um desafio operacional para as organizações.Não basta só levantar indicadores, mas também fazer um adequado planejamento de ações por meio da
visão ampla e sistêmica do processo, inter-relacionando segurança ao bem-estar ocupacional, tornando
esses indicadores ferramentas para uma excelente gestão dos riscos ocupacionais (ULGUIM et al., 2019).
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Políticas públicas de intervenção
As intervenções feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenção e controle de doenças
cardiovasculares incluem dois tipos: para a população em geral e individualmente. Recomenda-se a
combinação das duas opções para reduzir a maior carga das doenças cardiovasculares (OPAS, s.d.).
Exemplos de intervenções para a população em geral, que podem ser implementados para reduzir as
doenças cardiovasculares incluem:
Estratégias para reduzir o uso nocivo do álcool.
Políticas abrangentes para controle do tabaco.
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Construção de vias para caminhada e ciclismo, com o objetivo de aumentar a
prática de atividades físicas.
Impostos para reduzir a ingestão de alimentos ricos em açúcares, gorduras e sal.
Fornecimento de refeições saudáveis para crianças no ambiente escolar.
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No estudo de Magalhães et al. (2014), ao pesquisarem estratégias de promoção à saúde em pacientes com
fatores de risco para doenças cardiovasculares, destacaram as seguintes abordagens durante as consultas:
Encaminhamento para grupo especí�co e/ou especialista como psicólogo,
nutricionista e/ou cardiologista.
Abordagem educativa individual e em grupo com sensibilização para os efeitos
nocivos do tabaco e etilismo incentivando a eliminação de seu uso.
Acompanhamento periódico dos parâmetros clínicos e bioquímicos pelos
pro�ssionais.
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Sensibilização para a realização de atividades físicas e alimentação saudável,
bem como relaxamento no ambiente laboral.
Ações educativas coletivas com entrega de material educativo como folders,
mensuração do índice de massa corporal (IMC), veri�cação da pressão arterial,
mensuração do colesterol e triglicerídeos.
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As abordagens são divididas em grupais e individuais. As abordagens individuais são realizadas no
momento da avaliação e, dependendo das atividades laborais dos profissionais, são feitas em periodicidade
semestral ou anual, direcionadas para a prática do autocuidado. As ações coletivas são desempenhadas de
acordo com as datas comemorativas da área da saúde, ou conforme a presença dos altos índices dos
fatores cardiovasculares.
Várias estratégias foram realizadas pelo Ministério da Saúde para reduzir na população brasileira o impacto
das doenças não transmissíveis. Desde campanhas sobre hipertensão arterial sistêmica, rastreamento de
diabetes mellitus e dislipidemias, entre outros. Há a necessidade de implementar essas iniciativas não só
em campanhas, em épocas específicas, mas de forma contínua, permanente e eficaz. Precisamos ser
enfáticos e críticos em reconhecer que o que vem sendo feito atualmente não é o bastante para reduzirmos
significativamente as doenças crônicas não transmissíveis. Se as medidas de prevenção primária e
secundária fossem adotadas de modo mais enfático, a epidemiologia das doenças cardiovasculares
poderia ser drasticamente modificada ao longo dos próximos 50 anos, mas isso só depende de nós, clínicos
e gestores.
Fatores de risco para doenças cardiovasculares
Agora, vamos explicar a classificação dos fatores de risco (comportamentais, fisiológicos, ambientais etc.)
com suas principais características e influência sobre o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Conhecer os fatores de risco cardiovascular ajuda identificá-los precocemente, evitando que seja um
causador das doenças cardiovasculares, elaborando estratégias para que o seu impacto seja reduzido.
Acerca desse assunto, marque a alternativa correta.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O controle do tabagismo tem sido considerado modelo, o Brasil é considerado um dos países no
mundo que mais reduziu a prevalência de fumantes nos últimos 30 anos. O treinamento físico que mais
apresenta resultado tanto para a prevenção e o tratamento da hipertensão quanto para diminuir o risco
de DCVs e a mortalidade é o de baixa e média intensidade. Apesar do conhecimento dos fatores
associados à frequência de transtornos de ansiedade, poucos indivíduos obtêm acesso a alguma forma
de tratamento. Os transtornos de ansiedade representam o grupo de doenças psiquiátricas mais
comum no Brasil, de início precoce e persistente ao longo da vida, causando importante incapacitação
e custo social.
Questão 2
A
Apesar dos programas de controle e prevenção, o tabagismo ainda vem aumentando a
prevalência.
B
O treinamento físico, independentemente da intensidade, quando regular, pode ser
benéfico, tanto para prevenção e tratamento da hipertensão quanto para diminuir o risco
de doença cardiovascular e a mortalidade.
C
Estresse no trabalho e na vida familiar, depressão e ansiedade, assim como o baixo
nível socioeconômico e cultural são exemplos de fatores de risco que aumentam o risco
para a presença de doenças cardiovasculares.
D
Devido ao alto impacto que os fatores psicossociais têm sobre as doenças
cardiovasculares, existe grande investimento na saúde pública para o controle do
estresse psicossocial com grande adesão dos indivíduos.
E
Apesar de os transtornos de ansiedade apresentarem um aumento gradual nos últimos
anos, ainda não representam o grupo de doenças psiquiátricas mais comum no Brasil,
mostrando pouco impacto.
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Acerca dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, analise as seguintes afirmativas, e depois
marque a sequência correta, com F para falso e V para verdadeiro:
( ) As doenças crônico-degenerativas são a primeira causa de óbito, deixando as doenças
infectocontagiosas em segundo plano.
( ) Entre os fatores de risco clássicos, a hipertensão arterial, o sedentarismo e o tabagismo são os mais
importantes.
( ) Características sociodemográficas, renda familiar e nível de escolaridade são relacionados ao
desenvolvimento de doença cardiovascular.
( ) Os fatores de risco tendem a ocorrer com maior frequência e número em populações com mais
poder econômico e cultural.
( ) Os fatores de risco são a via final das doenças cardiovasculares. Dessa maneira, conhecendo melhor,
saberemos identificar e elaborar formas para prevenir ou tratar, diminuindo o impacto negativo que as
doenças cardiovasculares proporcionam na população atingida.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Temos duas alternativas incorretas: entre os fatores de risco clássicos, na verdade, a hipertensão
arterial e os fatores dietéticos são os mais importantes. Os fatores de risco tendem a ocorrer com
maior frequência e número em populações com menor poder econômico e cultural.
A V - F - V - F - V
B F - V - F -F - F
C V - F - V - V - V
D V - F - V - F - F
E F - V - F - V - V
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3 - Comorbidades associadas às doenças
cardiovasculares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as comorbidades associadas às
doenças cardiovasculares e relacioná-las com o impacto epidemiológico.
Comorbidades em adultos e idosos
Comorbidades cardiovasculares e não cardiovasculares têm um papel importante na morbimortalidade e na
reospitalização do paciente. São exemplos:

Arritmias (como a �brilação atrial)

Isquemia miocárdica
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Hipertensão arterial não controlada
As comorbidades não cardiovasculares também são importantes no agravamento das doenças
cardiovasculares. Doença renal crônica, diabetes e anemia são fatores independentes associados com
maior taxa de reospitalização e/ou mortalidade. Outras comorbidades não cardiovasculares, como
infecções e doença pulmonar crônica, podem também ser causas de reospitalização.
No adulto, também são observadas comorbidades como depressão, ansiedade e doença pulmonar
obstrutiva crônica, isquemia miocárdica, fibrilação atrial e hipertensão, tendo poder significativo sobre as
doenças cardiovasculares.
Uma das características da sociedade atual é o grande número de pessoas que atinge a idade avançada, a
expectativa de vida média está aumentando regularmente, o que torna um problema novo a ser enfrentado
por psicólogos, sociólogos, médicos e assistentes sociais.
As características fisiológicas, fisiopatológicas próprias e as necessidades
diferenciadas, aumentam a preocupação com as comorbidades no idoso.
A saúde global do idoso tem sido o ponto-chave de grandes preocupações, tornando as comorbidades
importantes. As características fisiopatológicas próprias, fisiológicas, alterações anatômicas e
osteoarticulares, e as necessidades diferenciadas, principalmente pelo aspecto socioeconômico, exigem
visão e preparação adequada, e um atendimento integrado de saúde. Essa mudança de idade traz outras
alterações, como déficit no controle postural, acuidade visual, sensibilidade, coordenação, mudanças de
humor, alterações na estrutura anatômica musculoesqueléticas, reclusão social, entre outras. Por essas
razões, a preocupação com as comorbidades no idoso são tão importantes, pois poderão abreviar e prevenir
melhor as doenças do coração, e oferecer melhor qualidade de vida, aspectos fundamentais e prioritários.
Comorbidades comuns no idoso:
1. Diabetes mellitus
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2. Doença pulmonar
3. Doenças neurológicas
4. Doença vascular periférica
5. Doenças musculoesqueléticas
6. Doenças renais
7. Doenças hepáticas
8. Doenças valvares degenerativas
9. Doenças neoplásicas
10. Depressão
11. Rejeição
12. Dificuldades de locomoção
Insu�ciência cardíaca
A insuficiência cardíaca (IC) afeta, no mundo, mais de 23 milhões de pessoas. A sobrevida após 5 anos de
diagnóstico pode ser de apenas 35%, com prevalência que aumenta conforme a faixa etária
(aproximadamente 1% em indivíduos com idade entre 55 e 64 anos, chegando a 17,4% naqueles com idade
maior ou igual a 85 anos).
A IC é uma síndrome clínica complexa, caracterizada pela incapacidade do coração
em bombear sangue de modo a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou
fazendo-o somente com elevadas pressões de enchimento.
As causas são alterações funcionais cardíacas ou estruturais e caracteriza-se por sinais e sintomas típicos,
que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no
esforço. Mais comumente, encontramos sinais e sintomas como fadiga, que podem ser muscular periférica
ou da musculatura respiratória, falta de ar, relatos de dificuldade em dormir à noite devido à falta de ar
posicional, ou seja, piora com cabeceira abaixo de 30°, precisando colocar vários travesseiros para
aumentar a elevação, reduzindo a tosse e falta de ar. A falta de ar também ocorre após esforço físico que
pode ser leve, moderado ou intenso e isso está intimamente relacionado à gravidade da doença (SBC,
2018).
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No exame físico, devem ser considerados e avaliados os critérios de Framingham para o diagnóstico mais
preciso da IC, que são divididos em critérios maiores e menores.
Critérios maiores
Dispneia paroxística noturna, turgência jugular (distensão das veias do pescoço), cardiomegalia,
evidenciada pelo raio X de tórax (índice cardiotorácico), estertores pulmonares, edema agudo pulmonar,
congestão visceral ou cardiomegalia na autópsia, pressão venosa central aumentada > 16 cmH2O,
terceira bulha (ruído protodiastólico, de baixa frequência, mostra que o ventrículo está dilatado e não
complacente, relacionado com sobrecarga), refluxo hepatojugular, perda de peso > 4,5kg, em 5 dias,
tempo de circulação > 25 segundos.
Critérios menores
Edema bilateral dos membros inferiores, hepatomegalia, tosse noturna, derrame pleural, dispneia durante
as atividades de vida diária, redução da capacidade vital funcional em 1/3 do valor máximo e taquicardia
(FC > 120bpm).
Para a confirmação do diagnóstico da IC, precisa ser preenchido um critério maior e dois menores ou dois
critérios maiores e um menor.
A IC, via final comum das doenças do coração, é responsável pelo surgimento de inúmeras comorbidades,
como anemia, insuficiência renal, fibrilação atrial, entre outros, e é a terceira causa geral de internações
hospitalares no Brasil, sendo a principal causa cardiovascular.
Comorbidades (ansiedade, depressão, estresse físico ou emocional, doença pulmonar obstrutiva crônica) e
fatores de risco (hábitos de vida não saudáveis como etilismo, tabagismo, dieta rica em sódio, gordura,
produtos enlatados ou em conserva, colesterol alto, sedentarismo) estão ligados ao desenvolvimento da
insuficiência cardíaca.
Outras condições também podem ser consideradas desfechos da IC: hipertensão arterial sistêmica,
miocardites, doença de Chagas, doenças genéticas, doenças valvares, embolia pulmonar, arritmias
cardíacas, estados hiperdinâmicos (ex.: gestação, anemia), descompensação de doença crônica não
cardíaca, infecções sistêmicas, isquemia ou infarto do miocárdio, falência dos mecanismos
compensatórios.
O tratamento não farmacológico compreende:
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Oxigenoterapia, educação continuada com cartilhas, grupos de orientações,
grupos de suporte antitabagismo, grupos de orientação nutricional sobre ingestão
de sal, líquidos, produtos enlatados e condimentados.
Orientações, como pesagem diária, uso correto da medicação e recomendação de
vacinação, desaconselhamento de permanência em regiões quentes ou altitudes
elevadas.
Orientação e esclarecimento ao paciente sobre a doença, os sinais e sintomas e a
importância em identi�car todos e ter a percepção da sua piora.
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O objetivo de um programa de tratamento é promover uma melhoria na qualidade de vida para o paciente e
redução da gravidade da doença.
Atividade física nas comorbidades associadas às
doenças cardiovasculares
A inatividade física tem sido um dos maiores problemas de saúde pública em todos os países, por ser o
mais prevalente dos fatores de risco cardiovasculares e um dos principais fatores contribuintes para
mortalidade no mundo.
Fisioterapia cardiovascular comexercícios de fortalecimento da musculatura
periférica e muscular respiratória, exercícios aeróbicos, treino de equilíbrio,
auxílio e orientação para realização das atividades de vida diária para ter menor
gasto energético, entre outros.
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Intensidade e duração da atividade física adequadas proporcionam proteção cardiovascular e metabólica,
além de benefícios mais acentuados com a adoção do estilo de vida ativo fisicamente. No entanto,
intensidade, frequência e duração, que são capazes de reduzir as comorbidades cardiovasculares, ainda são
muito discutidas entre os autores.
Matsudo et al. (2001) sugeriram que os adultos deveriam realizar atividade física por três ou mais vezes por
semana e por mais de 30 minutos, para que os benefícios clínicos fossem significativos para a saúde.
As atividades de baixo impacto como caminhada, ciclismo, dança e hidroginástica,
além de serem atividades populares, econômicas e acessíveis, produzem impacto
significativo na redução de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.
Esse tipo de atividade é preferível às de médio e alto impacto, por estarem envolvidas com baixo índice de
lesões e por serem suficientes para produzir efeitos benéficos para a saúde, aumento da força muscular,
redução da pressão arterial, além de melhora da qualidade de vida.
Entre mulheres obesas, caminhadas e atividades moderadas com frequência de cinco dias por semana e
duração de 30 minutos por dia apresentaram proteção das comorbidades das doenças cardiovasculares. A
caminhada e a atividade moderada são, provavelmente, as atividades físicas mais adequadas para proteção
de agravos metabólicos e cardiovasculares, pois provocam a diminuição da gordura visceral, redução da
atividade do sistema nervoso central, maior sensibilidade à insulina pelos tecidos periféricos, maior
utilização dos ácidos graxos livres como substrato energético, entre outros.
Os exercícios de alta intensidade que sustentam até o limite da tolerância física, levam à fadiga muscular
respiratória expiratória e isso diminui a tolerância ao exercício físico, fazendo com que o indivíduo
interrompa a atividade em virtude da fadiga muscular periférica e do aumento da percepção do desconforto
nos membros inferiores.
O tipo do exercício escolhido para ser realizado influenciará o tipo da resposta cardiovascular, por causa da
intensidade, duração e do volume de massa muscular envolvida, visto que um grupamento muscular menor
causa menos efeitos sobre as respostas cardiovasculares.
Sobre o tipo de exercício realizado, quando há contração isotônica concêntrica e excêntrica, ocorre oclusão
do fluxo sanguíneo, tanto por ação mecânica quanto pelo aumento da atividade nervosa simpática, bem
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como uma ativação dos mecanorreceptores e metaborreceptores musculares, via sistema nervoso central,
o que ocasiona maior pós-carga e menor pré-carga, devido à redução do retorno venoso, causando aumento
da pressão arterial sistólica e diastólica.
Os exercícios resistidos realizados com altas intensidades apresentam componentes estáticos maiores e,
com isso, pressão arterial e frequência cardíaca mais elevadas. O programa de exercícios deve ser
individualizado, quando consideramos intensidade, duração, frequência, modalidade de treinamento e
progressão. Um programa educacional deve ser desenvolvido juntamente com as atividades físicas,
direcionado à modificação do estilo de vida, com ênfase na reeducação alimentar e em estratégias para
cessação do tabagismo, quando necessárias. O paciente deve obter conhecimentos sobre sua doença e
aprendizado de automonitoramento, tanto na execução dos exercícios quanto na identificação de sinais e
sintomas de alerta para situações clínicas instáveis ou de risco.
Comorbidades nas doenças cardiovasculares
Agora, vamos descrever as principais comorbidades associadas às DCVs, assim como o efeito da atividade
física regular no controle dessas disfunções cardiovasculares.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Marque a alternativa correta quanto à realização de atividades físicas.
A
O programa de exercícios pode ser prescrito com a mesma frequência, intensidade e
duração para os indivíduos com doenças cardiovasculares.
B
Indivíduos com doenças cardiovasculares não podem realizar atividade física não
supervisionadas devido ao risco que apresentam.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Um programa de exercícios deve ser individualizado. É importante que o paciente obtenha
conhecimentos sobre sua doença e aprendizado de automonitoramento, tanto na execução dos
exercícios quanto na identificação de sinais e sintomas de alerta para situações clínicas instáveis ou de
risco. Isso não proíbe de realizar exercícios não supervisionados. A inatividade física tem sido um dos
maiores problemas de saúde pública do mundo moderno, por ser o mais prevalente dos fatores de risco
cardiovasculares e um dos principais fatores contribuintes para mortalidade no mundo. As atividades
físicas deverão ser realizadas juntamente com um programa educacional direcionado à modificação do
estilo de vida, com ênfase na reeducação alimentar e em estratégias para cessação do tabagismo,
quando necessárias.
Questão 2
A insuficiência cardíaca é a via final comum das doenças do coração, e é responsável pelo surgimento
de comorbidades, entre elas
C
Nos últimos anos, mais pessoas têm aderido a uma vida com mais qualidade, buscando
realizar mais atividades físicas e esportes.
D
As atividades físicas, quando são realizadas de forma adequada quanto à frequência,
duração e intensidade, são o suficiente para reduzir o risco de doenças
cardiovasculares.
E
A atividade física não precisa ser vigorosa para proporcionar benefícios à saúde. Trinta
minutos por semana de caminhada estão associados com redução na incidência de
doenças cardiovasculares.
A dislipidemia, diabetes, depressão.
B anemia, insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crônica.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A alternativa que apresenta a evolução da insuficiência cardíaca é: anemia, insuficiência renal e
fibrilação atrial. As demais apresentam fatores de risco para a doença cardiovascular.
Considerações �nais
Como vimos, as DCVs têm sido a principal causa de mortalidade desde a década de 1960, sendo
responsável por uma substancial carga de doença no Brasil. Em 2010, foram responsáveis por 73,9% dos
óbitos no Brasil junto com as doenças crônicas não transmissíveis, sendo a principal causa de morte. As
DCVs são consideradas um grave problema de saúde pública. Esse problema é evidenciado pelo alto
investimento do governo federal, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os custos diretos atribuíveis à
obesidade, ao diabetes e à hipertensão arterial no Brasil totalizaram US$890 milhões (OPAS, s.d.).
Vimos que, entre os fatores de risco clássicos (hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo,
tabagismo, diabetes e histórico familiar), devemos observar a mudança do paradigma e alteração desses
fatores, com a compreensão de novos conceitos sobre fatores de risco demográficos (idade, genética, etnia,
sexo), comportamentais (tabagismo, inatividade física, estresse e ansiedade), fisiológicos (hipertensão,
dislipidemia, diabetes, baixa demanda nutricionale obesidade) e ambientais (cenários sociais, poluição do
ar e riscos ocupacionais), que apresentam importante relação com as causas de mortalidade.
As comorbidades cardiovasculares e não cardiovasculares têm um papel importante na morbimortalidade e
na reospitalização do paciente, e o fisioterapeuta deve realizar constantes avaliações para que sua conduta
seja adequada e precisa.
C depressão, fibrilação atrial, dislipidemia.
D infarto agudo do miocárdio, fibrose cística, insuficiência renal.
E anemia, insuficiência renal, fibrilação atrial.
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Podcast
Neste bate-papo, vamos falar sobre aspectos epidemiológicos das DCVs no Brasil e no mundo, além de
explicar sobre os principais fatores de risco da doença. Também veremos as principais comorbidades
cardiovasculares nesses pacientes.

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Confira agora as indicações que separamos para você!
Leia a Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
publicada em 2019.
Leia também o estudo de The Framingham Heart Study: The Town That Changed America's Heart,
publicado pela American Heart Association News. Esse estudo foi uma das primeiras coortes em que foi
demonstrada a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e
cerebrovascular.
Acesse o site do DataSUS, do Ministério da Saúde e também o da Organização Pan-Americana da Saúde
para mais informações sobre os assuntos estudados aqui.
Referências
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