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Abate humanitário e bem-estar animal

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Aluna: Scarlett Sampaio
Professora: Rafaela Oliveira - aula 7, dia 12/03
Matéria: Inspeção e tecnologia de produtos de origem animal – med. vet.
Bem-estar animal
· Regulada atualmente pela: Portaria nº 365, de 16 de julho de 2021.
· “É um ramo da ciência que busca através de muitas abordagens entender o que os animais sentem e a partir daí, é possível criar condições para que esses tenham um Bem-Estar de bom á ótimo.” (Paranhos 2009)
Abate humanitário e bem-estar animal:
“Abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro- frigorífico.” (Roça, 2002)
É o manejo que inicia na Fazenda (embarque) e termina na caneleta de sangria.
· Embarque --> Transporte --> Desembarque --> Condução --> Atordoamento --> Degola e Sangria.
Por que realizar um manejo racional em todo esse processo?
· Para evitar contusões;
· Qualidade da carne;
· Qualidade do couro;
· Para evitar perda do valor agregado (despadronização de cortes);
· Para evitar perda no peso da carcaça quente --> gera baixos rendimentos.
Contusões:
Uma forma de avaliar o bem-estar é através da monitoração da ocorrência de contusões nas carcaças, é um indicativo de manejo inadequado dos mesmos. Segundo estudos, as fêmeas apresentam mais lesões que os machos. Dependendo do local da lesão, o local lesionado pode ser parcialmente descartado ou até a carcaça inteira, gerando prejuízo para o dono do lote, pois, a carne lesionada não pode ir para o consumo humano. 
Procedimento de abate: Legislação
Embora exista consenso nos procedimentos adequados de abate, cada país deve estabelecer regulamentos com o objetivo de garantir condições para a proteção humanitária a diferentes espécies.
PORTARIA N° 365, DE 16 DE JULHO DE 2021 - Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Art. 5º Todo animal destinado ao abate deve ser submetido a procedimentos humanitários de manejo pré-abate e abate.
 §1º É proibido espancar os animais, agredi-los, erguê-los pelas patas, chifres, pelos, orelhas ou cauda, ou qualquer outro procedimento que os submeta a dor ou sofrimento desnecessários.
(...)
Embarque:
É um dos momentos de maior estresse, onde pode acontecer parte das contusões na carcaça dos animais, gerando prejuízos para o pecuarista (- rendimentos) e para o frigorífico (despadronização da carcaça). Se o embarque dos animais para transporte até o frigorífico não for feito adequadamente e em condições favoráveis, pode provocar contusões, perda de peso, estresse e até a morte dos animais. 
Instalações:
· Piso antiderrapante;
· Inclinação de rampa < 30 graus (se for maior o animal pode se desequilibrar);
· Boa iluminação;
· Degraus;
· Plataformas de acesso;
· Cuidado com materiais pontiagudos;
· Limpeza adequada;
· Cuidado com tábuas soltas;
· Porteiras (em boa manutenção);
· Posicionamento do caminhão.
Apanha de aves:
· As aves devem ser pegas pelo dorso (método japonês), usando as duas mãos e pressionando as asas contra o corpo. Os animais devem ser contidos de maneira confortável, evitando que os mesmos se debatam.
· NUNCA APANHE OU LEVANTE AS AVES PELA CABEÇA (PESCOÇO) OU POR UMA ÚNICA ASA - esses métodos são proibidos por regulamentações internacionais (OIE) e pela legislação europeia, já que causarão lesões nas aves, dor e sofrimento, afetando diretamente o bem-estar animal.
· Cuidado ao colocá-las nas caixas transportadoras, para não se amontoarem em cima das outras, podendo ter esmagamento de pescoço e cabeça, asas prensadas etc.
· Em alguns países usam-se o sistema de apanha automatizado.
Transporte:
· Adequação dos veículos ao transporte das diferentes espécies e categorias animais;
· Condições de manutenção do veículo;
· Capacidade e lotação;
· Boas estradas;
· Treinamento de equipe (motoristas);
· Hora do início e do término do embarque dos animais;
· Tempo total de viagem, por veículo, contado a partir do término do embarque até o final do desembarque no estabelecimento de abate;
· Distância percorrida, por veículo, da propriedade de origem ao estabelecimento de abate e a velocidade média do transporte;
· O embarque, desembarque e condução dos animais devem ser efetuados com uso de instrumentos que não provoquem lesões, dor ou agitação desnecessárias, tais como bandeiras, chocalhos, tábuas de manejo, ar comprimido e similares. 
Desembarque:
· Certificar que o caminhão encostou corretamente;
· Piso antiderrapante;
· Tranquilidade no desembarque;
· Excepcionalmente, nos animais que se recusem a se mover, será permitida a utilização de dispositivos de Uso de choque (se necessário) e por 2 segundos nas pernas do animal (proibido nas partes sensíveis: focinho, anus, vulva, cabeça e rosto);
· No caso de chegada simultânea de veículos, deve ser priorizado o desembarque levando-se em consideração o tempo de viagem, jejum e condições físicas dos animais;
· Os animais devem ser descarregados logo após a chegada ao estabelecimento de abate;
· No caso das aves domésticas, a espera no estabelecimento deve ser a menor possível (alto índice de letalidade);
· O desembarque de aves transportadas em caixas, gaiolas ou módulos deve ser realizado de forma cuidadosa, sem inversão ou inclinação de sua posição que acarrete a sobreposição dos animais. 
· Animais em estado de sofrimento devem ser submetidos ao abate de emergência.
· Os animais cujos veículos de transporte sofreram acidente ou passaram por algum problema durante o trajeto, devem ser priorizados na sequência de abate.
· É vedado o uso de instrumentos pontiagudos ou chicotes durante o embarque, transporte, desembarque e condução dos animais.
Manejo pré-abate: JEJUM
O período de jejum dos animais não deve exceder o total de:
· Vinte e quatro horas para bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos; 
· Dezoito horas para suídeos e equídeos; 
· Doze horas para aves;
· O período máximo de jejum das espécies de pescado de abate deverá ser estabelecido nos programas de autocontrole do estabelecimento, de acordo com as características da cadeia produtiva e espécie abatida, baseado em literatura científica.
· Os animais que excedam o período máximo de jejum previsto devem ser alimentados em quantidades moderadas e a intervalos adequados, exceto as aves domésticas.
· O tempo máximo de jejum deve ser contado a partir da retirada do alimento dos animais na propriedade rural.
Contenção:
· Os animais devem ser contidos em equipamento próprio apenas quando o responsável pela operação puder proceder imediatamente à insensibilização.
· A contenção deve ser individual e feita de forma que imobilize o corpo do animal, sem provocar esmagamento ou pressão excessiva, poupando o animal de qualquer dor ou agitação.
· É vedada a contenção de animais através de suspensão, uso de cordas, choque elétrico ou equipamento eletromagnético.
· As aves devem ficar penduradas até o momento da insensibilização por no máximo 60 segundos.
Insensibilização:
· Visa tomar o animal inconsciente, de modo que possa ser abatido de forma eficiente, sem lhe causar dor e angústia (É proibido o uso de marreta ou instrumentos para seccionar a medula espinhal).
· Maior segurança para os operários.
· A eficácia depende do método utilizado, manutenção adequada do equipamento e cuidados durante o uso.
· Os equipamentos de insensibilização devem ser adaptados ou específicos para a espécie ou categoria animal abatida e ser utilizados em conformidade com as recomendações do fabricante.
· Somente é permitido o abate de animais com emprego de métodos humanitários, utilizando-se de prévia insensibilização, seguida de imediata sangria, à exceção de animais abatidos sob preceitos religiosos.
· É permitido o uso de equipamento de imersão de aves domésticas, desde que assegurada uma passagem satisfatória da corrente elétrica para garantir a insensibilização eficaz de todas as aves. 
· Os ganchos devem permitir bom contatodos pés e devem estar molhados previamente à suspensão das aves. 
· Os tanques de imersão devem apresentar profundidade e tamanho adequados para o tipo de ave a ser insensibilizada. 
· A altura do tanque de imersão deve ser ajustada de forma a garantir, em toda sua extensão, a imersão da cabeça e do pescoço das aves, até a altura da base das asas.
Como determinar a insensibilidade do animal?
· ausência de respiração rítmica; 
· ausência de reflexo córneo/piscar espontâneo; 
· ausência de intenção de restabelecer posição corporal (levantar-se); 
· presença de mandíbula relaxada (língua pendular); 
· ausência de bater coordenado de asas; 
· ausência de vocalização.
Animais que apresentem sinais de sensibilidade devem ser submetidos a nova insensibilização antes da operação de sangria.
Sangria:
· A operação de sangria consiste no corte dos grandes vasos dos animais e deve provocar um rápido, profuso e o mais completo possível escoamento do sangue, impedindo que o animal recupere a sensibilidade.
· A sangria deve ser realizada logo após a insensibilização, respeitado o tempo máximo após a insensibilização.
· São vedadas operações que envolvam cortes ou mutilações nos animais até que seja concluído o período mínimo de 3 (três) minutos. O período mínimo poderá ser reduzido se houver comprovação científica de que a morte do animal por hipovolemia ocorre em menos tempo.
É possível melhorar o bem-estar dos animais no manejo pré-abate.
Conhecimento --> Treinamento e adequação de instalações --> Planejamento e Organização --> Compromisso do pessoal envolvido. Gerando:
· Melhor produtividade;
· Melhor qualidade de processos e serviços;
· Melhor qualidade de produtos;
· Melhores condições de trabalho.

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