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sociedade de consUMo 
No último século o desenvolvimento tecnológico 
acarretou um crescimento sem precedentes da pro-
dução e a formação de uma sociedade fortemente 
estimulada ao consumo, que passou a exercer papel 
fundamental nas relações sociais.
Vivemos em uma sociedade marcada pela desi-
gualdade e na qual possuir determinados bens é uma 
demonstração de sucesso. A própria concepção de 
desenvolvimento econômico de um país está associada 
à capacidade de produzir e consumir bens materiais e 
outros serviços.
para estimular a produção, o mercado cria hábitos e 
necessidades, reduz a vida útil dos produtos e multiplica 
as opções de mercadorias e embalagens descartáveis, 
estimulando a sociedade de consumo. Na fase atual, 
essa “lógica de mercado” apoia-se no desenvolvimento 
tecnológico incessante: novos produtos são criados ou 
a eles são acrescentados novos recursos, tornando a 
mercadoria obsoleta em um período cada vez mais curto 
(obsolescência planejada ou programada). 
As pessoas são estimuladas pelos meios de comunicação a consumir cada vez 
mais. As mensagens publicitárias, além de enaltecerem as qualidades de determinado 
produto, costumam associá-lo ao sucesso, ao prazer e à felicidade. Essa associação 
induz o consumidor a imaginar que a aquisição de determinado bem poderá propiciar 
ascensão social e realização pessoal (figura 4).
Sobre a obsolescência planejada, veja Volume 2, Capítulo 9.
Pode ser interessante problematizar 
a questão trazida pela imagem 
propondo uma discussão com os 
estudantes sobre consumismo, 
identidade e inserção na sociedade 
pela via da cultura do consumo. Essa 
discussão pode ser feita a partir dos 
rolezinhos ou de letras de música e do 
comportamento dos cantores do funk 
ostentação, e pode ser conduzida em 
uma abordagem interdisciplinar com 
Sociologia. Para apoiar as discussões, 
sugerimos a leitura de alguns textos e 
vídeos: Los Angeles Times discute os 
reflexos sociais da ascensão do funk 
ostentação. Jornal do Brasil, 10 abr. 
2014. Disponível em: <www.jb.com.
br/cultura/noticias/2014/04/10/los-
angeles-times-discute-os-reflexos-
sociais-da-ascensao-do-funk-
ostentacao/>; e MOURA, Lisandro 
Lucas de Lima. Consumo, imaginário e 
“rolezinhos”. Blog Café com Sociologia, 
fev. 2014. Disponível em: <www.
cafecomsociologia.com/2014/01/
consumo-imaginario-e-rolezinho.
html>. Acessos em: dez. 2015.
Figura 4. Adolescentes cami-
nham em shopping center em 
São paulo (Sp), 2014. Sobre-
tudo adolescentes e jovens são 
estimulados pela mídia a se 
sentir parte da sociedade por 
meio do consumo, por exemplo, 
de roupas, calçados, acessó-
rios e eletrônicos de marca. 
por muito tempo, porém, par-
cela da sociedade foi excluída 
desse “direito”. Os rolezinhos 
nos shopping centers das gran-
des cidades brasileiras foram 
uma maneira de os jovens mais 
pobres dizerem à sociedade 
que eles querem consumir o 
que a mídia vende.
A palavra é uma forma de resistência
“Foi ao lembrar da infância na Romênia e da posterior mudança para a 
França que o autor [romeno] Matéi Visniec [1956-] explicou a 350 pessoas 
presentes à 4a Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira), cidade 
no Recôncavo Baiano, por que escrever é um ato político. Ao rememorar a 
censura que seus textos sofriam sob o regime de Nicolau Ceausescu [1918-
-1989], ele contou que na primeira vez que publicou um texto percebeu a 
dimensão do poder que aquilo tinha: ‘Quando tinha 11 anos, publiquei um 
poema na revista da escola e me dei conta de que todo mundo poderia lê-lo. 
Foi a revelação da força da palavra. Decidi me tornar escritor e lutei para 
poder publicar as minhas palavras’, disse.
‘No país onde nasci, antes do fim do comunismo, era muito difícil conseguir 
fazer com que nossa palavra circulasse. Percebi ali que a palavra é uma forma de 
resistência, de se colocar contra a ditadura. A poesia era sempre mais forte que 
o poder. E, em um país onde não há liberdade, a cultura é um oxigênio social.’
Cansado da censura, em 1987 Visniec decidiu viver na França. A ideia 
que tinha de liberdade em países democráticos, no entanto, foi frustrada pelo 
estilo de vida capitalista que vigorava no país da Europa ocidental. ‘Entendi 
que nos grandes países democráticos existem outras formas de ditadura, e 
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226 Unidade 5 | natureza, sociedade e meio ambiente
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1. Por que o autor afirma que a palavra é uma forma de resistência?
2. A que o autor compara o consumismo? Explique. 
precisamos resistir também a outras formas de lavagem cerebral’, contou o 
autor [...]. ‘A minha impressão é que o meu papel não mudou, seja no tota-
litarismo da Romênia e também no totalitarismo do consumo.’ [...]
‘Quando era jovem e escritor na Romênia, era muito fácil porque o mal era 
visível, sabíamos o que tínhamos de criticar, os símbolos do regime totalitário 
estavam presentes: o presidente, o partido, a polícia política’, disse. ‘Mas, nas 
grandes sociedades de consumo, às vezes não podemos ver onde está o mal. 
Na época de Stalin, era muito fácil criticar e identificar o mal. Mas como fazer 
isso hoje? Com a manipulação pela imagem, a indústria da televisão? Porque 
é muito mais fácil ter uma tela sem ter uma civilização por trás.’ [...]”
GOMBATA, Marsílea. A palavra é uma forma de resistência, lembra Visniec. Carta Capital, 
2 nov. 2014. Disponível em: <www.cartacapital.com.br>. Acesso em: nov. 2015.
Ter ou Ser
Observe o cartum do desenhista estadunidense Andy Singer (1965-). 
Filosofi a
• Considerando a sociedade em que vivemos, explique o cartum.
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227capítulo 12 – Questão socioambiental e desenvolvimento sustentável
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