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Morfologia do espanhol

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Morfologia da língua 
espanhola: contextualização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever o processo de formação de palavras.
  Identificar a estrutura das palavras.
  Comparar os aspectos morfológicos regionais da língua espanhola.
Introdução
A língua espanhola é um idioma latino que apresenta palavras com 
marcas de gênero e número e verbos com muitas desinências de flexão. 
A morfologia estuda esses aspectos e analisa o processo de formação de 
palavras. Você conhece a estrutura das palavras espanholas? Identifica as 
diferenças morfológicas regionais desse idioma?
Neste capítulo, você vai estudar o processo de formação de palavras, 
a estrutura das palavras e os aspectos morfológicos regionais da língua 
espanhola.
Processo de formação de palavras
O processo de formação de palavras, também conhecido como morfologia 
léxica, estuda a construção e a derivação de palavras. Tradicionalmente, essa 
parte da morfologia é dividida em derivação e composição. A primeira refere-
-se às palavras que se formam a partir de uma base léxica e o acréscimo de 
um afi xo, como em neocolonialismo. Já a segunda refere-se a palavras que se 
formam a partir da união de duas bases léxicas, como em malacostumbrado.
A Real Academia Española (RAE) (2010), na Nueva Gramática de la 
Lengua Española, divide a formação derivacional nos seguintes tipos: no-
minal, adjetival e adverbial, verbal e apreciativa. Na derivação nominal, os 
substantivos surgem a partir de verbos (deverbales), substantivos (denominales) 
e adjetivos (deadjetivales).
Os substantivos deverbales dão nome a uma ação expressa pelo verbo. 
Observe a palavra realización, que deriva do verbo realizar e expressa não 
só o verbo como também o efeito dessa ação. Os substantivos adjetivales 
expressam a qualidade inerente ao adjetivo do qual derivaram. Observe a 
palavra beleza, que deriva de bello e expressa a qualidade do que é bello. 
Veja agora os principais sufixos que formam substantivos de ação e efeito.
Os sufixos -ción, -sión, -zón e -ión formam substantivos derivados de 
verbos das três conjugações. O sufixo se une ao tema, à raiz e à vogal temática 
do verbo. Veja:
Demoler = dem (raiz) o (vogal temática) ler (desinência) 
Demolición = dem (raiz) o (vogal temática) 
li (desinência) ción (sufixo)
Verifique a seguir alguns substantivos formados a partir de verbos com o 
acréscimo do sufixo -ción e suas variações:
Consumar Consumación
Recibir Recepción
Percutir Percusión
Confesar Confesión
Atender Atención
Rendir Rendición
Premiar Premiación
Expor Exposición
O sufixo -miento, depois de -ción, é o mais utilizado em espanhol. As pa-
lavras formadas por ele surgem da sua união com a raiz e a vogal temática do 
particípio dos verbos. Entretanto, esse tipo de formação é ainda mais comum 
Morfologia da língua espanhola: contextualização2
com o uso de verbos parassintéticos, isto é, que exigem o acréscimo de dois 
afixos. Esse é o caso dos seguintes substantivos: abaratamiento, ahorcamiento, 
emparejamiento, enajenamiento, engrandecimento, padecimento, recrudeci-
miento, rejuvenecimiento. Além disso, alguns nomes surgem a partir de outros 
substantivos que se formaram a partir de verbos. Veja:
Revolución Revolucionar Revolucionamiento
Función Funcionar Funcionamiento
Estación Estacionar Estacionamiento
Segundo a Real Academia Española (2010), os substantivos derivados a 
partir do sufixo -miento podem expressar ação e efeito, como acompañamiento, 
casamiento, derrumbamiento, descubrimiento, enrojecimiento, libramiento, 
requerimiento, tratamiento. Além disso, podem se referir à interpretação da 
ação, como alabamiento, apuñalamiento, custionamiento, engrandecimento, 
ensañamiento, envenenamiento.
Já o sufixo -(a)je se liga a raízes de verbos de primeira conjugação e forma 
substantivos que também indicam ação ou efeito de um verbo. Verifique a seguir 
alguns substantivos formados a partir de verbos com o acréscimo desse sufixo:
Camuflar Camuflaje
Drenar Drenaje
Embalar Embalaje
Espionar Espionaje
Fichar Fichaje
Maquillar Maquillaje
Reciclar Reciclaje
Blindar Blindaje
A raiz dos verbos das três conjugações e a vogal temática dos seus infinitivos 
podem se unir ao sufixo -dura e formar substantivos que indicam qualidade, 
como em torcedura e investidura.
3Morfologia da língua espanhola: contextualização
Os sufixos vocálicos -a, -e e -o formam substantivos derivados de verbos. 
Observe:
Acertar Acierto
Contender Contienda
Acordar Acuerdo
Practicar Práctica
Depositar Depósito
Pronosticar Pronóstico
Existem também os chamados derivados participiales, ou seja, aqueles 
substantivos cuja forma coincide com a dos particípios: asado, cercado, cocido, 
tejido, batido, llamada, salida, subida.
Os nomes terminados em -ado, -ada, -ido e -ón formam um grande grupo. 
Os com o sufixo -ada designam ações similares a golpes: cuchillada, punhalada, 
pescozada, uñada. Já os com o sufixo -ado indicam medida, como cucharada e 
sartenada. O sufixo -ido refere-se a sons, por exemplo, ronquido, silbido, zumbido. 
Os nomes com sufixo -ón, por sua vez, não têm relação com o aumentativo, apenas 
são formados a partir de verbos da primeira conjugação, como agarrón e empujón.
Os substantivos derivados do sufixo -azo costumam surgir de outros subs-
tantivos, como se observa em pistoletazo e puñetazo. Já os substantivos de 
qualidade surgidos a partir de adjetivos surgem com frequência com o uso 
do sufixo -dad. Veja:
Breve Brevedad
Falso Falsedad
Novo Novedad
Serio Seriedad
Notorio Notoriedad
Débil Debilidad
Na atualidade, é muito mais comum a formação de palavras a partir do 
sufixo que é derivado de -dad, ou seja, o sufixo -edad: solidariedad, comple-
mentariedad. Os nomes de qualidade também se formam com os sufixos -ía, 
Morfologia da língua espanhola: contextualização4
-eria, -ia e -ncia, como em filología, idolatría, caballería, gramatiquería, 
niñería, politiquería, audacia, eficacia, elecuencia. 
Veja agora os nomes formados pela união de um adjetivo com o sufixo 
-ismo: fatalismo, revanchismo. Os sufixos -dor/-dora formam nomes de pes-
soas, instrumentos e lugares, como trabajador, vendedora e pescador. Já os 
sufixos -dero/-dera, -ero/-era, -torio/-toria, -ario/-aria formam nomes de 
agente e de lugar: panadero, tejedera, fregadero, barrendero, carniceiro, 
cafetera, arrendatario, dignatario.
Os nomes derivados de -ista referem-se a pessoas, como em anarquista e 
publicista. O mesmo ocorre com o sufixo -nte, como cantante. Contudo, ins-
trumentos e produtos também são formados por esse sufixo: calmante, tirante.
Nomes de conjunto, lugar e tempo podem ser formados pelos sufixos:
  -ía, -ería, -erío, -ío ( jerarquia, cristalería, mujerío);
  -ario, -era, -ero, -al, -ar, -eda, -edo (epistolario, fichero, instrumental, 
olivar, alameda, hayedo);
  -iza, -ambre, -dura, -amen (caballeriza, pelambre, armadura, pelamen);
  -aje, -ado, -ada, -ción, -zón (oleaje, profesorado, arcada, documenta-
ción, criazón).
O sufixo -erío pode ser utilizado, na língua coloquial de alguns países da América Latina, 
com sentido pejorativo, se empregado com valor coletivo.
De acordo com a Real Academia Española (2010), as palavras derivadas 
de adjetivales são formadas a partir de substantivos e verbos. As formações 
mais comuns são apresentadas no quadro a seguir:
Nome Sufixo Adjetivo Verbo Sufixo Adjetivo
centro -al Central vender -ble Vendible
aldea -ano Aldeano casar -dera Casadera
espectáculo -ar Espectacular huir -dizo Huidizo
(Continua)
5Morfologia da língua espanhola: contextualização
Nome Sufixo Adjetivo Verbo Sufixo Adjetivo
banco -ario Bancario ensordecer -dor Ensordecedor
aduana -era Aduanera sorprender -nte Sorprendente
ribera -eño Ribereño apestar -oso Apestoso
metal -ico Metálico decorar -ivo Decorativo
vanguardia -ista Vanguardista definir -orío Definitorio
museo -ístico Museístico caro
-isimo
Carísimo
deporte -ivo Deportivo
rojo-izo Rojizo verde -oso Verdoso
aceite -oso Aceitoso
A derivação verbal, de acordo com a RAE (2010), segue o seguinte esquema 
de formação:
Adjetivo
Sufixo Verbo
Nome
Sufixo Verbo
-ar limpiar -ar almacenar
-ear escasear -ear agujerear
-ecer palidecer -ecer favorecer
-ificar clarificar -ificar estratificar
-itar debilitar -itar cristalizar
-izar movilizar -izar conceptuar
Verbo Sufixo Verbo
-etear repiquetear
-ita dormitar
-otear pisotear
Advérbio Sufixo Verbo
-ar adelantar
(Continuação)
Morfologia da língua espanhola: contextualização6
As palavras formadas por derivação também podem surgir do acréscimo 
de prefixos. Para a Real Academia Española (2010), eles costumam ser clas-
sificados de acordo com o significado que imprimem às palavras. Veja:
Classificação 
dos prefixos Exemplos
Espaciales Ante- (antebrazo), circun- (circunferencia), endo- (endo-
verso), extra- (extracorpóreo), infra- (infrascrito), inter- (inter-
dental), intra- (intramuscular), peri- (pericardio), re- (rebo-
tica), retro- (retrovisor), sobre- (sobrevolar), sub- (subsuelo), 
super- (superponer), tras- (trastienda).
Temporales Ante- (anteanoche), ex- (exministro), pos- (pos-moderno), 
pre- (predemocrático).
Aspectuales Re- (reintentar)
Cuantificativos Bi- (bisexual), mono- (monoplaza), multi- (multitarea), 
pluri- (pluriempleado).
Gradativos y escalares Archi- (archiconocido), cuasi- (cuasidelito), hiper- (hiperac-
tivo), infra- (infravalorar), re- (rebuscar), semi- (semiculto), 
sobre- (sobrecargar), sub- (subteniente), super- (superatrac-
tivo), vice- (vice-almirante)
Negativos A- (acéfalo), des- (deshacer), dis- (disconforme), 
in- (imposible)
De orientación o disposición Anti- (antiaéreo), contra- (contrataque), pro- (pronuclear)
O outro processo que forma palavras é chamado de composição. Ele ocorre 
quando duas palavras (ou mais de uma raiz) se unem e formam uma palavra 
composta. Veja a seguir as principais formações.
  Substantivo + substantivo não atributivo: coliflor, telaraña.
  Substantivo + substantivo atributivo: bebé probeta, lengua madre.
  Adjetivo + adjetivo: agridulce, sordomudo.
  Substantivo + adjetivo: medialuna, radioeléctrico.
  Verbo + substantivo: cortapuros, guardacoches.
  Numeral + advérbio: milflores, monodáctilo.
7Morfologia da língua espanhola: contextualização
Em resumo, as palavras da língua espanhola são formadas ou a partir da 
derivação, ou a partir da composição. Em ambos os processos, observam-se 
diferentes elementos que se unem para que um todo tenha significado. 
Estrutura das palavras
Para que uma palavra seja formada e seja reconhecida como um termo que 
possui signifi cado sozinho, é preciso que tenha passado por um processo de 
união de diferentes elementos. Assim, é possível constatar que as palavras 
são constituídas por diferentes elementos desprovidos de signifi cação, mas 
que, juntos, formam a sua estrutura. 
Segundo a Real Academia Española (2010, p. 7), “[...] las voces derivadas 
constan de una raíz y un afijo. La raíz aporta el significado léxico, y los afijos 
agregan informaciones de diverso tipo”. Dessa afirmação, constatam-se dois 
elementos de uma palavra: a raiz e os afixos. Vamos conhecê-los?
A raiz fornece a base do significado da palavra e remete o leitor (ou ouvinte) 
a um conceito existente na realidade. Observe:
Altura, alteza, altivo, altivez, altamente, altitude.
O que essas palavras têm em comum? Todas elas são da mesma família, 
pois têm a mesma raiz: alt. Portanto, a raiz é o elemento comum a palavras 
que seguem um paradigma derivativo.
A diferença na escrita, na pronúncia e no significado dessas palavras de-
penderá dos afixos que serão acrescentados a elas. Nesse sentido, afixos são 
os elementos que se agregam à raiz, alterando-lhe o sentido. Em espanhol, eles 
se classificam em prefijos e sufijos. Os primeiros aparecem antes do radical 
(enaltecer); os segundos, depois do radical (altamente).
Note que, na palavra altamente, entre a raiz e o sufixo, há uma vogal (a). 
Esse elemento é chamado de vogal temática. Ela se junta à raiz para formar 
uma base para receber as desinências. Costuma-se chamar essa união entre 
raiz e vogal temática de tema. As desinências assinalam as flexões da palavra, 
isto é, marcam o gênero e o número (no caso dos verbos, acrescentam-se 
modo, tempo e pessoa).
Dessa forma, abre-se espaço para a morfologia flexiva. Ela estuda as 
variações das palavras, ou seja, refere-se ao paradigma flexivo. Isso significa 
Morfologia da língua espanhola: contextualização8
que as variações das palavras podem ter consequências nas relações sintáticas, 
como as questões de concordância.
As flexões de número fornecem informação quantitativa. Observe:
La pequeña niña se quedó triste.
Las pequeñas niñas se quedaron tristes.
Note que a diferença entre as duas orações está diretamente relacionada à 
flexão de número. Na primeira oração, o artigo la, os adjetivos pequeña e triste 
e o verbo quedar estão flexionados no singular; já na segunda oração, estão 
todos flexionados no plural. Assim, há duas possibilidades para a flexão de 
número: singular e plural. Contudo, a informação de número indica apenas a 
quantidade de substantivos. A flexão das demais classes se deve a exigências 
de concordância. De acordo com a RAE (2010, p. 35):
[…] el número es una propiedad gramatical característica de los sustantivos, 
los pronombres, los adjetivos, los determinantes [...] y los verbos. Se presenta 
en dos formas: singular [...] y plural. En el caso de los substantivos y los pro-
nombres, el número es informativo, puesto que permite expresar si se designan 
uno o más seres; en el resto de los elementos con flexión de número, es una 
manifestación de la concordancia.
A informação de gênero — assim como ocorre na língua portuguesa — 
não acontece em todas as palavras. Há aquelas em que a desinência a marca 
o gênero feminino (niña), e aquelas em que a desinência o marca o gênero 
masculino (niño). No entanto, há palavras em que a marca do gênero está no 
determinante: la dentista, el dentista. De qualquer maneira, há duas possibi-
lidades de flexão de gênero: masculino e feminino.
Em espanhol, os substantivos masculinos são acompanhados de artigos masculinos 
(el, los, un, unos), e os substantivos femininos são acompanhados de substantivos 
femininos (la, las, una, unas). Entretanto, há o artigo neutro lo, que se antepõe a adjetivos, 
advérbios e verbos no particípio: lo bueno, lo peor, lo dicho.
9Morfologia da língua espanhola: contextualização
Os verbos constituem a classe que mais apresenta flexões. Na forma verbal, 
é possível distinguir a raiz (também chamada de radical); às vezes, as marca-
ções de tempo e modo; e, quando se trata de uma forma pessoal, a desinência 
(também chamada de terminación) da pessoa do discurso. Observe:
AMÁ BA MOS
raiz Desinência do tempo imperfeito 
do modo indicativo 
Desinência da 1ª pessoa 
do plural
Observe que, na forma verbal, há a desinência para a pessoa do discurso. 
Existem seis possibilidades: 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular (yo, tú, él), e 1ª, 2ª 
e 3ª pessoa do plural (nosotros, vosotros, ellos). Entretanto, em espanhol, não 
é obrigatório falar nem escrever esses pronomes diante dos verbos, pois a 
própria desinência indica a pessoa do discurso.
As formas impessoais (no personales) são classificadas em infinitivo, 
gerúndio e particípio. Quando o verbo está nessas formas, não é possível 
localizar desinência de pessoa do discurso. Observe:
Negar – negando – negado
Querer – queriendo – querido
Bendecir – bendeciendo – bendecido
A desinência de modo acompanha a de tempo. No exemplo anterior, da 
forma amábamos, a letra b revela-se típica para a conjugação dos verbos na 
primeira conjugação (terminados em ar no infinitivo) no pretérito imperfeito. 
Se esse verbo fosse conjugado no pretérito do subjuntivo, a letra r marcaria 
a desinência modo temporal: amara.
A formação dos tempos simples é feita ou a partir da raiz do verbo (pre-
sente do indicativo,do subjuntivo e do imperativo, imperfeito do indicativo, 
pretérito indefinido, gerúndio e particípio), ou a partir do infinitivo (futuro do 
indicativo e condicional). Observe a seguir um exemplo de cada terminação 
(GONZÁLEZ HERMOSO, 1996).
  Verbo amar no presente do indicativo: radical + -o = amo
  Verbo comer no presente do subjuntivo: radical + -a = coma
  Verbo escribir no imperfeito do indicativo: radical + -ía = escribía
  Verbo amar no futuro do indicativo: infinitivo + -é = amaré
Morfologia da língua espanhola: contextualização10
  Verbo comer no condicional: infinitivo + -ía = comería
  Verbo escribir no gerúndio: radical + -iendo = escribiendo
Já na conjugação dos verbos irregulares, há modificações ortográficas que 
identificam as desinências dos verbos. Veja a seguir.
  Diptongación E – EI (acertar/acierta; apretar/aprieta)
  Diptongación O – EU (comprobar/comprueba; descontar/descuenta)
  Diptongación E – IE y transformación E – I (advertir/advierte; conferir/
confiere)
  Diptongación O – EU y transformación O – U (dormir/duerme)
  Transformación E – I (pedir/pido) 
  Transformación I – IE (adquirir/adquiere)
  Transformación U – EU ( jugar/juega)
  Verbos terminados em -ACER, -ECER, -OCER, -UCIR que transforman 
C- ZC delante de O y A (obedecer/obedezca)
  Verbos terminados em -DUCIR que transforman C – ZC delante de O 
y A (traducir/traduzca)
  Verbos terminados em -UIR que cambian I – Y delante de A, E, O 
(concluir/concluye)
Evidencia-se que cada elemento das classes gramaticais apresentadas 
constitui a estrutura das palavras. Esses elementos que só possuem significação 
no universo da língua são denominados morfemas gramaticais, ou seja, não 
são como os morfemas lexicais, os quais remetem a ações, estados, qualidades 
no mundo objetivo. Os morfemas são segmentos das palavras que auxiliam na 
construção dos significados delas, acrescentando uma informação.
Aspectos morfológicos regionais
A formação das palavras nem sempre ocorre de forma exatamente igual em 
todas as regiões em que uma língua é falada. Com o espanhol não é diferente: 
a proximidade com outras línguas e as transformações casuais que afetam um 
dialeto determinam usos diferentes das palavras. Consequentemente, as suas 
estruturas também podem ser modifi cadas. A Real Academia Española (2010) 
aponta algumas diferenças na formação e no uso das palavras, de acordo com 
a região em que a língua espanhola é falada. Veja a seguir algumas distinções 
morfológicas conforme a localização.
11Morfologia da língua espanhola: contextualização
O substantivo calor, por exemplo, é utilizado pela maior parte dos hispa-
nohablantes como um substantivo masculino, mas há uma opção informal, 
utilizada por alguns nativos, em que calor recebe um artigo feminino: la 
calor. Ainda quanto ao gênero, uma questão curiosa refere-se à palavra mar. 
Para o espanhol prestigiado, esse substantivo é feminino; porém, as pessoas 
relacionadas ao mar empregam essa palavra com o gênero masculino. Já a 
palavra arte sofre transformações em todas as regiões: geralmente é aplicada 
no singular como masculina (el arte europeo) e, no plural, como feminina 
(las belas artes).
Entretanto, a questão geográfica pode ser determinante para a alternância 
de gênero. Por exemplo, pijama ou piyama, embora seja uma palavra masculina 
em muitos países, é comumente usada no feminino (la piyama) no México, em 
parte da América Central e no Caribe. Algo parecido ocorre com a palavra 
pus. Ainda que o seu uso seja majoritariamente masculino, ocorre no Chile, 
no México e em alguns países da América Central, tanto na língua formal 
quanto na informal, a alternância entre os dois gêneros, com preferência para 
o feminino. Já a palavra bikíni (ou biquíni) sofre modificações na região do 
Rio da Prata, onde é aplicada no gênero feminino, ao contrário das demais 
regiões, em que é masculina. Tanga, uma palavra masculina no espanhol 
europeu, tem gênero feminino em quase toda a América.
As diferenças são marcadas também na formação das palavras. No processo 
de derivação, encontram-se muitos substantivos formados pelo sufixo -dura. 
Contudo, no espanhol americano, principalmente nas regiões caribenha e 
chilena, esse processo é muito produtivo. Ele é utilizado para formar nomes 
de instrumento ou meio para algo, como aserradura e techadura.
A RAE (2010) destaca também o grande número de palavras formadas com 
o sufixo -e na língua utilizada pelos jovens e no mundo esportivo, como chute, 
corte, despelote. Porém, os derivados em -o são mais usados nas Américas: 
macaneo, pescueceo.
Além das diferenças nas formações de palavras, as localizações geográficas 
podem imprimir significados diferentes às criações léxicas. Essas diferenças 
podem ser percebidas nos derivados de particípio, que geralmente expressam 
ações e efeitos. No entanto, palavras como bebida e pintada, que costumam 
ser aplicadas apenas no sentido de efeito, são utilizadas em Porto Rico para 
designar ações. Já o particípio traída, na Espanha, é utilizado apenas com a 
palavra água: traída del água. Na América, esse particípio pode unir-se a outras 
palavras, como traída de los dólares e traída de los futebolistas. No espanhol 
americano, há a alternância entre llamado e llamada no sentido de ação e de 
efeito de llamar; na Europa, porém, usa-se apenas llamada. Já a palavra vuelto 
Morfologia da língua espanhola: contextualização12
é aplicada em quase toda a América, mas na Europa e em Porto Rico, é usada 
como vuelta. Na Colômbia, por sua vez, é utilizada no plural: las vueltas.
Na América, o sufixo -ada é usado para formar palavras que designam 
uma batida dada em um lugar, e não uma batida dada com algo. Esse é o 
caso de palavras como cachetada, pescozada. Esses derivados relacionam-se 
com os particípios que se referem a movimentos impetuosos. Na América e 
nas Ilhas Canárias, existe a formação de substantivos que designam ações 
contínuas intensas ou repetidas a partir do sufixo -dera, como em llovedera 
e borrachera. Uma especificidade da Colômbia e da Venezuela está no uso 
da palavra lejura, que se refere a lejos. O sufixo -ura é unido a um advérbio 
para formar um substantivo de qualidade.
No México, no Chile e em grande parte da América Central, usam-se as 
palavras asador, cenador, comedor, corredor, desayunador para fazer referência a 
um instrumento. Já o sufixo -ero/-era permite a formação de vários substantivos 
que dão nomes a profissões e ocupações. É comum que esses sufixos se acoplem 
a termos usados em áreas linguísticas não coincidentes, como nas palavras 
plomero (usada no espanhol americano) e fontanero (usada no espanhol europeu).
Além dessas questões sobre formações de palavras, há outras diferenças 
típicas entre o espanhol americano e o espanhol europeu. Um exemplo im-
portante é o uso do voseo na região rio-platense. Além disso, na América, o 
plural de tú é ustedes e, na Europa, é vosotros. Ainda na área dos verbos, há 
a conjugação do pretérito do subjuntivo. Veja nos Quadros 1 e 2 as formas 
mais comuns na América.
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line).
Hablar Llamar Cantar Cenar
Yo hablara llamara cantara cenara
Tú hablaras llamaras cantaras cenaras
Él/ella/usted hablara llamara cantara cenara
Nosotros (as) habláramos llamáramos cantáramos cenáramos
Vosotros (as) hablarais llamarais cantarais cenarais
Ellos/ellas/
ustedes
hablaran llamaran cantaran cenaran
Quadro 1. Terminações em ar: formas comuns na América
13Morfologia da língua espanhola: contextualização
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line).
Vender Beber Salir Vivir
Yo vendiera bebiera saliera viviera
Tú vendieras bebieras salieras vivieras
Él/ella/usted vendiera bebiera saliera viviera
Nosotros (as) vendiéramos bebiéramos salierais vivierais
Vosotros (as) vendierais bebierais salierais vivierais
Ellos/ellas/
ustedes
vendieran bebieran salieran vivieran
Quadro 2. Terminações em er/ir: formas comuns na AméricaVeja nos Quadros 3 e 4 as formas mais comuns utilizadas na Espanha.
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line).
Hablar Llamar Cantar Cenar
Yo hablase llamase cantase cenase
Tú hablases llamases cantases cenases
Él/ella/usted hablase llamase cantase cenase
Nosotros (as) hablásemos llamásemos cantásemos cenásemos
Vosotros (as) hablaseis llamaseis cantaseis cenaseis
Ellos/ellas/
ustedes
hablasen llamasen cantasen cenasen
Quadro 3. Terminações em ar: forma mais usual na Espanha
Morfologia da língua espanhola: contextualização14
Fonte: Adaptado de Espanhol Grátis (2018, documento on-line).
Vender Beber Salir Vivir
Yo vendiese bebiese saliese viviese
Tú vendieses bebieses salieses vivieses
Él/ella/usted vendiese bebiese saliese viviese
Nosotros (as) vendiésemos bebiésemos saliésemos viviésemos
Vosotros (as) vendieseis bebieseis salieseis vivieseis
Ellos/ellas/
ustedes
vendiesen bebiesen saliesen viviesen
Quadro 4. Terminações em er/ir: forma mais usual na Espanha
Veja a seguir algumas diferenças lexicais apontadas no Blog InFlux (AS DIFERENÇAS..., [2018]).
  Computador: ordenador [Espanha], computadora [maioria dos países latinos].
  Calçada: acera [Espanha], vereda [Argentina], banqueta [México].
  Carro: coche [Espanha], auto ou carro [nos países latinos].
  Feijão: judías [Espanha], porotos [Argentina], frijoles [demais países latinos].
  Panela: puchero [Espanha], olla [países latinos].
  Papai Noel: Papá Noel [Espanha e Colômbia], Santa Claus [México e América Cen-
tral], Viejito Pascuero [Chile].
  Elevador: ascensor [Espanha], elevador [países latinos].
  Alugar: alquilar [Espanha], rentar [México], arrendar [Colômbia].
  Aluguel: alquiler [Espanha], renta [México e Chile], arriendo [Colômbia].
  Caneta: bolígrafo [Espanha], birome [Argentina e Uruguai], pluma [em outros países].
  Pipoca: palomitas [Espanha e México], rositas [Cuba], pochoclo [Argentina], cotufa 
[Venezuela], pipoca [Bolívia], crispetas [Colômbia] cabritas [Chile], popcor ou canchita 
[Peru], pororó [Paraguai], pó [Uruguai].
  Piscina: piscina [Espanha], alberca [México], pileta [Argentina].
15Morfologia da língua espanhola: contextualização
Conheça inovações morfológicas e americanismos apon-
tados por Alfredo Maceira Rodríguez no link ou código 
a seguir.
https://goo.gl/UtVA5k 
Saber identificar e comparar esses aspectos morfológicos regionais de 
língua espanhola é fundamental para o aprendiz desse idioma. Afinal, para 
desenvolver a competência comunicativa, ele terá de desenvolver as compe-
tências linguística, discursiva, acional, sociocultural e estratégica. Aliás, de 
acordo com Nariño Rodriguez (2017, p. 29):
Embora o léxico esteja incluído na competência linguística, acreditamos que 
a CL faz parte das outras competências [...], já que o aluno não pode apenas 
limitar-se ao simples conhecimento das unidades lexicais de forma isola-
da, mas deve conhecer seus sentidos, suas variantes e seu uso adequado no 
contexto comunicativo e situacional para poder fazer uso delas em situações 
reais de comunicação.
Portanto, para atingir os objetivos comunicativos na aprendizagem de espa-
nhol, é preciso aprofundar os conhecimentos morfológicos sobre esse idioma.
AS DIFERENÇAS entre o espanhol na Espanha e na América Latina. [2018]. Disponível 
em: <https://blog.influx.com.br/as-diferencas-entre-o-espanhol-na-espanha-e-na-
america-latina>. Acesso em: 12 set. 2018.
ESPANHOL GRÁTIS. Preterito imperfecto de subjuntivo. 2018. Disponível em: <http://www.
espanholgratis.net/curso3/preterito_imperfecto_verbos_irregulares.htm>. Acesso 
em: 12 set. 2018.
GONZÁLEZ HERMOSO, A. Conjugar es fácil en español. Madrid: Edelsa, 1996.
NARIÑO RODRIGUEZ, M. O léxico no material didático de espanhol como língua es-
trangeira: análise e proposta de atividades complementares. 2017. 200 f. Tese (Dou-
Morfologia da língua espanhola: contextualização16
https://goo.gl/UtVA5k
https://blog.influx.com.br/as-diferencas-entre-o-espanhol-na-espanha-e-na-
http://espanholgratis.net/curso3/preterito_imperfecto_verbos_irregulares.htm
torado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponí-
vel em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/173780/001061584.
pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 12 set. 2018.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Nueva gramática de la lengua española. Barcelona: Espasa, 
2010.
Leituras recomendadas
ESPAÑOL GRÁTIS. Verbos conjugados. [2018]. Disponível em: <http://www.espa-
nholgratis.net/curso3/preterito_imperfecto_verbos_irregulares.htm>. Acesso 
em: 12 set. 2018.
RODRÍGUEZ, A. M. Espanhol da Espanha e espanhol da América. [201-?]. Disponível 
em: <http://www.filologia.org.br/anais/anais_iicnlf39.html>. Acesso em: 12 set. 2018.
17Morfologia da língua espanhola: contextualização
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/173780/001061584.
http://www.espa/
http://nholgratis.net/curso3/preterito_imperfecto_verbos_irregulares.htm
http://www.filologia.org.br/anais/anais_iicnlf39.html
 
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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