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1 O Romantismo, escola literária que no Brasil teve sua ênfase na primeira metade do século XIX, apresentou, dentre seus principais poetas, um de biografia interessante, Junqueira Freire (1832-1855). Forçado pela família a ir para o seminário, coloca em sua poesia todo o conflito emocional que assolava sua alma. Leia “Martírio”. MARTÍRIO Junqueira Freire Beijar-te a fronte linda/Beijar-te o aspecto altivo/Beijar-te a tez morena/Beijar-te o rir lascivo/Beijar o ar que aspiras/Beijar o pó que pisas/Beijar a voz que soltas/Beijar a luz que visas/Sentir teus modos frios,/Sentir tua apatia,/Sentir até repúdio,/Sentir essa ironia,/ Sentir que me resguardas,/Sentir que me arreceias,/Sentir que me repugnas,/Sentir que até me odeias,/Eis a descrença e a crença,/Eis o absinto e a flor,/Eis o amor e o ódio,/Eis o prazer e a dor! /Eis o estertor de morte,/Eis o martírio eterno,/Eis o ranger dos dentes,/Eis o penar do inferno! Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/jf05.html. (Acesso em: 25 out. 2011.) Indique a alternativa que representa o conflito de Junqueira Freire. (A) O poeta, de forma lasciva (“Beijar-te o rir lascivo”), atira-se ao chão da mulher que passa (“Beijar o pó que pisas”), merecendo ser castigado. (B) O poeta, desde que esteja perto dela, conforma-se com a mulher que o repudia e odeia (“Sentir até repúdio” / “Sentir que até me odeias”). (C) O poeta se dividia entre o desejo (“Beijar-te a fronte linda”) e a impossibilidade de vivenciá-lo (“Eis o prazer e a dor!”) (D) O poeta sente a aproximação do inferno (“Eis o penar do inferno!”) ao beijar a pele morena (“Beijar-te a tez morena”) da linda mulher que se aproxima do seminário. (E) O poeta vê o veneno e a beleza comungando na mesma pessoa (“Eis o absinto e a flor”), mas não padece. 2 Cada texto literário, de acordo com o seu momento histórico, pede um determinado olhar. Gonçalves Dias (1823-1864), romântico, em sua “Canção do Exílio”, pede uma postura de leitor bastante diferente do modernista Murilo Mendes (1901-1975), em seu poema homônimo. Analise os poemas seguintes. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm (Acesso em 25 de outubro de 2011.) Avaliação: EXERCÍCIO ON LINE 1º Bimestre DISCIPLINA: LITERATURA - PDF PROFESSOR(A): MARLLON Curso: 2ª SÉRIE TURMA: 2101 DATA: NOME: Nº.: http://www.revista.agulha.nom.br/jf05.html http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm Indique a afirmativa onde o modo de leitura proposto esteja adequado aos dois poemas. (A) Ambas as canções prestam-se a quaisquer perfis de leitores, sejam estes críticos ou não, visto que as ideias são explícitas, inexistentes mensagens subliminares. (B) As muitas repetições do poema I pedem um leitor com pouca experiência de leitura; mesmo efeito produzido pela fluidez do texto do poema II. (C) Gonçalves Dias escreve de forma ufanista e apaixonada pelo Brasil, pedindo um leitor que compartilhe desses ideais; Murilo Mendes é crítico, sendo, pois, compreendido e querido por qualquer tipo de leitor. (D) O poema I pede um leitor de espírito nacionalista que compreenda a situação saudosista do exílio do autor. O poema II, por sua vez, pede um leitor crítico que se perceba exilado em sua própria terra. (E) O saudosismo e o nacionalismo despertados pela primeira “Canção do Exílio” tocam as emoções de qualquer leitor; a segunda canção, porém, pede que o leitor veja a “terra estrangeira” em que se transformou o Brasil. 3 - A canção “Eduardo e Mônica”, de Renato Russo (1960-1996) e sua banda, Legião Urbana, completou 25 anos em 2011. Não se trata de uma história romântica nos moldes do século XIX, mas é uma história romântica. Leia-a. EDUARDO E MÔNICA Legião Urbana Quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar Ficou deitado e viu que horas eram Enquanto Mônica tomava um conhaque No outro canto da cidade, como eles disseram Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer Um carinha do cursinho do Eduardo que disse "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir" Festa estranha, com gente esquisita "Eu não tô legal", não aguento mais birita" E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa "É quase duas, eu vou me ferrar" Eduardo e Mônica trocaram telefone Depois telefonaram e decidiram se encontrar O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver o filme do Godard Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo" O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar Mas a menina tinha tinta no cabelo Eduardo e Mônica eram nada parecidos Ela era de Leão e ele tinha dezesseis Ela fazia Medicina e falava alemão E ele ainda nas aulinhas de inglês http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/ Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud E o Eduardo gostava de novela E jogava futebol-de-botão com seu avô Ela falava coisas sobre o Planalto Central Também magia e meditação E o Eduardo ainda tava no esquema Escola, cinema, clube, televisão E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente Uma vontade de se ver E os dois se encontravam todo dia E a vontade crescia, como tinha de ser Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia Teatro, artesanato, e foram viajar A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer E decidiu trabalhar (não!) E ela se formou no mesmo mês Que ele passou no vestibular E os dois comemoraram juntos E também brigaram juntos, muitas vezes depois E todo mundo diz que ele completa ela E vice-versa, que nem feijão com arroz Construíram uma casa há uns dois anos atrás Mais ou menos quando os gêmeos vieram Batalharam grana, seguraram legal A barra mais pesada que tiveram Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília E a nossa amizade dá saudade no verão Só que nessas férias, não vão viajar Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação E quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? Disponível em: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22497/ (Acesso em 25 de setembro de 2011.) Comparando a história da canção e as histórias do século XIX, podemos inferir que (A) a história de amor de Eduardo e Mônica é muito mais material e palpável que os idílios amorosos do século XIX. (B) a personagem Mônica era mais madura que Eduardo, assim como o eram as mocinhas das obras românticas, a exemplo de Aurélia em Senhora (José de Alencar). (C) Eduardo formou-se em medicina, carreira que, ao lado da advocacia, era das mais bem vistas nas obras românticas. (D) o determinismo que marca o filho de Eduardo (tem dificuldades como o pai) é o mesmo que determina a morte de Iracema (José de Alencar). (E) os problemas financeiros do casal Eduardo e Mônica também eram frequentes em obras românticas, como no livro Senhora, de José de Alencar. 4 - A 3ª geração romântica, também chamada de condoreira, foi marcada pela poesia social. Seu grande representante foi Castro Alves (1847-1871), cujo poema maior chama-se “Navio Negreiro”. Conheça uma estrofe deste belo texto. http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22497/ VI Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... MeuDeus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... Disponível em: http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm (Acesso em: 10 nov. 2011.) São características desses versos: (A) crítica histórica, idealização, sentimentalismo. (B) decassílabos, subjetividade, sentimentalismo. (C) linguagem grandiloquente, decassílabos, crítica social. (D) sentimentalismo, evasão pela morte, decassílabos. (E) subjetividade, linguagem grandiloquente, evasão. 5 - São três as principais tendências da poesia romântica brasileira, assim dividida em gerações: 1ª geração => indianista ou nacionalista; 2ª geração => ultrarromântica ou byroniana; 3ª geração => poesia social ou condoreira. Leia os poemas a seguir, organizados respectivamente de acordo com suas tendências (ou de acordo com as gerações a que pertencem). TEXTO I O CANTO DO PIAGA Gonçalves Dias Parte I “Ó Guerreiros da Taba sagrada, Ó Guerreiros da Tribo Tupi, Falam Deuses nos cantos do Piaga, Ó Guerreiros, meus cantos ouvi. Esta noite — era a lua já morta — Anhangá me vedava sonhar; Eis na horrível caverna, que habito, Rouca voz começou-me a chamar.” Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/gdias02.html (Acesso em: 25 out. 2011.) http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm http://www.revista.agulha.nom.br/gdias02.html TEXTO II Fragmento da parte I do poema “Ideias íntimas”, de Álvares de Azevedo. “Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda, Fibra de amor e Deus que um sopro agita: Se desmaia de amor a Deus se volta, Se pranteia por Deus de amor suspira. Basta de Shakespeare. Vem tu agora, Fantástico alemão, poeta ardente Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances Meu coração deleita-se... Contudo Parece-me que vou perdendo o gosto, Vou ficando blasé, passeio os dias Pelo meu corredor, sem companheiro, Sem ler, nem poetar. Vivo fumando.” Disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/avz3.html#ideias (Acesso em: 25 out. 2011.) TEXTO III Fragmento da parte IV do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves. “Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!” Disponível em: http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm (Acesso em: 25 out. 2011.) É uma característica de cada geração presente nos poemas apresentados, respectivamente. (A) 1ª: indianismo; 2ª: pensamentos soltos; 3ª: libertação. (B) 1ª: indianismo; 2ª: sentimentalismo; 3ª: abolicionismo. (C) 1ª: indianismo; 2ª: tédio; 3ª: pobreza. (D) 1ª: lendas indígenas; 2ª: religiosidade; 3ª: abolicionismo. (E) 1ª: termos indígenas; 2ª: sentimentalismo; 3ª: pobreza. 6- Em O Guarani, o autor procura valorizar as origens do povo brasileiro e transformar certos personagens em heróis, com traços do caráter do “bom selvagem”: pureza, valentia e brio. Essa tendência é típica do: ( A ) romance urbano ( B ) poemas épicos ( C ) romance regionalista ( D ) poemas históricos ( E ) romance indianista http://www.revista.agulha.nom.br/avz3.html#ideias http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm 7- Na poesia como na prosa do Romantismo, ocorre a idealização da figura do índio, o que se pode observar em alguns dos poemas de Gonçalves Dias ou no romance Iracema, de José de Alencar. Tal idealização atende ao seguinte compromisso desses autores: a) enaltecimento dos padrões aristocráticos de conduta, comprometidos com os desdobramentos da luta popular pela Independência. b) exaltação das virtudes naturais dos indígenas, interpretadas num código que as identificava com a coragem e a fidalguia cavalheirescas. c) culto da simplicidade e da modéstia, vistas como bases morais inspiradoras para o desenvolvimento da vida burguesa. d) condenação do processo colonial, responsável pela descaracterização da cultura indígena e dos valores populares. e) valorização do lendário e do folclórico, tomados como inspiradores de uma arte nacional de estilo primitivista. 8 - "Quantas coisas (...) brotam ainda hoje, modas, bailes, livros, painéis, primores de toda casta, que amanhã já são pó ou cisco? Em um tempo em que não mais se pode ler, pois o ímpeto da vida mal consente folhear o livro, que à noite deixou de ser novidade e caiu na voga; no meio desse turbilhão que nos arrasta, que vinha fazer uma obra séria e refletida? Perca pois a crítica esse costume em que está de exigir, em cada romance que lhe dão, um poema." As proposições anteriores, de José de Alencar, fazem alusão a um problema característico do movimento romântico. Aponte-o: a) o movimento romântico, afeito ao lirismo e à sentimentalidade, busca realizar uma prosa fundamentalmente impregnada de valores poéticos b) o autor preocupa-se com satisfazer o gosto de um público pouco exigente no que diz respeito a obras de acabamento literário mais sofisticado c) tendo em vista a caracterização da sociedade burguesa, o romance deve conter preferencialmente ação, que seja o retrato dos agitados tempos modernos d) o autor, já que se reconhece gênio, e pelo público, é aceito como tal e deve nortear as multidões que o lêem com sua palavra sábia e simples O texto seguinte refere-se às questões 9 e 10. "O problema da nacionalidade literária foi colocado, dentro da atmosfera do Romantismo, em termos essencialmente políticos. Misturadas literatura e política, a autonomia política transferia-se para literatura, e confundiram-se independência política e independência literária." 9. Segundo o texto, para os românticos: a) a autonomia política e a autonomia literária foram duas faces de um mesmo processo de emancipação b) autonomia política e autonomia literária mantiveram entre si uma relação de causa e efeito c) a autonomia literária sempre se seguiu à emancipação política d) emancipação política e emancipação literária foram processos que se concretizaram independentemente um do outro 10. Segundo o texto: a) Romantismo foi uma escola literária de atmosfera essencialmente política b) no Romantismo, literatura e política interpenetram-se e exercem influência mútua, numa interdependência dialética c) pode-se dizer que a política usou a literatura em suas campanhas, mas o inverso não é válido, pois a literatura não se valeu da política d) independência política e independência literária são fenômenos distintos, que só se misturam em conseqüência de um erro de interpretação GABARITO 1) C 2) D 3) A 4) C 5) B 6) C 7) B 8) C 9) A 10) B
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