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3 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio

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22/06/2023, 14:51 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02439/index.html# 1/39
Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
Prof. Rodrigo de Oliveira Leite
Descrição
Principais pontos sobre como as empresas se financiam, por meio de capital de terceiros ou de capital
próprio, e suas implicações.
Propósito
Compreender a importância da estrutura de capital de uma empresa e seu impacto no gerenciamento
econômico e financeiro, bem como o conhecimento das principais escolhas dessa decisão na contabilidade,
no reconhecimento e no pagamento de remuneração sobre o capital próprio dessa empresa.
Preparação
É recomendado aos alunos que tenham em mãos uma calculadora ou um sistema eletrônico de planilhas
(Excel) para fazer os cálculos necessários.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02439/index.html# 2/39
Objetivos
Módulo 1
Operações com Capital Próprio
Identificar os principais conceitos sobre as operações de financiamento com capital próprio.
Módulo 2
Operações com Capital de Terceiros
Definir as operações de financiamento com capital de terceiros, bem como sua comparação com as
operações de financiamento com capital próprio.
Módulo 3
Reconhecimento e Distribuição de Dividendos e Juros sobre Capital
Próprio (JCP)
Distinguir as remunerações sobre capital próprio, por meio de dividendos ou de juros sobre capital
próprio.
Neste conteúdo, abordaremos os principais pontos sobre como as empresas se financiam por meio
de capital de terceiros ou de capital próprio. Veremos também as implicações que essa decisão gera
Introdução
22/06/2023, 14:51 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02439/index.html# 3/39
1 - Operações com Capital Próprio
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais conceitos sobre as
operações de �nanciamento com capital próprio.
Primeiras Palavras
Qualquer atividade econômica necessita de alguma forma de financiamento. Essa obtenção de recursos é
de fundamental importância para que uma empresa consiga fazer a sua operação de modo eficiente e
lucrativo. As duas principais maneiras de se obter tal financiamento são:
tanto na estrutura do Balanço Patrimonial como no Fluxo de Caixa da empresa. Estudaremos ainda
os tratamentos contábeis para esses financiamentos.
Por fim, iremos discutir como o capital próprio é remunerado, seja por meio de Juros sobre Capital
Próprio (JCP) seja de dividendos, assim como as implicações tributárias dessa distribuição.
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
Capital próprio

Capital de terceiros
Neste módulo, abordaremos as operações de financiamento de capital próprio. Porém, antes, é preciso
compreendermos a diferença entre o financiamento de capital próprio e capital de terceiros.
Imagine que você queira construir um imóvel em um terreno que lhe pertença. Seu objetivo é alugar esse
imóvel e, assim, gerar renda. Para começar, serão necessários R$100.000,00 para a construção desse
imóvel, mas você só possui R$20.000,00.
Quais são suas opções?
1. A primeira seria poupar e guardar os R$80.000,00 necessários;
2. Na segunda opção, você convidaria outra pessoa a aportar o valor necessário, dividiria com ela a receita
de aluguel;
3. Finalmente, na terceira opção, você obtém um empréstimo bancário, sabendo que deverá pagar de volta,
além dos R$80.000,00, um valor a título de juros.
Note que a primeira opção demanda muito tempo para ser implementada e, portanto, não será incluída
como possibilidade durante os nossos estudos. A segunda opção é interessante, pois você não estaria
assumindo a obrigação de arcar com os custos fixos (pagamento de parcelas fixas mensais pré-
determinadas) de um empréstimo, pois a outra pessoa também assumiria os riscos da operação. Porém, ela
também teria direito a parte da receita de aluguel na perpetuidade. A terceira opção considera que a dívida
com o banco um dia será quitada, e desse ponto em diante toda a receita do aluguel será sua. Porém,
mesmo que o imóvel não esteja alugado, você terá de arcar com as parcelas do financiamento.
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Na realidade empresarial, a segunda opção de nosso exemplo é chamada de
Financiamento via Capital Próprio, ou seja, são incluídos novos sócios na empresa.
Esses sócios compartilharão o risco com você em troca de uma porcentagem dos lucros da empresa na
perpetuidade.
Uma outra opção é o financiamento via dívida, mais conhecida como Financiamento via Capital de
Terceiros, onde a estrutura societária permanece intacta e a empresa assume uma dívida e a obrigação de
pagá-la, independentemente do seu resultado.
Agora que já aprendemos sobre as diferenças entre as operações, iremos nos aprofundar nas operações
com capital próprio.
Cálculo do Valor Presente do Capital Próprio
Uma das maneiras de uma empresa estimar o custo que incorrerá ao se financiar com capital próprio é por
meio dos valores dos dividendos que pretende pagar na perpetuidade. Existem duas possibilidades para
esse valor:
Normalmente, em longo prazo, os dividendos tendem a crescer menos que as taxas internas de retorno que
os investidores tendem a usar. Isso não significa que o valor do dividendo é menor que a taxa, e sim que a
variação dos dividendos é menor que essa taxa.
Se o crescimento anual dos dividendos é maior ou igual à taxa interna de retorno (também
conhecida como custo de oportunidade), então o valor dessa perpetuidade diverge, ou seja,
cresce exponencialmente para o infinito.
Se o crescimento anual dos dividendos é menor que a taxa interna de retorno, então o valor
dessa perpetuidade converge, ou seja, possui um valor fixo na perpetuidade.
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Apesar disso, é vantajoso investir dinheiro na empresa por meio do capital próprio,
pois o retorno dos dividendos é maior que o custo de oportunidade do capital.
Assim sendo, podemos calcular o valor do custo desse financiamento via capital próprio, pois a
perpetuidade converge para um valor fixo.
Para a estimação do valor presente do financiamento com capital próprio, é utilizada a seguinte fórmula:
Onde:
VPCP é o Valor Presente do Capital Próprio;
D é o valor do dividendo a ser pago no primeiro ano para os novos sócios;
r é a taxa interna de retorno;
c é a taxa de crescimento esperada dos dividendos nos próximos anos, com c
Vamos colocar a fórmula em prática?
Vejamos o exemplo a seguir:
Joana tem uma startup no ramo de softwares para celulares (aplicativos) e necessita de R$100.000,00 para
aumentar suas operações. Seu irmão, José, se ofereceu para aportar os R$100.000,00 em troca de 10% na
participação da empresa.
Levando em conta que a TIR (Taxa Interna de Retorno) da empresa é de 15% a.a., que os lucros do ano atual
estão estimados para R$80.000,00 (assuma que todos os lucros são distribuídos para os sócios da
empresa) e que há uma expectativa de crescimento de 10% a.a..
V PCP =
D
r − c
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Vamos estimar o custo desse financiamento via capital próprio para a startup de Joana?
Para utilizarmos a fórmula, precisaremos identificar os valores dos dividendos que serão pagos a José, a
taxa interna de retorno e a taxa de crescimento dos dividendos. Como José terá 10% da empresa, o valor
dos dividendos a que terá direito será de 10% × R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00. Já a TIR é de 15%, e os
dividendos vão crescer juntoscom os lucros a uma taxa de 10% ao ano. Com esses dados, já podemos
calcular o custo desse financiamento conforme descrito abaixo:
Assim sendo, José investirá R$100.000,00 na empresa com expectativa de receber R$160.000,00 na
perpetuidade a valor presente. Esse será o custo que Joana assumirá para a sua empresa no longo prazo.
Contabilização das operações com capital próprio
Conforme já aprendemos, as operações com capital próprio são aquelas em que os sócios colocam mais
capital na empresa ou quando esta admite novos sócios. Além desses casos, existe ainda, para as
empresas abertas, a possibilidade de emissão de ações que são transacionadas em mercado aberto, seja
por meio de emissão seja de recompra. Abordaremos a seguir ambos os casos.
Importante ressaltar que todas as operações com capital próprio possuem
contrapartidas que são registradas no Patrimônio Líquido da entidade.
Vejamos os exemplos a seguir.
Aporte de capital por sócios existentes ou entrada de novo sócio
Vamos entender sobre esse assunto com o exemplo de uma empresa comercial na área de eletrônicos que
possui capital social de R$100.000,00, na qual cada um dos quatro sócios possui R$25.000,00.
V PCP =
8.000
0, 15 − 0, 10
=
8.000
0, 05
= R$160.000, 00
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Os sócios estão querendo expandir os seus negócios ao inaugurar uma nova filial da loja. Para isso, eles
estimaram que será necessário o valor de R$80.000,00 que será repartido igualmente por aporte de
R$20.000,00 de cada sócio.
Nesse caso, o lançamento contábil será feito com quatro lançamentos conforme vemos abaixo:
D – Caixa = R$20.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$20.000,00
"Note que se um novo sócio entrasse na empresa e aportasse os R$80.000,00, seria feito apenas um
lançamento de R$80.000,00."
Valor Presente do Capital Próprio
No vídeo, será resolvido o exemplo de uma empresa que deseja captar recursos em troca de 20% de
participação no seu capital. Vamos ver a resolução?
Emissão de ações

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A emissão de ações ocorre quando uma empresa decide se financiar com capital aportado por sócios.
Contabilmente, esse aporte dos sócios é contabilizado não no Passivo, e sim no Patrimônio Líquido, já que
esse capital pertence à empresa, e não a terceiros. Veremos a seguir um exemplo ilustrativo.
Uma empresa de mineração fez seu IPO (Initial Public Offer, ou oferta pública inicial de ações) arrecadando
30 milhões de reais. Após algum tempo, ela decide fazer um follow-on (oferta secundária de ações)
arrecadando mais 20 milhões de reais.
Nesse caso, os lançamentos contábeis serão feitos da seguinte maneira:
D – Caixa = R$30.000.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$30.000.000,00
D – Caixa = R$20.000.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$20.000.000,00
Recompra de Ações
Para melhor entender sobre o assunto, veremos outro exemplo ilustrativo:
Uma empresa de fabricação de computadores, com capital aberto em bolsa, decide recomprar parte de
suas ações. Ela recompra 18.000 ações a um preço médio de R$24,37 cada uma.
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Primeiro, temos de calcular o valor total da recompra de ações. Nesse caso, o valor total que foi recomprado
é de R$24,37 × 18.000 = R$438.660,00. Portanto, a contabilização será feita da seguinte maneira:
D – Ações em Tesouraria (Patrimônio Líquido) = R$438.660,00
C – Caixa = R$438.660,00
Note que a conta de ações em tesouraria é uma conta redutora do Patrimônio Líquido e pode ser entendida
como uma redução do valor de Capital Social da empresa.
Mas por que as empresas recompram suas ações?
Para gerar valor ao acionista. Ao recomprar as ações, a empresa diminui o número de ações
circulando, aumentando a participação de cada acionista.
Imagina que uma empresa possua 100 ações e 100 acionistas. Isso significa que cada acionista possui 1%
da empresa. Porém, se houver uma recompra de 50 ações, haverá 50 ações e 50 acionistas, cada um com
participação de 2% na empresa.
No caso acima, supondo que a empresa possua 500 mil ações emitidas, em
quantos por cento aumentou a participação dos acionistas com a recompra das
ações?
Antes da recompra, cada ação possuía de participação. Após a recompra, a
participação aumentou para .
O aumento, portanto, é igual a .
Note que podemos chegar ao mesmo valor na divisão , que é a porcentagem de participação
atual dividida pela porcentagem anterior.
Tais tipos de recompras ocorrem principalmente em momentos em que a empresa
julga que as suas ações estão subvalorizadas. Para realizar essa transação, a
Resposta 
1
500.000 = 0, 0002%
1
500.000−18.000 =
1
482.000 = 0, 00020747%
1
482.000 ÷
1
500.000 =
1
482.000 ×
500.000
1 = 3, 7%
0,00020747
0,0002
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companhia possui dinheiro em caixa para o qual não há destinação específica
decidida. .
Agora que já aprendemos sobre as operações com capital próprio, no próximo módulo iremos abordar as
operações com capitais de terceiros. Mas antes, vamos praticar algumas atividades para testar nosso
conhecimento.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Uma empresa fez um IPO emitindo 1 milhão de ações ao preço de R$30,00 cada. Após alguns anos, o
preço das ações diminuiu para R$13,00, e a empresa decidiu usar parte do seu caixa para recomprar
45.000 ações a preço de mercado. Em quantos por cento, aproximadamente, aumentou a participação
de cada ação na empresa?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Quando do IPO, cada ação possuía
A 5%
B 6%
C 7%
D 8%
E 9%
1
1.000.000
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de participação. Após a recompra, a participação aumentou para
$$\frac{1}{935.000} $$
aumento, portanto, é igual a
Consequentemente, a reposta correta é a Letra C.
Questão 2
Uma empresa pode admitir um novo sócio que aportará R$200.000,00 em troca de 1,5% de participação
acionária. O lucro anual dessa empresa é de R$500.000,00, que é totalmente distribuído aos sócios,
com uma expectativa de crescimento de 4% a.a., e sua taxa interna de retorno de 9% a.a. Sabendo
disso, qual o custo na perpetuidade desse financiamento via capital próprio?
Parabéns! A alternativa D está correta.
1
935.000
÷
1
1.000.000
=
1
935.000
×
1.000.000
1
=
1.000.000
935.000
= 1, 0695 
A R$120.000,00
B R$130.000,00
C R$140.000,00
D R$150.000,00
E R$160.000,00
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O cálculo do custo na perpetuidade ocorre na seguinte forma:
Assim sendo, a resposta correta é a Letra D.
2 - Operações com Capital de Terceiros
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir as operações de �nanciamento com capital
de terceiros, bem como sua comparação com as operações de �nanciamento com capital
próprio.
Primeiras Palavras
No módulo anterior, aprendemos sobre as operações com capital próprio, agora abordaremos as operações
de financiamento com capital de terceiros. Tais tipos de operações também são comumente chamadas de
financiamento oneroso, pois a empresa necessita pagar juros, ou ainda de financiamento via dívida.
R$500.000, 00 × 0, 015
0, 09 − 0, 04
=
R$7.500, 00
0, 05
= $R$$150.000,00
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Diferentemente do caso que estudamos no módulo anterior, no qual as contrapartidas das operações com
capital próprio são registradas no Patrimônio Líquido, as operações com capital de terceiros são registradas
no Passivo da entidade. Por isso, esse tipo de financiamento também é chamado de financiamento via
passivo.
Vamos abordar nas próximas seções:
Valor Presente do Capital de Terceiros
Para estimarmos o valor presente do financiamento via capital de terceiros, aplicamos a seguinte fórmula:
Como calcular o valor presente do capital de terceiros.
Como as cláusulas de covenant são estruturadas para preservar esse capital.
Como contabilizar as operações com capital de terceiros.
Como tomar decisões de financiamento via capital próprio versus o de terceiros.
V PCT =
P1
(1 + r)1
+
P2
(1 + r)2
+
P3
(1 + r)3
+ ⋯ +
Pn
(1 + r)n
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Onde:
VPCT é o valor presente do capital de terceiros;
Pn é a n-ésima parcela da dívida;
r é a taxa interna de retorno que a firma utiliza para valorar os seus investimentos.
Para entendermos melhor, vamos colocar essa fórmula em prática a partir do exemplo abaixo:
Fernanda possui uma empresa que está estudando captar um empréstimo de longo prazo no valor de
R$100.000,00 através de um banco que cobrará 10 parcelas anuais e sucessivas de R$22.000,00.
Levando em conta que a TIR (taxa interna de retorno) da empresa é de 15% a.a., qual o valor presente do
capital de terceiros que Fernanda está assumindo?
Para responder a essa pergunta, vamos calcular o VPCT conforme abaixo:
Portanto, nesse caso, o valor presente da dívida assumida é de R$110.412,90.
Valor Presente do Capital de Terceiros
V PCT =
22.000
(1, 15)1
+
22.000
(1, 15)2
+
22.000
(1, 15)3
+ … +
22.000
(1, 15)10
V PCT = 19.130, 43 + 16.635, 16 + 14.465, 36 + ⋯ + 5.438, 06
V PCT = R$110.412, 90

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Nesse vídeo, será resolvido o seguinte exercício: uma empresa possui uma dívida que prevê o pagamento de
4 parcelas mensais de: 110.000, 121.000, 133.100 e 146.410 nos próximos 4 meses. Sabendo que a TIR da
empresa é de 10% a.m., qual o VPCT relativo a esse empréstimo? Vamos descobrir?
Cláusulas de Covenant
As cláusulas de covenant servem para proteger os credores de possíveis situações de insolvência da
empresa. Essas cláusulas ajudam a reduzir o risco do contrato, já que diminuem o risco de default (“calote”)
pela empresa.
Por um outro prisma, essas cláusulas de covenant podem também ser benéficas para as empresas que
estão se financiando via capital de terceiros.
Essas cláusulas podem facilitar o acesso a linhas de crédito por empresas consideradas
arriscadas.
Além disso, empresas que já conseguem acessar essas linhas de financiamento podem obter condições de
empréstimos mais favoráveis, como maiores valores de empréstimo ou menores taxas de juros.
A cláusula de covenant normalmente contém um ou mais triggers (ou “gatilhos”) relacionados a índices
contábeis e financeiros, como:
Endividamento da empresa;
Rating da empresa;
Margem de lucro;
Entre outros.
Além disso, tais cláusulas também podem estar relacionadas a fatos específicos, como, por exemplo:
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
Proibição de aumento de capital

Vinculação do empréstimo para �ns especí�cos

Necessidade de prestação de contas
Como isso acontece na prática? Vamos entender melhor com o exemplo a seguir.
Uma empresa consegue R$1.000.000,00 em empréstimos, e paga todo mês R$10.000,00 de abatimento da
dívida (amortização) mais os juros contratuais. O contrato de empréstimo possuía uma cláusula de
covenant na qual era estipulado um nível máximo de endividamento.
Porém, após 18 meses, a empresa estoura esse limite contratual e, portanto, deverá
quitar o valor do empréstimo antecipadamente, já que violou a cláusula de covenant.
O valor que a empresa deverá pagar devido à violação da cláusula de covenant será, então, de:
1.000.000 - 18 × 10.000 = 1.000.000 - 180.000 = R$820.000,00
Ao se assumir uma dívida de longo prazo com cláusulas de covenant, a administração da empresa deve
estar atenta com a capacidade da companhia de cumprir essas cláusulas no longo prazo, tendo em vista
que o não cumprimento enseja em uma necessidade grande de caixa para fazer o pagamento antecipado da
dívida.
Contabilização de Operações com Capital de Terceiros
Vamos agora aprender a contabilizar as principais operações com capitais de terceiros, a saber:
O recebimento de valor de empréstimo;
22/06/2023, 14:51 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
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A capitalização mensal de juros;
O pagamento das parcelas mensais;
Como contabilizar quando uma empresa infringe uma cláusula de covenant e deve pagar a dívida
antecipadamente.
Para aprendermos esses conceitos, vamos primeiro analisar mais um exemplo ilustrativo a seguir:
A empresa XPTO toma um empréstimo para ser pago em 24 meses com juros de 1% a.m. no valor de
R$120.000,00, conforme tabela abaixo, com algumas cláusulas de covenant.
Mês Saldo Inicial Amortização Juros V
1 R$120.000,00 R$5.000,00 R$1.200,00 R
2 R$115.000,00 R$5.000,00 R$1.150,00 R
3 R$110.000,00 R$5.000,00 R$1.100,00 R
4 R$105.000,00 R$5.000,00 R$1.050,00 R
5 R$100.000,00 R$5.000,00 R$1.000,00 R
6 R$95.000,00 R$5.000,00 R$950,00 R
7 R$90.000,00 R$5.000,00 R$900,00 R
8 R$85.000,00 R$5,000,00 R$850,00 R
9 R$80.000,00 R$5.000,00 R$800,00 R
10 R$75.000,00 R$5.000,00 R$750,00 R
11 R$70.000,00 R$5.000,00 R$700,00 R
12 R$65.000,00 R$5.000,00 R$650,00 R
13 R$60.000,00 R$5.000,00 R$600,00 R
14 R$55.000,00 R$5.000,00 R$550,00 R
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Mês Saldo Inicial Amortização Juros V
15 R$50.000,00 R$5.000,00 R$500,00 R
16 R$45.000,00 R$5.000,00 R$450,00 R
17 R$40.000,00 R$5.000,00 R$400,00 R
18 R$35.000,00 R$5.000,00 R$350,00 R
19 R$30.000,00 R$5.000,00 R$300,00 R
20 R$25.000,00 R$5.000,00 R$250,00 R
21 R$20.000,00 R$5.000,00 R$200,00 R
22 R$15.000,00 R$5.000,00 R$150,00 R
23 R$10.000,00 R$5.000,00 R$100,00 R
24 R$5.000,00 R$5.000,00 R$50,00 R
Tabela: Previsão de pagamento de empréstimo.
Elaborado por Rodrigo de Oliveira Leite.
Após 4 meses de pagamentos feitos, a empresa infringe uma das cláusulas e deve realizar o pagamento do
valor restante antecipadamente, o que ela faz de forma integral.
Como são feitas as contabilizações de todos os fatos contábeis relacionados a
essa operação de financiamento via capital de terceiros?
Para iniciar a contabilização desse exemplo, devemos destacar que a empresa recebe o valor de
R$120.000,00 em sua conta bancária e reconhece o passivo em seu balanço da seguinte maneira:
D – Caixa = R$120.000,00
C – Empréstimo Bancário = R$120.000,00
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Note que enquanto uma metade do empréstimo vence nos próximos 12 meses,
sendo divulgada em Balanço Patrimonial como Passivo Circulante (curto prazo), a
outra metade vence nos 12 meses subsequentes, sendo divulgada como Passivo
Não Circulante (longo prazo).
Após isso, são feitos quatro pagamentos, contabilizados das seguintes maneiras: primeiramente, é
reconhecida a despesa de juros incorporada ao passivo no fim do mês e, após, é realizado o lançamento do
pagamento.
D – Despesacom Juros = R$1.200,00
C – Empréstimo Bancário = R$1.200,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.200,00
C – Caixa = R$6.200,00
D – Despesa com Juros = R$1.150,00
C – Empréstimo Bancário = R$1.150,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.150,00
C – Caixa = R$6.150,00
D – Despesa com Juros = R$1.100,00
C – Empréstimo Bancário = R$1.100,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.100,00
C – Caixa = R$6.100,00
Mês 1 
Mês 2 
Mês 3 
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D – Despesa com Juros = R$1.050,00
C – Empréstimo Bancário = R$1.050,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.050,00
C – Caixa = R$6.050,00
Agora, a empresa deve realizar o pagamento de R$120.000,00 - 4 × R$5.000,00 = R$100.000,00 de uma vez.
Com isso, é feito o seguinte lançamento:
D – Empréstimo Bancário = R$100.000,00
C – Caixa = R$100.000,00
Comparação entre Financiamento via Capital Próprio ou
de Terceiros
As empresas que buscam financiamento sempre têm de escolher se é melhor o financiamento por meio de
uma operação com capital próprio ou de operação com capital de terceiros. Um dos subsídios que ajudam a
realizar essa decisão é:
Calcular os valores presentes.
Mês 4 

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Veri�car qual gerará menores custos.
Para entendermos melhor, vejamos o exemplo abaixo.
Carlos tem uma pequena padaria e necessita de R$50.000,00 para capital de giro. Ele pode pegar um
empréstimo de R$50.000,00 no banco, que cobrará 12 parcelas mensais e sucessivas de R$5.000,00.
Porém, sua irmã Carla se ofereceu para aportar R$50.000,00 em troca de 12% na participação da empresa.
Levando em conta que a TIR da empresa é de 14% a.a., que os lucros do ano atual foram de R$60.000,00
(assuma que todos os lucros são distribuídos como dividendos) e que há uma expectativa de crescimento
de 5% a.a. da empresa:
Qual tipo de �nanciamento é melhor para João escolher?
Primeiramente, temos de transformar a TIR de anual para mensal fazendo o seguinte cálculo:
 a.m., e note que . Com essa
informação, já podemos realizar os cálculos do e do conforme a seguir:
12√1, 14 − 1 ≈ 1, 010979 − 1 = 1, 0979% 1, 01097912 − 1 ≈ 14%
V PCT V PCP
V PCT =
5000
(1, 010979)1
+
5000
(1, 010979)2
+ ⋯ +
5000
(1, 010979)12
= R$55.928, 85
V PCP =
0, 12 × 60.000
0, 14 − 0, 05
=
7.200
0, 09
= R$80.000, 00
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Parece então que o financiamento por meio de capital de terceiros, nesse caso, é melhor que o
financiamento por capital próprio. Então Carlos deve escolher o financiamento via capital de terceiros para
sua empresa? Não necessariamente. Ele somente deve escolher esse tipo de financiamento se tiver certeza
de que a empresa poderá arcar com todas as parcelas.
Lembre-se: o financiamento via dívida não reparte os riscos! Ele precisa fazer o
pagamento das parcelas mensais mesmo se tiver prejuízos, o que não acontece
com o financiamento via capital próprio.
Por esse motivo, muitas startups e pequenas empresas normalmente preferem se financiar via inclusão de
novos sócios. Há tantas incertezas no negócio que tais empresas não podem assumir a obrigação de arcar
com as parcelas de uma dívida.
Os professores Franco Modigliani e Merton Miller (1958) postularam o famoso Teorema de Modigliani-Miller,
que define:
Na ausência de tratamentos tributários diferenciados para financiamentos via
capital próprio ou de terceiros, e com custos similares para ambos, não há
diferença entre se financiar via dívida ou se financiar via emissão de ações.
(Teorema de Modigliani-Miller - Franco Modigliani e Merton Miller)
Com o tempo, pesquisadores de finanças, ao observarem como as empresas financiavam suas atividades,
desenvolveram uma teoria chamada de Pecking Order Theory. Vamos ver o que ela diz?
A Pecking Order Theory postula que empresas primeiramente utilizam sobras de recursos gerados
internamente, ou seja, os lucros menos dividendos, para financiar seus projetos, pois o custo desse
financiamento é zero. Caso não haja tais sobras, a empresa toma empréstimos para financiar seus
projetos. Apenas após esgotar essas possibilidades, as empresas tendem a emitir mais ações.
Pecking Order Theory 
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Esse resultado é congruente com o fato de que, se for colocada vantagem tributária para emissão de dívida
versus capital, o valor da firma sobe proporcionalmente com o valor da dívida total dela no Passivo. Em
outras palavras, o uso de capital de terceiros tende a ser mais vantajoso do que o capital próprio.
Além disso, ao emitir novas ações, as empresas estão essencialmente diluindo a participação de seus
controladores e assumindo o compromisso de pagar dividendos na perpetuidade. Para companhias que
ainda estão crescendo, esse é um custo muito alto. Isso porque a diferença entre a TIR e a taxa de
crescimento é muito pequena, levando a um custo mais elevado que o financiamento via capital de
terceiros.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Uma empresa pode acessar um financiamento via capital de terceiros com um banco comercial, no
valor de R$200.000,00 com 10 pagamentos anuais e sucessivos de R$30.000,00. Porém, ela também
tem a opção de admitir um novo sócio que aportará R$200.000,00 em troca de 1,5% de participação
acionária na empresa. Sabendo que a empresa pode arcar com os valores dos empréstimos, que seu
lucro anual é de R$500.000,00, com uma expectativa de crescimento de 4% a.a. e que sua taxa interna
de retorno é de 9% a.a., qual forma de financiamento é a mais atrativa?
A Ambos possuem a mesma atratividade.
B
O financiamento via capital próprio é mais atrativo, pois tem um valor presente de
R$42.529,73 abaixo do financiamento via dívida.
C
O financiamento via capital próprio é mais atrativo, pois tem valor presente de
R$180.000,00.
D
O financiamento via capital de terceiros é mais atrativo, pois tem valor presente de
R$200.000,00.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O valor presente do financiamento via capital de terceiros é de R$192.529,73, e o valor presente do
financiamento via capital próprio é de R$150.000,00. A diferença entre os dois financiamentos é,
portanto, de R$192.529,73 - R$150.000,00 = R$42.529,73. Como o valor presente da dívida é superior ao
valor presente de capital, o financiamento via capital próprio é mais atrativo, pois representa um custo
menor para a empresa. Portanto, a resposta correta é a Letra B.
Questão 2
As cláusulas de covenant tendem a ser aplicadas quando
Parabéns! A alternativa D está correta.
E
O financiamento via capital de terceiros é mais atrativo, pois tem um valor presente de
R$42.529,73 abaixo do financiamento via capital.
A uma empresa se financia via capital próprio.
B uma empresa se financia via sobras de recursos gerados internamente.
C uma empresa abre capital em bolsa de valores.
D uma empresa se financia via capital de terceiros.
E uma empresa faz um follow-on.
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As cláusulas de covenant possibilitam dar uma segurança adicional para credores que emprestam seus
recursos para pessoas jurídicas, o que somente ocorre em operações de financiamento através de
capitalde terceiros.
3 - Reconhecimento e Distribuição de Dividendos e
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as remunerações sobre capital próprio,
por meio de dividendos ou de juros sobre capital próprio.
Primeiras Palavras
No Brasil, a distribuição de remuneração do capital próprio aos acionistas é feita de duas maneiras:

Por meio de dividendos.
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
Por meio de de juros sobre capital próprio (JCP).
De acordo com a Lei nº 6.404 de 1976, art. 202, caput, as empresas devem decidir em seu Estatuto qual o
percentual mínimo do lucro líquido ajustado que será distribuído aos acionistas como dividendos. Ainda
segundo o artigo, caso haja omissão do Estatuto, o percentual mínimo será de 50%.
No Brasil, é comum as empresas distribuírem 25% do lucro líquido ajustado. Isso acontece porque, com a
entrada em vigor da Lei nº 6.404, se as empresas reduzissem para menos de 25% a distribuição de
dividendos, deveriam comprar (buy-back) os papéis (ou as ações) dos acionistas que discordassem desse
percentual . Por conta disso, muitas empresas utilizaram o percentual de 25%.
Isso virou um costume no país, embora atualmente as empresas sejam livres para
estipularem os seus percentuais.
Já o JCP surgiu em 1995, quando se acabou com a correção monetária dos balanços. Isso aumentou
significativamente o valor a ser pago de imposto de renda pelas empresas. Desse modo, as companhias
pagariam imposto não só pelo ganho nominal de seus lucros, mas também em cima da perda inflacionária.
Para corrigir isso, foi criada a figura do JCP:
O JCP é um valor dedutível do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mas
que seria tributado a 15% no acionista através de IRRF (Imposto de Renda Retido na
Fonte). Nesse caso, a empresa estaria trocando uma tributação de 34% (IR + CSLL)
por uma de 15% (IRRF), o que lhe seria mais vantajoso.
SLL
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Comparações Tributárias entre Dividendos e Juros
sobre Capital Próprio
Embora a pessoa jurídica ou física não pague imposto de renda sobre os valores recebidos a título de
dividendos, a empresa que fez essa distribuição pagou o valor relativo a 34% de imposto sobre os valores
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(25% de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica mais 9% de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido).
Com relação aos Juros sobre Capital Próprio (JCP), a pessoa física paga 15% de Imposto de Renda, mas a
empresa pode deduzir esse valor como despesa no seu cálculo de IRPJ/CSLL, gerando um ganho tributário
de 34% - 15% = 19%. Vejamos o exemplo a seguir:
Exemplo
Considere que uma empresa tenha R$100,00 para distribuir aos acionistas. Caso ela escolha o pagamento
via dividendos, somente R$66,00 seriam distribuídos, pois teria de pagar R$34,00 a título de IRPJ/CSLL. No
caso de pagamento via JCP, o valor distribuído seria de R$85,00, pois apenas R$15,00 seriam pagos para
IRPF.
Importante ressaltar que a empresa não pode distribuir qualquer valor via JCP. A Receita Federal
estabeleceu dois limites legais:

A multiplicação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) pelo Patrimônio Líquido.

50% lucros acumulados de exercícios anteriores ou 50% dos lucros do exercício (qual for o maior).
Eliseu Martins defende que não existe nenhuma lógica contábil, econômica e
financeira nessas limitações, mas que tais foram feitas “visivelmente por causa do
interesse arrecadador” (2004, p. 6), ou seja, com a finalidade de não reduzir a renda
do governo.
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) é calculada com base em dois parâmetros principais:
a meta de inflação, baseada nas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; e
um prêmio de risco.
A TJLP é divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil até o último dia útil do trimestre
imediatamente anterior ao de sua vigência para as posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º de
outubro, sendo expressa em percentual ao ano. O valor pode ser consultado no site do Banco Central do
Brasil.
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Vamos entender melhor com o exemplo prático a seguir:
Uma empresa possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados, R$1.800.000,00 de lucros no período e
Patrimônio Líquido de R$25.000.000,00. Ela pretende distribuir R$1.400.000,00 para seus acionistas.
O que a empresa pode fazer para maximizar o retorno aos seus acionistas, sabendo que a
TJLP é de 5% a.a.?
Primeiramente, temos de calcular os limitantes para saber o quanto a empresa pode deduzir através do
pagamento via Juros sobre Capital Próprio. Suas possibilidades são distribuir 50% lucros acumulados ou
50% dos lucros do exercício.
Tendo em vista que possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados versus apenas R$1.800.000,00 de lucros
no período, a companhia pode distribuir 50% x R$3.000.000,00 = R$1.500.000,00.
Porém, ainda há o limite da taxa de juros a longo prazo multiplicado pelo Patrimônio Líquido: 5% x
R$25.000.000,00 = R$1.250.000,00. Como esse valor é menor que R$1.500.000,00, a empresa só poderá
distribuir R$1.250.000,00 via JCP com a respectiva dedução no IRPJ.
Portanto, para distribuir R$1.400.000,00 para seus acionistas, o melhor é distribuir
R$1.250.000,00 via JCP e R$150.000,00 via dividendos.
Assim, a empresa terá um ganho tributário de R$1.250.000,00 x 19% = R$237.500,00. Portanto, o lucro da
empresa passou de R$1.800.000,00 para R$1.800.000,00 + R$237.500,00 = R$2.037.500,00.
Dividendos e Juros sobre Capital Próprio

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Neste vídeo, serão explicados os conceitos de dividendos e JCP (incluindo as limitações legais) e resolver o
seguinte exemplo: uma empresa possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados, R$1.800.000,00 de lucros no
período e patrimônio líquido de R$25.000.000,00. Ela calculou que pretende distribuir R$1.400.000,00 para
seus acionistas, o que a empresa pode fazer para maximizar o retorno aos seus acionistas, sabendo que a
TJLP é de 5% a.a.? Vamos ver a resolução?
Contabilização e Reconhecimento dos Dividendos e
Juros sobre Capital Próprio
Vamos agora analisar como é feita a contabilização e o reconhecimento dos dois tipos de distribuição de
recursos aos acionistas: dividendos e JCP. Para isso, iremos analisar um exemplo ilustrativo de uma
empresa que distribui recursos para os acionistas via dividendos e JCP.
Uma empresa teve lucro de R$10.000,000 e distribuirá R$2.000.000,00 via dividendos e R$1.000.000,00 via
Juros sobre Capital Próprio. Como serão os lançamentos contábeis relativos ao reconhecimento e
pagamento dos dividendos e do JCP?
O primeiro lançamento é a constituição da Reserva dos Juros sobre Capital Próprio no Patrimônio Líquido
com o respectivo reconhecimento desse valor como despesa no resultado conforme abaixo:
D – Despesa com JCP = R$1.000.000,00
C – Reserva JCP (Patrimônio Líquido) = R$1.000.000,00
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Como a empresa irá utilizar toda essa reserva para distribuir aos seus sócios, deverá reconhecer essa
obrigação no Passivo da entidade, conforme abaixo.
D – Reserva JCP (Patrimônio Líquido) = R$1.000.000,00
C – JCP a pagar (Passivo) = R$1.000.000,00
Após a distribuição desse valor aos acionistas, a empresa reconhece o pagamento da seguinte maneira:
D – JCP a pagar (Passivo) = R$1.000.000,00
C – Caixa = R$1.000.000,00
Agora que já vimos o reconhecimento e pagamento do JCP, vamos aprender sobre os dividendos.
Primeiramente,deve-se reconhecer o valor a ser pago de dividendos, porém dessa vez com a contrapartida
na conta de Lucros Acumulados no Patrimônio Líquido:
D – Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) = R$2.000.000,00
C – Dividendos a pagar (Passivo) = R$2.000.000,00
Após o pagamento dos dividendos, o lançamento contábil é similar àquele feito no caso do JCP:
D – Dividendos a pagar (Passivo) = R$2.000.000,00
C – Caixa = R$2.000.000,00
Para finalizar nosso estudo, iremos discutir um pouco as possíveis mudanças que podem acontecer com os
dividendos e os JCP no futuro próximo no Brasil.
Possíveis Mudanças Legais nos Dividendos e JCP
A figura dos dividendos, por ter isenção para os acionistas, sempre foi um ponto de muita discussão política
no Brasil, e a instalação de um possível imposto sobre os dividendos está sempre na agenda política do
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país.
Veicula-se que existe a possibilidade de, no futuro, os dividendos serem taxados, enquanto a figura dos
Juros sobre Capital Próprio possa ser extinta.
Caso isso ocorra, não existirá mais a possibilidade de ganhos tributários ao se
trocar uma alíquota de 34% (de IRPJ e CSLL) por uma de 15% (JCP). Logo, a
distribuição de recursos para os acionistas via dividendos passa a ser a única
alternativa possível para empresas.
Tendo em vista a possibilidade de dividendos serem tributados, isso estimularia empresas de pequeno e
médio porte em não fazer essa distribuição, optando por acumular caixa e realizar investimentos como
alternativa de planejamento tributário, estimulando a retenção de recursos nas pessoas jurídicas.
Portanto, embora este conteúdo esteja atualizado com relação às normas fiscais, possíveis alterações
realizadas no futuro podem fazer com que novas alternativas tributárias sejam utilizadas pelas empresas.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Uma empresa irá realizar o pagamento de R$1.000.000,00 via dividendos e de R$400.000,00 via Juros
sobre Capital Próprio. Quanto os acionistas irão receber de recursos líquidos de impostos?
A R$1.340.000,00
B R$1.350.000,00
C R$1.360.000,00
D R$1.380.000,00
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Parabéns! A alternativa A está correta.
No Brasil, os dividendos se encontram isentos de cobrança de impostos. Portanto, os acionistas
receberão os valores de R$1.000.000,00 via dividendos de modo integral. Já na distribuição de Juros
sobre Capital Próprio, incorre-se na alíquota de 15% de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e,
portanto, o valor que será recebido pelos acionistas via JCP será de 0,85×R$ 400.000,00=R$
340.000,00. Assim sendo, o valor total recebido pelos acionistas, líquidos de impostos, será de
R$1.000.000,00 + R$340.000,00 = R$1.340.000,00.
Questão 2
De acordo com a Lei nº 6.404/76, se uma empresa de capital aberto não determina em seu Estatuto o
valor de dividendos mínimos a serem distribuídos a seus acionistas, qual percentual deve ser aplicado
para o cálculo dos dividendos obrigatórios?
Parabéns! A alternativa D está correta.
E R$1.400.000,00
A 20%
B 30%
C 40%
D 50%
E 60%
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De acordo com a Lei nº 6.404/76, em seu art. 202, §1º, caso as empresas de capital aberto não tenham
definido em seus estatutos o percentual para cálculo dos dividendos, cuja distribuição é obrigatória, o
percentual que deve ser aplicado para cálculo é o de 50% sobre o lucro líquido ajustado da empresa.
Considerações �nais
Neste conteúdo, abordamos os principais pontos sobre a estrutura de capital de uma empresa e como
funciona a remuneração do capital próprio no Brasil. Aprendemos sobre as duas principais formas que uma
empresa pode se financiar: por meio de capital próprio ou de capital de terceiros.
O financiamento de operações com capital próprio ocorre quando uma empresa se financia por meio de
seus acionistas. Em uma empresa de capital fechado, isso pode ser feito com o aumento de capital, ou seja,
quando os sócios decidem colocar mais dinheiro na companhia, ou quando é decidido que mais um sócio
deve ser admitido. Em empresas de capital aberto, isso pode ser feito com uma oferta pública inicial de
ações (mais conhecida pela sigla inglesa IPO), ou com uma oferta secundária de ações (mais conhecida por
follow-on).
Vimos que o financiamento de operações com capital de terceiros ocorre quando uma empresa se financia
com dívidas oriundas de um financiamento, empréstimo ou de emissão de debêntures. Diferentemente do
financiamento com capital próprio, que cria uma obrigação perpétua de remuneração, o financiamento com
capital de terceiros tem um prazo determinado para terminar. Porém, esse tipo de financiamento é mais
arriscado, pois a empresa precisa fazer os pagamentos independentemente de obter prejuízo ou lucro.
Conhecemos ainda os dois tipos de remuneração de capital próprio no Brasil: dividendos e Juros sobre
Capital Próprio. Ambos possuem tributações diferenciadas, com os Juros sobre Capital Próprio sendo mais
atrativos do que dividendos. Enquanto o JCP paga 15% de imposto, os dividendos pagam 34%. Também
aprendemos como contabilizar e reconhecer o pagamento dessas distribuições de lucro.
Estudamos ainda como uma empresa pode tomar decisões e como deve ser financiada, seja por capital de
terceiros seja por capital próprio. Por fim, também abordamos a teoria da pecking order que postula uma
ordem de financiamento via caixa, terceiros e, somente então, com emissão de ação para empresas abertas.
22/06/2023, 14:51 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
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realizar um bom planejamento de como financiar uma empresa, recomendamos o livro Administração
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finanças corporativas, possuindo uma abordagem ampla, completa e direta. Conta com diversos exemplos
práticos e estudos de caso que ajudam o leitor a entender e aplicar os conceitos.
Referências
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BRASIL. Código Tributário Nacional. Consulado na Internet em: 28 set. 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Consulado na Internet em: 28 set. 2021.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores, analistas e outros profissionais: de acordo
com os pronunciamentos do CPC e IFRS. São Paulo: Ed. Atlas, 2017.
22/06/2023, 14:51 Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
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GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDÍCIBIS, S.; MARTINS, E. Manual de contabilidade societária: aplicável a
todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Ed. Atlas, 2018.
MARTINS, E. Um pouco da história dos juros sobre o capital próprio. Boletim IOB, Temática Contábil e
Balanços, v. 49, 2004.
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American Economic Review, v. 48, n. 3., 1958.
PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2017
PUCCINI, A. Matemática financeira objetiva e aplicada. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R.; JAFFE, J.; LAMB, R.Administração financeira. São Paulo: McGraw-Hill, 2015.
SZUSTER, N.; CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, F. R.; FSZUSTER, F. R. Contabilidade geral:
introdução à contabilidade societária. 4ª Edição, Ed. Atlas, 2013.
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